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Fascículo
Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida
no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
Secretaria Municipal de Saúde
Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde
Superintendência de Atenção Primária
Fascículo
Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida
no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Rio de Janeiro
2017
©Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO 13
2 - SAÚDE DA CRIANÇA 17
4. Protocolo para acompanhamento de recém-natos com sífilis congênita, egressos da maternidade na APS
5.2 Os Dez Passos para uma Alimentação Saudável para Crianças Menores de Dois Anos
3 - SAÚDE DO ADOLESCENTE 82
4 - SAÚDE DA MULHER 98
12.11 Normatizações e Legislações Vigentes para boas práticas ao pré-parto, parto e puerpério
13. Puerpério
Introdução
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LISTA DE QUADROS:
QUADRO 01. Calendário de Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento de Crianças de Baixo Risco (0 a 10 anos) 26
QUADRO 03. Tópicos da legislação brasileira sobre situação da mulher e parceiro no momento da gestação, adoção e puerpério 129
QUADRO 06. Avaliação de risco para os cuidados profiláticos e de tratamento decorrentes da violência sexual 158
QUADRO 10. Avaliação de risco para os cuidados profiláticos e de tratamento decorrentes da violência sexual 177
LISTA DE FLUXOGRAMAS
FLUXOGRAMA 01. Fluxo de acolhimento mãe-pai-bebê nas unidades da APS após alta da maternidade 23
FLUXOGRAMA 02. Avaliação e Acompanhamento da Criança de 0 a 02 meses pelo Enfermeiro 28
FLUXOGRAMA 03. Avaliação e Acompanhamento da Criança de 02 meses a 05 anos pelo Enfermeiro 30
FLUXOGRAMA 04. Avaliação e Acompanhamento da Criança de 05 anos a 11 anos pelo Enfermeiro 32
FLUXOGRAMA 05. Atendimento a criança com Escabiose (sarna) 34
FLUXOGRAMA 06. Atendimento a criança com Pediculose 36
FLUXOGRAMA 07. Atendimento a criança com Dermatite de Fralda 38
FLUXOGRAMA 08. Atendimento a Criança com Brotoeja 39
FLUXOGRAMA 09. Atendimento ao lactente com Cólica 40
FLUXOGRAMA 10. Atendimento a Criança com Monilíase Oral 42
FLUXOGRAMA 11. Atendimento a Criança com Parasitose Intestinal 44
FLUXOGRAMA 12. Atendimento a criança com Diarreia 48
FLUXOGRAMA 13. Atendimento a criança Com Constipação Intestinal 50
FLUXOGRAMA 14. Atendimento a Criança com Febre 52
FLUXOGRAMA 15. Atendimento a Criança com Dor de ouvido-Otite média (maior de 02 anos até 11 anos 11 meses e 29 dias) 54
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FLUXOGRAMA 19. Acompanhamento de recém-natos com sífilis congênita, egressos da maternidade, na APS 66
FLUXOGRAMA 23. Fluxo de Atendimento à Gestante nos Três Níveis de Atenção 102
FLUXOGRAMA 30. Esterilização voluntária feminina e masculina (métodos definitivos e cirúrgicos) 154
FLUXOGRAMA 32. Atenção em Violência Doméstica e Sexual no IML (Após a Mulher Prestar Queixa em Delegacia) 179
FLUXOGRAMA 33. Acesso e acolhimento de enfermagem ao homem na APS em demanda livre 185
1- INTRODUÇÃO
Este documento foi elaborado visando instrumentalizar os (as) enfermeiros (as) que trabalham diretamente
na Atenção Primaria a Saúde (APS) na Cidade do Rio de Janeiro, trazendo recomendações sobre as áreas de
Saúde da Criança, Adolescente, Mulher, Homem e Idoso, baseadas nas principais referencias de saúde, como
WHO, NICE e Ministério da Saúde, entre outras, adaptados para a realidade brasileira e carioca.
O Decreto nº 94.406/1987 COFEN afirma ainda que cabe ao enfermeiro: A implantação, planejamento,
organização, execução e avaliação do processo de enfermagem.
Ainda baseado nesta resolução, o Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico e se
organiza em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes, são elas: Histórico de Enfermagem,
Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento de Enfermagem, Implementação e Avaliação de Enfermagem.
Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) – realizado com o auxílio de métodos e
técnicas variadas, tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade
humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença.
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Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira
etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam,
com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo
saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva
alcançar os resultados esperados.
Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou
intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana
em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem.
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2
Saúde da
Criança
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
A Atenção à Saúde da Criança tem como relevância garantir desde seu nascimento um desenvolvimento
intelectual, emocional, cognitivo e físico saudável. Este capítulo busca orientar o Enfermeiro a implementar
assistência à criança, sua família e/ou ao cuidador, de maneira integral, atuando sobre condicionantes que
possam reduzir a morbidade e mortalidade na infância (0 a 5 anos).
Para isso, este protocolo busca orientar os Enfermeiros a desenvolverem e organizarem suas ações para:
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Município do Rio de Janeiro vem desenvolvendo, desde
setembro de 2003, a estratégia de Acolhimento mãe-bebê, a qual foi implantada em parceria com o Programa
de Saúde da Mulher nos mesmos moldes das ações “Primeira Semana Saúde Integral”.
Considerando que as unidades de APS são as portas de entrada organizada para o acompanhamento
do Crescimento e Desenvolvimento da criança, esta estratégia tem o objetivo de estabelecer uma referência
para uma recepção humanizada, após alta da maternidade, do binômio mãe-bebê na unidade de APS mais
próxima de sua residência realizando as seguintes ações:
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Os profissionais deverão orientar as mães sobre os cuidados com o bebê e apoiá-las neste período de
intensas mudanças na família com a chegada da criança (CAB33). As ações prioritárias neste momento são:
Neste momento considera-se muito importante o estímulo à participação do pai/parceiro(a). Neste sentido,
é de suma importância minimizar qualquer tipo de exclusão do pai/parceiro(a), que gera, muitas vezes, um
grande sentimento de frustração e que reforça ainda mais o seu distanciamento das questões relativas à saúde
dos filhos.
Para a ampliação e o fortalecimento da participação do pai/parceiro(a), os profissionais devem estar
atentos para o acesso e o acolhimento de qualidade dos mesmos, incluindo-os como sujeitos na lógica das
consultas realizadas em conjunto com as mães e as crianças (CAB33).
Além disso, o profissional de saúde deve estimular o desenvolvimento da parentalidade, a qual é definida
como o conjunto de remanejamentos psíquicos e afetivos que permitem ao adulto tornar-se pai ou mãe. O
termo parentalizar designa a influência positiva que uma pessoa exerce sobre o sentimento que um adulto tem
de ser pai e mãe e refere-se à vivência da identidade parental e aos sentimentos de competência dos pais com
relação aos cuidados que eles dispensam ao seu bebê(CAB33).
Portanto, para efetivação do Acolhimento Mãe-Pai-Bebê, é importante considerar que o acolhimento não é
um momento fixo ou uma etapa, mas uma postura ética, política e, sobretudo empática, que pode ocorrer em
boa parte dos momentos de interação entre usuários e profissionais de saúde (MS, 2016).
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- NO PRÉ-NATAL
O Enfermeiro deve preparar a gestante, seu companheiro e sua família para as ações do Acolhimento
Mamãe – Papai – Bebê durante as consultas de pré-natal, seguindo as sugestões abaixo:
- A Gestante deve ser orientada sobre ações que devem ser realizadas para ela e seu bebê entre o 3º
e 5º dia de vida. Quando o bebê permanece internado após o 5º dia, a coleta do teste do pezinho
deve ser realizada na maternidade.
- Nas consultas do 3º trimestre orientar sobre os Testes de Triagem Neonatal, vacinação e apresentar
a Caderneta de Saúde da Criança.
- Orientar sobre as vantagens do aleitamento materno, a importância de iniciar o aleitamento na 1ª
meia hora de vida e outras informações pertinentes.
O Enfermeiro junto a sua equipe deve realizar ou orientar a agenda de vistas domiciliares baseado na LISTA
DE GESTANTES para os ACSs. Reiterando as seguintes ações:
- Orientar sobre a importância da família comparecer à unidade de saúde para o Acolhimento Mãe-
Pai-Bebê (3º ao 5º dia de vida do RN)
- Utilizar o Guia de VD para o ACS - Avaliação de Vulnerabilidade em menores de 1 ano (Disponível
na Plataforma Subpav no link http://subpav.org/download/crianca/cartelasFrente_geral_ascom_
curvas.pdf)
- Realizar BUSCA ATIVA PARA OS FALTOSOS.
E muito importante estimular a participação dos pais/responsáveis nos cuidados do bebê e convidá-los a
acompanharem as consultas de “Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento”.
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Fluxograma 01. Acolhimento Mãe – Pai – Bebê nas unidades da APS após alta da maternidade
ALTA DA MATERNIDADE
AÇÕES P/ PAI:
- Orientações sobre os cuidados com o bebê;
- Orientações sobre as necessidades e auxílio Avaliação de risco do Bebê
a parceira.
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Avaliação do(a) RN
RNR (RN de Risco): ( ) Sim - Qual? ____________________________________ ( ) Não
Icterícia? ( ) Sim ( ) Não Lesão de pele: ( ) Sim ( ) Não
Coto umbilical: ( ) secreção ( ) eritema ( ) sem alterações
Aleitamento materno: ( ) somente leite materno (LM) ( ) LM + água, chá ou suco
( ) LM + outro leite ( ) somente outro leite
Avaliação da mamada: mamilos, pega e posição – alterações: ( ) Sim ( ) Não
Quais: _______________________________________________________________________
Encaminhada para apoio ao AM? ( ) Sim ( ) Não Onde? ____________________________
Vacinas aplicadas na maternidade: ( ) BCG ( ) Hepatite B
Pai tem contato com a criança? ( ) Sim ( ) Não
Quem ajuda você com o bebê? ( ) Pai ( ) Ninguém ( ) Outro: ________
Avaliação da Mãe
Relação com bebê: ( ) tranquila ( ) conflituosa
Relação com parceiro: ( ) tranquila ( ) conflituosa
Queixa: _________________________________________________________________________________
Boas condições gerais de saúde? ( ) Sim ( ) Não Por quê? __________________________________
Cicatriz cirurgia em boas condições? ( ) Sim ( ) Não – Febre? ( ) Sim ( ) não
Sangramento normal? ( ) Sim ( ) Não - Evacuação e micção s/alteração?
( ) Sim ( ) Não
Mamas com alteração? ( ) Sim ( ) Não – Qual? _______________________
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Avaliação do Pai
Relação com o bebê: ( ) tranquila ( ) conflituosa
Relação com a parceira: ( ) tranquila ( ) conflituosa
Período da ultima consulta: ( ) < 6 meses ( ) > 1 ano
Para mãe
( ) recepção ( ) informação ( ) Esquema Vacinal
( ) retirada de pontos – data: ____/____/____
Encaminhada para atendimento de urgência? ( ) Sim, por quê? ____________________________( ) Não
Agendada consulta de puerpério para: ____/____/____ - ____/____/____
Agendada na saúde bucal para: ____/____/____
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Imunização
Aleitamento
Teste do Reflexo Fonte: CPI/SVS/SUBPAV/SMS-Rio baseado no
IDADE Calendário de consultas Materno
Pezinho Vermelho(*) Calendário Nacional de Vacinação da CGPNI/
exclusivo
MS
Grupo
Chegada da Medico Enfermeiro
Educativo
maternidade
Visita Domiciliar
3º/5º dia Acolhimento Mãe-bebê BCG, Hepatite B (se não recebeu na maternidade)
< 7 dias Hepatite B
30 dias
8 meses
9 meses
10 meses
11 meses
2 anos
2 anos e 6 m
3 anos
3 anos e 6 m
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
5 anos
5 anos e 6 m
6 anos
6 anos e 6m
7 anos
7 anos e 6 m
8 anos
8 anos e 6 m
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Perguntar:
1.Pode mamar no peito ou tomar leite?
2.Tem vômitos?
3.Tem dificuldade para respirar?
4.Tem febre ou hipotermia?
5.Tem convulsões?
28
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
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* IDADE Definição de respiração rápida - Orientar a mãe sobre o AME e o retorno da criança da
consulta de puericultura; SEGUIR O FLUXO DE QUEIXA
02 a < 12 meses 50 ou mais irpm
- Avaliar e registrar na caderneta de saúde da criança.
01 a < 05 anos 40 ou mais irpm
30
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
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2. Condutas de Enfermagem a queixas específicas:
Fluxograma 05. Atendimento a criança com Escabiose (sarna):
Consulta de Enfermagem
Planejamento de Enfermagem
Benzoato Benzila a 10 a 25%: crianças até 02 anos 3. Tratar a pessoa infectada e contatos ao mesmo tempo;
aconselha-se a diluição de 01 parte de produto para duas
a três partes de água. Crianças entre 02 a 12 anos
aconselha-se a diluição de uma parte do produto para
uma parte de água.
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Consulta Médica
Sim ALTA
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Consulta de Enfermagem
Planejamento de Enfermagem
Consulta Médica
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Repetir o tratamento e
Não investigar as causas
Sim Alta
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Planejamento de Enfermagem
Orientações:
Retorno em 05 dias
Melhora do quadro
Sim Não
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Consulta de Enfermagem
Sim
Alta
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Consulta de Enfermagem
Sim
Planejamento
Cuidados dedeEnfermagem*
Enfermagem*
RetornoCuidados deouEnfermagem*
em 07 dias quando necessário.
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Não Avaliar
Sim Não
Sim
Cuidados
Consulta
de Enfermagem*
Médica
1. Orientar quanto a diluição e preparo do
leite;
2. Orientar sobre a observação da frequência
e consistência das evacuações;
3. Orientar e avaliar sobre a possibilidade de
resgatar o aleitamento materno exclusivo.
RetornoCuidados deouEnfermagem*
em 07 dias quando necessário.
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Consulta de Enfermagem
Cuidados de enfermagem:
1. Limpar as lesões superficiais com solução bicarbonatada: 01 xícara
de chá com água (fervida e já fria) e 01 colher de chá de bicarbonato
de sódio. A higiene oral deve ser feita antes da mamada e a higiene
do seio materno antes e após cada oferta ao bebê;
2. Remover, quando possível, bicos de mamadeiras, chupetas,
mordedores e outros. Caso não seja possível, suspendê-los ou lavá-los
com água e sabão e ferver por 15 minutos;
3. Evitar beijar a criança próxima aos lábios;
4. Lavar sempre as mãos antes e após o contato com a criança, antes
e após higienizar as mamas;
5. Limpar as crostas com o dedo envolvido em uma fralda limpa, ou
gaze umedecida nesta solução. Realizar durante 7 a 10 dias;
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Sim
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≥02 anos
Consulta de Enfermagem
≤02 anos
Queixa de prurido anal e/ou Abaixo de 10kg
vermes nas fezes • Saída de verme pela boca ou nariz
• dor Periumbilical,
• cólicas de repetição,
• diarreia persistente,
Cuidados de enfermagem: • constipação intestinal,
1. Utilizar água tratada ou fervida; • dor, náuseas ou vômitos.
2. Lavar bem os alimentos e deixa-los de molho
em água com hipoclorito 2% (02 gotas por
litro) por 30 minutos e lavar novamente; Tratar Oxiúros ou Ascaris
3. Comer carne bem cozidas ou assada e
nunca carne crua;
4. Manter as unhas limpas e curtas; Retorno em 30 dias
Cuidados de Enfermagem*
5. Lavar as mãos antes das refeições e após as Melhora do quadro clínico?
evacuações e ao preparar os alimentos;
Sim Não
Alta
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Consulta de Médica
CONSULTA MÉDICA
CuidadosPARASITOLÓGICO
SOLICITAR de Enfermagem*
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Idade/
Doença Medicamento Posologia Observando
peso
35 mg/kg/dia 3x/
dia nos casos leves por Efeitos Colaterais: náuseas,
Metronidazol Não 5 dias cefaleia gosto metálico,
Acima de 2
Amebíase exceder 750 mg/ Extra intestinal ou vômitos, diarréias, erupção
anos
dose sintomática cutânea, ataxia, leucopenia,
50 mg/kg/dia por 10 convulsões
dias
Dose para
todas as
Enterobíase Repetir após 3 semanas
crianças, Mebendazol 20mg/ 5 ml 2 x/dia VO
ou Tratar todas as crianças da
independente ml por 3 dias
Oxiuríase casa
do peso e da
idade
Repetir em 3 semanas
Acima de 2
Estrongiloidíase Albendazol 400 mg 1 cp VO dose única Tratar todas as crianças da
anos
casa
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Mebendazol 20mg/
Acima de 2 10 mi 2x/dia por 3 dias Tratar todas as crianças da
Teníase ml ou Albendazol
anos 1 cp VO dose única casa
400 mg
Fonte: SMS/SP, Saúde da Criança e do Adolescente ñas Unidades Básicas de Saúde, 2012.
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Consulta de enfermagem
02 meses a 05 anos
Com desidratação
Criança inquieta, irritada, olhos fundos, bebe
Diarreia
Cuidados depersistente
Enfermagem* Cuidados
Diarreia
de Enfermagem*
aguda Cuidados de Enfermagem*
avidamente com sede, turgor da pele
diminuído.
Consulta
Cuidados médica
de Enfermagem* Planejamento
Cuidados dede enfermagem
Enfermagem* Desidratação grave
Letárgica ou inconsciente; Olhos fundos; Não
Cuidados de Enfermagem*
consegue beber ou bebe mal; Turgor da pele
muito diminuído.
Verificar
Cuidadoso estado de Hidratação
de Enfermagem*
Consulta de Médica
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
• <02 meses;
• Desinteria (sangue nas fezes) Consulta de Médica
Orientação da enfermagem
1. Aumentar a oferta líquida;
2. Oferecer líquidos ou solução de reidratação oral (SRO) após
a cada evacuação diarreica;
3. Aleitamento materno deve ser mantido e estimulado, caso a
criança não mama na mãe continuar com o leite habitual e
manter a dieta normal pra criança > 04 meses que comem
alimentos sólidos;
4. Caso a criança não melhore em 02 dias ou apresentar sinais
de desidratação e perigo orientar os pais a levar a unidade de
saúde.
