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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO


MBA EM GESTÃO PÚBLICA
GERMANO STEIN

A IMPORTÂNCIA DO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA NO SETOR


PÚBLICO.

Santa Clara do Sul-RS


2018
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GERMANO STEIN

A IMPORTÂNCIA DO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA NO SETOR


PÚBLICO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como
requisito parcial para a obtenção do título de MBA em
Gestão Pública.

Santa Clara do Sul-RS


2018.
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STEIN, Germano. A Importância do Portal da Transparência no Setor


Público.2018. 24 páginas. Trabalho de Conclusão de curso MBA em Gestão
Pública – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte
do Paraná, Lajeado-RS, 2018.

RESUMO

O presente trabalho trata da análise da importância do Portal da Transparência no


setor público, específicamente no Município de Santa Clara do Sul – RS. Uma
análise quanto os regramentos impostos pela legislação por meios da Constituição
Federal de 1988, leis, decretos e instruções normativas. O Município analisado situa-
se no Vale do Taquari, distante 136 km da capital gaúcha, com aproximadamente
7.000 habitantes. A modernização da Gestão Pública e a divulgação dos atos
administrativo para os cidadãos de maneira clara e objetiva é um desafio para
muitos gestores que não veem o Portal da Transparência como algo prioritário.
Qualquer ato administrativo, receita e despesa devem ser publicadas e
disponibilizadas para que os contribuintes possam fiscalizar a aplicação dos
recursos em respeito aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. A divulgação dos atos da administração pública por meio do
Portal da Transparência é uma das formas de accoutability – dever ético de prestar
contas.

Palavras-chave: Portal da Transparência. Accoutability. Legalidade. Publicidade.


Moralidade. Eficiência. Impessoalidade.
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Sumário
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................5
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................6
2.1 - PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE............................................................................6
2.2 - ACCOUNTABILITY.............................................................................................7
2.3 - PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA...............................................................................7
2.4 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE...............................................................................8
2.5 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE......................................................................8
2.6 PRINCÍPIO DA MORALIDADE..............................................................................9
2.7 TRANSPARÊNCIA PÚBLICA..............................................................................10
3. ANALISE E LEVANTAMENTO DE DADOS..........................................................12
4. CONCLUSÃO.........................................................................................................16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................18
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1. INTRODUÇÃO

A Gestão Pública em seus fundamentos constitucionais é balizada


por princípios que norteam os rumos dos investimentos para o crescimento e
desenvolvimento de um país produtivo, de geração de riquesas e forte
economicamente.
Os recursos públicos arrecadados por meio dos impostos
normatizados na constituição e em outras leis devem ser aplicados de acordo com
os principios constitucionais, seguindo regras estabelecidas para todo e qualquer
ente federado, seja União, seja Estado, seja Município.
A ampla divulgação de informações públicas implica maior
oportunidade de controle social e institucional, o que gera maior participação popular
e uma gestão pública mais eficiente. Diversos órgãos fiscalizam a aplicabilidade da
Lei Federal nº 12.527/2011 – Lei de Acesso a Informação, bem como a Lei de
Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar 101/2000 e a Lei de Transparência da
Gestão Fiscal – Lei Complementar nº 131/2009. Todas essas normativas exigem a
disponibilidade de dados públicos referentes a receita e despesa para a consulta e
análise do cidadão.
O princípio da publicidade, explicito no artigo 37 da carta magna
evidencia a necessidade de tornar publicos os atos do Estado. A excessão a esse
princípio ocorre quando existe a necessidade de conservação do interesse social, da
intimidade e da segurança do estado como um todo. A regra adotada pela legislação
é, portanto, a publicidade dos atos e o sigilo é uma exceção.
Neste sentido, com o objetivo de analisar a importância do Portal da
Transparência no setor público, especificamente no Município de Santa Clara do Sul
– RS, busca-se embasamento na legislação, nas instruções normativas e na
doutrina. As novas tecnologias surgem a todo tempo e o setor público deve buscar
utilizá-las para se comunicar com o cidadão informando da aplicação dos recursos
para a sociedade, ou seja, prestando contas de maneira clara e transparente.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 - PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

