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CONCEITOS BÁSICOS: TRANSPORTE, TRÁFEGO E TRÂNSITO

Definições:

TRANSPORTE é o movimento de pessoas, mercadorias e informações entre locais.


O transporte não é um fim em si mesmo. No desenvolvimento das nações, os
transportes desempenham papel de fundamental importância. Para demonstrar esta
importância, o Congresso dos Estados Unidos afirmou que: “sob qualquer ponto de
vista - econômico, político e militar, o transporte é, inquestionavelmente, a
indústria mais importante do mundo”.

A falta de transporte (ou o transporte inadequado) afeta o setor de agricultura,


dificulta a integração nacional, retardando o crescimento, prejudica a segurança
nacional. Dificulta o comércio internacional. A falha nos transportes exige mais
estoques (excessivos) para compensar a incerteza do fornecimento = reflete nos
custos, no preço final dos produtos.

O transporte apresenta diversas características, como:

 Infraestrutura: entende-se a rede de transporte rodoviária, ferroviária, aérea,


fluvial, tubular, e seus terminais;
 Veículos: como automóveis, bicicletas, comboios e aviões, motorizados e não
motorizados.
 Operações comerciais, legais e políticas: relacionadas com a maneira como os
veículos operam na rede e o conjunto de procedimentos específicos para o
propósito desejado, incluindo o ambiente legal (leis, códigos, regulamentos,
etc.). Nas políticas podemos citar o financiamento do sistema de transportes.

É considerável também analisar o motivo do uso do transporte, o motivo da viagem


(trabalho, estudo, compras, lazer e outras necessidades específicas como ir ao
médico, correio, bancos, etc). Analisar se é para o movimento de carga como coleta
de lixo, coleta, entrega de materiais, mudanças, etc.

Outro ponto relevante é analisar a sustentabilidade do meio de transporte, o custo, se


ele é privado ou público.

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HISTÓRIA DO TRANSPORTE

Período Colonial – até 1822:

 Estes caminhos eram abertos sem muito empenho de Portugal;


 Portugal investia em obras de fortificação, contra invasores;
 As ligações entre as capitanias se faziam pelo mar, em longas e perigosas
viagens, logo as capitanias se desenvolveram em torno dos portos.

Primeiro Reinado – 1822 – 1831

 Dom Pedro determinou providências para facilitar a navegação do Madeira –


Mamoré, Guaporé e do Amazonas, mandou abrir estradas. Mas estas
providências não trouxeram modificações profundas.

Regências – 1831 – 1840, período sem grandes investimentos no transporte. O foco


eram as movimentações políticas e militares.

Segundo Reinado – 1840-1889

Notáveis transformações, progressos econômicos nos anos posteriores.

 Navegação de longo curso – entre países;


 Navegação de cabotagem – Margeando a costa entre portos marítimos do
mesmo país;
 Navegação Fluvial – país rico em rios;
 Implantação das primeiras estradas de ferro, surgimento do Barão, depois
Visconde de Mauá – o visionário Irineu Evangelista de Souza:

(Barão – Título de uma monarquia, os barões pertenciam à nobreza, elite, tem


propriedades rurais, ocupam cargos políticos, tem formação cultural elevada. O
Visconde está acima do Barão na hierarquia).

 Antes das ferrovias, a produção cafeeira era transportada em animais (mulas)


– 200 mil mulas com carregamento, por ano, no Porto de Santos.
 Eram tantas mulas que se implantou uma indústria para recuperação de
ferraduras que se perdiam nas estradas.

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A Estrada de Ferro Mauá foi o empreendimento pioneiro:

Estabelecia uma via de ligação entre o Rio de Janeiro e o Vale Paraíba do Sul, sendo
pela navegação até o porto de Mauá, dali em diante por via férrea até o barranco do
rio Paraíba do Sul.

1º Trecho – 14,5 Km ligava Mauá, Inhomirim e a Parada do Fragoso.

Rodovias: O Império não foi feliz na atração de investimentos para a construção de


rodovias, como foi com as ferrovias.

REPÚBLICA – 1889

 Reestruturada a administração do País: Através de Planos/comissões


voltadas para a integração nacional e tratava também a questão da política
internacional;
 Sistema Ferroviário - planejamento da viação terrestre era por ferrovia, devido
a excelência e baixo custo para longas distâncias:
o 1922 – 1954 – Introduções relevantes, como trechos de tração a vapor
substituídos por tração elétrica, criação da Companhia Vale do Rio
Doce, a qual incorporou estradas de ferro que ligavam Minas ao
Espírito Santo.
 17/11/1903 – Assinado o Tratado de Petrópolis, entre o Brasil e a Bolívia,
onde coube ao Brasil a obrigação de construir a Estrada de Ferro Madeira-
Mamoré, para compensar a cessão, pela Bolívia, da área do atual Estado do
Acre.
o Foi conhecida como a Estrada do “diabo” pelas perdas humanas
ocorridas durante sua construção – 1907 – 1912.
o Servia para escoar a produção da borracha amazônica provenientes de
matas bolivianas e brasileiras até Porto Velho.
o A ferrovia foi parcialmente desativada nos anos 30, devido à
decadência da borracha amazônica (houve plantio de seringueira na
Ásia).
o Tentou voltar nos anos 50, transportes de mercadorias e passageiros –
porém em 1966 devido a prejuízos foi desativada por completo, pelo
Presidente Castelo Branco.

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o Foi abandonada totalmente em 1972.
o Tentou retomar para fins turísticos em 1981.
o Novo abandono em 2000.
o Em 2005 a Estrada de Ferro Madeira Mamoré foi tombada pelo IPHAN
– Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. E foi tema da
minissérie “Mad Maria”.

1926 – 1930 – Com o Presidente Washington Luis

“Governar é abrir estradas”

Num País que, em 1927, tinha 93.682 automóveis e 38.075 caminhões.

O grande impulso para o desenvolvimento rodoviário brasileiro. Em 1928 foi


inaugurada a BR-040, que veio a ter o nome de Rodovia Washington Luiz – a melhor
rodovia da América do Sul.

1930 – Getúlio Vargas depôs o Presidente Washington Luiz existiam 2255 Km de


estradas de rodagem e 5917 Km de estradas carroçáveis, em mau estado de
conservação.

 1934 – começa a prioridade pelo governo à mobilidade rodoviária.


 1937 – Criado o DNER devido ao aumento progressivo da frota nacional.
 Curiosidade: 1891 – 1º veículo que chega ao Brasil, trazido da França, por
Santos Dumont – um Peugeot.

A partir de 1940 – Competição de modais: intensificou a construção de estradas,


muitas delas, paralelas às ferrovias.

Ao invés de estimular a integração intermodal de transportes, acirrava-se a


competição principalmente entre rodovias, ferrovias e navegação de cabotagem.

Poderoso impulso rodoviário:

1946 – A criação do Fundo Rodoviário Nacional, que estabeleceu um imposto sobre


combustíveis líquidos, usado para financiar a construção de estradas pelos estados e
a União;

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1954 - fundação da Petrobrás, em 1954, que passou a produzir asfalto em grande
quantidade;

1957 – No governo Juscelino Kubitscheck houve a implantação da indústria


automobilística nacional (primeira indústria foi em Santa Bárbara D’Oeste, indústrias
Romi S. A., fabricou o Romi-Isetta, entre 1956-1961) e a decisão de construir a nova
capital no interior do país impulsionou o desenvolvimento rodoviário do Brasil.

Rodovias construídas:

 A BR-116 é a principal rodovia brasileira, a maior e é totalmente pavimentada.


Começa em Fortaleza / Ceará e vai até Jaguarão, no Rio Grande do Sul,
fronteira com o Uruguai. Ela tem 4385Km.
 1951 – Nova Rio-São Paulo (Via Presidente Dutra);
 Segunda metade dos anos 50 – São Paulo-Curitiba-Lajes-Porto Alegre (Régis
Bittencourt / Via Serrana);
 1963 – Rio Bahia.
 Via Anchieta – Inaugurada em 1953, foi a 1ª autoestrada brasileira. Sua
construção foi uma evolução técnica no que diz respeito à construção de
rodovias.

O que é autoestrada:

Rodovia duplicada/de acesso totalmente controlado – via expressa, destinada ao


tráfego motorizado de alta velocidade, planejada com pelo menos, duas vias na
direção de cada fluxo.

Nomenclatura das rodovias federais

São os nomes definidos pelo Plano Nacional de Viação (PNV).

A nomenclatura das rodovias é definida pela sigla BR, que significa que a rodovia é
federal, seguida por três algarismos. O primeiro algarismo indica a categoria da
rodovia, de acordo com as definições estabelecidas no Plano Nacional de Viação. Os
dois outros algarismos definem a posição, a partir da orientação geral da rodovia,
relativamente à Capital Federal e aos limites do País (Norte, Sul, Leste e Oeste).

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1. RODOVIAS RADIAIS

São as rodovias que partem da Capital Federal em direção aos extremos do país.

Nomenclatura: BR-0XX

Primeiro Algarismo: 0 (zero)

Algarismos Restantes:

A numeração dessas rodovias pode variar de 05 a 95, segundo a razão numérica 05


e no sentido horário.

Exemplo: BR-040.

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2. RODOVIAS LONGITUDINAIS

São as rodovias que cortam o país na direção Norte-Sul.

Nomenclatura: BR-1XX

Primeiro Algarismo: 1 (um)

Algarismos Restantes:

A numeração varia de 00, no extremo leste do País, a 50, na Capital, e de 50 a 99, no


extremo oeste. O número de uma rodovia longitudinal é obtido por interpolação entre
00 e 50, se a rodovia estiver a leste de Brasília, e entre 50 e 99, se estiver a oeste,
em função da distância da rodovia ao meridiano da Capital Federal.

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Exemplos: BR-101, BR-153, BR-174.

3. RODOVIAS TRANSVERSAIS

São as rodovias que cortam o país na direção Leste-Oeste.

Nomenclatura: BR-2XX

Primeiro Algarismo: 2 (dois)

Algarismos Restantes:

A numeração varia de 00, no extremo norte do país, a 50, na Capital Federal, e de 50


a 99 no extremo sul. O número de uma rodovia transversal é obtido por interpolação,

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entre 00 e 50, se a rodovia estiver ao norte da Capital, e entre 50 e 99, se estiver ao
sul, em função da distância da rodovia ao paralelo de Brasília.

Exemplos: BR-230, BR-262, BR-290.

4.RODOVIAS DIAGONAIS

Estas rodovias podem apresentar dois modos de orientação: Noroeste-Sudeste ou


Nordeste-Sudoeste.

Nomenclatura: BR-3XX

Primeiro Algarismo: 3 (três)

Algarismos Restantes:

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A numeração dessas rodovias obedece ao critério especificado abaixo:

Diagonais orientadas na direção geral NO-SE: A numeração varia, segundo números


pares, de 00, no extremo Nordeste do país, a 50, em Brasília, e de 50 a 98, no
extremo Sudoeste.

Obtém-se o número da rodovia mediante interpolação entre os limites consignados,


em função da distância da rodovia a uma linha com a direção Noroeste-Sudeste,
passando pela Capital Federal.

Exemplos: BR-304, BR-324, BR-364.

Diagonais orientadas na direção geral NE-SO: A numeração varia, segundo números


ímpares, de 01, no extremo Noroeste do país, a 51, em Brasília, e de 51 a 99, no
extremo Sudeste. Obtém-se o número aproximado da rodovia mediante interpolação
entre os limites consignados, em função da distância da rodovia a uma linha com a
direção Nordeste-Sudoeste, passando pela Capital Federal.

Exemplos: BR-319, BR-365, BR-381.

5. RODOVIAS DE LIGAÇÃO

Estas rodovias apresentam-se em qualquer direção, geralmente ligando rodovias


federais, ou pelo menos uma rodovia federal a cidades ou pontos importantes ou
ainda a nossas fronteiras internacionais. Nomenclatura: BR-4XX Primeiro
Algarismo: 4 (quatro) Algarismos Restantes: A numeração dessas rodovias varia
entre 00 e 50, se a rodovia estiver ao norte do paralelo da Capital Federal, e entre 50
e 99, se estiver ao sul desta referência.

Exemplos: BR-401 (Boa Vista/RR – Fronteira BRA/GUI), BR-407 (Piripiri/PI – BR-


116/PI e Anagé/PI), BR-470 (Navegantes/SC – Camaquã/RS), BR-488 (BR-116/SP –
Santuário Nacional de Aparecida/SP).

Transporte Aeroviário:

Depois da Segunda Guerra, inclui-se uma nova modalidade além dos sistemas
Ferroviários, Rodoviário, Fluvial e Marítimo.

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1964 – Criada uma Política de Transportes;

1965 – 2001 – GEIPOT – Grupo de Estudos para Integração da Política de


Transportes – durou 36 anos, assessorava o Poder Executivo no planejamento, na
formulação e na avaliação das políticas públicas no setor de transportes, tinha corpo
técnico altamente qualificado.

2001 – GEIPOT foi extinto, dando origem a Conselhos, Agências e Departamentos


distintos:

 CONIT – Conselho Nacional de Integração de Política de Transportes


Terrestres;
 ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários;
 ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres;
 DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – O DNIT é
uma autarquia federal vinculada ao Ministério dos Transportes. Implementar a
política da infraestrutura do Sistema Federal. É um órgão gestor e executor,
atuando na operação, manutenção e restauração das vias navegáveis,
ferrovias e rodovias.

ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil – criada em 2005 – regulamentar a


aviação civil.

2011 – Foi criado o Sistema Nacional de Viação – SNV, para melhorar, modernizar o
planejamento dos investimentos federais no setor de transportes. A Lei esperou 15
anos e foi a primeira lei assinada pela Presidente Dilma.

Compreendem os subsistemas:

 Rodoviário;
 Ferroviário;
 Aquaviário;
 Aeroviário.

TRÁFEGO tem a mesma origem da palavra TRÁFICO, ou seja, comércio, troca de


mercadorias, transporte/circulação de mercadorias.

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Tráfego embute a noção de via; refere-se ao deslocamento de pessoas, mercadorias
ou veículos através de meios apropriados, com origens e destinos definidos, sujeito a
algum tipo de ordenamento.

No campo de atuação do tráfego, se tratando dos modos rodoviários, podemos


destacar a ENGENHARIA DE TRÁFEGO que é a área do conhecimento que tem
como objetivos o planejamento, projeto geométrico e operação de tráfego em vias,
suas redes, terminais, lotes lindeiros e relações com outros modos de transporte. A
Engenharia de Tráfego tem como objetivo assegurar o movimento seguro, eficiente e
conveniente de pessoas e bens.

Classicamente, os sistemas de tráfego são baseados em três pilares, conhecidos


como os três Es, do inglês:

Engineering (Engenharia)

Education (Educação)

Enforcement (Fiscalização)

Naturalmente, este curso cuidará dos aspectos relativos à Engenharia, mas é


fundamental não perder de vista que qualquer solução de Engenharia só terá
resultado se acompanhada da Educação e da Fiscalização, assim como a Educação
depende da Fiscalização e da Engenharia e a Fiscalização depende da Educação e
da Engenharia.

Quando se fala em Engenharia de Tráfego, aqui em são Paulo, não podemos


esquecer da empresa que administra o trânsito nesta grande cidade: a Companhia de
Engenharia de Tráfego – CET, que é subordinada a Secretaria Municipal de
Transportes – SMT.

A CET, fundada em 1976, tem o objetivo de planejar e implantar, nas vias e


logradouros do município, a operação do sistema viário, com o fim de assegurar
maior segurança e fluidez do trânsito.

TRÂNSITO significa originalmente passagem. A tendência que se observa


ultimamente é a de considerar trânsito numa definição abrangente, como o
deslocamento em geral de pessoas e/ou veículos.

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TRÂNSITO remete ao movimento de veículos e pessoas (pedestres).

O DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) vai por este caminho quando


distingue ACIDENTES DE TRÂNSITO de ACIDENTES DE TRÁFEGO. Segundo ele,
ACIDENTES DE TRÁFEGO são perturbações nos fluxos que provocam
conseqüências operacionais, enquanto ACIDENTES DE TRÂNSITO são as
ocorrências relacionadas à segurança dos deslocamentos.

CENÁRIO MUNDIAL - MOBILIDADE

Nova York

A Secretária de Transportes da cidade de Nova York, Janette Sadik-Khan, nomeada


pelo prefeito Michael Bloomberg em 2007, dobrou a quilometragem de ciclovias na
cidade, para um total de 800 quilômetros, e transformou 13 ruas em praças para
pedestres, incluindo uma no meio de Times Square. Outras 50 estão em construção.

Janette acredita que ciclovias e bicicletas são uma importante forma de trazer
equilíbrio para uma cidade. A mudança partiu da forma de olhar a cidade buscando
formas mais eficientes de locomover. Para Janette, enquanto um ônibus pode levar
40 pessoas, um carro geralmente leva 1. O objetivo dela foi desenhar uma cidade de
uma forma que fosse mais fácil caminhar, o que é bom para a saúde e também
diminui o impacto ambiental de emissão de dióxido de carbono. É muito fácil pintar
ciclovias, e tornar fácil para as pessoas se locomoverem em duas rodas, e também
seguro para todos. Uma das maiores conquistas da cidade de Nova York tem sido
melhorar a segurança das ruas de Nova York.

Trecho da entrevista da Janette Sadik-Khan a revista Valor Econômico em março de


2013:

Nossas ruas estavam congeladas no tempo por quase 50 anos. A visão era a de
olhar para a rua através do para-brisa e pensar como fazer os carros se
moverem o mais rápido possível do ponto A para o ponto B.

Os últimos cinco anos têm sido os mais seguros nas ruas na história da cidade desde
que dados começaram a ser coletados, em 1910. Nossas ruas estão mais seguras,
com a adição de 450 quilômetros de ciclovia nos últimos cinco anos; nossas ruas

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estão mais atraentes, com 50 ruas que estão sendo transformadas em praças para
pedestres; nossas ruas estão mais eficientes, com seis novas rotas de ônibus rápido
em toda a cidade; nossa infraestrutura está em bom estado de manutenção. Então
nossas estradas, pontes e barcos estão nas melhores condições que já tiveram em
muitas gerações. Gastamos mais de US$ 5 bilhões nisso apenas nos últimos cinco
anos. Em todas as medidas temos feito enorme progresso.

Muitas cidades são como Nova York - são ótimas para caminhar, mas não
existem muitos lugares para se sentar. Por isso trabalhamos num programa de
bancos. Instalamos mil bancos pela cidade. Eles são cruciais para fazer que as
pessoas desfrutem a cidade.

Cada cidade é diferente, você tem que adaptar a estratégia dependendo do lugar,
tem que considerar os ativos, examinar onde quer crescer, quais são as áreas que
precisam de ajuda, e então você considera qual é a melhor combinação de
ferramentas - uma área de pedestres aqui, uma passarela acolá, um sistema de
ônibus rápido. Não existe uma única fórmula para todos os lugares.
Fonte:Valor Econômico

Bogotá

“Um ônibus com cem passageiros tem direito a cem vezes mais espaço de vias do
que um carro com um”, diz Peñalosa em entrevista por telefone a Exame em
setembro de 2013.

