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Regime de

transparência fiscal
- Implicações em IRS e IRC

Paulo Marques

Apresentação | Autor
Página do manual

OBJETIVOS

• Caracterizar o Regime de transparência fiscal e explicar


os seus objetivos;

• Dar a conhecer que sociedades e entidades podem ficar


abrangidas pelo regime e os requisitos a cumprir
para que tal aconteça;

• Saber como se calculam os rendimentos tributáveis nas entidades


transparentes;
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OBJETIVOS

• Explicar como se processa a imputação de rendimentos


(e de deduções à coleta) aos sócios ou membros das entidades
transparentes;

• Analisar na ótica dos sócios ou membros das entidades


transparentes como são declarados e tributados os rendimentos
que lhes são imputados, e declaradas as deduções à coleta;

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OBJETIVOS

• Consolidar com uma aplicação prática a determinação


de rendimentos numa sociedade transparente, a imputação
de rendimentos e dedução aos sócios, e as implicações
declarativas e de tributação na esfera dos sócios;

• Estudar todas as restantes particularidades previstas no Código


do IRC relacionadas com o Regime de transparência fiscal.

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COMPETÊNCIAS

Esta formação capacitará os Contabilistas Certificados para procederem:

• Ao correto enquadramento das entidades transparentes no Regime


de transparência fiscal;

• Ao apuramento de rendimentos tributáveis nas entidades


transparentes;

• À declaração/imputação de rendimentos (e de deduções à coleta)


aos sócios ou membros das entidades transparentes;

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COMPETÊNCIAS

Esta formação capacitará os Contabilistas Certificados para procederem:

• Ao cumprimento das obrigações declarativas na ótica dos sócios


ou membros das entidades abrangidas pelo Regime de transparência
fiscal;

• Identificar todas as restantes implicações práticas relacionadas


com o Regime de transparência fiscal e proceder ao seu correto
tratamento.

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Página do manual 3

PROGRAMA

1. INTRODUÇÃO
2. TRANSPARÊNCIA FISCAL EM IRC
2.1 Objetivos e caracterização do regime
2.2 Sociedades e entidades abrangidas
2.3 Imputação aos sócios ou membros
2.4 Outras particularidades do regime
2.5 Tributação de valores imputados a pessoas coletivas

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Página do manual 4

PROGRAMA

3. TRIBUTAÇÃO EM SEDE DE IRS


3.1 Regime de transparência fiscal no Código do IRS
3.2 Anexo D da declaração modelo 3 de IRS
4. APLICAÇÃO PRÁTICA
4.1 Enunciado
4.2 Implicações na sociedade transparente
4.3 Implicações nos sócios pessoas singulares
5. CONCLUSÃO / REFLEXÕES FINAIS

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2.

TRANSPARÊNCIA FISCAL
EM IRC

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Regime de transparência 9
2.1

Objetivos e caracterização
do regime

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Regime de transparência 10
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Artigo 6.º - Transparência fiscal

• O regime de transparência fiscal consta no CIRC desde a sua


aprovação e publicação pelo Decreto-Lei n.º 442-B/88, de 30
de novembro. Em mais de 30 anos de vigência não sofreu
alterações de relevo, para além da inclusão de nova tipologia
de sociedades de profissionais.
• A lei como que “vê” através das entidades abrangidas
‒ e daí a designação de transparência ‒ atingindo diretamente
a pessoa dos respetivos sócios ou membros, através
de um sistema de tributação integrada.

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Página do manual 10/11

Artigo 6.º - Transparência fiscal


Pode aplicar-se a Sociedades Agrupamentos
• Civis não constituídas sob forma • Complementares
comercial de empresas (ACE)
Tipificação das
• De profissionais • Europeus de interesse
entidades abrangidas
• De simples administração de bens económico (AEIE)
[ n.º 1 ] [ n.º 2 ]
O que é imputado Matéria coletável, ainda que não tenha Lucros ou prejuízos
aos sócios ou membros havido distribuição de lucros. [ n.º 1 ] do exercício [ n.º 2 ]
Critério de imputação Nos termos que resultarem do ato constitutivo ou,
[ n.º 3 ] na falta de elementos, em partes iguais.
Sociedade de profissionais [ a) ]
Conceitos Sociedade de simples administração
[ n.º 4 ] de bens [ b) ]
Grupo familiar [ c) ]
Exclusão Sociedades com atividade de gestão de
[ n.º 5 ] participações sociais de outras sociedades

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Regime de transparência agosto de 2022 12
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Transparência fiscal – Objetivos

• NEUTRALIDADE FISCAL
• Na tributação não é tida em conta a forma jurídica adotada
pelos sujeitos passivos, sendo tributados os respetivos sócios
ou membros como se exercessem diretamente a atividade
prosseguida pela sociedade.
• Procura-se atender apenas à capacidade contributiva
daqueles sócios ou membros, manifestada indiretamente
através dos rendimentos obtidos pela sociedade ou entidade
transparente.
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Transparência fiscal – Objetivos

• COMBATE À EVASÃO FISCAL


• Procura evitar que sejam constituídas sociedades apenas
com a finalidade de fuga aos impostos.
• Muitos casos em que a mesma atividade económica poderia
ser desenvolvida diretamente pelos respetivos sócios,
aparecendo a formas societária como mero pretexto
que se interpõe entre eles e o Fisco, para assim se alcançar
uma diminuição ou dilação da carga tributária.
• Tributação nos sócios, mesmo sem receberem resultados.
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Transparência fiscal – Objetivos

• ELIMINAÇÃO DA DUPLA TRIBUTAÇÃO DOS LUCROS


DISTRIBUÍDOS AOS SÓCIOS
• Na medida em que se afasta da tributação em sede de IRC,
nas sociedades e outras entidades abrangidas por esse regime,
• Evita-se que o resultado por elas apurado seja duplamente
tributado:
• na esfera da própria sociedade ou entidade transparente
• e na esfera dos respetivos sócios ou membros.

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Transparência fiscal – Sem coleta de IRC

• Artigo 12.º do CIRC


• As sociedades e outras entidades a que seja aplicável o regime
de transparência fiscal
• não são tributadas em IRC,
• salvo quanto às tributações autónomas.

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Transparência fiscal – Tributações autónomas

• Existindo despesas e encargos sujeitos às tributações


autónomas previstas no artigo 88.º do CIRC
• devem estas ser quantificadas no campo 365 do quadro 10
da declaração M22,
• Compe ndo o pagamento das tributações autónomas
à entidade sujeita ao regime de transparência fiscal.

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Regime de aplicação obrigatória

• O regime de transparência fiscal é de aplicação obrigatória


e imediata caso se mostrem verificados os requisitos
previstos no artigo 6.º do CIRC para cada situação.
• Não existe possibilidade de opção.
• O regime não é cadastral.
• É apenas declarado/informado na declaração M22 de IRC.

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Transparência fiscal – Resumo


Imputação aos sócios / membros
Sociedades Agrupamentos
(*) O Regime Jurídico • civis sem forma comercial • complementares
dos ACE consta na Lei
n.º 4/73, de 4 de junho • de profissionais de empresas (ACE)
e Decreto-Lei n.º 430/73, • de simples administração • europeus de interesse económico
de 25 de agosto.
Subsidiariamente aplica-
de bens (AICE)
se o CSC, nomeadamente
os artigos 175.º a 196.º  
O Regime substantivo dos Lucro tributável
AEIE consta no Decreto-
Lei n.º 148/90, de 9
Matéria coletável ou prejuízo fiscal
de maio, e o Decreto-Lei
Se sociedade O prejuízo
n.º 2/91, de 5 de janeiro,
publicou o Regime
registar
prejuízo fiscal
 é reportado nos
termos do artigo 52.º
(*)
sancionatório dos AEIE.

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Regime de transparência agosto de 2022 19
2.2

Sociedades e entidades
abrangidas

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Regime de transparência 20
2.2.1

Sociedades civis
não constituídas
sob forma comercial

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Regime de transparência 21
Página do manual 15

Sociedades civis não constituídas sob forma comercial

• Entidades que, não tendo por objeto a prática de atos


de comércio, estão inteiramente subordinadas ao regime
da lei civil [ artigos 980.º e seguintes do Código Civil ].
• Contrato de sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas
se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício
em comum de certa atividade económica, que não seja
de mera fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes
dessa atividade.

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Regime de transparência agosto de 2022 22
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Sociedades civis não constituídas sob forma comercial

• Estas sociedades civis não constituídas sob forma comercial


são sociedades de pessoas que não visam a prática de atos
de comércio e que estão subordinadas à lei civil.
• Embora a lei comercial admita a adoção pelas sociedades civis
da forma comercial, a sujeição ao regime de transparência
fiscal de sociedades civis constituídas sob forma comercial
só será possível se se tratarem de sociedades de profissionais
ou sociedades de simples administração de bens.

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Regime de transparência agosto de 2022 23
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Sociedades civis não constituídas sob forma comercial

• Regime jurídico da constituição e funcionamento das


sociedades de profissionais que estejam sujeitas a associações
públicas profissionais - Lei n.º 53/2015, de 11 de junho:

• As sociedades de profissionais podem ser sociedades civis


ou assumir qualquer forma jurídica societária admissível
segundo a lei comercial, exceto constituir-se enquanto
sociedades anónimas europeias.

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Regime de transparência agosto de 2022 24
Página do manual 18

Sociedades civis não constituídas sob forma comercial

• São aplicáveis às sociedades de profissionais as normas da lei


civil ou da lei comercial, consoante se trate de uma sociedade
de profissionais sob a forma civil ou de uma sociedade
de profissionais sob a forma comercial, respetivamente.
• Regime jurídico de criação, organização e funcionamento das
associações públicas profissionais - Lei n.º 2/2013, de 10/01:
• As sociedades de profissionais podem ser sociedades civis
ou assumir qualquer forma jurídica admissível por lei para
o exercício de atividades comerciais.
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Sociedades civis não constituídas sob forma comercial

Exemplo 1

• As sociedades civis não constituídas sob forma comercial


são muito utilizadas pelos advogados, mas também
por solicitadores e revisores oficiais de contas, por exemplo.

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Regime de transparência agosto de 2022 26
2.2.2

Sociedades de profissionais

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Regime de transparência 27
2.2.2.1

Exercício monodisciplinar
de atividade profissional

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Regime de transparência 28
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Sociedades de profissionais

• Sociedade constituída para o exercício de uma atividade


profissional especificamente prevista na lista de atividades
a que se refere o artigo 151.º do CIRS
• na qual todos os sócios pessoas singulares sejam profissionais
dessa atividade.
• Exercício monodisciplinar de atividade profissional.
• E todos os sócios a desenvolver a atividade na sociedade
(qualquer número de sócios).

