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MARCELO BARBOSA SABATINO

Email: marcelosabbatino@gmail.com

O POSITIVISMO E SUA INFLUÊNCIA NO BRASIL DO IMPÉRIO ATÉ


O INICIO DA PRIMEIRA REPUBLICA

Trabalho Final apresentado ao Prof. Me. Cláudio


Amorim, como requisito avaliativo da disciplina
de Conhecimento, Ciência e Mundialização, no 4˚
Módulo de 2021, no curso DOCÊNCIA
VIRTUAL E PRESENCIAL DO ENSINO
SUPERIOR.

2021
Resumo

O presente artigo apresenta uma analise da chegada do Positivismo no Brasil e sua


influencia na sociedade e na política brasileira da época, assim como as características
“Positivismo brasileiro” e sua influência na primeira Republica e para embasar essa analise,
foi dada atenção ao panorama da Europa do século IX (berço do Positivismo), através de
pesquisas bibliográficas é apresentado de forma resumida a trajetória de augusto Comte (pai
do Positivismo) no desenvolvimento do pensamento positivista e é dada uma atenção ao
pensamento positivista e seus fundamentos. Finalizando com considerações sobre o legado
positivista no Brasil e sua influencia para a educação, política e para sociedade.
Palavra chave: Positivismo. Augusto Comte. Sociedade Brasileira.

Introdução.

Isidore Auguste Marie Françóis Xavier Comte (1798-1857), conhecido como Augusto
Comte é considerado um dos grandes nomes do século IX, reconhecido como fundador do
pensamento Positivista. Diante de uma Europa industrializada, com uma sociedade capitalista,
mas que ainda não tinha se libertado das amarras impostas pelo feudalismo e pela igreja,
comte de maneira visionária propõe um novo pensamento, uma nova filosofia que se opunha
ao pensamento escolástico da sociedade da época, Comte defendia uma sociedade mais
avançada intelectualmente, que desse lugar ao pensamento baseado na ciência e no
racionalismo, pois assim a sociedade estaria mais preparada para viver dentro dessa nova
ordem que se apresentava com a industrialização e o Capitalismo.
No Brasil o Positivismo “Desembarcou” em 1870 através dos filhos de uma
privilegiada parte da sociedade que retornavam de seus estudos na Europa, porém em suas
“Bagagens intelectuais” não estavam todo o conteúdo necessário para a apresentação fiel do
positivismo de Comte, assim veremos que o positivismo no Brasil foi “Tropicalizado”. As
influencias do positivismo no Brasil foram significativas e passaram pelo campo social,
político e educacional.
Assim este trabalho tem como objetivo principal apresentar o pensamento positivista e
sua influência na sociedade brasileira desde a época do surto industrial até o inicio da primeira
Republica.
Para tanto, dividimos o artigo em cinco partes, além desta breve introdução. Iniciamos
dando um panorama político e social da Europa do século IX (Europa berço do positivismo)
que foi um dos maiores motivadores para a criação e desenvolvimento do pensamento
positivista de Comte. Em seguida, uma breve biografia de Augusto Comte (Augusto Comte –
O pai do Positivismo), onde é apresentado um pouco do perfil de Comte, sua trajetória e sua
principal influencia (Saint-Simon), Logo após, aborda-se o pensamento positivista (Augusto
Comte e seu pensamento – O Positivismo), onde são apresentados o seu surgimento, seus
fundamentos e características e em seguida é apresentado a chegada do positivismo no Brasil
(Influência do positivismo no Brasil), onde abordamos sua chegada ao país, o
desenvolvimento dos fundamentos e características, assim como sua influencia na política,
sociedade e na educação, seguindo, por fim, das considerações finais.

Europa berço do Positivismo.