No caput do artigo 37 da magna carta de 1988 está expresso o


princípio da publicidade que primeiramento serve como instrumento de publicidade
dos atos da administração ao público em geral. Podemos ainda interpretálo como
uma exigência com relação a Transparência Pública, um facilitador para que as
informações cheguem aos cidadãos e que assim possa ocorrer o controle social dos
atos praticados pela administração pública como um todo.
De acordo com Martins Júnior (2004, p 19), “ a publicidade é um dos
expoentes mais qualificados da transparência, obrigando a Administração Pública à
exposição de todo e qualquer comportamento administrativo e conferindo certeza a
condutas estatais e segurança aos administrados”.
Outras leis e instruções normativas vem ao encontro dos gestores
públicos exigindo transparência das informações com relação a diversos dados e
atos gerados pelo ente público durante o ciclo orçamentário. A Lei de
Responsabilidade Fiscal (Lei Complemetar 101/2002) traz diversos prazos que os
entes públicos devem cumprir para públicação de relatórios de gestão. No artigo
primeiro, parágrafos segundo e terceiro a LRF traz a obrigação a toda a
administração pública, das três esferas (Executivo, Legislativo e Judiciário), da
administração direta e indireta, do Ministério Público e dos Tibunais de Contas.
A exigência com relação a transparência aparece na LRF (Art. 48
caput) em que cita que “ são instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos
quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso
público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária – RREO, e o Relatório de Gestão Fiscal - RGF; e as versões
simplificadas desses documentos”. Novamente fica claro e não deixa dúvidas que o
princípio da publicidade dos atos públicos é a regra a ser cumprida.
O artigo 52 da LRF estabelece prazo de publicação e requisitos de
composição do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), que deve
ser publicado até 30 (trinta) dias após o encerramento de cada bimestre. O mesmo
acontece no artigo 54 da referida lei em que são estabelecidos os prazos e critérios
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do Relatório de Gestão Fiscal (RGF), (Art. 55, § 2º) “será publicado até trinta dias
após o encerramento do período a que corresponder, com amplo acesso ao público,
inclusive por meio eletrônico”.
O princípio da pulicidade, expresso no caput do artigo 37 da
Constituição Federal de 1988 e implícito em seu artigo 206, exigido pela Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF – Lei 101/2000) demonstra que a responsabilidade do
administrador público é disponibilizar as informações para o controle da sociedade.

2.2 - ACCOUNTABILITY

Accountability é um termo da língua inglesa que pode ser traduzido


para o português como o dever ético de prestar contas a instâncias controladoras ou
a seus representados.
De acordo com Matias-Pereira (2010), accountability pode ser aceito
como “um conjunto de mecanismos e procedimentos que induzem os gestores
públicos a prestar contas dos resultados de suas ações à sociedade, garantindo-se
dessa maneira maior nível de transparência”. Quanto maior for o acesso do cidadão
aos dados públicos para discernir se os governantes estão aplicando os recursos
pelo interesse da coletividade, mais accountable é o governo.

2.3 - PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

A emenda constitucional nº 19 incluiu o princípio da eficiência no


caput do artigo 37 da constituição federal de 1988. Esse princípio vem ao encontro
da reforma gerencial de 1990 que objetiva tornar a administração pública eficiente
quanto a aplicação de recursos publicos e a redução da máquina pública como um
todo.
De acordo com Kanaana, Fiel Filho e Fereira (2010) o administrador
deve buscar soluções de maneira eficiente e que minimizem ou atenuem a demanda
pública dentro do contexto legal com efetividade à prestação do serviço público.
A palavra eficiência é a qqualidade de produzir mais com menos
recursos. Kanaana, Fiel Filho e Fereira (2010) diz que eficiência diz respeito a
quanto um resultado foi otimizado considerando nos recursos utilizados, ou seja,
gastar o mínimo possível para produzir o máximo.
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Os recursos públicos oriundos da comunidade por meio dos


impostos arrecadados devem ser aplicados em serviços públicos eficientes para a
própria sociedade. Matias-Pereira (2010) diz que para cumprir adequadamente seu
papel, a administração pública, nos seus diferentes níveis, federal, estadual e
municipal, necessita estar bem estruturada e, dessa maneira, atuar com eficiência,
eficácia e efetividade em favor da sociedade. O autor destaca que o serviço público
deve estar preparado para constantes mudanças e aumento das demandas da
sociedade. O gestor deve avaliar e estabelecer novas formas de prestação de
serviços ao público buscando maior eficiência na aplicação dos recursos financeiros.