Em Bogotá, entre 1998 e 2001, ele foi responsável por medidas que seguem esta
visão: construiu mais de 300 km de ciclovias, restringiu tráfego de carros em horários
específicos, proibiu o estacionamento em calçadas e o restringiu no centro da cidade,
além de construir vias exclusivas para trajetos de ônibus. Para os pedestres, as
calçadas foram alargadas e mais de mil parques foram construídos ou totalmente
reformados.

No último ano do mandato de Peñalosa, a cidade de mais de 7,1 milhões de


habitantes recebeu o prêmio Stockholm Challenge pelo seu sistema de transporte de
massa baseado em ônibus, o TransMilenio, que foi inspirado nos BRT de Curitiba, no
Brasil.

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Antes do sistema, em 1998, uma viagem de 30km no transporte público levaria 2
horas e 15 minutos. Dez anos depois, o mesmo trajeto é feito em 55 minutos,
segundo Angelica Castro, ex-gerente do TransMilenio, em entrevista em 2008 para
Streetfilms. O sistema é intermodal, com ciclovias que levam até as estações e
estacionamentos gratuitos para bicicletas. Alguns pequenos ônibus trafegam pelas
ruas menores levando pessoas para as estações do TransMilenio, de graça.

Cerca de 1,4 milhão de pessoas usam o transporte por ônibus rápidos criado e
implementado na administração de Peñalosa todos os dias em Bogotá. A principal
diferença do sistema está, além do uso de faixas exclusivas para eles, nas estações.
Elas se parecem com estações de metrô, onde o pagamento é feito previamente e as
plataformas são niveladas com o chão do ônibus.

Bogotá ainda tem problemas com trânsito e congestionamento, mas se orgulha, além
do TransMilenio, de ser uma cidade que promove o ciclismo. “Hoje, ainda que seja
muito pouco, para cada três pessoas que andam de carro, uma anda de bicicleta”, diz
o ex-prefeito. Por lá, porém, ele admite que ainda faltam muitas coisas a serem feitas.
Fonte:Exame

Londres

Partindo de 2001 e 2002 --antes de existir o pedágio urbano-- até hoje, registra-se
que a circulação de carro no centro de Londres, onde fica a área de cobrança, caiu
pelo menos 21%, contra os 13% de média em toda a cidade.

Os dados da Transport for London, empresa de transporte local, apontam, no mesmo


período, um crescimento de 59,7% nas viagens de ônibus, 42% de metrô e trens e
66% no uso de bicicletas. A população da cidade cresceu 12%, ou seja, é uma
parcela cuja maioria provavelmente se juntou ao grupo que usa o transporte público.

Não existe catraca na cobrança do pedágio urbano. Quem circula de carro por
aquelas áreas, de segunda à sexta, entre 7h e 18h, deve pagar 10 libras (cerca de R$
36).

O pagamento pode ser feito pela internet, telefone, num posto de atendimento, até a
meia-noite do dia referente. Quem quiser, opta por pagamentos adiantados, de três
meses a um ano.

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Ao todo, 197 câmeras registram os carros que passam pelo local e conferem se o
dono pagou ou não a taxa. Se não pagou, a multa pode chegar a 195 libras (R$ 700).
Moradores da região têm desconto de 90%.
Fonte: Folha de São Paulo

Pequim

Na tentativa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs), a capital da


China, Pequim, tomou a seguinte decisão: reduzir em cerca de 40% o limite para
vendas de carros novos em 2014 - afirmou nota publicada pelo governo local. Para se
ter ideia, os altos níveis de poluição obrigaram a China a, praticamente, paralisar no
mês de outubro um importante centro urbano com uma população de 11 milhões de
habitantes: a cidade de Harbin.

Ainda de acordo com o documento divulgado pelo governo, até 2017, Pequim
permitirá a emissão de 150 mil novas placas de carro, por ano, o que representa uma
queda de 90 mil. Com isso, a comercialização de automóveis estará limitada a 600
mil unidades - menos que o total vendido na cidade apenas em 2010.

A China pretende limitar as vendas de veículos em mais oito cidades. Atualmente, a


regra já funciona para Xangai, Guangzhou e Guiyang, além de Pequim, onde os
compradores têm que participar de leilões de placas ou de sorteios.

Além disso, o governo emitirá uma proporção maior de placas a compradores de


veículos com novas motorizações, que precisam de menores quantidades de
gasolina ou utilizem energias alternativas. Isso pode beneficiar montadoras de carros
elétricos, como a BYD.
Fonte:Portal EcoD

COMPONENTES DOS SISTEMAS DE TRANSPORTES

Definições:

SISTEMA DE TRANSPORTE – Um conjunto de elementos que fornecem e dirigem


ações para que o transporte ocorra. Definição de Morlok (1978).

Analisaremos o Sistema de Transporte como uma questão sistêmica. Para tal, utiliza-
se a teoria dos sistemas. Para Chiavenato (1993) a teoria geral de sistemas assevera

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que as propriedades dos sistemas não podem ser descritas significativamente em
termos de seus elementos separados. Segundo a teoria, a compreensão dos
sistemas somente ocorre quando os sistemas são estudados globalmente,
envolvendo todas as interdependências de suas partes.

O Sistema de Transporte possui quatro elementos básicos dentre seus componentes,


que são:

(i) O veículo;

(ii) A via;

(iii) Os terminais;

(iv) O Plano de Operação.

VEÍCULO - Meio usado para movimentar pessoas e cargas.

Tipos de Veículos:

Terrestres: Carro, Caminhão, Ônibus, Reboque, Locomotiva, Bicicleta.

Hidroviários: Navio, Barco, Submarino, Balsas.

Aéreos: Dirigível, Avião, Helicóptero, Balão.

Os veículos podem ser puxados por animais, como carroças e carros de boi. No
entanto, os animais não são chamados veículos mesmo quando eles são usados
como meio de transporte. Ainda existem cargas que sua própria massa, ou seja, a
própria carga é o veículo, como no caso dos sistemas de transportes através de
dutos (Transportes Dutoviários).

VIAS – Conexões que unem pontos.

Caminho, criado pelo homem, para a passagem de algum meio de transporte. As vias
são construídas de acordo com as características dos veículos.

A via pode ser fixa e precisa, como nas ferrovias ou trajetória virtual indicativa, como
acontece com as vias de tráfego aéreo e marítimo.

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Tipos de Vias:

 Estradas, ruas, avenidas;


 Estradas de ferro;
 Hidrovias;
 Aerovias (corredores aéreos);
 Aeroportos;
 Gasoduto, oleoduto.

TERMINAIS – Pontos que dão início e fim das viagens. Estruturas dimensionadas
para o embarque e desembarque de pessoas e cargas.

Diferem das paradas pela maior infraestrutura oferecida.

Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo – é o maior terminal rodoviário do país, o


mais movimentado da América do Sul e o segundo mais movimentado do mundo,
superado apenas pelo Terminal Rodoviário de Nova York.

 Terminais de carga;
 Terminais Ferroviários;
 Terminais de Passageiros;
 Centro de Distribuição – mercado consumidor;
 Estoque - Loja.

PLANO DE OPERAÇÃO – Conjunto de procedimentos usado para manter um


sistema operando com uma circulação adequada de bens, veículos e pessoas.

 Procedimentos necessários a operação e funcionamento dos sistemas de


transportes;
 Garantia de fluxo seguro e ininterrupto;
 Simples (tabela de horários);
 Muito complexo (Sistema de semáforos inteligentes com operação em tempo
real, esquemas de bombeamentos de oleodutos).

Fatores exógenos (condicionantes externos)

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Num sistema de transporte é necessário considerar algumas condicionantes
externas, os chamados fatores exógenos, anteriores e independentes do próprio
processo de planejamento, que interferem nas relações entre os elementos do
sistema de transporte e aumentam a complexidade e as dificuldades no processo de
diagnose e de planejamento.

Os fatores exógenos representam as condições às quais o sistema de transporte está


submetido, e que não está sob seu controle.

Alguns exemplos de condicionantes exógenas encontram-se listados a seguir,


segundo suas instâncias. É importante ressaltar que a influência destas
condicionantes varia para cada situação, e que podem estar além destas listadas:

 Políticas:
o Coordenação e cooperação política entre diferentes esferas do
governo;
o Relações entre gestores e operadores;
o Coordenação e cooperação entre diversos sistemas urbanos
(transporte x outros).
 Socioeconômicas e culturais:
o Nível de escolaridade;
o Renda e poder de compra (capacidade para pagamento da tarifa);
o Costumes e preferências na escolha modal;
o Características no uso e ocupação do solo;
o Sexo, raça, idade e religião.
 Infraestrutura e materiais disponíveis e acessíveis:
o Percursos (vias) disponíveis e com boas condições de trafegabilidade;
o Embalagens (para cargas) e veículos disponíveis;
o Força motriz disponível;
o Localização e concentração de comércio e serviços.
 Aspectos morfoclimáticos:
o Condições de topografia e relevo;
o Condições de Clima (permanentes e sazonais).

Diferentes sistemas, atributos para opção

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Cada perfil de demanda possui suas exigências particulares de transporte, que
determinam o modo e um sistema preferencial a ser utilizado. Desta forma, não há
um sistema de transporte que possa ser definido como “ideal” para todas as
situações. Contudo existem princípios que se aplicam à maior parte das situações e
suas respectivas escolhas.

Quando consideramos diferentes modos ou opções de serviço, competindo em uma


mesma região, alguns atributos dos diferentes sistemas são avaliados para a escolha
da melhor alternativa. Estes atributos devem ser considerados na etapa de
diagnóstico e em todo planejamento, seja para previsão de demandas, seja para
melhorias operacionais.

O desempenho do sistema está diretamente relacionado ao atendimento que o


transporte proporciona às expectativas do usuário, quando este faz a opção pelo seu
uso. Por este motivo, o reconhecimento da situação atual (diagnóstico) e da situação
desejada é essencial para o processo de planejamento.

Os principais atributos considerados pelos usuários para fazer a sua opção são:

 Confiabilidade

Caracterizada pela exatidão no cumprimento do horário e itinerário do serviço,


quando para este existe uma programação pré-estabelecida.

 Acessibilidade

Maior menor facilidade de ingresso no transporte, distinguindo-se dois aspectos:


acessibilidade locacional (proximidade aos pontos de embarque), e acessibilidade
temporal (freqüência dos serviços). Por razões técnicas, econômicas ou legais nem
sempre um sistema, ainda que aparentemente próximo, pode ser acessado no local
ou no momento em que a demanda necessite dele.

 Tempo de deslocamento

É um dos atributos de mais fácil percepção e importância para a escolha e


corresponde ao tempo gasto para efetuar o deslocamento entre locais de origem e
destino.

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 Conveniência

Reflete aspectos relacionados diretamente às características gerais do sistema. Pode


ser relativo à operação (necessidade de transferências, períodos de atendimento,
sistema de cobrança, formas de solicitação do serviço) ou relativos aos aspectos
físicos (condições dos pontos de acesso ao sistema, terminais, disponibilidade de
estacionamentos, disponibilidade de veículos e embalagens adequadas).

 Conforto

As condições de conforto são, em parte, subjetivas. Podem ser incluídos fatores


como a ocupação do veículo, a possibilidade de ir sentado, a temperatura interna,
ruído, aceleração/desaceleração, altura nos degraus, largura das portas, disposição e
material dos assentos. Atributo aplicado especialmente no transporte de passageiros.

 Segurança

Proteção das pessoas em relação aos acidentes e contra crimes (roubos, agressões,
furtos). No transporte de cargas a segurança refere-se à garantia de integridade das
cargas, bem como a segurança contra roubos durante o trajeto.

 Custos (tarifas) e Economicidade

Oferecer um custo compatível com o valor do seu serviço. Este atributo costuma
possuir interpretação subjetiva, pois depende da valoração que o usuário dá ao
transporte.

 Disponibilidade

Corresponde ao potencial de utilização do sistema, por estar operacionalmente


presente.

 Qualidade de serviço
 Avalia-se a qualidade do serviço oferecido (em parte subjetiva). A qualidade é
decorrente, dentre outros fatores, do desempenho operacional global, da
confiabilidade, da eficiência e do cuidado do transportador.

21
Conclusão

O Planejamento do sistema de transporte situa-se claramente na categoria de


planejar sistemas complexos, pois possuem as seguintes características:

 Grande número de elementos;


 Muitas interações entre elementos;
 Os atributos dos elementos não são predeterminados;
 As interações entre elementos são pouco organizadas, não lineares e
probabilísticas em seu comportamento;
 Os subsistemas individuais evoluem com o tempo;
 Os subsistemas são subjetivos e geram seus próprios objetivos;
 O sistema está sujeito às influências do contexto e do ambiente.

MODALIDADES DE TRANSPORTE

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Transporte realizado sobre linhas férreas, efetuado por um trem, também


chamado de comboio. Transporta pessoas e mercadorias.

Característica importante da linha férrea:

Diferenciação das linhas pela bitola. Bitola é a distância entre os trilhos de uma
ferrovia.

No Brasil são basicamente 3 tipos:

 Bitola larga – 1,60m (bitola irlandesa);


 Bitola métrica – 1,00m (a mais comum no país);
 Bitola mista – linhas com diferentes bitolas.

22
As novas tecnologias estão adotando a bitola internacional – 1,435m. Sendo
a linha que utiliza bitola maior do que 1,435m considerada bitola larga e as que
utilizam bitola menor do que 1,435 são consideradas linhas de bitola estreita.

No Brasil, grande parte da malha ferroviária está concentrada nas regiões sul
e sudeste, com predominância para o transporte de carga.

A Estrada de Ferro Vitória a Minas (bitola métrica) e a Estrada de Ferro


Carajás (atua entre Pará e Maranhão, bitola 1,600m), ambas administradas pela Vale
S.A., são as únicas a fazerem este serviço de transporte de passageiros à longa
distância – aproximadamente 900km.

A Rede ferroviária brasileira possui 30.129 quilômetros de extensão, sendo:

 Bitola larga (irlandesa) - 1,600 m: 4.057 km


 Bitola Padrão internacional - 1,435 m: 202,4 km
 Bitola métrica - 1,000 m: 23.489 km
 Bitola Mista - 1,600 m (1,435 m) / 1,000 m: 336 km

Também existem bitolas de 0,600 e 0,762 m em trechos turísticos.

Comparações da bitola métrica com bitolas mais largas:

Vantagens:

 Curvas de menor raio.


 Menor largura em aterros, cortes, terraplenos e obras de arte.
 menor consumo de lastro.
 Menor consumo de dormentes. (volume)
 Menor resistência à tração e a inércia.
 Material rodante sensivelmente mais barato.

Desvantagens:

 Menor capacidade de tráfego.


 Menor velocidade e estabilidade.
 Conversão de material de tração importado com limitações.
 A bitola métrica é significativamente mais barata para ser implantada.

23
Mapa da rede ferroviária brasileira (2012) – Ministério dos Transportes.

24
Mapa da rede ferroviária do sudeste.

Características do Transporte Ferroviário de Carga no Brasil:

71% da carga transportada no Brasil é Minério de Ferro. Também é


transportado soja, açúcar e milho.

Vantagens:

 Grande capacidade de carga (No país tem um trem de carga, que é


considerado o maior do mundo, ele tem 3.500m, 330 vagões, atua na Estrada
de Ferro Carajá);
 Adequado para grandes distâncias;
 Elevada eficiência energética (utilização racional de energia, sem grandes
perdas energéticas, otimização do uso das fontes de energia);
 Baixo custo de transporte;
 Baixo custo de manutenção;
 Possui maior segurança (em relação ao modal rodoviário, visto que ocorrem
poucos acidentes, furtos e roubos);
 Pouco poluente.
25
Desvantagens:

 Alto custo de implantação;


 Transporte lento devido às suas operações de carga e descarga (porém em
uma pesquisa feita em 2011, mais de 75% dos clientes estão satisfeitos com o
tempo);
 Baixa flexibilidade com pequena extensão da malha;
 Baixa integração entre estados.

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento

Expansão da malha ferroviária para permitir a ligação a áreas de produção


agrícola e mineral a portos, indústrias e mercado consumidor. Para isso, o governo
quer a revisão do modelo regulatório, para criar um ambiente mais competitivo no
transporte de cargas, incentivar a utilização da capacidade da infraestrutura
ferroviária e estimular novos investimentos. Quer ainda garantir carteira de projetos
para ampliar e melhorar a utilização da malha, integrando-a aos demais modais de
transporte (rodovias e hidrovias). Outra diretriz importante é o investimento em trens
de alta velocidade – Rio- São Paulo-Campinas, São Paulo-Curitiba, Campinas-
Triângulo Mineiro e Campinas-Belo Horizonte.

 Mapa expansão ferroviária:

26
TAV – Trem de Alta Velocidade (Trem Bala)

O TAV Rio – São Paulo – Campinas é o trem de alta velocidade previsto no


PAC que permitirá rapidez no transporte de passageiro entre as maiores metrópoles
do país - Rio e São Paulo, além de ligar os dois maiores aeroportos internacionais do
Brasil.

A obra prevista inicialmente em R$ 30 bilhões e conhecida popularmente


como trem bala causa polêmica entre a sociedade. A obra está prevista para operar
seu primeiro trecho em 2020.

 Comprimento total – 518Km


 Velocidade máxima – 350Km/h;
 Bitola padrão internacional (1,435m);
 Percurso Rio – São Paulo – 1h30.

Transporte Ferroviário Urbano

Análise do transporte ferroviário urbano na cidade de São Paulo:

Metrô de São Paulo:

 Primeiro trecho começou a operar em 1974 – Jabaquara – Vila


Mariana;
 Malha metroviária de 74,2Km;
 Transporta 4,5 milhões de passageiros por dia;
 Linhas 1,2 e 3 - possuem bitola irlandesa – 1,600m, devido à tradição
ferroviária da época;
 Linhas 4 e 5 – possuem bitola padrão internacional – 1,435m.
 Líder em atratividade no transporte público municipal.

Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM:

 Em 1992 a CPTM recebeu como herança um sistema ferroviário de


quase um século de existência, completamente sucateado;
 Malha ferroviária de 260,8Km – 6 linhas;
 Atende 22 municípios;

27
 Transporta 2,6 milhões de passageiros por dia, só as estações Brás,
Luz e Barra Funda recebem juntas quase 50% do movimento diário;
 As linhas possuem bitola irlandesa – 1,600m.

Em construção: MONOTRILHO

O Metrô de São Paulo, de forma inovadora, está implantando, no município


de São Paulo, o sistema do Monotrilho, que atenderá à população da Zona Leste, de
Ipiranga a Cidade Tiradentes.

Movido a eletricidade, opera sem condutor e viaja a uma velocidade de até


80km/h, com intervalo entre trens de 90 segundos.

