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Livro Redes Fluidos.1
Livro Redes Fluidos.1
REDES DE FLUIDOS
Edição 2006
Pag 3
5.8.5 Ligações soldadas ...................................................................................................132
6. EQUIPAMENTOS ASSOCIADOS A REDES DE TUBAGENS .......... 134
6.1 Introdução....................................................................................................................134
6.2 Bombas de deslocamento positivo...............................................................................134
6.2.1 Bombas rotativas .....................................................................................................134
6.2.2 Bombas alternativas.................................................................................................135
6.3 Bombas centrífugas .....................................................................................................136
6.3.1 Introdução................................................................................................................136
6.3.2 Teoria elementar das bombas centrífugas ...............................................................136
6.3.3 Curvas Características das bombas.........................................................................140
6.3.4 Ponto de Funcionamento .........................................................................................144
6.3.5 Características de uma Bomba Centrífuga...............................................................144
6.4 Potência motriz ............................................................................................................145
6.4.1 Alteração do ponto de funcionamento da bomba .....................................................145
6.5 Ocorrência de Cavitação..............................................................................................148
6.5.1 Pressão do vapor .....................................................................................................148
6.5.2 Vaporização dum líquido..........................................................................................149
6.5.3 Cavitação .................................................................................................................150
6.5.4 Cavitação em bombas centrífugas ...........................................................................151
6.5.5 Cavitação em Bombas Rotativas .............................................................................154
6.5.6 Cavitação em Turbinas ............................................................................................154
6.5.7 Cavitação em mudanças bruscas das linhas de corrente.........................................156
6.6 Compressores de Gás .................................................................................................158
6.7 Válvulas .......................................................................................................................160
6.7.1 Principais Tipos de Válvulas ....................................................................................160
6.7.2 Válvulas de isolamento ............................................................................................160
6.7.3 Válvulas de regulação..............................................................................................163
6.7.4 Válvulas especiais....................................................................................................166
7. CONTROLO e INSTRUMENTAÇÃO em REDES DE FLUIDOS........ 171
7.1 Generalidades .............................................................................................................171
7.2 Cadeia de controlo.......................................................................................................171
7.3 Terminologia e definições ............................................................................................172
7.4 Classes dos instrumentos ............................................................................................173
7.5 Código de identificação dos instrumentos....................................................................174
7.6 Simbologia de identificação dos instrumentos..............................................................175
7.7 Transmissores .............................................................................................................177
7.8 Instrumentação industrial .............................................................................................178
7.8.1 Generalidades..........................................................................................................178
7.8.2 Indicadores de Pressão e Pressão Diferencial .........................................................178
7.8.3 Termómetros............................................................................................................179
7.8.4 Contadores de caudal ..............................................................................................180
7.9 Válvulas de Controlo....................................................................................................181
7.10 Reguladores de Pressão..............................................................................................182
7.10.1 Princípio dos reguladores de acção directa..........................................................182
7.10.2 Curva Característica de um Regulador.................................................................184
7.10.3 Selecção do Regulador ........................................................................................185
7.10.4 Regulador de Acção Directa.................................................................................186
7.10.5 Regulador Pilotado...............................................................................................186
7.10.6 Critérios de Desempenho dos Reguladores .........................................................188
8. PROJECTO DE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS................................ 189
8.1 Constituição dum projecto de instalação industrial.......................................................189
8.2 Engenharia Preliminar e de Processo ..........................................................................189
8.3 Estudos de Viabilidade Técnico-Económica.................................................................189
Pag 4
8.4 Projecto de Engenharia de Redes de Fluidos ..............................................................191
8.4.1 Especificação de Materiais de Tubagens .................................................................191
8.4.2 Especificação de Material de Tubagem – “Piping Class”..........................................193
8.4.3 Diagrama de Tubagem e Instrumentação – “P&I Diagram” ......................................194
8.4.4 Implantação de Tubagem e Equipamento – “Layout” ...............................................195
8.4.5 Sequência de desenvolvimento de um projecto industrial de Redes de Fluidos.......197
8.4.6 Construção, Testes e Pré-comissionamento ............................................................198
8.4.7 Documentação Final ................................................................................................198
8.4.8 Interdependência entre actividades..........................................................................199
9. PROJECTOS ESPECIAIS DE REDES DE FLUIDOS ........................ 200
9.1 Projecto de instalação de bombas. Recomendações gerais ........................................200
9.1.1 Associação de Bombas............................................................................................200
9.1.2 Diagrama das piezométricas....................................................................................201
9.1.3 Tubagem de aspiração ............................................................................................202
9.1.4 Processos de escorvamento para bombas centrífugas ............................................203
9.1.5 Sistemas de segurança contra interrupção de caudal ..............................................204
9.1.6 Transmissão de vibrações à tubagem e ao fluido.....................................................204
9.2 Líquidos Combustíveis;................................................................................................205
9.2.1 Generalidades..........................................................................................................205
9.2.2 Classificação de áreas .............................................................................................205
9.2.3 HAZOP ....................................................................................................................206
9.2.4 Construção, ensaios e colocação em serviço...........................................................206
9.3 Instalações de Gases Combustíveis ............................................................................207
9.3.1 Parâmetros caracterizadores dos gases combustíveis.............................................207
9.3.2 Pressões de distribuição ..........................................................................................207
9.3.3 Ligação das instalações à rede de distribuição ........................................................208
9.3.4 Princípios fundamentais para dimensionamento ......................................................209
9.3.5 Algoritmo-base de dimensionamento em média pressão .........................................213
9.3.6 Algoritmo-base de dimensionamento em baixa pressão ..........................................214
9.3.7 Elaboração de folha de cálculo tipo:.........................................................................215
9.3.8 Ligação de tubagem.................................................................................................216
9.3.9 Ensaios, inspecções colocação em serviço..............................................................216
9.4 Vapor de água, água quente ou fluído térmico.............................................................217
9.4.1 Introdução................................................................................................................217
9.4.2 Circuitos e equipamentos de redes de vapor ...........................................................218
9.4.3 Perdas de calor e Isolamento térmico ......................................................................219
9.4.4 Dilatação da tubagem e sua compensação..............................................................220
9.5 Ar Comprimido; ............................................................................................................221
9.5.1 Redes industriais de ar comprimido .........................................................................221
9.5.2 Equipamento auxiliar de ar comprimido ...................................................................221
9.6 Fluidos Criogénicos; ....................................................................................................222
9.6.1 Introdução................................................................................................................222
9.6.2 Reservatórios criogénicos ........................................................................................222
9.6.3 Tubagem criogénica.................................................................................................222
10. INDÚSTRIAS TÍPICAS UTILIZADORAS DE REDES DE FLUIDOS.. 224
10.1 Refinarias e Petroquímicas ..........................................................................................224
10.1.1 Parques de Tanques, oleodutos, terminais, e logística.........................................224
10.1.2 Destilação Atmosférica.........................................................................................224
10.1.3 Conversão Catalítica (FCC Fluid Catalytic Cracking) ...........................................225
10.1.4 Utilidades .............................................................................................................225
10.1.5 Fábricas de Derivados e Petroquímicas ...............................................................226
10.2 Pasta de Papel ............................................................................................................227
10.2.1 Generalidades sobre o Processo de Fabrico de Pasta de Papel ..........................227
Pag 5
10.2.2 Preparação Mecânica ..........................................................................................227
10.2.3 Digestão de Madeira ............................................................................................227
10.2.4 Branqueamento....................................................................................................228
10.2.5 Preparação da Pasta............................................................................................229
10.2.6 Máquina de Papel ................................................................................................229
10.2.7 Recuperação Química..........................................................................................230
10.2.8 Caldeira de Casca e Caldeira de Recuperação....................................................231
10.2.9 Tratamento de Efluentes ......................................................................................231
10.3 Centrais Térmicas........................................................................................................232
10.3.1 Generalidades sobre Centrais Térmicas ..............................................................232
10.3.2 Combustíveis e Equivalentes de Energia .............................................................232
10.3.3 Central de Ciclo Combinado.................................................................................234
10.3.4 Centrais Térmicas Convencionais ........................................................................235
10.3.5 Queimadores........................................................................................................237
10.3.6 Tratamento de águas ...........................................................................................238
10.3.7 Águas de arrefecimento .......................................................................................239
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1. REDES DE FLUIDOS – OBJECTIVOS DA UNIDADE CURRICULAR
1.1 Introdução
Em termos de importância relativa no custo global duma Instalação Industrial refere-se que
a rede de fluidos em qualquer fábrica de dimensão média poderá conter várias dezenas de
quilómetros de tubagens, de vários diâmetros e qualidade de materiais, representando em média
cerca de 25% do Investimento.
Entretanto é importante retermos o facto de, no que concerne quer ao projecto quer à
construção, as exigências dos Sistemas de Qualidade são muito mais rigorosas nas tubagens
industriais que nas tubagens domésticas, vulgo canalizações.
Por se tratar da situação que abrange a maioria dos casos de transporte e distribuição de
fluidos em tubagens, optou-se por se considerar só o caso de fluidos homogéneos, ou seja,
fluidos que se encontram numa só fase, gasosa ou líquida, e cujos escoamentos sejam
Newtonianos para os líquidos e não supersónicos para os gases.
Pag 7
1.2 Objectivos da Unidade Curricular
Abordagem dos aspectos teóricos e práticos essenciais de redes de fluidos, introduzindo
os componentes, materiais, linguagem técnica e metodologias inerentes à concepção, ao projecto
e à construção de sistemas de tubagens industriais, incluindo as exigências dos Sistemas de
Qualidade, Códigos e Normalização nacional e europeia.
PROJECTO DE TUBAGENS:
Concepção de sistemas de tubagens; Solicitações, Forças de impulso e Transientes hidráulicos;
Pressão e Temperatura de Projecto; Cálculo das tensões, espessura da parede e flexibilidade nas
tubagens
Ligação de tubagens a acessórios/equipamentos; Suportes; Isolamento Térmico e Traçagem
térmica
Pag 8
1.4 Bibliografia
1.7 – Potter,C.Merlle,Wiggert,C.David:
MECHANIC OF FLUIDS
Practice-Hall International Editions
1.8 – Crane Cº
FLOW OF FLUIDS – through valves, fittings and pipe
Crane, Ltd
Pag 9
1.10 - Mohinder Nayyar
Piping Handbook – McGraw-Hill
Dada a normalização específica dos projectos de tubagem por cada país, são referidos
frequentemente códigos, normas e legislação nacionais, facilmente acessíveis pelas vias
institucionais, que, embora não referidas nesta secção, em particular, são considerados também
como bibliografia relevante.
1.5 Avaliação
O teste, a realizar próximo do final do período lectivo deverá englobar toda a matéria do programa
da Unidade Curricular.
A avaliação final, pressupõe a realização de, pelo menos, uma (1) prova de exame final, a
ter lugar em duas épocas de exames, englobando a totalidade da matéria constante do conteúdo
programático da Unidade Curricular, e de um Projecto ou de um conjunto de trabalhos
Laboratoriais.
A nota final máxima a atribuir, resultante da adição das classificações destas duas provas,
terá como limite, dezoito (18) valores.
O aluno pode tentar melhorar a nota final solicitando a realização de uma prova oral.
Pag 10
Em todas as provas de avaliação, quer seja teste de avaliação contínua, quer sejam exames finais,
nas partes em que forem admitidos elementos de consulta, poderão os alunos utilizar a seguinte
bibliografia, sendo expressamente proibidos quaisquer outros elementos de consulta:
O Professor-coordenador responsável
(Carlos Mendes)
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2. PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS DOS FLUIDOS
2.1 Pressão
Por definição, pressão é o resultado da aplicação duma força sobre uma superfície:
∆ Fn
P = lim
∆A → 0 ∆ A
Há outras unidades, para além do Pascal, que são frequentemente utilizadas como sejam
a atmosfera (atm) que equivale a 1,013 105 Pa (considerar-se-á a pressão atmosférica, standard,
ao nível do mar, com o valor de 101.3 kPa), o mmHg ou Torr, correspondendo neste caso, uma
atmosfera, à pressão exercida por uma coluna de 760 mm de mercúrio, e ainda, o bar (1 bar = 105
N/m2 = 0.1 MPa = 100kPa) bem como o seu submúltiplo, o milibar, unidades de aplicação muito
frequente na Indústria, nomeadamente no caso dos gases. Importa referir que na prática, sempre
que as pequenas diferenças em presença forem negligenciáveis considera-se a atmosfera local
ou pressão barométrica local, ou seja, a atmosfera normal referida do local, como atmosfera
técnica, ou seja, a equivalente à pressão de 10 m de coluna de água, considerando-se, neste
caso, 10 mca = 100 kPa = 1 atm.
Pressão: 0 absoluto
A pressão sendo uma quantidade física, pode ser medida usando-se diferentes escalas:
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A pressão absoluta nula corresponde à situação de vácuo absoluto, isto é, quando não existem
moléculas no espaço considerado.
Pressão relativa, Pr, corresponde ao valor da pressão acima da pressão atmosférica local (patm),
sendo usual a consideração das seguintes atmosferas standard função da altitude do local:
A pressão relativa positiva é medida com manómetros daí designar-se com frequência por
pressão manométrica.
A pressão relativa será negativa sempre que a pressão absoluta for menor que a pressão
atmosférica, e chamar-se-á então de vácuo relativo. Esta pressão mede-se com vacuómetros.
2.2 Temperatura
A escala Celsius (°C) toma como pontos de referência à pressão atmosférica de 101.3
kPa, o ponto do gelo, 0°C, ou seja a temperatura do gelo puro em equilíbrio termodinâmico com a
água saturada de ar, e o ponto do vapor, 100°C, ou seja a temperatura do vapor de água em
equilíbrio termodinâmico com a água líquida pura.
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O ponto de referência é o ponto triplo da água, ou seja, a temperatura da água líquida em
equilíbrio termodinâmico com vapor de água e com gelo. O valor da temperatura termodinâmica
atribuída, por convenção, ao ponto triplo da água é 273,16 K.
K = 0°C + 273.15
Nos USA é muito vulgar utilizar-se a escala Fahrenheit (°F) e a escala absoluta Rankine
(°R), sendo então empregues as seguintes relações de equivalência:
°F = 9/5 °C + 32
°R = °F + 459.67
É usual, no caso de fluidos compressíveis, referir várias grandezas como por exemplo o
caudal ou o volume às condições normais ou standard de pressão e temperatura.
Iremos considerar, para a mesma pressão atmosférica normal, como condição normal (n) a
temperatura de 0°C e como condição standard (st) a de 15°C. Assim, e a título de exemplo, para o
caso do caudal, teremos:
0°C = 273 K
15°C = 273 K + 15 K
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2.4 Massa Volúmica e Compressibilidade
2.4.1 Massa Volúmica
No estudo dos fluidos uma das características importantes a considerar é a massa por
unidade de volume, designada por massa volúmica ou massa específica:
ρ = m/v (kg/m3)
γ = ρg (N/m3)
A densidade relativa é muitas vezes usada para determinar a massa volúmica ou o peso
volúmico dum fluído. Define-se normalmente como o cociente entre a massa volúmica ou o peso
volúmico do fluído considerado e o da água (a ~ 15 °C) ou no caso dos gases como o cociente
entre a massa volúmica ou o peso molecular do gás considerado e o do ar (0 °C a 1 atm).
É importante atender às diferenças que se verificam entre líquidos e os gases dado que, a
massa volúmica nos líquidos e nos gases não varia de igual modo com a pressão e a temperatura.
A massa volúmica nos líquidos é totalmente independente da pressão. A pequena
compressibilidade existente a pressões muito altas não tem praticamente importância no
transporte por tubagens.
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A massa volúmica dos gases tem uma dependência da pressão e da temperatura que
resulta da equação geral de estado, também designada por equação dos gases perfeitos:
P P
= R = cte ou ρ=
ρT RT
onde,
Ri
R =
Mr
Pag 16
P2 T1
ρ 2 = ρ1
P1T2
Como as tabelas, em geral, referem a massa volúmica a 0°C e 1 atm, teremos:
P Tn
ρ = ρn
Pn T
A conversão da massa volúmica com dados de pressão em atm (1 atm = 1,033 kgf/ cm2 = 1,013
bar), será:
273P P
ρ = ρn = 264.ρ n
1,033T T
Excepto nos casos em que há fenómenos de hidratação, despreza-se normalmente o
eventual conteúdo em vapor de água (humidade) dada a sua influência ser mínima nos cálculos
dos caudais. Na Tabela a seguir indicam-se valores da massa volúmica normal, ρn, para
diferentes gases:
O cálculo da massa volúmica normal ρn para diferentes gases pode efectuar-se segundo a
regra das misturas:
r1 ρ n1 + r2 ρ n 2 + ...
ρn =
r1 + r2 + ...
onde, r1 , r2, etc. representam os volumes parciais dos gases contidos com massas volúmicas
normais, ρn1, ρn2, etc.
Como já foi referido, a razão entre as massas volúmicas de um gás e do ar, nas mesmas
condições de estado, designa-se por densidade relativa, ρr. Referindo ambas as massas
volúmicas ao estado normal e considerando a massa volúmica normal do ar 1,293 kg/mn3, vem
ρ
ρr =
n
1.293
Para a transformação do volume V dum estado 1 para um estado 2, será igualmente válida
a equação, pelo que:
P1 T2
V2 = V1
P2 T1
2.4.2 Compressibilidade
A equação dos gases perfeitos é de grande utilidade no estudo dos gases em geral uma
vez que a pressões suficientemente baixas, traduz muito aproximadamente o comportamento dos
gases reais.
Esta equação de estado é utilizável tanto para gases como para vapores sempre que o
respectivo estado não se encontre na zona de saturação ou próximo desta.
Em geral, os gases submetidos a pressões muito altas são semelhantes aos vapores e já
não se comportam de forma ideal pelo que as equações anteriores não são directamente
aplicáveis. Por isso se introduz um factor de compressibilidade, Z, que corrige o desvio de
comportamento entre um gás perfeito e um gás real e que se define como:
PV
Z=
RT
Para a transformação do volume V dum estado 1 para um estado 2, atendendo a que:
Pag 18
P Tn
ρ = ρ n ,
Pn T
P Tn P1 T2
resulta ρ = ρn e como V2 = V1 temos finalmente:
Pn TZ P2 T1
Vn Pn TZ
V =
P Tn
Lembremo-nos entretanto que pelo facto de poderem ocorrer mudanças de fase, a noção
de pressão ou temperatura alta ou baixa de qualquer gás deverá ser tomada relativamente à sua
pressão ou temperatura crítica, como veremos mais adiante.
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No caso de mistura de gases o coeficiente de compressibilidade não se pode calcular
segundo a regra das misturas dos elementos componentes. Nestes casos é vulgar a realização de
ensaios afim de possibilitar a obtenção de leis de variação do factor Z.
Assim vejamos uma situação relativa a Gás Natural, a mistura de gases mais utilizada, o
qual foi sujeito a vários ensaios com pressões até 70 atm e num intervalo de temperaturas de 0° a
30° C:
Face a este e outros resultados da medição foi possível obter um método geral de
representação para o Gás Natural em função da pressão e da temperatura e com factores de
correcção segundo o valor de ρ r .
P(bar)
Z=1–
470
P
A temperatura ambiente e para P ≤ 70 bar, pode considerar-se aproximadamente Z = 1 −
500
Pag 20
Abordagem da Compressibilidade a partir da equação de Van der Waals
Esta equação poderá ser vista como uma correcção à equação dos gases perfeitos, vindo a
pressão modificada por um factor a/v2, para ter em conta as forças de atracção entre moléculas, e
o volume corrigido através do parâmetro b, para entrar em consideração com o volume efectivo
ocupado pelas moléculas.