As ideias que serviram de base para o positivismo surgiram na França e na Inglaterra,


durante o século XVIII. Esse movimento caracterizou-se pela aversão à religião e à
metafísica, pelo empirismo e pela busca de simplicidade, clareza, representações exatas e
precisas e uniformidade na metodologia de estudo de todas as ciências (SILVA, 1999).
Informa Santos e Santos (2012, apud SILVINO 2007), que o positivismo foi um
movimento de pensamento que dominou parte da cultura europeia, influenciando a filosofia,
as artes, a literatura, bem como a educação, porém o positivismo somente se consolidaria
como modelo filosófico na França, no século XIX, por Augusto Comte no desenvolvimento
de sua obra.
A Europa do Século XIX era uma Europa voltada para o Capitalismo, onde a
industrialização esta a pleno vapor literalmente, pois a indústria dominava a utilização do
Vapor, ferro e carvão, devido a isso, segundo Oliveira (2010),

(...) a oficina evoluiu para a grande fábrica e a empresa individual para a companhia
por ações e assim ainda segundo Oliveira (2010), Todas as mudanças refletiam-se na
explosão de grandes centros urbanos que engoliam as antigas vilas e cidadezinhas
agrárias que caracterizavam a “velha” Europa. (OLIVEIRA, 2010, p. 2).

Assim devido a implantação da sua industrialização a sociedade europeia ocidental


passava por transformações, a burguesia francesa tinha o interesse de se promover
socialmente através dessa implantação, pois como já falado anteriormente as produções
artesanais em oficinas passaram para produções em grandes fábricas, ou seja, a sociedade
passa a viver o Capitalismo. O positivismo como filosofia surgiu ligado a essas
transformações da sociedade europeia.
Em relação a essas transformações sociais proporcionadas pelo Capitalismo de uma
Europa industrializada e a cada dia mais urbana, onde sua burguesia tentava imprimia trilogia
liberdade, igualdade e fraternidade, observa-se que tais transformações ainda não se faziam
plenas, pois segundo Oliveira (2010), o outro lado da mesma moeda não possuía ainda essa
mesma cara, ou seja, estava atrelada ainda a estruturas feudais, ao Ancien regime francês
dentre outras. Dessa forma o poder do modelo social e político francês anterior a Revolução
de 1789 ainda se fazia presente e com ele o poder do Clero e da Nobreza ainda se posicionava
hierarquicamente na sociedade acima da Burguesia e os Camponeses que compunham as
classes de base, o que torna a bandeira da trilogia (liberdade, igualdade e fraternidade) que era
tremulada pela burguesia distante de ser consolidada.
Oliveira (2010) afirma que A Europa do século XIX é uma Europa industrial, mas
ainda fortemente dominada pelo poderio da Igreja. Mataram os reis, mas ainda não se
livraram dos padres. Diante desses conflitos o mundo novo que se apresentava diante de
tantas transformações industriais, urbanas e sociais, se colocava em oposição ao velho
continente, impondo ao mesmo o desafio de, criar uma nova maneira de pensar, uma nova
racionalidade adequada a esse novo modo de vida marcadamente industrial, capitalista e
urbano.
Augusto Comte – O pai do Positivismo

Nascido em Montpellier, na França, no ano de 1798, Isidore Auguste Marie François


Xavier Comte, mais conhecido como Auguste Comte foi um filósofo francês que ficou
conhecido por ter sido o primeiro a sintetizar a necessidade de uma ciência da sociedade,
denominada mais tarde como Sociologia e por ter fundamentado, pela primeira vez, a
teoria positivista, devido a isso é chamado de pai do positivismo.
Comte era filho de uma família monarquista francesa tradicional e católica e segundo
Oliveira (2010), seu ambiente familiar sempre foi muito conturbado e para isso contribuía, em
muito, o péssimo relacionamento com seus familiares. Neste contexto familiar conturbado
rompeu com sua família e mudou-se para Paris aos 16 anos, onde ingressou na Escola
Politécnica em 1814. Após o fechamento temporário da mesma, Comte retornou à sua cidade
natal para estudar na Faculdade de Medicina.
Em 1817, retornou à Escola Politécnica, em Paris, mas foi expulso por liderar
manifestações dentro da instituição. Assim Comte passou a dar aulas particulares e escrever
para jornais e um pouco depois conseguiu trabalho como secretário de Caude-Henri de
Rouvroy, conhecido como conde de Saint Simon de quem Comte se tornou discípulo, Saint
Simon era um dos teóricos franceses do socialismo utópico, que orientou Comte para o estudo
das ciências sociais, segundo Porfirio (Site Brasil escola),

Saint Simon introduziu Comte no círculo intelectual francês de sua época e


influenciou-o em muitos aspectos, o principal deles é o entendimento de que haveria
uma marcha progressiva constante na história da humanidade, ou seja, que a
humanidade sempre caminharia para o desenvolvimento. (PORFíRIO, "Auguste
Comte"; Site Brasil Escola. Acesso:
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/auguste-comte.htm).