 Sistema de Monotrilho, trem com tração elétrica e sustentação por


pneus, que se desloca sobre uma viga de 69 centímetros de largura,
com pneus laterais para guia e estabilização.
 Vias e Estações em elevado – altura entre 12 e 15 m.
 Velocidade Comercial Mínima: 35 km/h.
 Greide Máximo = 6%. Dois Pátios, Oratório e Ragueb Chohfi, com
capacidade para 27 trens cada.

O sistema do Monotrilho proporcionará:

 Mesma qualidade de serviço do Metrô subterrâneo


 Diminuição da poluição atmosférica
 Conforto e rapidez nas viagens
 Menor tempo nos deslocamentos
 Maior integração entre os bairros
 Melhoria no trânsito
 Aumento da mobilidade
 Ampliação dos investimentos da região
 Geração de novos empregos
 Geração de novos polos de comércio e serviços.

28
Desvantagens do Monotrilho

A grande desvantagem do monotrilho é, em casos de emergência, não ter


plataformas para abandonar a área, ou ainda, serem muito estreitas e de difícil
circulação.

Outro impacto negativo seria a degradação da paisagem urbana, devido à


estrutura elevada dos trilhos.

VLT – Veículo Leve sobre Trilhos – Metrô de Cariri – Ceará

A linha possui 13,6 km de extensão, entrou em operação em 2009. O Metrô


do Cariri é um trem de superfície, operado por veículo leve sobre trilhos (VLT),
composto por duas composições com tração diesel hidráulica e mecânica.

Cada composição é formada por dois carros equipados com ar condicionado


e capacidade de transporte de 330 passageiros por composição.

Os trens foram fabricados pela empresa Bom Sinal, do município de


Barbalha, também no Cariri. Velocidade operacional de 60Km/h.

O trecho adotado é o mesmo do antigo ramal ferroviário do Crato, utilizado


pela Rede Ferroviária Federal S.A. – RFFSA, até o início dos anos 80. Atualmente, o
ramal tem sua operação de cargas administrada pela concessionária Transnordestina
Logística S/A até o distrito de Muriti, município do Crato. O trecho entre Muriti e a
antiga estação do Crato, cerca de 4km, foi desativado há mais de

vinte anos, sendo necessária a implantação de nova via. O restante do


trecho (entre Muriti e Juazeiro do Norte) passou por serviços de remodelação,
necessários ao atendimento das condições mínimas de operacionalidade e
segurança de um sistema de transporte ferroviário de passageiros.

Malha Ferroviária Urbana no Brasil e no mundo

Em um breve comparativo da malha ferroviária urbana de transporte de


passageiros, nas grandes cidades do mundo, observamos que a cidade com maior
malha ferroviária urbana (dados de 2011) é Xangai, com 420Km de ferrovias urbanas,
Nova York tem 418Km, Londres tem 408Km e São Paulo tem 74,2Km.

29
O Estado de São Paulo prevê que em 2030 a região Metropolitana de São
Paulo estará servida de uma malha metroviária de 342Km e ferroviária de 448Km.

MODALIDADES DE TRANSPORTE

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

O transporte aquaviário é subdivido em transporte marítimo e transporte


fluvial.

TRANSPORTE MARÍTIMO

Transporte marítimo é o tipo de transporte aquaviário realizado por meio de


embarcações para deslocamentos de passageiros e mercadorias utilizando o mar
aberto como via. Pode ser de cabotagem/costeira (cuja navegação marítima é
realizada entre pontos da costa ou entre um ponto costeiro e um ponto fluvial) ou de
navegação de longo curso/internacional (navegação entre portos brasileiros e
estrangeiros).

Navegação de cabotagem, também chamada de navegação do escoamento


da produção nacional, é aquela realizada pela costa do território nacional para fins de
transporte entre os portos do mesmo país. Este tipo de navegação pode ser
encontrado no transporte entre dois portos marítimos ou entre um porto marítimo e
um fluvial.

Vale destacar que na navegação de cabotagem, podem ser destacados


alguns pontos positivos como: redução dos impactos ambientais encontrados no
transporte rodoviário de cargas como poluição sonora, poluição do ar,
congestionamentos, acidentes, etc.; e aumento da eficiência energética nacional
devido ao baixo consumo de combustível se comparado com outros modais.

Além dos pontos positivos citados, para o Brasil, que possui uma imensa
costa litorânea, este tipo de transporte se torna bem atrativo se integrado com os
outros tipos de modais existentes no país.

Destaca-se que o transporte marítimo é o principal tipo de transporte nas


comercializações internacionais e pode transportar diversos tipos de produtos como
veículos, cereais, petróleo, alimentos, minérios, combustíveis, etc.

30
 Características do transporte marítimo de carga no Brasil:

Vantagens:

 Grande capacidade de carga;


 Pode transportar cargas de grandes tamanhos;
 Baixo custo de transporte para grandes distâncias;
 Transporta diversos tipos de cargas;
 Flexibilidade superior ao transporte hidroviário;

Desvantagens:



Veículos

Navio de carga geral - É o navio que se destina ao transporte de vários


gêneros, geralmente em pequenos lotes – sacarias, caixas, veículos encaixotados ou
sobre rodas, bobinas de papel de imprensa, vergalhões, barris, barricas, etc. Tem
aberturas retangulares no convés principal e cobertas de carga chamadas escotilhas
de carga, por onde a carga é embarcada para ser estivada nas cobertas e porões. A
carga é içada (suspensa) ou arriada do cais para bordo ou vice-versa pelo
equipamento do navio (paus de carga e ou guindastes) ou pelo existente no porto.

Navios gaseiro - São os navios destinados ao transporte de gases liquefeitos.


Caracterizam-se por apresentarem acima do convés principal tanques típicos de
formato arredondado.

Navios Químicos - São os navios parecidos com os gaseiros, transportando


cargas químicas especiais, tais como: enxofre líquido, ácido fosfórico, soda cáustica,
etc.

Navios Tanque - São os navios para transporte de petróleo bruto e produtos


refinados (álcool, gasolina, diesel, querosene, etc.). Caracterizam-se por sua
superestrutura a ré e longo convés principal quase sempre tendo à meia nau uma

31
ponte que vai desde a superestrutura até a proa. Essa ponte é uma precaução para a
segurança do pessoal, pois os navios tanques carregados passam a ter uma
pequena borda livre, fazendo com que no mar seu convés seja "lavado" com
frequência pelas ondas.

Navio Ro-Ro - "Ro-Ro" é uma abreviatura para "Roll on-Roll off" — é um tipo
de cargueiro para o transporte de automóveis e outros veículos, de modo a que estes
entrem e saiam do navio pelos seus próprios meios. No seu convés também
costumam ser transportados containers.

Navio Porta-Containers - São os navios semelhantes aos navios de carga


geral, mas normalmente não possuem além de um ou dois mastros simples sem paus
de carga.

As escotilhas de carga abrangem praticamente toda a área do convés e são


providas de guias para encaixar os containers nos porões. Alguns desses navios
apresentam guindastes especiais.

Navios de Passageiros – Para viagens de lazer, é considerada uma das


maiores atratividades da indústria do turismo.

Navio Graneleiro - Navio especializado no transporte de mercadorias a


granel (Açúcar, Soja e Ferro) e subdividem-se em alguns tipos como: Petroleiro -
transporta hidrocarbonetos; OBO (Ore, Bulk, Oil) transporta alternado de mercadoria
seca, hidrocarbonetos ou minério a granel, (Ore Bulk) transporta mercadorias
pesadas (minério) e o (Dry Bulk) transporta mercadoria seca a granel.

Navio Ore-Oil - São os navios de carga combinada, ou seja, transportam


minério e petróleo.

32
 Mapa do Transporte Marítimo Brasileiro

PORTOS

Um porto marítimo é uma área protegida localizada na beira do mar


destinada ao atracamento de embarcações. No porto, além da finalidade de local de
atracamento, são realizadas operações de carga, descarga, transporte e
armazenamento de mercadorias.

Entrada para o comércio internacional, os portos são responsáveis por


grande parte das importações e exportações de um país e são considerados como
mecanismos de desenvolvimento econômico.

A partir do ano de 2007, com a criação da Secretaria Especial de Portos, a


infraestrutura marítima deixou de ser atribuição do Ministério dos Transportes e
passou a ser regida pela nova pasta, vinculada à Presidência da República. É a
Secretaria Especial de Portos (SEP) a responsável pela formulação de políticas e

33
pela execução de medidas, programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da
infraestrutura dos portos marítimos. Já os portos fluviais e lacustres são de
competência do Ministério dos Transportes.

Segundo a SEP, “Com uma costa de 8,5 mil quilômetros navegáveis, o Brasil
possui um setor portuário que movimenta anualmente cerca de 700 milhões de
toneladas das mais diversas mercadorias e responde, sozinho, por mais de 90% das
exportações.”

Existem hoje 34 portos públicos marítimos sob a gestão da SEP. 23 deles


são administrados diretamente pelas Companhias Docas, que são sociedades de
economia mista, que têm como acionista majoritário o Governo Federal.

Porto de Santos – Principal Porto Brasileiro

O porto é administrado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo


(Codesp).

 Área do Porto – 7.765.100m2;


 Extensão – 13.013m;
 Profundidade entre 5,0 e 13,5m;
 Cais, número de berços: CODESP – 53, terminais privativos – 11.

Maior problema encontrado nos portos brasileiros – acesso a terminais

Porto de Santos – 28/05/13 - Depois de provocar um congestionamento de


50 quilômetros (km) nas estradas do Sistema Anchieta-Imigrantes, a prefeita de
Cubatão, Márcia Rosa (PT), teve de suspender o decreto municipal assinado sexta-
feira. O documento limitava o horário de funcionamento dos pátios reguladores (onde
ficam estacionados os caminhões rumo ao Porto de Santos) das 8 às 18 horas.

Fora desse horário, o local tinha de ser fechado – um contrassenso diante da


decisão do governo, no início do mês, de determinar a operação 24 horas dos portos
públicos para amenizar os gargalos logísticos. Desde fevereiro, com a safra recorde
de milho e soja, o Porto de Santos – e seus acessos – está sobrecarregado.

O decreto da prefeita provocou um caos generalizado na região, travando


não só a descida para Santos como também a subida da serra. De acordo com a

34
Ecovias, o tráfego ficou parado desde a praça de pedágios, no planalto. Os
caminhoneiros eram os mais revoltados com a situação, uma vez que foram pegos de
surpresa com a medida. Sem lugar para estacionar, ficaram parados na estrada
desde a madrugada.

A Companhia Docas do Estado de São Paulo disse entender que a medida


tomada pela prefeitura de Cubatão compromete a logística de acesso aos terminais e
não entende de que forma a limitação no horário de funcionamento dos Pátios
Reguladores irá reduzir os impactos no município.

Os problemas de congestionamento para acessar o Porto de Santos não são


novos. No mês passado, por exemplo, vias da região apresentaram lentidão várias
vezes. Faltam pátios para os caminhoneiros estacionarem os veículos e acessos que
evitem congestionamentos. A solução definitiva ainda deve demorar alguns anos.

Mais de 15 mil caminhões circulam por dia no Porto de Santos. O número


varia de acordo com o período. Em março, em meio à safra de grãos, a média foi de
20 mil ao dia. Os dois pátios onde os caminhões podem estacionar ficam em Cubatão
(SP). Juntos, têm capacidade para pouco mais de 1.500 veículos por dia. Sem ter
onde estacionar, os outros mais de 14 mil ficam parados nas estradas. Com a regra
da prefeitura de Cubatão, o problema foi agravado.

Engarrafamentos e falta de pátios para caminhões são comuns nos portos.

A dificuldade de acesso aos terminais de carga é o principal problema nos


dez maiores portos brasileiros, responsável por atrasos na entrega, aumento dos
preços e prejuízos às empresas envolvidas nas operações. Além de
congestionamentos em rodovias que levam aos portos, falta de pátios para
estacionamento de caminhões, planos de movimentação ineficientes e outros
problemas em terra, há ainda restrições para a navegação dos navios por conta da
baixa profundidade, entraves burocráticos e embaraço na execução de obras.

A solução para essas e outras questões motivou a criação da nova Lei dos
Portos, aprovada no mês passado pelo Congresso Nacional em forma de medida
provisória e sancionada pela presidente Dilma Rousseff, com objetivo de modernizar
os portos do país. A chamada MP dos Portos estabelece novos critérios para a

35
exploração e arrendamento (por meio de contratos de cessão para uso) para a
iniciativa privada de terminais de movimentação de carga em portos públicos.

A intenção do governo é ampliar investimentos privados e modernizar os


terminais, a fim de baixar custos de logística e melhorar condições de competitividade
da economia brasileira.

Acesso é problema em Santos

O Porto de Santos, que em 2012 foi responsável por um quarto das trocas
comerciais do país, deve receber R$ 7 bilhões em investimentos até 2024, segundo a
Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o terminal. Em
10 anos, o atual movimento de 104 milhões de toneladas de carga deve subir para
230 milhões.

Para que o aumento seja viável, o porto busca soluções para alguns de seus
principais problemas, como a melhoria do acesso aos terminais para colocar fim aos
engarrafamentos nas rodovias Anchieta e Cônego Domênico Rangoni.

Hoje, caminhoneiros chegam a ficar mais de 24 horas parados nas estradas


até conseguirem descarregar os produtos, já que não há pátios suficientes para
estacionamento. O atraso na entrega encarece os produtos. Em 2012, segundo
dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os
navios ficaram, em média, mais de 18 dias no porto até serem carregados com milho,
sendo 87,4% do tempo gasto na espera para atracar. Até 20 de março desse ano, de
acordo com o Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São
Paulo, o prejuízo para os agentes marítimos foi de R$ 115 milhões. Estima-se que
cada navio atracado custe cerca de R$ 100 mil por dia.

Vitória perde linhas internacionais

Com estrutura de acessos marítimo, ferroviário e rodoviário que não atende à


demanda de cargas, o Porto de Vitória perde linhas de navegações internacionais de
carga para terminais de outros estados. Atualmente só navios de Xangai, na China,
atracam no local.

36
Segundo o superintendente geral de projetos da Companhia Docas do
Espírito Santo (Codesa), Eduardo Prata, o problema dos acessos marítimos, que
afeta a eficiência do porto, está sendo resolvido com as obras de dragagem e
derrocagem, que devem ser concluídas até dezembro de 2013. Segundo a Codesa,
cerca de R$ 500 milhões serão investidos em três anos para resolver o problema.

Faz parte do projeto de infraestrutura a criação de um pátio de triagem para


estacionamento de caminhões, que deve melhorar o problema das filas que chegam
a durar três dias. Outro ponto que também deve ser resolvido com urgência é a
ampliação do horário de operação, fazendo o porto funcionar 24 horas. Esse é um
problema que também está ligado ao acesso, visto que o Porto de Vitória precisa
parar duas vezes ao dia, das 7h às 9h e das 17h às 19h, devido a um acordo com a
cidade para evitar movimentação nos horários de pico do trânsito.

Portos Bem Administrados:

 Porto de Tubarão – Vitória (Empresa Vale);


 Porto de Rio Grande – Rio Grande do Sul (Companhia Docas);
 Porto de Suape – Pernambuco (Companhia Docas)

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento - PORTUÁRIO

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2) está investindo na


melhoria dos portos brasileiros. De acordo com o último balanço do programa, de
janeiro a abril de 2012 foram concluídas três importantes obras de dragagem e
aprofundamento nos Portos de Santos (SP), Natal (RN) e Fortaleza (CE).

Além disso, o Porto sem Papel, que tem como objetivo desburocratizar os
trâmites do setor portuário reduzindo a emissão de papel, já está em operação nos
portos de Salvador, Aratu e Ilhéus (todos na Bahia), de Fortaleza e Pecém (ambos no
Ceará) e nos portos de Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES).

Os empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)


voltado para a área portuária dividem-se em: ampliação, recuperação e
modernização dos portos. Serão construídos sistemas de atracação e acessos
terrestres, serão realizadas dragagens, haverá desburocratização das operações
portuárias e construção de terminais de passageiros para a Copa de 2014. Assim,

37
haverá redução dos custos logísticos, melhoria da eficiência operacional portuária,
aumento da competitividade das exportações brasileiras e incentivo ao investimento
privado.

TRANSPORTE FLUVIAL

Transporte realizado através de hidrovias. As hidrovias podem ser rios, lagos


e lagoas navegáveis que receberam algum tipo de melhoria/sinalização/balizamento
para que um determinado tipo de embarcação possa navegar por esta via.

 As hidrovias podem ser rios, lagos e lagoas navegáveis que


receberam algum tipo de melhoria/sinalização/balizamento
para que um determinado tipo de embarcação possa trafegar
com segurança por esta via.
 É considerado o sistema mais barato e limpo;
 Menor participação no transporte de mercadoria no Brasil;
 Muitos rios do país são de planalto, apresentando-se
encachoeirados, portanto, dificultam a navegação;
 Os rios de planície, facilmente navegáveis, encontram-se
afastados dos grandes centros econômicos do Brasil.

Transporte Hidroviário no Brasil:

 63 mil Km de rios e lagos/lagoas;


 40 mil Km são potencialmente navegáveis;
 Ocorre atualmente em 13 mil Km (maioria na Amazônia).

38
39
Vantagens do modal fluvial:

 É o modal que apresenta menor custo


 Possui grande capacidade de carga, tornando-se econômico para
longas distâncias.
 Transporta mercadorias volumosas e pesadas.
 Custos de perdas e danos são o mais baixo se comparado aos outros
modais.
 Apresenta baixo custo de energia, por isso torna-se de menor impacto
ambiental.

Desvantagens do modal fluvial:

 Problemas portuários
 Transporte lento
 Disponibilidade limitada
 Como é geralmente associada à outra modalidade, requer instalações
e equipamentos para transbordo.
 Sofre com influências naturais:
 Relevo: Rios de planície são bons para navegação, mas os de
planalto costumam apresentar cachoeiras o que dificulta o percurso,
neste caso são necessárias comportas.
 Clima: Nas regiões muito frias os rios são utilizados na primavera e no
verão, já que no outono e no inverno eles congelam. Nas áreas com
secas, a navegação também sofre variação devido ao nível das
águas, o que pode ser resolvido com represas ou barragens.

O uso de uma rede hidroviária exige uma infra-estrutura que pode envolver a
abertura de canais para ligação de vias fluviais naturais, adaptação dos leitos dos rios
para profundidade, correção do curso fluvial, vias de conexão com outras redes, um
sistema de conservação, instalações portuárias, barragens entre tantos outros para
que possa haver um melhor aproveitamento. Além disso alguns rios podem
apresentar grande dificuldade de navegação para embarcações grandes já que
apresentam diferentes características ao longo do ano, além de problemas como
profundidade, trechos estreitos ou curvas fechadas. Porém como é um sistema de
alta rentabilidade, se houver necessidade de investimentos, estes são de rápido

40
retorno, mas o impacto ambiental e econômico que isso pode causar deve ser levado
em consideração.