2.4 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

O princípio da legalidade subordina a administração pública a


cumprir com o estabelecido nas leis, ou seja, a administração pública só pode fazer
o que a lei permitir. Para o cidadão em geral, tudo que não é proibido é permitido.
Segundo Kanaana, Fiel Filho e Fereira (2010) o texto constitucional
aponta acentuadas limitações aos poderes públicos, principalmente ao Poder
Executivo e seus agentes. Está expresso no artigo 5º, inciso II, “ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Concluímos, portanto, que a lei pode criar direitos, deveres e vedações vinculando
as pessoas aos comandos disciplinadores e legais.
A exigência de Transparência Pública dos atos dos três poderes do
estado atende o princípio da legalidade, já que advém de uma lei a imposição da
divulgação dos dados aos cidadãos para que possam fiscalizá-los e avaliar se o
gestor está aplicando os recursos públicos de maneira correta e eficiente.

2.5 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

A administração pública deve oferecer serviços públicos que


contemplem todos os administrados, dirigidos aos cidadãos em geral, sem
determinar as pessoas ou com discriminação de qualquer natureza.
De acordo com Kanaana, Fiel Filho e Fereira (2010), a atividade
administrativa deve tratar a todos com igualdade, sem distinção de tratamento
privilegiado a qualquer cidadão. A finalidade dos atos públicos é promover serviços
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públicos que atinjam a todos, independentemente de cor, raça, sexo ou etnia. A


impessoalidade quer evitar que se deem privilégios por interesses próprios ou de
terceiros.

2.6 PRINCÍPIO DA MORALIDADE

Entende-se moralidade como uma qualidade do indivíduo que segue


um conjunto de princípios como a virtude, o bem, a honestidade a justiça entre
tantos outros. Para Matias-Pereira (2010 p 234):
O princípio da Moralidade é mais amplo do que o princípio da
legalidade, por que envolve a análise da ação administrativa,
pertinente ao seu interesse público. Se o ato administrativo visa
apenas aos interesses dos governantes, ou de um determinado
grupo, evidentemente não será válido, e poderá ser derrubado por
meio de uma ação judicial. O fim institucional da Administração
Pública é o interesse público, razão pela qual a moralidade
administrativa vincula a ação do administrador.

O artigo 5º, inciso LXXIII prevê que “qualquer cidadão é parte


legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”. Sendo assim, qualquer ato
imoral praticado pela gestor ou servidor público pode e deve ser denunciado por
qualquer cidadão e será, desde que comprovado o dano sofrido, anulado pelo
judiciário, sendo a administração ressarcida dos danos causados.
Diariamente somos surpreendidos com notícias de atos imorais
praticados por agentes políticos nas mídias, no entanto, não há respostas eficientes
às denúncias. A população em geral não recebe o devido retorno quanto da punição
dos agentes improbos e se realmente houve o ressarcimento do recurso público
usado indevidamente. Neste sentido reforçamos a importância da Lei 12.527/2011 –
Lei de Acesso a Informação – em que o cidadão tem direito de receber informaçõs
quando solicitar além das informações disponibilizadas de maneira obrigatória para
consulta e avaliação da aplicação dos recursos públicos e se houve ou não atos de
improbidade e imoralidade administrativa.
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2.7 TRANSPARÊNCIA PÚBLICA

De acordo com Martins Júnior (2004, p 01), o princípio da


transparência administrativa:
“ Consiste não só na informação ao povo do que a Administração
Pública executa, planeja ou realiza, mas também na explicação do
porquê assim atua e na avaliação do grau de influência do próprio
povo no processo de tomada de decisão”.

A lei 12.527/2011 vem com o objetivo de regulamentar dispositivos


constitucionais que determinam o acesso dos cidadãos às informações públicas e os
seus dispositivos aplicam-se aos três poderes da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. O artigo 5º, inciso XXXIII da Constituição Federal de 1988 diz:
“ Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado”.

A carta magna ainda trata do acesso à informação no artigo 5º,


inciso XIV, em que diz:
“ É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício profissional”.

O artigo 37, §3º, inciso II, diz:


“ O acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre
atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII”.

Por fim, o artigo 216, §2º diz:


“ Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da
documentação governamental e as providências para franquear sua
consulta a quantos dela necessitem”.