Assim Segundo Frazão (site ebiografia),

Saint Simon orientou Comte para o estudo das ciências sociais e também transmitiu-
lhe duas ideias básicas, que orientaram seu pensamento, que o os fenômenos sociais,
como os de caráter físico, também obedecem a leis e que todo conhecimento
científico e filosófico deve ter por finalidade o aperfeiçoamento moral e político do
homem. FRAZÃO, site ebiografia. Acesso:
https://www.ebiografia.com/auguste_comte/).

Não resta dúvida que Saint-Simon foi a maior influência sofrida por Comte, conforme
ele mesmo declara em carta datada de 1818:
Pela cooperação e amizade com um desses homens que veem longe nos domínios da
filosofia política, aprendi uma multidão de coisas, que em vão procuraria nos livros;
e no meio ano durante o qual estive associado a ele, meu espírito fez maiores
progressos do que faria em três anos, se eu estivesse sozinho; o trabalho desses seis
meses desenvolveu minha concepção das ciências políticas e, indiretamente, tornou
mais sólidas minhas idéias sobre as demais ciências (...) (OLIVEIRA, 2010, apud
Os pensadores; Augusto Comte, 1996; p.06).

Augusto Comte e seu pensamento – O Positivismo

Conforme dito anteriormente, segundo Silva (1999), As ideias que serviram de base
para o positivismo surgiram na França e na Inglaterra, durante o século XVIII. No entanto
segundo Santos e Santos (2012), a consolidação do positivismo como modelo filosófico
ocorreu na França, no século XIX, através da obra de Augusto Comte, ao encontro disso
Santos e Santos (2012, apud Gomide, 1999), informa que, O termo ‘positivismo’ surgiu na
história da filosofia ocidental no século XIX e foi cunhado por Auguste Comte para designar
uma teoria do conhecimento antigo.
Em uma Europa em que a industrialização se desenvolvia e junto a ela a necessidade
do desenvolvimento da ciência, Auguste Comte entendia que para acompanhar essas
evoluções, a sociedade deveria também evoluir intelectualmente, porém ainda não estava
pronta para tal, pois se encontrava num estágio intelectual incompatível com essa evolução,
principalmente no que se referia ao campo das ciências, a era industrial necessitava de estudos
baseados nas ciências e não estudos com bases Religiosas ou metafísicas, pois os mesmos
eram incompatíveis com os avanços da indústria e da ciência que ocorriam na época. Ao
encontro disso Santos e Santos (2012), apresenta que,

Considerado a maior expressão do pensamento positivista, Comte buscou um novo


ponto de vista sobre a ciência, a política e a religião, que abrisse o caminho para
uma organização política e que estivesse à altura da capacidade industrial e
científica das sociedades modernas. (SANTOS E SANTOS, 2012, p. 56).

Segundo Souza (2020, apud Conceição, 2006),

O positivismo surgiu do interesse de Comte em libertar o homem das crenças


religiosas e da especulação metafísica, calcada na objetividade, de tal forma que a
sociedade deveria ser encarada como objeto de pura observação e considerava pura
pretensão a busca pela verdade absoluta ou a idéia de sociedade justa. Como
veremos, Comte se vinculou a todo aquele grupo de sua geração que pretendeu
reformar a sociedade e organizá-la sobre novas bases. O positivismo foi uma destas
correntes de pensamento que disputou os corações e as mentes opondo-se ao
liberalismo e ao socialismo (Souza, 2020, apud CONCEIÇÃO, 2006, p. 45).

