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POLICIAMENTO ORIENTADO PARA O PROBLEMA

PROBLEM ORIENTED POLICING


O policiamento para (re)solução de problemas, também conhecido como
policiamento orientado para o problema (POP), é uma estratégia que tem co mo
objetivo principal melhorar o policiamento pro fissio nal, acrescentando
reflexão e prevenção criminal. O conceito foi teorizado por Her man Goldstein,
considerado por muitos como o principal a rqui tecto do policiament o o rien t ado a
p rob lemas, em 1979 e pretendia reagir à ineficácia do policiamento
pro fissio nal, que se empenhava apenas na resposta rápida às chamadas de
emergência.
O POP tem como alicerce o pressuposto de que os crimes têm co mo causas
pro blemas específicos e talvez contínuos, oco rridos na mesma localidade.
Conclui-se por isso que agindo so bre os seus condicionantes, através de ações
preventivas, poder-se-á minimizar o crime.

Essa estratégia, muito além do patrulhamento preventivo , investigação ou


ações repressivas, determina o aumento de tarefas da polícia na reação ao
fenómeno criminal e às suas causas.
O POP atribui aos policiais maio r autono mia operacional para solucionar os
problemas. Os agentes são por isso objecto de treinamento específico a fim de
melhor entenderem as causas subjacentes aos pro blemas, que deverão ser
alvo de soluções criativas.
O POP distingue-se de outras estratégias tais co mo policiamento co munitário,
policiamento das “janelas quebradas", policiamento orientado-pela-
inteligência.

Policiamento orientado-para-problema é um método usado para análise e


so lução de pro blemas de crime. Policiamento comunitário, por outro lado,
representa uma filosofia organizacional mais ampla.
Bayle e Skolnick (2001), p recu rso res da polícia comuni tária, destacam que a
principal finalidade da teoria é a melhoria da relação polícia-sociedade e o
controle da violência e abusos policiais, evidenciando que a refor ma policial e
a ampliação da sensação de segurança, e não o controle do crime, são seus
objetivos.
O POP tem co mo objectivo apurar e analisar as causas dos pro blemas que a
Polícia encontra na sua rotina diária, com especial incidência na criminalidade,
para posteriormente, com base num conjunto alargado de conhecimento,
desenvolver acções co m o objectivo de resolver de fo r ma per manente esses
pro blemas que afectam a co munidade.
Enquanto o policiament o comuni t ário p romove refo rmas e con t role policia l, o
policiament o o rient ado a p rob lemas p romove o cont rolo do crime, consistindo
numa intervenção da polícia so bre a co munidade, que procura estimular
alterações em ambientes e co mportamentos que favoreçam um problema
criminal.
Her man Goldestein destaca na sua obra Policing a Free Society (1977), que o
POP tem co mo finalidade o controle do crime, através de rápidos
diagnósticos de pro blemas criminais e da pro moção de dissuasão co m
intervenções directas (pro gramas de policiamento) e indirectas (envolvendo
co munidade e outras agências públicas).
Nu ma conferência realizada em 2001 Goldstein sintetizou o POP na seguinte frase;

O POP é uma abordagem ao policiamento em que (1) peças discretas de


negócio da polícia (cada um composto por um conjunto de incidentes
semelhantes, sejam crimes ou atos de desordem, que a polícia deve lidar) estão
sujeitos a (2) exame microscópico (com base nas habilidades especialmente
afinadas de analistas de crime e os acumulados experiência de pessoal de campo
operacional), na esperança de que o que é aprendido recentemente sobre cada
problema levará à descoberta de uma (3) estratégia nova e mais eficaz para lidar
com ele.
O POP valoriza de forma elevada as novas respostas (4) preventivas por natureza,
que (5) não dependem do uso do sistema de justiça criminal, e que (6) envolvem
outros órgãos públicos, a comunidade e o setor privado quando seu
envolvimento tem o potencial de contribuir significativamente para a redução do
problema.
POP carrega um compromisso com (7) a implementação da nova estratégia, (8)
avaliando rigorosamente a sua eficácia, e, posteriormente, (9) relatando os
resultados de forma a beneficiar outras agências policiais e que acabará por
contribuir para (10) a construção de um corpo de conhecimento que apoia a
maior profissionalização da polícia.
As razões que estiveram na origem do seu surgimento são:

1.A dificuldade do policiamento tradicional para conter a criminalidade;

2.O aumento da criminalidade;

3.Uma visão científica da gestão aplicada ao policiamento;

4.A ênfase na mudança organizacional, incluindo a descentralização e o


aumento da discrição dos policiais;

5.Distanciamento dos policiais da comunidade (isolamento)...


O POLICIAMENTO ORIENTADO PARA PROBLEMAS (POP) fo i fo r malmente
testado em campo, na década de 1980 em Baltimore County e New port News
tendo sido dado a conhecer a um público mais amplo, através de um artigo da
revista Atlantic Monthly em 1989.

Actualmente o POP é amplamente considerado co mo a estratégia mais


analítica e intelectualmente desafiadora no arsenal policial.
Goldstein critica a insistência dos policiais em respo nder a incidentes apenas
co m operações, que dão ênfase à rapidez do atendimento em detrimento da
qualidade do resultado. Para ele, o policiamento orientado para o problema
postula que a polícia deve concentrar mais atenção nos pro blemas e suas
causas, em oposição aos incidentes de caracter policial.
Solucionar problemas no policiamento não é novidade. O que é novo é o recurso
ao método analítico, que ficou sendo conhecido por IARA (SARA, em Inglês),

formado pelo acróstico de cada fase, consistindo na I dentificação, A nálise,

R esposta e A valiação dos problemas, e desenvolvido por Eck e Spelman em


1987, como um modelo quadripartido para a resolução de pro blemas de
forma a implementar o POP no departamento policial de Newport News.
Esse método solução de problemas possibilita o exame das causas subjacentes
que pro vocam a repetição dos crimes e deso rdens, auxiliando os policiais a
identificar pro blemas, analisá-los, desenvolver respostas e avaliar os
resultados.
IARA / SARA

Identificação Resposta

Fase em que se constitui o início do processo, Fase em que se ident ificam as acções
através do agrupamento dos incidentes em
requeridas para aliviar ou resolver o
problemas, compreendendo incidentes
problema
similares, relacionados ou recorrente

Análise Avaliação

Fase em que se utiliza o conhecimento Última fase que ocorre quando a


prático e as tecnologias de informação actuação dos agentes é revista e se avalia

para pesquisar mais profundamente as se os esforços desenvolvidos foram bem


sucedidos.
características e causas dos problemas.
Para iniciar o método IARA, é necessário definir o que é um pro blema. No
contexto do POP, um problema corresponde a um grupo de incidentes similares
em tempo, modo, lugar e pessoas, relacionados à segurança pública. Além
disso, um problema deve ser uma preocupação substancial tanto para a
co munidade quanto para a polícia. Assim, tanto polícia como comunidade
devem participar juntos e ter paridade no processo de identificação do problema.
Um “pro blema policial” no contexto da comunidade é algo que precisa de uma
solução. Ele existe quando se reconhece que deter minado objetivo ou meta
desejada, não fo i ou não será alcançada. A solução é uma mudança, uma
escolha, uma decisão ou uma ação em direção aos objetivos.
PROBLEMAS POLICIAIS são um conjunto de incidentes relacionados de
alguma fo r ma (se oco rrerem no mesmo local, por exemplo) ou situações
relacionadas que dão origem a incidentes, crimes, deso rdem e outras
questões substantivas da co munidade que as pessoas esperam ser objecto de
atenção da polícia.

