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Responsabilidade

Socioambiental
Priscila Brustin Shima Barroco

Mestranda em Sustentabilidade pela Universidade Estadual de Maringá e Instituto Federal do


Paraná - Umuarama/PR.

MBA em Gestão Ambiental pela Unopar - Londrina/PR.

Bacharel em Ciências Biológicas pela Centro Universitário Una - Belo Horizonte/MG.

É especialista em meio ambiente, com bacharelado em Ciências Bio-


lógicas com ênfase em Biotecnologia e Meio Ambiente pelo Centro
Universitário Una (UNA), com MBA em Gestão Ambiental pela Univer-
sidade Norte do Paraná (UNOPAR), e Mestranda em Sustentabilidade
pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) em conjunto com o
Instituto Federal do Paraná (IFPR).

Possui experiência na área ambiental, onde atuou em empresas de


grande porte com obras de infraestrutura ferroviária, e obra de conces-
são do Governo Federal. Prestou consultoria na área de fauna no Pará e
Maranhão, e como Analista de Meio Ambiente coordenou o setor am-
biental em obras no Piauí, Pernambuco e Ceará. Atualmente é Supervi-
sora de Projetos Socioambientais do terceiro setor, Consultora Ambiental
e Professora Universitária nas modalidades presenciais e a distância nos
cursos de Graduação e Pós-Graduação.
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de “Responsabilidade Socioambiental”!

Primeiramente, gostaria de parabenizá-lo(a) pela iniciativa de dispor-se ao aprendiza-


do e ao conhecimento que este curso irá lhe proporcionar. O conteúdo dessa disciplina
foi produzido com muita satisfação, pensando no perfil do(a) aluno(a) da Educação a
Distância, ou seja, um(a) aluno(a) autônomo(a) e condutor(a) do próprio aprendizado.

Nossa disciplina será dividida em três unidades, cujos conteúdos serão separados por
tópicos centrais. Na primeira unidade, “Evolução Histórica das Políticas Ambientais”, co-
nheceremos a história das legislações em busca da preservação ambiental. Veremos, de
forma cronológica, a história ambiental no mundo e como, ao longo dos anos, as políti-
cas ambientais foram surgindo.

Na segunda unidade, falaremos sobre a ação humana na natureza e sobre os impac-


tos ambientais, pois cuidar da natureza é um assunto que diz respeito a todos nós, e o
melhor caminho é fazer uso correto e equilibrado do patrimônio natural que possuímos e
que está se perdendo pelo consumo excessivo por parte de alguns e pelo desperdício por
parte de outros.

Na terceira e última unidade, veremos sobre a Efetivação do Direito ao Meio Ambien-


te Sustentável. Conheceremos uma breve história sobre os Direitos Humanos e o Meio
Ambiente Humano, e entenderemos que várias legislações foram criadas ao longo da
história brasileira em defesa da qualidade do meio ambiente, tornando, atualmente, o
Brasil referência mundial em políticas ambientais.

Ao longo das nossas unidades, você vai encontrar o item “Saiba Mais”, onde serão
deixadas algumas sugestões de vídeos e textos para complementar seus estudos e apro-
fundar mais sobre o tema. No decorrer do texto, você encontrará também algumas ativi-
dade de autoestudo para testar seus conhecimentos.

Desejamos a todos bons estudos!


Responsabilidade Socioambiental

unidade 3do Direito ao Meio Ambiente Sustentável


Efetivação

Efetivação do Direito ao Meio Ambiente


Sustentável
Priscila Brustin

Olá, querido(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a nossa unidade sobre a Efetivação do Direito ao Meio Am-
biente Sustentável.

Nesta unidade, veremos uma breve história dos Direitos Humanos e Meio Ambiente Humano. Estudare-
mos acerca das novas legislações que precisaram ser regulamentadas para prevenir que estes acidentes
ocorram novamente. Várias legislações foram criadas ao longo da história brasileira em defesa da qualida-
de do meio ambiente, tornando, atualmente, o Brasil, referência mundial em políticas ambientais.

Conheceremos as políticas estruturantes da Educação Ambiental no Brasil e, como a maioria dos proble-
mas ambientais, está relacionada a fatores socioeconômicos, políticos e culturais, que não podem ser resolvi-
dos apenas com soluções tecnológicas, pois requer uma mudança no comportamento pessoal e comunitário.

Ao longo das nossas unidades, você vai encontrar o “Saiba mais”, onde deixarei algumas sugestões de
vídeos e textos para complementar seus estudos e aprofundar mais sobre o tema. Ah! Não se esqueça de
fazer a atividade de autoestudo e testar seus conhecimentos.