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Regime de transparência agosto de 2022 29
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Sociedades de profissionais

Exemplo 2
• Carlos e Carla, ambos engenheiros técnicos, constituíram
em 2019 uma sociedade com o objeto social de “Prestação
de serviços de engenharia técnica agrícola”.
• O objetivo era desenvolverem a atividade através
da sociedade. Face às oportunidades de negócio que lhes
surgiram apenas se dedicaram à venda de equipamentos
para a agricultura, sem alterarem o objeto social.
• Sociedade enquadrada na transparência fiscal em 2020?
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Regime de transparência agosto de 2022 30
Página do manual 21

Sociedades de profissionais

Exemplo 2
• Não. Uma sociedade poderá cair no regime de transparência
fiscal desde que desenvolva uma dada atividade profissional,
mesmo que não se tenha constituído para o exercício
da mesma.
• Também para que se equacione o enquadramento
na transparência fiscal implica, desde logo, o exercício
de uma atividade profissional através da sociedade,
não sendo suficiente que a mesma conste no seu objeto social.
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Regime de transparência agosto de 2022 31
Página do manual 22

Sociedades de profissionais

Exemplo 3
• João é farmacêutico e, em janeiro de 2021, constituiu
uma sociedade unipessoal por quotas onde vem
desenvolvendo a atividade de venda de produtos de farmácia
(medicamentos e relacionados).
• Não ocorrendo, até ao final do ano, alteração da estrutura
societária e mantendo-se unicamente aquela atividade,
em 2021 a sociedade do João fica enquadrada no regime
de transparência fiscal?
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Regime de transparência agosto de 2022 32
Página do manual 22

Sociedades de profissionais

Exemplo 3
• Farmacêutico é uma atividade especificamente prevista
na lista de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS
(com o código 1335). Contudo, a atividade que João
desenvolve através da sociedade é uma atividade comercial
(a venda de produtos de farmácia), e não a prestação
de serviços enquanto farmacêutico.
• Logo, a sociedade do João será tributada pelo regime geral
de IRC.
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Regime de transparência agosto de 2022 33
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Sociedades de profissionais

FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa


Processo 911/2017, sancionado por Despacho da Diretora de Serviços de 31 de agosto
de 2017
Sujeição ao regime de transparência fiscal de uma “… esta disposição impõe o
sociedade que se dedica a atividades de medicina dentária exercício efetivo da atividade
e odontologia (CAE 86230) e atividades de prática médica profissional por todos os sócios,
de clínica geral, em ambulatório (CAE 86210). condição que não se verifica
quanto ao sócio maioritário, fica
O capital social encontra-se repartido por duas quotas. Os prejudicada a classificação da
titulares são profissionais da área médica, contudo o sócio Requerente como sociedade de
maioritário está reformado e não exerce qualquer atividade profissionais ao abrigo da
na sociedade. Somente o sócio minoritário desenvolve a subalínea 1).”
atividade necessária e imprescindível para a prossecução
do objeto social da entidade. Mas importará ver a 2)

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Regime de transparência agosto de 2022 34
Página do manual 24

Sociedades de profissionais

FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa


Processo 2789/2017 – Despacho de 2017/09/29 da Diretora de Serviços

Enquadramento de uma sociedade de consultoria


económica, financeira e de comércio eletrónico, serviços de
gestão e desenvolvimento de empresas a nível doméstico e “… a sociedade, por preencher o
internacional, e consultoria informática, no regime de conceito de sociedade de
transparência fiscal. profissionais, encontra-se, de
acordo com o Art. 6.º do CIRC,
O sócio único da sociedade exerce, através da sociedade, a sujeita ao regime de transparência
atividade profissional especificamente prevista na lista de fiscal, por verificação cumulativa
atividades a que alude o artigo 151.º do Código do IRS, de todos os seus requisitos legais.”
designadamente sob o no 1320 – Consultores, que
representa a totalidade dos rendimentos da sociedade.

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Regime de transparência agosto de 2022 35
2.2.2.2

Clarificando atividade
profissional especificamente
prevista na lista
de atividades a que se refere
o artigo 151.º do CIRS

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Regime de transparência 36
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Atividade profissional especificamente prevista na lista


de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS
• “Atividade profissional especificamente prevista na lista”
limita-se às atividades que de modo específico e concreto
estão enunciadas na lista, em associação aos códigos 1000
a 1410.
• Mais importante que a identificação de um determinado
código, é a identificação de uma atividade cuja designação
esteja especificamente enunciada na referida lista.
• “1519 Outros prestadores de serviços” não é atividade
profissional especificamente prevista na lista.
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Atividade profissional especificamente prevista na lista


de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS
Portaria n.º 1011/2001, de 21 de agosto
• 1 - Arquitetos, engenheiros e técnicos similares
• 2 - Artistas plásticos e assimilados, atores e músicos
• 3 - Artistas tauromáquicos
• 4 - Economistas, contabilistas, atuários e técnicos similares
• 5 - Enfermeiros, parteiras e outros técnicos paramédicos
• 6 - Juristas e solicitadores
• 7 - Médicos e dentistas
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Regime de transparência agosto de 2022 38
Página do manual 24

Atividade profissional especificamente prevista na lista


de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS
• 8 - Professores e técnicos similares
• 9 - Profissionais dependentes de nomeação oficial
• 10 - Psicólogos e sociólogos
• 11 - Químicos
• 12 - Sacerdotes
• 13 - Outras pessoas exercendo profissões liberais,
técnicos e assimilados
• 14 - Veterinários
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Regime de transparência agosto de 2022 39
Página do manual 25

Atividade profissional especificamente prevista na lista


de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS
FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa
Processo 482 / 2019 – PIV n.º 15 006, Despacho de 2019 / 03 / 04 da Diretora
de Serviços

“… o sócio único da sociedade, detentor da totalidade do capital


Enquadramento de uma
social, exerce, através da sociedade, a atividade de Angariador
sociedade, cuja atividade
e de Mediador Imobiliário, … as quais são atividades profissionais
consiste na Angariação
especificamente previstas na lista de atividades a que alude o artigo
e Mediação Imobiliária,
151.º do Código do IRS, designadamente Comissionista sob o no 1319
no regime
e Mediador Imobiliário sob o no 1330, e que representam
de transparência fiscal.
a totalidade dos rendimentos da sociedade.”

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Regime de transparência agosto de 2022 40
Página do manual 25

Atividade profissional especificamente prevista na lista


de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS
FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa
Processo 2017001951 com Despacho de 2017-10-12 da Diretora de Serviços

Abrangência do regime
de transparência fiscal
“… se conclui pelo correto enquadramento da requerente
a sociedade de profissionais
enquanto sociedade constituída para o exercício de uma
em que a atividade
atividade profissional especificamente prevista na lista
prosseguida por todos
de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS.”
os sócios é a de agente
de execução.

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Regime de transparência agosto de 2022 41
Página do manual 27

Atividade profissional especificamente prevista na lista


de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS
• Expressão presente em várias outras normas fiscais,
exatamente com o mesmo sentido:

• Artigo 31.º do CIRS (Regime simplificado IRS)


• Artigo 86.º-B do CIRC (Regime simplificado IRC)
• Artigo 101.º do CIRS (Retenção sobre rendimentos de outras
categorias)

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Regime de transparência agosto de 2022 42
Página do manual 28

Atividade profissional especificamente prevista na lista


de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS
FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa
Processo 920/ 2018, com despacho concordante da Subdiretora Geral do IR,
de 02-05-2018

“… a atividade de árbitro de futsal, está enquadrada


na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º do Código do IRS
e consubstancia uma prestação de serviço
especificamente prevista na tabela de atividades
Declaração de rendimentos provenientes
a que se refere o artigo 151.º do Código do IRS,
da atividade de árbitro de futsal.
sob o código CIRS 1323 – Desportistas.
Trata-se de um código abrangente que engloba, para
além dos atletas, todos os agentes desportivos
participantes nas atividades desportivas.”

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Regime de transparência agosto de 2022 43
Página do manual 28

Atividade profissional especificamente prevista na lista


de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS
Supremo Tribunal Administrativo - Acórdão de uniformização de jurisprudência
Processo n.º 092/19.9 BALSB
“… o envolvimento e a importância dos árbitros para a realização de eventos
Uniformizou-se desportivos não pode ser considerado como fator determinante para julgar que tais
a jurisprudência profissionais são, eles próprios, desportistas, sob pena de terem de ser considerados
no sentido de que como desportistas todos quanto estão envolvidos no fenómeno desportivo”.
“não constando a “… não só os árbitros, mas também os médicos, os dirigentes, os empresários,
atividade de árbitro, e outros agentes desportivos previstos na Lei de Bases da Atividade Física
especificamente, e do Desporto ficam abrangidos por este mesmo entendimento”.
da Tabela a que “o que deve relevar para incluir um determinado profissional na Tabela do Código
se refere o (artigo do IRS é a atividade, concreta e especificamente, por ele exercida”.
151.º do) Código Considera o STA que “não existe qualquer violação do princípio da igualdade
do IRS, ser-lhe-á e da capacidade contributiva, na medida em que não existem razões legais para
aplicável o proceder a uma interpretação extensiva da atividade profissional de desportista,
coeficiente de 0,35”. já que as funções e as tarefas exercidas por um árbitro não se incluem
concretamente nesse conceito, nem com ele se confundem”.

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Regime de transparência agosto de 2022 44
2.2.2.3

Exercício pluridisciplinar
de atividades e novo conceito
de sociedade de profissionais
introduzido em 2014

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Regime de transparência 45
Página do manual 29

Sociedades de profissionais

• Exercício pluridisciplinar de atividades.


• Novo conceito de sociedade de profissionais desde 2014.
• Nova definição, mais completa, que deixa de se reconduzir
obrigatoriamente à exigência de identidade da profissão
dos sócios.
• Exercício conjunto ou isolado de atividades profissionais
especificamente previstas na lista a que se refere o artigo
151.º do CIRS em simultâneo com atividades
não profissionais.
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Regime de transparência agosto de 2022 46
Página do manual 31

Sociedades de profissionais

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Regime de transparência agosto de 2022 47
Página do manual 32

Sociedades de profissionais

Exemplo 4
• O estabelecimento da “Café e Pastelaria Viriato, Lda.”,
é um local onde os Jogos Santa Casa são muito procurados.
• A sociedade é detida por João e Joana, cada um com quota
de 50 % do capital, e ambos trabalham no estabelecimento.
• Faturação em 2020:
• – Serviço de café e venda de pastelaria: 280.000 €
• – Comissões dos Jogos Santa Casa: 205.000 €
• – Total: 485.000 €. Enquadrada na transparência fiscal?
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Regime de transparência agosto de 2022 48
Página do manual 32

Sociedades de profissionais

Exemplo 4
• A atividade de comissionistas é uma atividade
especificamente prevista na lista … (com o código 1319).
• Mas os rendimentos provenientes desta atividade
representam apenas 42,27 % dos rendimentos totais auferidos
pela sociedade durante 2020.
• Não estamos perante uma sociedade de profissionais,
mesmo que cumpridos todos os restantes requisitos previstos
no ponto 2) da alínea a) do n.º 4 do artigo 6.º do CIRC.
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Regime de transparência agosto de 2022 49
Página do manual 33

Sociedades de profissionais

Exemplo 5
• António, contabilista certificado, desenvolve esta atividade
desde 2014 através da sociedade “António é de Boas Contas,
Unipessoal, Lda.”
• Em complemento, a empresa tem no objeto social,
e desenvolve, a atividade de venda de artigos de papelaria
e material de escritório, que tem representado em cada ano
uma percentagem entre 10 % e 15 % do seu volume
de negócios.
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Regime de transparência agosto de 2022 50
Página do manual 33

Sociedades de profissionais

Exemplo 5
• Em 2020, a sociedade de António adquiriu a carteira
de clientes do também contabilista certificado João e integrou
os anteriores colaboradores deste. E comprou um escritório.
• Em 01/10/2020 fez uma transformação na sociedade com
aumento de capital, e foi admitido um novo sócio, com 40 %
do capital social. Seu irmão e mecânico de automóveis.
• Em 2020 a sociedade “António é de Boas Contas, Lda.”
enquadra-se no regime de transparência fiscal?
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Regime de transparência agosto de 2022 51
Página do manual 33

Sociedades de profissionais

Exemplo 5
• Contabilista certificado é uma atividade especificamente
prevista na lista de atividades a que se refere o artigo 151.º
do CIRS (com o código 4015 Técnicos oficiais de contas).
• A atividade de contabilista certificado é exercida
conjuntamente com uma atividade de comércio.
• Os rendimentos com origem na atividade profissional
representam mais de 75 % do total de rendimentos
da sociedade.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 52
Página do manual 33

Sociedades de profissionais

Exemplo 5
• Importa verificar se, durante mais de 183 dias do período
de tributação, se verificou em simultâneo:
• o número de sócios não foi superior a cinco, (verifica-se)
• nenhum dos sócios é pessoa coletiva de direito público e,
(verifica-se)
• pelo menos, 75 % do capital social foi detido por profissionais
que exercem as atividades profissionais,
total ou parcialmente, através da sociedade (verifica-se).
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 53
Página do manual 33

Sociedades de profissionais

Exemplo 5
• O capital social foi 100 % detido pelo contabilista certificado
que trabalha na sociedade, entre um de janeiro e 30
de setembro.
• Assim, no exercício de 2020 a sociedade está enquadrada
na transparência fiscal.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 54
Página do manual 34

Sociedades de profissionais

Exemplo 6
• Durante todo o ano de 2020, 6 médicos foram sócios de uma
sociedade, através da qual desenvolveram a sua atividade,
e a prática de medicina é a única atividade da sociedade.
• Em 2020 a sociedade enquadra-se no regime de transparência
fiscal?

