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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

DIRETORIA DE AÇÕES ESPECIAIS


PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO
BÁSICA – PARFOR
CURSO: História SEMESTRE: 2020.2
MUNICÍPIO: Urbano Santos
DICIPLINA/CÓDIGO: História do Maranhão Contemporâneo – Código:
PROFESSOR: Josenildo de Jesus Pereira
Aluna: Iolene Lisboa Mesquita Nota:_______
II AVALIAÇÃO

“Passados 30 anos da instalação do Projeto Grande Carajás, o Maranhão


continua sendo um dos estados mais pobres do Brasil, exibindo
indicadores sociais baixíssimos, mas altíssimos índices de concentração de
terras, riquezas e poder político”. (BARBOSA, Zulene Muniz. 2013:113)

Com base neste fragmento e nas aulas analise a relação entre o Projeto
Grande Carajás e o modelo de desenvolvimento econômico pensado e
desenvolvido no Maranhão a partir da década de 1960 com a ascensão de
José Sarney ao governo do Estado.

Quais tópicos:

1. O papel do estado/governo nesse processo de


modernização (Regina Luna).
A Crise do Estado ocupou a pauta central das decisões políticas na
década de 90, conduzindo a uma ampla Reforma do Aparelho do Estado, com o
objetivo de disponibilizar para a sociedade brasileira uma administração pública mais
equilibrada e eficiente, aumentando a capacidade governamental de definir e
implementar políticas públicas sem comprometimento de suas finanças.
Tipicamente, a relação contratual ocorre entre uma instância do
governo central, que será o órgão supervisor do contrato, e uma agência
governamental (que pode ser empresa pública ou agência executora). Esse fenômeno
manifesta-se de diversas formas: privatização de serviços públicos, terceirização para a
oferta dos serviços, implementação de processos de Gerência pela Qualidade Total e a
própria contratação entre Estado e organizações públicas (Kirkpatrick & Lucio, 1996;
Deakin & Walsh, 1996), aqui denominada “Contratualização” (Performance
Agreement, Performance Contract).
Em períodos de maior estabilidade política e econômica, a eficácia do
uso dos contratos foi maior, evidenciando-se ainda mais em países desenvolvidos e
com tradição de serviço público. Os recentes contratos franceses com “centros de
responsabilidade” – no âmbito da administração direta, ainda merecem maior
avaliação – trazem indicações de estímulo a sistemas de planejamento e gestão
institucional, à produtividade e à implantação de processos de qualidade total, tendo
os funcionários recebido benefícios por eficiência. A transposição da experiência para
outros países é mais limitada que no caso de empresas. Com efeito, a solução para
Crise do Estado não era ignorar a crise ou promover uma radical redução do tamanho
do Estado, mas sim a maximização do aparato estatal (ajuste de tamanho e
fortalecimento de sua capacidade gerencial). A resposta ideal para um Estado
Intervencionista não era o "absentismo estatal", mas sim a adequação do seu tamanho
e do seu papel para o aumento de sua capacidade de governar, implementar leis e
políticas públicas (governança).
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado preconizava a
necessidade de superação do modelo burocrático de administração pública, com a
implementação de instrumentos gerenciais na condução da atividade administrativa
estatal, considerando a necessidade de reformulação do controle da atuação
governamental, pugnando no sentido de que, paralelamente aos mecanismos
tradicionais de controle prévio dos meios de atuação da máquina administrativa,
deveriam ser implementados mecanismos de controle a posteriori da atividade
pública, ou seja, avaliação de resultados das políticas públicas.
Na medida em que o cidadão passa a ser identificado como
destinatário final dos serviços estatais (invertendo-se uma suposta relação de
vassalagem entre o cidadão e o Estado, sendo aquele considerado a última ratio
deste), a administração pública necessita se utilizar de instrumentos e práticas de
nítida inspiração na gestão empresarial (descentralização decisória, flexibilidade,
inovação, etc.), contrapondo-se aos rigores típicos da administração burocrática, sem,
contudo, abandonar os avanços históricos oriundos do racionalismo weberiano
(legalidade, impessoalidade, moralidade, etc.)
O principal marco legal da Reforma do Aparelho do Estado é a Emenda
Constitucional nº 19, de 1998, que alçou o princípio da eficiência a princípio explícito da
administração pública, passando a atuação estatal a ser analisada sob os prismas dos
princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e da eficiência. Além disso, a
aludida Emenda Constitucional possibilitou a ampliação da autonomia de órgãos e entidades
mediante contrato de gestão, conferindo aplicabilidade às agências autônomas concebidas
pelo MARE.
Entre as principais instituições jurídicas criadas pela Reforma do Aparelho
do Estado se destacam as Organizações Sociais (OS), as Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP), as Agências Reguladoras e as Agências Executivas