Acreditando que o espírito humano evoluía gradativamente, Auguste Comte buscou


desenvolver uma sequencia obrigatória de estágios que o conhecimento humano deveria
passar, Comte elaborou a “Lei dos Três Estados de Evolução do Espírito Humano”, os
estágios são conforme informa Oliveira (2010):

“O primeiro estado seria o Teológico, o estado originário, o mais primitivo no


desenvolvimento do espírito no qual os homens atribuem a produção dos fenômenos
a entidades sobrenaturais. [...] O segundo estado seria o Metafísico, visto por Comte
como semelhante ao estado Teológico, diferenciando-se apenas por substituir, na
produção da explicação dos fenômenos, o concreto pelo abstrato e a imaginação pela
argumentação [...] estado Metafísico era considerado por Comte como sendo apenas
um estado de transição. [...] o terceiro e definitivo estágio de desenvolvimento,
dominado pelo Saber Científico adquirido pela via da observação e não mais da
imaginação ou argumentação, o qual se caracterizaria pela previsibilidade. “Ver para
prever” seria o seu lema”. (OLIVEIRA, 2010, p.5).

A “Lei dos Três Estados de Evolução do Espírito Humano” de Auguste Comte é muito
conhecida nos estudos do pensamento Positivista, onde fica evidenciado à racionalidade
cientifica pregada pelo autor “Ver para crer”.
O terceiro estágio da Lei dos Três Estados de Evolução do Espírito Humano de Comte
evidencia o saber Científico, assim Santos e Santos (2012, apud Gómez-Granell, 2002),
afirma que a epistemologia positivista criou uma concepção coerente com a racionalidade da
filosofia e da ciência moderna ao considerar o pensamento e a lógica formal como padrões
ideais e o conhecimento cotidiano como deficitário, intuitivo, particularista e concreto.
De acordo com Santos e Santos (2012, apud Gomide, 1999), a filosofia positivista
apresenta os seguintes itens fundamentais:

a) Toda proposição científica deve ser empiricamente significante e toda premissa


universal deve ter origem indutiva;
b) A teoria tem origem em proposições certíssimas obtidas mediante indução;
c) As leis científicas não fornecem os ‘porquês’ dos fenômenos. (SANTOS E
SANTOS, 2012, apud GOMIDE, 1999).

Assim outro ponto importante nos estudos sobre o Positivismo é o pensamento de


Augusto Comte em relação classificação e fundamentação das ciências, Oliveira (2010)
informa que:

De acordo com o pensamento positivo elas se classificam “naturalmente” da


seguinte forma:
1) Astronomia - que seria uma física inorgânica celeste.
2) Física - que seria um correlato da astronomia, uma física inorgânica terrestre.
3) Química - uma “física” dos elementos.
4) Fisiologia - ou física orgânica do indivíduo.
5) Física Social - uma física orgânica da espécie, que posteriormente seria chamada
de Sociologia. (OLIVEIRA, 2010, p. 6).

A importância da dimensão da neutralidade da ciência para o positivismo fica


explicita, pois neste pensamento somente é aceito como verdadeiros e reais os fatos que
possam evidenciar essa neutralidade, ou seja, fatos que possam ser observados, transformados
em leis que forneçam o conhecimento objetivo dos dados e que permitam a previsão de novos
fatos, ao encontro disso Santos e Santos (2012, apud Triviños, 1987, p. 38-39) observam que:

[...] a filosofia positiva é uma reflexão sobre as ciências, uma história da explicação
racional da natureza que começa pela matemática e evolui até a sociologia, a ciência
criada por Comte para investigar com objetividade as leis do desenvolvimento da
sociedade e que apresenta como finalidade da inteligência humana a descoberta das
leis naturais invariáveis de todos os fenômenos. (SANTOS E SANTOS, 2012, apud
TREVIÑOS, 1987, p. 38-39).

Outro ponto importante a se destacar sobre Comte foi um fato que provocou uma
grande influencia em seu pensamento, uma paixão não correspondida por Clotilde Vaux,
sobre esse período Oliveira (2010), informa que,

É possível distinguir a partir desse período certa mudança no pensamento de Comte


e ele passa a se dedicar à instituição de uma “Religião da Humanidade”, [...] onde o
ser supremo não era mais o Deus cristão, mas sim a Humanidade. [...] elabora a
construção de um templo da Religião da Humanidade, ou Religião Positiva da qual a
fórmula sagrada era:
_ “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”. (OLIVEIRA,
2010, p.7)