Bons Estudos!
Responsabilidade Socioambiental
Efetivação do Direito ao Meio Ambiente Sustentável
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Efetivação do Direito ao Meio Ambiente Sustentável

Uma breve história dos Direitos


Humanos e Meio Ambiente
Humano
Caro(a) aluno(a), vimos no tópico anterior que, após várias catástrofes ambien-
tais, os países precisaram passar por algumas mudanças, tanto de consciência polí-
tica e da população, como em suas legislações. Os acidentes ambientais mostraram
que novas legislações precisaram ser regulamentadas para prevenir que ocorres-
sem novamente. Várias legislações foram criadas ao longo da história brasileira,
para prevenir acidentes e desastres ambientais, e para a defesa da qualidade do
meio ambiente no país, tornando, atualmente, o Brasil, referência mundial em
políticas ambientais.
Iniciaremos falando, em ordem cronológica, sobre a Carta Magna, conhecida
como a “Grande Carta”, assinada pelo Rei João da Inglaterra, em 1215. Após ter
violado as leis e costumes ingleses, o Rei João foi confrontado por seus súbditos for-
çando-o a assinar um acordo que, mais tarde, veio a ser considerado como direitos
humanos. Entre os pontos estava o direito da igreja ser livre da interferência do
governo; de todos os cidadãos livres pudessem possuir e herdar terras; dando o
direito das viúvas que possuíam propriedade a decidir não casar–se novamente.
Esta carta estabeleceu os princípios de processos devidos e igualdade perante a lei.
Ela, também, proibia o suborno, a má conduta oficial e o impostos excessivos.
O seguinte marco registado no desenvolvimento dos direitos humanos foi em
1628 com a Petição de Direito. Feita em pelo Parlamento Inglês, esta foi enviada
a Carlos I como uma declaração de liberdade civis (MIRANDA, 2008). De acordo
com Biano (2018), a Petição de Direito baseou–se em estatutos e cartas anteriores
e afirmou quatro princípios:
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1. Nenhum imposto pode ser criado sem o consentimento do Parlamento;


2. Nenhum súbdito pode ser preso sem motivo;
3. Nenhum soldado pode ser alojado nas casas dos cidadãos;
4. A Lei Marcial não pode ser usada em tempo de paz.

Em 1689, a edição da Declaração de Direitos da Inglaterra (Bill of Rights) estabe-


lece limites aos poderes da monarquia, garantia os direitos e a liberdade dos súditos
que, consequentemente, garantia dos direitos humanos.
Saindo do ambiente europeu, em 1776, a declaração de independência e constituição
dos Estados Unidos da América do Norte foi o instrumento seguinte dos direitos huma-
nos. Os direitos desta carta impulsionaram o conceito que hoje damos à democracia
moderna (COMPARATO, 2003). Foram expressos direitos de todos os seres humanos, com
ênfase na igualdade, independente de qualquer diferença que haja entre eles.
Em 1789, um grande movimento na França surge com o intuito de limitar os
poderes dos governantes, sendo considerado legítimo, apenas um governo quando
atende a vontade do povo. Desse movimento popular, nasce a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, tornando-se um ponto de referência
para todos os processos de constitucionalização que viria. Ela aborda os direitos do
homem e do cidadão, não apenas franceses, mas ao homem de forma global. A
declaração ficou marcada por declarar em assembléia nacional a seguinte frase:
“considerando que a ignorância, o descuido ou o desprezo dos direitos humanos
são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção dos governos [...]”
(FERREIRA et. al., 1978, p. 01 ).
Com a Segunda Grande Guerra, a humanidade presenciou a barbárie contra a
humanidade. A ideologia nazifascistas feriu todos os direitos humanos, inclusive a
igualdade e a dignidade alcançadas durante a história. A perseguição contra os
judeus na Alemanha ocasionou na perda da cidadania alemã, sendo banidos dos
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empregos públicos e obrigados a ser diferenciados do restante da população usando


uma estrela amarela. Em 1935, com a criação das Leis de Nuremberg, proibia aos
judeus casar com arianos (GUIMARÃES, 2015). Uma conferência internacional foi
improvisada na França, a fim de buscar um lugar onde os judeus pudessem se
refugiar. Entretanto, foi considerada um fracasso, uma vez que ninguém queria
se comprometer a refugiar-los. No decorrer da guerra, os campos de concentração
foram transformados em campos de extermínio.
A Segunda Guerra deixou marcas não apenas no povo judeu, mas, também, ao
império japonês. O ataque norte-americano à Hiroshima e Nagasaki, em 1945, com
bombas atômicas recém criadas, provocou quase cento e vinte mil mortes instantâneas,
fora os males deixados pela radiação nuclear que são contabilizados até os dias atuais.
É neste contexto que se criou a Organização das Nações Unidas (ONU). Nela foi
aprovado o Estatuto da Comissão de Direitos Humanos, vindo a tornar-se, em 2006,
um Conselho de Direitos Humanos. Em 10 de dezembro de 1948, a ONU reunida com
58 países membros, entre eles o Brasil, institui a Declaração Universal dos Direitos
do Homem (PIOVERSON, 2005). O documento define os direitos básicos dos seres
humanos, dentre eles a promoção de uma vida digna para todos os habitantes do
mundo independentemente de nacionalidade, cor, sexo e orientação sexual, política
e religiosa. Esta declaração objetiva que todos os povos e nações se esforcem, através
do ensino e da educação, promovam o respeito a esses direitos e liberdades, e adotem
medidas progressivas de caráter nacional e internacional (ONU, 2018).
Na concepção da declaração, os direitos humanos são universais e inalienáveis,
sendo um conjunto mínimo de direitos necessários para assegurar uma vida ao ser
humano baseada na liberdade e na dignidade. No artigo 25 menciona que todo
ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua famí-
lia saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos
e os serviços sociais indispensáveis. Esta declaração foi propulsora de várias outras
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legislações que vieram posteriormente (ONU, 2018).