Devido à vantagem econômica da navegação fluvial sobre os outros


transportes, cria-se uma pressão para que se opere com maiores embarcações em
determinado rio (mais cargas). É necessário, para evitar qualquer tipo de problema
que as embarcações estejam adequadamente projetadas, construídas e sendo
operadas, levando em consideração todas as características da via.

Veículos: embarcações – podem ser de carga e de passageiros. O uso de


passageiros pode ser para atendimentos médicos, transporte entre cidades, cultos
religiosos, exploração ambiental.

BARRAGENS E ECLUSAS

Definição de Barragem:

Barreira artificial construída em um curso de água para


retenção/represamento de grandes volumes de água.

Definição de Eclusa:

É um dispositivo utilizado nas barragens para vencer o desnível causado


pela mesma, fazendo com que o tráfego das embarcações possa ser realizado.

Barragens e Eclusas são construções, obras de engenharia hidráulica, feitas


pelo homem para solucionar dificuldades encontradas em cursos de água.

As barragens eram construídas desde a antiguidade com o intuito de reduzir


os impactos dos períodos de estiagem. Assim, eram construídas barreiras artificiais
para que pudessem ser armazenadas grandes quantidades de água provenientes
das chuvas e da vazão caudal do rio em que a barragem se encontrava.

O lago artificial formado por este armazenamento serve para diversos fins
como: irrigação, consumo humano, produção de energia, piscicultura, pesca, lazer,
fornecimento de água para indústrias, etc.

41
Vale destacar que a construção de uma barragem deve passar por uma
rigorosa fase de planejamento, pois a área em seu entorno sofrerá muitos impactos
ambientais. Tal fato leva a necessidade de um rigoroso processo de licenciamento
ambiental para a construção da mesma.

As eclusas das barragens também têm um papel importante no transporte


realizado nas hidrovias. Tais construções funcionam como uma espécie de escada ou
elevador para embarcações que desejam transpor um desnível num curso de água.

Portos Fluviais

O Brasil tem 16 portos fluviais, o Ministério dos Transportes é responsável


pela formulação de políticas e pela execução de medidas, programas e projetos de
apoio ao desenvolvimento da infraestrutura dos portos fluviais e lacustres.

O Porto de Manaus é o maior Porto Fluvial do país. Localizado à margem


esquerda do Rio Negro distante, 13 km da confluência com o rio Solimões, o Porto de
Manaus constitui a principal entrada para o Estado do Amazonas.

O porto, nas primeiras décadas do século XX, representava não apenas um


ponto de atividades mercantis, mas também a ligação cultural com o resto do mundo.
Todo esse rápido desenvolvimento tornou a cidade de Manaus referência de
evolução social, política, econômica e cultural.

42
 Regiões Hidrográficas do Brasil

43
Principais Hidrovias do País:

 Hidrovia do Madeira - (Corredor Oeste-Norte)

O rio Madeira é navegável numa extensão de 1.056 km, entre Porto Velho e
sua foz, no rio Amazonas, permitindo, mesmo na época de estiagem, a navegação de
grandes comboios, com até 18.000 t. Os investimentos na hidrovia compreendem
dragagens, derrocamentos, balizamento e sinalização. Atualmente, cerca de 2
milhões de t/a de cargas já são transportados pelo rio Madeira.

44
 Hidrovia do Guamá-Capim (Corredor Araguaia-Tocantins)

A hidrovia Guamá-Capim é um importante corredor de transporte de minérios


provenientes, na sua maioria, das ricas jazidas de caulim e de bauxita. Hoje, observa-
se a formação de relevantes pólos agropecuários, especialmente na região de
Paragominas. A área de influência da hidrovia abrange vários municípios,
destacando-se Paragominas, São Domingos do Capim e São Miguel do Guamá. A
hidrovia está sinalizada e dragada, com expectativa de movimentar 2 milhões t/a.

45
 Hidrovia do São Francisco (Corredor São Francisco)

O rio São Francisco é totalmente navegável em 1.371 km, entre Pirapora


(MG) e Juazeiro (BA) /Petrolina (PE), para a profundidade de projeto de 1,5 m,
quando da ocorrência do período crítico de estiagem (agosto a novembro). Sem
saída para o Atlântico, o rio São Francisco tem seu aproveitamento integrado ao
sistema rodo-ferroviário da região. A partir da implantação do sistema multimodal, o
escoamento da produção agrícola do oeste da Bahia, com foco na cidade de
Barreiras, banhada por um dos seus principais afluentes, o rio Grande, é realizado
por rodovia até a cidade de Ibotirama na margem do São Francisco, descendo o rio
pelo transporte hidroviário até Juazeiro/Petrolina, e deste, por ferrovia, para o Porto
de Aratú (BA). No quilômetro 42 acima de Juazeiro/Petrolina, situa-se a barragem de
Sobradinho, cuja transposição é realizada através de eclusa. A movimentação anual
fica em torno de 60.000 t/a.

46
 Hidrovia Tietê-Paraná (Corredores Transmetropolitano do Mercosul e
do Sudoeste)

A hidrovia Tietê-Paraná permite a navegação numa extensão de 1.100 km


entre Conchas no rio Tietê (SP) e São Simão (GO), no rio Paranaíba, até ltaipu,
atingindo 2.400 km de via navegável. Ela já movimenta mais de um milhão de
toneladas de grãos/ano, a uma distância média de 700 km. Se computarmos as
cargas de pequena distância como areia, cascalho e cana de açúcar, a
movimentação no rio Tietê aproxima-se de 2 milhões de toneladas.

 Hidrovia do Paraguai (Corredor do Sudoeste)

Essa hidrovia compõe um sistema de transporte fluvial de utilização


tradicional, em condições naturais, que conecta o interior da América do Sul com os
portos de águas profundas no curso inferior do rio Paraná e no rio da Prata. Com
3.442 km de extensão, desde Cáceres até o seu final, no estuário do rio da Prata,
proporciona acesso e serve como artéria de transporte para grandes áreas no interior
do continente. As principais cargas transportadas no trecho brasileiro são: minério de
ferro, minério de manganês e soja. Os fluxos de carga na hidrovia vêm crescendo nos

47
últimos anos, respondendo, justamente, à expectativa de interação comercial na
região. No território brasileiro, a hidrovia percorre 1.278 km e tem como principais
portos: Cáceres, Corumbá e Ladário, além de três terminais privados com expressiva
movimentação de carga. Entre 1998 e 2000 foram movimentadas mais de 6 milhões
de toneladas de cargas apenas no trecho brasileiro. O referido trecho da hidrovia
Paraguai/Paraná pode ser dividido em dois segmentos, devido às peculiaridades de
calado e formação dos comboios que trafegam na via. No trecho de Cáceres a
Corumbá, os comboios, com formação 2x3, trafegam compostos por chatas de 45 m
de comprimento e 12 m de largura, com calado assegurado de 1,5 m e que podem
transportar até 400 toneladas de carga. Em cerca de 3 meses ao ano, a navegação
no trecho sofrer limitações, e os comboios têm de operar com menos carga ou, em
estiagens rigorosas, deixar de navegar, principalmente, nos 150 km próximos à
cidade de Cáceres. Outro trecho é o que se estende de Corumbá até a foz do rio
Apa, onde trafegam comboios com formação 4x4, compostos por chatas de 60 m de
comprimento e 12 m de largura, com calado assegurado de 2,6 m, capazes de
transportar 20.000 a 25.000 toneladas de cargas. Fazem parte das Hidrovias do Sul
as Lagoas dos Patos e Mirim, o canal de São Gonçalo que liga o rio Jacuí a seu
afluente, Taquari e uma série de rios menores como Caí, Sinos e Gravataí, que
constituem o estuário do Guaíba. O rio Jacuí foi canalizado com a construção das
barragens eclusadas, compreendendo uma extensão de 300 km, para calado de 2,5
m. No rio Taquari foi implantada a barragem eclusada de Bom Retiro do Sul, que
vence um desnível máximo de 12,50 m, dando acesso ao Porto Fluvial de Estrela,
para embarcações de 2,5 m de calado. As embarcações que freqüentam esta
hidrovia são automotoras com capacidade de 3 mil toneladas. No porto de Estrela o
movimento chega a 650 mil t/ano. No passado, movimentou 1 milhão de
toneladas/ano. Na Lagoa dos Patos a navegação é realizada por embarcações
fluviomarítimas de até 5,10 m de calado, numa extensão de 250 km entre Rio Grande
e Porto Alegre.

48
 Hidrovias em projeto

A Diretoria de Infra-Estrutura Aquaviária vem adotando medidas de


implantação das hidrovias do Tocantins-Araguaia e do Tapajós. Ambas
importantíssimas para a viabilização da produção agrícola da região Centro-Oeste,
que será encaminhada aos portos do norte do País, com grandes reduções de
custos.

PAC Hidroviário

Os empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)


voltado para a área hidroviária têm o objetivo de ampliar e melhorar a navegabilidade
dos rios brasileiros. Tal objetivo será alcançado através da realização de dragagens,
derrocagens, sinalizações, estudos hidroviários e construções de terminais
hidroviários de carga e passageiros. Assim, haverá diminuição do custo de frete com
o crescimento do modal hidroviário, aumento na segurança da navegação e
planejamento do crescimento da navegação nos rios brasileiros.

49
PNIH - Plano Nacional de Integração Hidroviária

O Plano Nacional de Integração Hidroviária (PNIH), lançado no dia 19 de


fevereiro de 2013, foi concebido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários
(ANTAQ) visando a dois objetivos centrais: um estudo detalhado sobre as hidrovias
brasileiras e a indicação de áreas propícias para instalações portuárias. Para atingir
ao primeiro objetivo, idealizou-se o projeto intitulado “Desenvolvimento de Estudos e
Análises das Hidrovias Brasileiras e suas Instalações Portuárias com Implantação de
Base de Dados Georreferenciada e Sistemas de Informações Geográficas”.

Um dos objetos do PNIH, desenvolvido pela ANTAQ com o auxílio do


Laboratório de Transportes e Logística (Labtrans) da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), foi analisar diferentes cenários logísticos, buscando avaliar a
criação de terminais hidroviários e alternativas de escoamento utilizando as hidrovias
nacionais, inserida à matriz de transporte brasileira, a partir de trechos hidroviários já
navegados na atualidade ou potencialmente navegáveis. Em suma, são
apresentados, para seis bacias hidrográficas, a potencialidade de utilização do modal
hidroviário, terminais e vias, para o transporte de cargas, delimitados pelos cenários
de 2015, 2020, 2025 e 2030.

HIDROANEL METROPOLITANO DE SÃO PAULO

A hidrografia de São Paulo foi a principal estruturadora da metrópole: a


cidade se estabeleceu em volta dos rios e utilizou intensamente seus recursos para o
crescimento. No entanto, ao longo do rápido processo de expansão urbana, muitas
transformações foram operadas na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê reduzindo, por
um lado, o espectro de usos dos rios na cidade e aumentando, por outro, as
vulnerabilidades do complexo metropolitano.

As conseqüências desse processo são sentidas no cotidiano de São Paulo:


enchentes, alagamentos, dependência excessiva do transporte rodoviário e
desarticulação logística e urbanística dos rios com a cidade. As águas superficiais se
tornaram mais do que um problema hidráulico, elas são para São Paulo um problema
fundamentalmente urbano.

Para que a questão hídrica deixe de ser um entrave e se torne a questão


central da reestruturação urbanística da cidade, o desenvolvimento da metrópole

50
necessitará de uma ampla transformação dos seus rios: o Hidroanel Metropolitano de
São Paulo será um projeto pioneiro dessa mudança.

Todas as hidrovias que compõe o projeto do Hidroanel estão dentro da


própria metrópole, respeitando a ocupação do entorno e as características naturais
do sítio.

É necessária a utilização de embarcações-tipo em função das dimensões


mínimas dos canais estreitos e rasos de São Paulo, estabelecendo uma relação
adequada com a capacidade de carga. O termo Barco Urbano de Carga vem da sigla
VUC – Veículo Urbano de Carga, criado para diminuir a circulação de veículos de
grande porte na cidade. O BUC segue o mesmo princípio, uma embarcação adaptada
à circulação da cidade, onde as vias têm dimensões restritas.

O projeto do Hidroanel está alinhado às diretrizes da Política Nacional de


Mobilidade Urbana, que tem entre seus objetivos contribuir para o acesso universal à
cidade e mitigar custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de
pessoas e bens. Intimamente relacionados com o desenvolvimento urbano e bem
estar social, os bens deslocados na cidade são compreendidos no Estudo de Pré-
viabilidade do Hidroanel como sendo as cargas públicas e comerciais que transitam
no meio urbano.

A implementação do Hidroanel Metropolitano se justifica pelo transporte de


cargas públicas: sedimento de dragagem, lodo, lixo, entulho e terra. As Cargas
Públicas são de responsabilidade do Estado e seus gerenciamentos são
imprescindíveis para o funcionamento adequado da cidade. Esses cinco tipos de
cargas serão transportados e processados ao longo do Hidroanel.

As cargas pioneiras são os sedimentos de dragagem do rio, inaugurando o


transporte fluvial com os resíduos obtidos com a própria manutenção dos canais. A
geração de material de dragagem e de resíduos sólidos domésticos (2,5kg por
habitante por dia – Prefeitura de São Paulo, 2004) na RMSP configura demanda
suficiente para viabilizar os investimentos na hidrovia.

O programa de transporte associado ao modal hidroviário faz com que as


águas tenham um papel essencial na logística da metrópole, contribuindo para
reverter definitivamente a percepção do rio como um problema urbano. Ao colocar a

51
hidrovia como cerne da transformação, o rio se torna um elemento funcional da
cidade, cuja manutenção configura um investimento em uma atividade importante.

Os cinco tipos de cargas a serem transportadas pelo Hidroanel são resíduos


sólidos urbanos, que precisam ter, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
gerenciamento integrado incluindo coleta, transporte, transbordo, tratamento e
destinação final ambientalmente adequada.

Utilizando o Hidroanel para transporte e transformação das cargas, os


resíduos sólidos recebem tratamento a partir de um circuito de gerenciamento
integrado dentro da Metrópole de São Paulo.

Com a conclusão das obras do Hidroanel em 2040, prevê-se que o sistema


fluvial viabilize a política de aterro zero, em que praticamente todos os resíduos
sólidos são reciclados, reutilizados, biodigeridos ou, em última instância, incinerados.

A proposta do Hidroanel Metropolitano se ampara na Política Nacional de


Resíduos Sólidos (lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010), que estabelece o prazo de
quatro anos para significativa mudança das políticas públicas estaduais e municipais
de gestão dos resíduos sólidos. Entre outros pontos, fica proibido o uso dos
chamados lixões, espaços sem tratamento adequado dos resíduos, e a coleta dentro
desses espaços. O Plano estabelece que o resíduo deve ser triado dentro de
instalações apropriadas, e seu reaproveitamento deve ser considerado, desde a
reciclagem até o aproveitamento termelétrico.

A partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos o projeto do Hidroanel


define as cargas públicas a serem transportadas, triadas e enviadas aos destinos
adequados. Assim como estabelecido na lei, o projeto considera uma gestão
integrada dos resíduos, buscando economia, eficiência e qualidade no sistema. A
coleta dos Resíduos Sólidos na RMSP é feita hoje exclusivamente pelo sistema
rodoviário, através de caminhões coletores que também compactam a carga. O
sistema operante atende cerca de 50% do total da demanda diária da cidade, sendo
a carga coletada destinada a aterros sanitários na cidade de São Paulo e nos
municípios vizinhos. Porém, em função da ausência de uma gestão eficaz e
compartilhada dos resíduos da RMSP, aterros desativados continuam sendo
utilizados e lixões se proliferam. Sendo assim, a demanda de processamento dos

52
resíduos sólidos é urgente devido à sua quantidade desmesurada e crescente, e a
conseqüente escassez de espaço para comportá-los.

O sistema fluvial do Hidroanel de São Paulo é uma máquina urbana de


coleta, transporte, transbordo, triagem, processamento e destinação ambientalmente
adequada de resíduos sólidos. A operação do sistema é feita de forma sincronizada,
planejada e com baixo grau de ociosidade de infraestrutura e equipamentos.

O projeto do Hidroanel reduz significativamente a emissão dos gases de


efeito estufa tanto na redução do uso do transporte rodoviário quanto na destinação
final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. Os recursos oriundos de
créditos estipulados nos tratados internacionais de mudanças climáticas podem
financiar as obras do Hidroanel em etapas e tornar a operação do sistema ainda mais
atrativa.

O projeto do Hidroanel, além de transformar o leito dos rios, requalifica suas


margens, de forma que a orla dos canais e lagos tornam-se potenciais espaços de
lazer com parques e equipamentos urbanos. As eclusas, barragens e portos também
são espaços de atração com caráter didático sobre o funcionamento do sistema
hídrico e o gerenciamento dos resíduos sólidos.

A Metrópole Fluvial sugere novos usos das margens para atividades de


diversão e encontro, sendo esse caráter lúdico e funcional das águas elemento
fundamental para a consolidação do Hidroanel Metropolitano.

Cargas Comerciais Pioneiras

As Cargas Comerciais Pioneiras são aquelas provenientes do próprio


processamento ou reuso das TFUCPs. Dentro da lei da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, esse tipo de Carga Comercial seria o conjunto de RS Reversos.
Elas fecham, portanto, o ciclo dos produtos transportados pelas hidrovias,
representando um dos produtos finais do tratamento de RS na metrópole. A logística
de transporte dessas cargas deve ser considerada como parte integrante do
gerenciamento estatal.

53
Insumos para Construção civil

Existe na RMSP uma substancial movimentação de materiais agregados da


construção civil em função da elevada quantidade de obras em andamento. O maior
volume, dentre esses materiais, é o de areia. Observa-se que as pedreiras, de onde
se extrai a areia, se localizam, em sua maioria, na região do Vale do Paraíba, nas
proximidades de rios. Para viabilizar futuramente essa carga, do ponto de sua
extração até os portos de destino no Hidroanel, seria favorável, portanto, incorporar
os rios e afluentes do Vale do Paraíba no complexo total de hidrovias.

Deve-se considerar, além disso, que o entulho reutilizado após triagem pode
ser ainda mais interessante do que os materiais novos para a construção civil.

Hortifrutigranjeiros

Existe uma produção forte da agricultura urbana, principalmente nas regiões


periféricas da metrópole de São Paulo. A prefeitura já tem planos de incentivo à
formação de polos produtores de agricultura urbana, uma atividade econômica
interessante e que ajuda na preservação dos terrenos próximos aos reservatórios de
águas da cidade, que não podem ser contaminados. Os projetos em desenvolvimento
podem ser associados à navegação das cargas produzidas pela agricultura urbana,
denominadas “hortifrutigranjeiros”. Essa carga deve ter seus trajetos restritos e
curtos, tendo em vista a fragilidade e o grau de perecividade dos produtos e
consequentes condições específicas de transporte que os Hortifrutigranjeiros exigem.
As travessias podem ocorrer nas represas Billings e Taiaçupeba, e também nos lagos
propostos na região de Itaquaquecetuba, Suzano, Poá e São Miguel. Em cada cais
de desembarque dos produtos hortifrutigranjeiros, serão montados mercados que
atendem o consumo local que podem ser atrelados a mercados de pulga,
antiguidades e trocas (tipos de comércio que estimulam o reuso e trazem uma maior
consciência ambiental). Como colocado, os cais dos Ecoportos podem receber essas
atividades periódicas em seu programa.