Outro autor que também comenta sobre a religião criada por Auguste Comte é
Salomão (2016), Convicto de que as religiões não deveriam ser pautadas pelo culto ao
abstrato, mas pela busca da elevação moral do homem, Comte vislumbrou a necessidade de se
criar uma nova crença a qual ressignificasse o conceito do “ser supremo”. Com o advento da
chamada religião positivista.
Assim o pensamento positivista de Auguste Comte se apresenta rico em relações a
suas obras e em sua filosofia, com a finalidade de registrar o resumo das principais
características do pensamento de comte, com o objetivo de tornar mais evidentes neste artigo
a fim de torna-lo mais rico em informações sobre o assunto, citamos Oliveira (2010):

“Sinteticamente podemos apontar como principais características do pensamento de


Augusto Comte:
a) a Lei dos três estados que consiste na passagem evolutiva do conhecimento
humano universal por três estágios distintos; o Teológico, o Metafísico e o Positivo.
b) os atributos do conhecimento positivo que são a realidade, a utilidade, a certeza, a
precisão, a organização e a relatividade.
c) uma classificação das ciências que parte dos fenômenos mais simples e gerais em
direção aos mais complexos e específicos (a matemática, a astronomia, a física, a
química, a biologia e a sociologia).
d) a reforma da sociedade que deveria ser primeiramente intelectual, posteriormente
moral e por fim política. É nessa reforma que Comte inclui a Religião da
Humanidade formulada no Catecismo Positivista”. (OLIVEIRA, 2010, p.7).

Influência do positivismo no Brasil

Durante a segunda metade do século XIX, o Brasil passava por um período de


mudanças continuas e bem significativas nos campos da política, da sociedade, que tentavam
acompanhar tais mudanças e se moldar as novas realidades apresentadas, cresce no Brasil os
centros urbanos e com eles surgem as primeiras indústrias, segundo Lajolo (2001), foram
inauguradas no Brasil 70 fábricas que produziam chapéus, sabão, tecidos de algodão e
cerveja, artigos que até então vinham do exterior. [...] foram fundados 14 bancos, [...] 20
companhias de navegação a vapor, 23 companhias de seguro, oito estradas de ferro. A esses
acontecimentos a autora chama de surto industrial no Brasil, que foi entre 1850 e 1860, dessa
forma fica evidente a necessidade da sociedade e da política acompanharem essa evolução.
O positivismo já havia alcançado grande sucesso em toda a Europa e assim se
expandiu para outros países mundo a fora, no Brasil sua entrada foi em 1870, um pouco
depois do surto industrial. Nesta época os filhos oriundos das classes mais ricas da sociedade
eram enviados para estudar na Europa, pois lá receberiam uma educação de melhor qualidade
cultural, em um nível muito mais elevado em comparação com o que se oferecia no Brasil,
ressalta-se que esses jovens e suas famílias faziam parte de uma casta seleta e elitizada da
sociedade Brasileira da época e era através do ingresso dos mesmos nas universidades
europeias que as ideias de âmbito filosófico, eram apresentadas. Esses jovens permaneciam na
Europa por um período menor do que o necessário para um entendimento filosófico amplo e
aprofundado, devido a isso ao voltarem para o Brasil, informa Oliveira (2010), que esses
jovens intelectuais acabavam por divulgar apenas superficialidades de uma pretensa filosofia.
Assim a “Importação intelectual” do positivismo para o Brasil não se deu de forma
completa, pois o Positivismo que desembarca no Brasil não era um Positivismo Ortodoxo, até
mesmos os intelectuais colaboraram com isso, conforme relata Oliveira (2010), [...] essa
divulgação acontecia por intelectuais em sua grande maioria autodidatas que não contavam
com a sistematização necessária e acabavam por formar um pensamento difuso e muitas vezes
incoerente com suas fontes originais.
Dentro deste contexto e de encontro ao que Oliveira nos mostra, Santos e Santos
(2012, apud PAIXÃO, 2000, p.22), afirma que:

O positivismo no Brasil não é uma mera reprodução da filosofia de Comte, como


esta se desenvolveu no cenário francês de sua origem, e sim, uma versão temperada
pelo ecletismo que marcava os pensamentos dos intelectuais da segunda metade do
século XIX, formadores de opinião dentro dos partidos políticos e das famílias de
prestígios da época. (SANTOS E SANTOS, 2012 apud PAIXÃO, p.22).