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Consulta de enfermagem
Crianças > 06 meses
Sim Não
Planejamento de enfermagem
Consulta médica
Sim
Alta
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Cuidados de enfermagem:
IMPORTANTE: Nos recém-nascidos com aleitamento
1. Diminuir os alguns alimentos: batata, cenoura cozida, materno exclusivo pode ocorrer ausência de
banana-maçã e farináceos; evacuação até sete dias (constipação intestinal
2. Oferecer alimentos ricos em fibras (verduras, mamão, fisiológica), porém devem ser avaliados pelo médico.
laranja, tomates verdes, cenoura crua, farelo de trigo e aveia); Se houver eliminação de flatos, o abdome estiver
3. Aumentar ingesta hídrica; flácido ou mesmo ocorrer eliminações de fezes
4. Oferecer chá de ameixa preta (01 a 02 ameixas de molho amolecidas em intervalos longos, sem a presença de
em meio copo-75 ml de água filtrada; outros sintomas, isto indica normalidade para crianças
5. Exercício e massagem abdominal. em aleitamento materno exclusivo.
RETORNO EM 07 DIAS
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Planejamento de enfermagem
Consulta de enfermagem
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Orientação da enfermagem
1. Indicar o uso de antitérmico - Paracetamol ou Dipirona;
2. Orientar sobre o risco de administração de antitérmicos em
intervalos menores de 06 horas;
3. Usar vestimentas leves;
4. Orientar retorno imediato a qualquer sinal de perigo ou
piora do quadro;
Consulta de Médica
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Consulta de Enfermagem
<02 ANOS
Sim Não
Consulta Médica
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Cuidados de enfermagem:
1. Controle da temperatura e prescrição do antitérmico caso
a temperatura ≥37,8°C;
2. Secar o pavilhão auditivo três vezes ao dia com algodão
Consulta de Enfermagem ou gaze e substituir o chumaço de algodão até quando o
pavilhão auditivo estiver seco;
3. Fazer compressa morna no período noturno (explicar
cuidado)
4. Tratar a dor com analgésico e retornar em 02 dias.
Retorno em 2 dias
Melhora do Quadro
Não Sim
Alta
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Consulta de enfermagem
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
QUADRO 01
SITUAÇÃO DE RISCO
• Desnutrição grave;
• Desmame grave;
• Prematuridade /ou baixo peso ao nascimento;
• Mãe adolescente ou analfabeta;
• Historia pregressa de internação;
• Idade <01 ano (o lactente é mais susceptível a falência
respiratória e septicemia).
QUADRO 01
Tratamento Fitoterápico
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Consulta de enfermagem
Sim Não
Planejamento de enfermagem
Sinais de Infecção e/ou presença
de granuloma
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2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Cuidados de enfermagem:
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Exames de rastreio
1. Hemograma completo:
- Solicitar durante a realização da consulta de enfermagem e com duvidas
ao grau de palidez palmar ou mucosas;
- Em crianças com história anterior de anemia.
2. Protoparasitológico (PPF):
- Solicitar 03 amostras, quando ocorrer diarreia frequente, infestação por
parasitas recorrentes, fezes com presença de muco.
ANEMIA
Planejamento de enfermagem
Consulta médica
Seguir as orientações e prescrição do
sulfato ferroso de acordo com a
idade e peso
60
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Orientações de enfermagem:
Não
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Todo prematuro e recém-nascido com baixo peso, mesmo em aleitamento materno exclusivo, devem receber,
a partir do 30º dia após o nascimento, suplementação de ferro, conforme tabela abaixo:
SITUAÇÃO RECOMENDAÇÃO
RN a termo, de peso adequado para idade 1mg/kg/dia a partir do sexto mês (ou da introdução
gestacional em aleitamento materno de outros alimentos) até o 24º mês de vida
RN pré termo e RN de baixo peso até 1.500g 2mg/kg/dia durante um ano. Após este período,
1mg/kg/dia por mais de um ano
RN pré termo com peso entre 1.500 e 1.000g 3mg/kg/dia durante um ano. Posteriormente,
1mg/kg/dia por mais um ano
62
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Não há, até o momento, estudos sobre um delineamento adequado para avaliar o impacto (a eficácia
ou a efetividade) do rastreamento de anemia em crianças assintomáticas. Existem apenas estudos
que associam a anemia a desfechos mórbidos. Por isso, enfatiza-se que todas as recomendações no
sentido do rastreamento da anemia são baseadas em desfechos substitutos, estando sujeito a vieses.
Na ausência de estudos bem delineados, deve-se levar em conta a prevalência da anemia em cada grupo
populacional para decidir quais são os de maior risco e aqueles que mais provavelmente se beneficiariam
de rastreamento. Então, sugere-se avaliar as características, os fatores de risco e a proteção da criança e da
comunidade em que vive para que, assim, possa haver o posicionamento sobre a pesquisa de anemia para
cada paciente.
O grupo etário de maior prevalência (e, portanto, de maior risco) de anemia é aquele composto
por crianças entre 6 e 24 meses de idade, pelo rápido crescimento associado à ingestão frequentemente
inadequada de ferro na referida faixa etária (CENTERS..., 1998; BRASIL, 2005; STOLTZFUS; DREYFUSS,
1998; U.S. PREVENTIVE..., 2006; HOHLI-KUMAR, 2001; BLANK apud DUNCAN ET AL., 2004).
O Programa Nacional de Suplementação de ferro recomenda suplementação a todas as crianças de
6 a 18 meses (a partir dos 4 meses para as que não estiverem em aleitamento materno exclusivo) e mais cedo
para as de baixo peso ao nascer e as prematuras (com menos de 37 semanas) (BRASIL, 2005).
Por tal razão, não há necessidade de diagnóstico laboratorial de rotina para todas as crianças, desde
que ocorra suplementação de ferro para a prevenção.
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Recomenda-se o rastreamento sistemático para anemia apenas para crianças de risco, conforme está
descrito no quadro abaixo:
C. Criança em uso de fórmulas com leite de vaca não A. 1 a 2 mg/Kg/dia de ferro dos 4 aos 18 meses. Se não tiver
enriquecidas com ferro. sido suplementada, solicite hemograma entre 9 e 12 meses.
Fonte: CENTERS ...1998; brasil, 2005. STOLTZFUS, DREYFUSS, 1998; RUIZ-CABELLO, 2011.
64
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Atenção: crianças advindas de áreas endêmicas de malária devem ser primeiramente tratadas de
forma adequada para a malária para que depois recebam a suplementação de ferro.
Não há documentação científica que comprove que a realização rotineira dos citados exames em
crianças assintomáticas tenha qualquer impacto em sua saúde. Muitos protocolos recomendam, com bases
empíricas, a realização dos exames qualitativos de urina e testes rápidos para triagem de bacteriúria
assintomática, mas sem especificar os benefícios clínicos da realização de tais exames. O exame parasitológico
de fezes pode ser realizado em crianças que vivam em áreas de maior prevalência de parasitoses intestinais,
mas não existem recomendações a respeito da frequência ideal (RUIZ-CABELLO, 2011). De qualquer modo,
devem ser estimuladas medidas preventivas contra verminoses (como uso de calçados, lavagem e/ou cocção
adequadas dos alimentos, lavagem das mãos antes das refeições, manutenção de unhas curtas e limpas, boa
higiene pessoal e proteção dos alimentos contra poeira e insetos) (DUNCAN; SCHMIDT; GIUGLIANI, 2006).
Convém ainda destacar que, embora não se recomende exame comum de urina para crianças
assintomáticas, o profissional de saúde deve estar atento para manifestações inespecíficas em
crianças pequenas, tais como febre, irritabilidade, vômitos, diarreia e desaceleração do crescimento
pôndero-estatural, que podem estar relacionadas á infecção urinária (LIMA, 2006, p.103-138).
65
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
4. Protocolo para acompanhamento de recém-natos com sífilis congênita, egressos da maternidade na APS
A sífilis congênita é a infecção da criança pelo T. pallidum a partir da mãe. Quando não tratada pode
evoluir para uma enfermidade crônica com sequelas irreversíveis em longo prazo. É um importante agravo
em saúde pública, com elevada incidência, responsável por altas taxas de morbidade e mortalidade
(abortamento, óbito fetal e neonatal).
Cabe ao enfermeiro estar ciente desta rotina e de sua importância para a redução de complicações e
sequelas nesta população.
Fluxograma 19. Acompanhamento de recém-natos com sífilis congênita, egressos da maternidade, na APS
Todo o recém-nato de mãe com sorologia positiva para sífilis deve ser acompanhado
por pelo menos dois anos, de acordo com o seguinte protocolo
Consulta
Enfermagem/Grupo
*Realizar o VDRL, interrompendo o seguimento com 2 testes não treponêmicos negativos consecutivos;
• Caso sejam observados sinais clínicos** compatíveis com um quadro de sífilis congênita, após a interrupção do seguimento
laboratorial, deve-se proceder à repetição dos exames sorológicos;
• Diante da elevação do título sorológico ou da sua não negativação até os 18 meses de idade, reinvestigar o paciente e proceder ao
re-tratamento;
• Realizar teste treponêmico (teste rápido ou TPHA) após 18 meses de idade para confirmação do caso;
• Recomenda-se o acompanhamento oftalmológico, audiológico e neurológico semestral até 2 anos de idade;
• Nos casos em que, o RN com sífilis congênita apresentou alterações liquóricas, recomenda-se o acompanhamento em serviço de
infectologia pediátrica de referência.
66
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Além das ações de monitoramento das crianças rastreadas e da busca ativa dos faltosos.
Observação: Em caso de crianças no período pós-natal (após 28ª dia de vida) sem registro de tratamento na maternidade e
com quadro clínico e sorológico sugestivos de sífilis congênita, estas devem ser cuidadosamente investigadas, obedecendo-se à
rotina utilizada no período neonatal. Confirmando-se o diagnóstico, as crianças devem ser encaminhadas para unidade
hospitalar de referência para tratamento.
67
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
O aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses e continuado até os dois anos ou mais.
A partir dos 6 meses a criança deve receber a alimentação complementar saudável. Introduzir os alimentos
de forma lenta e gradual.
Orientar que no início a criança pode recusar alguns alimentos, por isso estes devem ser oferecidos várias
vezes e em dias diferentes para estimular o seu paladar.
Aos 7 meses introduzir o jantar e aos 8 meses a criança já pode receber gradativamente os alimentos
preparados para a família.
A alimentação complementar saudável deve ser variada, saborosa, de boa qualidade, colorida com a
presença dos diversos grupos de alimentos para ser rica em energia e nutrientes.
Orientar a escolha de alimentos frescos, naturais e da safra.
68
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
Leite materno +
Leite materno sob livre
Início da manhã Leite materno Leite materno fruta ou pão ou
demanda
cereal
Meio da manhã Papa de fruta Papa de fruta Fruta Fruta
HORÁRIO
69
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Grupos de alimentos por refeições - Orientar um alimento de cada grupo no Almoço e no Jantar
Cereais e batatas Arroz, batata inglesa, batata-doce, batata-baroa ou mandioquinha, aipim, inhame,
(tubérculos) cará, macarrão, fubá e farinhas
Leguminosas (caldo e grão) Feijões (preto, carioca, rajado, manteiga, branco), lentilha, ervilha seca.
Frango, peixe (viola, cação, merluza, linguado), boi, vísceras, miúdos e ovo inteiro
Carnes e ovos
(avaliar histórico de alergia na família).
Orientar o uso da fruta natural sem adição de açúcar, mel ou geléias nem farinhas.
Lembrar que o mel não pode ser oferecido a menores de 1 ano, pelo risco de contaminação por Clostridium
Botulinum.
Orientar que não é saudável oferecer à criança: balas, gelatinas, geléia de mocotó, refrigerantes, guaraná
natural, groselha, sucos artificiais, bebidas a base de soja, café, achocolatados, iogurtes industrializados,
biscoitos recheados ou salgados, macarrão instantâneo, enlatados, embutidos (salsicha, presunto, mortadela),
frituras, bebidas alcoólicas.
• Que prendem o intestino: cenoura cozida, maçã, banana, goiaba, caju, arroz, batatainglesa,
macarrão, farinhas.
• Que soltam o intestino: vegetais, espinafre, bertalha, taioba, abóbora, abobrinha, quiabo, beterraba,
mamão, abacate, manga, laranja, tangerina, aipim, feijões.
70
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
• Ricos em ferro: carnes, feijões, folhas verde-escuras junto com os ricos em vitamina C como laranja,
tangerina, acerola, limão.
• Ricos em vitamina A: frutas e legumes de cor amarela ou alaranjada.
-- A alimentação a partir dos seis meses deve ser desde o início espessa, em forma de papa ou purê, para
garantir a densidade energética e estimular a mastigação.
-- Os alimentos devem ser bem cozidos, refogados ou ensopados, com pouca água, até ficarem macios.
-- As carnes devem compor as grandes refeições sendo oferecidas bem cozidas, desfiadas ou bem picadas.
-- Orientar o uso de tempero natural como óleo, alho, cebola, salsa, cebolinha e bem pouco sal.
-- Depois de prontos os alimentos devem ser amassados com garfo e oferecidos com colher. O liquidificador
e a peneira não devem ser utilizados.
-- Destacar que os alimentos não devem ser misturados no prato para que a criança possa reconhecê-los.
-- Os líquidos como água, água de coco e sucos de fruta natural (sem adição de açúcar) devem ser ofere-
cidos no copo.
-- Lembrar que os alimentos devem ser oferecidos sem rigidez de horários, mas com intervalos regulares para
que a criança sinta vontade de se alimentar.
5.2 Os Dez Passos para uma Alimentação Saudável para Crianças Menores de Dois Anos:
A prática do Aleitamento Materno Exclusivo até o sexto mês de vida da criança deve ser recomendada por
todos os profissionais de saúde como importante estratégia para a promoção da saúde da população infantil.
71
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Além disso, o Ministério da Saúde recomenda a adequação das práticas da alimentação complementar ao
Leite Materno, também a partir dessa idade (BRASIL, 2010).
01. Alimentar a criança com leite materno até os 6 meses de idade, sem oferecer água, chás ou quaisquer
outros alimentos:
Colostro – É o leite dos primeiros dias pós-parto, é ideal nos primeiros dias de vida, principalmente se o bebê for prematuro, pelo
alto teor de proteína. O leite materno contém tudo que o bebê precisa até o 6º mês de vida, inclusive água, além de proteger
contra infecções. O leite materno contém quantidade de água suficiente para as necessidades do bebê, mesmo em climas
muito quentes. A oferta de água, chás ou qualquer outro alimento sólido ou líquido, aumenta a chance do bebê adoecer, além
de substituir o volume de leite materno a ser ingerido, que é mais nutritivo. A criança que recebe outros alimentos além do leite
materno, antes dos 6 meses, principalmente através de mamadeira, incluindo água e chás, pode adoecer mais e ficar desnutrida.
A pega errada prejudica o esvaziamento total da mama, impedindo que o bebê mame o leite do final da mamada, que é rico em
gordura e que dá maior saciedade. O tempo de esvaziamento da mama depende de cada bebê; existem aqueles que conseguem
fazê-lo em pouco minutos e aqueles que o fazem em trinta minutos ou mais. A produção adequada de leite vai depender
basicamente da sucção do bebê, da pega correta e da frequência de mamadas. A mãe que amamenta deve beber, no mínimo,
dois litros de água pura diariamente e estimular o bebê a sugar corretamente e com mais frequência.
02. A partir dos 6 meses, oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os
dois anos de idade ou mais:
A partir dos 6 meses, o organismo da criança já está preparado para receber alimentos diferentes do leite materno, que são
chamados de alimentos complementares.
A alimentação complementar, como o nome diz, é para complementar o leite materno e não para substituí-lo.
A introdução dos alimentos complementares deve ser lenta e gradual. O bebê tende a rejeitar as primeiras ofertas do(s) alimento(s),
pois tudo é novo: a colher, a consistência e o sabor.
No início, a quantidade de alimentos que a criança ingere é pequena e a mãe pode oferecer o peito após a refeição com os
alimentos complementares. Há crianças que se adaptam facilmente às novas etapas e aceitam muito bem os novos alimentos.
Quando introduzir a alimentação complementar, é importante que a criança receba água nos intervalos das refeições. Mesmo
recebendo outros alimentos, a criança deve continuar a mamar no peito até os 2 anos ou mais, pois o leite materno continua
alimentando a criança e protegendo-a contra doenças.
72
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
03. A partir dos 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e
legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada:
Os alimentos complementares são constituídos pela maioria dos alimentos básicos que compõem a alimentação das famílias.
Complementa-se a oferta de leite materno com alimentos que são mais comuns à região e ao hábito alimentar da família.
A introdução dos alimentos complementares deve ser feita com colher ou copo no caso da oferta de líquidos.
Se a criança está mamando no peito, três refeições por dia com alimentos adequados são suficientes para garantir uma boa
nutrição e crescimento, no primeiro ano de vida.
No segundo ano de vida, devem ser acrescentados mais dois lanches, além das três refeições. Se a criança não está mamando
no peito, deve receber cinco refeições por dia com alimentos complementares a partir do sexto mês. A partir do momento que
a criança começa a receber qualquer outro alimento, a absorção do ferro do leite materno reduz significativamente: por esse
motivo a introdução de carnes e vísceras (fígado, rim, coração, moela de frango, etc.), mesmo em pequena quantidade, é muito
importante.
04. Os alimentos para complementar a alimentação da criança a partir dos seis meses devem ser oferecidos
sem rigidez de horário, respeitando-se sempre a vontade da criança:
Crianças amamentadas no peito, em livre demanda, desenvolvem muito cedo a capa-cidade de auto-controle sobre a ingestão
de alimentos, aprendendo a distinguir as sen-sações de saciedade após as refeições e de fome após períodos sem oferta de
alimentos.
É importante a mãe distinguir o desconforto da criança com fome de outras situações como: sede, sono, frio, calor, fraldas
molhadas ou sujas. Não se deve oferecer comida, ou insistir para que a criança coma, quando ela não está com fome.
Oferecer a alimentação complementar regularmente, sem rigidez de horários, nos períodos que coincidem com o desejo de comer
demonstrado pela criança. Após a oferta dos alimentos, a criança deve receber leite materno, caso demonstre que não está
sacia-da. Oferecer três refeições complementares (no meio da manhã, no almoço, no meio da tarde) para crianças em aleitamento
materno; para aquelas já desmamadas, adicionar mais duas refeições: no início da manhã e no início da noite.
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
05. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher, começar com
consistência pastosa (papas, purês), e, gradativamente, aumentar a sua consistência até chegar à alimentação da
família:
No início da alimentação complementar, os alimentos oferecidos à criança devem ser preparados especialmente para ela. Os
alimentos devem ser bem cozidos. Nesse cozimento deve sobrar pouca água na panela, ou seja, os alimentos devem ser cozidos
apenas em água suficiente para amaciá-los. Ao colocar os alimentos no prato, amasse--os bem com o garfo e a consistência
deverá ter o aspecto pastoso (papa/purê). Não há necessidade de passar pela peneira e nem bater no liquidificador.