Para utilizar a equação de Van der Waals é necessário conhecermos valores dos parâmetros a e
b, que são diferentes de substância para substância e são de determinação experimental.
∂P ∂2 P
[ ]Tc = 0 e [ ]Tc= 0
∂v ∂ v2
27 R 2 Tc 2 9
a= = 3Pc vc2 = RTc vc
64 Pc 8
RTc v c
b= =
8Pc 3
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a 8a
ou 2
; Tc = ; Vc = 3b
27 b 27 Rb
Esta expressões permitem determinar os valores de a e b para qualquer gás conhecidos os seus
parâmetros críticos.
Substância Tc [ K ] Pc [ MPa ]
Ar 132,41 3,774
O2 154,78 5,080
H 2O 647,27 22,105
CO2 304,20 7,386
He 5,19 0,229
P
Pressão reduzida Pr =
Pc
v
Volume reduzido Vr =
vc
T
Temperatura reduzida Tr =
Tc
Explicitando P, v e T nas equações anteriores e entrando na equação de Van der Waals, usando
os valores de a e b obtidos atrás, vem:
Pr 27Pr 27Pr 2
Z3 - [ + 1 ] Z2 + [ ] Z - =0
8Tr 64Tr 2 512Tr 2
onde Z é o factor de compressibilidade. Esta equação pode ser resolvida em ordem a Z, onde:
Z = f (Pr , Tr)
Será válida para todas as substâncias. Esta relação é conhecida pela Lei dos estados
correspondentes (o factor de compressibilidade é o mesmo para todos os gases que se
encontrem á mesma pressão e temperatura reduzidas).
Esta lei é materializada no diagrama de compressibilidade generalizado. Deste diagrama
pode inferir-se que um gás se aproxima do comportamento de gás perfeito (Z ≅ 1) quando:
Pr << 1 ou Tr >> 1
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2.5 Viscosidade
Um fluido distingue-se dum corpo sólido através da sua capacidade para escoar. As
ligações moleculares num fluído são consideravelmente menores do que num sólido, pelo que, um
fluido tem relativamente àquele uma menor resistência à deformação por corte. É exactamente
esta falta de resistência a esforços de corte que permite o fluido escoar, e é também a razão
porque uma massa de fluido é incapaz de reter qualquer forma que se lhe fixe em presença do
campo gravitacional.
É este pequeno valor de resistência ao corte evidenciado pelos fluidos, que se chama
viscosidade.
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Segundo Newton a força F necessária para mover uma lâmina sobre a outra é proporcional
dv
ao gradiente de velocidade e à superfície S das placas. O factor de proporcionalidade
dy
denomina-se viscosidade dinâmica:
dv dv
F = µS <> τ =µ
dy dy
No sistema CGS expressa-se em stokes (St) e tem dimensões de cm2/s. Sendo mais usual
o submúltiplo centistoke (cST), 10-2 Stokes (0.01 st =10-6 m2/s). A viscosidade em cST pode
relacionar-se com a viscosidade em cP através de:
µ (cP)
ν (cST ) =
ρ (gr / cm 3 )
Também se utilizam com alguma frequência outras unidades que traduzem a viscosidade
relativa dum fluído. As mais correntes são:
Pag 25
Para a água temos em particular:
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Nos gases são as colisões moleculares que originam as tensões internas, pelo que à
medida que a temperatura aumenta, resulta um aumento da actividade molecular, e um aumento
da viscosidade, como se pode observar na figura:
Pag 27
A relação de Sutherland traduz no caso dos gases a variação da viscosidade dinâmica
com a temperatura:
C
1+
T 273
µt = µ0
273 C
1+
T
onde:
µt - viscosidade dinâmica a t°C
T - temperatura em K
C - Constante de Sutherland
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Os valores MTc e MTc .µ , para os gases componentes da mistura a 0°C, estão
representados na tabela:
No caso do vapor de água nota-se uma maior influência da pressão sobre a viscosidade
dinâmica na proximidade da linha de saturação relativamente aos gases duma forma geral. Os
valores determinados experimentalmente variam muito notando-se insegurança nos valores para
pressões acima das 10 atm.
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3. PERDAS DE CARGA EM SISTEMAS DE TUBAGENS
3.1 Rugosidade
Normalmente o transporte de fluidos utiliza tubagem de forma circular, não só por ser a
forma mais fácil de fabricar, como também por ser a mais adequada para resistir à pressão interior.
Embora a maior parte das tubagens tenham secção circular, podem existir outros tipos de secção,
que normalmente são tratadas do ponto de vista de perdas de carga, como circulares, através da
A
definição de um “Raio Hidráulico” adequado, Rh = , em que A representa a área da secção da
P
tubagem e P o perímetro molhado.
Parede do Tubo
ε
Pag 30
3.2 Número de Reynolds – Escoamento Laminar e Turbulento
3.2.1 Nº de Reynolds
• Fluidos incompressíveis
vd
Re =
ν
• Fluidos compressíveis
v dρ
Re =
µ
Em ambas,
d – diâmetro do tubo (mm)
v – velocidade média do escoamento (m/s)
ρ - massa volúmica ( kg/m3)
µ - viscosidade dinâmica (cP)
ν - viscosidade cinemática(cS)
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3.2.2 Lei da Semelhança
Um fluido, num escoamento totalmente laminar através dum tubo move-se em camadas
cilíndricas coaxiais. Devido às forças de atrito existentes entre as camadas, no eixo do tubo a
velocidade será máxima, enquanto que junto às paredes permanecerá um repouso, ou seja, a
velocidade é nula.
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Recorrendo à Lei de Newton da viscosidade e explicitando os valores da força de atrito em
função das forças devido à pressão, teremos:
dv dv ∆px
∆pπx 2 = µ∆l 2πx e considerando = , integrando vem:
dx dx 2µ ∆ l
∆p ∆p
( )
v x
∫ dv = -
0
2µ ∆ l ∫
r
xdx ou seja v =
4µ ∆ l
r2 - x2
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Entre os regimes perfeitamente laminar ou turbulento, existe uma zona dita de transição
que é uma zona instável, aparecendo por vezes a turbulência para Re < 2320, mas após um
pequeno percurso de estabilização livre de perturbações volta a reaparecer o regime laminar.
Estes redemoinhos vão sendo eliminados pelas forças de atrito interno das partículas
voltam sempre a renovar-se, de tal modo que permanece sempre um valor médio na secção do
tubo dando origem a uma dada distribuição de velocidade.
Esta camada limite, muito delgada, em regime turbulento, decresce com o aumento do nº
Re, como se pode observar através dos seguintes coeficientes aproximados válidos para tubos
lisos, que dão igualmente uma ideia do valor da espessura da camada limite, δ:
Nº Espessura da
Reynolds camada limite δ
105 0,0026 d
5
5x10 0,0007 d
6
10 0,0004 d
δ 34,2
=
d (0,5 Re )0,875
chegaríamos a: δ = 0,26 mm, 0,07mm e 0,04 mm o que permite constatar a considerável redução
da camada limite com o nº de Re e o facto de em regime turbulento o escoamento não poder ser
Pag 34
inteiramente definido pelo nº de Reynolds, sendo necessário fazer intervir a rugosidade relativa da
parede dos tubos, uma vez que, com o aumento de Re a diminuição da espessura da camada
limite põe a descoberto as irregularidades do acabamento interior das paredes das tubagens
constituindo-se assim uma resistência adicional ao escoamento, que será tanto maior quanto
menor o diâmetro do tubo.
A ideia de que em regime turbulento existe uma camada limite laminar (sub-camada
laminar na estrutura multi-camada de uma camada limite turbulenta) que se move ao longo da
parede do tubo e que não é afectada pelo movimento turbilhonar do núcleo central, torna-se muito
útil em todos os estudos físico-matemáticos dos fenómenos de escoamentos e desempenha um
papel importante nos ensaios sobre a determinação dos valores dos coeficientes de atrito.
Quanto maior for o nº de Re mais plano será o perfil e tanto mais uniformes serão as
velocidades na secção do tubo, podendo-se aceitar que o perfil se aproxima finalmente em forma
assimptótica duma dada distribuição de velocidade, como se pode observar na figura seguinte
segundo medições de Nikuradse em tubos lisos.
Pag 35
Na zona laminar até ao valor crítico de Re, o valor será 0,5; na zona de transição sobe
bruscamente até 0,7 e volta a aumentar lentamente, aproximando-se assimptoticamente a 0,9.
Entre Re = 2 x 104 e Re = 3 x 106 a relação aumenta de 0,79 a 0,88. Para esta zona de
turbulência, considera-se na prática o valor de:
v/ vmáx = 0,84 ± 4 %
O atrito que se verifica entre as partículas dum fluido, num escoamento, é causa de perda de
energia ao longo desse escoamento.
Pag 36
P1 v 21 P2 v22
+ + z1 = + + z2 + h L
γ 2g γ 2g
Desprezando a variação da velocidade, vem:
P1 - P2
hL = + z1 − z 2
γ
Considerando a equação de quantidade de movimento para volume de controlo aplicada no
sentido do escoamento, que se considera uniforme, as forças actuantes a considerar serão as
devidas à pressão, as forças mássicas e as de atrito entre o fluido e as paredes.
Se considerarmos ainda, P, como o perímetro molhado da tubagem, ou seja, o perímetro da zona
de contacto da parede com o fluído, teremos; segundo x x :
∑ Fx = (P 1 - P2 ) A + γAL sen θ - τ 0 LP = 0
ou
P1 - P2 τ 0 LP
+ z1 - z 2 = = hL
γ γA
Como, segundo Fanning, num escoamento turbulento, permanente, de fluidos incompressíveis,
numa tubagem de secção constante, a tensão de corte varia aproximadamente com o quadrado
da velocidade, ou seja:
ρ
τ0 = λ v2
2
onde λ é um coeficiente adimensional,
τ 0 LP ρ 2 LP L v2
hL = =λ v =λ (m.N/N)
γA 2 γA R h 2g
A
A Rh = denomina-se raio hidráulico da tubagem. Este valor tem grande relevância no estudo
P
de escoamentos em canais abertos. Nos casos das tubagens:
( )
Rh = π D 2 / 4 / (π D ) = D/4
hL λ v2
I= = ou
L Rh 2 g
Pag 37
2g
V= R hi = C R hi Fórmula de Chézy
λ
Os coeficientes C ou λ são determinados experimentalmente.
No caso das tubagens considerando λ = ƒ/4 e Rh = D/4, vem para a perda de carga:
L v2
hL = ƒ
D 2g
Fórmula de Darcy-Weisbach (ou simplesmente, Fórmula de Darcy)
A fórmula de Darcy pode também ser utilizada para calcular directamente quedas de
pressão. Efectivamente:
ρ ƒ Lv2
∆P = visto que (∆P = h L ρ g )
2D
Onde, ∆P = Pa (N/m2)
ρ = Kg/m3
L=m
v = m/s
D=m
Como se verá mais à frente dentro de certas restrições a equação de Darcy tem
igualmente aplicabilidade no caso de gases e vapores.
Da equação de Darcy destaca-se uma variável, que carece de determinação, e tem grande
relevância na mecânica dos fluidos e no cálculo dos diâmetros das tubagens, ou seja, o factor de
atrito ƒ.
Para se poder utilizar as equações gerais que permitem calcular as perdas de carga em tubagens,
torna-se necessário determinar os respectivos valores do factor de atrito, ƒ, o qual varia com o tipo
de escoamento do fluido.
Pag 38
Escoamento laminar
v max P1 - P2 2
v= = r
2 8µ L
vµL
P1 - P2 = 32
D2
Equação de Hagen-Poiseuille, que poderá igualmente ser escrita na forma,
vµ L
∆ P = 32 000
D2
Onde, ∆P = Pa (N/m2)
v = m/s
µ = cPo
L=m
D=mm
v Dρ 64
e atendendo a que Re = , temos finalmente f =
µ Re
Esta equação mostra-nos que ƒ é independente da natureza da parede do tubo e portanto
poderá ser aplicado não só a tubos lisos mas também aos de paredes rugosas (tubos reais).
Escoamento Turbulento
Um tubo tecnicamente liso, por exemplo, um tubo de latão, comporta-se como tal se
admitirmos que as pequenas irregularidades existentes nas suas paredes forem cobertas pela
camada limite laminar. O factor de atrito não será assim influenciado pelo estado da parede.
Pag 39
O factor de atrito neste caso, escoamento turbulento, será contudo superior ao do
escoamento laminar visto que, para além das resistências devidas ao atrito interno, há que vencer
as resistências devidas à formação de redemoinhos, pois que as rápidas variações de velocidade
do movimento turbulento exigem forças de impulso adicionais.
Dos vários estudos e fórmulas propostas ressalta a teoria de Prandlt sobre camada limite laminar:
1 / ƒ = 2 log Re ƒ - 0,8
(Prandlt)
Blasius, propôs uma fórmula alternativa que embora limitada no seu campo de validade, tem a
vantagem de ser explícita,
Com o uso, devido a oxidações, sedimentações, ataques químicos, etc., as rugosidades tendem a
aumentar e portanto a potenciar negativamente as condições de cálculo assumidas para uma
tubagem nova.
1 ε / d
= - 2 log
ƒ 3.7
Esta fase corresponde à estabilização das curvas ε/d mostradas na figura seguinte:
Pag 40
Zona de transição entre comportamento liso e rugoso
Para esta zona de transição propôs Colebrook uma fórmula que é actualmente
considerada como a que melhor traduz os fenómenos do escoamento em regime turbulento:
1 ε 2.51
= - 2 log +
ƒ 3.7 d Re ƒ
1 6.9 ε / d 1.11
= ≅ - 1.8 log +
ƒ Re 3.7 (Haaland)
ou a de Miller que sustenta que numa só tentativa obteremos um resultado com cerca de 1% de
desvio
−2
ε / d 5,74
ƒ = 0,25 log + 0,9 (Miller)
3,7 Re
Pag 41
Aumento das perdas por atrito com o Uso
Escoamento laminar ƒ = 64 / Re
1
Escoamento em tubo liso = 2 log R e ƒ - 0,8
ƒ
1 ε 2.51
Zona de transição = - 2 log +
ƒ 3.7 d R ƒ
e
1 ε
Zona de escoamento completamente turbulento = - 2 log
ƒ 3.7 d
Pag 42
Pag 43
Genericamente três tipos de problemas poder-se-ão colocar num escoamento turbulento numa
tubagem, de comprimento L:
• Problemas do tipo 1:
As fórmulas empíricas de Swamee and Jain, constituem, no entanto, uma boa alternativa, com
uma aproximação de 2 %, ao diagrama de Moody. São expressões explícitas que permitem
calcular directamente as variáveis desconhecidas acima referidas, e dentro de tolerâncias
aceitáveis para os problemas de engenharia correntes:
−2
Q 2 L ε vd
0.9
gd 5 h L
0.5
ε 3.17 v 2 L
0.5
Re > 2000
Q = - 0,965 ln + 3
L 3.7d gd h L
0.04
4.75 5.2
5000 < Re < 3 x 108
1.25 LQ L
2
d = 0.66 e
+ vQ 9.4 10-6 < ε/d < 10-2
gh L gh L
P.K Swamee and A.K. Jain. Explicit Equations for Pipe-Flow Problems, J. Hydraulics Div., ASCE,
Vol. 102, No. HY5. May 1976
Pag 44
3.5 Variação da Perda de Carga com a Velocidade
Considera-se um troço de tubagem inclinado e com variação de secção, onde circula em regime
permanente e sem atrito um líquido de massa volúmica ρ, como representado.
q m = vρ A
qm - caudal mássico (kg/s)
v - velocidade média (m/s)
ρ - massa volúmica (kg/m3)
A - secção (m2)
Teremos para as três secções indicadas na figura, de acordo com a equação da continuidade:
v1 ρ 1 A1 = v 2 ρ 2 A 2 = v 3 ρ 3 A3
Num líquido de volume específico constante a massa volúmica não varia com a pressão, logo:
v1 A 1 = v 2 A 2 = v 3 A 3
Pag 45
Se pretendermos calcular a velocidade no troço 2, por exemplo, a partir de conhecimento da
velocidade no ponto 1, teríamos:
2
A d
v 2 = v1 1 = v1 1 2
A2 d2
ou seja a velocidade do líquido num troço varia na razão inversa da secção ou do quadrado do
diâmetro dessa secção.
Da análise da figura anterior resulta que devido à redução de diâmetro, teremos como
consequência um aumento de velocidade, ou de energia cinética, o que só pode ser conseguido à
custa de energia potencial, como se constata da equação de Bernoulli:
P v2
gh + + = constante
ρ 2
Pag 46
3.5.2 Fluidos Compressíveis
Da equação da continuidade,
vρA = constante
ρ 1
v 2 = v1
ρ 2
Como ρ2 < ρ1, teremos v2 > v1, ou seja ao contrário dos fluidos incompressíveis, de volume
específico constante, a velocidade não permanece constante, mas sim aumenta.
Como a perda por atrito aumenta com v2 ρ teremos também para um fluido compressível
uma perda de carga maior quando comparada com a dum fluido de volume específico constante.
No caso do escoamento ser isotérmico:
P P1
= = constante e como vP = constante vem
ρ ρ1
ρ1P v 1 P1
ρ = e v =
P1 P
que substituídas na equação de Darcy aplicada a um comprimento dL,
P1
v21 ρ 1
v2 ρ dL , logo P12 - P2 2 = ƒ L v1 ρ1 P1
1 0 2
dP = − f
2d
dL resulta ∫ P dp = - f 2 d
P1 P2 ∫
l d
Pag 47
Constata-se a diferença, relativamente aos fluidos não compressíveis, no comportamento
da pressão que tem uma variação parabólica e na velocidade, que agora aumenta
significativamente com a redução de pressão.
3 3
P1 - P2
Pm = 2/3 2 2
P1 - P2
ou Pm = 2/3 (P1 + P2 - P1 × P2 / P1 + P2 )
A equação
L v 1 ρ 1 P1
2
P1 - P2 = ƒ Z
2 2
d ,
para se poder aplicar mais facilmente na prática deverá ser sujeita às seguintes alterações:
isotérmica, P v = P1 v1 , obtém-se:
P1 ρ1 v 1 2 = Pn ρn v 1 2
que substituída na equação, resulta:
L v n ρ n Pn
2
− P2 = ƒ Z
2 2
P1
d
Partindo agora dos seguintes pressupostos:
2 2 ƒ LZ Q 2 vn ρ r
P1 - P2 = 17,8
(100 d )5
Pag 48
NOTA: Validade da equação de Darcy
Na dedução das fórmulas anteriores considerou-se como expressão geral para cálculo de
perdas de carga a equação de Darcy. Efectivamente esta equação dá valores muito aproximados
nos fluidos compressíveis (gases e vapores), desde que se tenha em conta as seguintes
considerações:
1
• Quando ∆P < 10 % P1 : ρ ou v = considera-se constante
ρ
• Quando ∆P > 40 % P1 : a equação de Darcy não deverá ser utilizada. Várias fórmulas semi-
empíricas estão disponíveis na literatura técnica.
Variações altimétricas
L v2 ρ
P1 − P2 = f ± gh ( ρ - ρ ar )
2D
onde, P1, P2 - pressão de entrada e de saída, respectivamente (N/m2)
L - comprimento do tubo entre 1 e 2(m)
D - diâmetro interior de tubagem (m)
V - velocidade de fluido (m/s)
O sinal positivo será para tubagens ascendentes e o negativo para tubagens descendentes. No
caso dos líquidos despreza-se o termo ρar.