Com políticas internacionais consolidadas, o crescimento industrial foi aconte-
cendo não apenas nos países desenvolvidos, mas, também, no Brasil. No século
XX, as organizações empresariais se preocupavam com suas perspectivas econô-
micas, buscavam a obtenção de lucros acima de seus custos. Vendiam a imagem
de bem-estar social nas comunidades, uma vez que produzia desenvolvimento em
curto prazo. Esta visão começou a mudar, em 1962, a partir da publicação do livro
“Primavera Silenciosa”, escrito pela bióloga pesquisadora Rachel Carson. O livro
documentou os efeitos deletérios dos pesticidas no ambiente, particularmente em
aves, descobrindo que o DDT causava a diminuição da espessura das cascas de
ovos, resultando em problemas reprodutivos e em morte. Esta pesquisa colocou em
questão desinformação das indústrias químicas, facilitando o banimento do pesti-
cida Estados Unidos (BONZI, 2013).
Em 1969 foi divulgada a primeira foto da Terra vista do espaço. Algo tão simples
como uma foto tocou o coração da humanidade com a sua beleza e simplicidade.
Ver pela primeira vez uma imensidão azul, imensa na galáxia, fez a humanidade
refletir pelo fato de que vivemos em um planeta único, com um ecossistema tão
frágil e interdependente. Isto potencializou a responsabilidade de proteger a saúde
e o bem-estar do ecossistema, surgindo a consciência coletiva do mundo.
Em 1972, a ONU mudou seu discurso, além de falar de paz mundial e políticas inter-
nacionais, as Nações Unidas incluíram, em sua pauta, o Meio Ambiente. A Conferência
de Estocolmo, na Suécia, foi a primeira grande reunião de chefes de estado organizada
da ONU para tratar das questões relacionadas à degradação do meio ambiente.
Treze anos após a Conferência de Estocolmo, em 1985, o Meio Ambiente seria
destaque em todo mundo com a publicação da descoberta do buraco da camada
de ozônio, realizada pelos pesquisadores Joe Farman, Brian Gardiner e Jonathan
Shanklin na revista Nature. O buraco está relacionado ao acúmulo de gases CFCs
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(usados em sistemas de refrigeração, ar-condicionado, spray aerossol, e solventes


industriais), que flutuam no ar e chegam até a camada de ozônio, reagindo e desa-
parecendo com a camada, que protege mais de 90% da radiação solar ultravioleta
prejudicial à terra (FARMAN; SHANKLIN, 1985). Esta pesquisa fez os pesquisadores
receberem o Prêmio Nobel de Química em 1995, além de abrir portas para novas
discussões mundiais. O que estamos fazendo com a Terra? A descoberta foi uma
amostra do o quão rápido nosso planeta pode mudar.
Em 1987, dois anos após a publicação sobre a camada de ozônio na Nature, foi
firmado, no Canadá, o Protocolo de Montreal, com objetivo de estabelecer metas
de eliminação das substâncias destruidoras da camada de ozônio. A expectativa
dos cientistas é que em 2080 a camada de ozônio na Antártida volte aos níveis
de 1950. Um estudo liderado por Martyn Chipperfield, da instituição britânica,
afirma que após 1993 a camada de ozônio começou a diminuir, e está em melhor
forma do que estaria sem a assinatura do acordo mediado pelas Nações Unidas.
Embora os acidentes ambientais provenientes da ação do homem preocupem
e nos façam pensar em realizar uma gestão ambiental de qualidade e obter um
crescimento de forma sustentável, o meio ambiente vem reagindo com nosso
crescimento. Segundo a Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para
a Ásia (Unescap), entre 1970 e 2013, os desastres naturais geraram perdas de
US$ 2,8 trilhões em todo o mundo. Estes dados mostram que o desequilíbrio
ambiental pode impactar significativamente o desenvolvimento mundial, uma
vez que a economia e os trabalhos de reconstrução podem demorar meses ou
até mesmo anos para reparar os danos causados.
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Figura 3.1 - Custo de tragédias causadas pela natureza. Perdas econômicas devido a desastres

naturais na região Ásia-Pacífico (1970-2013).

Fonte: Adaptada de UNESCAP (2018).

Gestão Ambiental Brasileira


No Brasil, a legislação ambiental se iniciou em 1934, com a aprovação do pri-
meiro Código Florestal Brasileiro, embora tenha este nome, não é uma legislação,
somente trazia a preocupação em relação ao uso e conservação das florestas nativas
brasileiras. Em 1965 foi aprovado o segundo Código Florestal, até 2012 era código
vigente. Este sofreu várias alterações, não somente por leis posteriores, mas, também,
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por medidas provisórias, entretanto, em sua maior parte, ainda está em vigência no
código atual. O Código, caro(a) aluno(a), estabeleceu que o meio ambiente fosse um
direito de todos, com partes de propriedade privada, mas tutelada pela lei (direito de
propriedade com limitações). Traçou regras gerais sobre a utilização e conservação
da vegetação nativa em imóveis rurais e urbanos; criou as Áreas de Preservação
Permanente (APP) e as Reservas Legais Obrigatórias (RLO).