Transporte Fluvial Urbano de Passageiros

O transporte de passageiros no Hidroanel abrange travessias lacustres, o


transporte público de passageiros e o transporte dedicado ao turismo e lazer. Este
último já acontece no trecho navegável do rio Tietê, atividade que deve ser ampliada

54
com a implantação do Hidroanel. O turismo fluvial tem o caráter educativo para a
difusão da cultura da navegação e deve atender a demanda de deslocamentos à
polos de turismo próximos da hidrovia e equipamentos flutuantes (teatros, bibliotecas,
etc.). O transporte público fluvial de passageiros deve estar integrado ao sistema
existente de transporte púbico, garantindo a intermodalidade. A travessia lacustre,
para o transporte de pessoas e veículos através de balsas, acontece atualmente na
represa Billings e deve ter sua rede ampliada.

Pontes

Na reestruturação de São Paulo através do Hidroanel, as pontes existentes


que atualmente não estão adequadas às condições mínimas de navegabilidade (que
não apresentam um vão mínimo entre pilares e altura) deverão ser submetidas às
obras de engenharia; em alguns casos deverá adotar-se a solução de pontes-móveis,
principalmente nas pontes ferroviárias. As pontes móveis são traçadas quando existe
a necessidade de continuidade de eixos viários urbanos transversais aos canais
navegáveis. Elas se abrem para permitir a passagem de embarcações. Dessa
maneira, essas pontes, levadiças, com contrapesos, giratórias, ou rotatórias, devem
substituir pontes em nível que não têm altura suficiente para a passagem de
embarcações. A função da ponte móvel é não dificultar o percurso dos pedestres e
ciclistas, e garantir a continuidade e conforto do passeio público, sem desnível, sobe-
desce, passarelas e túneis constrangedores.

Um terceiro tipo de ponte é a de pedestres, as passarelas: com rampas ou


elevadores hidráulicos, implantadas no Parque Fluvial num intervalo de 100 a 125m.

55
“A sabedoria acompanha os rios”, provérbio japonês.

MODALIDADES DE TRANSPORTE

TRANSPORTE AÉREO

O Transporte aéreo é o movimento de pessoas e mercadorias pelo ar com a


utilização de aviões ou helicópteros. O transporte aéreo é usado preferencialmente
para movimentar passageiros ou mercadorias urgentes ou de alto valor.

A partir da Segunda Guerra Mundial a aviação comercial assistiu a um


grande desenvolvimento, transformando o avião em um dos principais meios de
transporte de passageiros e mercadorias no contexto mundial.

O transporte aéreo foi o que mais contribuiu para a redução da distância-


tempo, ao percorrer rapidamente longas distâncias. Rápido, cômodo e seguro o avião
suplantou outros meios de transporte de passageiros a médias a longas distâncias.

Este meio de transporte implica construção de estruturas muito especiais. Os


aeroportos requerem enormes espaços e complicadas instalações de saída e entrada

56
dos voos. Por outro lado, os custos e a manutenção de cada avião são bastante
elevados. Tudo isto contribui para encarecer este meio de transporte.

As linhas aéreas cobrem todo o mundo, em 2010 foram registradas 54.317


rotas aéreas regulamentadas, mas de forma irregular encontrando-se uma maior
densidade nos países desenvolvidos, e países recentemente industrializados.

O volume de tráfego aéreo cresceu 5% entre 2011 e 2012, segundo estudo


da Amadeus Air Traffic Travel Intelligence divulgado em julho de 2013. A Ásia foi o
maior mercado – e também o mais competitivo e de crescimento mais rápido. O
crescimento foi de 9%, seguida pela América Latina, que registrou crescimento de 6%
entre 2011 e 2012 - no Brasil, a rota Rio-São Paulo aparece entre as 10 mais
movimentadas.

O estudo mostra que 22% das viagens internacionais estão concentradas em


300 “super rotas” – cada uma delas carrega mais de 1 milhão de passageiros por
ano. Dentre as 10 rotas mais movimentadas, sete ficam na Ásia.

As 10 rotas aéreas mais movimentadas do mundo são:

1. Jeju-Seul - Região: Ásia; Número de passageiros em 2012 (mil): 10.156;


Crescimento entre 2012 e 2011: 2%; Posição no ranking de 2011: 1º;

2. Sapporo – Tóquio - Região: Ásia; Número de passageiros em 2012 (mil):


8.211; Crescimento entre 2012 e 2011: 8%; Posição no ranking de 2011: 4º;

3. Rio de Janeiro - São Paulo - Região: América Latina; Número de


passageiros em 2012 (mil): 7.716; Crescimento entre 2012 e 2011: -1%; Posição no
ranking de 2011: 2º;

4. Beijing – Xangai - Região: Ásia; Número de passageiros em 2012 (mil):


7.246; Crescimento entre 2012 e 2011: 7%; Posição no ranking de 2011: 7º;

5. Melbourne-Sydney - Região: Sudoeste do Pacífico; Número de


passageiros em 2012 (mil): 6.943; Crescimento entre 2012 e 2011: -2%; Posição no
ranking de 2011: 5º;

57
6. Osaka-Tóquio - Região: Ásia; Número de passageiros em 2012 (mil):
6.744; Crescimento entre 2012 e 2011: -11%; Posição no ranking de 2011: 3º;

7. Fukuoka-Tóquio - Região: Ásia; Número de passageiros em 2012 (mil):


6.640; Crescimento entre 2012 e 2011: -3%; Posição no ranking de 2011: 6º;

8. Hong Kong – Tapei - Região: Ásia; Número de passageiros em 2012 (mil):


5.513; Crescimento entre 2012 e 2011: 2%; Posição no ranking de 2011: 8º;

9. Okinawa – Tóquio - Região: Ásia; Número de passageiros em 2012 (mil):


4.584; Crescimento entre 2012 e 2011: 12%; Posição no ranking de 2011: 9º (nova);

10. Cape Town – Johannesburgo - Região: África; Número de passageiros


em 2012 (mil): 4.407; Crescimento entre 2012 e 2011: -1%; Posição no ranking de
2011: 9º;

TRANSPORTE AÉREO NO BRASIL

Nos últimos anos, por conta de conjunturas internas e externas o transporte


aéreo no Brasil sofreu grandes perdas e inversões de papéis entre as empresas do
setor. No início dos anos 90, o mercado era dominado pela Varig, como a empresa-
símbolo da aviação nacional. Ainda atuavam Vasp e Transbrasil como empresas de
importância tanto no mercado doméstico quanto internacional.

Entretanto, nos últimos anos, a TAM, antes um táxi aéreo sediado em


Marília, SP, ganhou súbita importância na ligação Rio-São Paulo, especialmente pelo
emprego de aeronaves a jato (Fokker 100) nessa rota, antes servida apenas pelos
Lockheed Electra. Somado a isso surgiu pela primeira vez no país o conceito de
empresa Low Fare com a Gol, que empregando aeronaves mais modernas que a
média das outras empresas, alcança hoje seu posto como segunda empresa do país.
Outras empresas que surgiram recentemente e seguem um conceito similar são a
BRA (falida), a Azul e a WebJet (falida).

A aviação brasileira cresceu muito nos últimos anos. Com o surgimento de


novas companhias aéreas e a modernização das já existentes, foi possível aumentar
o número de assentos disponíveis na malha aérea. A Gol lidera o ranking das
empresas de baixo custo, podendo assim, repassar tarifas atraentes a todos os

58
brasileiros. Com a competição entre as companhias foi possível melhorar o serviço e
reduzir tarifas.

Grandes companhias internacionais também operam no Brasil: American


Airlines, Continental Airlines, United Airlines, Lufthansa, Iberia, Japan Airlines, South
African Airways, British Airways, Air France, Air Canada, TAP Portugal (transportes
aéreos portugal) entre outras.

O Brasil possui em operação 34 aeroportos internacionais e 2464 aeroportos


regionais. Como nos demais meios de trasnportes, as rotas de maior fluxo de
passageiros concentram-se na faixa costeira do país, em especial na região sudeste.

Vantagens:

 É o mais rápido para transportar passageiros a médias e grandes


distâncias.
 Grande liberdade de movimentos.
 É dos mais seguros e cômodos.
 É o mais adequado para o transporte de mercadorias de alto valor
(diamantes, instrumentos de óptica, produtos farmacêuticos, etc.) e de
mercadorias perecíveis (fruta, flores, etc.)

Desvantagens

 Elevada poluição atmosférica, devido à emissão de dióxido de


carbono.
 Poluição sonora nas áreas circundantes aos aeroportos.
 Forte consumidor de espaço, devido à construção das infraestruturas.
 Elevado consumo de combustível.
 É muito dispendioso (árduo, penoso).
 Algumas áreas estão congestionadas, devido à densidade do tráfego,
gerando problemas de segurança.
 Muita dependência das condições atmosféricas (nevoeiro, ventos
fortes…).
 Reduzida capacidade de carga (em relação a transportes marítimo e
ferroviário).

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Aeroportos

O Aeroporto de Pequim – China

O maior aeroporto do mundo, com uma área de 986 mil metros quadrados, é
o Aeroporto Internacional de Pequim, desenhado pelo famoso arquiteto britânico
Norman Foster - que combina o estilo tradicional chinês com a alta tecnologia, foi
inaugurado em Pequim com um voo inaugural comercial vindo do leste do país. O
arquiteto Norman Foster afirmou que se baseou em "uma forma que lembra os
dragões e um teto aerodinâmico que evoca os símbolos tradicionais chineses".
Usando vidro e aço como principais materiais, a estrutura tem um teto curvilíneo
composto por claraboias triangulares que permitem que se aproveite ao máximo a luz
e se conservar o calor.

Aeroporto Internacional de Guarulhos

 Sítio Aeroportuário: Área de 13.774.086,00 m².


 Pátio das Aeronaves: 108 aeronaves.
 Capacidade de Passageiros no Ano: 42 milhões.
 Carga transportada – 448.273 t.

O Governo Federal defendeu a opção de construir o Aeroporto Internacional


em Guarulhos porque pesava o fato de o Ministério da Aeronáutica ter doado 10
quilômetros quadrados de terras pertencentes à Base Aérea de São Paulo para
construção do complexo aeroportuário. A escolha de qualquer outro lugar acarretaria
grandes custos com desapropriações, colocando em risco a viabilidade do projeto.

Por outro lado, outra corrente defendia que era inviável a construção do
aeroporto no sítio de Cumbica, devido às constantes cerrações na região que já
afetavam as operações da Base Aérea. A neblina ocorre devido à proximidade da
Serra da Cantareira e de várias áreas alagadas pelo rio Baquirivu-Guaçu, o Aeroporto
foi inaugurado em 1977.

Conhecido popularmente como Aeroporto de Cumbica é o principal e o mais


movimentado aeroporto do Brasil, localizado no estado de São Paulo, na cidade de
Guarulhos, no distrito de Cumbica, distante 25 quilômetros do centro de São Paulo,
principal metrópole que o aeroporto serve.

60
Sendo um dos principais hubs da América do Sul, é o terminal mais
movimentado de toda a América Latina, em relação ao transporte de passageiros. Já
se tratando do movimento de aeronaves, perde apenas para o Aeroporto
Internacional da Cidade do México, localizado na cidade homônima. No ranking
mundial, o aeroporto ocupa a 23ª posição entre os aeroportos mais movimentados de
todo o planeta. Em 2008, era o terceiro maior terminal do mundo em número de vôos
atrasados, apenas 41% dos voos saiam no horário, segundo pesquisa realizada pela
revista Forbes em janeiro de 2008.

Com uma área de 14 km², dos quais 5 km² é área urbanizada, o complexo
aeroportuário conta com um sistema de acesso viário próprio. A Rodovia Helio Smidt
se estende por parte do perímetro do aeroporto, tendo ligação com as rodovias
Presidente Dutra (BR-116) e Ayrton Senna (SP-70).

Toda estrutura para passageiros é dividida em quatro terminais com 260


balcões de check-in, onde as atividades operacionais funcionam 24 horas por dia.
Operam 40 companhias aéreas nacionais e internacionais, voando para 23 países em
mais de 100 cidades do Brasil e do mundo.

Em 28 de novembro de 2001 uma lei federal alterou a denominação do


aeroporto em homenagem ao ex-governador do estado de São Paulo, André Franco
Montoro, falecido em 1999. No entanto, o nome oficial não é habitualmente usado
pela população, que resiste e prefere se referir a ele como Aeroporto de Guarulhos
ou simplesmente Cumbica.

O terminal foi concedido a iniciativa privada em 6 de fevereiro de 2012, para


o consórcio Invepar/Airports Company South Africa (ACSA) durante o período de 20
anos, pelo valor 16,2 bilhões de reais . Em 16 de novembro do mesmo ano, a
concessionária passou a utilizar a marca GRU Airport que irá conviver com o nome
oficial, além das denominações informais.

Aeroporto de São Paulo/Congonhas

O Aeroporto de São Paulo/Congonhas (IATA: CGH, ICAO: SBSP) é o


terceiro mais movimentado aeroporto do Brasil . Está localizado na cidade de São
Paulo, no bairro de Vila Congonhas, distrito do Campo Belo, distante 8 km do marco
zero da cidade.

61
Com uma área um pouco maior que 1,5 km², serve de acesso ao aeroporto a
Avenida Washington Luís, que tem ligação com as avenidas Vinte e Três de Maio e
dos Bandeirantes.

Foi inaugurado em 1936, e seu primeiro voo teve como destino a cidade do
Rio de Janeiro em um aeroplano da VASP. Seu nome deve-se à região em que se
situa, a antiga Vila Congonhas, de propriedade dos descendentes de Lucas Antônio
Monteiro de Barros, visconde de Congonhas do Campo, presidente da província de
São Paulo durante período imperial e por um bom tempo, logo após a inauguração o
local era conhecido, popularmente, de "campo da Vasp".

É o 96º aeroporto mais movimentado do mundo, e já foi o aeroporto com


maior tráfego de passageiros do Brasil, até a ocorrência do acidente com o Voo TAM
3054, em 17 de julho de 2007.

Até o dia do acidente do Voo TAM 3054, o Aeroporto de Congonhas era o


mais movimentado do país, recebendo no ano de 2006 18,8 milhões de passageiros,
50% acima de sua capacidade operacional.

O acidente fez com que o governo brasileiro limitasse o percurso dos voos
que têm o aeroporto com destino ou origem a 1.000 km e proibisse que o aeroporto
fosse usado para escalas e conexões, essa proibição vigorou até 6 de março de
2008.6 Durante esse período, Congonhas deixou de ser um aeroporto de distribuição
de voos (hub), e funcionou somente como terminal de operação direta.

A intenção do governo era que os vôos retirados de Congonhas fossem


transferidos para os Aeroportos Internacional de São Paulo (Cumbica), em
Guarulhos, Viracopos, em Campinas, Jundiaí (aviação executiva) e São José dos
Campos.

Após o acidente Voo TAM 3054, foi decretado através da Infraero e do


Ministério da Defesa, a criação de áreas de escape de concreto poroso em cada
cabeceira. Enquanto as áreas não estão prontas, são chamadas distâncias
declaradas para pousos e decolagens, assim sendo: Pista 17R/35L: 150 metros;
Pista 17L/35R: 120 metros.

62
Quinze dias antes do acidente, a nova pista do Aeroporto de Congonhas
havia sido liberada, após uma grande reforma que custara aproximadamente 19
milhões de reais. O início das operações se deu sem a finalização de um item — a
construção de ranhuras (grooving/strips), que fazem com que haja um maior
escoamento da água, causando o aumento da aderência entre a aeronave e a pista,
diminuindo o risco de aquaplanagem .

Logo após o acidente, as especulações de suas causas giravam em torno da


pista recém-reformada do aeroporto de Congonhas. A mídia criticou o governo e as
condições da pista do aeroporto de Congonhas, supostamente liberada
precocemente para uso.

Na manhã seguinte ao acidente, o presidente Lula solicitou à Polícia Federal


uma investigação sobre a entrega das obras do aeroporto. Segundo nota oficial,
"havia suspeitas de que a entrega da pista principal do aeroporto sem o chamado
'grooving' tenha colaborado com o acidente".

Outro fato que contribuiu para as especulações sobre a pista de Congonhas


foi que, no dia anterior ao acidente, uma aeronave modelo ATR-42 da empresa
Pantanal Linhas Aéreas havia derrapado nesta mesma pista, provocando o
fechamento do aeroporto por vinte minutos. Chovia no momento da derrapagem e
uma das possíveis causas apontadas foi a aquaplanagem.

Cinco minutos antes do acidente, foi solicitado à Infraero que fizesse uma
medição da camada de água na pista para, se necessário, providenciar a suspensão
dos pousos e decolagens. A medição foi feita, as condições foram consideradas
adequadas pelos técnicos e as operações de pouso e decolagens não foram
interrompidas.

Transporte de Carga

No comércio exterior, só viajam de avião mercadorias de primeira classe. No


Brasil, menos de 1% do comércio exterior é feito por aviões, mas essas mercadorias
representam mais de 10% do valor total. Só chegam aos aeroportos produtos caros e
que precisam ser entregues com urgência.

63
Nos aeroportos brasileiros, porém, a pressa perde para a burocracia. Um
estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro mostra que, em cinco
aeroportos com grande volume de carga, o tempo médio de liberação dos produtos é
de 175 horas, mais de uma semana.

A espera parece ainda mais longa se comparada com outros aeroportos do


mundo. Em Londres, a carga é liberada em oito horas; nos Estados Unidos, seis
horas e na China só quatro horas de espera.

Para os especialistas, uma solução simples seria aumentar o horário de


funcionamento de órgãos como a Receita Federal. “Aqui no Brasil, as autoridades
que precisam liberar os produtos trabalham durante apenas o expediente. Muitos
departamentos só trabalham seis horas por dia, de segunda a sexta, e, no mundo
todo, trabalha 24 horas, sete dias por semana”, afirma Eugênio Gouvêa Vieira,
presidente da Firjan.

“O governo trabalha para que a escala de trabalho seja adequada às


necessidades de importação e exportação de produtos, carga e descarga de produtos
e de passageiros, 24 horas por dia”, diz Moreira Franco, secretário nacional da
Aviação Civil.

O setor farmacêutico é o mais prejudicado. Uma carga de remédios de R$ 35


milhões paga R$ 287 mil no aeroporto do Rio de Janeiro, 40 vezes mais do que o
custo no aeroporto de Cingapura, um dos mais ágeis do mundo.

Considerando armazenagem, perdas, atrasos, estocagens desnecessárias,


muitas vezes o produto acabado tem um custo muito elevado no preço final que
chega ao consumidor.

Existe um plantão de despacho de carga 24 horas apenas para produtos


perecíveis, segundo informações da Receita Federal.