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 55
Página do manual 34

Sociedades de profissionais

Exemplo 6
• Sim. Nesta situação é irrelevante o número de sócios
profissionais a que se refere o ponto 2) da alínea a) do n.º 4
do artigo 6.º do CIRC.
• Esta sociedade é enquadrada no regime de transparência
fiscal pelo ponto 1) da alínea a) do n.º 4 do artigo 6.º do CIRC,
pois foi constituída para o exercício de uma única atividade
profissional, na qual todos os sócios pessoas singulares são
profissionais dessa atividade. Número de sócios é irrelevante.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 56
Página do manual 34

Sociedades de profissionais

Exemplo 7
• Durante todo o ano de 2020, 3 contabilistas certificados e 3
formadores foram sócios de uma sociedade, através da qual
desenvolveram as suas atividades.
• Estas são as únicas atividades da sociedade.
• Em 2020 a sociedade enquadra-se no regime
de transparência fiscal?

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 57
Página do manual 34

Sociedades de profissionais

Exemplo 7
• Não fica enquadrada no regime de transparência fiscal pelo
ponto 1) da alínea a) do n.º 4 do artigo 6.º do CIRC, pois foi
constituída para o exercício de duas atividades profissionais
especificamente previstas na lista de atividades
a que se refere o artigo 151.º do CIRS.
• As atividades de contabilista certificado e de formador são
exercidas conjuntamente e os rendimentos com origem nas
mesmas representam 100 % dos rendimentos da sociedade.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 58
Página do manual 34

Sociedades de profissionais

Exemplo 7
• Importa verificar se, durante mais de 183 dias do período
de tributação, se verificou em simultâneo:
• o número de sócios não foi superior a cinco, (NÃO se verifica)
• nenhum dos sócios é pessoa coletiva de direito público
(verifica-se) e,
• pelo menos, 75 % do capital social foi detido por profissionais
que exercem as atividades profissionais, total ou
parcialmente, através da sociedade (verifica-se).
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 59
Página do manual 34

Sociedades de profissionais

Exemplo 7

• Pela não verificação da condição quanto a número de sócios


se conclui que também não fica enquadrada no regime
de transparência fiscal pelo ponto 2) da alínea a) do n.º 4
do artigo 6.º do CIRC.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 60
Página do manual 35

Sociedades de profissionais
FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa
Processo 911/2017, sancionado por Despacho da Diretora de Serviços,
de 31 de agosto de 2017

“Tendo em consideração que o sócio


Sujeição ao regime de transparência fiscal de
maioritário está reformado e não exerce
uma sociedade que se dedica a atividades de
qualquer atividade na sociedade, o requisito
medicina dentária e odontologia (CAE 86230)
rela vo à percentagem do capital social detido
e atividades de prática médica de clínica geral,
por profissional que exerça a atividade através
em ambulatório (CAE 86210).
da sociedade não se encontra verificado,
uma vez que o sócio que exerce a atividade
Quanto ao capital societário, este encontra-se
naqueles termos detém, apenas, 48 %
distribuído por duas quotas, correspondentes
do capital social, não alcançando o limiar
a 52 % e 48 % do capital social.
de 75 % exigido.”

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 61
Página do manual 36

Sociedades de profissionais
FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa
Processo 145/2018 – PIV no 13 069, Despacho de 2019/04/11 da Subdiretora-Geral do
IR e das Relações Internacionais

Eventual enquadramento fiscal de uma “Neste caso, a sócia da sociedade, que exerce
sociedade, cuja atividade é a formação a atividade de formação na sociedade, apenas
profissional, no regime de transparência fiscal. detém uma quota representativa de 51 %
Sociedade comercial por quotas, pertencendo do capital social, pelo que os pressupostos
uma quota representativa de 51 % do capital não se encontram verificados.
social a uma sócia, formadora e auditora De forma que a sociedade, por não preencher
de profissão, e outra representativa de 49 % o conceito de sociedade de profissionais, não
do mesmo capital social, pertencente a outro se encontra, de acordo com o Art. 6.º do CIRC,
sócio, não residente, formador de profissão. sujeita ao regime de transparência fiscal.”

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 62
Página do manual 40

Sociedades de profissionais
FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa
Processo 2019 003187, sancionado por Despacho da Subdiretora Geral, de 31 de julho
de 2020. PIV n.º 16150

“Uma vez que na sociedade de advogados


100 % do seu capital social é detido (ainda que
Enquadramento jurídico-tributário a conferir indiretamente) por profissionais que exercem
a uma sociedade de advogados integralmente a referida atividade, total ou parcialmente,
detida por dois sócios pessoas coletivas, através da sociedade, encontram-se verificados
mais concretamente, aferir se tal sociedade os requisitos constantes da subalínea 2),
se encontra abrangida pelo regime da alínea a), do n.º 4 do artigo 6.º do Código
da transparência fiscal, do IRC. Logo, tal en dade deverá
previsto no artigo 6.º do CIRC. ser classificada como sociedade
de profissionais, estando enquadrada
no regime de transparência fiscal.”

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Regime de transparência agosto de 2022 63
2.2.3

Sociedades de simples
administração de bens

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 64
Página do manual 40

Sociedade de simples administração de bens


• Maioria do capital social
• A que limita a sua atividade
pertence, direta
à administração de bens ou valores
ou indiretamente,
mantidos como reserva ou para fruição
durante mais de 183 dias
ou à compra de prédios
do exercício social,
para a habitação dos seus sócios, Só ficam a um grupo familiar, ou
• Aquela que conjuntamente exerça
enquadradas • Capital social pertence,
outras atividades e cujos rendimentos
na TF se em qualquer dia
relativos a esses bens, valores
do exercício social,
ou prédios atinjam, na média dos
a um número de sócios
últimos três anos, mais de 50 %
não superior a cinco
da média, durante o mesmo período,
e nenhum deles é pessoa
da totalidade dos seus rendimentos.
coletiva de direito público.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 65
Página do manual 41

Sociedade de simples administração de bens

• Uma sociedade cujo ativo é constituído por um prédio e cujo


objeto seja o arrendamento dos andares e das lojas
do mesmo, deverá considerar-se como sociedade de mera
administração de bens.
• Já não será de mera administração de bens a sociedade
que tem por atividade a construção de imóveis para a sua
posterior exploração, a não ser que os rendimentos obtidos
imputáveis à “atividade” de arrendamento (também
desenvolvida por esta entidade), atinjam na média dos
últimos 3 anos mais de 50 % da totalidade dos rendimentos.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 66
Página do manual 41

Sociedade de simples administração de bens


FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa
Processo 2018 000144, sancionado por Despacho, de 26 de janeiro de 2018,
da Diretora SIRC
“… apenas as rendas recebidas de imóveis próprios,
Quais as atividades que
arrendados no âmbito da atividade da sociedade, integram
se consideram como de reserva
o conceito de rendimentos provenientes de administração
ou fruição numa sociedade
de bens ou valores mantidos como reserva ou para fruição.
de simples administração
Para efeitos de aferir a média de 50 % dos últimos três anos
de bens para efeitos do regime
da totalidade dos rendimentos da sociedade … venda
da transparência fiscal.
de imóveis adquiridos para revenda … juros de aplicações
Quais os rendimentos
financeiras (obrigações) … mais-valias de aplicações
a considerar para efeitos
financeiras (obrigações) … não sendo estes rendimentos
de aferir a média de 50 % dos
considerados como provenientes da atividade
últimos três anos da totalidade
de administração de bens ou valores mantidos
dos rendimentos da sociedade.
como reserva ou para fruição.”

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 67
Página do manual 43

Sociedade de simples administração de bens


FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa
Processo 2019 002222, sancionado por Despacho de 30 de outubro de 2019,
da Diretora de Serviços do IRC. PIV n.º 15756

“Como os imóveis administrados não eram


propriedade da sociedade, não poderiam
A entidade tinha como objeto social
considerar-se os rendimentos que daí auferia
a mediação imobiliária e administração
como provenientes de bens mantidos como
de imoveis por conta de outrem, estando
reserva ou para fruição, pelo que
inscrita com o CAE Principal 68311
não se encontrava preenchido o requisito
– “Atividades de Mediação Imobiliária” e o CAE
constante da parte final da alínea b) do n.º 4 do
Secundário 68321 – “Administração de Imoveis
artigo 6.º do Código do IRC e,
por Conta de Outrem”.
consequentemente, não poderia classificar-se
como sociedade de administração de bens.”

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 68
Página do manual 44

Sociedade de simples administração de bens

PARECER
Centro de Estudos Fiscais, 3 de maio de 1989, sancionado pelo Diretor Geral

“A atividade de administração de centros


comerciais, não é própria de uma sociedade
de simples administração de bens, nos termos
do disposto na alínea c) do n.º 2
Sociedades de administração de centros
em conjugação com o n.º 4
comerciais.
do artigo 6.º do CIRC.
Nesta conformidade, não lhe pode ser aplicado
o regime de transparência fiscal previsto
no artigo 6.º do CIRC.”

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 69
Página do manual 44

Sociedade de simples administração de bens

• A sociedade de simples administração de bens,


que em determinado exercício apenas tenha atividade
decorrente da administração de bens ou valores mantidos
como reserva ou para fruição ou à compra de prédios
para a habitação dos seus sócios,
• será nesse período enquadrada no regime de transparência
fiscal, cumpridos que estejam os restantes requisitos,
• mesmo que em exercícios anteriores tenha desenvolvido
estas atividades conjuntamente com outras.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 70
Página do manual 44

Sociedade de simples administração de bens

• Nos exercícios em que somente haja atividade


de administração de bens ou valores mantidos como reserva,
ou para fruição ou à compra de prédios para a habitação
dos seus sócios,
• não será necessário (ou não será possível, conforme
a perspetiva de interesse)
• ir verificar a percentagem média dos rendimentos destas
atividades sobre a totalidade dos rendimentos da sociedade.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 71
Página do manual 45

Sociedade de simples administração de bens


‒ Média dos “últimos três anos”
• … bem como aquela que conjuntamente exerça outras
atividades
• e cujos rendimentos relativos a esses bens, valores ou prédios
atinjam, na média dos últimos três anos,
• mais de 50 % da média, durante o mesmo período,
da totalidade dos seus rendimentos.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 72
Página do manual 45

Sociedade de simples administração de bens


‒ Média dos “últimos três anos”
• Para uma sociedade de simples administração de bens que,
durante o exercício de 2022, exerça a atividade de
administração de bens ou valores mantidos como reserva
conjuntamente com outras atividades fora deste conceito,
• vamos calcular aquela percentagem tendo em consideração
os rendimentos dos períodos de 2020, 2021 e 2022,
• ou os rendimentos dos períodos de 2019, 2020 e 2021?

