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UNESP - Universidade Estadual Paulista

“Júlio de Mesquita Filho”


Faculdade de Odontologia de Araraquara

Giovanna Gabriel

Relação entre a doença periodontal e a depressão: Uma revisão de literatura

Araraquara
2021

1
UNESP - Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Odontologia de Araraquara

Giovanna Gabriel

Relação entre a doença periodontal e a depressão: Uma revisão de literatura

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Programa de Pós-Graduação em Odontologia da
Faculdade de Odontologia de Araraquara, da
Universidade Estadual Paulista para obtenção do título de
Especialista.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Rossa Junior

Araraquara
2021
2
Gabriel, Giovanna
Relação entre a doença periodontal e a depressão: uma
revisão de literatura. / Giovanna Gabriel.-- Araraquara: [s.n.],
2021
40 f.; 30 cm.

Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em


Periodontia) – FAEPO, Araraquara, SP
Orientador: Prof. Dr. Carlos Rossa Junior

1. Doenças periodontais 2. Depressão 3. Inflamação


neurogênica 4. Transtorno depressivo 5. Saúde bucal I. Título

Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marley C. Chiusoli Montagnoli, CRB-8/5646


Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Odontologia, Araraquara
Diretoria Técnica de Biblioteca e Documentação

3
UNESP - Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Odontologia de Araraquara

Giovanna Gabriel

Relação entre a doença periodontal e a depressão: Uma revisão de literatura

Orientador: Prof. Dr. Carlos Rossa Junior

Assinatura do orientador: _________________________

Assinatura do aluno: _____________________________

Araraquara, 27 de novembro de 2021.

4
UNESP - Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Odontologia de Araraquara

Giovanna Gabriel

Relação entre a doença periodontal e a depressão: Uma revisão de literatura

APROVADO ( ) REPROVADO ( )

Araraquara, 02 de setembro de 2021.

5
Ao meu irmão Marcos, ‘in Memorian”, que mesmo
não estando presente fisicamente, me intui e me dá
forças por pensamento para que eu possa seguir em
frente sem nunca desistir.
À minha mãe, quem me auxilia por toda minha vida e
muito na execução deste trabalho, sem ela nada
seria possível.
DEDICO

6
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela benção e proteção proporcionada a mim


e a minha família, me capacitando chegar aonde cheguei.

A minha mãe Claudia Raquel, pela chave para o meu aprendizado, sempre
me motivando a seguir em frente a cada dia e me ajudando sempre que possível.

Ao meu pai Marcos Gabriel, por sempre me fazer acreditar que sou capaz de
chegar a qualquer lugar.

E finalmente devo atribuir especial gratidão à excelência profissional dos


professores doutores Daniela Zandim, Joni Augusto Cirelli, Rosemary Adriana
Marcantonio, Elcio Marcantonio por todo ensinamento passado ao longo de todo o
curso, e em especial ao meu orientador Prof Dr Carlos Rossa Junior, pela paciência
e sabedoria e paciência ao me auxiliar neste processo. Espero poder retruibuir com
a seriedade deste trabalho, a confiança em mim depositada.

“O maior líder é aquele que reconhece sua pequenez,


extrai força de sua humildade e experiência da sua
fragilidade”. 1
Augusto Cury
7
Gabriel, G Relação entre a doença periodontal e a depressão: Uma revisão de
literatura. [Trabalho de Conclusão de Curso – Pós-Graduação em Odontologia].
Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2021.

