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FACULDADE BOAS NOVAS DE CIÊNCIAS

TEOLÓGICAS, SOCIAIS E BIOTECNOLOGIAS


CURSO COMUNICAÇÃO SOCIAL-
JORNALISMO

TEORIAS DE MASSA
ALUNA: ANDREZA KAROLINE DE SOUZA LOPES
A partir dos slides (anexos no Mural) sobre as teorias Gatekeeper e
Espiral do Silêncio, pesquise e faça uma resenha sobre o conteúdo de
cada uma. Conceito, características e relação com a realidade atual.
TEORIA DO GATEKEEPER
A Teoria do Gatekeeper, também conhecida como Teoria da Ação Pessoal,
surgiu em 1950 e aplicada ao jornalismo por David Manning White. O fluxo
de notícias passaria por ‘gates’ ou ‘portões’. O gatekeeper ou ‘porteiro’ é o
editor das redações, aquele que seleciona o que será ou não publicado.
White conseguiu testar a sua teoria com base numa pesquisa, publicada em
1950, realizada com um jornalista de meia-idade num jornal norte-americano,
‘Mr. Gates’. O jornalista teve que relatar durante uma semana o porquê da
rejeição de algumas notícias.
“As decisões do jornalista eram altamente subjetivas e dependentes de
juízos de valor baseados no “conjunto de experiências, atitudes e
expectativas do gatekeeper”, relata Traquina sobre as conclusões de White.
Com os resultados da pesquisa, White descobriu que a maioria das notícias
eram rejeitadas pela falta de espaço, depois por causa da pouca importância,
de relatos do mesmo acontecimento, falta de qualidade da escrita e
acontecimentos em locais muito distantes.
A teoria, também conhecida como Ação Pessoal, por Shudson, em 1989,
dizia que as notícias eram explicadas como um produto das pessoas e das
suas intenções.
É possível contestar a Teoria do Gatekeeper, por causa da visão limitada de
White. O teórico acreditava que o gatekeeper era o responsável pelas
notícias, ignorando as influências das organizações, da linha editorial, do
público-alvo, da audiência e entre outros fatores, que são levados em
consideração quando é abordada a Teoria Organizacional.
Novamente, assim como feito com a Teoria do Espelho, por meio da análise
diária de produtos jornalísticos é possível observar que não é somente o
gatekeeper o principal fator de influência das notícias.
É claro, que ao selecionar o que será publicado ou não, o editor tem um
poder de grande importância no jornalismo, mas deve-se admitir que existem
outras influências, por exemplo, sabe-se que os editores dentro de uma
redação nem sempre podem escolher o que deseja, já que este responde ao
Editor-Chefe, que responde ao Diretor de Jornalismo e ao proprietário da
empresa jornalística.
A falta de espaço para publicação de notícias, um dos critérios de exclusão
utilizado pelos gatekeepers, pode ser resolvida na internet, em que há mais
liberdade relacionada ao tamanho dos textos, à quantidade de fotografias, à
duração dos áudios e dos vídeos. A criação de edições especiais, se preciso,
seria ótimo para contextualizar melhor as informações.
Fica aqui a minha indignação em relação aos espaços especiais destinados
a abordar notícias de grande impacto, como o casamento real britânico, que
não tem relevância alguma para a população brasileira. Enquanto os veículos
abrem espaço para esta abordagem, excluem assuntos que poderiam ser
mais interessantes para o público brasileiro. O jornalista precisa saber
selecionar o que é de relevância para a sociedade e construir a realidade,
não somente refleti-lá, de forma a situar o receptor.
É ilusão acreditar que está nas mãos dos editores tudo o que será publicado
ou não, assim como é acreditar que o jornalista está somente refletindo os
acontecimentos, de forma neutra, ambos os aspectos sofrem uma série de
influências e interferências que podem ser explicados por meio das outras
teorias do jornalismo.

TEORIAS DO JORNALISMO: ESPIRAL DO SILÊNCIO


A Teoria da Espiral do Silêncio procura explicar a influência da opinião
pública nas opiniões de cada indivíduo. Os estudos desta teoria começaram
na década de 60, com base nas pesquisas sobre efeitos dos meios de
comunicação em massa e foram elaborados pela socióloga e cientista
política alemã Elizabeth Noelle-Neuman. O conceito da Teoria do Espiral do
Silêncio surgiu pela primeira vez em 1972, em um congresso internacional de
psicologia, em Tóquio, com a participação da alemã Noelle-Neuman.
Todavia, somente em 1984 a teoria foi publicada em forma de livro “Espiral
do Silêncio”.

Como entender a Teoria da Espiral do Silêncio de forma simples?


Basicamente quando uma opinião individual difere da maioria ou do
pensamento coletivo, pode ocorrer uma reação de isolamento social do
indivíduo, em que as pessoas alteram a sua forma de pensar ou são
silenciadas. A pesquisadora Noelle-Neuman dizia que as pessoas optavam
pelo silêncio, por causa do medo da solidão social. Jornalista e docente,
Vânia Coelho conta em seu blog que a alemã acreditava que esse medo se
propaga em espiral e pode esconder desejos de mudanças presentes na
maioria silenciosa, por isto o nome, Espiral do Silêncio. Ou seja, a Espiral do
Silêncio tenta entender a sociedade que é silenciada diariamente e acaba
sendo influenciada pelos hábitos baseados no senso da maioria ou pela
imaginação do que estes poderiam dizer.
“O resultado é um processo em espiral que incita os indivíduos a perceber as
mudanças de opinião e a segui-las até que uma opinião se estabelece como
atitude prevalecente, enquanto as outras opiniões são rejeitadas ou evitadas
por todos, à exceção dos duros de espírito”, argumenta Noelle-Neuman, que
conta em seu livro que propôs o termo Espiral do Silêncio para descrever
este mecanismo psicológico.
Para entender melhor como funciona a Espiral do Silêncio, é preciso
conhecer os três mecanismos descritos por Noelle-Neuman pelos quais a
teoria influencia a mídia sobre o público:
1) Acumulação: excesso de exposição de determinados temas na mídia;
2) Consonância: forma semelhante como as notícias são produzidas e
veiculadas;
3) Ubiqüidade: presença da mídia em todos os lugares.
A mesma mídia que diz publicar o que é de opinião pública é aquela que é
indiferente à população quando esta precisa. A Teoria do Espiral do Silêncio
ajuda a entender como a mídia funciona em relação à opinião pública e
silencia suas ideias.

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