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 73
Página do manual 45

Sociedade de simples administração de bens


‒ Média dos “últimos três anos”
• Somos do entendimento que se deverão considerar
os rendimentos dos períodos de 2020, 2021 e 2022.
• … necessidade, para a sujeição … ao regime da transparência
fiscal, do decurso de um prazo de três anos, pois só a partir
desse momento é possível aferir da existência de todos
os requisitos necessários para a respetiva qualificação como
sociedade de mera administração de bens. (DGCI, 1990)
• Entendimento sobre cálculo da % da provisão para garantias
a clientes aceite como gasto fiscal. (Circular 10/2011, DSIRC)
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 74
Página do manual 45

Sociedade de simples administração de bens


‒ Média dos “últimos três anos”
• Circular 10/2011, DSIRC – Provisões para garantias a clientes
• A referência aos «últimos três períodos de tributação»
permite considerar os dados do período em que se está
a constituir ou a reforçar a provisão (ano N) e dos dois
períodos anteriores (anos N-1 e N-2),
• uma vez que no final do período de tributação N
são já conhecidas as vendas e as prestações de serviços
desse período bem como os encargos suportados
com garantias a clientes.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 75
Página do manual 45

Sociedade de simples administração de bens


‒ Média dos “últimos três anos”
• AT emitiu informações vinculativas (não publicadas)
com entendimentos diferentes.

• Enquanto a AT, os tribunais, ou mesmo o legislador,


não clarificarem o alcance da norma, sugere-se
que as sociedades colocadas perante este dilema peçam
informação vinculativa para a sua situação concreta,
nos termos do artigo 68.º do Lei Geral Tributária.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 76
Página do manual 46

Sociedade de simples administração de bens


‒ Média dos “últimos três anos”
Exemplo 8

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 77
Página do manual 46

Sociedade de simples administração de bens


‒ Média dos “últimos três anos”
Exemplo 8
• No exercício de 2020 é considerada sociedade de simples
administração de bens?
• Como nos parece adequado: valores de 2018 a 2020
381.000 € / 701.000 € = 54,35 %
• A média dos rendimentos obtidos dos imóveis próprios
arrendados corresponde a mais de 50 % da média
da totalidade dos rendimentos e B, Lda. é, em 2020,
considerada sociedade de simples administração de bens.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 78
Página do manual 46

Sociedade de simples administração de bens


‒ Média dos “últimos três anos”
Exemplo 8
• Considerando “últimos três anos” os três exercícios anteriores
ao ano em análise, o cálculo será feito com os valores totais
de 2017 a 2019 e teremos:
376.000 € / 826.000 € = 45,52 %
• Como a média dos rendimentos obtidos dos imóveis próprios
arrendados não chega a 50 % da média da totalidade
dos rendimentos, B, Lda. não seria considerada sociedade
de simples administração de bens em 2020.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 79
Página do manual 46

Sociedade de simples administração de bens


‒ Média dos “últimos três anos”
Exemplo 8
• Esta análise comparativa não pretende lembrar
a possibilidade de qualquer opção.
• Pretende apenas reforçar a incerteza da norma, agravada
pela indecisão da AT que se pronunciou com interpretações
divergentes, o que pode levar a sentimentos de injustiça,
ou tentação de aproveitamento de uma das soluções,
em função do interesse ou não pelo enquadramento
no regime de transparência fiscal.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 80
Página do manual 47

Sociedade de simples administração de bens

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 81
2.2.3.1

Grupo familiar

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 82
Página do manual 47

Sociedade de simples administração de bens


‒ Grupo familiar
• Por definição, no artigo 6.º do CIRC:

• Grupo familiar
• O grupo constituído por pessoas unidas por vínculo
conjugal ou de adoção e bem assim de parentesco
ou afinidade na linha reta ou colateral até ao 4.º grau,
inclusive.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 83
Página do manual 47

Sociedade de simples administração de bens


‒ Grupo familiar
• O legislador elegeu o critério da participação maioritária
no capital social, sendo irrelevante o critério da “percentagem
de controlo”. A maioria do capital social das sociedades
de simples administração de bens deve ser aferida em função
da percentagem de participação no respetivo capital social.
• Esta participação pode ser direta ou indireta se, neste último
caso, for obtida através da participação noutras sociedades
que, por sua vez, participam na sociedade de simples
administração de bens.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 84
Página do manual 47

Sociedade de simples administração de bens


‒ Grupo familiar
• A maioria do capital deve ser pertença do grupo familiar
“durante mais de 183 dias do exercício social”.

• O legislador fiscal elegeu um prazo mínimo de tempo durante


o qual a sociedade deve reunir todos os requisitos
(substanciais e orgânicos) para que lhe possa ser aplicado
o regime de transparência fiscal.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 85
Página do manual 47

Sociedade de simples administração de bens


‒ Grupo familiar
• Ainda que a sociedade se possa considerar como de simples
administração de bens face à noção indicada na alínea b)
do n.º 4, e preencha todos os requisitos da alínea c) do n.º 1,
se não decorreram 183 dias do exercício social, aplica-se-lhe
o regime normal de tributação.
• Se ela reuniu os requisitos durante todo este período (de 183
dias), ainda que eles venham a deixar de verificar-se,
subordina-se durante todo o exercício social ao regime
de transparência fiscal.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 86
Página do manual 48

Sociedade de simples administração de bens


‒ Grupo familiar
Exemplo 9

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 87
Página do manual 48

Sociedade de simples administração de bens


‒ Grupo familiar
Exemplo 9

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 88
Página do manual 48

TRISAVÓS

Sociedade de simples 4.º grau

administração de bens BISAVÓS


3.º grau
‒ Grupo familiar

ascendente
Linha reta
AVÓS TIO AVÔ
2.º grau 4.º grau

• Esquema dos graus PAIS TIOS PRIMOS


1.º grau 3.º grau 4.º grau
de parentesco:
EU
IRMÃOS SOBRINHOS
2.º grau 3.º grau

FILHOS
1.º grau

descendente
Linha reta
NETOS
Linha colateral
2.º grau

BISNETOS
3.º grau

TRINETOS
4.º grau

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 89
Página do manual 50

Sociedade de simples administração de bens


‒ Grupo familiar
Exemplo 10

• A e B (pai e filho) são parentes na linha reta no 1.º grau.


• D, E e F são parentes de A igualmente na linha reta no 2.º grau.
• B e C são parentes entre si na linha colateral no 2.º grau.
• F é parente de D e E (primos) na linha colateral no 4.º grau
e parente de B (tio) igualmente na linha colateral e no 3.º grau.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 90
2.2.3.2

Número de sócios
não superior a cinco
e nenhum deles seja pessoa
coletiva de direito público

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 91
Página do manual 51

Sociedade de simples administração de bens


‒ Número de sócios não superior a cinco…
• Em alternativa, exige-se a existência de uma participação
maioritária no capital social durante todos os dias do exercício
social, por um número de sócios igual ou inferior a 5, os quais
deverão ser pessoas singulares ou coletivas de direito privado.
• Basta, portanto, que a sociedade venha a deter num dia
qualquer do exercício um número superior de sócios
ou que um deles venha a ser uma pessoa coletiva pública
para se aplicar no ano inteiro o regime normal de tributação
e já não o regime de transparência fiscal.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 92
Página do manual 51

Sociedade de simples administração de bens


‒ Número de sócios não superior a cinco…
Exemplo 11

• A sociedade de simples administração de bens será tributada


pelo regime normal relativamente a todo o exercício.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 93
2.2.3.3

Sociedades de gestão
de participações sociais

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 94
Página do manual 51

Sociedades de gestão de participações sociais

• Não se consideram sociedades de simples administração


de bens as que exerçam a atividade de gestão
de participações sociais de outras sociedades e que detenham
participações sociais que cumpram os requisitos previstos
no n.º 1 do artigo 51.º do mesmo código.

• Ver FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa referente ao Processo


2020 002188, sancionado por Despacho, de 7 de julho de 2020,
da Subdiretora Geral da Área de Gestão Tributária – IR. PIV n.º 17619.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 95
Página do manual 54

Sociedades de gestão de participações sociais

PARECER
Centro de Estudos Fiscais, 17/03/1989, sancionado pelo Diretor Geral em 21/03/1989

“As sociedades gestoras de participações


sociais (SGPS), … não são sociedades de simples
administração de bens de acordo
Não aplicação do regime de transparência
com a definição que destes é dada na alínea b)
fiscal às sociedades gestoras de participações
do n.º 4 do artigo 6.º do Código do IRC,
sociais (SGPS).
pelo que não lhes é aplicável o regime
de transparência fiscal estabelecido no referido
artigo 6.º.”

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 96
2.2.4

Agrupamentos
complementares de empresas
e agrupamentos europeus
de interesse económico

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 97
Página do manual 54

ACE e AEIE

• Os lucros ou prejuízos do exercício, apurados nos termos


deste Código,
• dos agrupamentos complementares de empresas (ACE)
• e dos agrupamentos europeus de interesse económico (AEIE)
• com sede ou direção efetiva em território português,
que se constituam e funcionem nos termos legais,
• são imputáveis diretamente aos respetivos membros,
integrando-se no seu rendimento tributável.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 98
Página do manual 55

ACE e AEIE

• ACE é o Contrato pelo qual duas ou mais pessoas singulares


ou coletivas ou sociedades se agrupam, sem prejuízo
da personalidade jurídica de cada uma,
• com vista a melhorar as condições de exercício
ou de resultado das suas atividades económicas.
• Os ACE não podem ter por fim principal a realização e partilha
de lucros e constituir-se-ão com ou sem capital próprio.
• Os ACE devem ter contabilidade própria em moldes
semelhantes à das sociedades comerciais.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 99
Página do manual 55

ACE e AEIE

• AEIE é uma figura jurídica de direito comunitário,


supranacional, dis nguindo-se de uma sociedade
principalmente pelo seu obje vo, que é apenas o de facilitar
ou desenvolver a atividade económica dos seus membros,
para lhes permitir melhorar os seus próprios resultados.
• Em consequência deste caráter auxiliar, a atividade
do agrupamento deve estar relacionada com a atividade
económica dos seus membros, constituindo
um complemento deste, sem que a ele se substitua.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 100
Página do manual 55

ACE e AEIE

• Os membros dos AEIE buscam na sua constituição


a promoção e o desenvolvimento das respetivas atividades
económicas e não a prossecução direta do lucro.
• A existirem lucros, serão os mesmos repartidos pelos
associados, não podendo o agrupamento retê-los seja
a que título for.
• Por isso, os lucros ou perdas resultantes da atividade do AEIE
só são tributáveis ao nível dos seus membros.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 101
2.3

Imputação aos sócios


ou membros

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Regime de transparência 102
2.3.1 Anexo G da Declaração anual/IES

2.3.2 Imputação a sócios

2.3.2.1 Sociedades transparentes


detentoras de quotas próprias

2.3.3 Imputação a membros de ACE ou AEIE

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 103
Página do manual 56

Imputação aos sócios ou membros


Sócios / membros
Entidades transparentes

singulares
Pessoas
coletivas
Pessoas
Quadro
07

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 104
Página do manual 57

Imputação aos sócios ou membros

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 105
Página do manual 58

Imputação a sócios de sociedades transparentes

• No caso das sociedades sujeitas ao regime de transparência


fiscal, previstas no n.º 1 do artigo 6.º do CIRC, deve indicar
no campo G79 o valor total da matéria coletável a imputar
aos sócios, cujo montante deve corresponder ao valor apurado
no quadro 09 da declaração de rendimentos modelo 22.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 106
Página do manual 59

Imputação aos sócios ou membros

Exemplo 12
• A sociedade X - no regime de transparência fiscal - é constituída
por dois sócios, Contabilistas Certificados, um com 60 %
do capital (sócio A) e o outro com 40 % (sócio B). No período
de 2020, o lucro contabilístico obtido pela sociedade foi
de 2.000 euros, sendo a sua matéria coletável de 2.500 euros.
• O critério definido no pacto social para imputação da matéria
coletável é a % de capital detida. Como será feita a distribuição
de lucro e a sua consequência na tributação dos sócios?
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 107
Página do manual 59