Nos casos dos gases o termo gh (ρ - ρar) fornece resultados aproximados mas aceitáveis para a
maioria das aplicações práticas.
3.6.1 Introdução
As perdas de carga que ocorrem devido a curvas, tês, válvulas (abertas total ou
parcialmente), equipamentos em linha (filtros, permutadores, etc.), expansões e outros acidentes
são denominadas por perdas localizadas, ou singulares.
Pag 49
No cômputo geral das perdas de carga do sistema a sua relevância tende a aumentar na
razão inversa do comprimento da tubagem. Efectivamente situações de válvulas parcialmente
fechadas, ou de equipamentos intercalados, conduzem normalmente a valores de perdas,
localizadas superiores, às perdas em linha. Como ordem de grandeza, é corrente considerar que
os valores de perda de carga localizadas começam a ter pouca expressão, comparativamente às
perdas em linha, para comprimentos de tubagem acima dos 1000 diâmetros e para comprimentos
menores (por ex: 50 diâmetros ou inferiores) as perdas localizadas poderão ser muito superiores
às perdas em linha. Na prática é corrente a utilização dos 3 métodos seguintes para o cálculo das
perdas de carga localizadas ou singulares.
Pag 50
Pag 51
3.6.3 Método dos dois K
O método dos K considera que o coeficiente K não depende nem da dimensão da tubagem
nem da rugosidade do acessório. É função do nº de Reynolds (em regime laminar e turbulento) e
da geometria do acessório.
O método dos 2K toma estas considerações em causa através da seguinte equação, que
integra as contribuições laminar e turbulenta:
1
K = K 1 / Re + K∞ 1 +
D
onde K1 = K para o acessório em que NRe = 1
K∞ = K para um acessório grande, em que NRe = ∞
D = diâmetro interior da tubagem onde se insere o acessório (em polegadas).
Re = NRe em regime laminar
Contudo a experiência mostra que o valor de K tende a aumentar à medida que Re tende
para o valor 1000 e torna-se inversamente proporcional a Re quando Re toma valores abaixo de
100. Esta correspondência pode ser vista na figura seguinte, estabelecida para curvas de 1/2", de
raio reduzido, onde a expressão de 2K se ajusta perfeitamente a todos os regimes, neste caso
com K1 = 800 e K∞ = 0,40
Pag 52
Variação de K com Re e com a Geometria do Acessório
Pag 53
Teoricamente K devia ter o mesmo valor para todos os acessórios com igual geometria.
Contudo verifica-se que os acessórios de dimensão mais reduzida são mais sensíveis ao efeito da
rugosidade e têm maiores variações geométricas na secção transversal, o que implica que K seja
superior para acessórios de menor diâmetro dum dado tipo. A correcção 1/D na expressão dos 2K
pretende assim compensar as diferenças geométricas dos acessórios acima referidos.
Por oposição, para diâmetros maiores, em aços de ligas complexas, pode-se cometer
sobredimensionamentos nas perdas de carga da ordem de 1,5 a 3 vezes o valor correcto, o que
originará o inerente sobredimensionamento de bombas e de gastos de energia e de investimento.
Em regime laminar, pelo contrário, o método clássico, normalmente sub-dimensiona as perdas de
carga. No entanto valores de comprimentos equivalentes são fornecidos, e utilizados diariamente,
pela literatura técnica, como por exemplo o “Hydraulic Institute”. É necessário saber que por
exemplo neste último caso os valores são dados para o pressuposto de diâmetros de 1" a 8" e em
regime perfeitamente turbulento. Logo a extrapolação para medidas maiores poderá causar erros
pelo que se deverá evitar. Aliás facilmente se entende que assim seja, e melhor se compreende
então a razão de Crane Technical Paper 410M (Crane Co, Flow of Fluids Through Valves, 14 th
printing, England, 1982).
Pag 54
Pag 55
3.6.5 Factor de Escoamento para Válvulas de Controlo
Cv - Caudal de água, em galões por minuto, US ou UK, a 60°F, que atravessa uma
válvula com uma perda de carga de uma libra por polegada quadrada (1 psi)
Kv - Caudal de água, em m3/h, que atravessa uma válvula com uma perda de carga de
1kgf/cm2 (0.980 bar)
No caso de fluidos viscosos os valores de Kv deverão ser corrigidos por factores baseados na
viscosidade os quais, no caso desta ser expressa em graus Engler, tomarão os seguintes valores:
Outros valores, para gases e vapor estão disponíveis na respectiva literatura técnica.
Consoante as unidades escolhidas assim, variará o aspecto da fórmula, por exemplo
Caudal, Q, em UK gal/min
ρ 24.9 d 2 24.9 d 2
Cv = Q = =
∆p (62.4) f L/D K
Caudal, Q, US gal/min
ρ 29.9 d 2 29.9 d 2
Cv = Q = =
∆p (62.4) f L/D K
onde,
Q -caudal (gpm)
ρ - massa volúmica do fluido ( lb/ft 3 )
(
∆p - perda de carga l bf / in 2 )
d - diâmetro interno (in)
L/D - comprimento equivalente da válvula em tubo do mesmo diâmetro
ƒ - factor de atrito
K - coeficiente de resistência
Pag 56
891 d 4
Das expressões acima verifica-se que podemos explicitar K em função de d e Cv: K=
(C v )2
L K L
e como = , podemos calcular o comprimento equivalente L eq = D de tubagem do
D f D
mesmo diâmetro que terá a mesma perda de carga que a válvula considerada.
ρ
Cv = 0.0694 (U.S. gal/min)
∆p (999 )
onde, Q - caudal (l/ min )
ρ - massa volúmica do fluido (kg/m3)
∆p - perda de carga (bar)
A literatura fornecida pelos fabricantes de válvulas de controlo é bastante elucidativa quanto aos
valores de Cv (ou Kv) a aplicar consoante o tipo do fluido.
Pag 57
3.8 Perdas de Carga em Sistemas de Tubagens
A literatura técnica sobre Mecânica de Fluidos, bem como Catálogos de fabricantes de bombas,
fornecem informação abundante sobre cálculo de perdas de carga, normalmente utilizando água
como fluido de referência. Uma forma menos tradicional mas interessante de resolução deste tipo
de problemas, nos casos em que f não depende de Re, é a que se descreve:
Este processo de resolução baseia-se no facto de ser vantajoso expressar as perdas de carga
distribuídas na forma exponencial.
hL = R Q χ
L V 2
Se substituirmos a equação de Darcy h L = f na equação acima, resulta x = 2 e o
D 2g
seguinte valor para R:
f L 8f L
R= =
2g DA 2
g π 2 D5
Nos problemas mais complexos como os de análise de redes é conveniente, com vista a reduzir o
número de cálculos envolvidos, utilizar fórmulas explícitas para o factor de atrito, ƒ, cujos
resultados já provaram ser satisfatórios, nomeadamente a de Swamee and Jain:
−2
ε 1
0 .9
Pag 58
ε
Estas equações de ƒ e R são válidas no intervalo 0.01> > 10-8 e 108 > Re > 5000.
D
200 D
Para valores de Re superiores aos dados por Re = , Re passa a ter efeito desprezável sobre
ε f
ε
ƒ e o factor de atrito ƒ, será só função de e será dado por:
D
−2
ε
f = 1.325 l n 0.27
D
Utilizam-se com frequência duas outras fórmulas para cálculo de perdas por atrito nas tubagens: a
de Hazen-Williams e a de Chezy-Manning.
No caso do fluido ser água, o valor de R, utilizando a fórmula de Hazen-Williams na expressão hL,
K1 L
vem: R=
C x Dn
Os expoentes serão neste caso, x = 1.85 e n = 4.87 .
K1 depende só do sistema de unidades utilizado, K1 = 10.59, para o sistema SI e K1 = 4.72, para o
sistema BG:
A fórmula de Chezy-Manning é utilizada com mais frequência em escoamento de canais abertos,
em esgotos e drenagens.
Para um tubo cheio e aplicada em hL, vem x = 2 e o seguinte valor de R:
10.29 n 2 L
R=
K 2 D5.33
onde: n = coeficiente de rugosidade de Manning
K1 = 1 (SI)
K2 = 2.22 (BG)
Pag 59
A vantagem da utilização dos valores de R obtidos a partir das fórmulas de Hazen-
Williams e de Chezy-Manning, dentro das gamas aceitáveis de Re, reside no facto dos
coeficientes C e n serem só dependentes da rugosidade, ao passo que na de Swamee-Jain,
temos
ε
f = f R,
D.
3.8.2 Sistemas de tubos em Série
(h L )
= Kv 2 / 2 g ou h L = KQ 2 / 2g A 2 .
Pag 60
Admitindo x = 2 e desprezando a diferença de velocidades, vem:
P
+ Z
P
- + Z = R 1 +
∑ K Q 2 + R + ∑ K 2
Q 2 + ....
γ γ B 2g A 1 2 2g A 2
2 1
A 2
R N + ∑ Ri + ∑
K K 2
Q N 2 = ∑n Qi
2g A N
2 i 2g A
2
i
R i + ∑ 2 Q 2
P P n K
+ Z - + Z = ∑i
γ A γ B 2g A i
−2
L ε 1
0.9
Considere-se um sistema tipo como o da figura abaixo, com dois ramais (BCE e
BDE). As conclusões a que chegaremos serão contudo válidas no caso de haver vários ramais.
i) O somatório dos caudais nos ramais deverá ser igual ao caudal total da linha onde o
sistema se insere (pontos de junção)
Pag 61
∑
n
QAB = QBCE + QBDE = QEF ou Q= i =1
Qi
ii) A perda de carga entre os pontos de junção (B e E), será a mesma para todos os
ramais.
( h L )BCE = ( h L ) BDE
P
+ Z -
P
+ Z = R i +
∑ K Q 2 i = 1, ....n
γ A γ B 2 g A i
2 i
(L e )i = D i ∑ K
f i
∑ (R )
N N −1
w w
Pelo que Qi =
Ri
logo, Q= ∑
i=1 Ri
= w
i =1
i
2
ou ainda,
Q
W = N 2
∑ Ri ( ) −1
2
i =1
iii) Os caudais que atravessam os diferentes ramais permanecem constantes, qualquer
que seja a perda de carga entre os pontos de junção do sistema à linha em que se
insere.
Pag 62
O número de equações que serão necessárias estabelecer a fim de se determinar
as incógnitas pretendidas, que são normalmente os caudais em todos os troços, conduzem a
cálculos morosos, sendo quase sempre efectuados por aproximações sucessivas. Hoje em dia é
prática comum recorrer-se a aplicações tradicionais, como o método de “Hardy Cross”, cujos
cálculos são efectuados por computador. Existem contudo no mercado aplicações informáticas
poderosas que permitem resolver redes muito complexas e para várias situações de escoamentos.
Pag 63
3.8.5 Método de Hardy-Cross
1. Atribuir um caudal para cada ramal da rede. Em cada malha, considerar os caudais
com sinal positivo no sentido dos ponteiros do relógio e com sinal negativo, no sentido
contrário.
ramais da malha.
n Valor função da equação utilizada na determinação do caudal
Pag 64
• n = 1.85, usando a equação empírica de Hazen-Williams:
v = 0.8492 C R0.63 S0.54
Onde, v = velocidade (m/s)
C = coeficiente da rugosidade de Hazen-Williams, com o valor de:
140, tubos muito lisos e rectos
130, ferro fundido e aço comercial novo
120, betão, madeira
110, vitrificados, aço rebitado novo
100, ferro fundido velho
80, ferro fundido muito velho e corroído
S = perda de carga por metro de tubo (m/m)
R = raio hidráulico (m)
• n = 2.00, usando a fórmula de Darcy ou a de Maning
L v2
hL = f (Darcy)
D 2g
1 2/3 1/2
v= R S (Maning)
C
onde, v = velocidade (m/s)
C = coeficiente de Maning com o valor de:
0.010, tubo de vidro, latão
0.012, ferro fundido, ferro forjado
0.013, betão
0.014, vitrificados
0.015, aço rebitado
R = raio hidráulico (m)
S = perda de carga por metro do tubo (m/m)
Pag 65
3.8.6 Sistemas de Tubos Convergindo num Ponto
No caso de não existir malhas e apenas se considerar um ponto de junção onde convergem e
divergem os escoamentos. A equação da continuidade será igualmente considerada na resolução
dos problemas. No caso da figura: Q1 - Q2 - Q3 = 0
As perdas de carga superiores poderão ser determinadas igualmente pelo método directo ou pelo
dos comprimentos equivalentes. Neste caso, e desprezando as diferenças de velocidades:
P P
+ Z - + Z = R 1 Q1
2
γ A γ B
P P
+ Z - + Z = R 2 Q 2
2
γ B γ C
P P
+ Z - + Z = R 3 Q 3
2
γ B γ D
Um processo de resolução poderá ser baseado na seguinte sequência:
1. Arbitrar um caudal Q1 e calcular a altura piezométrica na junção através da primeira
equação
2. Calcular Qi dos restantes ramais usando as duas outras equações
3. Substituir os valores dos Qi na equação Q1 - Q2 - Q3 = 0
4. Como normalmente não se obterá logo o 2º membro igual a zero, mas sim um ∆Q,
haverá que propor novo valor para Q1 e repetir os cálculos até se conseguir que ∆Q ≈
0.
No caso de existir uma bomba dever-se-á adicionar a respectiva energia (Hb) ao troço em causa.
Por exemplo para o troço 1, teríamos:
P P
+ z - + z + H b = R 1 Q12
γ A γ B
Pag 66
3.9 Perdas de Carga em Fluidos Compressíveis
O escoamento de gases e vapores é um problema bem mais complexo que o dos líquidos. A
perda de carga traduz-se igualmente numa queda de pressão, entretanto como os gases são
compressíveis, a queda de pressão provoca um aumento gradual da velocidade, havendo como
resultado uma variação constante da massa volúmica do gás, ao longo do tubo.
A determinação rigorosa das perdas de carga dum fluido compressível obriga ao conhecimento da
relação entre a pressão e a massa volúmica, o que não é fácil de determinar face à sua variação.
Tanto a queda de pressão como as variações da velocidade e da massa volúmica, são função das
condições termodinâmicas do escoamento, ou seja, das trocas de calor com o exterior.
O estudo geral do escoamento dos gases, sob o ponto de vista teórico, abrange dois casos
extremos:
Consideremos então a equação dos gases perfeitos aplicada entre dois pontos duma linha de
p1 p
corrente, dum dado escoamento: = 2
ρ1T1 ρ 2T2
Considerando um volume de controlo infinitesimal, a aplicação desta equação poderá ser escrita
p p + dp
na seguinte forma: =
ρT ( p + dp )(T + dT )
Desprezando os termos de 2º grau, porque são muito pequenos, resulta:
p p dp dρ dT dp dρ dT
= 1 + 1 − 1 − ou − − =0
ρT ρT p ρ T p ρ T
Esta equação mostra-nos que num escoamento dum fluido compressível, variações na pressão,
na massa volúmica ou na temperatura estão interrelacionadas.
Pag 67
Efectivamente se considerarmos um fluido a atravessar um determinado volume de controlo, em
regime estacionário:
• Entrando na secção1 à velocidade v1, com a entalpia por unidade de massa h1;
• Saindo pela secção 2 à velocidade v2, com a entalpia por unidade de massa h2;
• Resulta da Mecânica dos Fluidos (Equação da energia) que:
v 22 v12
h2 + = h1 + +q−w
2 2
Sendo
v 22 v12
CpT2 + = CpT1 + +q
2 2
Aplicando esta equação ao escoamento do fluido através dum volume de controlo infinitesimal:
considerando :
v1 = v
v2 = v +dv
T1 =T e T2 = T +dT,
Pag 68
resulta :
v2
CpT + + dq = Cp( T + dT ) +
(v + dv ) 2
2 2
Pelo facto do volume de controlo ter um comprimento dx, então o termo dv2 será
k −1
P k
T2 = T1 2
P1
T - temperatura absoluta (K)
K – Cp/Cv
Pag 69
aplicação ou validade. No caso dos cálculos serem baseados na utilização directa de ábacos, o
conhecimento prévio no domínio da aplicabilidade, e portanto dos pressupostos torna-se assim
fortemente aconselhável, já que grande parte das fórmulas diferem bastante entre si.
A profusão de fórmulas nem sempre directamente aplicáveis aos casos em causa,
e a complexidade e morosidade de análise dos casos tão diferentes que ocorrem na prática,
conduzem ao estabelecimento de algumas fórmulas expeditas e critérios, já referidos
anteriormente, que fornecem aproximação suficientemente satisfatória para a maioria dos casos
práticos. Assim, vejamos:
Poderá ainda assim utilizar-se a equação de Darcy num caso que não exija um
cálculo muito rigoroso; caso contrário, a literatura técnica propõe outras formulações,
considerando para o gás as propriedades médias resultantes da aplicação das condições da
pressão à entrada e à saída.
Para grandes perdas de carga, caso de condutas muito longas, é vulgar o emprego
de fórmulas semi-empíricas como as abaixo referidas:
2
−4 d4 P - P22
Q = 2,484 x10 . 1
L P P1
V1 f + 2 ln 1
D P2
Pag 70
Esta fórmula é válida nos seguintes pressupostos:
• Escoamento isotérmico
• Ausência de trabalho mecânico
• Escoamento ou descarga estacionárias
• Comportamento de gás perfeito
• A velocidade será a velocidade média numa secção
• O coeficiente de atrito não varia ao longo do tubo
• A tubagem é horizontal e recta entre os pontos extremos
p12 - p 2 2 288
T
Q = 0.00261 d2.667
S L
g m
0.1461
d
, 150 mm ≤ d ≤ 600 mm
ƒ = 0.0454
QSg
Onde,
Sg = 0.6
E = eficiência do ramal
E = 1 (100%) para tubagem nova e recta (sem curvas, válvulas, mudanças de
elevação ou direcção
E = 0.95 para condições de serviço muito boas
E = 0.92 para condições de serviço médias
Pag 71
E = 0.85 para condições de serviço desfavoráveis
v
O número de Mach M < 1 M = , sendo v – velocidade do fluido e vs velocidade do som no
vs
Pag 72
v = volume específico do gás m3 / kg
Q
v = 353,7 ⋅
d2
Onde:
ii) Se o caudal for medido a uma pressão e temperatura de referência, a velocidade real
de escoamento pode ser obtida através de:
Q T Pr
v = 353,7 ⋅ ⋅ ⋅
d 2 Tr P
Onde:
v (m/s); Q (m3/h a Tr,Pr); d (mm)
T (temp. abs. de serviço ) Tr (temp. abs. de referência )
P (pressão abs. média de serviço) Pr (pressão abs. de referência)
Pag 73
Tr = 288 K (15ºC)
Pr=1,013 bar (pressão atmosférica)
Logo,
T Q
v = 1,244 ⋅ ⋅
P d2
Na maior parte dos casos os gases são distribuídos à temperatura ambiente, que se
considerarmos aproximadamente igual a 15ºC, teremos:
Q
v = 358,3
P.d 2
Onde:
v (m/s); Q (m3/h, referido a 15ºC e 1.013 bar); d (mm)
Obs: No caso do vapor de água considera-se habitualmente o caudal mássico (kg/s ou ton/h) em
vez do caudal volúmico, pelo que, para as condições reais de utilização:
Q Q
v = 353,7 ou v = 353,7 2 v
ρd 2
d
onde: v (m/s); Q (caudal mássico, kg/s); ρ (massa volúmica, kg/m3); d (mm)
Quer por razões de segurança (caso do oxigénio), quer de conforto, (limitação de ruídos), quer
ainda por limitação das perdas de carga, é corrente a utilização de velocidades recomendadas
pela prática, por exemplo:
Pag 74
3.12 Escoamentos Bifásicos
Pag 75
A figura mostra um escoamento de água (inicialmente subarrefecida) que é aquecida até à
ebulição e posteriormente sobreaquecida à medida que progride no interior da tubagem. Na
região de entrada a transmissão de calor para o líquido subarrefecido processa-se por convecção
forçada, mantendo-se este regime até ao início da ebulição, altura em que ocorre um aumento
súbito do coeficiente de transmissão de calor. Na região de ebulição aparecem bolhas de vapor
sobre a superfície quente que crescem e são arrastadas pelo escoamento, prevalecendo
escoamento do tipo bubbly flow durante uma certa distância. À medida que as bolhas vão
coalescendo formam-se tampões de vapor (slugs), mantendo-se este regime de escoamento
(slug-flow regime) até serem atingidos títulos de vapor da ordem de 50% em volume.