RESUMO
A doença periodontal é uma patologia oral de natureza inflamatória que causa perda
progressiva de inserção dos dentes nos tecidos de suporte e consequente
destruição óssea onde o hospedeiro gera um infiltrado de mediadores inflamatórios
no tecido subjacente à bolsa periodontal, em resposta ao insulto microbiano
resultante do acúmulo de bactérias na margem dento-gengival (DP) e se caracteriza
por uma condição inflamatória crônica associada a um estado de disbiose entre a
resposta do hospedeiro e a microbiota do biofilme dental, cuja etiologia e
mecanismos patológicos que se desenvolvem no periodonto, provocando a doença.
Estudos sugerem que há uma associação biológica entre a periodontite e a
depressão e se apoiam nas alterações da resposta imune do hospedeiro, o que
torna o indivíduo mais suscetível ao desenvolvimento das condições para o
agravamento da DP. A associação entre inflamação e depressão está apoiada em
dados de pacientes que desenvolveram sintomas depressivos como efeitos
colaterais dos tratamentos com citocinas pró-inflamatórias, como por exemplo
interferon (IFN)α, interleucina (IL) -2, usados para tratar câncer, hepatite C, por
exemplo. Entretanto, muitos estudos carecem de qualidade metodológica. Além
disto, é importante considerar que hábitos de vida adotados por pacientes
depressivos contribuem com o agravamento ou desenvolvimento da DP, como por
exemplo o consumo de álcool e o tabagismo, bem como os possíveis efeitos
colaterais dos tratamentos farmacológicos da depressão que impactam sobre o
periodonto e/ou resposta imune. Apesar de estudos terem demonstrado associação
entre sintomas depressivos e a periodontite e sugerirem propostas para explicar esta
relação, baseadas nas alterações de comportamento do indivíduo depressivo, pela
redução dos cuidados de higiene pessoal associada à falta de energia e prazer pela
vida, são necessários estudos futuros, com metodologias padronizadas e de alta
confiabilidade a fim de se investigar melhor esta associação.

Palavras chaves: Doenças periodontais; Depressão; Inflamação neurogênica;


Transtorno depressivo; Saúde bucal.
8
ABSTRACT
Periodontal disease is an oral pathology of an inflammatory nature that causes
progressive loss of tooth attachment in the supporting tissues and consequent bone
destruction where the host generates an infiltrate of inflammatory mediators in the
tissue underlying the periodontal pocket, in response to the microbial insult resulting
from the accumulation of bacteria in the dentogingival (PD) margin and is
characterized by a chronic inflammatory condition associated with a state of
dysbiosis between the host response and the dental biofilm microbiota, whose
etiology and pathological mechanisms that develop in the periodontium, causing the
disease . Studies suggest that there is a biological association between periodontitis
and depression and are supported by changes in the host's immune response, which
makes the individual more susceptible to the development of conditions that worsen
PD. The association between inflammation and depression is supported by data from
patients who developed depressive symptoms as side effects of treatments with pro-
inflammatory cytokines, such as interferon (IFN)α, interleukin (IL)-2, used to treat
cancer, hepatitis C , for example. However, many studies lack methodological quality.
In addition, it is important to consider that lifestyle habits adopted by depressive
patients contribute to the worsening or development of PD, such as alcohol
consumption and smoking, as well as the possible side effects of pharmacological
treatments for depression that impact the periodontal and/or immune response.
Although studies have shown an association between depressive symptoms and
periodontitis and suggest proposals to explain this relationship, based on changes in
the behavior of depressive individuals, due to the reduction in personal hygiene care
associated with lack of energy and pleasure in life, further studies are needed. , with
standardized and highly reliable methodologies in order to better investigate this
association.

Keywords: Key words: Periodontal diseases; Depression; Neurogenic inflammation;


Depressive disorder; Oral health.