Imputação aos sócios ou membros

Exemplo 12
• A distribuição do lucro contabilís co ob do pelos sócios
obedecerá às normas do direito comercial e ao que for
deliberado pelos sócios.
• No pressuposto de que é distribuída a totalidade do lucro
contabilístico: 2.000 euros:
• 1.200 euros caberão ao sócio que detém 60 %
• e 800 euros ao sócio que têm a participação de 40 %.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 108
Página do manual 59

Imputação aos sócios ou membros

Exemplo 12
• No momento em que tais lucros forem colocados à disposição
dos sócios não haverá retenção na fonte porque tais
rendimentos não se qualificam como rendimentos de capitais
(parte final da alínea h) do n.º 2 do art.º 5.º do CIRS).
• A tributação na esfera dos sócios ocorre por imputação
da matéria coletável da sociedade: os 2.500 euros.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 109
Página do manual 59

Imputação aos sócios ou membros

Exemplo 12
• A declaração modelo 22 da sociedade relativa ao período
de 2020 é preenchida, normalmente, até ao quadro 09
(só se preenchendo o quadro 10 e só o campo 365
se existirem tributações autónomas).
• A imputação da matéria coletável aos sócios faz-se no quadro
03 do anexo G da IES da sociedade:
• Sócio A – 1.500 euros
• Sócio B – 1.000 euros.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 110
Página do manual 60/61

Sociedades transparentes detentoras de quotas próprias

PROCESSO IRC n.º 199/89


Despacho de 9/3/89 do SBDG

“A matéria coletável, determinada nos termos


do Código do IRC, das sociedades abrangidas
pelo regime de transparência fiscal previsto
no artigo 5.º daquele Código [atual artigo 6.º],
Exclusão da imputação a ações ou quotas é imputada aos seus sócios na proporção
próprias. do capital efetivamente detido, devendo
excluir-se do total do capital,
para determinação dessa proporção o valor
das quotas próprias e o das amortizadas
sem redução do capital social.”

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 111
Página do manual 61

Imputação aos sócios ou membros

Exemplo 13
• Sociedade por quotas “X”, sujeita ao regime de transparência
fiscal, com capital social de 10.000 € distribuído por duas
quotas no valor de 5.000 € cada uma (dos sócios A e B).
• Posteriormente, a sociedade vem a adquirir uma quota dela
própria, no valor de 1.000 €, e temos a distribuição do capital:
• Sócio A: 5.000 € – 50 %
• Sócio B: 4.000 € – 40 %
• Sociedade “X”: 1.000 €
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 112
Página do manual 61

Imputação aos sócios ou membros

Exemplo 13
• Imputação da matéria coletável de 6.000 €, obtida em 2020:

* Capital efetivo = capital social – quota detida pela sociedade.


Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 113
Página do manual 62

Imputação a membros de ACE ou AEIE

• Tratando-se de AEIE ou ACE, deve indicar no campo G80


o valor total do lucro fiscal ou do prejuízo fiscal a imputar
aos sócios ou membros do agrupamento, cujo montante
deve corresponder ao valor apurado no quadro 07
da declaração de rendimentos modelo 22.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 114
2.4

Outras particularidades
do regime

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 115
2.4.1 Encargos não dedutíveis para efeitos
fiscais/número máximo de viaturas
2.4.2 Não aplicabilidade da eliminação
da dupla tributação económica
2.4.3 Dedução de prejuízos fiscais
2.4.4 Retenções de IRC na fonte
2.4.5 Pagamentos por conta
2.4.6 Derrama municipal e derrama estadual

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 116
2.4.7 Tributações autónomas
2.4.8 Imputação aos sócios de deduções
à coleta
2.4.9 Obrigações declarativas
2.4.10 Liquidações corretivas
2.4.11 Anulação de imposto liquidado a mais
2.4.12 Impossibilidade de enquadramento
no regime simplificado

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 117
Página do manual 63

Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais/número


máximo de viaturas
N.º 9 do artigo 23.º-A do CIRC

• Tratando-se de sociedades de profissionais sujeitas ao regime


de transparência fiscal, pode ser fixado por portaria
do membro do Governo responsável pela área das finanças
o número máximo de veículos e o respetivo valor para efeitos
de dedução dos correspondentes encargos.
• Portaria n.º 1041/2001, de 28 de agosto.
• Não será tomada em consideração a parte do valor de aquisição ou reavaliação que
exceda o limite estabelecido na alínea e) do n.º 1 do artigo 34.º do Código do IRC.
• Viaturas: limitação a uma por sócio de sociedade de profissionais e por trabalhador
ao serviço dos referidos sujeitos passivos, quando, em qualquer caso, seja
comprovada a indispensabilidade do seu uso.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 118
Página do manual 64

Não aplicabilidade da eliminação da dupla tributação


económica
Artigo 51.º do CIRC

• Os lucros e reservas distribuídos a sujeitos passivos de IRC


com sede ou direção efetiva em território português
não concorrem para a determinação do lucro tributável, desde
que se verifiquem cumulativamente os seguintes requisitos
• (…) c) O sujeito passivo não seja abrangido pelo regime
da transparência fiscal previsto no artigo 6.º.
• Dupla tributação pode ser eliminada em sociedade que seja
sócia da sociedade em transparência fiscal que receber
os lucros (n.º 3 do artigo 51.º).
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 119
Página do manual 65

Dedução de prejuízos fiscais


Artigo 52.º, n.º 7 do CIRC

• Os prejuízos fiscais respeitantes às sociedades sujeitas


ao regime de transparência fiscal são deduzidos unicamente
dos lucros tributáveis das mesmas sociedades.

• Como vimos, os ACE e os AEIE imputam também


aos seus membros os prejuízos fiscais obtidos.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 120
Página do manual 65

Retenções de IRC na fonte


Artigos 94.º e 97.º do CIRC

• Aos rendimentos auferidos pelas sociedades em transparência


fiscal, eventualmente sujeitos a retenção na fonte de IRC,
aplica-se essa retenção nos mesmos moldes que aos restantes
sujeitos passivos de IRC.
• Remunerações auferidas por sociedades de revisores oficiais
de contas na qualidade de membros de órgãos estatutários
de pessoas coletivas,
• Rendas (sociedades de simples administração de bens), *
• Juros, lucros.  Sem dispensas de retenção. *
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 121
Página do manual 66

Pagamentos por conta de IRC


Artigo 104.º do CIRC

• As sociedades no regime de transparência fiscal não efetuam


pagamentos por conta de IRC.
• A obrigação de pagamento por conta surge em sede de IRS
e incumbe aos respetivos sócios enquanto titulares de
rendimentos da Categoria B. (Ou aos sócios pessoas coletivas).
• Relembrando artigo 12.º do CIRC: as sociedades e outras
entidades a que, nos termos do artigo 6.º, seja aplicável
o regime de transparência fiscal não são tributadas em IRC,
salvo quanto às tributações autónomas.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 122
Página do manual 69

Derrama municipal
e derrama estadual
Artigo 18.º da LFL

• A derrama municipal incide “sobre o lucro tributável sujeito


e não isento de IRC” obtido por sujeitos passivos residentes
em território português que exerçam, a título principal,
uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola
e não residentes com estabelecimento estável nesse território.
• A derrama municipal não incidirá sobre o lucro tributável
de uma sociedade ou entidade transparente.
• O mesmo para a derrama estadual (artigo 87.º-A do CIRC).

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 123
Página do manual 70

Tributações autónomas
Artigo 88.º do CIRC

• Toda a disciplina constante no artigo 88.º do CIRC deve ser


respeitada pelas entidades transparentes, ficando sujeitos
às taxas de tributação autónoma previstas, e conforme
as condições definidas, os encargos nele referidos,
nomeadamente os relacionados com viaturas ligeiras
de passageiros, viaturas ligeiras de mercadorias referidas
na alínea b) do n.º 1 do artigo 7.º do CISV, motos
ou motociclos; com despesas de representação; ou com ajudas
de custo e compensação pela deslocação em viatura própria
do trabalhador, ao serviço da entidade patronal.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 124
Página do manual 71

Imputação de deduções à coleta


aos sócios
Artigo 90.º, n.º 2 do CIRC

• Ao montante de coleta apurado são efetuadas as seguintes


deduções, pela ordem indicada:
a) A correspondente à dupla tributação jurídica internacional;
b) A correspondente à dupla tributação económica internacional;
c) A relativa a benefícios fiscais;
d) A relativa ao pagamento especial por conta a que se refere
o artigo 106.º; [ Revogada pela Lei n.º 12/2022, de 27 de junho ]
e) A relativa a retenções na fonte não suscetíveis de compensação
ou reembolso nos termos da legislação aplicável.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 125
Página do manual 71

Imputação de deduções à coleta


aos sócios
Artigo 90.º, n.º 5 do CIRC

• As deduções referidas no n.º 2 respeitantes a entidades


a que seja aplicável o regime de transparência fiscal
estabelecido no artigo 6.º
• são imputadas aos respetivos sócios ou membros nos termos
estabelecidos no n.º 3 desse artigo
• e deduzidas ao montante apurado com base na matéria
coletável que tenha tido em consideração a imputação prevista
no mesmo artigo.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 126
Página do manual 72

Imputação de deduções à coleta


aos sócios
Artigo 90.º, n.º 5 do CIRC

FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa


Processo 185/2017, sancionado por Despacho, de 27 de junho de 2017,
da Diretora de Serviços

“… a sociedade de advogados, como sociedade


transparente, apura a matéria coletável,
Aplicação do regime previsto no artigo 91.º
de acordo com as normas do Código do IRC e,
do Código do IRC a uma entidade que se
quanto aos rendimentos obtidos
enquadra no regime de transparência fiscal,
no estrangeiro, determina o valor
com sede em território português, que presta
correspondente ao crédito de imposto
serviços de advocacia em Portugal e em
por dupla tributação jurídica internacional,
Angola.
sendo depois esses valores imputados
aos sócios, nos termos já referidos.”

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 127
Página do manual 73

Imputação de deduções à coleta


aos sócios
Artigo 90.º, n.º 5 do CIRC

FICHA DOUTRINÁRIA - Informação Vinculativa


Processo 2013 003058, Despacho de 2013.12.04, da substituta legal do Diretor-Geral

“… ser necessário apurar a coleta que seria devida


pela entidade transparente caso não fosse aplicável
Questão sobre se as entidades
o referido regime da transparência.
sujeitas ao regime da transparência
Com efeito, havendo uma limitação no regime do CFEI
fiscal podem usufruir do benefício
segundo a qual, a dedução prevista não pode exceder
fiscal previsto na Lei n.º 49/2013,
70 % da coleta do IRC, esta limitação terá que ser aferida
de 16 de julho – Crédito Fiscal
em relação à potencial/virtual coleta da entidade
Extraordinário ao Investimento
transparente e só depois imputada aos sócios
(CFEI).
ou membros de acordo com o disposto no n.º 5
do artigo 90.º do código do IRC.”