As zonas secas continuam a aumentar até que a fase líquida remanescente se reduz à forma de
gotículas (mist flow regime) que se mantém até o título de vapor atingir 100%, processando-se, a
partir daí, o sobreaquecimento do vapor.
A seguinte expressão empírica (Davis & David) permite determinar um coeficiente de transmissão
de calor médio (hm) para escoamentos bifásicos (líquido – vapor) em tubagens desde que a fase
líquida molhe a parede interna:
0 ,28 0 ,87
h mD ρ DGχ
= 0,06 l Prl0,4
kl ρv µ
Onde
Pag 76
∆PBF ρG
= 1 + 3 l v (G × 10 − 6 )
0 ,33
∆Pl ρ v Gl
Pag 77
4. CÓDIGOS DE PROJECTO, CONSTRUÇÃO E CERTIFICAÇÃO
ASTM (American Society for Testing and Materials), cobrindo especificações para materiais
dos diferentes componentes de um sistema (tubagem, válvulas, acessórios, etc.).
ASME (American Society of Mechanical Engineering), Código usado para tubagem sob
pressão que inclui prescrições e requisitos a satisfazer no projecto: cálculo das espessuras e de
flexibilidade, cálculo de componentes especiais, selecção e limitações no emprego de materiais,
meios de ligação e de acessórios, tensões admissíveis, fabricação, montagem, testes e inspecção.
Pag 78
ASME B31.4 (Pipeline Transportation Systems for Liquid Hydrocarbons and other Liquids):
aplicável em tubagens de transporte de produtos petrolíferos a longa distância,
predominantemente, entre refinarias e terminais.
ASME B.31.8 (Gas Transportation and Distribution Piping Systems): tubagens para transporte
e distribuição de gases em zonas de acesso geral.
Os coeficientes de segurança são maiores que nos casos anteriores e dependem do grau
de ocupação humana das zonas que atravessam, sendo tanto maiores quanto maior a
probabilidade de acidentes, sendo que a maioria é causado por terceiros. As tubagens abrangidas
por estes códigos são normalmente autorizadas ou concessionadas pelos estados que
atravessam, com a constituição de direitos de passagem e zonas de protecção.
A maior parte dos códigos europeus de projecto e construção derivam dos códigos
americanos equivalentes, tendo sido muitos deles adaptados antes da formação da União
Europeia. Por tal motivo sofreram um processo de harmonização em normas europeias EN com
um período de transposição para as respectivas legislações nacionais após aceitação da
recomendação de norma redigida por uma comissão especializada. A designação final de cada
país será, por exemplo para Portugal NP EN designação utilizada mais recentemente para as
versões portuguesas das normas europeias (por exemplo a NP EN 286 –1, para Recipientes sob
pressão para uso geral). Para tentar harmonizar as normas europeias, americanas e de outros
países, formou-se a ISO International Standards Organization, que tem conseguido impor alguns
tipos de normas, mais pela sua aceitação pela indústria do que pela sua transposição para a
legislação. Por exemplo a norma europeia para redes de gás natural é de origem inglesa (British
Standard) BS EN 1594 - Gas Supply Systems, e ainda não foi traduzida para português.
No caso dos aços inox é frequente, principalmente na indústria papeleira, a utilização das
normas Suecas (a Suécia é um grande fabricante deste tipo de aços).
Todos os tubos são definidos, em termos de diâmetro, por um número designado por
diâmetro nominal. Para cada diâmetro nominal fabricam-se tubos com várias espessuras de
parede. É aqui que residem as diferenças fundamentais entre as normas Americanas e as Alemãs,
já que para o mesmo diâmetro nominal equivalente os diâmetros exteriores das tubagens são
idênticos (o mesmo não se verificava nas normas Suecas, para aços inoxidáveis. Começaram,
entretanto, a adoptar a série de diâmetros das Normas ISO, com dimensões equivalentes às
normas Americanas).
Pag 79
Nas normas Americanas é frequente a utilização da designação, "Schedule" para definir
aproximadamente uma espessura para um dado diâmetro nominal. Para vários diâmetros de
tubos, o mesmo número de "Schedule", "Schedule Number", corresponderá a espessuras bem
determinadas. Este número é obtido aproximadamente pela seguinte expressão:
1000P
Sch =
S
P - pressão interior na tubagem (psi)
S - tensão admissível do material (psi)
Existem os seguintes Schedule Number: 10, 20, 30, 40, 60, 80, 100, 120, 140, 160.
Em tubagens de aço inox o Schedule é seguido da letra S, por ex.: Sch 10S, 20S,etc.
Por razões de resistência estrutural das tubagens, redução do número de suportes por aumento
de vãos, aumento de resistência à corrosão, etc. é vulgar adoptar-se, na prática as seguintes
espessuras mínimas, independentemente do valor da pressão, para os seguintes diâmetros
nominais.
φ ≤ 1 1/2" Série 80
2" < φ <12" Série 40
φ > 14" Série 3/8" (9 mm)
Nas normas DIN a cada diâmetro exterior corresponderá uma espessura Standard. Contudo, por
encomenda, de acordo com esta norma, poder-se-ão fabricar outras espessuras.
Pag 80
A norma ANSI B36.10 aplica-se a tubagem 1/8" a 36". A ANSI B36.19 de 1/8" até 12". De
notar que só de 14" até 36" é que o diâmetro nominal coincide exactamente com o diâmetro
exterior dos tubos em polegadas. A norma Portuguesa NP EN 10208.2 estabelece, entre outros
aspectos relevantes, os valores preferenciais dos diâmetros exteriores e das espessuras.
Os diâmetros nominais 32 (1 ¼”), 65 (2 ½”), 125 (5”) e 450 (18”) tendem a cair em desuso.
Tomando como exemplo o código ASME B31.3, referem-se a seguir as principais definições de
um código, nomeadamente as entidades intervenientes, o âmbito e a aplicação, e os principais
requisitos definidos pelos Códigos:
Entidades intervenientes
Âmbito
Aplicação
Pag 81
incluindo: petróleo bruto, produtos de petróleo intermédios e refinados, e produtos químicos,
gases, vapor, ar, e água, sólidos fluidizados, líquidos refrigerantes e líquidos criogénicos.
São excluídos deste código as caldeiras de geração de vapor, que devem cumprir o “Boiler and
Pressure Vessel Code section 1” e as tubagens de vapor nas centrais térmicas que devem
respeitar o ASME B31.1, bem como as tubagens constituintes de fornalhas, interiores de
reservatórios de pressão, bombas, compressores e outros equipamentos com códigos específicos.
• Tubos;
• Curvas;
• Tubo encurvado;
• Tês e Derivações;
• Flanges;
• Cálculo de outros componentes á pressão;
• Soldadura;
• Juntas roscadas;
• Ligações não metálicas;
Pag 82
• Suportagem ;
• Esforços sobre as estruturas de suporte;
• Materiais e especificações;
• Tensões admissíveis;
• Limites de aplicação de temperatura;
• Coeficientes de flexibilidade e de intensificação de tensões;
• Métodos de teste de resistência ao impacto;
• Materiais auxiliares de ligações e soldaduras;
• Efeitos de regimes cíclicos e fadiga;
• Aceitação de peças forjadas, vazadas, soldadas, etc;
• Dimensões e ratings de componentes;
• Tolerâncias dimensionais;
• Qualificação de métodos de soldadura e soldadores;
• Tratamentos térmicos;
• Inspecção radiográfica, ultrasónica e avaliação de defeitos típicos;
• Testes hidráulicos e de fugas;
• Registo de teste e certificação;
Consideremos uma tubagem de aço, por exemplo, ASTM A 106 GrB, operando nas duas
condições seguintes de pressão e temperatura simultânea a que corresponde, segundo a norma
ANSI, o valor de tensão admissível respectiva entre parêntesis:
Pag 83
Em cada caso, na prática, deve-se fazer então a comparação entre as diversas pressões de
serviço possíveis e as tensões admissíveis do material às respectivas temperaturas e verificar a
que espessuras somos conduzidos.
A pressão de serviço poderá ser seleccionada entre o maior dos seguintes valores:
- Pressão de abertura de qualquer válvula de segurança ou de alívio que esteja ligada à linha ou
ao sistema que contem a linha.
- Máxima pressão a que uma bomba (centrífuga, volumétrica, etc.) possa introduzir numa tubagem
(por exemplo no caso de uma bomba centrífuga a máxima pressão corresponde à situação de
débito nulo).
- No caso de redes de tubagem sujeitos a golpes de aríete deverá ser verificado o respectivo valor
de pico de pressão.
Para materiais ditos frágeis (Ferro fundido, betão, etc.) a pressão de projecto será a soma da
pressão máxima de serviço com a resultante do golpe de aríete.
A norma ANSI A 21.1 estabelece valores mínimos de pressão por golpes de aríete a considerar no
caso de tubagens em ferro fundido.
Para materiais ditos dúcteis (aços em geral, ligas etc.) a pressão resultante do golpe de aríete só
será somada à pressão de serviço se tiver um valor significativo.
No estabelecimento das condições de projecto (P,T) devem ser consideradas todas as situações,
mesmo transitórias ou eventuais, a que a tubagem possa estar sujeita, mesmo fora de serviço. A
temperatura de serviço duma linha é vulgarmente tomada como sendo 30 °C superior à maior
temperatura que o fluido circulante apresenta nas condições normais de serviço. Aplica-se este
critério com frequência nas linhas ditas frias (temperatura ambiente).
A Norma ASME B31, referida como exemplo, estabelece nas diversas secções os critérios de
cálculo para as tensões resultantes das diferentes solicitações que actuam sobre os tubos:
i) A tensão máxima devida à pressão interna ou externa (Sp max) não deve ultrapassar a tensão
admissível básica do material na temperatura considerada (Sh)
Sp max ≤ Sh
ii) A soma de todas as tensões longitudinais provenientes da pressão, dos pesos, sobrecargas,
movimentos de pontos externos e quaisquer outros esforços permanentes (excepto os esforços
das dilatações térmicas) não deve ultrapassar o valor da tensão admissível básica do material na
temperatura considerada
Pag 84
Σ S l ≤ Sh
iii) A tensão combinada resultante das diferentes solicitações, consequentes das dilatações
térmicas (Se), não deve ultrapassar o valor de Sa dado pela seguinte expressão:
onde:
f - factor de redução para serviços cíclicos [f= 6.0 (N)-0.2≤1];
Sc - Tensão admissível à temperatura ambiente, (mínima do ciclo)
Sh - Tensão admissível do material na temperatura considerada (máxima do ciclo)
Os três cálculos acima indicados devem ser feitos separadamente. Não há necessidade de se
calcular a resultante da acção combinada de todas as solicitações, porque as tensões admissíveis
que constam das tabelas foram estabelecidas tomando em conta essa indicação.
As várias secções da Norma ASME B31 contêm tabelas que referem uma grande variedade de
materiais utilizados na tubagem, as tensões admissíveis em função da temperatura, à temperatura
limite de utilização de cada material. Os valores das tabelas são tensões básicas que devem ser
adoptadas para os esforços de tracção e de flexão, estáticos e permanentes. Para outros tipos de
solicitações, a Norma estabelece as seguintes variações em relação às tensões admissíveis
básicas:
Segundo a Norma ANSI B.31, como já se referiu, a tensão combinada resultante das solicitações
devidas à dilatação (S2) é o valor (Sa) dado pela expressão:
Pag 85
f = 0,8 para 14 000 < ciclos por ano < 22 000
f = 0,7 para 22 000 < ciclos por ano < 45 000 até
f = 0,3 para 700 000 < ciclos por ano < 2 000 000
Excluindo situações de serviço fortemente cíclicas, para o mesmo material e mesmas condições
de serviço, o valor de Sa é sempre superior ao de Sh.
Generalidades
20 × E × e × F P×D
P= ou e=
D 20 × E × F
Sendo:
P – pressão de cálculo (bar) ; e – espessura de cálculo (mm); D – diâmetro exterior do tubo (mm);
E – limite elástico do material (N/mm2); F – factor de segurança correspondente à categoria do
local de implantação das tubagens (Artº 29 da referida Portaria).
Pag 86
Regulamento técnico relativo à instalação, exploração e ensaio dos postos de redução de pressão
a instalar nos gasodutos de transporte e nas redes de distribuição de gases combustíveis.
Portaria n.º 361/98 de 26 de Junho
Regulamento técnico relativo ao projecto, construção, exploração e manutenção das instalações
de gás combustível canalizado em edifícios.
Portaria n.º 386/94 de 16 de Junho
Regulamento técnico relativo ao projecto, construção, exploração e manutenção de redes de
distribuição de gases combustíveis.
Portaria n.º 867/89 de 10 de Outubro
Define os parâmetros caracterizadores dos gases combustíveis.
Portaria n.º 1248/93 de 7 de Dezembro
Estabelece a regulamentação técnica relativa aos aparelhos que queimam combustíveis gasosos
e respectivos dispositivos de segurança.
4.2.6 Normalização
4.3 Termoplásticos
O dimensionamento destes tubos, sujeitos à pressão interna, é feito, de acordo com critérios de
resistência, de acordo, normalmente, com a seguinte fórmula:
PxD
t=
20.σ adm + P
Pag 87
Sendo:
t – espessura da parede (mm)
D – diâmetro exterior do tubo (mm)
P – pressão admissível de operação (em bar e a 20 °C)
σadm – tensão admissível circunferencial, com coeficiente de segurança (N/mm2)
20 – constante
Nas normas DIN a cada diâmetro exterior corresponderá uma espessura Standard. Contudo, por
encomenda, de acordo com esta norma, são possíveis outras espessuras.
Entre as normas ANSI, e as DIN, estabelece-se na prática a seguinte relação, para os diâmetros
mais correntes, entre os diâmetros nominais e os diâmetros exteriores das tubagens:
Nos tubos em Polietileno de Alta Densidade (HDPE High Density PolyEtilene) utilizam-se as séries
SDR 11, se a resina for do tipo PE80 e SDR 17.6 se a resina for do Tipo PE 100.
SDR (“Standard Dimension Ratio”) é a designação americana convencional para a relação entre o
diâmetro nominal e a espessura, grandeza adimensional
DN
SDR =
e
Esta designação relaciona-se com a da série S da norma ISO 4065 através da relação SDR = 2S
DN − e
+ 1, sendo adimensional S =
2e
4.4 Processos de Fabrico de Tubagem
Os materiais mais utilizados são os aços, ao carbono, aço liga ou inox, e os mais
importantes processos de fabrico, são essencialmente os seguintes:
Laminagem (rolling)
Tubos sem costura (Seamless pipe) Extrusão (extrusion)
Fundição (casting)
Com adição de metal do eléctrodo:
Arco submerso ( SAW-submerged arc welding)
Com protecção de gás inerte (inert gas
Tubos com costura longitudinal ou
welding)
helicoidal (Welded pipe)
Sem adição de metal:
Resistência eléctrica (ERW–electric resistance
welding – recomendável para DN≤5oo)
Assim, e a título de exemplo, para fluidos sem preocupação especiais tais como: fuelóleo,
condensados, vapor de baixa pressão, ar, águas de incêndio, industriais, de arrefecimento, azoto,
etc., é vulgar especificar-se tubos com costura para diâmetros a partir de 4".
Pag 88
Para fluidos como o Propano, Etileno, Butadieno, Propileno, é vulgar especificar-se tubos sem
costura até 12", inclusive, e depois com costura a partir de 14", para pressões até 40 barg. Para
vapor de alta pressão (> 50 barg > 430 °C) dever-se-á utilizar tubos sem costura para todos os
diâmetros.
Para serviços com hidrogénio, aminas e ácido sulfídrico, não são admissíveis tubos com costura
devido á possibilidade de ocorrência de fenómenos de corrosão intersticial.
Nestes casos os materiais deverão respeitar, por exemplo, as especificações Americanas NACE
(National Association of Corrosion Engineers), nomeadamente a NACE MR-01-75.
Pag 89
Exemplos de Processos de fabrico:
Pag 90
Pag 91
4.5 Equivalência de Materiais
Embora existam muitas normas de materiais diferentes consoante o país de origem, por exemplo:
DIN (Alemãs) - Deutscher Normenausschuss
BS (Inglesa) - British Standards Institute
AFNOR (Francesa) - Association Française de Normalisation
ASTH (Americana) - American Society for Testing and Materials
UNI (Italiana) - Ente Italiano di Unificazione
NBN (Belga) - Institute Belge de Normalisation
JIS (Japonesa) - Japanese Standards Association
EN (Europeias) - Normas Europeias
Pag 92
4.6 Certificados de Materiais
4.6.1 Generalidades
Em relação aos materiais de tubagem os vários países tentaram proteger inicialmente a sua
indúustria metalúrgica com normalizações específicas de materiais, em particular na Europa. No
entanto para os produtos petrolíferos as normas API (Americam Petroleum Institute ), por serem
as mais divulgadas acabaram por se impor no mercado internacional e as normas europeias
foram adaptadas de modo a se estabelecerem equivalências para os materiais mais correntes.
Relacionado com a especificação dos materiais está também a sua verificação de qualidade, que
os vários códigos também definem, sendo as normas mais abrangentes e diversificadas as ASTM
Americam Association for Testing of Materials
Todos os cálculos de equipamentos ou tubagens são realizados com base nas características
mecânicas dos materiais a utilizar, definidos nas respectivas Normas. Na altura da aquisição dos
materiais torna-se importante procurar garantir que as características dos materiais estão
conformes os requisitos de cálculo.
Com este objectivo as diferentes Normas estabelecem protocolos de recepção de materiais. Entre
nós tem sido muito comum a norma DIN 50049. Deriva desta a actual norma Portuguesa NP EN
10204 (produtos metálicos).
Para confirmação dos resultados dos ensaios efectuados em materiais, peças e elementos
construtivos recorre-se aos Certificados de Ensaio de materiais. O tipo de Certificados a
apresentar deverá ser especificado no processo de Consulta ao mercado. É condição prévia para
a emissão do Certificado de Ensaio de materiais, que os equipamentos utilizados para os Ensaios,
satisfaçam as condições impostas pelas Normas aplicáveis.
4.6.3 Inspecções
Inspecção efectuada pelo fabricante segundo os seus próprios procedimentos, com o fim de
determinar se os produtos resultantes do mesmo processo de produção satisfazem as exigências
da encomenda. Os produtos inspeccionados e ensaiados não são necessariamente os produtos
que vão ser efectivamente fornecidos.
Inspecção específica:
Pag 93
Documento pelo qual o produtor declara que os produtos estão em conformidade com as
exigências da encomenda, sem mencionar os resultados dos ensaios.
O certificado de conformidade com a encomenda «2.1» é um documento estabelecido com base
na inspecção não específica.
Os documentos de inspecção devem ser assinados ou marcados de forma apropriada pela (s)
pessoa (s) responsável (eis) pela validação dos documentos.