Código Florestal Brasileiro - Lei nº 12.651/12 - Art. 3o

‘...área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função


ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geo-
lógica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger
o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas…’

Além das APPS e RLO, o Código Florestal de 1965 previu a criação de Parques,
Reservas Biológicas e Florestas Nacionais. Estabeleceu que cada propriedade tenha
uma área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural fosse destinada
à preservação permanente, sendo essencial para a conservação e reabilitação dos
processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção da
fauna e flora nativas. Definiu que caso o indivíduo comprasse área sem reserva,
este terá que recompor (replantar) a área e abandoná-la, para que a floresta se
autorregenere (quando houver possibilidade); ou compensar a área por outra pro-
priedade que tem reserva em excedente (BRASIL, 1965).
O terceiro Código Florestal foi instituído pela Lei 12.561 em 2012, sendo chamado
“novo Código Florestal”; não trouxe grandes mudanças estruturais, mas ajustes pon-
tuais. Após aprovação polêmica realizada pela câmera dos deputados, foram feitas
32 modificações no seu texto, sendo 14 recuperadas do texto do Senado Federal, 5
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dispositivos novos e 13 ajustes ou adequações de conteúdo do projeto. Algum dos


pontos alterados, podemos citar:
I. Cadastro Ambiental Rural (CAR): Implementação e fiscalização das áreas
de APP e RLO.
II. Licenciamento ambiental obrigatório para qualquer forma de intervenção
em curso d’água.
III. Esclarecidas formas de proteção de encostas, bordas de tabuleiros, topos de
morros, restingas, manguezais e chapadas e de altitude superior a 1.800
metros.
IV. Somente as faixas marginais dos cursos d’água naturais devem ser protegi-
das como APP, excluindo regos e canais artificiais.
V. APP de encostas com declividade maior que 45 graus foram declaradas de
uso restrito.

Em 1981 foi instituída a Política Nacional do Meio Ambiente, Lei 6.938, sendo
considerada a mãe do Direito Ambiental e compreendida como “o conjunto dos
instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promo-
ção do desenvolvimento sustentado da sociedade e economia brasileiras” (BRASIL,
1981). Nela estão estabelecidos os objetivos, os fundamentos, os princípios e os ins-
trumentos a serem utilizados, e diversos conceitos jurídicos, tais como: de meio
ambiente, poluição e poluidor.
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Conceitos de acordo com a PNMA, 1981


Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
Meio ambiente
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

Alteração adversa das características ambientais; resultante de atividades que direta ou


indiretamente; prejudiquem a saúde, a segurança ou o bem estar da população; criem
Poluição condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a
biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias
ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

Pessoa (física ou jurídica), de direito público ou privado, que cause direta ou


Poluidor
indiretamente dano ao meio ambiente.

Quadro 3.1 - Conceitos da Política Nacional do Meio Ambiente

Fonte: Brasil (1981, on-line).

O objetivo da Política Nacional do Meio Ambiente é assegurar que o país


tenha condições para o desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segu-
rança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Os objetivos gerais da
Política Nacional do Meio Ambiente, presentes no Art. 2º CAPUT são de preser-
var, conservar, melhorar e recuperar.
• Preservar: manter o ambiente intocado, sem interferência humana.
• Conservar: conciliar a atividade humana (econômica e social) com a
preservação.
• Melhorar: o manejo do meio ambiente.
• Recuperar: reconstruir o que foi degradado.

Esta lei trouxe diversos conceitos jurídicos importantes, como a necessidade de


licenciamento, registro, autorizações, concessões e permissões relacionadas à fauna,
à flora, acompanhamento da qualidade ambiental, fiscalização e controle de ati-
vidades potencial ou efetivamente poluidoras (princípio do poluidor-pagador) e
demais ações governamentais na manutenção do equilíbrio ecológico.
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Os princípios da Política Nacional do Meio Ambiente, de acordo com a Lei nº


6.938 (BRASIL, 1981), são:
• Princípio da prevenção: Atuação preventiva, ao contrário do princípio da
precaução, buscando eliminar as possibilidades de dano ao trabalho, pre-
vendo situações onde o dano e o perigo são conhecidos e esperados.
• Princípio do poluidor-pagador: Determina que o causador ataque com o
ônus da sua atividade danosa.
• Princípio da informação: Obrigação do fornecimento de informação
ambiental. As obras ou atividades causadoras de significativa degradação
do meio ambiente devem realizar um estudo prévio de impacto ambiental.
• Princípio da participação: A sociedade tem o direito de saber, por meio de
relatórios constantes a situação ambiental, portanto o estudo de impacto
ambiental deve ser amplamente divulgado, para saber se a comunidade
está disposta a sofrer aquele impacto, correr aquele risco.