Quanto ao Positivismo ortodoxo, quem mais se aproximava em segui-lo era os


estudantes de escolas técnicas que tinham como objetivo futuro ingressar em carreiras
militares, de engenharia ou medicina e assim tinham que manter contato com as ciências
positivistas, cabe ressaltar que nesses meios acadêmicos o Positivismo encontrou um grande
sucesso, pois na época não havia no país uma tradição em pesquisa científica e os
fundamentos positivistas baseados na ciência e racionalidade revertem esse quadro, segundo
Santos e Santos (2012, apud SILVA, 1999), na época, o país vivia um momento político de
afirmação de uma nova burguesia formada por intelectuais, médicos, engenheiros e militares,
que lutavam contra a monarquia, a influência do clero e o caráter feudal dos latifúndios.
Quanto ao caráter religioso, no Brasil a religião ainda exercia muita influencia sobre a
sociedade, o clero ainda era muito influente e embora o Positivismo tenha obtido sucesso em
emplacar parte do seu pensamento de caráter cientificista, a religião positivista proposta por
Comte, não obteve força suficiente para se propagar no país.
No contexto descrito acima o positivismo na realidade brasileira lança luz a
necessidade de uma mudança intelectual para que sejam acompanhadas pela sociedade todas
as mudanças trazidas com o surto industrial no Brasil, pois o pensamento positivista tinha em
um de seus fundamentos que a sociedade deveria estar intelectualmente preparada para
acompanhar todo esse desenvolvimento, como vimos nos tópicos anteriores, assim o
Positivismo compreende-se, agora de modo mais amplo, a filosofia desenvolvida por Augusto
Comte que se caracteriza, conjuntamente, pela expressa confiança nos benefícios da
industrialização, no otimismo em relação ao progresso capitalista, no culto à ciência e a
valorização do método científico, voltados a uma reforma intelectual da sociedade.
(OLIVEIRA, 2010, apud COTRIM, 1993, p. 189).
Conforme dito anteriormente sobre a “Importação intelectual” do positivismo, no
Brasil o Positivismo foi “Tropicalizado”, assim informa Oliveira (2010, apud CÁCERES,
1993) que:
A rigidez doutrinária do positivismo não se adequava à indisciplina e ao espírito
boêmio de nossos intelectuais. (...) As obras de nossos positivistas não revelavam
originalidade, embora alguns autores buscassem na filosofia uma renovação cultural
e política do Brasil, dando às suas obras um sentido nacionalista. (OLIVEIRA, 2010
apud CÁCERES, 1993, p. 203 -204)

Assim linhas de pensamentos positivistas difusas foram criadas, Os Positivistas


Ortodoxos, nome dado aos membros do Apostolado Positivista do Brasil, militaram em prol
da implantação de uma ditadura com aspectos bem peculiares e eram descritos por Oliveira
(2010, grifo do autor) como Homens dogmáticos e intolerantes, mesmo partidários do
movimento republicano que apoiava a abolição da escravidão, nossos positivistas não
concebiam espaço para a democracia em suas reuniões no Apostolado Positivista do Brasil.
Sobre as características do Positivismo resultante da entrada do mesmo no Brasil
informa Oliveira (2010), resultando num positivismo difuso, reduzido a um cientificismo
desmedido, visto como solução para todos os problemas brasileiros da época fossem eles de
ordem política, moral, social ou econômica.
Outro ponto a ressaltar sobre o Positivismo no Brasil, foi sua participação junto aos
intelectuais no processo da proclamação da Republica, segundo Oliveira (2010),

Já é de muito tempo que se reconhece a participação dos intelectuais brasileiros


influenciados pelo Positivismo no processo da Proclamação da República no Brasil.
Embora o lema Positivista - mesmo que adaptado - esteja tremulando na Bandeira
Nacional até os dias de hoje, seria exagero atribuir a eles - os positivistas - a
Proclamação da República (OLIVEIRA, 2010, p.10 e 11).