A partir dos 8 meses, podem ser oferecidos os mesmos alimentos preparados para a família, desde que amassados, desfiados,
picados ou cortados em pedaços pequenos. Sopas e comidas ralas/moles não fornecem energia suficiente para a criança.
Deve-se evitar o uso da mamadeira, pois a mesma pode atrapalhar a amamentação e é a principal fonte de contaminação e
transmissão de doenças. Recomenda-se o uso de copinhos para oferecer água ou outros líquidos; dar os alimentos semi-sólidos e
sólidos com prato e com colher.
06. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida:
No início da alimentação complementar, os alimentos oferecidos à criança devem ser preparados especialmente para ela. Os
alimentos devem ser bem cozidos. Nesse cozimento deve sobrar pouca água na panela, ou seja, os alimentos devem ser cozidos
apenas em água suficiente para amaciá-los. Ao colocar os alimentos no prato, amasse--os bem com o garfo e a consistência
deverá ter o aspecto pastoso (papa/purê). Não há necessidade de passar pela peneira e nem bater no liquidificador.
A partir dos 8 meses, podem ser oferecidos os mesmos alimentos preparados para a família, desde que amassados, desfiados,
picados ou cortados em pedaços pequenos. Sopas e comidas ralas/moles não fornecem energia suficiente para a criança.
Deve-se evitar o uso da mamadeira, pois a mesma pode atrapalhar a amamentação e é a principal fonte de contaminação e
transmissão de doenças. Recomenda-se o uso de copinhos para oferecer água ou outros líquidos; dar os alimentos semi-sólidos e
sólidos com prato e com colher.
74
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
07. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições, pois são ricas em vitaminas e sais
minerais, importantes para o desenvolvimento da criança:
As frutas e as hortaliças (legumes e verduras) são as principais fontes de vitaminas, minerais e fibra.
Normalmente, os alimentos do grupo dos vegetais são inicialmente pouco aceitos pelas crianças porque, em parte, a criança
pequena aceita melhor os alimentos doces.
Quando a criança recusa determinado alimento, deve-se oferecer novamente em outras refeições. Para que um novo alimento
seja aceito pela criança, é necessário em média, 8 a 10 repetições, em momentos diferentes. No primeiro ano de vida, não é
recomendado que os alimentos sejam muito misturados, porque a criança está aprendendo a conhecer novos sabores e texturas.
Deve ser oferecida uma fruta, uma hortaliça de cada vez, na forma de papa ou purê. Para temperar os alimentos, recomenda-se o
uso de cebola, alho, pouco óleo, pouco sal e ervas (salsinha, cebolinha e coentro). Quando a criança já senta à mesa, o exemplo
do consumo dos alimentos pela família vai encorajar a criança a consumi-los. As refeições devem ser momentos tranqüilos e felizes.
08. Evitar açúcar, café, enlatados, refrigerantes, frituras, salgadinhos, balas, sucos artificiais e outras
guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. Fazer opção por produtos naturais:
É comprovado que a criança nasce com preferência para o sabor doce; no entanto, a adição de açúcar é desnecessária e
deve ser evitada nos dois primeiros anos de vida. Até completar um ano de vida, a criança possui a mucosa gástrica sensível e,
portanto, as substâncias presentes no café, enlatados e refrigerantes podem irritá-la, comprome-tendo a digestão e a absorção dos
nutrientes, além de terem baixo valor nutritivo. Deve ser evitado o uso de alimentos industrializados, enlatados, embutidos e frituras,
que contenham gordura e sal em excesso, aditivos e conservantes artificiais. A família deve ser orientada para não oferecer doces,
sorvetes e refrigerantes para a criança pequena. É importante também, ler o rótulo dos alimentos infantis antes de comprá-los para
evitar oferecer à criança alimentos que contenham aditivos e conservantes artificiais.
Os alimentos muito condimentados também devem ser evitados como: pimenta, mostarda,catchup, temperos industrializados e
outros.
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
09. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e
conservação adequada, protegendo-os dos riscos de contaminação:
Quando a criança passa a receber a alimentação complementar aumenta a possibili-dade de doenças diarreicas que constituem
importante causa de adoecimento e morte, entre as crianças pequenas. Para uma alimentação saudável, deve-se usar alimentos
frescos, maduros e em bom estado de conservação. Os alimentos oferecidos às crianças devem ser preparados pouco antes do
consumo e nunca oferecer restos de uma refeição. Para evitar a contaminação dos alimentos e a transmissão de doenças, a pessoa
respon sável pelo preparo das refeições deve lavar bem as mãos e os alimentos, assim como os utensílios em que serão preparados
e servidos. Os alimentos devem ser guardados em local fresco e protegidos de insetos e outros animais. Oferecer água limpa
(tratada, filtra-da ou fervida) para a criança beber. O mesmo cuidado deve ser observado em relação à água usada para preparar
os alimentos. Lavar as mãos com água e sabão, toda vez que for preparar ou oferecer o alimento à criança.
10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e
seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.
As crianças doentes, em geral, têm menos apetite, ingerindo menos alimentos e gas-tando mais energia devido à febre. Por isso,
devem ser estimuladas a se alimentarem, no entanto, não devem ser forçadas a comer. Se a criança estiver sendo amamentada
exclu-sivamente no peito, aumentar a frequência da oferta, várias vezes ao dia. O leite materno é o alimento que a criança aceita
melhor. Para garantir uma melhor nutrição e hidratação da criança doente, aconselha-se oferecer os alimentos de sua preferência,
sob a forma que a criança aceita melhor e aumentar a oferta de líquidos. Oferecer quantidades pe-quenas de alimentos por
refeição, porém, com maior frequência. Se a criança aceitar apenas um tipo de preparação, mantê-la até que se recupere. É
importante sentar-se ao lado da criança na hora da refeição e ser mais flexível com horários e regras. Não forçar a criança a
comer. Isso aumenta o estresse e diminui ainda mais o apetite
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Dez passos para uma alimentação saudável: guia alimentar para crianças menores de 2 anos: álbum seriado /
Ministério da Saúde,. – Brasília: Ministério da Saúde, 2003.
O aleitamento materno exclusivo deve ser mantido até o sexto mês de vida da criança.
É responsabilidade do profissional de saúde promover, orientar e apoiar a manutenção do aleitamento
materno.
76
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
A proteção à amamentação e a orientação apropriada sobre alimentação devem estar ente as prioridades
de ação dos profissionais de saúde que trabalham com a população infantil.
No entanto, esses profissionais poderão se deparar com situações de contraindicação do Aleitamento
Materno ou Desmame Precoce, por isso necessitarão de informações acerca da alimentação recomendada
para a criança que não é amamentada.
-- De 0 a 4 meses oferecer apenas refeições lácteas compostas por preparação caseira (leite
de vaca diluído + óleo + mucilagem) ou por fórmula infantil industrializada.
-- Aos 4 meses, introduzir lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, seguindo o esquema
alimentar de criança amamentada e observando as orientações quanto aos grupos de
alimentos, consistência, cuidados no preparo e na oferta.
-- A partir dos 4 meses o leite de vaca integral não deve ser diluído nem acrescido de óleo e
mucilagem.
-- Aos 5 meses introduzir o jantar.
-- Aos 2 meses, iniciar suplementação com vitamina C (30 mg/dia), por meio de suplemento vitamínico
disponível na rede, até que a alimentação complementar seja introduzida e supra as necessidades.
-- Entre 2 a 3 meses, iniciar suplementação preventiva com ferro (1 a 2 mg/kg/dia). Em caso de uso de
fórmula infantil industrializada não é necessária a suplementação. A partir dos 4 meses, seguir o Protocolo
para Prevenção da Anemia.
-- A água deve ser introduzida desde o início do aleitamento artificial. Deve ser filtrada e
fervida e oferecida nos intervalos das refeições.
-- Nos casos em que há necessidade de se orientar o preparo das fórmulas lácteas e diluições
de leite, tais orientações devem ser feitas de forma individualizada e compartilhada com um
profissional qualificado (matriciamento por nutricionista do NASF).
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Volume de refeição láctea caseiraa de acordo com o número de mamadas por dia e com o peso da
criança até os 4 meses
2,5 Kg 50 ml 60 ml 70 ml -
3,0 Kg 60 ml 70 ml 80 ml -
3,5Kg 70 ml 80 ml 90 ml -
4,0 Kg 80 ml 90 ml 100 ml -
4,5 Kg - 90 ml 110 ml 130 ml
5,0 Kg - 100 ml 120 ml 140 ml
5,5 Kg - 110 ml 130 ml 150 ml
6,0Kg - - 130 ml 150 ml
6,5 Kg - - 130 ml 160 ml
7,0 Kg - - 130 ml 160 ml
7,5Kg - - 140 ml 170 ml
8.0Kg - - 150 ml 180 ml
78
2 - SAÚDE DA CRIANÇA
60 2 1 ½
80 2e½ 1e½ 1
100 3 2 1
120 4 3 1e½
150 5 4 1e½
180 6 5 2
Notas: Reconstituição considerando 10% de leite de vaca integral em pó, 2% de mucilagem e 2% de óleo
vegetal.
1
Mucilagem: farinhas de arroz ou de milho pré-cozidas
2
Uma colher de chá corresponde a 3 g de leite em pó, 1 g de mucilagem e 2 mL de óleo.
Preparo do leite de vaca integral em pó: Dissolver o leite em pó em um pouco da água filtrada e fervida,
acrescentar a mucilagem e o óleo e em seguida adicionar a água restante para completar o volume total.
Não é recomendado o uso de açúcar.
Em caso de uso da fórmula infantil deve-se seguir a diluição e volume recomendados no rótulo.
79
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Reconstituição do leite de vaca integral fluido para menores de 4 meses: quantidade em medidas
caseiras, de acordo com o volume da refeição.
Mucilagem1 Óleo
Volume Total (mL) Leite de vaca Fluido (ml)
Medida caseira (colher de chá)2
60 40 1 ½
80 50 1e½ 1
100 70 2 1
120 80 3 1e½
150 100 4 1e½
180 120 5 2
Notas: Reconstituição considerando 2/3 de leite de vaca integral fluido, 1/3 de água, 2% de mucilagem e
2% de óleo vegetal.
1
Mucilagem: farinhas de arroz ou de milho pré-cozidas.
2
Uma colher de chá corresponde a: 1 g de mucilagem e 2 mL de óleo.
Preparo do leite de vaca integral fluido: misturar o leite fluido fervido, mucilagem e óleo nas quantidades
indicadas e em seguida adicionar a água filtrada e fervida para completar o volume total. Não é
recomendado o uso de açúcar.
80
81
3
Saúde do
Adolescente
3 - SAÚDE DO ADOLESCENTE
A adolescência é uma etapa do desenvolvimento do ser humano situada entre a infância e a vida adulta,
e marcada por profundas transformações biopsicossociais. Essas transformações modificam o relacionamento
do indivíduo consigo mesmo, com a família e o mundo, proporcionando a formação da identidade e a busca
da autonomia.
Como cidadãos, os adolescentes têm direito a saúde e é dever do Estado garantir este acesso, dentro dos
preceitos do SUS.
As características desse grupo, bem como sua vulnerabilidade às questões econômicas e sociais e a
importância desse período na formação de hábitos, determinam a necessidade de uma atenção mais específica.
Visando proporcionar um atendimento qualificado ao adolescente o Protocolo de Enfermagem traz a consulta
de Enfermagem como fator preponderante na avaliação do crescimento e desenvolvimento, a sexualidade e
dificuldades encontradas nesta fase da vida.
83
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Nutricionista
Psicólogo
Educador Físico
Encaminhar ao atendimento no
Médico serviço especializado de
referência, caso necessário
84
3 - SAÚDE DO ADOLESCENTE
Adolescente em risco ?
Sim Não
Consulta de Enfermagem
Semestral e/ou com periodicidade a critério do
enfermeiro, com avaliação do risco e encaminhamento Consulta de Enfermagem semestral, com avaliação do
para consulta médica. Matriciamento por profissionais risco. Matriciamento por profissionais do NASF, caso
NASF, caso necessário. Grupos periódicos de educação necessário. Grupos periódicos de educação em saúde.
em saúde.
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
A alimentação tem papel crítico no desenvolvimento do adolescente sendo o consumo de dieta inadequada
uma influência desfavorável sobre o crescimento e maturação. Outro fator que influencia é a realização ou não
de exercício físico.
Para realizar o exame físico de adolescentes, o método mais adequado é o da avaliação do índice de
massa corporal (IMC).
86
3 - SAÚDE DO ADOLESCENTE
OBESIDADE
É um distúrbio do estado nutricional traduzido por aumento de tecido adiposo localizado ou generalizado,
provocado por desequilíbrio nutricional associado ou não a distúrbios genéticos ou endócrino-metabólicos.
Doença crônica multifatorial, de difícil tratamento, disseminada em todas as camadas sociais, sendo sua
etiologia uma complexa interação entre fatores genéticos e ambientais.
CONSULTA DE ENFERMAGEM
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
ANOREXIA NERVOSA
O diagnóstico de anorexia nervosa, cujo significado é perda do apetite, requer quatro critérios diagnósticos
definidos no Manual das Desordens Mentais (1994), Diagnóstico e Estatística (DSM-IV).
1. Recusa em manter o peso dentro dos limites considerados normais para altura e idade (abaixo de 15%
do peso considerado ideal).
2. Medo de ganhar peso.
3. Distúrbio grave da imagem corporal, medida predominante da auto avaliação, com negação da
gravidade da doença.
4. Ausência de ciclos menstruais ou amenorreia (mais que três ciclos).
Geralmente, o quadro é desencadeado por um fator estressante como, por exemplo, comentários sobre o
peso, pressão profissional ou uma ruptura afetiva. Apesar de emagrecido, o adolescente costuma perceber-se
gordo ou desproporcional, o que se denomina insatisfação ou distorção da imagem corporal.
BULIMIA
Os critérios para o diagnóstico de bulimia pelo Manual das Desordens Mentais (1994), Diagnóstico e
Estatística (DSM-IV), incluem os seguintes itens:
1. Episódios de ingestão excessiva com sensação de perda de controle (às vezes em períodos de duas
horas, ingerem quantidades consideradas muito grandes, que outras pessoas não afetadas não
ingeririam nesse mesmo período nem nessas circunstâncias).
2. A ingestão excessiva é compensada por comportamento de expurgo (vômitos auto induzidos, laxantes
ou diuréticos) ou não expurgo.
3. A ingestão excessiva e os comportamentos compensatórios ocorrem pelo menos duas vezes por semana,
por três meses.
4. Insatisfação com a forma do corpo e com o peso.
88
3 - SAÚDE DO ADOLESCENTE
A etiopatogenia da bulimia nervosa também inclui, com grande frequência, conflitos familiares, história de
abuso sexual na infância e questões sobre o desenvolvimento de feminilidade.
• Realizar um exame físico completo, com especial atenção para os sinais vitais, pele, sistema
cardiovascular e evidências de abuso de laxantes ou diuréticos e vômitos.
• Observar as seguintes informações: peso atual e desejado; início e padrão da menstruação; restrições
alimentares e padrões de jejum; frequência e extensão da hiperfagia e dos vômitos; uso de laxantes,
diuréticos, pílulas para emagrecer; perturbações na imagem corporal; preferências e peculiaridades
alimentares; padrões de exercícios.
• Avaliar os indicadores de crescimento, desenvolvimento sexual e desenvolvimento físico.
• Explorar a compreensão do adolescente sobre o seu impacto nos relacionamentos sociais, na escola
e no trabalho, procurando identificar fatores socioculturais que influenciam o tipo e a quantidade de
alimento que o adolescente consome e sua percepção sobre o tamanho corporal ideal.
• Verificar a história psiquiátrica, história de uso de substâncias e avaliação familiar.
• Analisar a estrutura familiar, bem como eventuais mudanças nas alianças de poder, padrões e rituais,
relacionados aos membros da família e a alteração do estado de saúde de um de seus membros.
• Fazer as seguintes perguntas, as quais podem ser mais eficientes do que qualquer questionário extenso
para identificar se o adolescente tem predisposição para desenvolver transtorno alimentar: Você está
satisfeita (o) com seus padrões de alimentação? Você já comeu em segredo?
• Ressaltar os aspectos positivos, mantendo uma observação e uma escuta sensível. Auxiliar para que
o adolescente perceba os seus limites, sendo colocados de maneira firme, carinhosa e coerente por
parte de enfermeiro. Estimular o adolescente a imaginar mudanças e um futuro positivo e auxiliar a
identificação da própria responsabilidade e do controle da situação.
89
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
-- Quando possível deve ocorrer, de forma articulada com a equipe, o matriciamento pelos
profissionais do NASF (Saúde mental – psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional.
Nutricionista)
A violência é um fenômeno que se desenvolve e dissemina nas relações sociais e interpessoais, implicando
sempre uma relação de poder que não faz parte da natureza humana. A violência sexual é uma das principais
causas de morbimortalidade, especialmente na população de crianças, adolescentes e adultos jovens
(MS,2002).
Há diversos tipos de violência, tais como: física, psicológica, sexual, negligência e Síndrome de Münchausen.
A síndrome de Münchausen ocorre quando um parente, quase sempre a mãe, de forma persistentemente ou
intermitentemente produzem (fabrica, simula, inventa), de forma intencional, sintomas em seu filho, fazendo que
este seja considerado doente, ou provocando ativamente a doença, colocando-a em risco e numa situação
que requeira investigação e tratamento. A doença é considerada uma grave perturbação da personalidade
do cuidador, de tratamento difícil e prognóstico reservado.
90
3 - SAÚDE DO ADOLESCENTE
O enfermeiro deve ter uma atitude de acolhimento, não julgadora, não punitiva, ainda que o agressor esteja
presente. É importante a escuta qualificada, apoiar o cuidador, vítima e família, criar vínculo de confiança.
Notificar, orientando ao cuidador e família o desdobramento desta notificação.
Em crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade, a suspeita ou confirmação de abuso sexual
deve, obrigatoriamente, ser comunicada ao Conselho Tutelar ou à Vara da Infância e da Juventude, sem
prejuízo de outras medidas legais, conforme art. 13 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei n.º
8.069, de 13 de julho de 1990. Essa medida é de extremo valor para oferecer a necessária e apropriada
proteção para crianças e adolescentes.
A atenção e a notificação dos casos é também responsabilidade da Unidade, e não apenas dos profissionais
que fizeram o atendimento. A instituição deve estar atenta à identificação dos casos e comprometida com o
acompanhamento das crianças e adolescentes.
A criança e a adolescente que forem submetidos a situação de exploração sexual tem garantido o
aborto previsto em lei.