Novamente, é importante citar uma passagem de Martins Júnior


(2004, p 06), que diz:
“ No direito brasileiro, a doutrina expressa a magnitude da
transparência administrativa como alicerce da legitimidade,
instrumental da legalidade e da moralidade, manifestação da
publicidade, da participação popular e do devido processo legal.
Juarez Freitas menciona que o princípio da publicidade ou da
máxima transparência consiste na “comunicação transparente à
sociedade dos atos, contratos e procedimentos da Administração
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Pública””.

A LAI – Lei de Acesso a Informação (12.527/2011) regulamentou


esses dispositivos constitucinais, estabelecendo requisitos para a divulgação de
informações públicas e os procedimentos para agilizar e facilitar o acesso por
qualquer cidadão. Esse regramento permite que ocorra uma melhoria na gestão
pública, já que torna possível maior participação popular e uma ampliação no
controle social das ações dos governos.
A lei de acesso a informação estipula procedimentos, normas e
prazos para o processamento de pedidos de informação; a criação de um SIC –
Serviço de Informação ao Cidadão em todos os órgãos e entidades do poder
público; que a divulgação de informações de interesse coletivo, sobretudo deve ser
pela internet, salvo as que tem a confidencialidade prevista na constituição; e
estabelece mecanismos de recurso em caso de negativa de informação.
A transparência pública torna-se um princípio com a regulamentação
dos dispositivos constitucionais. O acesso a informação é a regra e o sigilo é a
excessão.
De acordo com Matias-Pereira (2010, p17):
“Transparência designa a propriedade de um corpo que deixa atravessar a
luz e permite distinguir, através de sua espessura, os objetos que se
encontram atrás”.
Neste sentido, o estado deve ser transparente, já que aplica os
recursos oriundos de todo o povo, sem distinção de classe, deve promover a
disponibilização dos dados públicos com relação à arrecadação da receita e a
aplicação das despesas, bem como os projetos de investimentos em obras públicas
com disponibilidade de orçamento prévio com memorial descritivo e de como a obra
será trabalhada. Isso permite uma real fiscalização pelo cidadão de como o dinheiro
público está sendo investido.
Ainda de acordo com Matias-Pereira (2010, p 100):
“A busca da transparência nos países democráticos exige a criação de
instituições de controle, direito e garantia do bem público”.
No Brasil temos diversos órgãos de controle que buscam interpretar
a Lei de Acesso a Informação e dispor de sua aplicabilidade aos entes federados de
como avaliar a aplicação de seu regramento nos Portais da Transparência.
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3. ANALISE E LEVANTAMENTO DE DADOS

O Município de Santa Clara do Sul – RS, criado em 20 de março de


1992 por meio da Lei Estadual nº 9.621 e instalado em 01 de janeiro de 1993,
localizado na microrregião de Lajeado e Estrela, Vale do Taquari, área total de 87
Km², população total de 5.697 habitantes (contagem populacional de 2010), sendo
que estes, 2.962 residem na zona rural e 2.735 residem na zona urbana do
município, população estimada em 2017 de 6.285 habitantes, pelo IBGE. As
principais fontes econômicas são a agricultura, indústria e serviços, assim
distribuídas; Agropecuária 31,73%, Indústrias 47,93%, Serviços 20,34%, segundo
dados da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul.
Em análise ao Portal da Transparência do município, identifica-se
facilmente os menus de acesso às informações, cumprindo os requisitos impostos
pela Lei 12.527/2011. Nestes menus estão dispostos todos os dados exigidos pela
lei, em que pese a transparência ativa, ou seja, são dados que devem estar
disponíveis sem a necessidade de requerimento pelos cidadãos.
Como primeira oção ficou disponibilizada uma pesquisa específica
no site que possibilite a busca de informações de maneira rápida e ágil, atendendo
o disposto no artigo 8º, §3º, inciso I da Lei de Acesso a Informação - LAI. Em
seguida foi disponibilizada a opção “Pedidos de Informação – Requerimento”, que
podem ser feitos por qualquer cidadão. Neste espaço estão disponíveis os
formulários para requerer informações, um espaço para consultar o requerimento
encaminhado e informações com relação ao SIC – Serviço de Informação ao
Cidadão de maneira presencial com endereço e horário de funcionamento do local.
Podemos encaminhar requerimentos pelo, “Encaminhe seu Pedido”, em que
aparece o formulário de requerimento com diversos campos de preenchimento
obrigatórios e um espaço para a solicitação, estando em conformidade com o
disposto nos artigos 9º e 10, §2º da Lei 12.527/2011.
As “Informações Organizacionais” são disponibilizadas para que o
cidadão tenha às informações com relação a estrutura organizacional da
administração com a indicação das secretarias e órgãos e descrição de suas
competências, endereço das unidades e horário de funcionamento, atendendo o
estipulado no artigo 8, §1º, inciso I da lei em análise.
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O ícone “Registros de Repasse ou Transferências” é o local em que


a administração deve disponibilizar informaçõs sobre a transferência de recursos
financeiros realizadas pelo Município a órgãos e entidades públicas ou privadas.
Esse quesito está completamente atendido conforme exigência do artigo 8º, §1º,
incisos II e III da LAI.