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 128
Página do manual 75

Obrigações declarativas
Artigo 117.º, n.º 9 do CIRC

• A não tributação em IRC das entidades abrangidas pelo regime


de transparência fiscal não as desobriga de apresentação
ou envio das seguintes declarações:
• Declaração de inscrição, de alterações ou de cessação, nos termos
dos artigos 118.º e 119.º;
• Declaração periódica de rendimentos, nos termos do artigo 120.º;
• Declaração anual de informação contabilística e fiscal, nos termos
do artigo 121.º;
• Declaração financeira e fiscal por país, nos termos do artigo 121.º-A;
• Outras: modelo 10… modelo 30…
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 129
Página do manual 75

Liquidações corretivas
Artigo 100.º do CIRC

• Sempre que, relativamente às entidades a que se aplique


o regime de transparência fiscal definido no artigo 6.º, haja
lugar a correções que determinem alteração dos montantes
imputados aos respetivos sócios ou membros,
• a AT promove as correspondentes modificações na liquidação
efetuada àqueles, cobrando-se ou anulando-se
em consequência as diferenças apuradas.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 130
Página do manual 76

Anulação de imposto liquidado a mais


Artigo 103.º do CIRC

• AT procede oficiosamente à anulação, total ou parcial,


do imposto que tenha sido liquidado, sempre que este
se mostre superior ao devido, nos seguintes casos:
• Em consequência de correção da liquidação nos termos
dos números 9 e 10 do artigo 90.º ou do artigo 100.º
• (…)

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 131
Página do manual 76

Impossibilidade de enquadramento
no regime simplificado
Artigo 86.º-A do CIRC

• Regime simplificado de determinação da matéria coletável


de IRC é um regime de opção.
• Podem enquadrar-se, mediante o cumprimento das condições
previstas, os sujeitos passivos residentes, não isentos
nem sujeitos a um regime especial de tributação (…)
• A transparência fiscal é um regime especial de tributação,
e impede as sociedades transparentes de opção pelo regime
simplificado de determinação da matéria coletável.
• Informação Vinculativa - Processo 2647/2018, 14093.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 132
2.5

Tributação de valores
imputados a pessoas coletivas

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 133
Página do manual 77

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas

• Poderemos ter sociedades “beneficiárias” de dois tipos


de rendimentos:
1. Sociedades sócias de sociedades de profissionais
ou de sociedades de simples administração de bens,
a quem estas duas tipologias de entidades transparentes
imputam a matéria coletável que apuram;
2. Sociedades membros de ACE ou AEIE a quem estes
agrupamentos imputam lucros ou prejuízos do exercício.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 134
Página do manual 78

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas

• A imputação aos sócios deve ser efetuada no período


de tributação a que a matéria coletável
ou o lucro tributável / prejuízo fiscal respeite,
• pelo que estes devem solicitar, atempadamente, às respetivas
entidades, os elementos considerados indispensáveis
para a concretização dessa imputação, quer a nível de matéria
coletável ou lucro tributável / prejuízo fiscal,
• quer relativamente às deduções à coleta
que proporcionalmente lhes corresponder.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 135
Página do manual 78

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas

• Nos períodos de tributação em que as entidades abrangidas


pelo regime de transparência fiscal procederem à distribuição
de lucros,
• os sócios (sociedades) devem deduzir no campo 771 os lucros
distribuídos,
• desde que os mesmos se encontrem incluídos no resultado
líquido do período, de forma a evitar a dupla tributação.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 136
2.5.1

Sociedades a quem
é imputada matéria coletável

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 137
Página do manual 77

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas


‒ Sociedades a quem é imputada matéria coletável

• Às sociedades sócias de sociedades de profissionais ou de


sociedades de simples administração de bens será unicamente
imputada matéria coletável que estas apurem no âmbito
da sua atividade sujeita ao regime de transparência fiscal.
• O valor desta matéria coletável é, na sociedade beneficiária,
integrado no seu lucro tributável, através do preenchimento
do campo 709 do quadro 07 da declaração modelo 22:

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 138
Página do manual 78

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas


‒ Sociedades a quem é imputada matéria coletável

Exemplo 14
• A sociedade Y desenvolve a atividade de prestação de serviços
de consultadoria económica e fiscal e reúne condições
para sujeição ao regime de transparência fiscal.
• O seu capital social é detido em percentagens iguais por dois
sócios: a sociedade Z e a pessoa singular A.
• No exercício de 2020, a sociedade transparente imputou
a cada um daqueles sócios, no Anexo G da IES, 50 % da matéria
coletável que obteve, no valor total de 16.000 €.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 139
Página do manual 78

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas


‒ Sociedades a quem é imputada matéria coletável

Exemplo 14
• A sociedade Z, no exercício de 2020 apurou um resultado
líquido do período de 12.820 €.

• Da informação fornecida, que valores serão de inscrever


no quadro 07 da declaração modelo 22 da sociedade Z?

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 140
Página do manual 78

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas


‒ Sociedades a quem é imputada matéria coletável

Exemplo 14

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 141
2.5.2

Sociedades a quem
são imputados lucros
ou prejuízos fiscais

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 142
Página do manual 80

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas


‒ Sociedades a quem são imputados lucros ou prejuízos fiscais

• Aos membros dos agrupamentos complementares


de empresas (ACE) e agrupamentos europeus de interesse
económico (AEIE) é imputado o lucro tributável / prejuízo
fiscal, conforme n.º 2 do artigo 6.º do CIRC.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 143
Página do manual 81

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas


‒ Sociedades a quem são imputados lucros ou prejuízos fiscais

Exemplo 15
• A sociedade Maltês, SA é membro de um ACE, do qual
recebeu, no período de tributação de 2020, o montante
de € 1.000, correspondente à sua quota-parte dos lucros
apurados em 2019, o qual contabilizou na respetiva conta
da classe 7 - Rendimentos.
• Nesse mesmo período, o referido ACE, que é constituído
por 20 membros, apurou um lucro tributável de € 15.000.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 144
Página do manual 81

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas


‒ Sociedades a quem são imputados lucros ou prejuízos fiscais

Exemplo 15
• Correções no Quadro 07 de 2020:

• Campo 709 – Acréscimo de € 750 (€ 15.000 / 20)

• Campo 771 – Dedução de € 1.000


(como forma de evitar a dupla tributação dos lucros referentes
a 2019 e distribuídos em 2020).
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 145
Página do manual 81

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas


‒ Sociedades a quem são imputados lucros ou prejuízos fiscais

Exemplo 16
• A Sociedade Inglês, S.A. é membro de um ACE e recebeu
uma comunicação informando-a que, no período de tributação
de 2020, o referido agrupamento, formado por 20 membros,
apurou um prejuízo fiscal de € 12.500.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 146
Página do manual 81

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas


‒ Sociedades a quem são imputados lucros ou prejuízos fiscais

Exemplo 16
• Correção no Quadro 07 de 2020:

• Campo 755 – Dedução de € 625 (€ 12.500 / 20)

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 147
2.5.3

Estabelecimento estável
de não residente

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 148
Página do manual 81

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas


‒ Estabelecimento estável de não residente

• N.º 11 do artigo 5.º do CIRC


• Para efeitos da imputação prevista no artigo 6.º, considera-se
que os sócios ou membros das entidades nele referidas
que não tenham sede nem direção efetiva em território
português obtêm esses rendimentos através
de estabelecimento estável nele situado.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 149
Página do manual 81

Tributação de valores imputados a pessoas coletivas


‒ Estabelecimento estável de não residente

• Para um não residente sócio ou membro de uma entidade


transparente em Portugal será considerado que tem
estabelecimento no nosso país, para efeitos de tributação
dos rendimentos que lhe sejam imputados.
• Um estabelecimento estável de não residente está obrigado
à entrega da declaração de rendimentos modelo 22 e, neste
particular, deverá preencher o quadro 3-C respondendo
que é considerado um estabelecimento estável para efeitos
da imputação prevista no n.º 11 do artigo 5.º (e não n.º 9, como consta).

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 150
3.

TRIBUTAÇÃO
EM SEDE DE IRS

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 151
3.1

Regime de transparência
fiscal no Código do IRS

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 152
Página do manual 83

Regime de transparência fiscal no Código do IRS

• É rendimento líquido na categoria B:


• O rendimento dos sócios ou membros das entidades
transparentes, que sejam pessoas singulares, que resultar
da imputação por aquelas efetuada
• Ou, se superior, as importâncias que, a título
de adiantamento por conta de lucros, tenham sido pagas
ou colocadas à disposição durante o ano em causa.
• Nos anos seguintes serão feitos ajustamentos para eliminar
qualquer duplicação de tributação. [ artigo 20.º CIRS ]
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 153
Página do manual 85

Regime de transparência fiscal no Código do IRS

Exemplo 17
• Relativamente ao ano de 2019, a sociedade de profissionais
CC, Lda. imputou aos seus sócios A (70 % do capital) e B (30 %
do capital) uma matéria coletável de 10.000 €, sendo 7.000 €
imputados a A e 3.000 € imputados a B.
• No mesmo ano, foram pagos 5.000 € de adiantamentos
por conta de lucros a cada um dos sócios A e B,
sem que existissem saldos pendentes de anos anteriores.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 154
Página do manual 85

Regime de transparência fiscal no Código do IRS

Exemplo 17
• Em 2020, a sociedade obteve matéria coletável de 6.000 € e,
durante esse ano, A recebeu 6.000 € e B não recebeu qualquer
valor.
• Valores a tributar por A e B no ano de 2020?

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 155
Página do manual 85

Regime de transparência fiscal no Código do IRS

Exemplo 17
• Relativamente a 2019:
• A, com imputação de 7.000 € e recebeu 5.000 €
teve tributação sobre 7.000 €
• B, com imputação de 3.000 € e recebeu 5.000 €
teve tributação sobre 5.000 €
• B ficou com “crédito” de 2.000 €

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 156
Página do manual 85

Regime de transparência fiscal no Código do IRS

Exemplo 17
• Relativamente a 2020:

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Regime de transparência agosto de 2022 157
Página do manual 85

Regime de transparência fiscal no Código do IRS

Exemplo 17
* Apesar de A ter recebido 6.000 € em 2020, mais do que
a matéria coletável imputada, ainda tinha por receber 2.000 €
do rendimento imputado em 2019. Assim, ainda fica com direito
a receber 200 € do rendimento imputado em 2020.
** B foi tributado em excesso em 2019 sobre 2.000 €.
Deste “crédito” tem direito a um ajustamento de 1.800 € em 2020
e ainda restam 200 € para ajustamento em anos seguintes
em que o valor recebido seja inferior ao valor imputado.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 158
Página do manual 86

Regime de transparência fiscal no Código do IRS


‒ Rendimentos faturados a sociedades de profissionais
• E se sócio faturar da sua categoria B, em regime simplificado,
serviços à sua sociedades de profissionais?

• Para impedir este comportamento “abusivo” que levaria


a redução do encargo com IRS, o legislador impôs
que se aplique o coeficiente 1 (um) aos rendimentos
decorrentes de prestações de serviços efetuadas
às sociedades de profissionais a que é aplicado o regime
da transparência fiscal, quando o sujeito passivo delas for sócio.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 159
Página do manual 87

Regime de transparência fiscal no Código do IRS


‒ Mais-valias em resultado da partilha de sociedades
• Constituem rendimentos da categoria G do IRS, sendo
tributados sobre a forma de mais-valias, os ganhos obtidos
na alienação onerosa de partes sociais, incluindo o valor
atribuído em resultado da partilha de sociedades nos termos
dos artigos 81.º do CIRC.
• Será rendimento dos sócios, no período de tributação
em que for posto à sua disposição, o valor que for atribuído
a cada um deles em resultado da partilha, abatido do valor
de aquisição das correspondentes partes sociais e de outros
instrumentos de capital próprio.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 160
Página do manual 87

Regime de transparência fiscal no Código do IRS


‒ Mais-valias em resultado da partilha de sociedades
• Para efeitos de tributação desta diferença, deve observar-se
o seguinte:
a) Quando positiva, é considerada como mais-valia;
b) Quando negativa, é considerada como menos-valia…
• Se um sócio pessoa singular realizou capital social no valor
de 10.000 € (ou pagou este montante pela aquisição
de uma quota a um terceiro) e lhe é atribuído, na liquidação
e partilha da sociedade, o valor de 25.000 €.
 Mais-valia de 15.000 € a ser tributada pelas regras
da categoria G do IRS.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 161
Página do manual 88

Regime de transparência fiscal no Código do IRS


‒ Mais-valias em resultado da partilha de sociedades
• Os 25.000 € atribuídos na partilha, que no fundo
são a valorização do investimento feito pelo sócio, podem
ter tido diversas origens, mas a mais comum é terem origem
em resultados obtidos pela sociedade e que os sócios
optaram por não distribuir.
• E se naqueles 25.000 € estiverem incluídos valores
de matéria coletável já imputada/tributada na esfera do sócio,
enquanto sócio de sociedade transparente, sem
a correspondente distribuição de lucros do mesmo montante?