A Infraero administra no País 34 Terminais de Logística de Carga - Rede


Teca, mas a maior parte da demanda - 79% - se concentra apenas em quatro
aeroportos: Guarulhos (32,2%), Viracopos (23,4%), Manaus (15,6%) e Galeão
(7,9%). Em todos eles, há pressão por investimentos para atender à demanda
crescente.

64
No primeiro trimestre de 2012 foram transportadas 259.619 toneladas por via
aérea e a projeção da Infraero era fechar 2012 com o total de 1,26 milhão de
toneladas.

O transporte por via aérea, por seu custo mais elevado, está muito ligado às
condições macroeconômicas. Melhorou a economia, cresce a procura pelos aviões
para levar mercadorias. Por isso, fatores como a cotação do dólar pesam bastante no
desempenho do setor. Dólar baixo significa mais importações. Dólar alto,
exportações. O mesmo acontece com as cargas expressas, especialmente as
adquiridas via e-commerce e que voam pelos céus do País para chegar ao destino
dentro do prazo prometido. No entanto, o presidente do Snae diz que investimentos
em infraestrutura podem incrementar o uso do modal independente das condições da
economia.

Falta de desenvolvimento

Os aeroportos das capitais gaúcha e paranaense são exemplos de dois


terminais com demanda pelo transporte aéreo, mas que não podem se desenvolver
por falta de condições operacionais. “Curitiba e Porto Alegre precisariam
urgentemente de prolongamento de pista para receber os aviões cargueiros, assim
como os dois aeroportos têm problemas com neblina frequente e, pela falta do
equipamento ILS, ficam sem operar quando há nevoeiros”, diz José Márcio, ao citar
as aeronaves de grande porte e que transportam grande volume de carga (as
mercadorias menores também viajam nos compartimentos de carga das linhas
regulares de passageiros).

As queixas também se estendem à falta de espaço na pista para manobras e


estacionamento das aeronaves. A situação se agrava nos terminais mais
movimentados, que, até mesmo por falta de pessoal, demoram a liberar as
mercadorias, fazendo com que a principal vantagem do avião, a rapidez, se perca.

Para atenuar os problemas, a Infraero anunciou um plano de investimentos


para os próximos quatro anos que prevê aporte de R$ 300 milhões para a melhoria
das condições de logística de carga aérea no País. Desse total de recursos, R$ 160
milhões fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entre as
obras, estão novos terminais de cargas em Porto Alegre e Vitória e a recuperação do
terminal de exportação do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Salvador e
65
Curitiba também terão suas instalações ampliadas. Pelos cálculos da estatal, a
demanda de carga aérea deve chegar a 3,4 milhões de toneladas em 2017, quase
três vezes mais do que deve ser transportado em 2013.

Empresas privadas

Enquanto aguardam as melhorias prometidas pelo setor público, as


empresas privadas fazem investimentos próprios para garantir sua competitividade. A
Gollog, braço logístico da Gol, inaugurou em fevereiro deste ano um novo terminal de
cargas em Guarulhos que permite a movimentação de quase quatro vezes mais
cargas que o antigo. A companhia projeta ainda a melhoria das instalações em sete
aeroportos no país, incluindo a sua base operacional em Viracopos.

A melhoria das condições econômicas dos brasileiros impulsionou as


compras on-line e impactou os negócios da Gollog. “A velocidade e exigência
requeridas pelos usuários desse serviço impuseram às empresas de logística e
entregas expressas uma mudança no seu perfil de atuação. Pontualidade e
informação em tempo real passaram a ser requisitos cada vez mais exigidos,
forçando as companhias a investirem em sistemas de monitoramento e qualidade do
serviço prestado. Neste cenário, o transporte aéreo de cargas se fortaleceu, pois
além de ser o mais rápido e mais regular, é também o que oferece o menor risco,
principalmente quando levamos em consideração as distâncias e a qualidade das
estradas e ferrovias do país”, diz a companhia, por meio de sua assessoria de
imprensa.

Maior avião cargueiro do mundo – ANTONOV 225

 Tipo de aeronave: Cargueiro de transportes internacionais


 Propulsão: 6 turbinas ZMKB Progress Lotarev D-18T (com 229,50 kN
de propulsão cada)
 Peso máximo de carga permitido para conseguir decolar: 600 t.
 Peso máximo de carga útil (interna ou externa): 250 - 275 t.
 Envergadura de asa: 88,4 m
 Comprimento: 84 m
 Velocidade: 800 km/h
 Altura: 18,1 m (excluindo o trem de pouso)

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 Dimensões de carga: 35,97 m de comprimento; 6,4 m de largura; 4,39
m de altura
 Autonomia de voo com carga máxima: 4.500 km
 Autonomia de voo com tanques de combustível cheios: 15.400 km
 Tripulação: 7 pessoas.
 Zona de carga caberia o equivalente a: 1.500 pessoas

Transporte de Passageiros

Em 2013, no Brasil, 111,2 milhões de pessoas utilizaram o sistema aéreo de


transporte de passageiros, sendo 91,9 milhões em voos domésticos e 19,3 em voos
internacionais.

Para avaliar os problemas nas ligações aéreas do Brasil, o IBGE – Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística analisou 877 rotas registradas no país, em 2010.
As dificuldades enfrentadas por passageiros nos aeroportos brasileiros estão
comprovadas em números. O estudo Ligações Aéreas 2010 revela os problemas que
passageiros enfrentam nos aeroportos brasileiros como longas esperas em saguões
superlotados, nas grandes cidades ou ainda conexões absurdas e preços altos, para
quem parte de cidades menores ou do Norte e Nordeste do país.

O estudo aponta, por exemplo, a concentração de voos nos aeroportos. Das


877 rotas aéreas registradas no país em 2010, praticamente 50% do tráfego de
passageiros se concentrava em somente 24 pares de cidades. Os trechos que ligam
São Paulo com as seis principais metrópoles do país (Rio de Janeiro, Brasília, Porto
Alegre, Salvador, Belo Horizonte e Curitiba) foi responsável por 25% do total de
passageiros transportados - 71.750.986 pessoas, em 2010.

De acordo com o coordenador da pesquisa, Marcelo Paiva Motta, a


concentração das ligações não é ruim para a empresa aérea, pois gera economia.
Por outro lado, representa prejuízo para o passageiro de algumas regiões do país. "A
concentração pode cortar os custos das viagens, mas implica em que cidades
menores tenham maior número de conexões, o que diminui a acessibilidade do
passageiro, porque o tempo de viagem passa a ser maior”, explicou.

Sobre o tempo de viagem, o estudo aponta a dificuldade e a demora que


passageiros de cidades menores enfrentam. Enquanto um passageiro que sai de

67
Brasília ou de São Paulo para Teresina gasta em média de 2 horas a 3 horas em um
voo direto; de Tabatinga para Teresina, a média é de 35 horas de viagem, devido às
conexões.

O estudo do IBGE calculou o custo médio de viagens no país, conforme a


origem do passageiro. Passageiros que saem de Brasília ou de São Paulo gastam
em média R$ 200 por trecho de viagem. Já quem sai de Tabatinga, no Amazonas,
gasta em média R$ 1.300 por trecho, e quem sai de Joaçaba, em Santa Catarina,
gasta R$ 1.250.

Em 2010, 135 dos 5.564 municípios brasileiros possuíam aeroporto. A


importância demográfica e econômica faz de São Paulo o concentrador de fluxos em
escala nacional, seguido do Rio de Janeiro e Brasília. Apesar da concentração, em
termos espaciais, o território está bem coberto, segundo Mota.

O estudo mostra também que o transporte de carga via aérea é ainda mais
concentrado, devido aos custos elevados. Mais da metade do tráfego acontecia em
10 pares de ligação. A ligação São Paulo-Manaus liderou o movimento aéreo de
carga, com volume total de 99.344 mil kg, mais de 20% do total da carga transportada
em 2010.

Para Marcelo Paiva Motta os dados podem auxiliar na criação de políticas


públicas para melhorar a acessibilidade das cidades menos favorecidas com ligações
aéreas e resolver o problema de locais onde a distância dos aeroportos é muito
grande ou de difícil acesso.

Pesquisa de Desempenho Operacional dos Aeroportos

A equipe técnica da Secretaria de Aviação Civil, vinculada à Presidência da


República coordenou a pesquisa dos indicadores aeroportuários de percepção dos
passageiros nos aeroportos no primeiro segundo trimestre de 2014.

A pesquisa foi realizada nos 15 aeroportos brasileiros de grande fluxo de


passageiros, neste primeiro momento, os aeroportos objeto da coleta de dados foram
aqueles relacionados com grandes eventos esportivos, ou seja, todos os aeroportos
internacionais das cidades-sede da Copa do Mundo, bem como aqueles que, mesmo

68
em municípios distintos dos das cidades-sede, vinculavam-se diretamente a estas
cidades, totalizando 15 aeroportos.

Pela pesquisa é possível constatar que, na percepção do passageiro, os


indicadores com menor pontuação são os relacionados aos valores cobrados pelos
estabelecimentos comerciais, instalações de alimentação e estacionamento, além de
acesso à internet. Já os com maior avaliação estão relacionados a fatores humanos,
como atendimento, cortesia e eficiência dos funcionários em contato direto com os
passageiros.

Maior avião de passageiros do mundo - AIRBUS A 380

 Tipo Avião comercial


 Fabricante EADS Airbus
 Primeiro voo 27 de abril de 2005 (8 anos)
 Capacidade de 525 (três classes) a 853 (uma classe) passageiros
 Comprimento 72,75 metros
 Envergadura 79,80 metros
 Altura 24,08 metros
 Velocidade máxima 970 km/h
 Peso máx. decolagem 560 000 kg

A estreia do gigante em aeroportos brasileiros aconteceu no dia 10 de


dezembro de 2007 no Aeroporto Internacional de Guarulhos em São Paulo, vindo de
Buenos Aires onde se apresentou às Aerolineas Argentinas, que adquiriu 3
aeronaves.

No primeiro dia da visita, foi demonstrado o interior do A380 para


convidados, e deixando surpreendidos todos os passageiros e funcionários do GRU.
A aeronave fez um voo de demonstração para jornalistas e empresários no dia 11 de
dezembro até a cidade de Curitiba no Aeroporto Internacional Afonso Pena (sem
executar procedimentos de aproximação e pouso, permanecendo no marcador
externo do terminal CWB) em um total de 1 hora e 50 minutos.

Já a segundo visita, ocorreu no dia 22 de março de 2012, tocando o solo às


00h02. A aeronave de prefixo F-WWDD veio para um evento promocional da Airbus.

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Várias companhias Emirates Airlines, Lufthansa, Air France e British Airways
que fazem uso do Aeroporto de Guarulhos demonstraram interesse em operá-lo em
suas rotas para o Brasil, porém serão necessárias alterações nas pistas de táxi e
fingers, sendo que segundo as mesmas, dificilmente será objeto de utilização antes
de 2011.

Em setembro de 2011, a Infraero autorizou a Emirates Airlines a operá-lo em


Guarulhos após um pedido formal da empresa para isso. Na época, técnicos fizeram
inspeções na pista para verificar se ela poderia atender com segurança a aeronave e
a única restrição foi que, devido ao tamanho da pista, há necessidade de se desligar
os motores externos do superjumbo no momento do pouso, segundo a assessoria de
imprensa da Infraero. Com dois motores de cada lado e com envergadura de quase
80 metros, o Airbus A380 deveria operar em pistas de categoria F pelos padrões da
Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), 60 metros de largura e outros 7,5
metros de escape em cada lado (até 80 metros de envergadura). Estas pistas
existem em poucos lugares do mundo, em especial no Oriente Médio. Já as pistas
brasileiras, como Guarulhos, são de categorias E, com 45 metros de largura e mais
7,5 metros de acostamento em cada lateral (até 65 m de envergadura).

Para o pouso ser realizado com tranquilidade, a restrição é de que os


motores do lado externo sejam desligados na hora do pouso para evitar que haja
sucção de algum material, diz a Infraero. Autoridades aeronáuticas europeias
certificaram operações do A380 em pistas E ao redor do mundo desde que obedecido
este procedimento, que não interferiria na quantidade de carga ou de passageiros
transportados.

A Emirates Airlines queria descer com o A380 em Guarulhos às 18h e


decolar às 2h, um horário não compatível com o grande volume de voos no
aeroporto. A contraproposta da Infraero foi para o superjumbo pousar uma hora mais
tarde do previsto.

As negociações se arrastaram e a previsão da empresa iniciar os voos com o


A380, estimada para março de 2012, foi adiada. A ANAC negou, em fevereiro de
2014, o pedido da Infraero de utilizar o A380 no novo Terminal 3 em Guarulhos, em
fase final de construção, devido a questões de segurança.

70
PAC AEROPORTOS

O Programa de Aceleração do Crescimento – Infraestrutura Aeroportuária –


prevê a expansão da capacidade aeroportuária no Brasil, por meio da ampliação ou
construção de novos terminais de passageiros e cargas, reforma e construção de
pistas, pátios para aeronaves e torres de controle e modernização tecnológica de
sistemas operacionais - transporte de bagagens e pontes de embarque, entre outros.

São Paulo: a maior frota de helicópteros do mundo

São Paulo é oficialmente a capital mundial de helicópteros. Levantamento


realizado pela Associação Brasileira dos Pilotos de Helicóptero (Abraphe),
considerando frota e número de operações por asa rotativa no País e nas principais
capitais mundiais, confirmam a capital paulista como a maior frota de helicóptero por
cidades do mundo. São Paulo tem mais de 411 aeronaves registradas e com a
quantidade de operações diárias: em torno de 2200 pousos e decolagens por dia.

As cidades de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e Tóquio, no Japão,


metrópoles de maior similaridade com São Paulo nas operações por helicóptero,
ocupam respectivamente a segunda e terceira posição no ranking.

As informações analisadas pela Abraphe apontam ainda o Brasil (1.990


aeronaves registradas) como a quarta maior frota de helicópteros civis do mundo na
comparação por países, estando atrás dos Estados Unidos (12 mil helicópteros),
Canadá (2.776 helicópteros) e Austrália (2.025 helicópteros). O País fica à frente da
França (1,3 mil helicópteros) e do Reino Unido (1.260 helicópteros). Os dados
considerados são de 2012.

Para controlar a crescente malha aérea e seu tráfego, o Comando da


Aeronáutica adota um sistema exclusivo de monitoramento para helicópteros e
recorre a restrições de tráfego como a implementadas para os automóveis. Há pelo
menos 12 anos, a circulação dos helicópteros comerciais no polo financeiro desperta
a atenção da Aeronáutica. Até então, os helicópteros, que não tinham nenhum
monitoramento, dividiam o espaço aéreo com um dos terminais mais movimentados
do País, o aeroporto de Congonhas, apenas pelo auto-comando (uso de rádio
frequência e contato visual). Essa convivência trouxe prejuízos e atrasos para as
principais companhias aéreas. “Na época, pelo menos 80 TCAs (Traffic Collision

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Avoidance System, alarme que indica a existência de outra aeronave no perímetro)
eram acionados por dia. Nesse estado, o avião é obrigado a arremeter, o que gerava
atraso e custo para as empresas”, explicou a 1° tenente Lizzie Andréia Melhado
Trevilatto, oficial do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP),
responsável pelo controle do espaço aéreo no eixo Rio-São Paulo.

Regras e restrições

O espaço é gerenciado por uma das torres de controle de Congonhas e por


quatro controladores de voo específicos para os helicópteros, a cada turno de 8 horas
com intervalos. “Seis aeronaves podem circular (com plano de pouso definido e
autorizado) por vez no quadrilátero que é delimitado pela avenida Paulista, ponte
Estaiada, Estádio do Morumbi e Parque do Ibirapuera e tem 12 km2 de extensão. E
caso uma sétima apareça, tem que esperar", disse o 2° sargento Thiago Almeida
Santana, na função há pelo menos oito anos.

Assim como em solo, as discussões sobre mobilidade e alternativas


alcançaram muitos metros acima. Ineficiente apenas com o rodízio, o trânsito de São
Paulo ganhou as faixas exclusivas, que reduziram o desempenho dos carros e
otimizaram parte do transporte público, por exemplo. Já em meio a hélices, o
quadrilátero ganhou algumas “horas exclusivas”. Desde o dia 12 de julho, após
notificação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), voos
panorâmicos ficaram restritos a três horários – das 9h às 13h, 16h às 18h e 20h às
23h.

Custo helicóptero em São Paulo

O custo médio de o valor da hora de voo é R$ 1,8 mil para três pessoas, R$
2,4 mil para quatro pessoas e R$ 3,2 mil para cinco passageiros.

Com capacidade para carregar sete passageiros mais piloto, o Grand New é
o helicóptero mais caro da Labace, feira de aviação que ocorreu em agosto/2013 no
aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Com preço de US$ 7,5 milhões (cerca de
17,4 milhões), o modelo tem autonomia de voo de três horas ou 859 quilômetros.

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Segurança de Voo

O setor de helicópteros no País cresceu 20% ao ano na média dos últimos


cinco anos. São mais de 3,7 mil pilotos de helicóptero em operação e média anual
superior a 300 licenças emitidas para Piloto Comercial de Helicóptero (PCH) nos
últimos três anos.

Levantamento preliminar divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção


de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) indica que o número de acidentes com
helicóptero no País tem caído. Em 2012, a redução no número de acidentes
envolvendo helicópteros foi de 15,5%, de acordo com o órgão federal. Até 2016, a
meta do IHST, entidade internacional voltada à segurança de voo por helicóptero, é
reduzir em 80% o número de acidentes com helicópteros no País

Empresa brasileira fabricante de aeronaves - Embraer

Embraer ou Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. é um conglomerado


brasileiro fabricante de aviões comerciais, executivos, agrícolas e militares.

A Embraer nasceu como uma iniciativa do governo brasileiro dentro de um


projeto estratégico para implementar a indústria aeronáutica no país, em um contexto
de políticas de substituição de importações. Em 1950 o engenheiro aeroespacial e
fundador da Focke-Wulf em Bremen, o alemão Heinrich Focke, com seus
engenheiros, foi convidado a fazer algumas obras de acumulação no Brasil. Ele
desenvolveu vários helicópteros, como o Convertiplane HC-1. O ITA e o CTA,
instituições criadas pelo cearense Casimiro Montenegro Filho, são considerados o
embrião da Embraer.

Fundação

Fundada no ano de 1969 como uma sociedade de economia mista, vinculada


ao Ministério da Aeronáutica, seu primeiro presidente foi o engenheiro Ozires Silva,
que havia liderado o desenvolvimento do avião Bandeirante. Inicialmente, a maior
parte de seu quadro de pessoal formou-se pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA) do Centro Técnico Aeroespacial (CTA). De certa maneira, a Embraer nasceu
dentro do CTA. No ano de 1980, houve uma fusão com a Indústria Aeronáutica
Neiva, que se tornou sua empresa subsidiária. Durante as décadas de 1970 e 1980, a

73
Embraer conquistou importante projeção nacional e internacional com os aviões
Bandeirante, Xingu e Brasília.

Novo Legacy 500

Se a venda de aeronaves for um termômetro de economia, a Embraer pode


dizer que a situação vai bem. Considerado a grande aposta da empresa, o Legacy
500 teve uma fila de espera de quase um ano, segundo a fabricante. O modelo – que
sai por US$ 19,9 milhões – é o único da categoria média com o sistema Fly-by-Wire,
já utilizado em aeronaves de maior porte, que promete mais segurança, conforto e
eficiência para passageiros e pilotos. “O Legacy 500 é um divisor de águas.
Queremos chegar a uma parcela significativa do mercado de jatinhos com o
lançamento deste modelo.”