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Acolhimento Atendimento
92
3 - SAÚDE DO ADOLESCENTE
1
NASF: Núcleos de Apoio à Saúde da Família; 2Caps: Centros de Atenção Psicossocial; 3Capsi: Centros de Atenção Psicossocial Infantil; 4Cras: Centro de
Referência de Assistência Social; 5Creas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social; 6CTA: Centro de Testagem e Aconselhamento.
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CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO – ADOLESCENTE
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Com 1, 2 ou 3
1 reforço
doses feitas
Meningocócica C (inativada)
meninos e meninas de 12 e 13 anos
até 13 anos, 11
DOENÇAS EVITADAS: Doença invasiva Não vacinado Dose única DE
meses e 29 dias
causada por
Neisseria meningitidis do grupo C
Com 4 doses feitas Não há dose
na infância adicional
* A vacina HPV está indicada em 3 doses (esquema 0, 2 e 6) para quem vive com HIV na faixa etária de 09 a 26 anos de idade, necessitando de prescrição médica para ser vacinado.
Fonte: CPI/SVS/SUBPAV/SMS-Rio baseado no Calendário Nacional de Vacinação da CGPNI/MS / Portaria GM/MS nº 1533/2016 e NI n° 384/2016 atualizado em 26/06/2017
Arte Ascom – SMS-Rio
95
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
É na puberdade que se inicia o aparecimento dos caracteres sexuais secundários: broto mamário no sexo
feminino e no masculino aumento dos testículos e desenvolvimento dos pelos pubianos em ambos os sexos.
MATURAÇÃO SEXUAL
SEXO FEMININO
-- A primeira manifestação é o surgimento do broto mamário, em média aos 9 anos, que pode ser doloroso e unilateral, demorando
até 6 meses para o crescimento do contralateral. No mesmo ano há o aparecimento dos pelos pubianos.
-- Aproximadamente aos 10 anos de idade começam a aparecer os pelos axilares acompanhados pelo desenvolvimento das
-- A primeira menstruação, denominada menarca, pode vir prescindida de uma secreção vaginal clara. A idade média para a
menarca gira em torno de 12 anos aproximadamente. Os primeiros ciclos menstruais geralmente são anovulatórios e irregulares,
SEXO MASCULINO
-- A primeira manifestação de maturação sexual é o aumento do volume testicular, por volta dos 10 anos. O crescimento peniano
ocorre geralmente um ano após o crescimento dos testículos, sendo que primeiro o pênis cresce em comprimento e depois em
diâmetro.
-- Os pelos pubianos aparecem em torno dos 11 anos, em seguida são os pelos axilares, faciais e os do restante do corpo.
-- No adolescente masculino é comum identificar entre os 13 e 14 anos, a ginecomastia púbere (aumento do tecido mamário),
frequentemente bilateral, com consistência firme e móvel e, ás vezes pode ser bem doloroso. Regride espontaneamente em até 2
anos. Quando não involui em 24 meses, deverá ser avaliada pelo médico da equipe/unidade para possível encaminhamento.
-- A polução noturna é a ejaculação noturna involuntária, ou seja, saída de sêmen durante o sono, decorrente de um estímulo cere-
bral para sonhos eróticos que levam ao orgasmo. É um evento fisiológico normal, mas ás vezes pode causar constrangimentos e
dúvidas aos adolescentes, que devem ser orientados e tranquilizados pelo enfermeiro ou outro profissional da equipe.
96
Considera-se retardo puberal a ausência de qualquer característica sexual secundária em meninas
após os 13 anos de idade, e em meninos após 14 anos. Considera-se puberdade precoce, quando
ocorre o aparecimento de caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos, nas meninas, e antes dos
9 anos nos meninos.
As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são prevalentes entre adolescentes e aumentam o risco de
infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). A abordagem sindrômica das IST indicada pelo
Ministério da Saúde (MS) para o acompanhamento até a cura e a busca de contactantes, são as medidas
mais adequadas para o controle efetivo das IST na adolescência.
Aconselhar sobre a importância do tratamento, oferecer testes rápido (HIV, Sífilis e Hepatite).
- Uretrites gonocócicas
- Uretrites não gonocócicas Quanto ao acompanhamento das ISTs consultar:
- Cervicites Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Atenção
- Vulvovaginites Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente
- Vaginose bacteriana Transmissíveis (IST)
- Candidíase vulvovaginal
- Tricomoníase genital
- Doença inflamatória pélvica
- Infecção por HPV
97
4
Saúde da
Mulher
4 - SAÚDE DA MULHER
Introdução
A atenção integral à saúde da mulher pressupõe que os direitos sexuais e os direitos reprodutivos sejam
compreendidos como direitos humanos, assim como levar em conta a diversidade e as necessidades específicas
da população feminina. Portanto, é necessário que em qualquer planejamento de ações de saúde da mulher,
além do enfoque de gênero, sejam incorporadas também as questões relativas à raça/etnia, ou seja, o
“quesito cor” na saúde, visando a que todos os indicadores de saúde considerem estas variáveis (MS, 2005).
Em 1994, na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, a saúde reprodutiva foi
definida como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social em todas as matérias concernentes
ao sistema reprodutivo, suas funções e processos, e não apenas mera ausência de doença ou enfermidade.
A saúde reprodutiva implica, por conseguinte, que a pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória,
tendo a capacidade de reproduzir e a liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo” (CIPD,
1994).
A “Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – Princípios e Diretrizes”, elaborada pelo
MS em 2004, incorpora, num enfoque de gênero, a integralidade e a promoção da saúde como princípios
norteadores e busca consolidar os avanços no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na
melhoria da atenção obstétrica, no planejamento familiar, na atenção ao abortamento inseguro e no combate
à violência doméstica e sexual. Agrega, também, a prevenção e o tratamento de mulheres vivendo com HIV/
aids e as portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e de câncer ginecológico. Além disso, amplia
as ações para grupos historicamente alijados das políticas públicas, nas suas especificidades e necessidades
(BRASIL, 2004).
Neste contexto, a Atenção Básica à Saúde tem sido considerada um dos pilares da organização de
qualquer sistema de saúde, configurando-se como o primeiro contato do usuário com o sistema de saúde.
O nível básico de atenção à saúde tem um grande potencial de resolver parte significativa das queixas/
demandas apresentadas (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2008).
Cabe aos profissionais de saúde, dentre eles o enfermeiro, a partir do atendimento integral empoderar a
mulher quanto sua saúde e seu corpo. Ainda mesmo neste nível de atenção a relação profissional-usuário de
saúde se faz presente em condições que possibilita um vínculo sem necessariamente a mulher estar doente ou
não, criando uma relação de corresponsabilidade e permitindo o protagonismo desta mulher perante a sua
saúde (CECÍLIO, 2001).
A atenção de enfermagem nos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) tem como propósito a avaliação
e acompanhamento sistemático da saúde da mulher com enfoque nas linhas de cuidados prioritários e nas
99
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
100
4 - SAÚDE DA MULHER
12. Assistência ao Pré - Natal
Fluxograma 22. Diagnóstico da Gravidez
Avaliar a regularidade do uso do método contraceptivo; atentar para situação oportuna para uso de método contraceptivo de emergência
(relação desprotegida nos últimos 3 dias) e ocorrência de violência sexual
Presente
Resultado negativo Resultado positivo
Oferecer ambiente acolhedor e
privativo para escutar a mulher de
forma aberta e não julgadora; oferecer
Persiste suspeita de Gravidez Gravidez mediação de conflitos pessoais e/ou
gravidez? confirmada desejada? NÃO familiares decorrentes de gravidez não
planejada; questionar abertamente
sobre a intenção de abortar,
oferecendo esclarecimentos.
SIM
SIM
Orientar sobre saúde sexual e Orientar situações em que o aborto é permitido por lei e possibilidade de adoção;
reprodutiva; encaminhar para avaliação aconselhar/discutir com pessoa de confiança e, se gestação em fase inicial, aguardar pelo
médica menos uma semana para amadurecer a decisão; orientar sobre os riscos de práticas inseguras
e interrupção da gestação; marcar retorno para reavaliação, após ter sido realizada ou não a
interrupção; se for realizado abortamento, assegurar planejamento reprodutivo para evitar
nova gestação indesejada.
101
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Risco
1ª Consulta: Habitual
• Acolhimento
• Anamnese
1º Contato na APS com confirmação • Exames laboratoriais
da gestação:
• Avaliação do risco obstétrico em todas
• Início do PN na APS Gestação de
as consultas, como consta guia no guia
alto risco
• Acolhimento rápido de PN
• Teste rápido HIV, sífilis e hep B e C • Oferecer atividades de promoção
• Agendamento de consulta • Avaliar vulnerabilidade social e violência
• Passaporte Cegonha Carioca e • Ações de valorização da paternidade
Sisprenatal Gestação de alto risco
• Encaminhar para avaliação de saúde com co-morbidade
bucal
102
4 - SAÚDE DA MULHER
103
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
O enfermeiro deve atender integralmente a saúde das mulheres e promover atividades que contribuam no
favorecimento de uma gestação e nascimento saudáveis.
Identifica-se a importância de realizar atividades educativas e lúdicas, que facilitem e trabalhem a
compreensão da mulher nesta fase tão importante da vida: a gestação, o parto e o puerpério.
É função do enfermeiro, enquanto educador e cuidador, sanar as dúvidas que possam estar
angustiando esta mulher, tentando ajudá-la, para isso utilizando de todo seu conhecimento técnico-científico e
a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE).
-- Atribuições específicas do enfermeiro no Pré-Natal;
• Iniciar o pré-natal o mais precocemente possível;
• Avaliar risco em todas as consultas de pré-natal;
• Preencher adequadamente o cartão de pré-natal e atualizá-lo a cada consulta, identificando a
Unidade de referência para o Rede Cegonha;
• Realizar testagem rápida – com orientações pré e pós teste – e solicitar exames de rotina,
segundo protocolo;
• Avaliar o calendário de vacinas, atualizando-o, se necessário, com orientações;
• Realizar coleta de exame citopatológico (considerando faixa etária da mulher e o último exame
realizado);
• Realizar avaliação ginecológica, quando a gestante apresentar queixa específica;
• Encaminhar as gestantes identificadas como risco para a consulta médica, imediatamente;
• Realizar busca ativa das gestantes que não compareceram às consultas de pré-natal, num
prazo de até 72 horas;
• Realizar atividades com grupos de gestantes, trabalhando a troca de conhecimento entre elas.
Os exames laboratoriais de rotina na assistência pré-natal deverão ser solicitados pelos profissionais que
realizam o pré-natal, Médicos e Enfermeiros, conforme protocolo da SMS, com realização dos testes rápidos
no 1º contato da gestante com a Unidade de Saúde.
104
4 - SAÚDE DA MULHER
105
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
106
4 - SAÚDE DA MULHER
As consultas de Pré-natal de risco habitual podem ser realizadas por Enfermeiros e Médicos, devendo
impreterivelmente ser avaliado o risco gestacional a cada consulta e estas serem intercaladas entre os
profissionais.
Nas Unidades de Saúde da Família a Equipe Multidisciplinar deve participar ativamente com avaliação
dos casos e atendimento conjunto entre os profissionais, podendo intercalar as consultas. Este processo fortalece
o atendimento e cria um vínculo entre a equipe e a gestante. Estas consultas poderão ser realizadas na unidade
de saúde ou em visitas domiciliares, quando necessário.
O calendário de atendimento pré-natal deve ser programado em função dos períodos gestacionais que
determinam risco materno e perinatal.
Deve ser iniciado precocemente (primeiro trimestre) e deve ser regular e completo, garantindo que todas
as avaliações propostas sejam realizadas com o preenchimento do cartão de pré-natal e do prontuário da
gestante.
Durante o pré-natal, deverá ser realizado um número mínimo de seis consultas, seguindo o cronograma:
A maior frequência de visitas no final da gestação visa à avaliação do risco perinatal e das intercorrências
clínico-obstétricas mais comuns nesse trimestre, como trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia e eclampsia,
amniorrexe prematura e óbito fetal.
Importante que seja realizada uma visita domiciliar pelo Enfermeiro no terceiro trimestre da gestação para
identificar as adaptações do domicílio que venham favorecer o acolhimento do recém-nascido. Proporcionando
informações sobre ventilação e ambiente, cuidados com a higiene, banho, troca de fraldas, vestimentas,
participação dos familiares e principalmente a importância do aleitamento materno e posicionamento do
recém-nascido após as mamadas.
É muito importante orientar a gestante e seus familiares para não esquecerem de levar o Cartão da
Gestante e seus exames, a cada consulta e quando for para a Maternidade, como também orientar sobre o
direito de acompanhante, escolhido pela gestante, durante o trabalho de parto, o parto e o pós-parto
(Lei 11.108/2005).
107
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Não existe “alta” do pré-natal antes do parto. O acompanhamento da mulher no ciclo gravídico-
puerperal deve ser iniciado o mais precocemente possível e só se encerra após o 42º dia de
puerpério, período em que deverá ter sido realizado ao menos duas consultas puerperais.
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4 - SAÚDE DA MULHER
ANAMNESE – 1ª Consulta
109
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Adequado
1,60 0,35 – 0, 45 11,25 – 15,75
(18,5 a 24,9)
Objetivo: detectar precocemente estados hipertensivos. A avaliação da pressão arterial deverá ser
realizada em todas as consultas/atendimentos realizados à gestante.
110
4 - SAÚDE DA MULHER
1. A observação de níveis tensionais iguais ou maiores que 140 mmHg de pressão sistólica, e iguais ou
maiores que 90 mmHg de pressão diastólica, mantidos em duas verificações em dias diferentes, com
duas medidas em cada avaliação. Esse conceito é mais simples e preciso;
2. O aumento de 30 mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) e/ou de 15 mmHg ou mais na pressão
diastólica (mínima), em relação aos níveis tensionais pré-gestacionais e/ou conhecidos até a 16ª
semana de gestação. Este critério é utilizado para controlar com maior frequência e identificar a HA.
3. A presença de pressão arterial diastólica ≥ 110 mmHg em uma única oportunidade de aferição.A
aferição da PA poderá ser realizada pelo Técnico de Enfermagem, que deverá comunicar os níveis
encontrados ao Enfermeiro ou Médico da Equipe.
Ao Enfermeiro(a) cabe identificar a alteração pressórica segundo a tabela abaixo e em caso de alterações
encaminhar à consulta médica.
A hipertensão na gestação é definida por PAS ≥ 140 ou PAD ≥ 90 mmHg, e pode corresponder
a uma variedade de situações, que demandam seguimentos diversos:
111
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
O diabetes na gravidez é uma categoria ampla que inclui o diabetes prévio à gestação e o diabetes
gestacional que é uma elevação da glicemia, detectada na gravidez, em geral a partir da 24-28ª semanas
de gestação, e está associada a desfechos adversos gestacionais, como macrossomia, distócia de ombro e
pré-eclâmpsia.
Toda mulher com diabetes tipo 1 ou tipo 2 em idade fértil deve receber aconselhamento pré-
concepcional, com método contraceptivo eficaz e, se plano de gestar, suplementação com ácido fólico,
adequação do controle metabólico (hbA1C < 7%) e avaliação de complicações diabéticas (retinopatia e
nefropatia). Em caso de gestação confirmada, ela deve ser encaminhada pelo Médico ao pré-natal de alto
risco, mantendo acompanhamento conjunto na APS.
Rotina de pré-natal:
-- Menor que 85 mg/dl: sem fatores de risco: Normal. Realizar o TOTG com ingestão de
75g de glicose anidra entre a 24ª e 28ª semanas de gestação.
-- Entre 85-125 mg/dl ou qualquer fator de risco para diabetes: Rastreamento positivo.
Realizar o TOTG com ingestão de 75g de glicose anidra.
-- Se > 125 mg/dl: Deve-se repetir o exame imediatamente com jejum de 8 - 12
horas. Duas glicemias de jejum maiores que 125mg/dl confirmam o diagnóstico de
Diabetes Mellitus. A aferição de glicemia ≥200mg/dl em qualquer horário também
é indicativo de diabetes.
112
4 - SAÚDE DA MULHER
Jejum 95 mg/dl
60 min 180 mg/dl
120 min 155 mg/dl
Atenção: Os achados de uma ou duas glicemias alteradas confirmam o
diagnóstico de diabetes na gestação
Fonte: SMS/RJ: Protocolo de Diabetes Gestacional
Caso seja diagnosticado diabetes mellitus gestacional, a paciente deverá ser encaminhada ao Pré-
Natal de Alto Risco, pelo Médico da Equipe.
A vacinação durante a gestação objetiva a proteção da gestante, mas também a proteção do feto.
113
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Tétano:
O tétano neonatal é uma doença aguda, grave, não transmissível e imunoprevinível, causada pelo
Clostridium tetani, que acomete recém-nascidos, geralmente na primeira semana de vida ou nos primeiros
15 dias de vida. Ocorre devido a contaminação durante a secção do cordão umbilical, com o uso de
substâncias e instrumentos contendo esporos do bacilo e/ou pela falta de higiene nos cuidados ao recém-
nascido.
A prevenção do tétano neonatal se dá por meio da garantia da atenção pré-natal de qualidade,
com vacinação das gestantes, do atendimento higiênico ao parto, com uso de material estéril para a secção
do cordão umbilical e da adequada higiene do coto umbilical e curativo com solução de álcool a 70%.
A vacinação das mulheres em idade fértil (10 a 49 anos), gestantes e não gestantes é medida
essencial para a prevenção do tétano neonatal.
dTpa
O objetivo da introdução da vacina dTpa é induzir a produção de altos títulos de anticorpos contra a
doença coqueluche na gestante, possibilitando a transferência transplancentária destes anticorpos para
o feto, resultando na proteção do recém-nascidos, nos primeiros meses de vida, até que se complete o
esquema vacinal contra a coqueluche, preconizado no Calendário Nacional de Vacinação.
A vacina dTpa realizada durante o terceiro trimestre, proporciona a maior concentração de anticorpos
maternos para serem transferidos ao feto.
Vacinar com dTpa todas as gestantes a partir da 27ª semana, preferencialmente até a 36ª semana
de gestação, independente do número de doses prévias de dT ou se a mulher recebeu dTpa em outras
gestação(ões).
114
4 - SAÚDE DA MULHER
Situações Condutas
Gestantes previamente Administrar uma dose da dTpa, entre 27ª e, preferencialmente até a 36ª
vacinadas com duas semana de gestação, com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de
doses de dT 30 dias
Gestantes previamente Administrar uma dose de dTpa entre 27ª e, preferencialmente até a 36ª
vacinadas com três semana de gestação, com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de
doses de dT. 30 dias
Gestantes vacinadas
Administrar uma dose de dTpa entre 27ª e, preferencialmente até a 36ª
com três doses de dT e
semana de gestação, com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de
com dose de reforço há
30 dias
menos de cinco anos.