PROBLEMAS Policiais consistem “num grupo de ocorrências” constituindo por isso


um PADRÃO e representado uma preocupação para a polícia e, principalmente,
para a comunidade.
Ao se concentrar a atenção mais em pro blemas do que em incidentes, a polícia
pode resolver causas em vez de meros sinto mas e, consequentemente, ter um
impacto maior. A analogia com a saúde pública é frequentemente usada para
ilustrar essa diferença na conceituação do papel policial, com sua ênfase na
prevenção e na abordagem proativa.
O POP deve envolver a co munidade para descobrir co m maio r clareza quais
são os pro blemas que realmente a inco moda, incorporando a co munidade na
Identificação dos Problemas, ao invés de apenas a envolver na solução de
problemas, portanto sem ouvir a comunidade.
ESTRATÉGIAS PARA A IDENTIFICA ÇÃO DE PROBLEMAS
São inúmeras e delas destacam-se:

1.Reuniões co m a co munidade ou somente com as principais lideranças;

2.Conversas infor mais de policiais de linha de frente com a comunidade;

3.Visitas e entrevistas de policiais a membros da comunidade;

4.A correlação entre os dados (geopr ocessamento-estat ística);

5.Observação directa como pré-identificação de problemas...

6.Queixas em rádio co munitária, etc...


Aspectos de pro blemas passiveis de serem similares:

- TIPO DA INFRAÇÃO - Furto? Roubo? Tráfico de drogas? Desordem?

- PROCEDI MENTO - Qual o modus operandi. Consumo drogas...?

- LOCALIZA ÇÃO - Bares, estadios de futebol, centro da cidade...?

- PESSOAS - Reincidentes, jovens, vítimas...

- TEMPO - Sazonal? Fim de semana?

- EVENTOS - Concertos musicais? Carnaval?


A ESPECIFICA ÇÃO DO PROBLEMA...

Um problema bem apresentado já é meio caminho andado! Não é possível


so lucionar um pro blema se não se sabe exatamente o que ele é.

A formulação consiste em traduzir uma situação de problema evidenciando


apenas os factos mais importantes para a sua compreensão!
As 4 dimensões que devem caracterizar o problema:

1.IDENTIDADE

2.EXTENSÃO

3.LOCALIZAÇÃO

4.TEMPO
ANÁLISE DO PROBLEMA

A fase de análise do problema cor responde ao coração do método IARA. Nesta


fase, buscam-se as raízes dos pro blemas para, assim, conseguir atacar suas
causas e não apenas co mbater os efeitos dos pro blemas.
Para esta fase é importante o conhecimento do triângulo de análise de
pro blema (também conhecido co mo o triângulo do crime), originado da teoria
da actividade rot inei ra.

Essa teoria, formulada por Lawrence Cohen e Marcus Felson, diz que o crime
ocorre quando um potencial infractor encontra-se com um potencial alvo (para
aquele tipo de infractor) no mesmo tempo e lugar, sem a presença de um
guardião eficaz. Essa formulação forma o tripé da análise de problema
representada por infractor, alvo e local.
A técnica denominada Triângulo de Análise do Problema é um recurso muito
útil para ajudar os agentes policiais a focar a sua atenção nos elementos-chave
dos incidentes e desse modo definir o problema. O Triângulo de Análise de
Problemas foi desenvolvido como uma actividade rotineira para focar e explicar
como e quando ocorre o crime.
Esta teo ria ar gumenta que para oco rrer um crime, é necessário a
convergência de três factores ao mesmo tempo e no mesmo lugar:

1. Existe um objectivo disponível - conveniente/apropriado/lucrativo.

2. Ausência de um guardião/protetor que efectivamente impeça a ocorrência do


crime.

3. Presença de um delinquente que está motivado.


Indiscutivelmente, todos os três lados são necessários para a ocorrência de
crimes ou outros problemas. Assim, a análise desses três fatores deve lançar
luz so bre a natureza do pro blema e os motivos por que estão oco rrendo,
quando e onde eles apareçem. Dada a natureza do triângulo, retirar qualquer
lado deve causar o colapso, o que incentiva os solucionadores de problemas a
concentrar a sua atenção em respostas que possam afetar os infractores, as
vítimas ou locais.
RESPOSTAS ÀS CAUSAS DO PROBLEMA