Todavia, quando os certificados são estabelecidos por um sistema adequado de tratamento da
informação, a assinatura pode ser substituída pela indicação do nome e da função do responsável
pela validação do documento.
Pag 95
4.6.5 Compilação dos documentos de inspecção
Pag 96
5. PROJECTO DE TUBAGEM
Do ponto de vista da resistência de materiais cada troço de tubo pode ser considerado como viga,
submetida a um conjunto de solicitações mecânicas, entre as quais se destacam:
Pag 97
(pressões interiores; efeitos da dilatação e com importância secundária o peso próprio do tubo e
do fluído contido), adoptando-se tensões admissíveis inferiores às que o material permitiria de
modo a compensar as solicitações não calculadas.
A pressão cria neste mesmo ponto A duas tensões σ2 e σ3 (tensão transversal e longitudinal
σ2
respectivamente), em que σ 3 =
2
No ponto A, σ1 e σ3 são do mesmo sentido pelo que:
σ4 = σ3 + σ1.
Pag 98
Embora se tenha vindo a referir só Pressão Interior, há casos em que a pressão exterior é a
relevante (tubagens de vácuo por exemplo).
O código ASME B31, considerando tensões de membrana t<D/6 (Se t ≥ D/6 ou P/SE >0,385, o
cálculo da espessura passa a requerer considerações especiais tratadas pela Mecânica da
Fractura) estabelece, para o cálculo da espessura mínima de tubos sujeitos à pressão interna, a
seguinte expressão:
PDo
t= +A
2( SE + PY)
sendo:
t – Espessura mínima
P - Pressão interna de projecto
Do - Diâmetro exterior do tubo
S - Tensão admissível do material do tubo nas condições de projecto.
E - Eficiência de soldadura (ver tabela seguinte)
Y - Coeficiente de redução, dado em função da temperatura e do tipo do material do tubo
(ver tabela seguinte).
A - Soma das sobre espessuras para corrosão, erosão e abertura de roscas e de chanfros.
Chama-se a atenção que para as expressões anteriores se deve utilizar a pressão de projecto
(design pressure) e a tensão admissível do material correspondente à temperatura de projecto
(design temperature) conforme definidos anteriormente no capítulo de Códigos de projecto de
tubagem.
Pag 99
5.3 Tensões admissíveis para serviços cíclicos
Segundo a Norma ANSI B.31, como já se referiu, a tensão combinada resultante das solicitações
devidas à dilatação (S2) é o valor (Sa) dado pela expressão:
em que:
Excluindo situações de serviço fortemente cíclicas, para o mesmo material e mesmas condições
de serviço, o valor de Sa é sempre superior ao de Sh.
As várias secções da Norma ANSI B31 contêm tabelas que referem uma grande variedade de
materiais utilizados na tubagem, as tensões admissíveis em função da temperatura, à temperatura
limite de utilização de cada material. Os valores das tabelas são tensões básicas que devem ser
adoptadas para os esforços de tracção e de flexão, estáticos e permanentes. Para outros tipos de
solicitações, a Norma estabelece as seguintes variações em relação às tensões admissíveis
básicas:
Pag 100
5.4.1 Meios de Controlar os efeitos da dilatação térmica
Para reduzir as tensões devidas aos esforços da dilatação térmica, podemos escolher as
seguintes soluções:
A primeira solução é o processo mais cómodo e o menos oneroso e, desde que não
existam limitações de espaço, é normalmente o meio a que se recorre para obtenção de
flexibilidade na tubagem.
A norma ASME B.31 permite que se dispensem os cálculos de flexibilidade para todas as
tubagens desenvolvidas num plano ou no espaço, com apenas dois pontos de fixação nos
extremos, desde que o seguinte critério empírico seja satisfeito:
DY
≤ 208,3
(L - u )2
Sendo,
Pag 101
Y = ∆x 2 + ∆y 2 + ∆z 2
Este cálculo permite saber se as tensões devidas à dilatação são aceitáveis, mas não dá
nenhuma indicação no que concerne às reacções nos pontos extremos ou ancoragens ou sobre
os valores reais das tensões. As tensões e reacções serão calculadas por processos de cálculo
mais rigorosos.
O sistema constituído pela tubagem e seus pontos de apoio é hiperestático, pelo que o
seu cálculo sendo complexo é suportado pela utilização de aplicações informáticas específicas
que executam cálculos de mecânica dos materiais, baseando-se na sua maioria no método dos
elementos finitos e que permitem a determinação de deslocamentos, momentos, de flexão e
torção, e tensões, após a consideração de coeficientes de intensificação de tensões e de
flexibilidade. Para traçados simples (configurações em L, Z, etc.) existem tabelas de entrada
rápida, como exemplificado nas folhas de apoio à parte prática da Unidade Curricular.
Pag 102
Exemplo:
5.5.1 Introdução
O escoamento de um fluido numa tubagem, sob pressão, irá originar nas curvas, tês, válvulas,
reduções ou noutros constrangimentos similares, o aparecimento de solicitações sobre as paredes
que o confinam.
Para além destas solicitações há também que ter em conta o aparecimento doutras solicitações
originadas durante ocorrências transientes (arranque e paragem de bombas, válvulas, etc.).
Durante a construção, na fase de ensaio hidráulico, a tubagem deverá, portanto ser ensaiada a
um valor de pressão que seja superior ao das pressões permanentes ou transientes.
Se a tubagem for contínua as solicitações poderão ser absorvidas, em termos de esforços de
tracção e ou compressão, pelo próprio material da tubagem, e em termos de esforços de corte por
esta e os respectivos suportes, ou o próprio solo.
Se a tubagem for descontínua e portanto ligada por troços através de juntas flangeadas, (Viking-
Johnson, Dresser, Gibault, etc.) dever-se-ão prever ancoramentos metálicos ou blocos de
Pag 103
amarração (normalmente em betão) com vista a restringir os movimentos susceptíveis de originar
fugas do fluido através das juntas e absorver os esforços desenvolvidos e transmiti-los ao solo.
Pag 104
∑F x = ρ .Q (V2x - V1x ) = p1 A1 - p2 A2 cosθ - Rx
.
Da lei da Continuidade (ou “Conservação da massa”): m = ρ A V = ρ A V
1 1 1 2 2 2
Q
Admitindo, A1 = A2 e ρ 1 = ρ 2 , teremos V1 = V2 =
A
Da equação da energia:
p1 − p2 V22 − V 12
+ + ( Z 1 − Z 2 ) + hL = 0
ρ .g 2g
Como as perdas localizadas, h L , são consideradas não relevantes por comparação com o valor
da altura de carga existente e Z1 = Z 2 = 0 , resulta p1 = p2. Por substituição na equação da
quantidade de movimento linear, vem:
2
Q
Rx = p.A( 1 − cos θ ) − ρ . (cos θ − 1 )
A
Utilizando o mesmo raciocínio para o cálculo da componente Ry:
∑F y = ρ .Q (V2y - V1y )
ρ .Q 2
R y - p2 A2 sinθ = ρ .Q( V2 .sinθ ) = ( p .A + )sinθ
A
A maior parte das tubagens operam com velocidades de escoamento relativamente baixas, pelo
que a componente de altura cinética tem reduzida expressão. Por exemplo o contributo da altura
cinética num escoamento com uma velocidade de 3 m/s é inferior a 0.05 bar. Assim podemos
simplificar as expressões de Rx e Ry e considerá-las da seguinte forma:
Pag 105
Nota: Forças resultantes da pressão interna
P – pressão de projecto
A – diâmetro exterior do tubo
Pag 106
Forças de impulso devido à velocidade
As forças de impulso devidas à velocidade, resultantes da variação da quantidade de movimento,
podem-se calcular através da seguinte expressão,
θ
FV = 2 × m& .V sin
2
Ou seja
θ
FV = 2 × 10 −4 × ρ . A.V 2 sin (N )
2
A – Área da secção, cm2
ρ – massa volúmica do fluido, kg/m3
V – Velocidade de escoamento, m/s
θ - Ângulo de desvio da curva
Como já foi referido, têm pouca relevância face às forças de impulso devidas à pressão interna.
Senão vejamos o seguinte exemplo:
Admitamos uma conduta elevatória com um diâmetro interno de 250 mm, onde circula água a uma
velocidade de 3 m/s, e a uma pressão de 1 N/mm2 e em determinado ponto da conduta uma curva
a 90º.
Designando por Fp a força devida à pressão e por FV a força devido à velocidade, ter-se-á:
θ
F p = 2 A.P.sin = 2 × (0,7854 × 250 2 mm 2 ) × (1 N mm 2 ) × 0,7071 ≅ 69420( N )
2
θ
FV ≅ 2 × 10 − 4 × ρ . A.V 2 sin ≅ 645( N )
2
5.6 Absorção dos Impulsos
Sempre que a tubagem for descontínua (interligada por juntas de expansão) dever-se-á
prever ancoramentos antes e após cada junta.
Pag 107
• Curvas na horizontal
• Para tubagens de grande diâmetro (≥1,2m) os maciços poderão ter de ser reforçados de
modo especial, tal como se ilustra na figura abaixo.
Pag 108
• Curvas na vertical (para baixo)
• Tês
Pag 109
• Reduções
Neste caso as forças gravíticas actuarão na conduta através duma componente axial, que
será tanto maior quanto o ângulo de inclinação do declive e a tendência será para o
escorregamento da conduta. O livro “Stanton Pipes”, para ferro fundido, recomenda
espaçamentos para os maciços, de acordo com os valores abaixo indicados:
• Válvulas
Válvulas fechadas ou parcialmente fechadas induzem o aparecimento de forças de impulso.
A respectiva contenção poderá ser conseguida através do travamento da conduta às
próprias paredes da caixa de válvulas:
Pag 110
5.7 Transientes hidráulicos. Tópicos gerais.
O regime variável designa-se por regime transitório sempre que ocorra entre dois regimes
permanentes (incluindo-se como regime permanente o correspondente ao caudal zero).
A grandeza das solicitações em presença, num regime transitório, traduzida na forma de ondas de
pressão, poderá ser muito elevada ao ponto de fazer intervir as forças elásticas quer do fluido
quer da tubagem. Neste caso estaremos em presença do fenómeno designado por Golpe de
Aríete ou Choque hidráulico. Os modelos matemáticos a utilizar no respectivo estudo designar-se-
ão por modelos elásticos.
Os modelos matemáticos a utilizar serão designados por modelos rígidos e o regime, nestas
condições, designar-se-á por oscilação em massa.
Pag 111
Na maior parte das aplicações os líquidos consideram-se como incompressíveis.
Nos transientes hidráulicos, sempre que, de uma forma rápida, possam ocorrer grandes variações
de pressão, a compressibilidade dos líquidos passa a ser um factor importante.
∆P
K = −V
∆V
(K=206,8x107 Nm-2 é um valor típico para a água nas condições normais de pressão e
temperatura)
Causas
Referem-se algumas das causas mais comuns:
Medidas mitigadoras
Cada caso coloca-se, em geral, como um problema especial pelo que a selecção da medida mais
apropriada e económica requer análises numéricas de simulação de diferentes soluções
normalmente levadas a efeito com recurso a cálculo automático.
No caso do cálculo indicar que os fenómenos transientes poderão originar problemas ao sistema,
o tipo de soluções mais vulgares são os seguintes:
Pag 112
(Sequência de eventos após fecho instantâneo de uma válvula)
Se fecharmos a válvula instantaneamente, ou seja no instante t=0 (Na prática sempre que a
válvula seja fechada num tempo ≤ 2L/a, ou seja, num tempo inferior ou igual ao necessário para
que a 1ª onda de pressão faça o percurso de ida e volta ao reservatório, o aumento de pressão
verificada na válvula considera-se equivalente ao da válvula ser fechada instantaneamente) o
líquido imediatamente antes da válvula tenderá a parar e o aumento da pressão implicará um
ligeiro aumento quer no diâmetro da tubagem, quer na massa volúmica do fluido.
A massa de líquido que vai entrando na tubagem à medida que a onda se dirige para o
reservatório é precisamente igual ao correspondente aumento de volume verificado na tubagem
devido à expansão, acrescido do correspondente aumento da massa volúmica do líquido devido à
compressão verificada.
A onda atingirá o reservatório ao fim de t=L/a. Teremos, então, o valor da pressão no interior da
tubagem HR + ∆H, a velocidade do líquido zero, o tubo expandido e o fluido em compressão.
Nesse instante na bateria limite reservatório/tubo, e do lado do reservatório, a pressão do líquido
será HR. O líquido tenderá assim, naturalmente, a entrar no reservatório, com uma velocidade -V0.
Ocorrerá então a existência de uma onda de pressão de valor -∆H, no sentido da válvula,
propagando-se à velocidade a. A tubagem descomprime passando a pressão, atrás da onda,
novamente ao valor ∆H, e a velocidade do fluido ao valor -V0. À frente da onda, o valor da
sobrepressão é ∆H e a velocidade nula.
Quando a onda atinge a válvula em t=2L/a, teremos nesse instante em toda a tubagem a
velocidade igual a -V0 e a pressão igual a HR, ou seja, valores numericamente iguais aos originais.
Como o líquido está a entrar no reservatório à velocidade -V0, e a válvula está fechada, observar-
se-á uma fase de descompressão com um valor de -∆H. Esta onda dirigir-se-á igualmente para o
Pag 113
reservatório à velocidade a. Atrás da onda, a pressão será agora HR-∆H, e observar-se-á
simultaneamente uma redução no diâmetro da tubagem e na massa volúmica do fluido. À frente
da onda o fluido continua a mover-se na direcção do reservatório à velocidade -V0.
A onda atinge novamente o reservatório ao fim de t=3L/a, sendo agora -∆H a depressão em toda
a tubagem e a velocidade momentaneamente nula.
K /ρ
a=
1 + c.K.d / E.e
Pag 114
É no entanto, de assinalar que os constrangimentos existentes na conduta, têm normalmente uma
influência no valor da velocidade da onda inferior a 10%.
O valor da pressão máxima deverá ser comparado com a pressão máxima admissível do
material da conduta. O valor mínimo dará informação necessária à verificação da possibilidade de
ocorrência de fenómenos de cavitação ou rotura da veia líquida. Nesta fase deverá ser
investigado se eventuais alterações de diâmetro ou correcções ao traçado nos pontos altos serão
possíveis, e se conduzirão a situações favoráveis do ponto de vista da segurança.
Pag 115
5.7.7 Equações básicas dos Transientes
Veja-se o seguinte exemplo que evidencia como pequenas variações de velocidade poderão
conduzir a sobrepressões transientes significativas:
Admitamos que uma válvula instalada numa tubagem é operada de forma a que a velocidade de
escoamento do líquido (água) é reduzida instantaneamente de 2 m/s para 1,5 m/s. Admitindo que
a velocidade da onda na água que circula no tubo é de 900 m/s, resultará o seguinte valor para a
sobrepressão:
(−900)(−0,5)
∆H = = 45,9
9.81 m.c.a.
Sempre que t>2L/a as ondas reflectidas encontrarão na sua progressão as ondas de depressão
entretanto criadas junto à secção onde se executou a manobra de fecho da válvula. Deste
encontro resultará um fenómeno de atenuação do efeito das ondas de depressão.
∆H Bm = 2.L.Q / g.S.t a
L = comprimento da conduta
Q = caudal
S = secção interna da conduta
ta = tempo de anulação do caudal (função das características do sistema
hidráulico e do momento de inércia polar das massas girantes dos grupos
electrobombas, é determinado por recurso a fórmulas/ábacos)
Pag 116
• Reservatórios de ar comprimido
• Chaminés de equilíbrio (e reservatórios unidireccionais)
• Volantes de inércia
• Condutas de aspiração paralela
• Válvulas de alívio e ventosas
• Protecção do sistema
Objectivo O1 – Contra depressões
Objectivo O2 – Contra sobrepressões
Objectivo O3 – Ambos
• Parâmetro característico da conduta
• Características Topográficas
• Aspectos económicos, construtivos e de segurança
• Ec, Eg – Energia cinética da coluna líquida e das massas girantes dos grupos
electrobombas
• λ - Coeficiente de compensação energética (cociente entre as energias acumuladas no
dispositivo e cinética inicial da coluna líquida)
• ρ - Parâmetro característico da conduta (raiz quadrada do cociente entre as energias
cinética inicial da coluna líquida e da elástica interna)
c.V0
Conduta de secção uniforme: ρ= (0,1< ρ <10)
g .H bo
n Li ciVi
Conduta de secção não uniforme: ρ ≅ ∑
i =1 L g. yi
Sendo: c – celeridade das ondas elásticas (m/s)
V0, Vi – velocidade de escoamento em regime permanente no troço considerado
(m/s)
g – aceleração da gravidade
Hbo – altura total de elevação (m.c.a.)
yi – altura piezométrica, em regime permanente na secção de montante de cada
troço i (m.c.a.)
Li, L – Comprimento de cada troço i e total, da conduta (m)
Nota: A água e a tubagem aproximar-se-ão tanto mais do modelo rígido quanto mais elevados
forem os valores de λ e ρ .
Pag 117
INDICADOR RÁPIDO PARA SELECÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
Pag 118
CARACTERÍSTICAS DOS DISPOSITIVOS CONVENCIONAIS DE PROTECÇÃO (ESQUEMAS SIMPLES)
Pag 119
5.7.9 Referência sucinta aos dispositivos de protecção mais utilizado
Pag 120
Os resultados dos volumes calculados para os RAC’s são sempre aproximados, porque
subsistem algumas dificuldades na modelação ligadas quer à caracterização dos efeitos
termodinâmicos do ar (na expansão e compressão PVγ= cte. γ = 1,4 para a expansão adiabática. γ
= 1 para expansão isotérmica. Na prática tomam-se valores para γ = 1,2 ou 1,3), quando sujeito a
variações de pressão e volume quer às perdas localizadas na ligação da conduta. Os métodos
mais precisos de cálculo exigem o conhecimento (a fornecer pelos fabricantes) da modelação da
válvula de retenção e das características de funcionamento das bombas quando em regimes
variáveis. Métodos expeditos, existem vários que proporcionam um pré-dimensionamento,
consequentemente, expedito. A título de exemplo consulte-se o método de Dubin e Guéneau
referido por A. Lencastre no seu livro de Hidráulica Geral.
Pag 121
Para se reduzir a amplitude das oscilações e consequentemente as dimensões da
chaminé é usual introduzir-se uma perda de carga na ligação da chaminé à conduta através de
um dispositivo indutor de perda de carga (ex.: estrangulamento assimétrico) que terá a vantagem
de evitar a ocorrência de depressões inconvenientes:
L
Z * = ±Q0 (amplitude máxima das oscilações do plano de água na chaminé)
g .S .Ω
L.Ω
T* = 2π (período de oscilações do plano de água na chaminé)
g .S
Pag 122
podendo ocorrer o fenómeno de separação da veia líquida ou sobrepressões inadmissíveis por
compressão das bolsas numa fase posterior).
Volantes de inércia
MD 2 = 4.I (kgf.m2)
M – Massa girante;
I – momento de inércia.