115
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Hepatite B (recombinante)
A Hepatite B representa agravo de grande em todo o mundo. Devido a seu potencial de cronificação
pode conduzir à cirrose hepática e ao carcinoma hepatocelular, após evolução variável, que pode
apresentar até três décadas.
O risco de transmissão do vírus da mãe para o filho durante a gestação e o parto chega a 90%,
dependendo do estado sorológico da mãe. O potencial de cronificação da doença nos recém-nascidos é
de 85 a 95%, e a evolução da doença é mais rápida do que nos adultos. Aos cinco anos de idade, 40%
das crianças já apresentam sintomas, e aos dez, muitas já evoluíram para cirrose hepática. Não existe,
até o momento, profilaxia medicamentosa para a gestante, visando a prevenção da transmissão vertical da
hepatite B.
Situações Condutas
Gestantes com menos de Completar as três doses em qualquer momento da gestação, respeitando o
três doses intervalo entre as doses.
116
4 - SAÚDE DA MULHER
Influenza (fragmentada)
• Vacinas que contêm vírus vivo atenuado (Sarampo, Rubéola, Caxumba e Febre Amarela): não são
recomendadas em situações normais, devendo-se avaliar riscos e benefícios individualmente em
situações especiais.
• Se a gestante não tem comprovação prévia de vacinação contra Rubéola, planejar a realização
desta no período puerperal.
2ª CONDUTA 3ª CONDUTA
QUEIXAS 1ª CONDUTA
(Sem Melhora) (Sem Melhora)
NÁUSEAS E Orientações de hábitos alimentares: Prescrever Antieméticos Orais: Encaminhar para
VÔMITOS • Fazer alimentação fracionada, pelo menos • Metoclopramida 10 mg de avaliação médica.
três refeições e dois lanches por dia; 8/8 horas (ou SOS);
• Alimentar-se logo ao acordar; • Dimenidrato 50 mg de 8/8
• Evitar jejum prolongado; horas (ou SOS. Não exceder
• Variar refeições conforme a tolerância 400 mg/dia)
individual; • Reforçar orientações de hábitos
• Comer devagar e mastigar bem os alimentos; alimentares.
• Dar preferência a alimentos pastosos e secos
(pão, torradas, bolachas);
• Evitar alimentos gordurosos e condimentados;
• Evitar doces com grande concentração de
açúcar;
117
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Corrimento Tratar vaginose bacteriana e/ou Tricomoníase: Encaminhar para avaliação Encaminhar para
vaginal • Primeiro Trimestre: Metronidazol gel vaginal médica. avaliação médica.
abundante, com 100mg/g, um aplicador cheio via vaginal,
odor fétido à noite ao deitar-se, por 5 dias.
• Após primeiro trimestre: Metronidazol
250mg, 02 comprimidos VO, 12/12h, por
7 dias.
118
4 - SAÚDE DA MULHER
CEFALÉIA • Afastar Hipertensão Arterial e Pré-eclâmpsia Considerar o uso de analgésicos Encaminhar para
• Avaliar sempre: Sinais de cefaleia comuns: avaliação médica
secundária; Sintomas antes da gravidez; Paracetamol (500-750 mg), de
Diagnóstico prévio de enxaqueca; Uso de 6/6 horas;
medicamentos. Dipirona (500-1.000 mg), de
• Orientar: Repouso em local com pouca 6/6 horas.
luminosidade e boa ventilação;
EDEMA • Avaliar sempre: A possibilidade do Encaminhar para avaliação Encaminhar para
edema patológico, em geral associado à médica avaliação médica
hipertensão e proteinúria, sendo sinal de
pré-eclâmpsia; A maioria das grávidas
edemaciadas exibe gestação normal.
• Orientar: Evitar ortotatismo prolongdo; Evitar
permanecer sentada por longo período;
Fazer repouso periódico em decúbito lateral
e/ou com os membros elevados; Usar meia
elástica; Evitar diuréticos e dieta hipossódica
(proscritos na gestação).
DOR LOMBAR • Avaliar sempre: Características da dor Se não melhorarem as Encaminhar para
(mecânica ou inflamatória, tempo de dores, considerar o uso de avaliação médica
evolução, fatores de melhora ou piora, medicamentos: Paracetamol
relação com o movimento); Sinais e sintomas (500-750 mg), de 6/6 horas;
associados (alerta para febre, mal-estar
geral, sintomas urinários, enrijecimento
abdominal e/ou contrações uterinas, déficit
neurológico); História de trauma.
• Orientar: Corrigir a postura ao se sentar
e andar; Observar a postura adequada,
evitando corrigir a lordose fisiológica;
Recomendar o uso de sapatos confortáveis e
evitar saltos altos; Recomendar a aplicação
de calor local e massagens especializadas;
Indicar atividades de alongamento e
orientação postural.
119
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
VARIZES • Avaliar sempre: Dor contínua ou ao final do Encaminhar para avaliação Encaminhar para
dia; Presença de sinais flogísticos; Edema médica avaliação médica
persistente.
• Orientar Mudar de posição com maior freq
Repousar por 20 minutos com as pernas
elevadas, várias vezes ao dia; Utilizar
Utilizar meia elástica com suave ou média
compressão, que pode aliviar o quadro de
dor e edema dos membros inferiores;
Não usar roupas muito justas, ligas nas pernas
e nem meias 3/4 ou 7/8
uência; Não permanecer por muito tempo em
pé, sentada ou com as pernas cruzadas;
HEMORRÓIDA • Avaliar sempre sinais de gravidade: Encaminhar para avaliação Encaminhar para
Aumento da intensidade da dor; médica. avaliação médica.
Endurecimento do botão hemorrodário;
Sangramento retal.
• Orientar: Dieta rica em fibras, estimular
a ingestão de líquidos e, se necessário,
supositórios de glicerina; Higiene local
com duchas ou banhos após a evacuação;
Banho de assento com água morna; Usar
anestésicos tópicos, se necessário.
Fonte: Adaptado de MS: Protocolos de Atenção Básica: Saúde das Mulheres, 201
Durante o acompanhamento da gestante, é preciso estar alerta aos sinais que podem representar
risco à gestante/feto, para a adoção de conduta adequada e em tempo hábil, evitando assim, desfechos
desfavoráveis ao binômio.
120
4 - SAÚDE DA MULHER
A saúde da gestante e seu concepto dependem de cuidados realizados durante a gestação. O pré-
natal continua a ser atribuição dos profissionais da atenção básica, mesmo se a gestante tiver suspeita de
infecção pelo vírus Zika. Neste momento, deve-se acolher a gestante e sua família, realizar as orientações
oportunas, esclarecer as dúvidas e realizar o seguimento do pré-natal seguindo os protocolos disponíveis
(Municipal e do MS).
Considerando este momento epidemiológico, foi estabelecido a NOTA TÉCNICA 01 DO GRUPO TÉCNICO
ASSISTENCIAL – GTA: Procedimentos assistenciais a serem adotados nos casos de Doença Exantemática
em Gestante e Microcefalia Fetal ou Neonatal, uma parceria entre FIOCRUZ, SESRJ, SMSRJ, SOPERJ, HFSE:
Considerando a Portaria do MS Nº 1.813 de 11 de novembro de 20015, que declara emergência de
saúde pública de interesse nacional (ESPIN) por alteração do padrão de ocorrência de microcefalia no Brasil;
Considerando a RESOLUÇÃO SES Nº 1.296 DE 18 DE NOVEMBRO DE 2015, que estabelece a
notificação compulsória imediata de gestantes com síndrome exantemática;
121
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Toda gestante que apresente exantema, independente da idade gestacional, deverá ser
notificada em até 24h.
2ª amostra: Sangue e urina coletados entre o 10º e 14º dia após o início do exantema, cadastrar também
no GAL. 72h após o início do exantema – colher somente uma amostra:
Só tem acesso ao GAL as unidades que são cadastradas. Não esquecer de colocar na ficha do Gal
a IDADE GESTACIONAL
122
4 - SAÚDE DA MULHER
Dengue (Hemograma, NS1* e PCR*): Rotina de coleta e notificação já usadas pela unidade
* Enviar todas as amostras ao LACEN
ATENÇÃO:
USG: Realizar USG para diagnóstico de microcefalia após a 30ª semana de gestação.
Cartão de pré-natal: ANOTAR no cartão a ocorrência de exantema uma vez que a criança deve ser
investigada após o nascimento.
Notificar: Toda unidade que atenda a gestante com exantema deve notificar.
ATENÇÃO:
USG: Realizar USG para diagnóstico de microcefalia após a 30ª semana de gestação.
Notificar: Qualquer unidade que atenda a gestante com suspeita de microcefalia fetal deve notificar.
Acompanhamento e Seguimento da Gestante com ZIKA
A gestante diagnosticada com ZIKA deverá continuar seu atendimento na atenção primária, com
avaliação de risco a cada consulta, ser avaliado a necessidade de matriciamento do NASF ou
encaminhamento a atenção secundária, quando avaliado esta necessidade.
123
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
12.11 Normatizações e Legislações Vigentes para boas práticas ao pré-parto, parto e puerpério:
É importante a gestante e seu companheiro saberem que existem leis que garantem direitos e a utilização
de boas práticas no momento do parto e pós-parto. Sendo assim o enfermeiro durante o pré-natal precisa o
acesso a tais informações, que são:
• Direito ao acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto: Lei 11.108/2005, RDC nº
38/2008 da ANVISA e do Estatuto da Criança e do Adolescente (no caso de adolescente grávida):
• Direito a ser orientada sobre todos os procedimentos considerados invasivos e danosos à mulher no
atendimento ao trabalho de parto e parto normal, tais como:
124
4 - SAÚDE DA MULHER
• Direito a ser orientada e de negar intervenções com finalidades “didáticas”: Submeter uma mulher a
procedimentos desnecessários, dolorosos, com exposição a mais riscos e complicações, com a única
e exclusiva finalidade do exercício da prática.
• Direito a liberdade de locomoção e posição para o parto: deve ser garantido à mulher condições de
escolha das diversas posições durante o parto, desde que não existam impedimentos clínicos” (RDC
36 de 2008 da ANVISA).
• Direito a atendimento humanizado e respeitoso
-- Apoio humanizado à amamentação precoce: Apesar do Programa Nacional de
Incentivo ao Aleitamento Materno ser muito difundido, muitos serviços não respeitam o
desejo da mãe em amamentar seu bebê logo ao nascer, mesmo que não haja nenhum
impeditivo clínico para isso.
No Município do Rio de Janeiro, a partir de 2011 foi instituído o Cegonha Carioca, como forma de
ofertar atenção humanizada no ciclo gravídico-puerperal e ao recém-nato/criança.
As gestantes acompanhadas na rede pública de saúde no Município têm desde o início do pré-natal
vinculação com a Maternidade onde o parto ocorrerá. A partir da 28ª semana de gestação, é ofertado uma
visita as Maternidades de referência, junto com um acompanhante de sua escolha. Neste momento, participa
de ações educativas, e também recebe, ao final da visita, o enxoval Cegonha Carioca.
A vinculação a estas Maternidades ocorre conforma a área de residência da gestante.
No Cegonha Carioca, a gestante também conta com um sistema de transporte, que a busca onde ela
estiver, dentro do município do
Rio de Janeiro e leva para a Maternidade de referência, sendo acionada através do número de telefone
que ela recebe no início do pré-natal.
125
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
As gestantes têm direitos sociais garantidos, conquistados por uma luta pelos direitos das mulheres,
desenvolvida a partir de um entendimento da necessidade de proteção à gestante e seu bebê. A legislação
brasileira prevê a proteção dos direitos das mulheres, inclusive na seção referente aos direitos dos trabalhadores,
enfatizando a proteção da mulher no mercado de trabalho e na sociedade, mediante dispositivos específicos.
• A gestante tem direito a prioridade em filas de bancos e supermercados, ao acesso pela porta da
frente em coletivos e ao assento preferencial em estabelecimentos e meios de transporte coletivo.
• Na época do pré-natal é assegurado o acompanhamento de saúde gratuito, a realização de pelo
menos seis consultas durante toda a gravidez e de levar um acompanhante de sua escolha nas
consultas (companheiro, mãe, amiga ou outra pessoa).
• Deve realizar gratuitamente exames durante o pré-natal, entre eles: exames de sangue para pesquisa
de diabetes, sífilis, anemia e classificação do tipo sanguíneo; exames de urina; preventivo de câncer
de colo do útero; e teste anti-HIV.
• Deve ser imunizada contra o tétano e tem o direito de conhecer antecipadamente o hospital onde será
realizado seu parto.
• Na hora do parto a gestante tem o direito:
126
4 - SAÚDE DA MULHER
• Durante o pós-parto mãe e filho têm o direito de ficar juntos no mesmo quarto e, ao sair do hospital,
ela deve receber as orientações sobre o retorno a atenção primária em saúde para a consulta de pós-
parto e de puericultura.
• No retorno à Unidade de Saúde deverá receber atendimento para si, seu RN e seu companheiro
quanto às necessidades requeridas e orientações para evitar ou planejar uma nova gravidez.
A Organização Mundial da Saúde (OMS, s.d) promulgou os Dez Direitos da Gestante, que são:
127
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
controle de ativos que constituem os recursos requeridos para o aproveitamento das oportunidades propiciadas
pelo Estado, mercado ou sociedade. Afirma que as vulnerabilidades sociais, que incluiriam as redes de
reciprocidade, confiança, contatos e acesso à informação. Assim, a condição de vulnerabilidade deveria
considerar a situação das pessoas a partir dos seguintes elementos: a inserção e estabilidade no mercado de
trabalho; a debilidade de suas relações sociais e, por fim, o grau de regularidade e de qualidade de acesso
aos serviços públicos ou outras formas de proteção social.
Assim, atender as gestantes em condições de vulnerabilidade social requer um olhar diferenciado da equipe
de saúde e inclui avaliar suas dificuldades socioeconômicas e psicossociais, avaliar as situações de violência
doméstica e dependência química, ofertar uma à vulnerabilidade individual. Rede de apoio para atendimento
em serviços especializados, quando assim se fizer necessário, e que atendam especificamente
Recomenda-se (NICE, 2010) o acompanhamento através de protocolos e equipes especializadas
de gestantes vítimas de violência doméstica e gestantes que sofrem com a dependência química. Para o
atendimento a estas gestantes, a equipe de saúde da família com apoio dos profissionais especializados do
NASF, coordenarão o cuidado desta gestante.
Informações sobre benefícios concedidos pela Previdência Social podem ser obtidos gratuitamente pelos
telefones 0800.780191 e 135 ou pelo site www.previdenciasocial.gov.br
128
4 - SAÚDE DA MULHER
Gestação Constituição Federal, art. 7º: A Constituição Federal de 1988 igualou homens e mulheres em direitos e deveres.
Dispõe sobre os Direitos dos Trabalhadores, dando ênfase à proteção do mercado de trabalho da mulher. Proíbe
a diferença de salários, (também art. 5º da CLT) assim como no exercício de funções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Proíbe o trabalho da gestante no período de 4 semanas antes e 8
semanas após o parto, garantindo a licença gestante de 120 dias. Obs. A licença gestante pode ser ampliada
para 180 dias caso a empresa opte e/ou se for Empresa Cidadã.
Constituição Federal, art. 10, inciso II: Está prevista a estabilidade da empregada não doméstica gestante
desde a confirmação da gravidez até 05 meses após o parto. Obs: A trabalhadora doméstica não é regida pela
CLT e portanto não tem estabilidade no emprego, nem no período gestacional.
CLT, art. 391: Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver
contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez.
CLT, art. 392, inciso 1 a 3: É proibido o trabalho da mulher grávida no período de 4 (quatro) semanas antes
e 8 (oito) semanas depois do parto. O início do afastamento da empregada de seu trabalho será determinado
por atestado médico. Dispensa de horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo,
seis consultas médicas e demais exames complementares. É garantido à empregada, durante a gravidez, sem
prejuízo do salário e demais direitos: transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem,
assegurada a retomada da função anteriormente exercida, logo após o retorno ao trabalho; dispensa do horário
de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e demais exames
complementares. Independente do período gestacional que nascer a criança (parto antecipado), a mulher terá
sempre direito às 12 semanas de licença. Em casos excepcionais, mediante atestado médico, na forma do
parágrafo 1º, é permitido à mulher gestante mudar de função.
CLT, art. 393: Durante o período a que se refere o art. 392, a mulher terá direito ao salário integral e, quando
variável, calculado de acordo com a média dos 6 (seis) últimos meses de trabalho, bem como os direitos e
vantagens adquiridos, sendo-lhe ainda facultado reverter à função que anteriormente ocupava.
CLT, art. 394: Mediante atestado médico, à mulher grávida é facultado romper o compromisso resultante de
qualquer contrato de trabalho, desde que este seja prejudicial à gestação.
Lei nº 9.029/1995: Proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização e outras práticas
discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da trabalhadora.
Portaria GM nº 569/2000: Institui o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento, no âmbito do SUS.
129
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Parto Constituição Federal, art. 7º, inciso XVIII: A licença-maternidade é paga pelo empregador, que efetivará sua
compensação junto à Previdência Social quando do recolhimento das contribuições sobre as folhas de salário.
Em se tratando de segurada avulsa ou empregada doméstica, será pago diretamente pela Previdência Social.
A mulher terá direito ao salário integral que efetivará sua compensação junto à Previdência Social quando do
recolhimento das contribuições sobre as folhas de salário. Em se tratando de segurada avulsa ou empregada
doméstica, será pago diretamente o salário maternidade pela Previdência Social, para tanto deverá apresentar-se
ao Posto do INSS com atestado do parto e declaração de nascido vivo no pós-parto.
Portaria GM nº 2.418/2005. Regulamenta, em conformidade com o art. 1º da Lei nº 11.108 de 7 de abril
de 2005, a presença de acompanhante para mulheres em trabalho de parto, parto e pós-parto imediato nos
hospitais públicos e conveniados com o SUS.
Lei nº 11.634/2007: Toda gestante tem direito ao conhecimento e à vinculação prévia com a maternidade na
qual será realizado seu parto; a maternidade na qual será atendida nos casos de intercorrência pré-natal, o que
dar-se-á no ato de sua inscrição no programa de assistência pré-natal; e a maternidade à qual se vinculará a
gestante deverá ser apta a prestar a assistência necessária conforme a situação de risco gestacional, inclusive no
puerpério.
Amamentação CLT, art. 396: Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá
direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um. Quando o exigir
a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade competente.
CLT, art. 400: Os locais destinados à guarda dos filhos das operárias durante o período da amamentação
deverão possuir, no mínimo, um berçário, uma saleta de amamentação, uma cozinha dietética e uma instalação
sanitária.