Após a identificação clara e análise detalhada do problema, a polícia enfrenta o


desafio de procurar o meio mais efetivo de lidar co m ele, desenvolver ações
adequadas co m baixo custo e o máximo de benefício.
Deve-se evitar a tentação de respostas prematuras não fundamentadas nas
fases anteriores do método IARA, devendo-se procurar um equilíbrio nas
respostas com a utilização de táticas tradicionais e não tradicionais.
Frisa-se que essas respostas não devem ser limitadas aos esfo rços para
identificar, prender e oficialmente acusar e julgar infrato res. O p o l icia men t o
o r ie n t a d o à s o l u ção de p r o b l e mas p r o cu r a desc o b r i r o u t r as r es p o s t as
p o t e n cial me n t e e fect i v as ( q u e p o d e m e x i g i r pa r ce r ias ) , da n d o g r a n de
p r i o r id ad e à p r e v e n ção .
Importante não perder de vista que na fase da Resposta deverá o policial
trabalhar co m a co munidade, quando necessário e possível, para encontrar a
solução. Se a fase da Identificação de Problemas for bem desenvolvida as
respostas podem ser óbvias. É vital para a fase de resposta que esta seja
continuamente monitorizada durante toda a sua implementação, e não só
avaliada de tempos a tempos.
AVALI AÇÃO DO PROCESSO

Nesta etapa, os policiais avaliam a efectividade das respostas aplicadas na fase


anterior. A avaliação é chave para o método IARA. Se as respostas
implementadas não são efectivas, as informações reunidas durante a etapa de
análise devem ser revisitadas e novas hipóteses de respostas devem ser
formuladas.
As comunidades e as polícias devem compartilhar as experiências bem-sucedidas
de prevenção ao crime; aquelas que geram efectiva segurança a curto e a longo
prazo. Devem compartilhar as ideias específicas de como resolver problemas da
comunidade. Ao destacar os programas que foram desenvolvidos, espera-se que
esta informação sirva como um catalisador para desenvolver maneiras eficazes de
impedir o crime e aumentar a participação das comunidades nestes esforços.
O método IARA é analitica e criativamente exigente, bem como demorado . Por
isso alguns observadores questionam se os policiais têm conhecimento e a
habilidade para o executar correctamente, sendo que os policiais, face à urgência
dos desafios, muitas vezes questionam se têm tempo para fazê-lo. Daí persistirem
dúvidas quanto à implementação e praticidade do POP.
Além do método IARA, existem outros métodos alternativos para apoiar o POP,
sendo um deles, o quadro conceptual de gestão do conhecimento em torno
dos 5 “I’s” para a redução da criminalidade, de Paul Ekblom:
(1) Intelligence – engloba os problemas criminais, padrões, tendências,
consequências, causas e factores de risco e de protecção; (2)Interventio n – com
o objectivo de bloquear as causas e os factores de risco; (3) I mpementation –
direcionar as acções para a libertação dos alvos; (4) Involvement – mobilização e
criação de parcerias com a comunidade e (5) I mpact – análise custo-benefício e
avaliação.
Soluções baseadas em est rat égias
de polícia ostensiva:
Enquanto nova estratégia de policiamento, o POP tem benefícios e objecções.
Exige uma mudança, tanto no modo de trabalhar dos departamentos policiais,
como na sua cultura organizacional, de modo que a instituição se vire para o
seu cliente e não para si própria.
Por outro lado, existem benefícios a retirar da implementação desta estratégia
como por exemplo, a redução das chamadas para os departamentos policiais,
dado que os problemas são resolvidos na sua génese. Este facto possibilita a
diminuição do número de incidentes recorrentes, o que permite um aumento
da confiança na polícia e nas suas acções por parte dos cidadãos, que por vezes
são complemento da solução.
As características isoladas de cada estratégia de policiamento - quer seja o
co munitário, orientado para o pro blema, estratégico e pro fissio nal - são por si
só, insuficient es para p romover a segurança púb lica. Todos esses modelos
dependem da “capacidade de enxergar por trás da superfície de um pro blema,
seja ele um pro blema simples ou complexo”. (Moore; Trojanowicz; 1993)
É importante haver um equilíbrio entre as táticas policiais reactivas e
preventivas, isto é, qualquer estratégia de policiamento deve estar alinhada com
uma política de segurança que contemple o co mbate pro fissio nal contra o
crime e ter a capacidade de envolver a co munidade na so lução dos pro blemas
rotineiros.
O professor de Política e Administração em Justiça Criminal Mark Harrison Moore, da John F.
Kennedy School of Government da Universidade de Harvard em importante artigo sobre o
policiamento orientado a problemas e o policiamento comunitário, aborda a dupla finalidade da
teoria da seguinte forma:

Primeiro, é necessário entender o que estes conceitos [policiamento orientado a


problemas e policiamento comunitário] significam e como eles pretendem mudar
a prática do policiamento.
Tais conceitos são melhor entendidos não como novas idéias programáticas ou
novos arranjos administrativos, mas como idéias que procuram redefinir o
policiamento na sua totalidade, nos seus objetivos e métodos. Na literatura
sobre administração dos negócios, estes seriam conceitos caracterizados como ‘
estratégias organizacionais’ (Andrews, 1971).
Assim sendo, a força e as fraquezas dos conceitos devem ser consideradas, não
só para alcançar os objetivos operacionais tradicionais das forças policiais,
como a redução do crime, mas também para orientar o desenvolvimento
futuro dos departamentos de polícia, aumento do seu apoio público e
legitimidade.
As solucões baseadas em estratégias de policiamento são extritamente ligadas as
peculiaridades da atividade de polícia ostensiva. Seu referencial teórico, o
policiamento orientado a problemas, é ao mesmo tempo um princípio filosófico
norteador e modelo de estratégias de policiamento.
O POP tem como fundamento as seguintes premissas básicas sobre policiamento:

• A função da polícia é mais ampla do que simplesmente cumprir a lei. Fazer


cumprir a lei é apenas um dos meios para atingir uma série de objetivos de polícia;
não é o próprio objetivo.

• O trabalho da polícia defronta um vasto leque de problemas que ameaçam a


ordem e segurança pública, e não apenas uma sequência interminável de
incidentes e de ocorrências criminais isoladas.
• O pessoal operacional (de nível de linha) possui um tremendo enfoque sobre a
natureza, causas e tratamento dos problemas comunitários, pelo que deve ser
consultado e envolvido no desenvolvimento de respostas aos mesmos.

• Compreender como a polícia deve responder a problemas requer mais do que


simplesmente saber o que é uma conduta ilegal; o processo requer a
compreensão dos diferentes interesses em jogo e a forma como a polícia lida com
os problemas.
• A forma como a polícia responde aos problemas implica o exercício de
considerável discrição profissional, particularmente pelo pessoal operacional.

• As melhores escolhas sobre como a polícia deve responder aos problemas


devem ser feitas através de cuidadosa análise, em processo aberto, e informado
por uma análise rigorosa dos mesmos.
O policiamento orientado a problemas é uma literatura baseada em pesquisas
so bre práticas e culturas policiais (Goldestein, 1990 e 2003) que não específica
modelos pro ntos de política (organizações policiais possuem muitas
peculiaridades) mas princípios norteadores que devem inspirar... tanto políticas
de segurança, operadas no nível estratégico, quanto estratégias
organizacionais e operacionais de policiamento, desenvolvidas nos níveis
tático e operacional.
PLANEAMENTO
Planeamento é um processo desenvolvido para alcançar uma situação futura
desejada de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor
concentração de esforços humanos e recursos pela empresa/institução.

O planeamento é uma ferramenta ad ministrativa, que possibilita perceber a


realidade, avaliar os caminhos e construir um referencial futuro.

Planear é decidir co m antecedência o que fazer, co mo fazê-lo, quando fazê-lo,


e quem deve fazê-lo.
Planear é decidir por estratégias que definem as metas que se querem atingir,
os principais pro dutos ou serviços a alcançar, as tecno lo gias e os processos
de pro dução que serão utilizados.