O critério exigido quanto a “Registro de Despesas” deve conter


informações permenorizadas dos atos praticados pelo ente no decorrer da execução
da despesa pública com detalhamento do número e valor de empenho, liquidação e
pagamento; classificação orçamentária, especificando a unidade orçamentária, a
função, a subfunção, a natureza da despesa e a fonte de recursos; pessoa física ou
jurídica beneficiada pelo pagamento; bem fornecido ou serviço prestado; e
procedimento licitatório, bem como a sua dispensa ou inexigibilidade. Em verificação
o item atende ao artigo 8º, §1º, inciso III da Lei nº 12.527/2011, ao artigo 2º, inciso I,
da Lei Complementar nº 131/2009 e o artigo 7º, inciso I, do Decreto 7.185/2010.

O item “Registro de Receitas” disponibiliza informações quanto a


receita do ente, em que pese a natureza da receita, a previsão dos valores e os
valores arrecadados, inclusive recursos extraorçamentários. O item atende o artigo
2º, inciso I, da lei complementar nº 131/2009 e o artigo 7º, inciso I do Decreto nº
7.185/2010.

O artigo 48 da Lei de Responsabilidade Fiscal exige a públicação do


Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO e o Relatório de Gestão
Fiscal – RGF em meios eletrônicos. Essa normativa é cumprida e atendida pelo
município na aba “Relatórios da Transparência da Gestão Fiscal”.

Na seguência podemos perceber que existem duas abas sobre


licitações, a primeira, “Licitações/Editais” nos traz todos os editais publicados no ano
e a segunda, “ Licitações”, remete ao LicitaCon Cidadão, cumprindo o staelecido no
artigo 8ª, §1º, inciso IV da Lei 12.527/2011. O mesmo dispositivo contempla as abas
“Contratos” e “Extrato de Contratos” em que podemos encontrar todos os contratos
celebrados durante os períodos de tempo estabelecidos, bem como o resumo dos
estratos e contratos mensais.

Novamente, na aba “Leis Orçamentárias”, cumpriu o município com


o exigido pela Lei de Responsailidade Fiscal em seu artigo 48 com a exigência de
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públicação dos planos, orçamentos e lei de diretrizes orçamentária em meios


eletrônicos de acesso ao público. Mas a mesma aba é exigida pela Lei 12.527/2011
nos artigos 7º, inciso VII, alínea a, e no 8º, §1º, nciso V. Podemos notar que o
município de Santa Clara do Sul –RS optou em separar as informações em duas
abas, sendo a primeiro com relação as “Leis Orçamentárias” e a segunda quanto
“Ações e Programas”, cumprindo com o exigido na legislação.

A aba “Diárias” encontramos duas opções para consulta, sendo uma


com relação as diárias própriamente ditas e a outra com relação aos valores e a
legislação municipal que trata do tema. As informações que devem ser divulgadas
nesta aba se relacionam com o nome do beneficiário da diária, cargo, número de
diárias recebidas, período de afastamento, motivo do afastamento, local de destino e
tabela com relação que exemplifique os valores das diárias dentro e fora do estado e
fora do país. A aba atende ao artigo 8º, §2º da LAI.

A Lei de Acesso a Informação traz a exigência, em seu artigo 8º,


§1º, inciso VI, uma seção específica que apresente perguntas e respostas
relacionadas às atividades e aos serviços desenvolvidos pelo ente. Neste sentido, o
município disponibilizou a aba “Perguntas Frequentes” em que devem estar
dispostas perguntas com as respectivas respostas de situações ou questionamentos
mais frequentes recebidos pelo ente. Além disso, notou-se que o município
analisado disponibiliza um campo para envio de novas perguntas, atendendo
plenamente o exigido.