O tempo de retardamento, Tr, do grupo electrobomba, ou seja, o tempo teórico que levaria o grupo
a parar quando sujeito a um binário resistente constante é dado aproximadamente por:
Pag 123
M.D 2 n 2
Tr = × 10 − 3
357 Pb
M .D 2 = a + bPb + cPc2
(No caso de bombas em série ou em paralelo o MD2 do conjunto é a soma do MD2 de cada
grupo),
Velocidade de
a b c
sincronismo
750 3.008 1.199 0.00890
1000 5.118 0.007 0.00638
1500 -2.249 0.527 0.0022
3000 -9.909 0.617 0.0002
Pag 124
Na Fig. acima:
J – parâmetro de inércia;
A – parâmetro da conduta;
η - rendimento dos grupos;
I – momento de inércia dos grupos incl. Volante;
n – rpm;
c – celeridade;
S e l – secção e comprimento da conduta;
U0 e h0 – velocidade e altura de carga nas condições normais de funcionamento.
hM/h0 – pressão máxima;
hm/h0 – pressão mínima (no caso de ser possível o sentido inverso do escoamento
através da bomba. Se houver válvula de retenção considera-se o valor da sobrepressão
máxima = valor da depressão máxima relativamente ao nível estático).
Pag 125
Válvulas de alívio (e ventosas)
Pag 126
5.8 Ligação de Tubagem a Acessórios
Os tipos de ligação mais vulgarmente empregues são os seguintes:
Ligações roscadas
Ligações flangeadas
Ligações soldadas
É um processo de ligação de baixo custo e de fácil execução, permitindo que os troços das
tubagens ligadas sejam sempre desmontáveis.
Por estas razões este tipo de ligação está assim limitado a tubagens de menor responsabilidade
(águas, ar comprimido, etc.).
Na prática, não é usual a utilização de ligações roscadas quer para diâmetros superiores a DN
150 (6”), (há Normas que limitam a 4”), quer para pressões superiores a 10 bar, quer ainda para
serviços cíclicos intensos ou em serviços com fluidos tóxicos ou inflamáveis.
Como medida cautelar na prevenção de fugas, é vulgar, na fase de construção, a aplicação de
cordões de estanquicidade, ou selagem, a aplicar sobre a ligação (“solda fraca”).
Para facilitar o aperto, e portanto a vedação, face a eventuais imperfeições das roscas, dever-se-á
aplicar sobre as roscas um elemento vedante intermédio, massas lubrificantes ou fitas tipo
“Teflon”.
Para a ligação, propriamente dita, dos troços de tubagem empregam-se dois tipos de acessórios:
uniões e junções.
Pag 127
As junções permitem uma desmontagem mais fácil.
As principais Normas Americanas para roscas são a ANSI B2.1 e a API 5 B (rosca NPT –
“Standard Taper Pipe Thread” – rosca cónica ¾”/ft, com vedante e NPTF – “ Standard Taper Pipe
Thread” – rosca cónica para altas pressões e sem vedante).
Entre as Normas Europeias são ainda comuns as ISO (R7) e as DIN (2980, 2983, etc.).
Consistem, tal como nas ligações roscadas num processo de ligação amovível. Entre
flanges intercala-se uma junta cujo material e espessura será função do tipo de fluido trasfegado e
das respectivas condições de operação. Os fabricantes (ex: “Klingerit” etc.) fornecem informação
suficiente que permite uma adequada selecção das juntas a aplicar.
As ligações flangeadas visam responder a situações, numa maior gama de diâmetros que as
ligações roscadas, que requeiram desmontagens, mas sem que daí resulte qualquer dano para as
respectivas ligações.
As flanges, e tipos de faceamentos mais vulgarmente empregues (reguladas pelas Normas ANSI /
ASME B16.5, DIN 2526 etc.), são as seguintes:
Tipo de Flanges
Pag 128
ii) Flange sobreposta (SO – Slip-on)
Esta flange é mais barata, e mais fácil de instalar que a anterior como aliás se observa na Figura.
Permite contudo menores forças de aperto e são desaconselhadas para serviços cíclicos. Dever-
se-ão utilizar só para classes de pressão baixas (máx.300 psi ou PN 16).
Usam-se para serviços pouco exigentes e para tubagens galvanizadas e materiais plásticos.
Devido ao elevado risco de fugas é vulgar a utilização de cordões de estanquidade.
É mais exigente que a flange sobreposta e possui um encaixe para a extremidade de tubagem,
evitando-se assim um outro cordão de soldadura.
Não deve ser usada em serviços com fluidos corrosivos
A principal característica desta flange é a da não existência de ligação directa à tubagem, i.é, a
flange tem um diâmetro interno superior ao diâmetro externo da tubagem, permitindo portanto o
seu deslizamento, e acerto, ao longo da tubagem. A ligação propriamente dita faz-se à outra
flange (contra-flange) através de acessórios especiais soldados ao tubo, em forma de boca-de-
sino vulgarmente designados por “colarinhos” (“Stub-ends”). Consegue-se assim que as flanges
soltas nunca contactem o fluido, pelo que poderão ser construídas a partir dum material de menor
qualidade. Podem assim ser utilizadas em tubagens que requerem, para o tubo, materiais mais
nobres (aços inoxidáveis, por ex.), ou revestimento interior, normalmente destinadas a conduzir
fluidos agressivos, enquanto que as flanges poderão ser de aço carbono.
São em forma de disco maciço e têm como objectivo principal o de tamponamento da extremidade
do tubo, de válvula ou de flange de equipamento.
Pag 129
i) Face com ressalto (RF – Raised face)
É a mais vulgar para flanges de aço. A selecção entre os diferentes tipos de superfície de
acabamento depende do tipo de junta adoptada, função natural das condições de operação.
É a situação normal para flanges em materiais ditos frágeis como sejam o ferro fundido e os
termoplásticos. Evita-se o ressalto porque o momento flector consequência do aperto dos pernos
poderia provocar a rotura da flange.
Situação aconselhada para condições severas de operação (altas pressões e temperaturas por ex:
classes de pressão 600 psi e acima). A pressão de aperto entre flanges tende a “esmagar” a junta
de anel contra as paredes da inserção conseguindo-se assim uma boa situação de estanquidade.
iv) Faces macho e fêmea (“male & female) e de flange com virola, ou colarinho, (“stub-end”).
São próprias para fluidos corrosivos. No 1º caso, vulgarmente designada por “tongue & groove”, a
junta não tem quase contacto com o fluido e no 2º caso, o colarinho é a continuação da tubagem
que neste caso será de material mais nobre que a flange, resultando, portanto, numa situação
mais económica.
Juntas
Para vedar o fluido, entre as faces das flanges são instaladas juntas (gaskets).
Nas flanges com ressalto são normalmente utilizadas juntas espirometálicas, formadas por uma
fita de aço inox enrolada em espiral, com um elemento plástico entre as espiras:
De acordo com o desenho da flange e a área de contacto da junta poderá ser seguido um método
de cálculo simplificado referido por ESA (European Sealing Association) na sua Publicação Nº
009/98 Guidelines for safe seal usage Flanges and Gaskets.
Pag 130
As juntas deverão ser apertadas com a pressão específica recomendada pelos fabricantes,
(recomendam uma gama de pressões específicas entre um máximo, que se é excedido esmaga
os anéis da junta, e um mínimo, que garante o encosto com vedação).
A pressão específica é obtida pelo aperto com igual binário de todos os pernos roscados da flange,
de forma cruzada para distribuir bem a força de aperto pela superfície útil da junta. O binário de
aperto correcto deve ser dado com chave dinamométrica.
Ainda no caso de teste hidráulico, normalmente a uma pressão 1,5 a 2 vezes a pressão de serviço,
a força aplicada pela flange à junta diminui devido à pressão, o que se traduz numa diminuição da
pressão específica da vedação, pelo que há que verificar se ainda resta uma pressão específica
superior à pressão mínima indicada pelo fabricante
Pag 131
5.8.4 Classes de Pressão
Os tipos de ligações mais vulgarmente usados são como já se referiu ligações roscadas, soldadas
e flangeadas, que se encontram devidamente reguladas nas diferentes normas aplicáveis.
Face à implicação do binómio pressão / temperatura na resistência mecânica dos materiais, as
ligações flangeadas (e válvulas) são classificadas de acordo com a sua classe de pressão (ver
exemplo na figura). A classe de pressão acaba por representar o lugar geométrico dos pontos
extremos de pressão / temperatura onde o respectivo elemento de ligação poderá operar em
condições de segurança.
Utilizam-se para qualquer diâmetro. São obtidas através de processos de ligação por soldadura
(Tig, Mig, SAW, ERW, etc.). Este tipo de ligação, desde que devidamente executada, é a que
confere a maior garantia de estanquidade e resistência mecânica à ligação. É, portanto, a ligação
ideal para fluidos de risco (corrosivos, inflamáveis, altas temperaturas, etc.), embora apresente,
obviamente, o inconveniente da ligação não ser naturalmente, desmontável.
Os Códigos de Construção explicitam os tipos de chanfros e soldadura recomendáveis, função
dos respectivos materiais/espessuras.
Pag 132
Cuidados a ter na utilização dos eléctrodos:
Os eléctrodos com o revestimento danificado de forma a expor a sua alma não deverão ser
utilizados já que o arco eléctrico a que dão origem é instável, a protecção do banho de fusão mal
assegurada e consequentemente o cordão de soldadura pode apresentar defeitos graves. A
absorção de humidade pode também comprometer o desempenho dos eléctrodos, porque a
humidade excessiva pode originar instabilidade do arco, dar origem a salpicos bem como a
porosidades no cordão de soldadura, originar a fragilização do aço, ou a sua fissuração a frio.
Instalação de Soldadura:
A máquina de soldadura constitui a fonte de energia, podendo ser de vários tipos, devendo
contudo em qualquer dos casos possuir as seguintes características:
Parâmetros de Soldadura:
Pag 133
6. EQUIPAMENTOS ASSOCIADOS A REDES DE TUBAGENS
6.1 Introdução
- Bombas
- Compressores
- Turbinas
- Válvulas
- etc.
O seu desenvolvimento seria de tal forma extenso que se tornaria inviável no âmbito duma
Unidade Curricular. Face a esta realidade far-se-á uma abordagem sumária a um equipamento -
bombas- e a um acessório -válvulas- ,componentes omnipresentes na maioria das redes de
tubagens.
As bombas são componentes essenciais duma rede de tubagens. A sua função principal é
a de adicionar energia ao sistema. Papel, portanto, contrário ao de outras turbo máquinas, como
as turbinas, cuja função principal é a de extrair energia, com vista a proporcionar através dum
alternador acoplado, a sua conversão em energia eléctrica. Exceptua-se, no entanto, o caso de
aplicação de Turbinas como órgão motor de compressores de gases.
Pag 134
6.2.2 Bombas alternativas
Existem modelos muito variados, desde as bombas de biela e pistão às de diafragma, alimentadas
a ar comprimido, e às bombas doseadoras, em que o caudal pode variar com precisão dentro de
certos limites.
A saída do líquido é normalmente pulsante, sendo necessário muitas vezes recorrer a dispositivos
amortecedores, ou associação de cilindros, constituindo bombas duplex, triplex, etc.
Pag 135
6.3 Bombas centrífugas
6.3.1 Introdução
Além desta classificação é ainda possível classificá-las ainda em, horizontais, verticais, carcaça
bipartida “split-case”, pelo número de andares, etc.
O processo de transmissão de movimento ao fluido é feito através dum rotor, ou impulsor, que
comunica energia cinética ao fluido.
- fechado: para além do disco onde se fixam as pás existe uma coroa circular igualmente
presa às pás. O líquido penetra no rotor através das aberturas (raiz) existentes na coroa.
Utilizam-se em líquidos sem substâncias em suspensão e aplicam-se em bombas de escoamento
radial.
- aberto: quando não existe a coroa circular acima referida. Utilizam-se para líquidos com
substâncias em suspensão (lamas, esgotos, etc.) e em bombas de escoamento axial e em
algumas mistas.
Esta classe de bombas é a de utilização mais generalizada, a sua construção é conforme a figura
e importa fazer uma análise ainda que muito breve sobre alguns aspectos principais:
Pag 136
Curva teórica da bomba
Considerando o modelo de volume de controlo, (a) e diagrama vectorial de velocidade, (b) para
um escoamento radial, como representado na figura abaixo:
Pag 137
V – velocidade absoluta do fluido
v - velocidade relativa i.e. velocidade do fluido relativamente ao impulsor (tangente ao impulsor)
Vt – componente tangencial da velocidade
Vn – componente radial ou normal da velocidade V
u – velocidade de transporte i.e. velocidade circunferencial ( u = ω r)
r – raio do volume do controlo
e a partir da equação de equilíbrio dos momentos angulares, utilizada sempre que se pretende
determinar a linha de acção duma dada componente duma solicitação:
∑M = ∫ ρ r x V (V.n ) dA
cs
Chegaremos a
A partir da consideração ideal de não haver perdas a energia hidráulica comunicada ao fluido será
também dada por P= γ Q H t , representando Ht o valor da altura de carga pelo que:
wT u 2 V2 cosα 2 - u 1 V1 cosα 1
Ht = =
γQ g
Ou atendendo a que
Virá ainda:
Ht =
( )(
V22 - V12 u 22 - u12 - ν 22 - ν 12
+
)
2g 2g
A B
• O termo A representará o ganho em energia cinética à medida que o fluido passa pelo
rotor
• O termo B representará o aumento de pressão através do rotor
Pag 138
u 2 V2 cosα 2 - u1 V1 cosα1
A equação, H t = permite constatar que o melhor "design" para a
g
bomba seria aquele em que o momento angular na entrada do rotor fosse zero, ou seja, quando
α1 = 90 o , Vn1 = V1 e portanto, H = u 2 V2 cosα 2 = u 2 - u 2 Vn2 cot β 2
2
t
g g g
Q
Atendendo à equação da continuidade, Vn2 = e tendo em atenção que u 2 = ω r2 , virá
2π r2 b 2
então,
ω 2 r22 ω cot β 2
Ht = - Q
g 2π b 2 g
Com a 0 e a1 constantes. Esta relação é conhecida como curva da bomba (teórica) e apresenta
um declive - a 1 conforme mostra a figura:
Pag 139
Posição das Pás do Impulsor
Pás inclinadas para a frente Pás direitas Pás inclinadas para trás
β 2 > 90 β 2 = 90 β 2 < 90
Os impulsores com pás inclinadas para trás são preferíveis nas bombas - aumento de pressão -
porque transmitem ao fluido uma menor velocidade absoluta v2, daí resultando menor dissipação
energética na voluta, donde um melhor rendimento.
Pag 140
pelo que as verdadeiras curvas características das bombas, trabalhando com fluidos reais,
apresentarão a seguinte forma:
Dever-se-á designar por curvas características as curvas que relacionam entre si o caudal,
a altura manométrica, a velocidade, a potência, o NPSH requerido e o rendimento da bomba.
Dado o elevado número de parâmetros, é vulgar considerarem-se curvas com um ou mais
parâmetros fixos. Normalmente toma-se a velocidade como parâmetro fixo, e nas bombas
centrífugas, ainda, o diâmetro do impulsor, pois a mesma bomba pode trabalhar com impulsores
de diâmetro diferente dentro de certos limites, alterando-lhe as curvas características. A curva
característica caudal-pressão tem aproximadamente o seguinte andamento, a velocidade
constante.
Apresentam-se curvas típicas de vários tipos de bombas, permitindo comparar melhor as suas
diferenças de andamento.
Pag 141
Pag 142
Pag 143
6.3.4 Ponto de Funcionamento
Geralmente não se determina a curva característica da rede mas sim apenas o ponto
correspondente ao caudal necessário, escolhendo-se uma bomba cuja curva característica, para o
máximo rendimento, passe tão perto quanto possível desse ponto.
Pag 144
ω Q1 / 2 ρ Q HP
Ns = Pa =
367η
(gH )3 / 4
Ns - velocidade específica ( característica do “design” do impulsor)
ω - velocidade da bomba, rad/s
H- altura de elevação, m
Q - caudal de entrega, m3/s
g- aceleração da gravidade, ms-2
η - rendimento
P- potência
ρ QH P
Ph = ρ g QH = ( KW)
367
sendo,
ρ (kg/dm3)
Q (m3/h)
HP (m)
- Potência absorvida pela bomba (“Pump power input”), será dada por:
ρ Q HP
Pa =
367η
Sendo η definido como o rendimento (efficiency) da bomba e que traduz as perdas entre Ph e Pa,
portanto:
Ph
η =
Pa
Alterações eventuais
O processo mais corrente de alterar o ponto de funcionamento de uma bomba é por
estrangulamento ou alívio da compressão através de uma válvula de globo. Assim consegue-se
alterar a curva de carga da instalação (curva característica da rede) como se pode observar na
figura:
Pag 145
Existe contudo um caso em que esse controlo não é estável, aparecendo dois pontos de
funcionamento, devendo portanto evitar-se usar bombas com curvas características deste tipo
para colunas estáticas próximas do ponto de caudal nulo.
Alterações permanentes
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Alteração de Alteração de Alteração de
Diâmetro velocidade Diâmetro e
velocidade
Df Nf Df N f
Q f = Qi Q f = Qi Q f = Qi
Di Ni Di N i
2
Nf
2 2
Df Df N f
H f = H i H f = H i H f = H i
Di Ni Di N i
3 3
Df
3
Nf Df N f
Pf = Pi Pf = Pi Pf = Pi
Di Ni Di N i
Q caudal,
H altura manométrica,
P potência,
D diâmetro do impulsor,
N velocidade
i inicial
f final
Pag 147
6.5 Ocorrência de Cavitação
Quando uma pequena quantidade de líquido é colocado num recipiente fechado uma fracção do
líquido vaporiza. Esta vaporização terminará logo que o equilíbrio entre os estados líquido e
gasoso for alcançado, ou seja, quando o número de moléculas que se escapam da superfície do
líquido for igual ao número de moléculas que nele entram. A pressão originada pelas moléculas no
estado gasoso denomina-se pressão de vapor. A pressão de vapor varia de líquido para líquido.
Por exemplo, nas condições standard (15 °C, 101,3 Kpa), toma os seguintes valores para os
seguintes fluidos:
PROPRIEDADES DA ÁGUA
Temp °C Densidade Viscosidade Viscosidade Tensão Pressão de Bulk modulus B,
ρ kg/m3 µ (N.s/m2) Cinematica Superficial Vapor kPa Pa
ν m2/s σ N/m
0 999.9 1.792X10-3 1.792X10-6 0.0762 0.588 204X107
5 1000.0 1.519 1.519 0.0754 0.882 206
10 999.7 1.308 1.308 0.0748 1.176 211
15 999.1 1.140 1.141 0.0741 1.666 214
20 998.2 1.005 1.007 0.0736 2.45 220
30 995.7 9.801 0.804 0.0718 4.30 223
40 992.2 0.656 0.661 0.0701 7.40 227
50 998.1 0.549 0.556 0.0682 12.22 230
60 983.2 0.469 0.477 0.0668 19.60 228
70 977.8 0.406 0.415 0.0650 30.70 225
80 971.8 0.357 0.367 0.0630 46.40 221
90 965.3 0.317 0.328 0.0612 68.20 216
100 958.4 0.284X10-3 0.296X10-6 0.0594 97.50 207X107
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Não deverá obviamente haver coincidência entre a pressão de vapor de água a 100 °C e a
pressão atmosférica standard. A 100 °C a água entra em ebulição, ou seja, o estado líquido da
água deixa de se poder conservar devido à diminuição observada nas forças de atracção
intermolecular. Em geral esta situação, de mudança de estado líquido/gasoso, ocorre quando a
pressão absoluta local for menor que a pressão de vapor do líquido. Em determinados
escoamentos, poder-se-ão proporcionar condições que conduzam ao aparecimento localizado de
pressões abaixo da pressão de vapor do líquido. Associado a este evento ocorrerá o
aparecimento de bolhas. Este fenómeno chama-se cavitação, como se referirá mais adiante.
Exemplo tipo:
Pag 149
Da análise da figura podem-se estabelecer as condições boas de funcionamento:
P
• Primeira condição evidente: Z + >Z
ρg
A linha piezométrica não deverá intersectar a linha do perfil ao longo da tubagem.