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 162
Página do manual 88

Regime de transparência fiscal no Código do IRS


‒ Mais-valias em resultado da partilha de sociedades
• N.º 5 do artigo 81.º do CIRC:
• Relativamente aos sócios de sociedades abrangidas
pelo regime de transparência fiscal, ao valor que lhes for
atribuído em virtude da partilha é ainda abatida a parte
do resultado de liquidação que, para efeitos de tributação,
lhes tenha sido já imputada, assim como a parte que lhes
corresponder nos lucros retidos na sociedade nos períodos
de tributação em que esta tenha estado sujeita àquele
regime.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 163
Página do manual 88

Regime de transparência fiscal no Código do IRS


‒ Mais-valias em resultado da partilha de sociedades
Exemplo 18
• A sociedade C, Lda. foi constituída em 2000 por dois sócios,
tendo cada um subscrito e realizado uma quota com valor
nominal de 5.000 €.
• Até 2012 a sociedade foi tributada pelo regime normal de IRC
e de 2013 até ao presente C, Lda. foi enquadrada
como sociedade de profissionais.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 164
Página do manual 88

Regime de transparência fiscal no Código do IRS


‒ Mais-valias em resultado da partilha de sociedades
Exemplo 18
• Nestes exercícios, o total de matéria coletável imputado
aos sócios ascendeu a 100.000 €, tendo estes apenas recebido
60.000 €, em partes iguais.
• Em 2021, sociedade C, Lda. foi liquidada e procedeu-se
à partilha do património pelos sócios, com a atribuição
a cada um deles do valor de 50.000 €.
• Qual a mais-valia a tributar no ano de 2021 em cada sócio?

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 165
Página do manual 88

Regime de transparência fiscal no Código do IRS


‒ Mais-valias em resultado da partilha de sociedades
Exemplo 18
• Pela regra geral do artigo 81.º do CIRC a mais-valia obtida
por cada sócio seria de 45.000 €: valor atribuído na partilha
(50.000 €) – valor de aquisição/realização da quota (5.000 €).
• Do diferencial entre a matéria coletável imputada pela
sociedade aos sócios, enquanto esteve em transparência fiscal,
e o valor de lucros recebidos por estes, há um valor
de 20.000 € já tributado em excesso em cada sócio.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 166
Página do manual 88

Regime de transparência fiscal no Código do IRS


‒ Mais-valias em resultado da partilha de sociedades
Exemplo 18
• Este diferencial será subtraído na determinação da mais-valia
a tributar, como previsto no n.º 5 do artigo 81.º do CIRC.
• Assim, a mais-valia a tributar em cada sócio será apenas
de 25.000 € (45.000 € - 20.000 €).

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 167
3.2

Anexo D da declaração
modelo 3 de IRS

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 168
Página do manual 89

Anexo D da declaração modelo 3 de IRS

• Os valores imputados a pessoas singulares por entidades


transparentes (rendimentos e deduções) são declarados
no anexo D da declaração modelo 3 de IRS.
• Alem destes, o anexo D acolhe ainda a imputação de lucros
ou rendimentos obtidos por entidades não residentes
em território português que estejam sujeitas, no país
ou território da residência, a um regime fiscal privilegiado
(artigo 66.º do CIRC) ou de herança indivisa, nos termos
dos artigos 19.º e 20.º do CIRS.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 169
Página do manual 89

Anexo D da declaração modelo 3 de IRS

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 170
4.

APLICAÇÃO PRÁTICA

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 171
4.1

Enunciado

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 172
Página do manual 93

Enunciado

• No início de 2019, Maria e Mário constituíram a sociedade


“Formamos Boas Contas, Lda.” com o capital social
de 20.000 € que corresponde a duas quotas, uma no valor
de 12.000 € (60 %) pertencente a Maria e outra no valor
de 8.000 € (40 %) detida por Mário.
• A sociedade tem a sua sede e instalações na cidade de Viseu.
• Maria e Mário são contabilistas certificados e formadores
e ambos prestam serviços de contabilidade, consultoria
fiscal e formação através daquela sociedade.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 173
Página do manual 93

Enunciado

• No exercício de 2019 a sociedade apurou prejuízo para efeitos


fiscais de 10.600 €.

• Relativamente ao exercício de 2020 temos:

1. Resultado antes de impostos: 12.810 €;


2. Perdas por imparidade em créditos contabilizadas: 2.700 €
(não foram contabilizadas perdas por imparidade em 2019);
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 174
Página do manual 93

Enunciado

• Relativamente ao exercício de 2020 temos:


3. Face aos critérios do artigo 28.º-B do CIRC, o valor daquelas
perdas por imparidade fiscalmente dedutível a 31/12/2020
é de apenas 800 €;
4. Despesas de representação: 200 €;
5. Gastos com compensação pela deslocação em viatura própria
de trabalhadores, ao serviço da entidade patronal,
não faturados a clientes e não sujeitos a IRS: 720 €;

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 175
Página do manual 93

Enunciado

• Relativamente ao exercício de 2020 temos:


6. Depreciação de viatura ligeira de passageiros movida
a gasolina e com custo de aquisição de 22.000 €: 5.500 €;
7. Outros gastos com aquela viatura: 1.200 €;
8. Comissões bancárias contabilizadas pelo extrato de conta:
23,34 €;
9. Investimento em equipamentos para o ativo fixo tangível
elegíveis no âmbito do CFEI II: 5.000 €;

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 176
Página do manual 93

Enunciado

• Relativamente ao exercício de 2020 temos:


10. Retenção de IRC na fonte sobre juros de depósitos
bancários: 20 €;
11. A taxa de derrama reduzida aprovada pelo Município
de Viseu para sujeitos passivos cujo volume de negócios,
no período anterior, não ultrapasse 150.000 € é de 0,01 %.
Justificar o enquadramento da sociedade “Formamos Boas Contas,
Lda.” no regime de transparência fiscal e mostrar o impacto nas
declarações M22 e IES da sociedade, bem como no IRS dos sócios.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 177
4.2

Implicações na sociedade
transparente

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 178
Página do manual 94

Aplicação prática

• As três atividades desenvolvidas pela sociedade “Formamos


Boas Contas, Lda.” estão especificamente previstas na lista
de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS.
• Mas, porque são três atividades, a sociedade não é
enquadrável no regime de transparência fiscal pelo ponto 1)
da alínea a) do n.º 4 do artigo 6.º do CIRC.
• Contudo, analisando os requisitos do ponto 2) daquela
mesma alínea, verifica-se que:

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 179
Página do manual 94

Aplicação prática

• — Os rendimentos da sociedade têm origem em mais


de 75 %, no exercício conjunto ou isolado de atividades
profissionais especificamente previstas na lista a que se refere
o artigo 151.º do CIRS (no caso, três daquelas atividades
geram 100 % dos rendimentos da sociedade),
• E, cumulativamente, durante mais de 183 dias do período
de tributação (no caso, durante todo o período de 2020):

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 180
Página do manual 94

Aplicação prática

• — O número de sócios não foi superior a cinco (dois sócios),


• — Nenhum deles é pessoa coletiva de direito público,
• — Pelo menos, 75 % do capital social foi/é detido por
profissionais que exercem as referidas atividades, total
ou parcialmente, através da sociedade (no caso, 100 %
do capital é detido por profissionais – contabilistas/
consultores/ formadores – que exercem as atividades
em exclusivo através da sociedade).
• Logo, enquadrada no regime de transparência fiscal.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 181
Página do manual 95

Aplicação prática

• Declaração modelo 22 de IRC da entidade transparente


• Quadro 4 - Regimes de tributação dos rendimentos

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 182
Página do manual 95

Aplicação prática

• Por aplicação das taxas previstas nos números 3, 7 e 9


do artigo 88.º do IRC, temos as seguintes tributações autónomas:

• Resultado líquido do período


12.810 € - 726 € = 12.084 €
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 183
Página do manual 96

Aplicação
prática
• Declaração
M22 de IRC

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 184
Página do manual 97

Aplicação
prática
• Declaração
M22 de IRC

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 185
Página do manual 98

Aplicação
prática
• Declaração
M22 de IRC

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 186
Página do manual 99

510456789 2020
Aplicação
prática
• Declaração
M22 de IRC
• Anexo D

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 187
Página do manual 100

Aplicação prática

• Aos sócios das sociedades civis não constituídas sob forma


comercial, sociedades de profissionais (o nosso caso)
e sociedades de simples administração de bens é imputada
a matéria coletável dessas entidades, apurada nos termos
do CIRC, o que é feito no quadro 03 do anexo G da IES.
• De igual forma, são imputadas as deduções à coleta
a que a sociedade teria direito, mas que vão beneficiar
os sócios.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 188
Página do manual 101

Aplicação prática

• Para além da imputação da coleta obtida


(no valor de 4.000 €)
• há ainda a imputar a retenção de IRC na fonte (20 €)
• e a dedução com origem no CFEI II.
• Como referido, a sociedade efetuou investimento
em equipamentos para o ativo fixo tangível elegíveis
no âmbito do CFEI II no valor de 5.000 €.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 189
Página do manual 101

Aplicação prática

• Dedução à coleta: 5.000 € x 20 % = 1.000 €


• A dedução é efetuada na liquidação de IRC respeitante
ao período de tributação que se inicie em 2020 ou 2021,
até à concorrência de 70 % da coleta deste imposto,
em função das datas relevantes dos investimentos elegíveis.
• Esta limitação terá que ser aferida em relação à coleta
potencial (ou virtual) da entidade transparente e só depois
imputada aos sócios ou membros de acordo com o disposto
no n.º 5 do artigo 90.º do CIRC.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 190
Página do manual 101

Aplicação prática

• Coleta virtual da sociedade: 4.000 € x 17 % = 680 €


• Como a dedução à coleta com origem no CFEI II (1.000 €)
só poderia ser feita até à concorrência de 70 % da coleta
da sociedade, apenas estes 70 % da coleta virtual
são imputados aos sócios: 680 € x 70 % = 476 €
• A importância que não possa ser deduzida nos termos
anteriormente referidos pode sê-lo, nas mesmas condições,
nos cinco períodos de tributação subsequentes.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 191
Página do manual 101

Aplicação prática

• Para efeitos de imputação aos sócios das sociedades


transparentes, esta regra deve ser também tida em conta,
com as necessárias adaptações.
• A sociedade transparente deverá efetuar este controlo,
para efeitos de imputação da dedução aos sócios nos anos
seguintes.
• Dado não preencher o quadro 076 do anexo D da declaração
modelo 22, recomenda-se que faça controlo idêntico
e o integre no dossier fiscal.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 192
Página do manual 102

Aplicação
prática
• Anexo G
da IES

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 193
Página do manual

Aplicação prática

Contabilização na sociedade transparente


• Admita-se que os sócios deliberaram, em 2021, proceder
à distribuição apenas do valor de lucros que iguala o valor
da matéria coletável de 2020 que lhe foi imputada no âmbito
do regime de transparência fiscal (4.000 €).
• Recordamos que a sociedade obteve, em 2020, rendimentos
sujeitos a retenção na fonte de IRC, e esta retenção na fonte
feita à sociedade foi imputada aos sócios no anexo G da IES.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 194
Página do manual

Aplicação prática

Contabilização na sociedade transparente


• Assim, tivemos, em 2020, pela contabilização do rendimento
de juros e retenção de IRC:
D/ 121 – 60 €
D/ 211x – 20 €
C/ 7911 – 80 €

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 195
Página do manual

Aplicação prática

Contabilização na sociedade transparente


• A conta 211x passa para o período seguinte com um saldo
devedor de 20 €. A sociedade transparente não apura
o seu IRC. Apenas tem gasto com tributações autónomas
e a retenção na fonte feita à sociedade transparente
é dedução à coleta dos seus sócios. Assim:
D/ 56x – 20 €
C/ 211x – 20 €

