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Behavorismo Metodológico
Lucelmo Lacerda
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ridículo, porque muito mais se saberá do que o que sabemos hoje, já que a
ciência produz um conhecimento cumulativo.
Em 1913, um Psicólogo chamado John B. Watson publicou o chamado
“Manifesto Behaviorista”, em que defendia que a Psicologia deveria se ater às
metodologias científicas mais rigorosas e isso seria alcançado ao se definir o
comportamento como objeto central de estudo e processos de exame deste
objeto a partir de pressupostos da ciência natural. Mas ele não inventou tudo
isso sozinho, não era um ser iluminado e especial que teve uma grande ideia.
Watson, como todo grande pensador, foi um homem de seu tempo, uma pessoa
que foi capaz de estudar o que havia de conhecimento até então e formular uma
síntese, que é o Behaviorismo (que podemos chamar também de
comportamentalismo).
As fontes que possuem maior influência no pensamento de Watson são:
1. O objetivismo de Comte
2. O Funcionalismo
3. A Psicologia Animal
01 - Augusto Comte foi um pensador francês do início do século XIX que foi
fundador da Sociologia e da Filosofia Positiva, a que chamamos de Positivismo.
Sem entrar em uma longa discussão sobre o Positivismo, no que nos interessa,
o aspecto mais importante foi seu objetivismo. Comte acreditava que o
conhecimento era parte da natureza, ou seja, quando olhávamos o mar, lá, nele
próprio, estava o conhecimento sobre ele, e os seres humanos deveriam
somente reconhecer este conhecimento, para isso, não poderiam deixar que
nenhum fator estranho, subjetivo, ligado às crenças individuais, interferisse.
Seria necessária uma neutralidade completa do homem em relação ao
conhecimento.
Esta crença de Comte sobre a natureza do conhecimento, como externo
ao homem, influenciaria todo o pensamento científico e os cientistas
empreenderam enormes esforços para tornarem seus métodos neutros, isto é,
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ajustaram a forma de produzir dados e o conhecimento sem a influência do
próprio pesquisador, apenas “captando” o conhecimento da realidade.
Hoje já sabemos que a neutralidade é um mito, que todo conhecimento é
uma elaboração sobre a natureza e não um reflexo da própria natureza. Mas
embora isto seja verdade, também é verdade que seja possível a construção de
metodologias em que o pesquisador possa interferir menos nos resultados, em
que o conhecimento seja mais objetivo (embora nunca neutro).
Até então, a Psicologia que se praticava era o introspeccionismo, em que
o atendido fazia um relato sobre as coisas que sentia e pensava e então o
Psicólogo tomava tudo aquilo como real e encaminhava alguma solução.
Tínhamos então uma interpretação sobre sentimentos e pensamentos feita pelo
próprio atendido e outra realizada pelo profissional, de modo que o conhecimento
era fortemente marcado pela subjetividade e de baixíssima efetividade. Havia
uma grande vontade de estabelecimento de métodos objetivos também na
Psicologia e Watson captou esta mensagem.
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A outra vaga desta história é de James Rowland Angell, nada mais nada
menos que o orientador de John B. Watson. Com uma carreira brilhante, que
incluiu a reitoria de Yale e a presidência da Associação Americana de Psicologia,
Angell desenvolveu um trabalho, no campo do funcionalismo, com enorme
influência, que sintetizamos em 3 aspectos: a) Angell voltou-se formalmente
contra o estruturalismo de Titchener e acentuou a divisão entre eles. Enquanto
o estruturalismo se dedicava ao conhecimento das estruturas mentais, o
funcionalismo se interessava pelos processos mentais, humanos, isto é, dedica-
se a conhecer o modus operandi do processo mental, o que se realiza e em que
condições se realizam tais operações; b) o funcionalismo era utilitarista, assim,
a consciência era vista como executando processos úteis ao organismo em
diferentes contextos, e uma tarefa essencial era a descoberta dessas relações,
a que servia cada processo; e c) o funcionalismo é a psicologia das relações
psicofísicas, daí que não admita a distinção entre mente e corpo e os considere
pertencentes à mesma classe, abrangendo todas as funções nestas esferas.
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humanas (como um pensamento quase discursivo), equívoco presente nos
próprios escritos de Darwin e também encontrados em outros autores.
Mas o fato é que esta trilha de pesquisa se tornou uma verdadeira
avenida, possibilitando pesquisas básicas com animais que se tornaram
fundamentais para a compreensão do comportamento mais complexo.
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