2. O conceito do Projeto Grande Carajás (PGC) - (Desni


Almeida/Zulene Barbosa)
O Projeto Grande Carajás foi um megaempreendimento econômico,
político e social que teve início oficial em princípio da década de 1980, ainda que se
tenha conhecimento de pretensões e de ações econômicas na região desde décadas
anteriores, quando alguns diagnósticos apontavam a existência de metais na área. Esse
empreendimento mineralógico foi executado, em sua maior parte, pelo governo
brasileiro, mesmo assim, sua concepção e benefícios são compartilhados
equitativamente com empresas estrangeiras. proposta formulada autoritariamente,
sem qualquer participação da sociedade brasileira, num período de total instabilidade
do Estado brasileiro – no qual a capacidade de endividamento do país começava a
atingir os seus limites. Em 24 de novembro de 1980, o decreto lei 1.813 criou o
Conselho Interministerial do Programa Grande Carajás, assumindo todas as
orientações geopolíticas e as estratégias econômicas propostas pelos japoneses.
O Programa Grande Carajás, tinha como objetivo atrair investimentos
de grandes empresas multinacionais, funcionando como fonte geradora de divisas,
para fazer face ao equilíbrio do balanço de pagamento em meio a uma conjuntura
marcada pelo refluxo dos créditos internacionais. Em dezembro de 1980, o Programa
Grande Carajás foi aprovado pelo governo brasileiro através do Decreto Lei 1.813, que
institui regime especial de incentivos para os empreendimentos integrantes do
Programa Grande Carajás; define os empreendimentos integrantes do programa; cria
na Secretaria de Planejamento da Presidência da República um conselho
interministerial com a finalidade de coordenar, promover e executar, de forma
integrada, as medidas necessárias às viabilidades do programa Grande Carajás e da
concessão de incentivos e dá outros providências.
3. Os efeitos sociais e econômicos deste modelo de
modernização. (Idem/autores)
A ideologia do progresso funcionou como mecanismo de ocultação
dos impactos sociais, políticos e ambientais sobre o modo de vida da população
localizada na região foco do programa. O percurso, no qual estavam inseridas as
microrregiões atingidas pelo programa (Marabá, Pindaré Mirim, Itapecuru, baixada
maranhense ocidental e São Luís) também ficou conhecido como "corredor de
exportação, onde manifestaram-se diversos conflitos sociais como resultado do
agravamento da questão fundiária, envolvendo pequenos produtores, posseiros e os
grandes grupos industriais que se apropriaram de enormes extensões de terra para os
seus projetos privados.
Um dos resultados do PGC para a microrregião de Imperatriz, uma
das vinte e uma microrregiões do Maranhão, situada a oeste do estado, foi a
montagem de empresas de reflorestamento de eucalipto e indústrias siderúrgicas nos
municípios de Imperatriz e Açailândia, distantes setenta quilômetros um do outro.
Esses empreendimentos são responsáveis pela concentração de terras, devastação
florestal, mudanças nas relações de trabalho e uma série de outras mudanças, que se
dão, em pare, pela imposição dos grandes empreendimentos e, por outro lado, pela
aceitação por parte dessas populações.
A questão da terra foi assumindo termos radicais definindo-se pelo
confronto aberto entre trabalhadores rurais e latifundiários. A intervenção do Estado
nesse processo de reprodução do capitalismo no campo adquiriu diversas formas,
especialmente, através dos projetos de apoio a pequena produção rural. Segundo
Asselim (1982), a violência da grilagem cartorial foi praticamente institucionalizada no
Maranhão tornando-se o principal mecanismo de expropriação. Da grilagem de
pequenas propriedades agrícolas, áreas devolutas ocupadas pelos posseiros ou
comunidades herdeiras de terras seculares formavamse grandes fazendas na encosta
das principais rodovias federais e estaduais. A paisagem geográfica também se
modificou com os cercamentos das áreas, antes, destinadas ao cultivo agrícola.

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