9
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

2 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................... 13

3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 14

3.1 Doença periodontal e qualidade de vida ..................................................... 14

3.2 Patogênese da doença periodontal e a relação com a saúde mental ....... 15

4 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 20

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 22

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 23

10
1 INTRODUÇÃO

A doença periodontal (DP) possui etiologia e mecanismos patológicos que se


desenvolvem no periodonto, provocando a doença. O conhecimento em
microbiologia permitiu uma maior compreensão das causas e da fisiopatologia das
doenças periodontais, proporcionando bases para o desenvolvimento do
23
diagnóstico, tratamentos terapêuticos e estratégias de prevenção .
Utiliza-se a terminologia “periodontite” para designar um conjunto de doenças
de etiologia infecciosa, que pode ter um período de exacerbação e remissão. A
observação clínica de que as doenças periodontais estão associadas à inflamação
fornece evidências do envolvimento da resposta imune na patogênese da DP. É
consenso de que há uma correlação entre a destruição periodontal acompanhada
por inflamação 7, 13.
O objetivo terapêutico do cuidado odontológico na DP envolve a correção da
disbiose, bem como proporcionar uma flora bacteriológica inativa e o tratamento
antimicrobiano mecânico e/ou farmacológico. As investigações são deficientes em
estabelecer uma correlação precisa da microbiologia com a periodontite, devido às
dificuldades técnicas e metodológicas que relacionam os processos destrutivos
envolvidos na DP 28.
Não existe um consenso de compreensão sobre a natureza da DP e sugere-
se como sendo derivada do hospedeiro, sendo a placa considerada um cofator
irritante e não etiológico. De acordo com este ponto de vista, muitos estudos
consideram que a saúde integral dos indivíduos está envolvida na patologia da
17
periodontite e que a saúde mental é importante no controle da doença .
A saúde bucal contribui para a qualidade de vida no sentido de permitir
melhor desempenho social das atividades diárias. Acredita-se que a satisfação
pessoal com a dentição contribui com a autoestima e com o controle de distúrbios
psicológicos ou sociais. Sabe-se que distúrbios do sistema estomatognático podem
causar dores e desconfortos, prejudicando a alimentação e interferindo na aparência
e afetando diretamente as comunicações sociais 5.
Estudos demonstram que há uma associação biológica entre a periodontite e
a depressão, que se apoiam nas alterações da resposta imune do hospedeiro, o que
torna o indivíduo mais suscetível ao desenvolvimento das condições para o
4,5
agravamento da patologia .
11
Estudos apontam uma forte correlação entre saúde bucal e mental. Dados
mostram que grande parte dos pacientes odontológicos manifestam sintomas de
ansiedade quando precisam ir ao dentista e que, em alguns casos desenvolvem
fobia, o que pode agravar a depressão. Acredita-se que a percepção da dor pode
ser intensificada pela depressão ou ansiedade, um exemplo é a sensação de
queimação da boca, que se manifesta em pessoas com mucosa oral saudável e está
associado a distúrbios emocionais 17.
Considerando que a depressão é uma doença mental com alta prevalência
em todo o mundo, cuja incidência cresce ao longo do tempo entre todas as faixas
etárias, o conhecimento da sua associação com a DP permite ao dentista identificar
a presença de comorbidades orais possivelmente relacionadas, contribuindo desta
forma com o sucesso do tratamento 5.
Desta forma, este trabalho busca compreender a relação entre a depressão e
a periodontite, no intuito de contribuir com a literatura para o entendimento das
diversas associações neste distúrbio oral complexo e multifatorial.

12
2 PROPOSIÇÃO

Com esta revisão de literatura, objetivou-se:


- Analisar as evidências científicas sobre Doença Periodontal (DP) e sua
possível relação com a depressão.
- Identificar elementos que demonstrem a associação entre a depressão e a
periodontite.
- Analisar criticamente os estudos revisados e contribuir com a literatura sobre
DP e depressão.

13
3 REVISÃO DA LITERATURA

A periodontite é uma patologia oral de natureza inflamatória que causa perda


progressiva de inserção dos dentes nos tecidos de suporte e perda de inserção
óssea, na qual o hospedeiro gera mediadores inflamatórios no tecido subjacente à
bolsa periodontal, em resposta ao insulto microbiano resultante do acúmulo de
bactérias na margem dento-gengival 7.
Estima-se um aumento progressivo na incidência da DP, tendo sido reportada
maior prevalência entre os indivíduos do sexo masculino, fumantes e, além disto,
aumentando com a idade. No Brasil, foi relatado um aumento de 19,4% da
prevalência entre indivíduos de 65 a 74 anos, que apresentaram profundidade de
sondagem periodontal ≥ 4 mm de idade, em 2010, no município de Porto Alegre/RS.
Nos EUA, estimativas apontam que cerca de trinta e sete por cento da população
adulta apresenta periodontite severa 25.
A prevalência da periodontite crônica foi estudada no Brasil e foi encontrado o
percentual de 72% de indivíduos acometidos pela doença em uma amostra de 612
indivíduos adultos analisados no município de Porto Alegre (RS), neste estudo o
31
diagnóstico foi caracterizado pela presença de perda de inserção > 3mm .