O artigo 8º, §3º, inciso VII da LAI, determina um local em que conste,
de maneira clara e objetiva, o telefone e e-mail para atendimento de demandas do
cidadão, contemplado na aba “Fale Conosco”. Essa aba serve para a solução de
dúvidas e a realização de sugestões, reclamações e elogios, sendo um mecanismo
de comunicação entre a administração pública e os administrados.

Cabe salientar que a legislação exige que os canais de comunicação


com os cidadãos, que são o “Fale Conosco” e a “Ouvidoria”, sejam separados dos
“Pedidos de Acesso à Informação”. Esse quesito foi muito bem observado pelo
município em análise, já que o mesmo disponibiliza três locais distintos para tais
solicitações. Um deles trata da ouvidoria que encontra-se na página principal do site
do município, outro é o espaço para o Fale Conosco que está no site do Município
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bem como no Portal da Transparência e o último é o Pedido de Informação –


Requerimento que está disponível no Portal. Todos os quesitos atendidos conforme
solicita a legislação.

Dando continuidade a análise do Portal da Transparência do


Município de Santa Clara do Sul – RS, notou-se que não está contemplado o exigido
no artigo 8º, §3º, inciso VIII da LAI quanto a acessibilidade dos dados à pessoas
com deficiência.

A próxima aba analisada encontra amparo no artigo 45 da lei


12.527/2011 em que deve ser disponibilizao o ato normativo local que regulamenta a
LAI. Neste caso o município atendeu o exigido, disponibilizando arquivo do Decreto
Municipal nº 2046/2016.

A próxima aba analisade dispõe sobre “Serviços e Atividades de


Interesse Coletivo”, exigência com base no artigo 7º, inciso V da Lai. Neste espaço o
ente público deve disponibilizar informaçãos das atividades típicas desenvolvidas
pelos órgãos da administração. A descrição de serviços e atividades realizadas para
a comunidade como os relacionados a saúde, assistência social, educação,
saneamento, transporte coletivo, entre outros. Esse quisito foi atendido pelo
município.

Temos as abas “Portarias” e “Editais” em que são disponibilzados os


atos públicos correspondentes para divulgação das nomeações e das audiências
públicas, contribuições de melhoria, concursos públicos. Na aba “Atas de Audiência
Pública” são disponibilizadas os arquivos com as atas escaneadas para acesso da
população ao seu conteúdo. A aba “Consulta-Siconv” disponibiliza um linck para o
cidadão acessar os projetos cadastrados para a captação de recursos junto aos
órgãos do governo federal. Na aba “Leis Municipais” o cidadão tem acesso a toda
legislação atualizada do município desde sua emancipação. Por fim encontramos
uma aba com a integra da Lei de Acesso a Informação, Lei 12.527/2011 para que o
cidadão tenha acesso ao seu conteúdo e possa exigir seus direitos perante a
administração pública.

Por fim a análise do Portal da Transparência do Município de Santa


Clara do Sul – RS mostrou-nos que a grande maioria dos aspectos da norma são
atendidos e outros ainda não estão contemplados. É importante salientar que os
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órgãos fiscalizadores com relação a transparência são o TCE – Tribunal de Contas


do Estado, TCU – Tribunal de Contas da União e a CGU – Controladoria Geral da
União. Todos os anos esses órgão avaliam os portais dos entes públicos para
apontamentos e indicação de melhorias.

4. CONCLUSÃO

A LAI – Lei de Acesso a Informação (Lei 12.527/2011), surge como


ferramenta para aumentar a participação popular na tomada de decição quanto a
aplicação dos recursos públicos, assegurando a finalidade do interesse público.
Pela transparência das informações o administrado conhece a
intenção administrativa e suas rezões, ele participa da gestão da coisa pública,
influência no processo buscando auxiliar na indicação de propostas fundamentais
para sociedade como um todo.
O Estado que se declara democrático, deve ter a participação
popular na gestão e no controle da Administração Pública como um princípio
fundamental, com objetivo de diminuir a distância entre o povo e o ente público. A
administração deve, portanto, ser democrática, eficaz e sobretudo participativa.
Para que a população possa realizar o controle e a fiscalização
social da Administração Pública a disponibilidade das informações devem atender a
vários princípios como a legalidade, a imparcialidade, a moralidade, a razoabilidade,
a eficiência, a publicidade, a confiabilidade dos dados, entre outros.
Em analise ao Portal da Transparência do Município de Santa Clara
do Sul – RS e confrontando-o com a legislação, conclui-se que grande parte dos
dispositivos legais consta cumprido pelo ente federado. As questões que se
relacionam com a Lei de Responsabilidada Fiscal todas são atendidas de maneira
integral e dentro dos prazos exigidos.
Quanto ao manuseio e a facilidade de encontrar os dados, o site se
mostrou dinâmico e de fácil manuseio. Qualquer cidadão é capaz de encontrar as
informações ou requere-lás de maneira simples, ágil e rápida. Todas as informações
são disponibilizadas em formato “.PDF” para facilitar o acesso aos documentos, já
que é uma das extensões exigidas pela lei.
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O município conta com “Ouvidoria”, “SIC – Sistema de Informação