Ainda sob a influência dos positivistas na proclamação da Republica, Lins (1964,


p.235), afirma que, Não foi dentro das mochilas que os nossos oficiais trouxeram o ideal
republicano, mas êle [sic] aqui chegou nas páginas dos livros, que, vindos da França, traziam
uma mensagem política, que era também uma nova concepção da vida: o positivismo".
Assim observamos que os positivistas influenciaram mesmo que de forma indireta na
Proclamação da Republica, mas para uma contextualização maior é importante ressaltar que
foram os positivistas dissidentes, mais “Maleáveis” a doutrina de Comte que se empenharam
para exercer tal influencia e não os Positivistas ortodoxos, conforme informa Lima Filho
(2004, p.24), Ora, os positivistas ortodoxos brasileiros, eram coerentes com os ensinamentos
do seu mestre Augusto Comte. Assim, respeitavam toda a autoridade constituída. Daí
concluir o professor Cruz Costa, que tais homens pouco fizeram para a vinda da República
democrática.
Porém, ressaltamos que logo após a Proclamação da Republica, a reconciliação entre o
Apostolado Positivista que tinha seus laços cortados e se mantinha separado da ala positivista
dissidente que tinha como líder Benjamin Constant, proporciona uma atuação significativa do
positivismo no estado político que estava surgindo. Segundo Santos e Santos (2012)

Foi na passagem Império-República, que verificou-se a decisiva influência do


positivismo nas mudanças políticas e sociais, objetivando a construção de uma nova
ordem. Esse período da história nacional foi caracterizado por campanhas em favor
da abolição da escravatura e pró-republicanas. (SANTOS E SANTOS, 2012, p.58)

Assim muitos autores referenciam o período logo após o 15 de Novembro como de


destaque para o pensamento positivista, segundo Oliveira (2010),

O período que compreende a Primeira República, desde a sua proclamação em 1889


até a sua primeira derrocada com a Revolução de 1930, é fértil em fornecer
elementos para compreender o enraizamento do Positivismo no Brasil. [...] Pode-se
classificar o período de 1889 a 1930 em que se desenvolve a Primeira República,
como a Era de Ouro do Positivismo no Brasil. (OLIVEIRA, 2010, p. 10 e 11, grifo
do autor).

Segundo Souza (2020, p.35, apud SILVA, 2005), Na época, o positivismo influía a
imprensa, o parlamento, as escolas, a literatura e a academia. As ideias positivistas produziam
um clima de entusiasmo frente à necessidade de modernização brasileira. Assim foi inserido
neste contexto mais uma via de influencia do Positivismo, a influência na educação. A
educação na época do Brasil ainda império não tinha nenhum viés positivista, haja vista o
foco no ensino predominantemente humanístico, conforme informa Souza (2020, apud Diogo;
Gobara, 2008):

Com a chegada da família real em 1808 o Brasil passa a estar numa efervescência
cultural e científica. Contudo isso não foi suficiente para consolidar a educação
científica. Criaram-se escolas e, posteriormente à independência do país, criou-se o
Imperial Collégio de Pedro II para a formação dos filhos dos aristocratas e dos
burgueses. Esta instituição foi a mais importante do Império, sua organização
influenciava as demais escolas do país. Na sua inauguração o currículo continha o
ensino de Latim, Grego, Francês, Inglês, Gramática Nacional, Retórica, Geografia,
História, Ciências Físicas e Naturais, Matemática, Música Vocal e Desenho. O
ensino era predominantemente humanístico, embora contendo algumas disciplinas
ditas científicas (SOUZA, 2020, p.35 apud DIOGO; GOBARA, 2008).

Após a Proclamação da Republica, essa educação de currículo humanista que era


predominante, foi confrontada com os pensamentos positivistas, segundo Souza (2020, apud
SILVA, 2005),

No cenário educacional, o positivismo surgiu nos documentos oficiais em 1890 na


reforma educacional de Benjamin Constant, um grande defensor e entusiasta do
pensamento, que tinha uma proposta pedagógica que propunha um novo conteúdo
para a educação [...] (SOUZA, 2020, p.36 apud SILVA, 2005).