Em conjunto com a Política Nacional do Meio Ambiente foi criado o Conselho


Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), onde delibera e elabora normas suple-
tivas e complementares, e padrões relacionados com o meio ambiente, e conta com
a participação paritária de representantes dos segmentos sociais; ampliando a com-
petência dos Estados e descentralizando a gestão ambiental (BRASIL, 1981). Fazem
parte do CONAMA, o Governo Federal, os Governos Estaduais e Municipais, a
Sociedade Civil e o Setor Empresarial. As normas estabelecidas pelo CONAMA
têm caráter consultivo, onde assessora, estuda e propõe ao Conselho do Governo,
diretrizes para o meio ambiente e para os recursos naturais; e deliberativo, em
forma de suas resoluções estabelece padrões para o meio ambiente ecologicamente
equilibrado. Ele fixou o conceito normativo de impacto ambiental na Resolução 1
de 1986, definido o impacto ambiental como qualquer alteração das propriedades
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físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de


matéria ou energia resultante das atividades humanas de forma direta ou indireta
(CONAMA, 1986).
Em 1988, o Brasil introduziu, pela primeira vez na história do país, um capítulo
específico sobre o meio ambiente na Constituição Brasileira, conhecida, então, como
“Constituição Verde”. De acordo com a Constituição Federal Brasileira (1988), o
Meio Ambiente pode ser classificado como origem natural, artificial, cultural e
do trabalho. Meio Ambiente Natural é constituído pelo solo, água, ar atmosférico,
flora e pela interação dos seres vivos e seu meio.
O Meio Ambiente Natural é constituído pelo solo, água, ar atmosférico, flora, ou
seja, pela interação dos seres vivos e seu meio. É tutelado, de forma mediata, pelo
caput do artigo 225 da Constituição brasileira e, de forma imediata, pelo parágrafo
1º, incisos I e VII do mesmo dispositivo constitucional. O Meio Ambiente Artificial
é o espaço urbano construído, o conjunto de edificações (espaço urbano fechado)
e dos equipamentos públicos (ruas, praças, áreas verdes: espaço urbano aberto).
Encontra-se inserido nos artigos 225 e 182. Integrado pelo patrimônio histórico,
artístico, arqueológico, paisagístico e turístico, o Meio Ambiente Cultural, embora
artificial como obra do homem, difere, pois tem valor especial, encontrando-se pre-
visto no artigo 216. Já o Meio Ambiente de Trabalho pode ser conceituado como
o local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais, cujo equilíbrio está
baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que comprometam a
incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores. Consta do inciso VIII do artigo 200
da Constituição (PIRES et. al, 2008).
Em 1998 foi criada a Lei de Crimes Ambientais, nº 9.605 de 12 de fevereiro
de 1998. Esta lei trata especialmente sobre crimes contra o meio ambiente e
infrações administrativas ambientais através de processo penal e a cooperação
internacional para preservação do meio ambiente. A lei ainda prevê crimes
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contra a fauna e a flora, poluição, crimes contra o ordenamento urbano, patri-


mônio cultural e genético. No Capítulo V, Sessão I, trata, especificamente, sobre
crimes contra a fauna. O artigo 29 trata, em especial, sobre a fauna silvestre
em qualquer fase de desenvolvimento, seja em ambiente natural, ou cativeiro.
Preveem crimes como matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da
fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença
ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.
Define no artigo 32 como crime o “abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais
silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” (BRASIL, 1998). Na
Sessão II, trata, especificamente, sobre crimes contra a flora. Descreve como
crime ambiental, entre outros, o ato de cortar, “destruir ou danificar floresta
considerada de preservação permanente, destruir ou danificar vegetação pri-
mária ou secundária, provocar incêndio em mata ou floresta”. Na Sessão III,
trata sobre poluição, onde considera crime o ato de “causar poluição de qual-
quer natureza, em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à
saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora”. No capítulo VI, trata sobre as infrações administrativas,
sendo “toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promo-
ção, proteção e recuperação do meio ambiente” (BRASIL, 1998).
Estas ações são punidas com sanções previstas no artigo 6º:
I. Advertência.
II. Multa simples.
III. Multa diária.
IV. Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumen-
tos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na
infração.
V. Destruição ou inutilização do produto.
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VI. Suspensão de venda e fabricação do produto.


VII. Embargo de obra ou atividade.
VIII. Demolição de obra.
IX. Suspensão parcial ou total de atividades (BRASIL, 1998, on-line).

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis


(IBAMA) surgiu em 22 de fevereiro de 1989, através da Lei nº 7.735, a partir da
extinção de diversos órgãos encarregados dos problemas ambientais brasileiros,
entre eles a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) e a Superintendência
do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE). O IBAMA é o órgão responsável por

[...] executar ações das políticas nacionais de meio ambiente referente às atri-
buições federais relativas ao licenciamento ambiental, ao controle da quali-
dade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à fiscalização,
monitoramento e controle ambiental, observadas as diretrizes emanadas do
Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 1989, on-line).

Com esta lei, cabe ao IBAMA:


1. Propor e editar normas e padrões de qualidade ambiental.
2. Avaliar zoneamento e impactos ambientais.
3. Realizar o processo de licenciamento ambiental, nas atribuições federais.
4. Implementar o Cadastro Técnico Federal.
5. Fiscalizar e aplicar penalidades administrativas.
6. Avaliar o monitoramento ambiental, para controle e prevenção de desma-
tamentos, queimadas e incêndios florestais.
7. Gerar e disseminar informações relativas ao meio ambiente.
8. Dar apoio às emergências ambientais; a execução de programas de educação
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ambiental; a elaboração do sistema de informação e o estabelecimento de


critérios para a gestão do uso dos recursos faunísticos, pesqueiros e florestais.