A frota de jatos executivos brasileiros cresceu 16% no ano passado, para


724 aeronaves, segundo o Anuário Brasileiro da Aviação Geral.

MODALIDADES DE TRANSPORTE

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

Transporte rodoviário é o realizado sobre rodas nas vias de rodagem


pavimentadas ou não para transporte de mercadorias e pessoas, sendo na maioria
das vezes realizados por veículos automotores (ônibus, caminhões, veículos de
passeio, etc.). Como possui, na maioria dos casos, preço de frete superior ao
hidroviário e ferroviário, é adequado para o transporte de mercadorias de alto valor ou
perecíveis, produtos acabados ou semi-acabados.

A malha rodoviária brasileira soma cerca de 1,7 milhão de quilômetros entre


estradas federais, estaduais, municipais e concessionadas (pavimentadas e não
pavimentadas). Esta modalidade de transporte é responsável por 90% da locomoção
de passageiros e a 65% da movimentação de cargas no País, segundo a
Confederação Nacional do Transporte.

Teve início na década de 90, como alternativa à falta de recursos federais


para a recuperação, melhoria, manutenção e expansão da malha rodoviária nacional,
o Programa Brasileiro de Concessões de Rodovias. O Brasil tem o segundo maior
conjunto de rodovias no mundo, sendo que, deste, atualmente mais de 14 mil

74
quilômetros são em rodovias concedidas, operadas por 51 empresas, que já
investiram cerca de R$ 16 bilhões em 15 anos. Segundo dados do Coppead (Instituto
de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração de Empresas da Universidade
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ).

O Sistema de Concessão permite a transferência, por meio de licitação, de


um serviço ou bem público à iniciativa privada por prazo determinado (a propriedade
continua sendo da União). No caso das rodovias, este prazo está entre 20 e 30 anos,
após o qual o contrato poderá ser renovado ou não. Caso não haja esta renovação, o
bem ou serviço volta à responsabilidade do poder concedente (governo),
incorporando-se nesta transferência todas as benfeitorias executadas (obras,
instalações, equipamentos e frota, entre outros).

A atuação das Concessionárias Federais de Rodovias é regulamentada e


fiscalizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Ministério
dos Transportes. Este sistema foi adotado no País como alternativa para recuperar e
aprimorar parte significativa da malha rodoviária brasileira, uma vez que as rodovias
encontravam-se num nível alto de degradação, devido à falta de investimentos
públicos. Com o fim do Fundo Rodoviário Nacional, em 1988, cujos recursos eram
obrigatoriamente aplicados nas rodovias, não havia outra fonte de recurso disponível,
a não ser a capacidade de investimento da iniciativa privada.

É o principal meio de transporte realizado no Brasil.Contudo, devido às suas


desvantagens em relação a outros modais, houve uma mudança com o passar dos
anos de pensamentos e ações que devem influenciar a sua participação na matriz
modal. Essa redução propiciará aos outros modais a contribuir de forma mais
eficiente para o transporte de passageiros e de cargas no Brasil.

Recentemente foi aprovado a Lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007, que


regulamenta o exercício da atividade de transporte rodoviário de cargas no Brasil.

TRANSPORTE DE CARGA

Na logística, o transporte rodoviário é uma das áreas mais importantes. Os


custos com transporte chegam a 60% dos custos logísticos e a redução de custos
nessa área é muito importante, pois corresponde em média 20% do custo total das
empresas. Cada vez mais as empresas estão de olho nessa fatia do mercado, pois o

75
transporte no Brasil chama a atenção por faturar mais de R$ 40 bilhões e movimentar
2/3 do total de carga do país.

Características do transporte rodoviário de carga no Brasil:

Vantagens:

 Possui a maior representatividade entre os modais existentes;


 Adequado para curtas e médias distâncias;
 Baixo custo inicial de implantação;
 Serviço de entrega porta a porta;
 Maior flexibilidade com grande extensão da malha;
 Transporte com velocidade moderada;
 Tempo de entrega confiável;
 Integra todos os estados brasileiros.

Desvantagens:

 Alto custo de manutenção;


 Muito poluente com forte impacto ambiental;
 Segurança no transporte comprometida devido à existência de roubos
de cargas;
 Os custos se tornam altos para grandes distâncias;
 Baixa capacidade de carga com limitação de volume e peso.

Localização das Rodovias

A nomenclatura das rodovias federais é definida pela sigla BR, que significa
que a rodovia é federal, seguida por três algarismos. O primeiro algarismo indica a
categoria da rodovia, de acordo com as definições estabelecidas no Plano Nacional
de Viação:

a) 0 (zero), para as rodovias radiais;


b) 1 (um), para as rodovias longitudinais;
c) 2 (dois), para as rodovias transversais;
d) 3 (três), para as rodovias diagonais; e
e) 4 (quatro) para as rodovias de ligação;

76
I. Rodovias Radiais: as que partem da Capital Federal, em qualquer
direção, para ligá-la a capitais estaduais ou a pontos periféricos
importantes do País;
II. Rodovias Longitudinais: as que se orientam na direção Norte-Sul;
III. Rodovias Transversais: as que se orientam na direção Leste-Oeste;
IV. Rodovias Diagonais: as que se orientam nas direções Nordeste-Sudoeste
ou Noroeste-Sudeste; e
V. Rodovias de Ligação: as que, orientadas em qualquer direção e não
enquadradas nas categorias discriminadas nos incisos I a IV, ligam
pontos importantes de 2 (duas) ou mais rodovias federais, ou permitem o
acesso a instalações federais de importância estratégica, a pontos de
fronteira, a áreas de segurança nacional ou aos principais terminais
marítimos, fluviais, ferroviários ou aeroviários constantes do SNV.

Os outros 2 (dois) algarismos se referem à posição geográfica da rodovia


relativamente à Brasília e aos pontos cardeais.

Estradas

O Código de Trânsito do Brasil define estrada como uma "via rural não
pavimentada", ao contrário de uma rodovia, que seria pavimentada. Por outro lado, a
estrada distingue-se de um simples caminho pois é concebida para a circulação de
veículos de transporte.

Mais de 85% das rodovias existentes no Brasil não são pavimentadas. A


informação é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte - o Dnit.
Apesar do número elevado, o dado não significa que todas as vias sem pavimentação
careçam, obrigatoriamente, de coberturas flexíveis ou rígidas. 'É perfeitamente
aceitável que uma rodovia não pavimentada tenha boas condições de tráfego, mas,
para isso, é preciso realizar serviços criteriosos de melhoria das propriedades do
solo, como estabilidade, resistência, deformabilidade e permeabilidade', diz o
engenheiro Ismael Mendes Alvin, diretor da Tecnopav Engenharia.

Segundo ele, uma estrada não pavimentada de boa qualidade deve possuir,
pelo menos, largura suficiente para receber tráfego nos dois sentidos, boas condições
de rolamento, superfície resistente para suportar a carga dos veículos sem que

77
ocorram deformações excessivas e um sistema de drenagem eficaz que permita a
conservação da área de rolamento e dos terrenos marginais.

Rodovias

Uma rodovia é qualquer estrada pública asfaltada. De acordo com definições


no Anexo I do Código de Trânsito do Brasil, são vias rurais de rodagem
pavimentadas, o que corresponde a uma via de transporte interurbano de alta
velocidade.

Tipos de Rodovias

Em relação à largura e circulação de automóveis, uma rodovia pode ser de


pista simples, pista dupla, pista múltipla.

Pista simples

São aquelas em que há somente um pavimento asfáltico, que é


compartilhado pelos veículos nos dois sentidos de circulação (mão dupla). Veículos
nesse tipo de rodovia devem trafegar sempre do lado direito da pista (em relação a
si), porém podendo utilizar o outro lado da pista para efetuar ultrapassagens em
determinadas condições.

Pista dupla (autoestrada)

São aquelas que possuem duas faixas de rolamento em cada direção (ou
sentido) com barreira física central, o canteiro e que possui outras barreiras meios-
fios (guias), muretas, guard rail, etc., que dificultam conversões ou retornos
irregulares, de forma que, cada sentido de circulação possui uma pista própria. Essa
construção permite o desenvolvimento de uma maior velocidade e também uma
maior segurança, já que torna mais difícil que dois veículos colidam frontalmente em
alta velocidade, que é uma das causas frequentes de acidentes em rodovias de pista
simples.

Pista múltipla

São aquelas que possuem três ou mais faixas de rolamento em cada direção
(ou sentido) - podendo haver, inclusive, pistas duplas, triplas, quádruplas, etc.

78
Pontes e Viadutos

Na construção de uma rodovia destacam-se as pontes e viadutos, nosso país


tem diferentes tipo de pontes e viadutos:

 Ponte Mista de Marabá - Pará;


 Ponte Rio-Niterói – Rio de Janeiro;
 Ponte Juscelino Kubitscheck – Brasília;
 Viaduto da Rodovia dos Imigrantes – São Paulo.

Rodovia Transamazônica

A Rodovia Transamazônica (BR-230) é uma rodovia brasileira, projetada


durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969 a 1974), sendo uma
das chamadas "obras faraônicas" devido às suas proporções gigantescas, realizadas
pelo regime militar.

É a terceira maior rodovia do Brasil, com 4 223 km de comprimento, ligando


Cabedelo, na Paraíba à Lábrea, no Amazonas, cortando sete estados brasileiros;
Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas.

É classificada como rodovia transversal. Em grande parte, principalmente no


Pará e no Amazonas, a rodovia não é pavimentada.

Quem viaja pela Transamazônica tem a impressão de trafegar sobre um


esboço de estrada. O asfalto só existe em trechos esparsos e a sinalização é um luxo
inexistente. Nos seis meses do verão amazônico, a falta de chuvas ajuda a secar os
atoleiros e o tráfego flui em meio a grossas nuvens de poeira. Centenas de tratores
ocupam-se de efetuar reparos em vários pontos. É um ritual que se repete há
décadas no período da seca. Nos seis meses seguintes, quando a chuva não dá
trégua, a natureza e o tráfego de caminhões se encarregam de destruir o pouco que
foi consertado. Acaba a poeira, volta a lama. Os caminhoneiros já se adaptaram ao
ciclo infernal.

79
Pesquisa CNT

CNT – Confederação Nacional do Transporte – entidade que atua na defesa


dos interesses do setor de transportes.

Com o objetivo de oferecer um panorama atual da malha rodoviária


brasileira, essencial ao planejamento e à operação de transporte, durante 30 dias, a
CNT e o Sest Senat pesquisaram 96.714 km de rodovias no ano de 2013.

Foram avaliados aspectos do pavimento, da sinalização e da geometria da


via, o que permite a classificação dos trechos como ótimo, bom, regular, ruim e
péssimo. Os resultados são apresentados por tipo de gestão (pública ou concedida),
de rodovia (federais ou estaduais), por região e por unidade da Federação.

Dados relevantes coletados:

Pavimento:

 46,9% da extensão pesquisada apresenta algum tipo de problema;


 85% das rodovias sob concessão foram classificadas como ótimo ou
bom.

Sinalização

 78,7% das rodovias sob gestão pública possui algum tipo de


problema;
 25,2% da extensão pesquisada não possui placas de limite de
velocidade;
 55,8% possuem pintura da faixa central desgastada ou inexistente;
 63,2% não possuem faixas laterais ou a pintura está desgastada.

Geometria da Via

 77,9% apresentam algum tipo de problema;


 Pistas simples de mão dupla correspondem a 88% da extensão
pesquisada;
 40,5% não possuem acostamento;

80
 Em 56,7% da extensão pesquisada, onde há ocorrência de curvas
perigosas, não há placas de advertências e nem defensas completas

Ligações Rodoviárias

Ranking de 109 ligações

 A melhor classificada é a São Paulo (SP) - Limeira (SP), formada


pelas rodovias: SP-310/BR-364, SP-348
 As 10 melhores ligações são formadas por rodovias concedidas e
todas passam por São Paulo
 A pior classificada é a Belém (PA) – Guaraí (TO), formada pelas
seguintes rodovias: BR-222, PA-150, PA-151, PA-252, PA-287, PA-
447, PA-475, PA-483, TO-336

Ligações são trechos formados por uma ou mais rodovias federais ou


estaduais pavimentadas, comgrande importância socioeconômica e volume
significativo de veículos de cargas e/ou de passageiros, interligando territórios de
uma ou mais Unidades da Federação

Investimentos em Infraestrutura e Impactos das Condições das Rodovias

1. Dados estimados no Plano CNT de Logística

 Necessidade de duplicação: 30 mil km


 Necessidade de construção: 18 mil km
 Investimento estimado necessário para as rodovias (incluindo
duplicação, construção eoutras intervenções): R$ 355,2 bilhões.

2. Custo

 Rodovias deficientes aumentam o custo de manutenção dos veículos,


além do consumo de combustível, lubrificantes, pneus e freios.
 O acréscimo médio do custo operacional devido às condições do
pavimento das rodovias brasileiras éde 25%.
 O aumento no custo de transporte em decorrência da má conservação
das rodovias diminui a competitividade dos produtos nacionais.

81
3. Combustível e Meio Ambiente

 Rodovias que apresentam algum tipo de comprometimento do


pavimento aumentam o consumo de combustível e contribuem para
uma maior emissão de poluentes;
 Uma rodovia em bom estado de conservação pode resultar em até 5%
de economia no consumo de combustível em relação a uma rodovia
com estado de conservação inadequado;

4. Acidentes

 Em 2011 foram registrados 188,9 mil acidentes nas rodovias federais


policiadas, cerca de 6 mil acidentes a mais do que em 2010;
 Mais de 28 mil pessoas sofreram lesões graves em acidentes
rodoviários em 2011, outras 8,5 mil foram vítimas fatais;
 O custo com acidentes em rodovias federais foi de R$ 15,7 bilhões em
2011. Desses, R$ 4,4 são referentes a acidentes com vítimas fatais.

PAC Rodoviário Nacional

Os empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)


voltado para a área rodoviária divide-se em: expansão, manutenção e
estudos/projetos.

A indústria automobilística e o crescimento do PIB

O Brasil é o quarto maior mercado mundial de veículos e a produção local,


incluindo autopeças, contribui com cerca de 6% para o Produto Interno Bruto (PIB),
quando inclui toda a cadeia produtiva (fornecedores de autopeças, fabricantes de
matérias primas, lubrificantes, tintas, pneus) este valor pode chegar a 25%. Uma
queda do segmento automotivo repercutiria negativamente sobre o crescimento
econômico.

Em 2013, a produção foi de 3,74 milhões de veículos e as vendas, de 3,77


milhões, quando se incluem os importados.

País teve em 2013: 81.600.729 veículos emplacados.

82
Uma das críticas em torno do estímulo ao setor automotivo é o fato de ter
consequências negativas para o trânsito e meio ambiente.Neste impasse temos de
um lado as montadoras e toda a cadeia produtiva de produtos e serviços ligados a
indústria automobilística, de outro temos a sociedade que clama por investimentos
em transportes públicos e, consequentemente, qualidade de vida.

O Brasil é o sétimo do mundo em produção e o quarto maior mercado em


consumo de automóveis. Está atrás da China, dos Estados Unidos e do Japão, é o
único país entre os grandes fabricantes que ainda não tem uma lei de eficiência
energética. Embora o governo federal estimule a adesão ao programa de
etiquetagem do Inmetro, ele não será obrigatório para as montadoras que cumprirem
os outros requisitos do novo regime automotivo. “A média de emissão de CO2 na
Europa é de 130 gramas por quilômetro rodado. No Brasil é de 170”, diz Cardamone.
Além dos carros daqui poluírem mais, os brasileiros gastam 15% mais combustível.

Se não bastasse todo este incentivo, os carros fabricados no Brasil são os


mais caros do mundo. O motivo, segundo as montadoras são carga tributária
excessiva, falta de competitividade, margem de lucro maior do que no exterior e
consumidores dispostos a pagar mais.

ACIDENTES

O acidente de trânsito é uma ocorrência que afeta diretamente o cidadão,


porquanto a esse são impingidos aspectos relacionados com a morte, com a
incapacitação física, perdas materiais, podendo provocar sérios comprometimentos
de cunho psicológico, muitas vezes de difícil superação.

Como forma de enfrentar tão complexa situação, são empregados três


abordagens, que envolvem:

1) A educação, no sentido de instruir os usuários quanto às


formas adequadas e seguras de utilização das vias públicas;
2) A engenharia, no sentido de, por um lado, prover o sistema
viário de elementos tais que possibilitem a movimentação de
veículos e pessoas com fluidez, conforto e segurança, e, por
outro, aprimorar a segurança e desempenho dos veículos
automotores e,

83
3) a aplicação das leis, mormente no tocante ao código de
trânsito.

Em face das características das condicionantes que envolvem as ocorrências


de acidentes de trânsito, a adoção de melhorias de segurança, seja por qualquer dos
enfoques referidos ou mesmo por combinações dos mesmos, necessita sempre ser
avaliada duas vezes (estágios anterior e posterior à adoção), visando conhecer sua
eficácia e economicidade. Daí, a importância das estatísticas e das pesquisas
médico-hospitalares, como elemento de suporte ao conhecimento das reais
consequências dos acidentes sobre as condições físicas de suas vítimas.

Segurança – transporte de cargas

Em 2011, foram registradas 13 mil ocorrências de roubo de cargas nas


estradas. O valor das cargas transportadas em caminhão pode chegar a R$ 500 mil,
a depender do produto levado. Em geral, são cargas de fácil negociação produtos
alimentícios, eletroeletrônicos, farmacêuticos, metalúrgicos e químicos, têxteis e
confecções, autopeças e combustíveis, além de cigarros.

Aconteceram cerca de 93.600 acidentes – desde casos leves até explosões


e acidentes fatais. O prejuízo é alto: os acidentes custam por volta de R$ 8,9 bilhões
por ano ao país. Esse valor não inclui a perda de vidas, já que para cada 600
acidentes, um é fatal. De acordo com o Ministério do Trabalho, motorista de
caminhão é a profissão com maior índice de mortes.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), está


elaborando os projetos que visam reduzir os acidentes. Entre eles, o Plano Nacional
de Controle de Velocidade (PNCV), o Plano Nacional de Pesagem (PNP) e o BR-
Legal – Programa Nacional de Segurança e Sinalização Rodoviária.