Assim neste cenário educacional brasileiro, Benjamin Constant se apresenta como um


dos atores principais das mudanças que colocariam a educação nos trilhos do positivismo,
professor aclamado por seus alunos do curso superior da Escola Militar do Rio de Janeiro,
professor de matemática no Imperial Colégio de Pedro II e fundador da Escola Normal
Superior, onde também foi professor, após a Proclamação da Republica, assumiu a pasta da
Guerra no governo provisório, um ano depois assumiu o Ministério de Instrução Pública,
Correios e Telégrafos e foi neste ano que desenvolveu a reforma educacional, segundo Souza
(2020, apud SILVA, 2005):

Nesta reforma Benjamin realizou uma interpretação própria dos princípios positivas
adequando ao que entendia ser melhor para o projeto republicano a partir dos seus
projetos reformistas que envolvia os objetivos, conteúdos e métodos. Foi uma
proposta que previa a substituição da força pelo saber, em que somente uma boa
formação poderia ajudar os indivíduos a se livrar de ilusões e fantasias e os permitir
alcançar uma vida justa, virtuosa e feliz (SOUZA, 2020 apud SILVA, 2005).

Ressalta-se a importância da reforma feita por Benjamin Constant, em relação ao


período de transição vivido pela sociedade brasileira, conforme informa Souza (2020 apud
TENÓRIO, 2009):

Neste período, a sociedade brasileira se fragmentava socialmente e a educação


passava a se distinguir mais fortemente. A educação da classe dominante se
concentrava nas escolas secundárias acadêmicas e escolas superiores, o restante da
população nas escolas primárias e profissional. Além disso, uma nova classe
emergente surgia nos setores comerciais e intelectuais (SOUZA, 2020 apud
TENÓRIO, 2009).

Na Reforma de Benjamin, a influência positivista pode ser vista na proposição do


ensino de conteúdos de ciências fundamentais, seguindo a lógica racional que Comte propôs:
Matemáticas, Astronomia, Física, Química, Biologia e Sociologia. Na Constituição de 1891 é
percebida na determinação do ensino laico na educação pública (SOUZA, 2020, p.37, apud
DIOGO; GOBARA, 2008).
Com a reforma do ensino Benjamin Constant da um precioso passo para a expansão e
para a divulgação das ideias de Comte, grande foi sua contribuição para a pedagogia
herbatiana na qual foi constituída a Pedagogia Tradicional que seria naquele momento o seu
corpo principal. Segundo Oliveira (2010), Esse modelo pedagógico inicialmente embasado de
modo indireto no Positivismo continuou avançando no ideário dos intelectuais brasileiros até
que em meados da segunda década do século XX, apoiado tanto pela filosofia quanto pelas
teorias políticas, já havia se constituído como pensamento hegemônico.
Assim entendemos que o tema abordado poderia se estender em várias vias de
pesquisas e estudos, pois é um tema muito rico e interessante que da luz a inúmeras
conquistas e desfechos que nos proporciona o entendimento da evolução de nossa sociedade
até a atualidade, dessa forma se apresenta uma das intenções deste artigo, não a principal,
porém significativa, o estimulo a pesquisa e aprofundamento do tema.

Conclusão

Ao final deste trabalho e diante das pesquisas para a conclusão do mesmo fica claro
que o Positivismo foi um dos pensamentos filosóficos e científicos mais importante da época,
pois apresentou uma visão de uma sociedade intelectualmente avançada baseada na ciência e
no pensamento racional, muito necessário para o desenvolvimento não somente da Europa,
mas para a maioria do mundo naquela época.
No que se refere ao Positivismo no Brasil e sua influência, conclui-se que foi de suma
importância para a sociedade, pois proporcionou a mesma a possibilidade de ascensão,
desenvolveu o pensamento cientifico e estimulou a sociedade a se libertar das amarras feudais
e da igreja católica, influenciou embora indiretamente, porém de forma significativa na
Proclamação da Republica e esteve presente nas decisões tomadas pelo novo Governo que se
implantou.
Destaco como a principal influência do positivismo no Brasil apresentada neste
trabalho, a Reforma do ensino feita por Constant em 1890, pois foi uma das maiores
consequências do Positivismo no Brasil, onde escolas passaram a serem construídas visando à
higiene, a preocupação com a saúde dos envolvidos no contexto escolar e outras mudanças
que criaram na sociedade uma valorização do ensino, ou seja, baseado na premissa de que a
maior “Arma” para uma sociedade se desenvolver é a educação, o Positivismo foi a munição
para esse desenvolvimento, entre outras conquistas.
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