Por isso, definir metas é quantificar cada objetivo, atribuir valores (custos),
estabelecer prazos (tempo) e definir responsabilidades.
Toda empresa (pública ou privada) precisa desenvolver estratégias baseada na
seguinte equação
Eficiencia + Eficácia = Efectividade.

Na qual definir metas significa quantificar cada objetivo, atribuir valo res
(custos), estabelecer prazos (tempo) e definir respo nsabilidades.
Eficiência - É fazer as tarefas de maneira adequada para resolver os problemas,
guardar o recursos, cumprir seu dever e reduzir seus custos.

Eficácia - É fazer as tarefas certas, no tempo certo, para produzir alternativas


criativas, maximizar a utilização dos recursos, obter resultado e aumentar o lucro.

Efectividade - É a capacidade da empresa em coordenar de forma constante, no


tempo, esforços e energias, tendo em vista o alcance dos resultados globais.
O objetivo do planeamento é desenvolver processos, técnicas e atitudes
ad ministrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as
implicações futuras de decisões presentes. Isto é definido em função do objetivo
empresarial, que facilitará a decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente,
eficiente e eficaz.
O exercício sistemático do planeamento tende a reduzir a incerteza envolvida
no processo de to mada de decisão e aumenta a chance de alcançar os
objetivos e desafios enfrentados.
Considerando os níveis hierárquicos apresentados na pirâmide organizacional,
o planeamento pode ser dividido em três níveis:

OPERACIONAL; TÁCTICO; ESTRATÉGICO.


Planeamento Estratégico

O planeamento estratégico considera a empresa co mo um todo e é elaborado


pelos níveis hierárquicos mais altos da organização. É o processo
administrativo que pro porcio na sustentação meto dológica para estabelecer a
melhor direção a ser tomada para uma empresa.

Busca otimizar o grau de interação entre os fatores externos – que não são
controláveis – e internos para fo r mular objetivos e cursos de ação.
Este nível se refere à definição dos objetivos estratégicos do empreendimento,
a partir do perfil do cliente. Deve envolver o estabelecimento de estratégias
para atingir os objetivos do empreendimento, como, por exemplo, a definição
do prazo da obra, as fo ntes de financiamento, as parcerias.
Segundo Philip Kotler, "o planejamento estratégico é uma meto dologia
gerencial que per mite estabelecer a direção a ser seguida pela organização,
visando maio r grau de interação co m o ambiente".
Planeamento Tático

É o processo administrativo que tem por objetivo otimizar uma deter minada área
da empresa, setor de finanças, setor operacional, setor logístico, dentre outros.

... trabalha com a deco mposição dos objetivos do planejamento estratégico. Seu
desenvolvimento se dá pelos níveis organizacionais inter mediários, tendo como
objetivo a utilização eficiente dos recursos disponíveis com pro jeção em médio
prazo.
Neste nível, as principais definições estão relacionadas à seleção e aquisição de
recursos que são necessários para atingir os objetivos do empreendimento, bem
como a elaboração de um plano geral para a utilização destes recursos.

Sua principal finalidade é o uso eficiente dos recursos fixados anteriormente no


plano estratégico.
Planeamento Operacio nal

Correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planeamento tático, ou


seja, identifica os procedimentos e processos específicos requer idos nos níveis
inferiores da organização, apresentando planos de ação ou planos operacionais.

É elaborado pelos níveis organizacionais inferiores, co m foco nas atividades


rotineiras da empresa, portanto, os planos são desenvolvidos para períodos de
tempo bastante curtos.
Este nível está relacionado com a definição detalhada das atividades que serão
realizadas, seus recursos e o momento da execução.

É a fase final do processo de planejamento. Tem por finalidade formalizar o


plano pretendido, por meio de criação de metodologias de desenvolvimento.

Obedece o cronograma, elabora o plano de ação que será aplicado no dia-a-


dia da empresa. Esse planejamento contabiliza os recursos necessários para a
viabilidade e implantação, faz os procedimentos básicos a serem tomados, são
autores da implantação e execução dos produtos finais

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