Esta situação produz-se sempre que a pressão estática iguala a pressão de vapor, pelo
P - Pv
que se deverá ter, P > Pv ou seja Z+ >Z
ρg
A linha deduzida da linha de carga piezométrica diminuída da pressão de vapor (expressa em
altura de líquido) não deverá, portanto, intersectar a linha do perfil ao longo da tubagem.
O fenómeno da vaporização, segundo a sua importância, irá perturbar, em maior ou menor grau
as condições do escoamento.
Estas perturbações poder-se-ão manifestar quer por uma diminuição no caudal do escoamento
quer mesmo por um “desferramento” completo na tubagem, ou numa bomba.
6.5.3 Cavitação
Cavitação pode ser definida como uma mudança de fase, súbita, de líquido para vapor,
que ocorre num líquido sempre que a pressão num dado ponto é igual ou inferior à pressão de
vapor do líquido. Este fenómeno ocorrerá no(s) ponto(s) de mais baixa pressão ao longo do
escoamento. Pode-se identificar, consoante o tipo de escoamento, quatro tipos de cavitação:
Cavitação Móvel, que ocorre quando as bolhas de vapor, ou cavidades no fluído, que se formam
são arrastadas pelo fluido e colapsam quando atingem zonas de maior pressão.
Cavitação Fixa, que ocorre quando uma cavidade fixa de vapor se forma e permanece como se
fosse uma zona separada do restante escoamento. Pode no entanto voltar a ser absorvida pelo
escoamento principal e originar o que se denomina por super cavitação.
Cavitação Vortex, que ocorre em escoamentos com alta velocidade, e portanto, em condições de
baixas pressões (situação frequente nas hélices ou em determinadas situações de escoamento
em tanques de armazenagem).
Cavitação Vibratória, que ocorre quando uma onda de pressão se move num líquido. Esta onda
de pressão consiste numa pulsação de pressão, ou seja, em ciclos alternados de alta e baixa
pressão.
A parte correspondente ao ciclo de pressão na zona mais baixa da onda (ou vibração)
poderá degenerar em cavitação. O primeiro tipo de cavitação referida, na qual as bolhas de vapor
se formam e colapsam, está associado à possibilidade de ocorrência de danos potenciais. As
pressões resultantes do colapso podem atingir valores da ordem das 1400 MPa. Este colapso
ocorre quando as bolhas transportadas no seio do escoamento entram em zonas de maior
pressão. O colapso das bolhas origina, localmente onde ocorre, picos de pressão que possuem
potencial suficiente para danificar partes metálicas (paredes de tubos, impulsores, hélices, etc.).
Outro inconveniente da cavitação é o que decorre do facto de nas zonas onde esta tem lugar se
verificam fortes agitações no escoamento que conduzem a perdas de carga e diminuem no caso
de equipamentos o respectivo rendimento.
Pag 150
Cavitação aparente
Poderá haver uma situação aparente de cavitação quando uma bomba centrífuga trasfega
um líquido volátil, fortemente saturado em gás. Após a passagem pela flange de aspiração, na
zona de baixa pressão, produzir-se-á, favorecida pela temperatura, a desgasificação. Esta por sua
vez provocará uma obturação parcial no impulsor. Logo que a pressão, no circuito hidráulico
interno do impulsor, aumenta, o gás libertado torna-se a dissolver e tanto mais quanto maior for
esta pressão. Este fenómeno, sem efeito destrutivo, traduz-se nas curvas características por uma
queda acentuada semelhante à que se constata numa bomba onde ocorre efectivamente a
cavitação, donde a designação de cavitação aparente:
Uma vez que no seu escoamento, através duma bomba, o líquido atinge o seu ponto de
pressão mínima à entrada da bomba, no momento em que começa a receber o binário que lhe é
transmitido pelo impulsor, será portanto nesta fase que a cavitação se irá iniciar, e quando essa
pressão se tornar inferior ao valor da pressão de vaporização do líquido à temperatura a que se
realiza a bombagem. Associado a este facto, define-se o NPSH - "Net Positive Suction Head" - de
uma bomba como a pressão absoluta acima da pressão de vapor do fluido trasfegado que está
disponível à entrada da bomba para mover e acelerar o fluido para o impulsor. Este NPHS será,
portanto, o relativo à tubagem de aspiração, ou seja, o disponível.
Por outro lado a bomba, por razões construtivas, só pode trabalhar correctamente com um
NPSH mínimo (requerido) indicado pelo seu fabricante. Se o NPSH da instalação (disponível) for
igual ou inferior ao requerido pela bomba, esta poderá entrar em cavitação. O problema do NPSH
será tanto mais crítico quanto mais alta for a tensão do vapor do líquido, a qual aumenta com a
temperatura. Consideremos a seguinte bomba esquematicamente:
Pag 151
O problema será grave no ponto assinalado pela circunferência, pois a velocidade de
condensação vai provocar choques elevados contra o metal. A cavitação traduz-se também por
uma queda da curva H/Q da bomba. Embora o líquido aqueça no interior da bomba a experiência
mostra que para uma bomba a funcionar normalmente (Q ≠ 0), a temperatura permanece
praticamente constante até à saída do impulsor (ponto 6). Como critério dever-se-á portanto
considerar o valor da pressão de vapor do líquido à temperatura medida na flange de aspiração
(ponto 1).
v 22 p atm - p 2
= - ∆z − h L
2g γ
A pressão mínima admissível no ponto 2, será a pressão de vapor do líquido, pv. Pelo que se
fizermos pv = p2, poderemos escrever
p atm − p v
NPSH = − ∆z - h L
γ
O primeiro membro da equação representa assim o valor máximo de energia cinética no ponto 2
quando a cavitação está eminente, pelo que se deverá observar sempre a desigualdade
p atm − p v
NPSH ≤ − ∆z - h L
γ
Este valor de NPSH da instalação, o disponível, deverá ser sempre superior ao NPSH requerido
pela bomba, conforme indicação do fabricante, pelo que, como já referido, para se evitar o
fenómeno da cavitação deverá observar-se sempre:
Pag 152
NPSHinst > NPSHbomba
Uma solução prática, do ponto de vista do “Layout” da Instalação, conducente a evitar a cavitação,
consiste em reduzir o valor de ∆z, o que corresponde, portanto, a colocar a bomba abaixo do nível
do reservatório donde aspira:
Do ponto de vista da tubagem interessará reduzir as perdas de carga singulares (hL) e aumentar o
diâmetro da tubagem de aspiração (diminui-se igualmente hL, devido à redução de V2/2g).
Bombas que operam a altas velocidades e desenvolvam altas pressões requerem pressões de
sucção relativamente altas. Assim se a pressão disponível à entrada da bomba não for suficiente
dever-se-á instalar uma “booster pump” a montante da bomba principal com vista a fornecer a
esta o caudal necessário à pressão de alimentação requerida (solução corrente nos sistemas de
bombagem de água de alimentação das caldeiras das Centrais Termoeléctricas). Estas “booster
pumps” têm uma altura de carga normalmente pouco elevada e requerem NPSH baixos também.
Se dividirmos o valor da expressão do NPSH por H, altura manométrica total da bomba, teremos
(p atm - p v ) / γ − ∆z - h L
σ=
H
A σ chamar-se-á então, número de cavitação.
Este valor usa-se com frequência, alternativamente ao do NPSH, com vista a avaliar igualmente
da possibilidade de ocorrência do fenómeno de cavitação. Por métodos experimentais (Fabricante)
determina-se um número de cavitação crítico, adimensional. Este valor crítico deverá ser sempre
inferior ao σ , calculado pela expressão acima referida, de forma a inviabilizar-se a ocorrência de
cavitação.
Pag 153
6.5.5 Cavitação em Bombas Rotativas
Estas bombas são de grande importância na Industria sempre que se coloquem situações
de trasfega de fluidos viscosos ou de pequenos caudais. Se o fluido à temperatura de operação
tiver uma viscosidade cinemática de 100 SSU (Saybolt Seconds Universal) ou superior ou se o
caudal requerido for inferior ao disponível pelas bombas centrifugas (por exemplo e de acordo
com o “Hydraulic Institute Standards”, 0,5 a 3 gpm) estas bombas normalmente afirmam-se como
a melhor solução técnico-económica.
Estas bombas, (de vários tipos possíveis), requerem também, uma pressão positiva na
admissão. Embora alguns tipos operem com sucesso, durante muito tempo, trasfegando misturas
líquido-gás, o certo é que o caudal, e o rendimento, destas bombas é sensivelmente reduzido se
parte do fluido bombeado estiver no estado gasoso.
Por isso será sempre necessário assegurar um valor de sucção adequado, ou altura de
carga com vista a assegurar um enchimento completo da bomba com líquido e assim funcionar
sem perigo de cavitação. O Standard API-676, para estas bombas, define o NPSHA e NPSHR, os
quais, por estas bombas requererem sempre um determinado valor de pressão para encherem, se
expressam em psi.
NPSHA (Net positive suction head available) será a pressão total na admissão, disponível na
nossa instalação, menos a pressão de vapor do líquido à temperatura de bombagem.
NPSHR (Net positive suction head required) da responsabilidade do fabricante, que o deverá
determinar através de testes, é a pressão total na admissão requerida pela bomba, na flange da
admissão, menos a pressão de vapor do líquido à temperatura de bombagem.
NPSHA ≥ NPSHR
Pelo facto do NPSH se referir em psi, pode-se utilizar a seguinte relação da transformação de
unidades, para simplificação dos cálculos:
( NPSH , psi) =
(NPSH, ft ) x Sg
2.31, ft água/psi
Onde, Sg é a densidade relativa do líquido
Numa turbina de escoamento axial, cuja instalação poderá ser vertical ou na horizontal, o
fluxo é paralelo ao eixo de rotação da turbina.
Exemplo tipo:
Pag 154
Neste caso as noções de NPSH e de número de cavitação, vistas no parágrafo anterior,
são igualmente aplicáveis, embora com uma alteração, ou seja, o sinal de variável perda de carga
(hL) passará a positivo. O número de cavitação passará portanto a ser dado por:
(Patm - Pv ) / γ - ∆Z + h L
σ=
H
Para aplicação da equação de Bernoulli considera-se para localização dos pontos típicos 1 e 2, os
mostrados na figura:
Pag 155
Os fabricantes de turbinas obtêm experimentalmente e disponibilizam curvas do número de
cavitação versus rendimento da turbina:
Estas curvas são fundamentais para o estabelecimento da adequada relação entre as cotas
hidrográficas, a montante e a jusante da turbina, e a potência instalada, permitindo assim a
determinação dos níveis admissíveis dos números de cavitação.
Pag 156
Efectivamente, de acordo com a equação de Bernoulli, como os pontos A e C serão pontos
de estagnação (V = 0), teremos nestes pontos as pressões máximas.
No ponto B registar-se-á um máximo de velocidade e portanto um mínimo de pressão. De acordo
com a fig. a) o escoamento far-se-ia da zona B para a zona C.
Os deflectores de ar que hoje em dia se utilizam com frequência no topo das cabinas de veículos
pesados são desenhados de modo a reduzirem a região de separação. Como resultado temos
uma resistência ao avanço (“drag”) mais reduzida e consequentemente economias no consumo
de combustível.
No caso das tubagens, sempre que as velocidades são elevadas, um ponto a ter em conta são as
reduções (mudanças bruscas de diâmetro). A figura seguinte ilustra bem a ocorrência de
cavitação:
O colapso das bolhas criadas junto à parede de tubagem (zonas de maior pressão) provoca picos
de pressões que embora durem fracções de segundos conseguem produzir danos irreparáveis.
Pag 157
6.6 Compressores de Gás
Há dois tipos principais, centrífugos e alternativos e a tendência é igualmente para
unidades centrífugas à medida que aumentam as necessidades de caudal.
As velocidades de entrada de gás e de saída são ambas da ordem de 15 a 20 m/s, enquanto que
as velocidades dentro do compressor podem ser 10 a 15 vezes superiores.
Pag 158
O conceito de classificação dos equipamentos através da direcção da aceleração comunicada ao
fluido em centrífugos, mistos e axiais, é aplicável quer às bombas quer aos compressores
centrífugos. Na prática, para pipelines longos podem-se usar quer compressores puramente
centrífugos (só aceleração radial) quer compressores mistos (aceleração com componentes
radiais e axiais).
Os compressores alternativos operam por compressão directa do gás nos cilindros. Nestes
compressores o êmbolo não percorre completamente o espaço até ao final da exaustão, por
razões puramente mecânicas, ficando portanto um volume por varrer (“clearance volume”). Para
uma dada velocidade a capacidade e o rendimento dependem da capacidade do cilindro e do
volume por varrer.
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6.7 Válvulas
As válvulas são componentes reguladoras do trânsito dos fluidos num sistema de tubagens, indo a
sua aplicação desde a simples interrupção do caudal até à sua regulação, função do processo
industrial em causa. O dimensionamento, normalização, materiais aplicáveis, testes e inspecções,
encontram-se contemplados nas diversas Normas Internacionais (ANSI, API, DIN, BS, NACE,
etc.).
As extremidades das válvulas poderão ser roscadas, flangeadas ou soldadas conforme a
especificação relativa ao modo de ligação das tubagens ou equipamentos onde vão ser inseridas.
• Válvulas de isolamento
Válvulas de cunha
Válvulas de macho (esférico ou cónico)
Válvulas de diafragma
Válvulas de guilhotina
Válvulas de borboleta
• Válvulas de regulação
Válvulas de globo
Válvulas de controlo
Válvulas de diafragma
Válvulas de agulha
Válvulas de ângulo
• Válvulas de retenção
Válvulas de retenção de charneira
Válvulas de retenção de mola
Válvulas de pé
Válvulas de disco simples ou bi-partidas
• Válvulas especiais
Válvulas de solenóide
Válvulas termostáticas
A seguir apresenta-se um sumário dos tipos de válvulas mais usuais e sua aplicação preferencial.
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Válvulas de cunha
É o tipo mais vulgar, contudo não adequado a fluidos com muitas partículas em suspensão,
visto que dada a forma do seu obturador poderão não isolar completamente, dando origem a
passagem do fluido. Aplicam-se a uma vasta gama de diâmetros, pressões e temperaturas, daí os
vários tipos de obturadores existentes. Não devem ser utilizadas para regulação. O seu
funcionamento preferencial será “tudo aberto/fechado”
O macho poderá ser esférico ou tronco-cónico o que permite uma boa vedação no caso de
matérias em suspensão. São válvulas caras nos grandes diâmetros (DN> 20”) pelo que raramente
são aplicáveis nestes casos. São muito utilizadas nos fluidos viscosos, e como válvulas de várias
vias. Não se utilizam em serviços com temperaturas elevadas (> 200ºC).
Pag 161
Válvulas de Macho Esférico
Válvulas de Guilhotina
Normalmente utilizadas nos maiores diâmetros e onde a disponibilidade de espaço seja
diminuto. Têm grande aplicação nos casos de fluidos com partículas sólidas em suspensão ou
pulverizadas (indústrias papeleiras e cimenteiras, respectivamente)
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Válvulas de Borboleta
Válvulas de Globo
Estas válvulas destinam-se fundamentalmente ao controlo do caudal, e sem isolamento,
podendo ser operadas, com este objectivo, manual ou automaticamente. É vulgar a sua aplicação
na tubagem de compressão das bombas permitindo a regulação de equilíbrio hidráulico, em
arranjos tipo “by-pass” e em todas as aplicações de controlo do caudal. Não é usual a sua
utilização, por razões económicas, em diâmetros superiores a 8”.
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Válvulas de Diafragma
Indicadas para todos os fluidos em geral, face ao seu grau de estanquidade, e resistência
à corrosão, face à possibilidade de selecção e instalação de diafragmas de diferentes qualidades,
que realizam o bloqueio do fluido. A vedação é através do encosto da membrana (diafragma) à
sede da válvula através da pressão transmitida pelo obturador. Estas válvulas utilizam-se
preferencialmente para pequenos diâmetros, normalmente até 6” (embora pontualmente se
registem casos até 20”) e baixas pressões (< 16 bar), e para temperaturas inferiores a 200ºC. A
zona de passagem de caudal no interior da válvula poderá ser reduzida ou integral consoante os
requisitos processuais de controlo do caudal ou limitações de perda de carga.
Válvulas de agulha
O seu principal campo de aplicação encontra-se na regulação fina do escoamento de
gases e líquidos em tubagens até 2” de diâmetro, normalmente de ligações roscadas. Neste caso
os fabricantes utilizam válvulas com os corpos forjados e totalmente maquinados, e além das
válvulas de globo é possível com uma grande parte de componentes comuns, construir válvulas
de cunha, retenção ou agulha. Existem ainda as variantes de fuso com rosca exterior ou interior,
conforme a figura:
Pag 164
Válvulas de ângulo
Há dois tipos principais: a válvula de ângulo propriamente dita (a 90°) própria para se instalar
como curva, muito utilizada em ligações a cisternas e serviços de incêndios, e a de tipo oblíquo
especial, válvula em Y, para um melhor controlo do escoamento de fluidos em alta pressão e alta
velocidade, normalmente erosivos.
Válvulas de Controlo
Designação aplicável a um conjunto de válvulas cujo corpo normalmente é semelhante à
válvula de globo, equipadas com actuadores (pneumáticos ou eléctricos) comandadas à distância,
normalmente das salas de controlo (directamente pelo operador, por PLC, etc.). A actuação é
realizada em função de parâmetros (pressão, temperatura, etc.) obtidos a partir da instrumentação
instalada na tubagem, permitindo a abertura / fecho controlado do caudal escoado através da
válvula de forma a assegurar os requisitos processuais. São apresentadas no capítulo de
instrumentação.
Pag 165
6.7.4 Válvulas especiais
Válvulas de retenção
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Válvulas de retenção especiais
Válvulas de Pé
Aplicam-se na tubagem de aspiração das bombas para evitar o “desferrar”. São equipadas
normalmente com um filtro destinado a proteger a bomba de eventuais matérias sólidas em
suspensão.
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Válvulas de segurança, alívio e de quebra-vácuo
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Válvulas de redução de pressão
É importante observar algumas regras básicas na aplicação destas válvulas, bem como na
sua instalação:
• Sempre que existirem grandes variações de caudal é conveniente a instalação de duas
válvulas em paralelo.
• Sempre que houver grandes perdas de carga é conveniente a instalação de duas válvulas
em série.
Válvulas de solenóide
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Válvulas termostáticas
Estas válvulas têm por principal função a medição, comparação e controlo da temperatura
do processo dentro dos valores pré-fixados. São constituídas essencialmente por um sensor de
temperatura (bolbo termostático), um actuador térmico e a válvula propriamente dita.
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7. CONTROLO e INSTRUMENTAÇÃO em REDES DE FLUIDOS
7.1 Generalidades
Para definir um sistema de controlo é necessário definir a variável a ser controlada e a função
a que deve obedecer em relação a uma outra variável de processo. Deve portanto fazer parte da
cadeia de controlo um sensor que mede a variável de processo, integrado num instrumento de
medida que dá a indicação (visual, numérica ou electrónica) do valor medido, e, no caso de
controlo automático, um transmissor que fornece os dados da medição a um controlador ou
computador, que aplica a função pretendida à geração de um sinal requerido para controlar a
variável do fluido que se pretende.