Criado através da Lei 11.516, de 28 de agosto de 2007, o Instituto Chico Mendes


de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é vinculado ao Ministério do Meio
Ambiente, e tem as seguintes finalidades:
• Executar ações da política nacional de unidades de conservação da natu-
reza, na implantação, gestão, proteção, fiscalização e monitoramento das
unidades de conservação instituídas pela União.
• Executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais reno-
váveis e apoiar o extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de
conservação de uso sustentável.
• Fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e con-
servação da biodiversidade e de educação ambiental.
• Exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de
conservação.
• Promover e executar, os programas recreacionais, de uso público e de ecotu-
rismo nas unidades de conservação, onde estas atividades sejam permitidas
(BRASIL, 2007).

Políticas estruturantes da
Educação Ambiental
Caro(a) acadêmico(a), tradicionalmente a educação é chamada para solucionar os
muitos problemas sociais, mas será que a educação é realmente a solução para todos
os problemas da sociedade? Como pudemos entender nos tópicos anteriores, a maio-
ria dos problemas ambientais está relacionado a fatores socioeconômicos, políticos
Responsabilidade Socioambiental
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e culturais, que não podem ser resolvidos apenas com soluções tecnológicas, pois
requerem uma mudança no comportamento pessoal e comunitário. Nos noticiários é
evidente ver que a cada ano tem ocorrido mais desastres e acidentes ambientais, e o
número de mortos em consequência destas tragédias tem aumentado também.
Entretanto, o brasileiro vê a preocupação com o meio ambiente como um assunto
secundário, veem noticiários sobre desastres naturais e acidentes ambientais como
expectadores, na certeza de que aquilo não irá atingi-lo, não imagina que suas
escolhas podem influenciar nos problemas ambientais e que a mudança para a
melhoria desse problema depende dele. Os comportamentos ambientalmente cor-
retos devem ser aprendidos na prática, ao longo da vida através de conteúdos
ambientais de forma contextualizada com sua realidade.

Pense nisso
Todas estas ações que estão sendo apresentadas ao longo de nosso estudo possibilitaram que
os países adequassem suas legislações para a preservação ambiental. Mesmo que, inicialmente,
marcados por ações pontuais por ocorrência de acidentes ambientais locais, com o tempo, os países
foram entendendo que a preservação dos recursos naturais, a conscientização da população e
empresas, e as normas de prevenção de acidentes são as melhores ferramentas para evitar desastres
catastróficos e perdas de vidas.

Em 1977, durante a Conferência Intergovernamental de educação, o Brasil já havia


firmado estratégias para a educação ambiental, mas ainda não possuía legislações
efetivas de como chegaria a aplicar a educação de forma que alcançasse todos os
níveis e faixa etária da população. Como o ambiente escolar contribui para o pro-
cesso de socialização, levantou-se a questão de que a conscientização ambiental
deveria iniciar na infância, e a temática deveria ser incluída no currículo escolar em
Responsabilidade Socioambiental
Efetivação do Direito ao Meio Ambiente Sustentável

todos os níveis e modalidades de ensino. Portanto, com o intuito de incluir a educação


ambiental no universo pedagógico em todos os níveis de ensino, inclusive a educação
da comunidade, em 1981 foi instituída a Política Nacional de Meio Ambiente - Lei
nº 6.938. A formalização desta necessidade também na Constituição Federal de 1988
enfatizou o direito à educação ambiental, atribuindo ao Estado o dever de “promo-
ver a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente” - Art. 225, §1º, inciso V (BRASIL, 1981).
Para orientar os educadores de como seria aplicada a Educação Ambiental nas
escolas, o Ministério da Educação elaborou, em 1997, uma nova proposta curricular
através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Em suas diretrizes, o meio
ambiente passou a ser um tema transversal (permeia em todas as áreas de conhe-
cimento) nos currículos básicos do ensino fundamental de 1ª a 8ª séries. Em 1999,
foi instituída a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) - Lei nº 9795,
que reconhece e oficializa a Educação Ambiental sendo essencial e permanente em
todo processo educacional, como instrumento trabalhado dentro e fora da escola
em caráter interdisciplinar, definindo-a como:

Art 1º.

[...] os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem


valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial
à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999, on-line).