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 196
Página do manual

Aplicação prática

Contabilização na sociedade transparente


• Em 2021, o valor da retenção na fonte de que os sócios
vão beneficiar na sua dedução à coleta tem que ser visto
como parte dos lucros que estes venham a decidir distribuir.
• Se mais nenhum valor houver de distribuição de lucros,
a distribuição feita, e já refletida no lançamento anterior,
será o montante de retenção na fonte efetuada à sociedade
e imputada aos sócios para dedução à coleta destes.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 197
Página do manual

Aplicação prática

Contabilização na sociedade transparente


• Neste caso, os sócios deliberaram distribuir 4.000 €.
• Por via da retenção na fonte imputada já receberam
(ou vão receber) 20 €, e resta-lhes retirar o valor restante:
D/ 56x – 3.980 €
C/ 121x – 3.980 €

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 198
4.3

Implicações nos sócios


pessoas singulares

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 199
Página do manual 102

Aplicação prática

• Anexo D da sócia Maria, com 60 % dos valores imputados


pela sociedade transparente, em respeito
pela sua percentagem de participação no capital social.
• Rendimento de 2.400 € é tributado como rendimento líquido
na categoria B do IRS. É rendimento de englobamento
obrigatório e, fruto desse englobamento será sujeito às taxas
progressivas do artigo 68.º do CIRS.
• Imputação da retenção na fonte, nas mesma percentagem.
• Sem adiantamentos por conta de lucros superiores.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 200
Página do manual 103

Aplicação
prática
• Anexo D
da M3 IRS
• Sócio com
60 % do capital

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 201
Página do manual 104

Aplicação prática

• A sociedade, caso fosse tributada pelo regime geral de IRC,


teria direito a uma dedução à coleta de 476 € em virtude
da utilização, em 2020, do benefício fiscal CFEI II.
• Este valor é inscrito pela sociedade no campo G05 do quadro
032 do anexo G da IES.
• À sócia Maria cabe uma dedução
de 476 € x 60 % = 285,60 €.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 202
Página do manual 104

Aplicação
prática
• Anexo D
da M3 IRS
• Sócio com
60 % do capital

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 203
5.

CONCLUSÃO / REFLEXÕES
FINAIS

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência 204
Página do manual 105

Comparação de cenários

• Sociedade unipessoal com atividade que a poderá qualificar


como sociedade de profissionais;
• Como gerente, o sócio único aufere uma remuneração mensal
sujeita a IRS de 1.000 €, num total anual de 12.000 €;
• Sem prejuízos fiscais a deduzir, pelo que a matéria coletável
é sempre igual ao lucro tributável;
• Sociedade qualificada como PME e sem benefício de taxa
de interioridade;
• Taxa de derrama de 1 %;
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 205
Página do manual 106

Comparação de cenários

• RAI = lucro tributável = matéria coletável (simplificação);


• Nos cenários em que a sociedade é tributada pelo regime
geral, o sócio único opta por distribuir todo o resultado
líquido do período e pelo seu englobamento;
• Assumimos o englobamento dos lucros no mesmo ano
da obtenção do rendimento pela sociedade, o que seria
possível num cenário de adiantamento por conta de lucros;
• As taxas de IRS consideradas estão conforme artigo 68.º
do CIRS em vigor para 2021.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 206
Página do manual 107

Matéria coletável de 16.000 €


‒ Regime geral de IRC e dupla tributação de lucros
Matéria coletável da sociedade 16 000,00 €
16 000,00 € 17% 2 720,00 €
Coleta de IRC
- € 21% - €
Derrama municipal 1% 160,00 €
Gasto com imposto na sociedade ………………………………………………………………………….
2 880,00 €
RLP (Resultado líquido do período) 13 120,00 €
Rendimentos do sócio
Categoria A - Rendimento bruto 12 000,00 €
Categoria A - Dedução específica - 4 104,00 €
Categoria B - Imputação da matéria coletável - €
Categoria E - 50 % do RLP 6 560,00 €
Rendimento global líquido 14 456,00 €
10 732,00 € 17,367% 1 863,83 €
Coleta de IRS 3 724,00 € 28,5% 1 061,34 €
Total ………………………………………………………………. 2 925,17 €
Total de encargo bruto com imposto (IRC + IRS) 5 805,17 €

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 207
Página do manual 108

Matéria coletável de 16.000 €


‒ Regime de transparência fiscal
Matéria coletável da sociedade 16 000,00 €
- € 17% - €
Coleta de IRC
- € 21% - €
Derrama municipal 1% - €
Gasto com imposto na sociedade ………………………………………………………………………….- €
RLP (Resultado líquido do período) 16 000,00 €
Rendimentos do sócio
Categoria A - Rendimento bruto 12 000,00 €
Categoria A - Dedução específica - 4 104,00 €
Categoria B - Imputação da matéria coletável 16 000,00 €
Categoria E - 50 % do RLP - €
Rendimento global líquido 23 896,00 €
20 322,00 € 22,621% 4 597,04 €
Coleta de IRS 3 574,00 € 35,0% 1 250,90 €
Total ………………………………………………………………. 5 847,94 €
Total de encargo bruto com imposto (IRC + IRS) 5 847,94 €

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 208
Página do manual 108

Matéria coletável de 40.000 €


‒ Regime geral de IRC e dupla tributação de lucros
Matéria coletável da sociedade 40 000,00 €
25 000,00 € 17% 4 250,00 €
Coleta de IRC
15 000,00 € 21% 3 150,00 €
Derrama municipal 1% 400,00 €
Gasto com imposto na sociedade ………………………………………………………………………….
7 800,00 €
RLP (Resultado líquido do período) 32 200,00 €
Rendimentos do sócio
Categoria A - Rendimento bruto 12 000,00 €
Categoria A - Dedução específica - 4 104,00 €
Categoria B - Imputação da matéria coletável - €
Categoria E - 50 % do RLP 16 100,00 €
Rendimento global líquido 23 996,00 €
20 322,00 € 22,621% 4 597,04 €
Coleta de IRS 3 674,00 € 35,0% 1 285,90 €
Total ………………………………………………………………. 5 882,94 €
Total de encargo bruto com imposto (IRC + IRS) 13 682,94 €

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 209
Página do manual 109

Matéria coletável de 40.000 €


‒ Regime de transparência fiscal
Matéria coletável da sociedade 40 000,00 €
- € 17% - €
Coleta de IRC
- € 21% - €
Derrama municipal 1% - €
Gasto com imposto na sociedade ………………………………………………………………………….- €
RLP (Resultado líquido do período) 40 000,00 €
Rendimentos do sócio
Categoria A - Rendimento bruto 12 000,00 €
Categoria A - Dedução específica - 4 104,00 €
Categoria B - Imputação da matéria coletável 40 000,00 €
Categoria E - 50 % do RLP - €
Rendimento global líquido 47 896,00 €
36 967,00 € 28,838% 10 660,54 €
Coleta de IRS 10 929,00 € 45,0% 4 918,05 €
Total ………………………………………………………………. 15 578,59 €
Total de encargo bruto com imposto (IRC + IRS) 15 578,59 €

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 210
Página do manual 109

Matéria coletável de 100.000 €


‒ Regime geral de IRC e dupla tributação de lucros
Matéria coletável da sociedade 100 000,00 €
25 000,00 € 17% 4 250,00 €
Coleta de IRC
75 000,00 € 21% 15 750,00 €
Derrama municipal 1% 1 000,00 €
Gasto com imposto na sociedade ………………………………………………………………………….
21 000,00 €
RLP (Resultado líquido do período) 79 000,00 €
Rendimentos do sócio
Categoria A - Rendimento bruto 12 000,00 €
Categoria A - Dedução específica - 4 104,00 €
Categoria B - Imputação da matéria coletável - €
Categoria E - 50 % do RLP 39 500,00 €
Rendimento global líquido 47 396,00 €
36 967,00 € 28,838% 10 660,54 €
Coleta de IRS 10 429,00 € 45,0% 4 693,05 €
Total ………………………………………………………………. 15 353,59 €
Total de encargo bruto com imposto (IRC + IRS) 36 353,59 €

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 211
Página do manual 110

Matéria coletável de 100.000 €


‒ Regime de transparência fiscal
Matéria coletável da sociedade 100 000,00 €
- € 17% - €
Coleta de IRC
- € 21% - €
Derrama municipal 1% - €
Gasto com imposto na sociedade ………………………………………………………………………….- €
RLP (Resultado líquido do período) 100 000,00 €
Rendimentos do sócio
Categoria A - Rendimento bruto 12 000,00 €
Categoria A - Dedução específica - 4 104,00 €
Categoria B - Imputação da matéria coletável 100 000,00 €
Categoria E - 50 % do RLP - €
Rendimento global líquido 107 896,00 €
80 882,00 € 37,640% 30 443,98 €
Coleta de IRS 27 014,00 € 50,5% 13 642,07 €
Total ………………………………………………………………. 44 086,05 €
Total de encargo bruto com imposto (IRC + IRS) 44 086,05 €

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 212
Página do manual 110

Comparação de cenários

• A dupla tributação, cuja eliminação era – logo na introdução


do regime – anunciada como “sendo o único [objetivo] que,
quiçá, é plenamente atingido pelo regime da transparência
fiscal” pode, afinal, atualmente não ser um cenário
desinteressante.
• Importa relembrar que, o CIRS entrou em vigor
em 1 de janeiro de 1989 sem que estivesse previsto qualquer
mecanismo de atenuação da dupla tributação de lucros
distribuídos a sócios pessoas singulares.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 213
Página do manual 111

Segurança social dos sócios profissionais

• Artigo 133.º do Código Contributivo:


• Categorias de trabalhadores abrangidos pelo regime
dos trabalhadores independentes
• “… sócios ou membros das sociedades de profissionais
definidas na alínea a) do n.º 4 do artigo 6.º do CIRC”.
• Esclarecimento da SS: “para efeitos de segurança social,
só são enquadrados no RTI os sócios ou membros
das sociedades de profissionais definidas na subalínea n.º 1
da alínea a) do n.º 4 do artigo 6.º do CIRC”.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 214
Página do manual 112

Segurança social dos sócios profissionais

• Nos anos mais recentes, a Segurança Social não efetua - por


sua iniciativa - enquadramento dos membros das sociedades
de profissionais no regime dos trabalhadores independentes.
• Continuam a ser aplicadas as diretrizes constantes
da Orientação Técnica SS de 20/01/2016 - “Aplicação
do regime da transparência fiscal nos regimes de segurança
social – Sócios ou membros das sociedades de profissionais”.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 215
Página do manual 112

Segurança social dos sócios profissionais

• “Os sócios ou membros de sociedades de profissionais


que exerçam funções de gerência e não estejam abrangidos
para efeitos de IRS pela categoria B, são enquadrados
no regime geral dos trabalhadores por contra de outrem,
com as especificidades previstas no artigo 61.º e seguintes
do Código Contributivo.”

• Ver restantes cenários de enquadramento previstos


na Orientação Técnica SS de 20/01/2016.
Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques
Regime de transparência agosto de 2022 216
Página do manual 113

Segurança social dos sócios profissionais

• Esperamos, dentro do possível, e com as limitações postas


pelas dúvidas sobre o regime que subsistem, ter contribuído
para o aprofundamento de conhecimentos sobre o regime
de transparência fiscal e deixado sólidas bases que permitam
a sua clarificação a quem pelo tema se venha a interessar,
nomeadamente os contabilistas certificados que necessitem
de aplicar estar normas.

Apresentação | Autorfiscal - Implicações em IRS e IRC | Paulo Marques


Regime de transparência agosto de 2022 217
“Não é fácil... mas também
não é tão difícil que não
valha a pena o esforço...”
Carlos do Carmo

Obrigado!
Apresentação | Autor

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