Em sinalização pretende investir R$ 4,2 bilhões, com foco nos segmentos


mais críticos da malha rodoviária, onde há maior concentração de acidentes. O Plano
Nacional de Pesagem buscará melhorar a fiscalização e a segurança, mas de forma
automatizada, com a instalação de Estações de Controle de Pista e Postos
Integrados de Fiscalização, para garantir a celeridade do processo de transporte

84
As estatísticas imorais de acidentes de trânsito das últimas décadas nascem
da inação do setor público em várias frentes, com a cumplicidade do setor privado e a
passividade da sociedade, os três culpados pelos acidentes nas estradas são:
excesso de trabalho, de peso e de velocidade. Sob a pressão do mercado, o
caminhão vira silo. Tenta oferecer prazo de avião e cobra preço de trem.

Legislação

O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional,


abertas à circulação, rege-se pelo Código de Trânsito Brasileiro, CTB, LEI Nº 9.503,
DE 23 DE SETEMBRO DE 1997.

Leis de grande impacto no trânsito:

 LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 – CTB;


 Resolução 432, de 23 de janeiro de 2013;
 Resolução 277, de 28 de maio de 2008, resolução 352, de 14 de
junho de 2010 – Deliberação 100, de 02 de setembro de 2010 – Lei da
cadeirinha.

No primeiro ano de vigência da lei que tornou obrigatório o uso de


cadeirinhas infantis nos veículos, as mortes de crianças com até 8 anos caíram 23%.
Os dados são do IPEA e do Ministério da Saúde. Crianças de 2 e 3 anos são as mais
vulneráveis.

Acidentes de trânsito xÁlcool

A violência do trânsito no Brasil pode ser demonstrada em números. Por ano,


pelo menos 40 mil pessoas morrem em decorrência de acidentes. Só em rodovias
federais, essa quantidade se aproxima a 8 mil.

O álcool é um forte depressor do Sistema Nervoso Central. Por isso, quem


bebe e pega o volante tem os reflexos prejudicados. Fica mais corajoso, mas reage
de forma lenta e perde a noção de distância. Quando é vítima de desastre de trânsito,
resiste menos tempo aos ferimentos, já que as hemorragias quase sempre são fatais.

85
Legislação

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a


utilização de bebidas alcoólicas é responsável por 30% dos acidentes de trânsito. E
metade das mortes, segundo o Ministério da Saúde, está relacionada ao uso do
álcool por motoristas. Diante deste cenário preocupante, a Lei 11.705/2008 surgiu
com uma enorme missão: alertar a sociedade para os perigos do álcool associado à
direção.

Na prática, segundo o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, é tolerância


zero, porque o índice que entra em vigor é muito rigoroso. “É proibido, 0%. As
pessoas que ingerirem álcool e forem dirigir estão sujeitas à nova legislação”.

Nos exames de sangue, nenhuma quantidade de álcool será tolerada. A


partir de 0,05 mg/l no bafômetro, o motorista responderá por infração de trânsito
gravíssima. A multa é de R$ 1.915,30, e o condutor fica proibido de dirigir por um
ano.O veículo também deve ser levado para o depósito dos departamentos de
trânsito. Se o motorista reincidir na infração dentro do prazo de um ano, o valor será
duplicado, chegando a R$ 3.830,60.

Se o bafômetro marcar 0,34 mg/l ou mais, além de tudo isso, o motorista


responderá por crime com pena de seis meses a três anos de prisão. A resolução do
Conselho Nacional de Trânsito também regulamentou uma grande mudança: vídeos,
depoimentos de testemunhas e os relatos da fiscalização valerão como prova contra
os condutores com sinais de embriaguez.

Segundo a nova regra, o agente pode relatar sinais como sonolência,


soluços, dificuldade para falar, falta de equilíbrio, Odor de álcool, desordem nas
vestes, olhos vermelhos, ironia, arrogância, falante, se sabe onde está, se sabe o que
fez, mas só um indício não vale. É preciso haver um conjunto de sinais de que o
motorista bebeu. Tudo deverá ser detalhado e assinado pelo policial ou agente de
trânsito em um formulário.

Art. 6º A infração prevista no art. 165 do CTB será caracterizada por:


I – exame de sangue que apresente qualquer concentração de álcool por litro
desangue;

86
II – teste de etilômetro com medição realizada igual ou superior a 0,05
miligramas deálcool por litro de ar alveolar expirado (0,05 mg/L), descontado o erro
máximo admissível nostermos da “Tabela de Valores Referenciais para Etilômetro”
constante no Anexo I;
III – sinais de alteração da capacidade psicomotora obtidos na forma do art. 5
Art. 7º O crime previsto no art. 306 do CTB será caracterizado por qualquer um
dosprocedimentos abaixo:
I – exame de sangue que apresente resultado igual ou superior a 6 (seis)
decigramasde álcool por litro de sangue (6 dg/L);
II - teste de etilômetro com medição realizada igual ou superior a 0,34
miligramas deálcool por litro de ar alveolar expirado (0,34 mg/L), descontado o erro
máximo admissível nostermos da “Tabela de Valores Referenciais para Etilômetro”
constante no Anexo I;
III – exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo órgão
ouentidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de consumo de
outrassubstâncias psicoativas que determinem dependência;
IV – sinais de alteração da capacidade psicomotora obtido na forma do art. 5º.

Números da violência no trânsito

No Brasil, a violência no trânsito é uma das principais causas de mortalidade.


Somente em 2010, 42.844 pessoas perderam a vida no trânsito e outras milhares
ficaram com sequelas decorrentes dos acidentes. Só em 2011, foram registradas 155
mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS) relacionadas a acidentes de
trânsito, o que representou um custo de mais de R$ 200 milhões.

Esse valor leva em conta apenas as internações na rede hospitalar pública,


sem considerar os custos dos atendimentos imediatos às vítimas feitos pelo Serviço
de Atendimento Móvel de Urgências (Samu), nas Unidades de Pronto Socorro e
Pronto Atendimento e na reabilitação do paciente com consultas, exames,
fisioterapia, dentre outros.

A colisão frontal continua representando cerca de 44% das mortes nas


estradas federais. Em 2011, foram 2.652 mortes nesse tipo de acidente, quase 2.200
em zona rural. Segundo a PRF, apesar de representar 3,5% dos acidentes, essa
modalidade provoca 40% dos óbitos.

87
Efeitos da bebida alcoólica na condução de veículos automotores

É muito como escutarmos: o que o álcool faz? Diminui os reflexos... Se fosse


só isso já não seria pouco, alterar reflexos de um condutor. Mas o álcool interfere, de
tal maneira, que condena completamente, e de forma absoluta, o ato de dirigir sob
seu efeito e em qualquer concentração.

A Sobrevivência:

O álcool afeta a sobrevivência dos envolvidos em um acidente de trânsito.


Quanto mais a pessoa tiver bebido, maior sua chance de morrer, um mesmo impacto
causa mais ferimentos numa pessoa que bebeu. O condutor não usa o cinto de
segurança quando está alcoolizado. Os impactos, por razões médicas, fazem
sobreviver menos aqueles que beberam mais antes de dirigir o veículo.

A Performance:

O consumo de álcool reduz a capacidade de percepção da velocidade e dos


obstáculos. Reduz a habilidade de controlar o veículo, manter a trajetória, realizar
curvas. Como se pode dirigir sem perceber a velocidade em que se está dirigindo?
Como se pode dirigir sem visualizar os obstáculos? Reduz a habilidade do controle
da trajetória. Não consegue dirigir em linha reta, quanto mais realizar curvas. O álcool
diminui a visão periférica, o condutor só enxerga o que está à sua frente; não enxerga
o que está do lado, medicamente, denominada visão tubular. Não vê uma moto
passando, um pedestre atravessando a via. Não consegue ter a atenção dividida,
perceber a direção e outras necessidades para dirigir. O consumo do álcool, mesmo
em baixas concentrações, aumenta o tempo de reação. Consumiu álcool, mesmo em
baixa concentração, há prejuízo daquele tempo necessário para pisar no freio quando
percebem um pedestre, uma moto, um obstáculo à sua frente. O comportamento do
alcoolizado, todos sabemos, vai da euforia para a depressão, para a agressividade.

O álcool causa sono, fadiga, estimula até tendência auto-destrutiva. Como


uma pessoa, neste estado, pode dirigir? E, como consequência disto tudo, o álcool
está presente no sangue de quase metade das vítimas fatais dos acidentes de
trânsito. Evidências científicas?

88
No Brasil, este fato foi muito bem documentado pelo estudo da Profa. Vilma
Leyton, toxicologista da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que
constatou a prevalência do álcool em 43,95% das vítimas fatais dos acidentes de
trânsito autopsiadas no Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo. Evidência
científica: não há o que se discutir.

TRANSPORTE URBANO – VIAS URBANAS

Em 2009, a população urbana se igualou à rural no mundo e, desde então,


tem havido mais e mais gente nas cidades em contraposição ao esvaziamento dos
campos. Há uma projeção de que em 2050, 75% das pessoas no mundo viverão em
cidades. Hoje há no mundo cerca de 800 milhões de veículos. Em 2050, com essa
tendência de urbanização em massa do mundo, estima-se que haverá entre 2 e 4
bilhões de carros.

População de são Paulo – 2013 - 11.821.873 habitantes;

Veículos na cidade de São Paulo -7.010.508 (ciclomotor, motoneta,


motocicleta, triciclo e quadriciclo, micro-ônibus, camioneta, caminhonete e utilitário,
automóvel, ônibus, caminhão, reboque e semirreboque, caminhão-trator, trator de
rodas, trator de esteiras, trator misto, chassi/plataforma, sidecar, motor-casa).

A cidade de São Paulo bateu novo recorde de congestionamento, em 14 de


novembro de 2013, às 18h, ao registrar 309 km de filas, de acordo com a Companhia
de Engenharia de Tráfego (CET). Em São Paulo, os motoristas passam cerca de 3
horas por dia dentro de seus carros. Isso significa 45 dias por ano dentro de um
automóvel. O excesso de carros na capital paulistana é também um problema de
saúde. Segundo o médico e pesquisador Paulo Saldiva, 80% dos leitos dos hospitais
do Sistema Único de Saúde estão ocupados por vítimas dos carros – com problemas
cardiovasculares, respiratórios, auditivos ou vítimas de acidentes.

“O modelo de mobilidade que aposta no carro como principal veículo está


falido, o trânsito restringe a liberdade de locomoção, o que vai impedir o crescimento
econômico e atrapalhar funções vitais às cidades, como o abastecimento de comida,
alerta Bill Ford, bisneto de Henry Ford (criador do Ford T).

89
A invenção do automóvel representou um avanço inegável à sociedade. Mas,
ao longo do século XX, a priorização do transporte individual provocou uma série de
transtornos nas cidades. Em São Paulo, com 7 milhões de veículos registrados
(estima-se que 3,8 milhões circulem pelas ruas todos os dias), esses problemas são
ainda mais graves. De 1980 para cá, a população da capital cresceu 32%, chegando
a 11 milhões de pessoas. No mesmo período, porém, o tamanho da frota mais que
quadruplicou. Isso pode ser verificado facilmente nas avenidas: um motorista gasta
cerca de 2h42 por dia no trânsito, segundo levantamento do Ibope encomendado
pelo movimento Nossa São Paulo em 2010. A Companhia de Engenharia de Tráfego
(CET) calcula que a média diária de congestionamentos no ano passado tenha sido
de 99 quilômetros, enquanto a velocidade dos carros no horário de pico da tarde não
ultrapassou os 18 quilômetros por hora. Além da lentidão no tráfego, o excesso de
veículos também causa problemas em outras esferas, como na saúde e na
economia.

NA SAÚDE

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 2 milhões de


pessoas morrem todo ano por doenças relacionadas à poluição. A principal causa é a
inalação de micropartículas que penetram no pulmão e na corrente sanguínea. Cerca
de 1,3 milhão dessas mortes ocorrem nas grandes cidades, e São Paulo é uma das
piores no quesito: trata-se da quarta metrópole do mundo com a maior concentração
de material tóxico no ar, atrás da Cidade do México, de Hong Kong e do Rio de
Janeiro, de acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Grande parte desses poluentes sai do escapamento dos veículos: em certos casos e
dias, o índice chega a 97%. No total, aproximadamente 260.000 toneladas são
lançadas na atmosfera por ano. “Os mais afetados pelos efeitos são as crianças, os
idosos e as pessoas que já sofrem de doenças como asma ou bronquite”, afirma o
médico Luiz Alberto Amador Pereira, do Laboratório de Poluição Atmosférica da
Universidade de São Paulo (USP).

NA SEGURANÇA

Toneladas de aço que se deslocam em alta velocidade, os automóveis


ocasionalmente se transformam em armas letais. Segundo a Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo, nada menos que 91,5% (694 casos) dos

90
homicídios culposos (sem a intenção de matar) que ocorreram na capital em 2010
tiveram relação com acidentes de trânsito. De acordo com a Companhia de
Engenharia de Tráfego (CET), 1.152 pessoas perderam a vida em mais de 26.000
acidentes de trânsito em 2013. Quase metade das vítimas era pedestre. Muitas
vezes, os acidentes são potencializados pelo uso de bebidas. Em 2013, até outubro,
2.653 condutores foram flagrados dirigindo sob influência de álcool na cidade, o que
representa 1,5% das 170.512 pessoas submetidas ao teste do bafômetro: 1.167
acabaram detidas.

NO BOLSO

O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Samy Dana chegou a


números impressionantes ao calcular quanto uma pessoa gasta para manter seu
automóvel. Considerando um carro de 35.000 reais, deslocamento diário de 15
quilômetros e fatores como impostos e estacionamento, o custo anual é de mais de
16.000 reais (veja abaixo). Além do desfalque no bolso do cidadão, os
congestionamentos causam enorme prejuízo à cidade: seria da ordem de 33,5
bilhões de reais por ano, o equivalente a 9,4% do produto interno bruto (PIB),
segundo pesquisa de 2008 da FGV. O cálculo é a soma dos 27 bilhões de reais que
os trabalhadores presos no trânsito deixam de produzir, com 6,5 bilhões gastos em
combustível, saúde pública e outros. Outro levantamento, do banco Citigroup, mostra
que as grandes cidades do Brasil perdem 5% de sua capacidade produtiva em
engarrafamentos.

QUANTO CUSTA MANTER UM CARRO POR ANO...

Para um veículo com preço médio de 35.000 reais e que circula 15


quilômetros por dia

Despesas anuais

 Seguro: (4% do valor do veículo) R$ 1.400


 IPVA: (4% do valor do veículo) R$ 1.400
 Depreciação: R$ 2.100
 Licenciamento e seguro obrigatório: R$ 222,50

Despesas mensais

91
 Estacionamento: R$ 400
 Manutenção: R$ 71
 Combustível (considerando consumo de 12 km/l e valor de R$ 2,80/l:
R$ 105
 Custo do dinheiro não investido: (0,76%): R$ 265,69
 Custo anual: R$ 16 141,89

...E QUANTO SAI ANDAR DE TAXI...

Corridas mensais: 60

 Preço médio das corridas: R$ 22,85


 Custo mensal: R$ 1 371,00
 Custo anual: R$ 17 156,56

...OU DE ÔNIBUS

 Preço por viagem: R$ 3,00


 Custo mensal: R$ 180,00
 Custo anual: R$ 2.252,50

O que é BRT

O BRT (Bus Rapid Transit), ou Transporte Rápido por Ônibus, é um sistema


de transporte coletivo de passageiros que proporciona mobilidade urbana rápida,
confortável, segura e eficiente por meio de infraestrutura segregada com prioridade
de ultrapassagem, operação rápida e frequente, excelência em marketing e serviço
ao usuário.

O sistema BRT não propõe apenas uma mudança na frota ou na


infraestrutura do transporte público coletivo. Mas sim um conjunto de mudanças que
juntas formam um novo conceito de mobilidade urbana. A implementação de
sistemas de trânsito de alto desempenho, eficientes e ecologicamente sustentáveis
consta mundialmente da agenda política de planejadores urbanos e ambientais.

Nesse sistema deve ser realizada a substituição permanente do trânsito


individual por um atrativo transporte coletivo, promovida a segurança e a proteção

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para os seus passageiros, a redução de CO² bem como a diminuição de
congestionamentos.

Para isso, não há nada mais adequado do que soluções BRT, realizáveis a
médio e longo prazo com investimento moderado. São conceitos que se integram
homogeneamente nas estruturas urbanas, em tempo hábil como solução plena ou
também por etapas.

Origem brasileira

O sistema BRT foi criado em 1974 pelo arquiteto e na ocasião prefeito da


cidade, Jaime Lerner, em Curitiba, no Paraná. As mudanças transformaram a capital
em uma cidade de sucesso urbano, renomada em todo mundo.

Junto ao BRT vieram projetos sociais inovadores, zonas de pedestres e


espaços verdes, além disso, muitas outras cidades brasileiras seguiram o exemplo
com sistemas básicos, como São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte.

Programa BRT Brasil

A proposta do programa BRT Brasil é acompanhar a implantação dos


sistemas de transporte rápido por ônibus e monitorar a operação de cada BRT após a
conclusão das obras. Se bem elaborados e operados, esses sistemas se tornarão
exemplos concretos de mobilidade urbana sustentável para que outras cidades
possam se inspirar e implantar a solução.

A realização de dois megaeventos esportivos no Brasil - a Copa do Mundo


2014 e as Olimpíadas 2016 - abriu as portas para uma nova era dos transportes
públicos coletivos nas cidades brasileiras. O governo federal lançou dois programas,
o PAC da Mobilidade Urbana e o PAC Mobilidade Grandes Cidades, para investir em
soluções para o transporte público.

O sistema BRT (Bus Rapid Transit), que é a solução de mobilidade mais


completa e eficiente para as médias e grandes cidades, foi o maior beneficiário
desses investimentos. No total, 14 cidades somam 32 projetos com 554,4 km de
extensão que priorizam o transporte urbano por ônibus. As cidades de Goiânia,

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Uberlândia, Curitiba e Porto Alegre já contemplam o BRT e terão os seus sistemas
revitalizados.

Os bons resultados que serão verificados certamente vão impulsionar a


extensão desse programa de investimentos em mobilidade urbana para as demais
grandes cidades brasileiras.

Ônibus do BRT

O BRT possui veículos articulados e padrão em sua operação. Todos os


veículos são novos, e possuem diversas características que tornam a viagem mais
eficiente, agradável e segura:

 Câmeras internas e externas.


 Monitoramento por GPS.
 Sistema de comunicação com o centro de controle operacional.
 Acessibilidade universal.
 Ar-condicionado.
 Aviso sonoro de paradas.
 TV Digital.
 Piso nivelado às plataformas das estações e terminais.

Articulados:

 Veículos de aproximadamente 19 m e 21 m de comprimento.


 Não possui escadas para embarque e desembarque.
 Piso nivelado com o da estação.
 Todos possuem ar condicionado.
 O articulado de 19 m, transporta 140 pessoas confortavelmente, por
viagem.
 O articulado de 21 m, transporta 183 pessoas confortavelmente, por
viagem.
 Transporta mais pessoas com uma frota menor.

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