Aborto CLT, art. 395: Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um
repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que ocupava
antes de seu afastamento.
Pós-parto Lei nº 8.069 (Estatuto da Criança e do Adolescente), artigo 9º: Determina que a proteção ao aleitamento
materno é direito assegurado aos bebês.
Portaria GM nº 1.016/1993: Aprova as normas básicas para a implantação do sistema “Alojamento Conjunto”.
Lei Federal 10.048/2000: As gestantes e pessoas acompanhadas por crianças de colo terão atendimento
prioritário nas repartições públicas, empresas concessionárias de serviços públicos e nas instituições financeiras.
As empresas públicas de transporte e as concessionárias de transporte coletivo precisam reservar assentos
devidamente identificados a essas pessoas.
130
4 - SAÚDE DA MULHER
Licença Lei nº 11.770/2008: Determina que as empregadas de “empresas cidadãs”, isto é, de empresas que aderiram
Maternidade ao programa previsto na mencionada lei, terão o prazo da licença maternidade prorrogado em 60 (sessenta)
dias. Garante à gestante que estuda, 120 dias de licença para se ausentar da escola. As atividades escolares
podem ser feitas em casa e os exames finais, remarcados.
Licença Constituição Federal, art. 7º, inciso XIX, c/c art. 10, § 1º: Garante ao pai recente a ausência do empregado
Paternidade ao serviço por ocasião do nascimento do filho. Fixada em cinco dias, a licença-paternidade possui natureza
salarial, a cargo do patrão. Seu pagamento está condicionado à apresentação da certidão de registro do filho,
podendo aceitar como suficiente o atestado da maternidade onde ocorreu o nascimento da criança. A sua
contagem inicia-se a partir da data em que ocorreu o parto da mulher.
Adoção Lei nº 10.421/2002: Ficam garantidos a licença e o salário-maternidade às mulheres que adotem ou estejam
com a guarda judicial de uma criança, para fins de adoção. A duração da licença vai de 30 a 120 dias,
dependendo da idade da criança. O início dos benefícios da licença começa a partir da data de deferimento
da medida liminar nos autos de adoção ou da guarda judicial.
Garante às mulheres que adotarem crianças de zero a oito anos o direito à licença maternidade. O tempo da
licença varia de acordo com a idade da criança. Mães que adotarem crianças com até um ano têm direito
a 120 dias de licença. Se a criança tiver entre um e quatro anos, o benefício será de 60 dias, e para filhos
adotados com idade entre quatro e oito anos a licença maternidade será de 30 dias.
O pai adotivo tem licença-paternidade garantida somente pela legislação referente aos servidores públicos.
13. Puerpério
O cuidado da mulher no puerpério é fundamental para a saúde materna e neonatal e deve incluir o
pai, a família e toda a rede social envolvida nesta fase do ciclo vital e familiar (BRASIL, 2013). O puerpério
se inicia imediatamente após o parto e dura, em média (visto que o término é imprevisto), seis semanas após
este, havendo variabilidade na duração entre as mulheres. Esta variação está relacionada especialmente
a mudanças anatômicas e fisiológicas no organismo da mulher, embora questões de ordem psicossocial
relacionadas à maternidade, à sexualidade, à autoestima, à reorganização da vida pessoal e familiar estejam
ocorrendo concomitantemente e influenciem a passagem desse período. Para facilitar a organização das ações
de saúde, o puerpério pode ser dividido em imediato (do 1o ao 10o após o parto), tardio (do 11o ao 45o
dia) e remoto (após o 45o dia, com término imprevisto) (UFRJ, 2015).
A equipe de Atenção Básica, no planejamento de suas ações, deve-se garantir o acompanhamento
integral da mulher e da criança, além de estimular (desde o pré-natal) o retorno precoce da mulher e do recém-
nascido à Unidade de saúde após o parto.
131
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
As consultas de puerpério são de competência do(a) médico de família e do enfermeiro(a). Elas são
fundamentais no processo de acompanhamento da saúde materna e do neonato, iniciado no pré-natal. A
puérpera deverá receber no mínimo 2 consultas no puerpério.
A Equipe de Saúde deverá acolher a puérpera e acompanhante com respeito, escutando atentamente suas
dúvidas, queixas e expectativas, procurando esclarecê-las e dar o apoio necessário. Por ser um período de
significativas alterações, a família deverá ser orientada quanto às modificações fisiológicas e psicológicas,
promovendo apoio ao trinômio Mãe-Pai-Bebê.
É importante um olhar especial ao período puerperal, a fim de evitar agravos ao binômio Mãe-Bebê.
A morbi-mortalidade materna e neonatal é preponderante nas primeiras semanas após o parto, assim, a
prestação de um cuidado integral e o envolvimento de todos os profissionais corrobora para a qualificação da
assistência prestada ao binômio, prevenindo riscos presumíveis.
132
4 - SAÚDE DA MULHER
MOMENTO CONDUTA
Acolhimento com escuta • Acolher as demandas da puérpera e sua família e identificar suas necessidades.
qualificada • Direcionamento para o atendimento e realização de procedimentos necessários.
Puerpério Imediato • Verificar Cartão da Gestante, dados da gestação (quantidade de consultas, uso de
medicamentos, intercorrências no pré-natal);
• Informações do parto e de possíveis intercorrências, uso de imunoglobulina anti-D para as
puérperas Rh negativo;
• Avaliar a situação das sorologias para Sífilis e HIV;
• Informações sobre a alta do RN (caso não tenha ocorrido em conjunto com a mãe, registrar
motivos);
• Verificar dados do recém-nascido (peso, comprimento, Apgar, imunização, registro civil,
realização dos testes do reflexo vermelho, do pezinho e da orelhinha, etc.) e identificar RN
de risco (baixo peso ao nascer, internação por intercorrência ao nascimento;
• Avaliar estado geral: nível de consciência, situação psicológica, pele, presença de edema;
• Realizar exame abdominal: atentar para avaliar involução uterina e dor à palpação, e
condições da incisão cirúrgica, se cesárea;
133
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
A orientação relativa ao Planejamento da Vida Sexual e Reprodutiva deverá ser o mais precoce possível.
Dentre os métodos indicados está o método da Amenorreia da Lactação (LAM) que é um método temporário
que só pode ser utilizado pelas puérperas sob as seguintes condições:
• Aleitamento Materno Exclusivo;
• Amenorreia;
• RN com menos de seis meses de vida;
A ausência de qualquer uma destas três condições reduz a eficácia do método.
134
4 - SAÚDE DA MULHER
MOMENTO ESPECIFICAÇÕES
Anticoncepcional Hormonal Oral de • Princípio ativo: Noretisterona 0, 35 mg.
Progestogênio • Apresentação: Cartela com 35 comprimidos.
• Dosagem: 01 cp vo ao dia, sem descontinuar a cartela.
Anticoncepcional Hormonal Injetável • Princípio ativo: Medroxiprogesterona 150 mg
Trimestral • Apresentação: Ampola
• Dosagem: 1 ampola IM a cada três meses.
• Indicação: utilizado principalmente no pós-parto, pois não alteram a qualidade nem a
quantidade do leite materno, e por mulheres que têm contraindicações ao estrogênio das
pílulas combinadas.
Anticoncepcional Hormonal Oral • Princípio ativo:
Combinado • Apresentação: cartela com 21 comprimidos
• Dosagem: 1 cp Vo ao dia, com interrupção de 7 dias entre as cartelas.
• Indicação: se não estiver amamentando OU se não for aleitamento exclusivo.
DIU • Indicação: logo após o parto ou em torno de 40 dias pós-parto.
Preservativo Masculino ou Feminino • Indicação: Indicar o uso do preservativo desde a primeira relação sexual pós-parto.
A busca do êxito nas ações desenvolvidas junto à mulher no seu ciclo gravídico-puerperal é resultado do
envolvimento e compromisso multiprofissional com o binômio mãe-bebê no seu contexto.
O parceiro e a família devem contribuir em todo o processo, discutindo e repensando práticas alternativas.
A ampliação do acesso de mulheres e homens à informação e aos métodos contraceptivos é uma das ações
imprescindíveis para que possamos garantir o exercício dos direitos reprodutivos no país.
A Atenção à Vida Sexual e Reprodutiva tem como base a Constituição Brasileira de 1988 e a Lei do
Planejamento Familiar de 1996, além do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. O planejamento
familiar é um ato consciente: torna possível ao casal programar quantos filhos terá e quando os terá. Permite
às pessoas e aos casais a oportunidade de escolher entre ter ou não filhos de acordo com seus planos e
expectativas.
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
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4 - SAÚDE DA MULHER
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
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4 - SAÚDE DA MULHER
A Assistência à pré-concepção tem como objetivo orientar e assistir as mulheres/casal que queiram
engravidar, com o intuito de identificar os fatores de risco ou doenças que interferem na evolução saudável de
uma futura gestação.
A equipe de saúde deverá, ao assistir as mulheres/ casais, prevenir, detectar e tratar fatores que possam
interferir na fertilidade e na concepção. O desafio dessa forma é conscientizar a população os usuários que
a saúde sexual e reprodutiva é um direito garantido tanto para as mulheres quanto para os homens, fazendo
com que ambos se sintam importantes e com direitos à informação e ao atendimento igualmente respeitado
(BRASIL, 1996). No fluxograma abaixo, temos a abordagem da mulher ou do casal que planeja a gravidez.
139
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Fonte: Adaptado Brasil/MS: Protocolos de Atenção Básica: Saúde das Mulheres, Brasília: DF, 2015.
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4 - SAÚDE DA MULHER
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
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4 - SAÚDE DA MULHER
Avaliação clinica
Enfermeiro (a) • Condições econômicas.
• Estado de saúde e condições clínicas
correlacionadas.
• Aspirações reprodutivas.
Problematização dos métodos • Características da personalidade da mulher e/ou
disponíveis dos parceiros e parceiras.
Enfermeiro (a) • Fatores culturais e religiosos.
• Outros fatores, como medo, dúvidas e vergonha.
Escolha da mulher, do
homem ou casal
Orientações e abordagem de
dúvidas
Enfermeiro (a) Manter vínculo para reavaliação do uso do método
escolhido.
“Volte quando quiser”. Encoraje a mulher, o
homem ou o casal para que se sinta à vontade para
retornar quando quiser – por exemplo, caso tenha
problemas, dúvidas ou queira usar outro método; caso
ela tenha alguma alteração na saúde; ou se a mulher
achar que possa estar grávida.
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
É importante que a mulher tenha acesso a Unidade de Saúde e ao Profissional de Saúde para que possa
realizar a mudança do método quando desejar ou necessitar. Cabe destacar que no SUS (lei 9.263 de 1996)
todo homem tem direito ao planejamento familiar para limitação ou aumento do número de filhos de acordo
com sua vontade, a de sua esposa ou do próprio casal (BRASIL, 1997, 2013). No quadro 2, apresentamos
os métodos contraceptivos ofertados na Atenção Primária.
DEFINITIVOS (ESTERILIZAÇÃO)
Feminino (ligadura tubária) Masculino (vasectomia)
TEMPORÁRIOS (REVERSÍVEIS)
Métodos de barreira
Diafragma Preservativo masculino DIU Tcu-380 A (DIU T de cobre)
Métodos hormonais
Via de administração Tipos Apresentação
Etinilestradiol 0,03 mg + levonorgestrel
Combinado (monofásico) – AOC
0,15 mg
Hormonais orais Minipílulas Noretisterona 0,35 mg
Pílula anticoncepcional de
Levonorgestrel 0,75 mg
emergência (AHE)
Enantato de norestisterona 50 mg +
Mensais (combinado)
Hormonais injetáveis valeratode estradiol 5 mg
Trimestrais (progestágeno) Acetato de medroxiprogesterona 150 mg
Fonte: OMS (2010).
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS
Os métodos comportamentais de planejamento familiar são técnicas para obter ou evitar a gravidez
mediante a auto-observação de sinais e sintomas que ocorrem no organismo feminino ao longo do ciclo
menstrual. Baseando-se na identificação do período fértil da mulher, o casal pode concentrar as relações
sexuais nesta fase, caso deseje obter uma gravidez, ou abster-se de ter relações sexuais, caso deseje espaçar
ou evitar a gravidez.
144
4 - SAÚDE DA MULHER
Como métodos anticoncepcionais a taxa de falha, no primeiro ano de uso, atingir até 20%, em uso
habitual. Entre usuários adaptados ao método (uso correto) este índice cai para 0,5 a 9% (BRASIL, 2002).
É um método de controle das relações sexuais no período fértil da mulher. O cálculo do período fértil é feito
mediante a análise do ciclo menstrual prévio (6 a 12meses). Consiste em calcular a diferença entre o ciclo
mais longo e o mais curto para saber se o método é adequado para a mulher. Se essa diferença for igual ou
maior que10, não é indicado o uso. Caso o índice seja menor que 10, calcula-se o inicio do período fértil,
diminuindo 18 do ciclo mais curto e o fim do período fértil, diminuindo11 do ciclo mais longo. Após esse
cálculo será determinado o período do ciclo, considerado fértil e apropriado para a concepção.
Ex.: Início do período fértil = ciclo mais curto (25) –18 = 7º dia
Fim do período fértil = ciclo mais longo (34) –11= 23º dia
Entre o 7º dia e o 23º dia do ciclo da mulher, constado a partir do primeiro dia da menstruação, tem-se o
período fértil.
Esse método fundamenta-se nas alterações da temperatura basal (em repouso) que ocorrem na mulher
ao longo do ciclo ovulatório e menstrual. O método baseia-se no fato que, por um ou dois dias próximo da
ovulação, a temperatura em repouso da mulher aumenta um pouco.
Para usar esse método, a mulher deve medir e anotar sua temperatura logo de manhã, todos os dias,
antes de comer ou fazer qualquer esforço, e observar os resultados, durante dois ou mais ciclos. Depois
estabelecer qual é a sua variação normal, e qual o padrão de aumento por volta do 14o dia (ovulação) após
a menstruação.
Este método baseia-se na identificação do período fértil, através da auto-observação diária das características
do muco cervical e da sensação por ele provocada na vulva. Na fase ovulatória, com a ação estrogênica, o
muco fica mais elástico, transparente, escorregadio e fluído, semelhante à clara de ovo, indicando o período
de fertilidade.
145
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Método sinto-térmico:
Consiste na combinação dos múltiplos indicadores de ovulação (temperatura basal corporal e muco
cervical), com a finalidade de determinar o período fértil com maior precisão e confiabilidade.
MÉTODOS DE BARREIRA
São métodos que colocam obstáculos mecânicos ou químicos à penetração dos espermatozóides no
canal cervical. Os métodos de barreira disponíveis em nosso meio são: preservativos masculinos e femininos;
diafragma; e os espermicidas químicos.
O preservativo é um método que, além de evitar a gravidez, reduz o risco de transmissão do HIV e de
outros agentes sexualmente transmissíveis. A taxa de falha do preservativo masculino, no primeiro ano de uso,
varia de 3%, quando usados, corretamente em todas as relações sexuais, a 14%, quando avaliado o uso
habitual. Sua segurança depende de armazenamento adequado, da técnica de uso e da utilização em todas
as relações sexuais. A taxa de falha feminino nos primeiros 12 meses de uso do método, varia de 2,1%,
quando utilizado correta e consistentemente, a 20%, em uso habitual.
146
4 - SAÚDE DA MULHER
b) Consultas de retorno:
Primeiro retorno depois de um mês para avaliar uso correto, efeitos secundários e orientações que se fizerem
necessárias. Demais retornos anuais.
IMPORTANTE!
O fornecimento sistemático dos métodos não precisa estar vinculado à consulta com profissional de
saúde.
DIAFRAGMA
É um método anticoncepcional de uso feminino que consiste num anel flexível, coberto no centro com uma
delgada membrana de látex ou silicone em forma de cúpula que se coloca na vagina cobrindo completamente
o colo uterino e a parte superior da vagina, impedindo a penetração dos espermatozóides no útero e trompas.
Para maior eficácia do método, antes da introdução, colocar, na parte côncava, creme espermaticida.
Entretanto, essa associação limita-se às mulheres com baixo risco para o HIV e outras DST (BRASIL, 2002).
A taxa de falha, nos primeiros 12 meses de uso do método, varia de 2,1%, quando utilizado correta e
consistentemente, a 20%, em uso habitual (BRASIL, 2002).
A vida média útil do diafragma é em torno de 3 anos, se observadas as recomendações do produto.
147
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
MÉTODOS HORMONAIS
Tabela Anticoncepcional oral combinado(AOC) e minipílula.
AOC e MINIPÍLULA
• Para qualquer mulher, independentemente se adolescente ou adulta, e se no climatério, que
preencha os critérios de elegibilidade para anticoncepção com AOC ou minipílula (ver quadro
2). A anticoncepção oral pode ser fornecida à mulher em qualquer momento para que inicie a
ingestão posteriormente. Não há motivo para que isso não seja feito
Quando indicar?
• Não necessita realizar colpocitologia, exame de mamas ou pélvico para iniciar o uso
• Aquelas infectadas com o HIV, que tenham AIDS ou estejam em terapia antirretroviral (ARV)
podem utilizar os AOC com segurança. Incentive-as a também utilizarem preservativos (dupla
proteção)
• Se está mudando de método não hormonal: a qualquer momento do mês. Se em uso de DIu,
iniciar imediatamente após retirada. Utilizar método de apoio por sete dias
• Mudança de método hormonal: imediatamente. Se estiver mudando de injetáveis poderá
Quando começar?
iniciar quando a injeção de repetição já estiver sido dada
• Ausência de menstruação (não relacionada ao parto: se não grávida, a qualquer momento.
Uso de método de apoio por sete dias
148
4 - SAÚDE DA MULHER
AOC e MINIPÍLULA
Quais os efeitos Alterações da menstruação, náuseas ou tonturas, alterações de peso (AOC), alterações de humor
colaterais/ adversos ou no desejo sexual, acne (AOC), cefaléia, dores de cabeça com enxaqueca, sensibilidade dos
mais comuns? seios, dor aguda na parte inferior do abdomêm (minipílula) etc. Ver mais informações no quadro 6.
• Amamentação de forma exclusiva ou não, com mais de seis semanas do parto: iniciar a
minipílula a qualquer momento se há certeza razoável de que não está grávida. Método de apoio
por sete dias. Em geral, os AOC não são usados em mulheres nos primeiros seis meses do pós parto
que estejam amamentando
• Após aborto (espontâneo ou não): imediatamente. Se iniciar nos sete dias depois de aborto,
não necessita de método de apoio. Se mais que sete dias, iniciar desde que haja certeza razoável
Se após gestação que não está grávida
• Não Amamentando:
1. Para iníciodo AOC: pode iniciar o uso de AOC em qualuqer momento após o 21‘ dia
do pós parto, desde que com certeza razoável que não está grávida;
2. Para início de minipílula: se menos de quatro semanas de parto, começar a qualquer
momento (sem necessidade de método de apoio) - não é um método muito eficaz para
mulheres que não estão amamentando.