3.1 Doença periodontal e qualidade de vida

Tem sido estudada a relação entre a qualidade de vida com a saúde oral e os
impactos na perda de inserção periodontal. Lopez & Baelum (2007) evidenciaram
um impacto negativo na saúde bucal, associada ao menor nível socioeconômico de
jovens chilenos, que corroborou com dados encontrados no Brasil em população
adolescente. Acredita-se que as alterações da qualidade de vida que envolvem má
alimentação, falta de lazer e convivência social, autoestima, entre outros fatores,
22
podem impactar no aumento da incidência da periodontite .
Profissionais da saúde mental concordam que a saúde bucal deve integrar
uma avaliação abrangente dos indivíduos com depressão. Sabe-se que entre os
diferentes fatores que contribuem para alterações na saúde oral são citados o

14
tabagismo, diabetes, medicamentos, entre outros. Entre os fatores psicossociais
envolvidos na evolução da DP é citada a depressão 17,18.
A depressão está fortemente relacionada ao declínio dos processos
cognitivos, afetando de forma direta no comportamento dos indivíduos frente às
atividades diárias. O indivíduo depressivo apresenta motivação reduzida, este fato
se associa a outros fatores que afetam a saúde bucal, uma vez que a pessoa
negligencia os procedimentos de higiene bucal, bem como evitação dos cuidados
odontológicos, que leva a um aumento do risco de DP 26,27.
Estudos têm demonstrado associação entre sintomas depressivos e a
periodontite e sugerem duas propostas para explicar esta relação, baseadas nas
alterações de comportamento do indivíduo depressivo, pela redução dos cuidados
15
de higiene pessoal associada à falta de energia e prazer pela vida .
Em adição, os hábitos de vida adotados por pacientes depressivos
contribuem com o agravamento ou desenvolvimento da DP, como por exemplo o
consumo de álcool e o tabagismo, bem como os possíveis efeitos colaterais dos
tratamentos farmacológicos da depressão que impactam sobre o periodonto e/ou
resposta imune 18.
Outra proposta que sustenta essa relação é a biológica, relacionada a
processos inflamatórios, imunológicos e neurais decorrentes da própria patologia da
depressão ou de comorbidades associadas. Além disto, a combinação de ambas as
propostas deve ser considerada para o aumento da quantidade do biofilme oral e à
redução da resistência dos tecidos periodontais à degradação inflamatória,
sugerindo que a depressão é um fator de risco para a periodontite 23.

3.2 Patogênese da doença periodontal e a relação com a saúde mental

Os principais agentes etiológicos envolvidos na evolução da DP são as


bactérias, uma vez que a cavidade oral abriga uma quantidade considerável de
espécies microbianas e as interações entre o hospedeiro e os microrganismos
determinam a severidade da doença. Muitos mediadores inflamatórios e
imunológicos estão envolvidos na DP, desempenhando papeis importantes na
recuperação e reparo tecidual 7.
Os mecanismos envolvidos na periodontite são complexos e se relacionam
fortemente com mecanismos inflamatórios e com processos relacionados à
15
imunidade inata e adquirida. Entre as moléculas envolvidas na patogênese da
periodontite, são citadas as interleucinas IL-1b, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-8; IL-13,
IL-17, IL-22, além do fator estimulante de colônia de macrófagos M-CSF, as
imunoglobulinas Ig-A, Ig-G, proteína-1 quimiotática de macrófagos MCP-1,
prostaglandina PGE2, fator de necrose tumoral TNF-a, são os mais estudados 7,11.
Considera-se que a inflamação sistêmica associada à doença periodontal,
representada pelo aumento do nível de citocinas circulantes, pode induzir ou agravar
uma neuroinflamação, favorecendo o desenvolvimento ou agravamento de
desordens psiquiátricas como a depressão 11,13.
É proposto que a via neural de nervos aferentes como o nervo vago é ativada
por citocinas sistêmicas, além desta proposta, sugere-se que as moléculas
mediadoras liberadas durante o processo infeccioso instalado na bolsa periodontal
podem invadir corrente sanguínea e ganhar acesso à circulação sistêmica,
contribuindo com os mecanismos de neuroinflamação13.
Pesquisadores buscam compreender a associação entre as condições
sistêmicas e a DP. Tais condições são definidas como os estados fisiológicos que
exercem efeitos gerais por todo o organismo, e são decorrentes de aspectos
multifatoriais como nutricionais, hormonais, relacionados com a idade, hábitos de
11
vida, uso de medicamentos, genéticos, entre outros .
São poucos os estudos que realizaram um levantamento epidemiológico de
distúrbios sistêmicos em grandes populações, com análises apropriadas para
determinar se esses distúrbios são ou não fatores de risco para doença periodontal.
Tem sido mostrado grande prevalência de diabetes em indivíduos portadores de DP,
7,11
assim como doenças do sistema nervoso .
Muitos estudos têm apontado mecanismos fisiopatológicos envolvidos na
gênese da depressão, bem como outros transtornos psiquiátricos e emocionais,
sendo descritos vários mediadores inflamatórios e imunológicos igualmente
associados à fisiopatologia da periodontite. É consenso que doenças sistêmicas
possuem relação direta com os distúrbios da cavidade oral, uma vez que envolvem
alterações nos níveis de citocinas pró-inflamatórias circulantes 4.
Indivíduos diagnosticados com depressão frequentemente apresentam
desordens metabólicas e endócrinas, decorrente do uso de medicamentos ou dos
hábitos de vida, como por exemplo obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares

16
ou hipertensão arterial sistêmica, além do declínio cognitivo. Desta forma entende-se
que as desordens sistêmicas decorrentes do quadro depressivo interferem na
evolução da DP 2,6.
É importante a identificação de grupos de risco para o desenvolvimento ou
agravação da periodontite pois uma detecção precoce da doença ativa e a
identificação de indivíduos e grupos com maior probabilidade de desenvolver
doenças periodontais destrutivas no futuro são elementos importantes dos sistemas
2,5
de atendimento odontológico .
Há dados que sustentem um possível vínculo entre a causa da periodontite
com desordens neurológicas, como a depressão. Um estudo com animais fortalece
uma possível ligação causal da periodontite com a Doença de Alzheimer, onde foi
demonstrada uma ativação de astrócitos, que é um tipo de célula nervosa
relacionada com mecanismos de defesa, bem como a expressão aumentada de
TNF-, IL-1 e IL-6 no hipocampo de camundongos, reforçando a relação pró-
inflamatória, encontrada em patologias neurológicas, com a DP 15.
Um estudo observacional realizado com o banco de dados Longitudinal
Health Insurance Database (LHID), que é um subconjunto do National Health
Insurance (NHIRD) que contém dados do programa de seguro saúde nacional de
Taiwan, avaliou 12.708 pacientes com periodontite diagnosticada de 2000 a 2005 e
50.832 indivíduos sem periodontite. A associação entre periodontite e depressão foi
analisada usando modelos de regressão de risco proporcional. A taxa de densidade
de incidência de depressão foi maior no grupo com periodontite do que no grupo
sem periodontite e os dados revelaram que a periodontite era um fator de risco
independente para depressão em pacientes, exceto para pacientes que
apresentaram comorbidades de diabetes mellitus (DM), abuso de álcool e câncer,
sugerindo que são necessários mais estudos a respeito da relação da depressão
com a periodontite 15.
Nascimento e colaboradores (2018) realizaram um estudo com 539 indivíduos
com sintomas depressivos apresentando maior risco de periodontite, que foi
associada à periodontite moderada ou grave. Em contrapartida, outro estudo avaliou
uma pequena amostra de 30 pacientes com periodontite e 30 pacientes sem a
doença encontrado índice de placa visível, profundidade de sondagem e nível de