ao Cidadão (de maneira presencial, via e-mail no “Fale Conosco” e via telefone)” e a
solicitação de informações via requerimento pelo Portal da Transparência, ou seja,
são três canais em que o cidadão pode comunicar-se com a Administração Pública
de Santa Clara do Sul.
Porém, foram identificadas duas situações que não estão sendo
atendidas pelo ente com relação as exigências da Lei 12.527/2011. A primeira
situação está relacionada com a ferramenta de pesquisa geral que no Portal da
Transparência do Município de Santa Clara do Sul-RS não encontramos, mas tem
uma ferramenta de pesquisa para o próprio portal, de manera interna. A legislação
exige as duas opções, a interna e a de pesquisa geral na internet, estando
parcialmente atendido pelo ente.
A segunda situação encontrada refere-se as medidas para garantir
atendimento aos usuários com necessidades especiais. De acordo com o artigo 8º,
§3º, inciso VIII da lei 12.527/2011, o ente federado deve adotar as medidas
necessárias para garantir a acessibilidade do conteúdo para as pessoas com
necessidades especiais, fundamentado no artigo 17 da lei 10.098/2000. Neste
quesito o Portal da Transparência de Santa Clara do Sul-RS não atende a
legislação.
Conclui-se, portanto, que quanto a disponibilidade das informações,
o Município atende a todas as exigências da legislação, mas quanto ao acesso, o
mesmo negligência o acesso às pessoas com necessidades especiais, o que não
deixa de ser um ato de exclusão social. Em contato com o setor de Comunicação do
ente, o mesmo relatou que essa questão estará sendo resolvida nos próximos
meses, já que o site e o Portal da Transparência estarão recebendo uma
readequação para garantir a acessibilidade a todos.
A importância do Portal da Transparência no setor público é vital
para garantir a participação da população na fiscalização e no controle dos atos e
investimentos de recursos públicos. Aproximar o administrado do administrador é um
dos grandes objetivos a Lei 12.527/2011. Para a Administração Pública o portal
garante a integridade e transparência dos atos desenvolvidos pelos gestores e para
o povo, o portal é uma ferramenta de fiscalização e controle da ação administrativa
servido de suporte para o combate a corrupção e a má aplicação dos recursos
públicos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

BRASIL. Lei 12527/2011 – Lei de Acesso a Informação.


BRASIL. Lei Complementar 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal.
BRASIL. Constituição Federal de 1988 e suas emendas.
CGU-DF. Cartilha de Acesso à Informação – Uma Introdução à Lei 12.527/2018.
Brasília – DF. Editora CGU. 2011.
DE OLIVEIRA, Aline Carrijo. Língua Portuguesa – Dicionário Escolar. Blumenau –
SC. Editora Vale das Letras. 2011.
FRANZ, Marcos Augusto. A Administração Púbica Democrática.Minas Gerais.
Editora Fórum.2004.
KANAANE; FERREIRA; FIEL FILHO; Alécio; Roberto; Maria das Graças. Gestão
Pública – Planejamento, Processos, Sistemas de Informação e Pessoas. São
Paulo. Editora Atlas. 2010.
MARTINS JÚNIOR, Wallace Paiva. Transparência Administrativa - Publicidade,
Motivações e Participação Popular. São Paulo. Editora Saraiva. 2004.
MATIAS-PEREIRA, José. Manual de Gestão Pública Contemporânea. 3º Edição.
São Paulo. Editora Atlas. 2010.
TCE-RS. Cartilha de Acesso à Informação – Orientação para Prefeituras e
Câmaras. Rio Grande do Sul. Editora TCE-RS. 2017.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas para
apresentação de trabalhos. 2º Edição. Curitiba: UFPR, 1992.

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