De acordo com o artigo 9º da PNEA, a Educação Ambiental deve estar presente


em todos os níveis e modalidades da educação formal, de educação básica à edu-
cação superior; educação de jovens e adultos; educação à distância e tecnológicos;
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Efetivação do Direito ao Meio Ambiente Sustentável

educação especial; educação escolar indígena e quilombola; e educação no campo,


a fim de garantir o desenvolvimento da cultura e cidadania ambiental em dife-
rentes grupos e faixas etárias. Já sobre educação não-formal, o artigo 13º define
que deverão ser realizadas “ações e práticas educativas voltadas à sensibilização
da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação
na defesa da qualidade do meio ambiente” (BRASIL, 1999).
Acadêmico(a), atualmente, temos três modalidades de educação: a formal, a
não-formal e a informal. Sendo a formal realizada nos ambientes escolares; não-
formais realizadas em espaços externos; e, por fim, a educação informal é aquela
que os agentes educadores são os pais ou comunidade em geral, de forma espon-
tânea ou ocasional. As atividades de educação ambiental realizadas em espaços
não-formais não possuem um formato definido, podem ser no formato de aulas de
campo ou saídas de campo, visitas externas, excursões, visitas orientadas e passeios,
sendo ações ligadas direta ou indiretamente a trabalhos e atividades escolares.
Estas atividades servem como extensões dos conteúdos escolares, como: visita a
fábrica, pedreiras e mineradoras, parques ou clubes e museus.
O desenvolvimento de práticas fora do espaço escolar aumenta a eficácia do
conhecimento trabalhado e o torna mais assimilável pelo aluno. Isto possibilita
que o aluno associe os conceitos aprendidos na sala de aula com a aplicação destas
novas informações, permitindo maior compreensão dos conhecimentos. Estas legis-
lações possibilitaram tornar a Educação Ambiental uma ferramenta para auxi-
liar na formação de cidadãos conscientes da importância da preservação do meio
ambiente e seus recursos naturais.
Responsabilidade Socioambiental
Efetivação do Direito ao Meio Ambiente Sustentável

Figura 3.2 - Educação Ambiental continuada de educadores para formação do ser humano.

Fonte: Córdula (2013).

Prezado(a) aluno(a), a Educação Ambiental deve desencadear um processo de


transformação individual e coletivo, fazendo que o aluno compreenda que cada
indivíduo é capaz de influenciar uma sociedade ao todo, e ao mesmo tempo a
sociedade, com seus padrões sociais, condiciona cada indivíduo. O processo edu-
cativo passa a analisar a origem dos problemas socioambientais que estão muito
além das salas de aula, mas na realidade da vida social de cada um.
Portanto, consciência ambiental deve ir além das instituições de ensino, deve
alcançar o ambiente familiar e o do trabalho de cada um. Sendo muito mais do
Responsabilidade Socioambiental
Efetivação do Direito ao Meio Ambiente Sustentável

que uma simples informação, mas fazer com que o aluno e a sociedade de entorno
percebam que a vida humana depende da sua relação com a natureza. Neste
pensamento, caro(a) estudante, entendemos que para que haja uma mudança de
comportamento, é necessário uma transformação dos indivíduos através da cons-
trução de novas práticas individuais e coletivas.

Saiba mais
Natureza e educação: que relação existe entre elas? O homem aprende com o contato com a
natureza ou tentando dominá-la? E o que isso tem a ver com o mundo em que vivemos, com nosso
cotidiano? Para entender melhor estas questões vamos viajar pela história da Educação Ambiental,
através do vídeo a seguir: youtube.com.

Atividade
1. Após ter violado as leis e costumes ingleses, o Rei João da Inglaterra, em 1215,
foi confrontado por seus súbditos, forçando-o a assinar um acordo que enumera
o que mais tarde veio a ser considerado como direitos humanos. Qual seria este
documento?
a. Petição de Direito.

b. Carta Magna, conhecida como a “Grande Carta”.

c. Declaração de Estocomo.

d. Declaração de Direitos da Inglaterra (Bill of Rights).

e. Protocolo de Kyoto.
Responsabilidade Socioambiental
Efetivação do Direito ao Meio Ambiente Sustentável

Atividade
2. Treze anos após a Conferência de Estocolmo, em 1985, o Meio Ambiente seria
destaque em todo mundo com a publicação da descoberta do buraco da camada
de ozônio realizada pelos pesquisadores Joe Farman, Brian Gardiner e Jonathan
Shanklin na revista Nature. Em 1987, dois anos após a publicação da Nature, qual
acordo foi firmado no Canadá com objetivo de estabelecer metas de eliminação
das substâncias destruidoras da camada de ozônio?
a. Acordo de redução de CFC.

b. Protocolo de Montreal.

c. Carta Magna.

d. Protocolo de Kyoto.

e. Alternativa: Declaração de Direitos da Inglaterra (Bill of Rights).

Atividade
3. De acordo com o artigo 9º da PNEA, a Educação Ambiental deve estar presente
em todos os níveis e modalidades da educação formal, de educação básica à edu-
cação superior; educação de jovens e adultos; educação à distância e tecnológicos;
educação especial; educação escolar indígena e quilombola; e educação no campo;
a fim de garantir o desenvolvimento da cultura e cidadania ambiental em diferentes
grupos e faixas etárias. Atualmente, temos três modalidades de educação, sendo:
I. A educação formal realizada nos ambientes escolares.
II. A educação não-formal realizadas em espaços externos, como aulas saídas
de campo, visitas externas, excursões, visitas orientadas e passeios, sendo ações
ligadas direta ou indiretamente a trabalhos e atividades escolares.
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Efetivação do Direito ao Meio Ambiente Sustentável

III. A educação informal aquela que os agentes educadores são os pais ou


comunidade em geral, de forma espontânea ou ocasional.
Assinale a alternativa correta:
a. As afirmativas I e II são incorretas.

b. Apenas II e III estão corretas.

c. Apenas I e II estão corretas.

d. Apenas I está incorreta.

e. As afirmativas I, II e III estão corretas.