Fonte: BRASIL: MS. Procotolos da Atenção Básica das Mulheres. Brasília: DF, 2015
149
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
• Se trimestral, a cada três meses (13 semanas). Se mensal, a cada quatro semanas (30 dias)
Como utilizar? • O AI trimestral pode ser adiantado ou atrasado em até duas semanas, AI mensal pode ser
adiantado ou atrasado em até sete dias
A usuária pode começar o uso a qualquer momento se houver certeza razoável de que não
Quando começar?
está grávida.Utilizar método de apoio por sete dias
Quais os efeitos Alterações da menstruação, alterações de peso (AI mensal), alterações de humor ou no
colaterais/ adversos desejo sexual (AI trimestral), cefaléia comum, dores de cabeça com enxaqueca, sensibilidade
mais comuns? dos seios (AI mensal), etc. Ver mais informações no quadro 6
150
4 - SAÚDE DA MULHER
AI TRIMESTRAL E MENSAL
• No caso de AI trimestral: independente do atraso, ela deve retornar para próxima injeção. Se o atraso
for maior do que duas semanas, ela deve abster-se de fazer sexo ou utilizar método de apoio até que receba
a injeção. Poderá tomar pílulas de AHE se o atraso foi maior do que duas semanas e ela tenha feito sexo
desprotegido nos últimos cinco dias. Se o atraso for de mais de duas semanas, poderá receber a injeção
seguinte se; se houver certeza que não está grávida(ela não fez sexo nas duas semanas após o período em
que ela deveria ter recebido sua última injeção) ou utilizou método de apoio ou tomou AHE depois de ter feito
sexo desprotegido nas duas semanas após o período em que ela deveriater tomado sua última injeção; ou se
ela estiver em amamentação de forma exclusiva ou quase ou deu a luz há menos de seis meses. Ela precisará
de método de apoio nos primeiros sete dias após a injeção.Se a usuária estiver mais do que duas semanas
E se atrasar o AI? atrasada e não atender aos critérios citados,medidas adicionais(como teste rápido de gravidez) poderão ser
tomadas para que tenha certeza razoável de que ela não está grávida.
• No caso de AI mensal: se houver menos de sete dias de atraso, realizar a próxima aplicação sem
necessidade de testes,avaliação ou método de apoio .Se atrasar mais de sete dias, poderá receber a injeção
seguinte se:houver certeza que não está grávida (ela não fez sexo nas duas semanas após o período em que
ela deveria ter recebido sua última injeção,ou utilizou método de apoio ou tomou AHE depois de ter feito
sexo desprotegido nas duas semanas após o período em que ela deveria ter tomado sua última injeção) .Ela
precisará de método de apoio nos primeiros sete dias após a injeção. Se a usuária estiver mais do que sete
dias atrasada e não atender aos critérios acima,medidas adicionais (como o teste rápido para gravidez)
poderão ser tomadas para que se tenha certeza razoável de que ela não está grávida
• Amamentando de forma exclusiva ou quase ou parcialmente para AI trimestral: se tiver mais de seis
semanas do parto e não houver retorno da menstruação, iniciar a qualquer momento se há certeza razoável
de que não está grávida. Método de apoio por 7 dias.
• Amamentando de forma exclusiva ou quase ou parcialmente para AI mensal: atrase a primeira injeção
até completar seis semanas depois do parto ou quando o leite não for mais o alimento principal do bebê – o
que ocorrer primeiro.
Se após gestação • Após aborto (espontâneo ou não): imediatamente. Se mais que sete dias, iniciar desde que haja certeza
razoável de que não está grávida (método de apoio por sete dias)
• Não amamentando: 1) Para AI trimestral,se menos de quatro semanas,iniciar a qualquer momento (sem
necessidade de método de apoio); 2) Para AI mensal,se menos de quatro semanas do parto ,iniciar qualquer
momento a partir do 21° dia do parto; 3) Para ambos AI, se mais que quatro semanas do parto, iniciar a
qualquer momento desde que tenha certeza razoável de que não está grávida. Se menstruação tiver retomado,
começar tal como mulheres que apresentam ciclos menstruais.
Fonte: BRASIL: MS. Procotolos da Atenção Básica das Mulheres. Brasília: DF, 2015
151
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
MÉTODOS INTRA-UTERINOS
Tabela Dispositivo Intra-uterino (DIU) de cobre.
DIU DE COBRE
152
4 - SAÚDE DA MULHER
DIU DE COBRE
Quais os efeitos Alterações da menstruação,dor aguda na parte inferior do abdômen, cólicas e dor,
colaterais/ adversos possibilidade de anemia,possibilidade de perfuração uterina etc. Ver mais informações no
mais comuns? Quadro 6.
• Logo após o parto:a qualquer momento até 48 horas depois de dar a luz exigirá um
profissional com treinamento específico em inserção pós-parto). Se já passaram mais de 48
horas após o parto, retarde a inserção do DIU por quatro semanas ou mais.
• Após quatro semanas do parto:ela poderá colocar o DIU a qualquer momento desde que
haja certeza razoável de que não está grávida. Se menstruação tiver retornado, ela poderá
colocar o DIU como aconselhado para mulheres que apresentem ciclos menstruais
Se após gestação • Após aborto (espontâneo ou não): imediatamente se houver certeza razoável de que não
está grávida e não houver infecção. Não há necessidade de um método de apoio.
• Se houver infecção, trate-a ou encaminhe a usuária e ajude-a a escolher outro método.
Se ela ainda quiser colocar o DIU,ele poderá ser inserido após a infecção ter desaparecido
completamente. A inserção de DIU após aborto no segundo trimestre exige treinamento específico.
Caso não haja alguém com este treinamento, retarde a inserção por no mínimo quatro semanas
após o aborto.
Fonte: BRASIL: MS. Procotolos da Atenção Básica das Mulheres. Brasília: DF, 2015
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
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4 - SAÚDE DA MULHER
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
A anticoncepção hormonal de emergência é um método que utiliza concentração de hormônios para evitar
gravidez após a relação sexual. O método apresentado utiliza Levonorgestrel em função dos efeitos colaterais
reduzidos, por não produzir interação com outros medicamentos e conferir maior efetividade (BRASIL, 2010).
Apresentação
Comprimidos de 0,75 mg (cartela com 2 comprimidos).
Efeitos colaterais
Os efeitos secundários mais frequentes para as mulheres que usam a anticoncepção hormonal de emergência
são náuseas, em 40 a 50% dos casos, e vômito, em 15 a 20%. Outros efeitos secundários podem ocorrer,
embora com menor frequência. Cefaleia, dor mamária e vertigens são de curta duração e têm remissão
espontânea nas primeiras 24 horas após o uso. De modo geral, anticoncepção hormonal de emergência é
bem tolerada pela maioria das mulheres e, excepcionalmente, ocorrem efeitos indesejáveis mais intensos ou
severos.
1ª opção – 2 comprimidos de 0,75mg juntos, em dose única, num período de até cinco dias após a
relação sexual desprotegida
2ª opção - Utilizar 1 comprimido de 0,75mg de 12/12 horas, num período de até cinco dias após a
relação sexual desprotegida.
O uso do medicamento em dose única oferece vantagens, principalmente no que se refere à adesão. Este
e outros estudos também demonstram efeito anticonceptivo no quarto e no quinto dia após a relação sexual
desprotegida, embora com taxas significativamente menores de eficácia. Portanto, o prazo para início da AE
não deve ser limitado ao período de 72 horas, ampliando-se seu uso até o 5º dia da relação sexual (BRASIL,
2011).
Aconselhamento
• Informar que a anticoncepção hormonal de emergência não a protegerá nas relações sexuais
156
4 - SAÚDE DA MULHER
posteriores;
• Advertir de que a anticoncepção hormonal de emergência não protege das DST/HIV;
• Estimular o uso do preservativo como dupla proteção, sempre que possível e indicado;
• Esclarecer que o uso repetitivo da anticoncepção hormonal de emergência é menos eficiente que os
métodos anticonceptivos de rotina para prevenir a gravidez;
• Se o vômito ocorrer nas primeiras duas horas após a administração da anticoncepção hormonal de
emergência, recomenda-se que a dose seja repetida. Caso o vômito ocorra novamente e dentro do
mesmo prazo, recomenda-se que a administração da AE seja feita por via vaginal. A absorção da
AE pelo epitélio da vagina oferece níveis plasmáticos semelhantes aos da absorção pela via oral.
Mulheres com história recorrente de vômitos com o uso da anticoncepção hormonal de emergência
podem ser orientadas a escolher, primariamente, a via vaginal em eventual uso futuro. O uso da
anticoncepção hormonal de emergência por via vaginal é importante em situações especiais em que
o uso oral encontre-se impedido, como no caso de mulheres inconscientes após trauma físico e/ou
psicológico decorrente de violência sexual (BRASIL, 2011).
A Consulta de Enfermagem à mulher no climatério e menopausa deve ofertar acesso, com objetivo de
orientar a mulher durante este período de mudanças, referenciar à consulta médica ou ao serviço de psicologia
(NASF ou ambulatório, dependendo do caso), quando necessário.
O climatério é definido pela Organização Mundial de Saúde como uma fase biológica da vida da mulher
que compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo.
Inúmeras mulheres passam por ela sem queixas ou necessidade de medicamentos. Outras têm sintomas que
variam na sua diversidade e intensidade. No entanto, em ambos os casos, e fundamental que haja, nessa fase
da vida, um acompanhamento sistemático visando à promoção da saúde, o diagnostico precoce, o tratamento
imediato dos agravos e a prevenção de danos.
Dados atuais têm mostrado que o aumento dos sintomas e problemas da mulher neste período reflete
circunstâncias sociais e pessoais, e não somente eventos endócrinos do climatério e menopausa.
A menopausa está relacionada ao último ciclo menstrual, somente reconhecido depois de passados 12
meses da sua ocorrência e acontece geralmente em torno dos 50 anos de idade.
157
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
158
4 - SAÚDE DA MULHER
159
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
de densitometria óssea.
Abordagem farmacológica
• Terapias não hormonal e hormonal.
• Avaliação de necessidade, indicações, contraindicações absolutas e
relativas. Médico
• Uso racional de medicamentos.
• Acompanhamento clínico periódico das mulheres em uso de terapia
farmacológica, sobretudo a hormonal.
160
4 - SAÚDE DA MULHER
Educação em saúde
Realizar orientação individual e coletiva para as mulheres acerca de:
• Ressignificação do climatério:
cial. Enfatizar que, como nas demais fases da vida, esta também pode ser
por período.
161
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
mais vezes por semana, além de práticas corporais que envolvem lazer, re-
associadas.
mg/dia).
solar.
alcoólicas e de cafeína.
auditivos.
Fonte: Brasília: MS. Protocolos de Atenção Básica: Saúde das Mulheres. Brasília:DF, 2015
162
4 - SAÚDE DA MULHER
A atuação dos profissionais de saúde deve incorporar aspectos como a escuta qualificada, a integralidade
na atenção, a possibilidade de diversas orientações sexuais e o estimulo ao protagonismo da mulher.
Avaliar cuidadosa e individualmente cada caso com objetivo de identificar quais os fatores relacionados à
etiologia das dificuldades referidas, e muitas vezes até omitidas, favorece sensivelmente o resultado da conduta
adotada.
No atendimento a essas mulheres, o profissional precisa entender as diferenças e semelhanças de cada
uma, e antes de qualquer julgamento ou atitude preconceituosa, cumprir seu papel no auxilio da resolução
dos problemas. Ajudar as pessoas a aceitar as mudanças físicas e a buscar sua própria forma de exercer a
sexualidade é fundamental neste processo.
Atitudes positivas por parte dos profissionais devem incluir diversas ações, tais como:
• estimular o auto-cuidado (como não fumar, garantir um sono adequado, tomar sol pela manhã ou
cuidar da pele), que influencia positivamente na melhora da auto-estima e da insegurança que pode
acompanhar esta fase;
• estimular a aquisição de informações sobre sexualidade (livros, revistas ou por meio de outros recursos
de mídia qualificada – programas direcionados sobre o assunto) que estiverem disponíveis;
• apoiar iniciativas da mulher na melhoria da qualidade das relações, valorizando a experiência e o
auto-conhecimento adquiridos durante a vida;
• estimular a prática do sexo seguro em todas as relações sexuais.
• esclarecer às mulheres que utilizam a masturbação como forma de satisfação sexual, que essa é uma
prática normal e saudável, independente de faixa etária;
• estimular a incorporar hábitos alimentares nutritivos e uma rotina com prática de exercícios físicos,
que podem atuar na diminuição do estresse e da depressão, no aumento da oxigenação tecidual,
na manutenção da massa muscular e óssea, na melhora da função cardiocirculatória, no aumento da
resistência, na sensação de bem-estar pela produção de endorfinas, além de outros benefícios.
A conclusão desse capítulo reafirma a necessidade de romper os estereótipos culturais da diminuição do
desejo sexual no climatério. A menopausa não é o fim da vida, mas o começo de uma nova etapa.
163
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
A reposição hormonal é polêmica, porém, em alguns casos se faz necessária. Esta é uma conduta que deve
ser avaliada pelo profissional médico.
As estratégias para a detecção precoce do câncer de mama e colo do útero são rastreamento e diagnóstico
precoce. O rastreamento é uma ação dirigida à população assintomática, na fase subclínica da doença,
enquanto o diagnóstico precoce diz respeito à abordagem de indivíduos que apresentam sinais e/ou sintomas
da doença em estágio inicial.
O câncer de mama é uma das neoplasias mais comuns entre a população feminina em todo o Mundo.
Ela é pouco comum antes dos 40 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida
e progressivamente, com risco aumentado principalmente após a quinta década de vida, razão pela qual os
programas de rastreio devem se iniciar a partir deste momento(INCA, 2016).
As ações para controle do câncer de mama no Brasil devem estar pautadas nas Diretrizes para Detecção
Precoce do Câncer de Mama, recomendações baseadas em evidências científicas de qualidade, publicadas
pelo MS/INCA em 2015. Este documento recomenda que o rastreamento do câncer de mama seja feito por
mamografia em mulheres de 50 a 69 anos com periodicidade bienal. Não é recomendado o rastreamento
por nenhum outro método de imagem nem em mulheres fora desta faixa etária.
Existem fatores de risco que estão fortemente associados ao desenvolvimento do câncer de mama:
• Fatores genéticos;
• Biológicos;
• Hormonais;
• Vida reprodutiva da mulher;
• Sedentarismo;
• Obesidade;
• Ingestão de álcool;
164
4 - SAÚDE DA MULHER
• Exposição a radiação;
• Envelhecimento.
As mulheres com maior risco de desenvolvimento da doença são aquelas que possuem os seguintes
antecedentes:
• história pessoal pregressa de câncer de mama, ou que tiveram diagnóstico histopatológico de lesão
mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ;
• história familiar de câncer de mama em parente de primeiro grau antes dos 50 anos;
• história familiar de câncer de mama bilateral em qualquer idade ou que tiveram casos de câncer de
mama masculino ou câncer de ovário na família. Importante ressaltar que os homens também podem ser
acometidos, porém com menor frequência.
Sabe-se hoje que a prática regular de atividade física e hábitos alimentares saudáveis são importantes
fatores de proteção contra esta doença.
Em situações especiais de mulheres com risco elevado, ou que demandem espontaneamente a realização
de rastreamento, cabe ao profissional de saúde a orientação quanto aos riscos e benefícios e a decisão
compartilhada quanto a essa prática.
O Exame Clínico das Mamas (ECM) faz parte das ações de diagnóstico precoce e da investigação
diagnóstica. Ele deve ser realizado por profissional de saúde treinado, que consegue identificar alterações
suspeitas de câncer que necessitam prosseguir investigação.
Os principais sinais e sintomas suspeitos são: nódulos mamários, assimetria, abaulamentos e retrações na
mama, alteração na pele da mama, como eczema, edema cutâneo semelhante à casca de laranja, distorção
nos mamilos e saída de secreção sanguinolenta, transparente ou rosada, espontaneamente pelo mamilo.
A conduta a ser adotada após realização de mamografia de rastreamento deve ser orientada pela
classificação dos achados de imagem, uma vez que não há alteração clínica. Com a finalidade de alinhar
a classificação dos resultados, o Colégio Americano desenvolveu, em 1992, o um sistema da padronização
de laudo, o BI-RADS (Breast Imaging Reporting and Data System).A tabela a seguir, montada pela Secretaria
Municipal de Saúde do Rio de Janeiro SMS-Rio, é uma adaptação da 4ª edição do BI-RADS publicada em
2003.
165
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
4a Suspeição baixa
4b Suspeição intermediária
166
4 - SAÚDE DA MULHER
Cabe a(o) enfermeira(o) orientar as mulheres sobre os fatores de risco e proteção, identificar a população
de risco elevado para avaliação individualizada, realizar o exame clínico das mamas como parte da consulta
em saúde da mulher, solicitar mamografia de rastreamento para mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos e
encaminhar para consulta pelo profissional médico as mulheres que apresentem qualquer alteração ao exame
clínico das mamas ou resultado de mamografia de rastreamento diferente de BI RADS 1 e 2.
Consulta de enfermagem
SIM
Risco habitual
Risco Encaminhar para consulta
pelo profissional médico
50 a 69 anos 40 a 49 anos
Classificação
BI – RADS 2
4e5
167
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Com aproximadamente 530 mil casos novos por ano no mundo, o câncer do colo do útero é o quarto tipo
de câncer mais comum entre as mulheres, sendo responsável pelo óbito de 265 mil mulheres por ano (WHO,
2012). Em 2013, ocorreram 5.430 óbitos por esta neoplasia, representando uma taxa de mortalidade
ajustada para a população mundial, de 4,86/100 mil mulheres. (MS/INCA, 2016).
O câncer de colo do útero é raro em mulheres até 30 anos. Sua ocorrência aumenta progressivamente
até ter seu pico na faixa de 45 a 50 anos, e sua mortalidade aumenta progressivamente a partir de 40
anos. Doença de desenvolvimento lento, passa por diferentes fases antes de se transformar em câncer e pode
demorar anos para se desenvolver e gerar sintomas como sangramento vaginal, secreção vaginal anormal e
dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados.