17
inserção clínica elevados, mas não encontrou correlação entre a depressão ou o
stress 23.
Em um estudo transversal que analisou a relação entre a DP e a depressão
pós-AVE (Acidente Vascular Encefálico) insquêmico em 202 pacientes foi
encontrado que 77 pacientes apresentaram DP severa a grave, no entanto, os
autores sugerem que as evidências científicas sobre a associação entre periodontite
e depressão são limitadas, embora tenham demonstrado uma correlação positiva da
21
gravidade da doença periodontal com a depressão .
Cunha e colaboradores, em 2016, realizaram uma pesquisa na Universidade
Federal de Minas Gerais que avaliou 156 indivíduos com transtorno afetivo bipolar e
episódios depressivos, na qual encontrou correlação com parâmetros clínicos
periodontais com prevalência de 59% de periodontite entre os indivíduos avaliados;
90,2% apresentaram periodontite crônica moderada e 9,8% a forma avançada.
Quanto à extensão da periodontite, em 81,5% a doença apresentou-se de forma
localizada e em 18,5% de forma generalizada. O estudo concluiu que os pacientes
com transtorno bipolar associado à depressão apresentaram alta prevalência de DP
(56,8%) revelando que há associação entre periodontite e doenças psiquiátricas 8.
Malinowska e colaboradores (2018) avaliou a relação da perda de dentes em
pacientes idosos depressivos, sendo observado que a gravidade da depressão
aumentou com a maior incidência de perda de dentes, assim como a piora geral da
saúde bucal, indicando que alguns parâmetros de saúde oral podem estar
28
relacionados com a depressão .
Vários estudos postulam que doenças psiquiátricas podem estar associadas
às patologias orais. Um estudo transversal com uma amostra pequena analisou a
relação da periodontite com a esquizofrenia e concluiu que os pacientes têm um alto
risco de desenvolver periodontite e que este risco aumenta com a ingestão de
medicamentos antipsicóticos que reduzem a secreção salivar, o que corrobora com
a ideia de que distúrbios de ordem mental afetam a saúde bucal 9,22.
Outros grupos de pesquisa buscam explicar as alterações bioquímicas,
genéticas e moleculares subjacentes aos transtornos psiquiátricos associados à DP.
Uma análise do genoma humano revelou que o polimorfismo do gene da enzima
conversora de angiotensina (ACE) indicou que o alelo D é um fator protetor contra a
periodontite crônica e a esquizofrenia e pode ser uma pista para uma conexão

18
biológica e recíproca entre essas duas doenças, reforçando a importância e abrindo
caminho para outras pesquisas nesta linha em busca de explicações sobre os
11,12
mediadores químicos relacionados com a DP e a depressão .

19
4 DISCUSSÃO

A periodontite se revela como um distúrbio oral de ordem inflamatória


sistêmica e crônica e pode estar associada a múltiplas condições físicas e
emocionais, sendo a depressão uma delas, assim, é sugerido que exista uma
relação entre o transtorno depressivo e a DP 27.
Há estudos que apontam semelhanças entre os mediadores inflamatórios
associados a doenças psiquiátricas com aqueles encontras na periodontite. Entre as
moléculas mais estudadas, são citadas as interleucinas IL-1b, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5,
IL-6, IL-8; IL-13, IL-17, IL-22, o fator estimulante de colônia de macrófagos M-CSF,
as imunoglobulinas Ig-A, Ig-G, proteína-1 quimiotática de macrófagos MCP-1,
prostaglandina PGE2 e fator de necrose tumoral TNF-a 7,11.
A literatura aponta algumas pesquisas que realizaram análises comparativas,
em grande escala de estudo observacional ou em menor escala em estudo de
casos, que encontraram maior índice de periodontite severa associada à depressão,
bem como evidenciaram que o grau de severidade e comprometimento da doença
foi maior em pacientes depressivos, tendo sido, ainda, relatado um grande
percentual da forma avançada e generalizada, considerando a extensão da DP 8,21.
Além disto, acredita-se que a inflamação sistêmica associada à doença
periodontal, representada pelo aumento do nível de citocinas circulantes, pode
induzir ou agravar uma neuroinflamação, favorecendo o desenvolvimento ou
agravamento de desordens psiquiátricas como a depressão, sustentando a hipótese
da correlação causal 8.
Embora tenha sido demonstrado em alguns estudos que pacientes
depressivos apresentam maior risco de desenvolver periodontite, outras pesquisas
não encontraram correlação causal, o que se observa é a escassez de estudos
clínicos experimentais e revisões sistemáticas rígidas acerca deste assunto 23.
Contudo, poucos são os estudos publicados, que se propuseram a realizar
uma relação causal desta questão. Além disto, algumas pesquisas carecem de
qualidade metodológica, quanto ao desenho do estudo, o que fornece dados não
conclusivos 9.
Na pirâmide de níveis de evidências científicas, foram classificados os tipos
de estudo de acordo com a sua relevância. Os métodos considerados padrão-ouro