Atividade
4. Os acidentes ambientais mostraram que novas legislações precisaram ser regula-
mentadas para prevenir que novamente estes acidentes ocorressem e, assim como
os demais países, o Brasil também precisou criar políticas para se adequar aos
tratados internacionais, e educar ambientalmente toda sua população. Qual foi a
primeira legislação ambiental efetiva brasileira?
a. Política Nacional de Meio Ambiente.

b. Código Florestal.

c. Lei de Proteção à Fauna.

d. Constituição Brasileira.

e. Carta Magna.
Responsabilidade Socioambiental
Efetivação do Direito ao Meio Ambiente Sustentável

Atividade
5. Em 1988, o Brasil introduziu pela primeira vez na história do país um capítulo
específico sobre o meio ambiente na Constituição Brasileira, conhecida, então,
como “Constituição Verde”, incluído oficialmente o Brasil nas discussões ambien-
tais. De acordo com a Constituição Federal Brasileira, o Meio Ambiente pode
ser classificado como origem natural, artificial, cultural e do trabalho. Marque
a alternativa CORRETA:
a. Meio Ambiente Natural é constituído pelo solo, água, ar atmosférico, flora e pela intera-

ção dos seres vivos e seu meio.

b. Ambiente Urbano é composto pelo espaço urbano construído, sendo o conjunto de edi-

ficações e dos equipamentos públicos (ruas, praças, áreas verdes), destinados a ordenar

o desenvolvimento das funções sociais da cidade e bem-estar de seus habitantes, como

moradia, saneamento, infraestrutura, transporte, serviços públicos, trabalho e lazer.

c. O Ambiente Trabalho está relacionado com o patrimônio histórico, artístico, arqueoló-

gico, paisagístico e turístico que, embora seja uma obra do homem, possui um valor

especial por apresentarem referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes

grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem, como, por exemplo, as

formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e

tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às

manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagís-

tico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

d. Ambiente Cultural pode ser conceituado como o local onde as pessoas desempenham

suas atividades laborais, cujo equilíbrio está baseado na ausência de agentes que com-

prometam a qualidade físico-psíquica dos trabalhadores.


Responsabilidade Socioambiental
Efetivação do Direito ao Meio Ambiente Sustentável

e. Meio Ambiente Físico é constituído pelo solo, água, ar atmosférico, flora, e pela interação

dos seres vivos e seu meio.

Indicação de leitura
Nome do livro: Os Limites do Crescimento
Editora: Qualitymark
Autor: Donella H. Meadows, Dennis L. Meadows, Jørgen Randers, and William W. Behrens III.
ISBN: 9788573037364

Limites do Crescimento é um livro urgente e necessário. Ele retoma e aprofunda os termos do


debate sobre crescimento e sustentabilidade lançado pelo Clube de Roma, em 1972, com publicação
de seu relatório “Limites do Crescimento”. Trata-se de uma excelente contribuição para o debate e
ação sobre temas decisivos para a vida e o futuro das sociedades.
Olá, caro(a) aluno(a)!

Chegamos ao fim da disciplina “Responsabilidade Socioambiental”. Na primeira uni-


dade, “Evolução Histórica das Políticas Ambientais”, conhecemos a história das legislações
em busca da preservação ambiental. Vimos, de forma cronológica, a história ambiental
no mundo, e como, ao longo dos anos, as políticas ambientais foram surgindo.

Na segunda unidade, falamos sobre a ação humana na natureza e sobre os impactos


ambientais. Aprendemos sobre Direito Internacional e a sociedade, sobre a poluição e os
problemas ambientais do mundo e como é possível prevenir a contaminação ambiental.

Enfim, na terceira e última unidade, vimos sobre a “Efetivação do Direito ao Meio Am-
biente Sustentável”. Conhecemos uma breve história sobre os Direitos Humanos e Meio
Ambiente Humano, e vimos que várias legislações foram criadas ao longo da história
brasileira em defesa da qualidade do meio ambiente, tornando, atualmente, o Brasil
referência mundial em políticas ambientais.

Você pôde perceber que o assunto sobre meio ambiente e sociedade é extenso. Sendo
assim, convido-o(a) a pesquisar mais sobre o tema.

Até uma próxima oportunidade!


3DMAN_EU. Terra Globo Proteção Planeta Ambiente Símbolo. Pixabay.

ABTIBOL, A. A. Direito Internacional Público: origem, elementos e desafios.


Revista Jus Navigandi, jun. 2017.

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do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá
outras providências. Diário Oficial da União.

______. Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. Dispõe sobre a extinção de


órgão e de entidade autárquica, cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis e dá outras providências. Diário Oficial
da União.
______. Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989. Fundo Nacional de Meio
Ambiente. Diário Oficial da União. Brasília: Senado Federal, 1989.

______. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções


penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências. Diário Oficial da União.

______. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999: Dispõe sobre a educação ambien-


tal, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providên-
cias. Diário Oficial da União.

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