Fatores de risco relacionados ao câncer de colo do útero:
• Infecção persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papilomavírus Humano), especialmente o
HPV-16 e o HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais. Contudo, é importante ressaltar
que na maioria das vezes, a infecção cervical pelo HPV é transitória e regride espontaneamente, entre seis
meses a dois anos após a exposição, a evolução para neoplasia dependerá da presença de outros fatores
associados;
• Idade;
• Baixa imunidade;
• Tabagismo;
• Iniciação sexual precoce;
• Multiplicidade de parceiros sexuais;
• Multiparidade;
• Uso prolongado de anticoncepcional;
• Fatores ligados à genética.
168
4 - SAÚDE DA MULHER
Consulta de enfermagem
para exame citopatológico
NÃO
Consulta ginecológica Idade entre
sem coleta e com orientação 25 e 64 anos
SIM
Coletar do citopatológico
com exame clínico
Planejamento de enfermagem
169
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
O câncer de colo uterino apresenta alto potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente.
A identificação de lesões precursoras no teste de rastreio tem pequeno impacto na redução da incidência
e da mortalidade por câncer do colo do útero, se não houver a confirmação diagnóstica e o tratamento
adequado em tempo oportuno (JONES; NOVIS, 2000). Assim, de acordo com as Diretrizes Brasileiras para o
Rastreamento do Câncer do Colo do Útero atualizadas em 2016, as mulheres que forem diagnosticadas com
lesões intraepiteliais do colo do útero no rastreamento e/ou apresentarem achados de exame ginecológico
(exame especular, toque vaginal) fortemente sugestivos de câncer, devem ser encaminhadas à unidade
secundária para confirmação diagnóstica, para tratamento das lesões precursoras e definição da necessidade
de encaminhamento à unidade terciária para tratamento oncológico.
170
4 - SAÚDE DA MULHER
Lesão intraepitelial de
alto grau não podendo Encaminhar para colposcopia
excluir microinvasão
Carcinoma escamoso
Encaminhar para colposcopia
invasor
Adenocarcinoma in situ
Encaminhar para colposcopia
(AIS) ou invasor
Fonte: Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer de colo do útero INCA,2016
171
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Para a OMS, considera-se violência o “uso intencional da força física ou do poder, real ou em
ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha
possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”
(KRUG et al., 2002, p. 5).
A atenção à violência contra a mulher e o adolescente é condição que requer abordagem intersetorial,
multiprofissional e interdisciplinar, com importante interface com questões de direitos humanos, questões
policiais, de segurança pública e de justiça.
A violência contra a mulher, por sua magnitude e complexidade é reconhecida como questão de saúde
pública, visto que afeta a saúde individual e coletiva e exige ações públicas e da sociedade civil para o seu
enfrentamento.
A violência doméstica e sexual contra a mulher deixa sequelas físicas e emocionais, além de algumas
vezes levar à morte. Neste sentido, as equipes de saúde se encontram em posição estratégica na identificação
e acompanhamento dessas mulheres.
As Equipes de Saúde da Família estão diretamente vinculadas a assistência dessas mulheres e conhecem
suas dificuldades e vulnerabilidades, devendo assim acolher, orientar, notificar e encaminhar as situações de
violência conforme as indicações, considerando a importância da escuta qualificada e do sigilo profissional.
É imprescindível a sensibilização de gestores e gerentes de saúde, no sentido de propiciar condições
para que os profissionais de saúde oferecem atenção integral às mulheres em situação de violência e sua
família, em especial aos seus filhos sobre os quais rebatem profundamente a violência sofrida pelas mulheres/
mães.
É fundamental que o enfermeiro conheça a linha de cuidados e o fluxo de atendimento no âmbito da
saúde, para que possa orientar e encaminhar às mulheres quando necessário
Fique Alerta!
Mulheres em situação de violência são usuárias assíduas dos serviços de saúde. Em geral, não
relatam a agressão sofrida e apresentam queixas vagas.
172
4 - SAÚDE DA MULHER
Sinais Psicossomáticos
SINAL O QUE OBSERVAR?
Stress Pós-traumático Insônia, pesadelos, falta de concentração e irritabilidade
Choque, crise de pânico, ansiedade, medo, confusão, fobias, auto-
reprovação, sentimento de inferioridade, de fracasso e insegurança, sentimento
Alterações Psicológicas de culpa, baixa auto-estima, comportamento autodestrutivo, uso de álcool e
drogas, depressão, desordens alimentares/obesidade, tentativas de suicídio e
disfunções sexuais (vaginismo).
Sinais Sociais
Isolamento, mudanças freqüentes de emprego ou moradia.
• Os profissionais de Saúde devem incluir a violência como um dos critérios para a identificação de
população de risco e para o atendimento priorizado na Unidade de Saúde;
173
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
174
4 - SAÚDE DA MULHER
Situações Especiais
Em caso de Violência sexual antes de 72 horas todas as Unidades de Atenção Primária devem:
Cabe ao enfermeiro informar à mulher, desde seu primeiro contato com a Unidade de Saúde, o direito pela
interrupção da gestação, caso esta venha ocorrer em decorrência da violência.
São orientações importantes a serem fornecidas:
• Orientar que o aborto praticado por médico é legal em caso de gravidez resultante de estupro (Art.
128 do Código Penal);
175
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
• Esclarecer sobre as ações previstas em caso de abortamento legal, as medidas de alívio da dor, o
tempo e os riscos envolvidos no procedimento e a permanência no serviço de abortamento legal;
• Orientar que, no serviço de referência, será preenchido o Procedimento de Justificação e Autorização
de Interrupção da Gravidez, e que não é obrigatória a apresentação de boletim de ocorrência ou
autorização judicial no âmbito do SUS;
• Referenciar para os serviços de referência para interrupção legal da gravidez, nos casos previstos em
lei;
• Acompanhar a usuária após o procedimento de abortamento legal, atentando para os riscos de
intercorrências imediatas após o procedimento (sangramentos, dor pélvica, febre) e intercorrências
tardias (infertilidade, alterações psíquicas, que requeiram acompanhamento e suporte especializado);
• Fornecer aconselhamento anticoncepcional e concepcional após o procedimento, assegurando e
respeitando a vontade da mulher.
A contracepção de emergência é uma medida essencial no atendimento de pacientes que sofreram estupro,
que já tenham atingido a menarca e que não estejam em uso de contraceptivo eficaz ou na impossibilidade
de avaliar a eficácia do método. A probabilidade média de ocorrer gravidez em um único coito sem proteção,
na segunda ou terceira semana do ciclo menstrual é de 8%. Com a anticoncepção oral de emergência, esta
taxa cai para 2%. Por isso, a anticoncepção de emergência (pílula do dia seguinte ou pós-coital) é medida
essencial para a prevenção de gravidez pós-estupro e, consequentemente, do aborto.
Este método inibe ou adia a ovulação, interferindo na capacitação espermática, possivelmente na
maturação do oócito, na produção hormonal normal pós-ovulação. A anticoncepção oral de emergência
não tem nenhum efeito após a implantação ter se completado. É indicado como primeira opção o uso de
progestagênio puro, pela sua maior tolerância e eficácia. Caso o progestagênio puro não esteja disponível,
é recomendado o método de Yuzpe, que consiste na administração oral de pílulas combinadas (estrogênio e
progestagênio). Para garantir a eficácia do método, a primeira dose da AE deve ser iniciada até 72 horas
após o coito desprotegido, existindo estudos que mostram que existe algum efeito, ainda que menor, até 5
dias após a agressão. No entanto, quanto mais cedo utilizar o método, melhor é sua eficácia. Em caso da
paciente apresentar vômitos, utilizar antieméticos. Repetir a dose do hormônio se o vômito ocorrer dentro das
primeiras 2 horas após a ingestão.
176
4 - SAÚDE DA MULHER
Contato com sêmen Contato com sêmen Contato com sêmen Contato com sêmen
(oral, vaginal e/ou (vaginal e/ou anal) e (oral, anal e vaginal) (após a primeira
Riscos anal), sangue e outros oral com ejaculação menstruação e antes da
líquidos corporais menopausa)
177
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Atendimentos Especializados:
DEAMs
CEAMs
Defensoria Pública
CEJUVIDA
178
4 - SAÚDE DA MULHER
DELEGACIA (TJ)
IML
RECEPÇÃO
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
OUTRAS VIOLÊNCIAS
E SEXUAL
PERITO
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: VIOLÊNCIA SEXUAL Exame de Perícia Médica
Encaminhamento para • Testes Rápidos até 72 H
Unidades de Saúde do (HIV, Sífilis, Hepatite B, TIG)
Território de Residência e • Contracepção de
Outros Serviços emergência
• Encaminhamento para as
Unidades de Saúde e outros
serviços
179
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
• Cejuvida – Tel: (21) 3133-3894 – Central de abrigamento provisório da mulher vítima de violência
doméstica
• Plantão Judiciário
De 18 horas às 11 horas. Nos finais de semana e feriado: 24 horas.
• Defensoria Pública do Estado/Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher Vítima de Violência (NUDEM)
Rua do Ouvidor, 90 – 4º andar – Centro – Rio de Janeiro
Tel:129, (21) 2332-6371 e (21) 2332-6370
180
4 - SAÚDE DA MULHER
181
5
Saúde do
Homem
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
5 - SAÚDE DO HOMEM
Introdução
A saúde dos homens de 20 a 59 anos é o foco de atenção, pois essa faixa etária é menos frequente nos
serviços de saúde . Esses homens em geral acessam primeiro a rede especializada por conta de alguma
morbidade. A Atenção Primária em Saúde (APS) deve ser estimulada como acesso preferencial para as questões
relacionadas a saúde e doença.
Este protocolo segue as diretrizes da PNAISH que tem como objetivo geral a promoção à melhoria das
condições de saúde do homem, contribuindo para a redução da morbidade e mortalidade dessa população,
através do enfrentamento dos fatores de risco e mediante a facilitação ao acesso, às ações e aos serviços de
assistência à saúde. (BRASIL, 2009a)
O acesso e acolhimento da população masculina nos serviços de saúde tem sido um dos principais desafios
atuais da APS a ser realizado pela equipe de saúde tendo o enfermeiro um papel fundamental na classificação
de risco.
184
Fluxograma 33. Acesso e acolhimento de enfermagem ao homem na APS em demanda livre
Escuta Qualificada:
CASO AGUDO
- Encaminhar para consulta médica em sinais vitais alterados;
- Providenciar procedimentos: pesagem, glicemia capilar, curativos,
nebulização, imunização, medicação, entre outros. O USUÁRIO É MORADOR DO
Se não for morador: TERRITÓRIO
Realizar todas as etapas descritas e orientar para encaminhamentos
necessários.
SIM NÃO
CASO CRÔNICO
- cria vínculo com humanização;
- direciona para protocolos específicos Consultar “ONDE SER ATENDIDO” e
- oferece serviços prestados na UBS. (carteira de serviços APS) orientar a unidade de referência.
- encaminhamentos oportunos e resolutivos
185
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
186
5 - SAÚDE DO HOMEM
187
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
O rastreamento para tabagismo deve ser realizado em todos os encontros com os pacientes e é realizado
através de simples questionamento se a pessoa usa tabaco. Caso a resposta seja positiva, o indivíduo é
considerado tabagista (*) e deverá ser avaliada a existência de dependência à nicotina, bem como a
gravidade desta. Como realizar?
(*) É considerado fumante o indivíduo que fumou mais de 100 cigarros, ou 5 maços de cigarros, em toda
sua vida e fuma atualmente (OPAS, 1995).
SIM
TESTE DE FAGERSTRÖM**
FORMULÁRIO PARA GRAU DE
DEPENDÊNCIA (na página 192)
188
5 - SAÚDE DO HOMEM
189
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
TESTE DE FAGERSTRÖM
4 - Você fuma mais nas primeiras horas da manhã do que no resto do dia?
( ) não _________________ 0
( ) sim _________________ 1
TOTAL DE PONTOS – ( )
(FAGERSTRÖM; SCHNEIDER, 1989)
190
5 - SAÚDE DO HOMEM
O abuso de álcool está fortemente associado com problemas de saúde, incapacidades, mortes, acidentes,
problemas sociais e violência. Há boa evidência de que o rastreamento na atenção primária pode identificar
adequadamente aqueles usuários independente de gênero cujos padrões de consumo de álcool atendem
aos critérios de dependência alcoólica e, portanto, estão sob maior risco de morbidade e mortalidade. A
abordagem ao consumo de álcool deve ser realizada em todos os adultos durante o acolhimento, nas consultas
de rotina, nas visitas domiciliares e em outros momentos possíveis.
191
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
* O questionário poderá ser aplicado por outro profissional de saúde. As intervenções para o usuário
de álcool devem estar direcionadas de acordo com a pontuação do AUDIT listada abaixo:
192
5 - SAÚDE DO HOMEM
A paternidade pode representar um momento de grandes transformações para a vida dos homens.
Como todo período de transição, novas dúvidas e medos podem surgir, em especial, relacionados às novas
responsabilidades e não deve ser vista apenas do ponto de vista de Política Nacional de Atenção Integral
à Saúde do Homem, mas, sobretudo como um direito do homem a participar de todo o processo, desde o
momento de decidir de ter ou não filhos, como e quando tê-los, bem como do acompanhante da gravidez, do
parto, do pós-parto e da educação da criança.
Os homens ao participarem ativamente de todas as etapas da vida de seu filho ou filha, contribuirão com
uma melhor qualidade de vida para toda a família e para a construção de vínculos afetivos saudáveis.
No quadro abaixo orientações para o pré- natal com participação paterna.
193
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Diretos trabalhistas:
- a Lei do Acompanhante (Lei
Federal nº 11.108/05) que
determina que os serviços de
saúde do SUS, da rede
própria ou conveniada. Este
pai tem o direito, a partir da
Orientações com relação a: permissão da gestante, de
bebidas, álcool e drogas estar acompanhando durante
todo o período de trabalho de
parto, parto e pós-parto.
- a Licença paternidade de
cinco dias concedida pela
Respeitar a cultura e os valores do Constituição Federal e 1988
outro sem impor os seus. em seu art.7º, XIX; e art.
10, § 1º.
Estimular a participação em
Ofertar/oportunizar consulta
grupos de promoção: casais,
individual para que o Avaliar e ofertar a
amamentação, gestantes,
Atualizar caderneta de vacinação homem se sinta a vontade atividade física, em
planejamento reprodutivo e
em apresentar e discutir suas conjunto com o NASF
outros de interesse do casal e
fragilidades
ofertado na Unidade
194
5 - SAÚDE DO HOMEM
A saúde sexual e reprodutiva envolve orientações de educação para a saúde, procedimentos técnicos,
exposição de métodos conceptivos e contraceptivos e encaminhamentos com vista à promoção e qualidade
de vida. Todas essas ações podem ser desenvolvidas em grupos de planejamento reprodutivo, consultas
individuais e/ou sala de espera.
De uma forma geral se observa que a população ainda participa timidamente dessas ações, pois, devido
às questões de gênero, vincula a saúde sexual reprodutiva apenas às mulheres.
Assim deve o enfermeiro(a) como integrante da APS o desafio de estimular o homem de que a saúde sexual
e reprodutiva é também um direito garantido.
195
6
Cuidado da
Pessoa Idosa
6 - CUIDADO DA PESSOA IDOSA
Introdução:
A atuação do enfermeiro na atenção a saúde da pessoa idosa, tem por objetivo previnir a doença,promover
e recuperar a saúde. Dentre estas ações, devemos atentar para:
Na consulta de enfermagem:
O enfermeiro deverá estar atento para identificar aspectos positivos e negativos de sua saúde, avaliar
incapacidades, limitações, de modo que possa promover uma atenção efetiva, e encaminhamentos necessários,
visando promover o funcionamento mais satisfatório e prevenir a incapacitação e dependência. É fundamental
que durante a consulta seja utilizado:
197
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
Com o cadastramento das famílias no território se realiza o diagnostico de saúde do território, identifica o
numero de idosos e se propõe o acompanhamento de todos as pessoas idosas (60 anos ou mais) da área de
abrangência da Equipe de Saúde da Família.
Após a estratificação de risco o Enfermeiro deve agendar e realizar consulta de enfermagem para os idosos
robustos e os idosos frágeis. Já a abordagem domiciliar de enfermagem deve ser realizada para todos os idosos
impossibilitados de comparecer à unidade. Elaborando um projeto terapêutico singular da pessoa idosa.
198
5 - SAÚDE DO IDOSO
POLIFARMACIA
≥ 5 DROGAS /DIA INSTABILIDADE POSTURAL
SUBNUTRIÇÃO OU EMAGRECIMENTO
IMOBILIDADE
SIGNIFICATIVO RECENTE
IRISCO PSICO-SOCIO-FAMILIAR
ELEVADO INCAPAIDADE COGNITIVA
(INSUFICIENCIA FAMILIAR)
199
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
IDOSO ROBUSTO
IDOSO FRÁGIL
Este instrumento faz uma síntese da estrutura da avaliação multidimensional da pessoa idosa
que poderá ser realizada nas Unidades Básica de Saúde. Representa uma avaliação rápida que
pode ser utilizado para identificar problemas de saúde condicionantes de declínio funcional em
pessoas idosas. Indica, quando necessário, a utilização de outros instrumentos mais complexos, que
estão em anexo.
No entanto, qualquer instrumento tem limitações e, por si só, não é suficiente para o diagnóstico.
Devendo ser tomado como complementar e não utilizado de forma mecânica. Nada substitui a escuta
qualificada realizada por profissional de saúde habilitado e a investigação de todos os aspectos
(familiares, sociais, culturais, econômicos, afetivos, biológicos, etc) que envolvem a vida da pessoa.
Os problemas identificados, caso não sejam adequadamente tratados, podem conduzir à
situações de incapacidade severa - imobilidade, instabilidade, incontinência, declínio cognitivo -
colocando o idoso em risco de iatrogenia.
200
5 - SAÚDE DO IDOSO
201
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
202
5 - SAÚDE DO IDOSO
Médico/Enfermeiro (ESF)
Avaliação Multidimensional Rápida
Formulação das hipóteses diagnósticas
NASF + ESF
(Avaliação multidimensional por
equipe multiprofissional)
203
Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
204
SAÚDE DA CRIANÇA
SAÚDE DO ADOLESCENTE
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Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis: manual de bolso. Brasília, DF, 2007.
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Fascículo
REFERÊNCIAS
Enfermagem
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SAÚDE DO HOMEM
CUIDADO DA PESSOA IDOSA
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DUNCAN, BB; SCHMIDT, MI; GIUGLIANI, ERJ; DUNCAN, MS; GIUGLIANI, C. Medicina ambulatorial:
condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
FORTES, AB; et all. Instrumento para a atenção integral do pré-natal ao puerpério. RevBrasMedFam e
Com. Rio de Janeiro, v.4, n° 13, abr /jun 2008.
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Fascículo Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde
212