20
de melhor evidência são as revisões sistemáticas e os estudos clínicos
experimentais randomizados, em seguida os estudos longitudinais controlados,
como coorte e caso-controle, depois os estudos de caso e de opiniões de
especialistas, que são considerados o nível de evidência mais baixa 32.
A Odontologia Baseada em Evidências (OBE) avalia criticamente os trabalhos
sobre um determinado assunto, por meio de uma revisão sistemática da literatura,
que é um tipo de estudo que possui uma questão clínica bem definida 9.
A revisão sistemática realiza a compilação de publicações de artigos
científicos que possam auxiliara a responder à questão inicial, sendo posteriormente
analisados criteriosamente utilizando um padrão metodológico rígido e pode ser
qualitativa, se os dados não são combinados estatisticamente, ou quantitativa,
quando há estudos estatísticos, também conhecida como metanálise 9,29.
As limitações das pesquisas científicas são reconhecidas pelos
pesquisadores, como em um estudo realizado na China, por Lan Wu e
colaboradores, que investigaram a relação do gene para o receptor serotoninérgico
relacionado à depressão, alvo farmacológico da terapêutica clássica dos
antidepressivos. Nele, os autores questionam sobre as limitações do estudo,
considerando que a amostra possuía tamanho relativamente pequeno para a
realização de análise de subgrupos, além de que todos os sujeitos do estudo eram
de etnia chinesa e os resultados não poderiam ser extrapolados para outras etnias,
e tendo sido ajustados apenas por idade, sexo e tabagismo entre os participantes 21.
Além disto, é importante considerar que os hábitos de vida adotados por
pacientes portadores de depressão colaboram com o agravamento ou
desenvolvimento da DP, como por exemplo o consumo de álcool e o tabagismo,
bem como os possíveis efeitos colaterais dos tratamentos farmacológicos da
depressão que impactam sobre o periodonto e/ou resposta imune.
Sabe-se que a placa dentária é uma etapa inicial no desenvolvimento da
periodontite, entretanto, muitos fatores, incluindo higiene oral, tabagismo, estresse e
ansiedade, obesidade e diabetes, contribuem para a etiologia das doenças
periodontais e estão implicados na progressão da gengivite para a periodontite
crônica 21.

21
5 CONCLUSÃO

O presente trabalho de revisão demonstrou uma grande heterogeneidade


entre os estudos e a escassez de estudos robustos que possam estabelecer uma
correlação entre a depressão e a doença periodontal (DP).
Foi sugerido que os transtornos de ordem psiquiátrica estão fortemente
relacionados com a progressão dos mecanismos inflamatórios relacionados à
periodontite, por apresentarem mecanismos neuro inflamatórios que se combinam
com os mediadores do processo infeccioso provocado pelos microrganismos
envolvidos na patogênese da DP.
Apesar de diversos terem demonstrado associação entre sintomas
depressivos e a periodontite e sugerirem propostas para explicar esta relação,
baseadas nas alterações de comportamento do indivíduo depressivo, pela redução
dos cuidados de higiene pessoal associada à falta de energia e prazer pela vida, são
necessários estudos futuros, com modelos pré-clínicos para avaliar mecanismos de
inflamação sistêmica sobre o SNC estudos clínicos para avaliar a associação e
efeito da intervenção em uma condição sobre a outra como por exemplo se o
tratamento periodontal melhora a depressão ou se o tratamento da depressão
melhora a doença periodontal.

22
REFERÊNCIAS

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2. Albandar, J. M., & Rams, T. E. (2002). Global epidemiology of periodontal
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3. al-Hamdan K, Richards P, Wang HL. Risk factors, indicators and
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9, 68-71. PMID: 11603017.
4. Araújo, M. M., Martins, C. C., Costa, L. C. M., Cota, L. O. M., Faria, R. L.
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Autorizo a reprodução deste Trabalho pelo prazo de até 12 meses após a data
da defesa.

(Direitos de publicação reservado ao autor)

Araraquara, 27 de novembro de 2021.

Giovanna Gabriel

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