Normalmente o controlador tem ainda as funções de informação ou alarme do operador, e
de intervenção deste na definição do processo. O sinal de controlo gerado, normalmente através
dum piloto ou amplificador e de um actuador apropriado actua sobre o sistema de tubagem (por
exemplo válvula de controlo ou bombagem) para actuar sobre as características do fluido, de
modo a obter a variação da variável de processo que se pretende controlar. Por exemplo o
controlo de caudal de um aditivo floculante, em função da transparência da água num
reservatório de abastecimento, pode ser efectuado por uma bomba doseadora, que recebe sinal
do controlador, que calcula o caudal necessário em função do valor medido pelo sensor de
transparência que lhe é enviado (informado) pelo transmissor. Esquematicamente:
Operador
Controlador
Piloto Transmissor
Ar de instrumentos
Sensor
Actuador
Válvula Principal
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Existem casos particulares de cadeias de controlo mais simplificadas, como por exemplo
as válvulas termostáticas, que integram sensor e actuador no mesmo equipamento, mas no caso
geral, os componentes acima referidos são separados e a sua interligação para obter os
resultados pretendidos é representada em esquemas de controlo.
É a gama dos valores que pode assumir a variável, dentro dos limites superior e inferior da
capacidade de medida do instrumento, normalmente expresso pelos valores extremos.
Por exemplo um termómetro mede de -50ºC a + 200 ºC
Alcance (span)
Erro (error)
É a diferença algébrica entre o valor indicado ou transmitido pelo instrumento e o valor real da
variável. Se a medição é de um processo em regime estacionário ou permanente denomina-se erro
estático.
Nos processos em regime dinâmico o erro varia consideravelmente porque os instrumentos
têm inércia, o processo absorve energia e esta transferência requer tempo conduzindo ao chamado
erro dinâmico (diferença entre o valor instantâneo da variável e o valor indicado pelo instrumento): O
Pag 172
seu valor depende do tipo de fluido do processo, da sua velocidade, do tipo de elemento primário
(termopar, bolbo e capilar etc.).
Precisão (accuracy)
Para atingirem a precisão pretendida, os instrumentos devem ser calibrados na fábrica, com
o respectivo certificado, e são normalmente selados caso se destinem a transacções comerciais.
Periodicamente devem ser recalibrados. É prática corrente considerar uma margem de segurança
entre a precisão de fábrica e a utilização normal, por exemplo, um instrumento que na fábrica tenha
uma precisão da calibração de ± 0.8 %, na inspecção corresponde a ± 0.9 % e em utilização normal
considera-se ± l %, para tomar em conta desgaste, variação da temperatura ambiente, etc.
Repetibilidade (repeteatibility)
Histerese (hysteresis)
É a diferença máxima que é observada nos valores indicados pelo instrumento para a
mesma grandeza medida, quando esta varia de forma ascendente e descendente.
Exemplo: 200 PTAH 003 A significa Transmissor de Pressão e Alarme de Pressão Alta, instrumento
da cadeia de controlo número 3 da área 200
200 PTAH 003 R significa Transmissor de Pressão e Alarme de Pressão Alta, instrumento da cadeia
de controlo número 3 de Reserva da área 200.
Pag 174
1ª Variável medida 1ªLetra Letras Outras letras
letra suplementar suplementares
A Analisador Controlador C Alarme A Transmissor T
B Combustão (Burner) Indicador I Alto H Elemento Primário E
E Voltagem Registador R Muito alto HH Toma temperatura W
Sinalizador S Baixo L Visor de Vidro G
F Caudal (Flow)
Contador Q Muito Baixo LL .........
H Manual (Hand)
........... Válvula V
I Corrente Interruptor S
J Potência ........... Outras combinações
K Tempo frequentes:
L Nível (Level) Orifício calibrado FO
P Pressão Indicador de tempo
Q Quantidade de funcionamento KQI
Contador indicador QQI
R Radiação
S Velocidade (Speed) ....................
T Temperatura
U Multivariável
V Vibração
W Peso/Força (Weight)
Y Acontecimento
Z Posição/Dimensão
As letras não indicadas são a definir pelo utilizador
Instrumento
Mostrador ou
Controlo
Controlador
Programável
Computador
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Os símbolos lógicos que representam as operações e os sinais dos instrumentos,
transmissores, controladores, alarmes etc., são interligados por linhas, que, com simbologia
adequada, representam o funcionamento da cadeia de controlo e o tipo de sinais de transmissão.
Totalizador de
tempo de
funcionamento
Controlador de Caudal mássico para gases
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Em muitos casos é também indicada a posição que a válvula deve assumir, aberta ou
fechada, em caso de falta do sinal de comando. Por exemplo a alimentação de gás a um queimador
duma caldeira deve fechar em caso de falta de sinal de chama.
7.7 Transmissores
Os transmissores são os instrumentos que tratam a variável do processo e a transmitem
para o controlador, registador, actuadores ou uma combinação destes. Existem vários tipos de
sinais de transmissão: pneumáticos, electrónicos analógicos, digitais e ópticos, bem como alguns
menos usados, hidráulicos, sonoros, etc.
Os sinais pneumáticos, com ar comprimido, são os mais antigos e têm uma distância
máxima de transmissão curta, os sinais electrónicos analógicos conseguem mais de 100 a 300 m,
os sinais digitais alguns km, e os sinais ópticos, através de fibras ópticas, até centenas de km.
Pag 177
7.8 Instrumentação industrial
7.8.1 Generalidades
O campo de aplicação dos medidores da pressão é amplo e abarca desde valores muito
baixos (vácuo) a pressões da ordem dos milhares de barg.
Pag 178
Transmissor de pressão com bloco de válvulas e invólucro para atmosfera perigosa
7.8.3 Termómetros
Termómetro bimetálico.
Um termómetro bimetálico típico contém uma espiral formada por dois metais de coeficiente
de dilatação térmica diferente, que ao deformar com a variação de temperatura move o ponteiro
indicador. Têm uma precisão de ± l % e o seu campo da medida varia de -200 a + 500° C.
O bolbo do termómetro é ligado por um tubo capilar a uma espiral que ao se deformar com a
variação de temperatura do líquido contido dentro do sistema, move o ponteiro indicador. O bolbo é
mergulhado no líquido cuja temperatura se quer medir, quer directamente, quer dentro de um
acessório de tubagem específico chamado “Termowell” ou bainha de protecção, para evitar o
contacto directo e resistir à pressão do fluido na tubagem.
Pag 179
Sonda de Temperatura.
Pag 180
Medidor de Turbina para gás natural com termómetro de resistência, transmissor de
pressão e corrector de volume
Pag 181
Exemplos de válvulas de controlo
Pag 182
consumidor mudasse rapidamente. Nas aplicações reais, devido à inércia do sistema, é de
esperar flutuações na pressão P2 sempre que o consumo mudar abruptamente.
1. Elemento de restrição (ou obturador) que provoca uma restrição variável para modular o
fluxo do gás.
3. Elemento de medição (ou sensor) que indicará quando o caudal está ajustado de modo
a atingir a diferença de pressão pretendida.
Pag 183
Mola como Elemento do Carregamento
Pag 184
Curva característica de um regulador
Para adaptar o regulador para cada aplicação, podem ser alterados os três parâmetros,
ou sejam, constante da mola, o curso da válvula e a área eficaz do diafragma.
Normalmente para obter maior precisão, para o mesmo elemento obturador, utiliza-se
uma constante de mola mais baixa. Os fabricantes de reguladores fornecem curvas de
capacidade para vários calibres de mola, e recomendações de selecção para evitar o
aparecimento de instabilidade de funcionamento por utilização de molas com constantes
demasiado baixas. A mudança na área do diafragma aumenta a inclinação da curva do
regulador. Os tamanhos do diafragma são determinados pelos fabricantes para os diferentes
tipos de regulador, não sendo portanto opção do utilizador. O maior tamanho do diafragma
aumenta a sensibilidade. Uma área maior do diafragma produzirá mais força para uma dada
mudança em P2. Consequentemente, os diafragmas maiores são usados frequentemente para
medir pequenas variações de caudal nas aplicações de baixa pressão. Para aumentar a
capacidade pode aumentar-se o tamanho do orifício do obturador.
Pag 185
Caudal
Curvas características de um regulador.
Tempo
As disposições teóricas referidas acima são utilizadas para os reguladores de pressão de gás
natural, na gama de redução de pressões de 20 barg para 4barg (fonte: PietroFiorentini)
Pag 186
elevados. De notar que o piloto utiliza a acção da mola para abrir, como os reguladores de
acção directa. O regulador principal utiliza a acção da mola para fechar, e a pressão PL acciona
o diafragma para o abrir.
Vantagens do Piloto
Pag 187
7.10.6 Critérios de Desempenho dos Reguladores
A classe de precisão de um regulador é determinada pelo caudal que pode passar para
uma dada inclinação da sua característica. Quanto mais próximo o regulador está da curva
ideal (set-point), mais exacto é.
Pag 188
8. PROJECTO DE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS
ENGENHARIA DE PROCESSO
Matérias-primas
Fluidos
Equipamentos
principais
Transformações
Físico-Químicas Catalizadores
Energia
Resíduos
Produtos Finais
Pag 189
• Custos de Investimento e de Operação
• Planeamento Temporal e Financeiro
• Análise de Mercado e Riscos
• Decisão de Investimento
CASH FLOW
Σ (Resultados líquidos, amortizações, encargos financeiros)
n Rp - D p
VAL = ∑ -I
(1 + i )
p
p=1
i = taxa de actualização
I = despesa de investimento
R p - D p = cash flow de exploração
R p = receitas geradas
D p = despesas correntes de exploração
n Rp - Dp n
I
VAL = ∑ -∑
(1 + i ) p=0 ( 1 + i )
p p
p=1
VAL1
TIR = i1 + ( i2 - i1 ) .
VAL1 + VAL2
Pag 190
8.4 Projecto de Engenharia de Redes de Fluidos
• Diagrama de Processo
• Balanços Mássicos
• Especificações e Piping Standards (Características dos fluidos, Características dos
equipamentos principais, Condições de projecto e de operação, Listas de consumidores
principais, Definição de materiais standard
• Definição do Local da Instalação
• Topografia do Local
• Geologia do Local
• Plot Plan (Desenho geral de implantação da instalação, Dimensões dos edifícios principais,
Arruamentos e acessos, em Escala apropriada
Tipo de fluido
Há que ter em conta o seu grau de agressividade química quer para a tubagem quer para
os equipamentos nela inseridos. Assim aspectos como pH, carácter oxidante ou redutor, carácter
explosivo ou inflamável, tipos de corrosão possíveis, deverão ser equacionados.
Condições de Serviço
Pag 191
Os Códigos fornecem uma boa ajuda neste capítulo já que referem sempre um conjunto de
materiais compatíveis com o Serviço em causa. A selecção far-se-á então, nestes casos, por
critérios fundamentalmente de resistência mecânica.
Face a estes aspectos, entre muitos outros que se poderiam referir, os Projectistas ou as
Equipes do Processo procuram normalizar, com base na experiência de casos similares, e para os
fluidos mais frequentes, um conjunto de materiais para as tubagens, acessórios e equipamentos
que sejam compatíveis com as diversas variáveis em jogo e que conduzam no seu todo ao menor
custo da Instalação.
Este tipo de informação constará dos Documentos técnicos da Engenharia Básica da Instalação
que constituem os elementos de partida para o projecto de detalhe de tubagem.
Pag 192
8.4.2 Especificação de Material de Tubagem – “Piping Class”
Pag 193
8.4.3 Diagrama de Tubagem e Instrumentação – “P&I Diagram”
Pag 194
8.4.4 Implantação de Tubagem e Equipamento – “Layout”
Com base nestes elementos poder-se-á partir para o estabelecimento do traçado de uma dada
tubagem. Por vezes as condições de serviço, impõem obrigatoriamente um traçado, por exemplo:
satisfação de um mínimo de perdas de carga; evitar criação de pontos elevados, declividade
constante, etc.
Do ponto de vista da resistência de materiais cada troço de tubo pode ser considerado como viga,
submetida a um conjunto de solicitações mecânicas, entre as quais se destacam:
. Pressões interiores exercidas pelos fluidos
. Pressões externas (tubos em ambiente sob pressão, sob acção do vácuo, ou do vento no
caso de instalações no exterior)
. Peso próprio do tubo; peso do fluido contido, componentes da tubagem ou ainda
eventualmente o isolamento térmico
. Sobrecargas diversas actuando sobre a tubagem, tais como: peso de outros tubos,
estruturas metálicas diversas apoiadas também sobre os tubos, peso da terra, pavimentação,
veículos, etc.
. Acções dinâmicas resultantes do movimento do fluido contido, tais como: golpes de ariete,
acelerações, etc.
. Vibrações
. Efeitos de dilatação do próprio tubo ou de outros ligados ao tubo em questão
. Movimentos dos pontos extremos, do tubo, resultantes na maioria dos casos da dilatação
de equipamentos ou outros tubos
. Reacções de juntas de dilatação
. Acções de tensões residuais resultantes de deficiência de montagem (alinhamentos
forçados, desalinhamentos e desnivelamento de suportes ou equipamentos), aperto exagerado ou
desigual de flanges e de roscas; tensões residuais resultantes de soldadura.
. Atrito dos tubos nos suportes
Pag 195
PROJECTO DE TUBAGENS
Ao nível da concepção de uma Instalação Industrial, deverão ser observadas as seguintes regras
gerais na fase dos estudos de implantação (“Layouts”):
. Altura relativa entre equipamentos
. Circuitos mais curtos possíveis
. Facilidade de construção, exploração e manutenção
. Regras de segurança
Dentro destas evidencia-se a segunda, por ser muito condicionada pelo projectista de tubagem.
As redes de tubagens deverão ser o mais curtas possível por razões quer de ordem processu
Pag 196
Os "Piping Classes”, os “P&I” e o “Layout” Base, apresentados a seguir constituem a trave mestra
do desenvolvimento quer do Projecto de Detalhe quer do Aprovisionamento dos Materiais duma
Instalação Industrial.
Engenharia Básica
• Especificações
• Plot Plan
• Dimensionamento de Tubagem
• Dimensionamento de Utilidades
• Cálculos de Espessuras de Tubagem
• Completar Especificação Detalhada (Dimensões e Ligações) de Tubagem e Equipamentos
• Implantação de Equipamentos
Projecto Base
Projecto de Detalhe
• 1 ª Lista de Material
• Consultas de Materiais
• Compra de Equipamentos
• Desenhos de Equipamentos
• Desenhos de Tubagem
• Desenhos de Suportes
• Desenhos de Arquitectura
• Desenhos de Betão e Metálicas
• Desenhos de Electricidade
• 2 ª Lista de Material
• Compras de materiais
• Verificação de Desenhos de Fornecedores
• Actualização de P&I’s
• Actualização de Desenhos de Tubagem,
• Controlo e Instrumentação
Pag 197
3ª Fase de detalhe (para empreitada de Construção)
• 3 ª Lista de Material
• Empreitada de Tubagem
• Manuais de Operação e Manutenção
• Desenhos isométricos
• Esquemas de Ligação de C &I
• Cálculos Finais de Perdas de Carga, Flexibilidade, etc.
• Verificação de Desenhos de Betão, Metálicas e Electricidade
Pag 198
8.4.8 Interdependência entre actividades
Engenharia de
Processo
Implantação de Datasheets de
Flowsheets Equipamento Equipamento
Especificações
de Tubagem
Listas
definitivas
de materiais
Estudos de Desenhos de
Flexibilidade e Suportes
suportes
Pag 199
9. PROJECTOS ESPECIAIS DE REDES DE FLUIDOS
Associação em Série
Nos pipelines instalam-se normalmente em série. Neste caso a curva característica H/Q
obtém-se adicionando as alturas manométricas de cada bomba para cada caudal.
Associação em paralelo
.
9.1.2 Diagrama das piezométricas
Pag 201
9.1.3 Tubagem de aspiração
Pag 202
9.1.4 Processos de escorvamento para bombas centrífugas
Uma bomba centrífuga para funcionar convenientemente deverá estar cheia de fluido
(líquido) no arranque, pois que, se se encontrar ar na voluta, ela funcionará da mesma maneira,
desenvolvendo a mesma altura manométrica, mas de ar, o que é nitidamente insuficiente para
aspirar o líquido. Por exemplo uma bomba de 100 mca, provocará uma aspiração de 100 m de
coluna de ar, o que, devido à baixa densidade do ar, corresponderá a cerca de 50 mm de
aspiração de água, nitidamente insuficiente para ferrar a bomba. Para manter o líquido dentro do
corpo da bomba e repô-lo quando faltar, recorre-se a vários artifícios, como sejam válvulas de pé,
bombas de vácuo, etc. Esquematicamente:
a)Uma válvula de purga permite deixar sair o ar do corpo da bomba, empurrado pelo líquido;
b) Utiliza-se o líquido retido na tubagem de compressão;
c) Utiliza-se uma fonte de líquido auxiliar;
d) g) e h) Utilizam-se bombas de vácuo; comandadas manual ou automaticamente retiram o ar do
corpo da bomba principal;
e) A mesma função é feita por um ejector;
f) Usa-se um reservatório especial para ferrar bombas.
Quando duas ou mais bombas debitam para a mesma linha, cada uma deverá estar
equipada, para além da válvula de seccionamento, com uma válvula de retenção na compressão.
Pag 203
A válvula de retenção tem ainda a vantagem de evitar que os possíveis golpes de aríete atinjam a
bomba, e de impedir o escoamento do líquido em sentido inverso.
No caso da interrupção de caudal poder ser acidental, deverá ser previsto um processo
temporizado de desconexão da bomba, pois esta ainda suporta algum tempo de aquecimento. No
caso da interrupção poder ser frequente dever-se-á instalar uma tubagem para retorno do líquido,
(tubagem de recirculação) que poderá ser para a tubagem de aspiração ou, de preferência, para o
reservatório donde a bomba está a aspirar.
Esquematicamente
As bombas rotativas produzem pouca vibração, a qual aumenta com a viscosidade do líquido, se
não se reduzir convenientemente a velocidade de accionamento.
As bombas centrífugas vibram mais fora das zonas de máximo rendimento, enquanto que as
alternativas vibram pelo próprio processo de funcionamento.
A vibração é sempre inconveniente, quer para o pessoal quer para o equipamento ligado à
tubagem. Por isso é recomendável a instalação de juntas antivibratórias (de borracha,
normalmente) na tubagem.
As bombas alternativas poderão necessitar mesmo de um amortecedor tipo almofada de gás, para
diminuir as vibrações do fluido.
Pag 204
Na aplicação de juntas antivibratórias de borracha dever-se-á procurar não aumentar o impulso
hidráulico sobre a bomba. Por isso não é conveniente usá-las para alturas manométricas elevadas
9.2.1 Generalidades
No caso de transporte de líquidos e gases combustíveis, todos os países têm legislação e normas
apropriadas à perigosidade da instalação, normalmente baseadas nas normas americanas já
indicadas nos capítulos anteriores.
Em particular nos tubos não enterrados, não se devem utilizar plásticos devido ao perigo
de incêndio e normalmente utilizam-se nos metálicos sobre espessuras para compensar o perigo
de corrosão. Por exemplo no transporte de produtos petrolíferos é normal uma sobre espessura
de 3 mm.
No caso de fluidos muito viscosos é ainda frequente utilizar aquecimento com um fluído
auxiliar, normalmente num tubo paralelo de pequeno diâmetro, processo designado por traçagem,
sendo o conjunto isolado termicamente.
Para transporte de líquidos ou gases combustíveis a grandes distâncias utilizam-se
normalmente tubos enterrados, de acordo com os códigos mencionados anteriormente. Para
compensar as perdas de carga são necessárias pressões elevadas, pelo que é normal utilizar
aços de alta resistência como os API 5L grau X52 e X70, com diâmetros que vão até 48” a 60“. Os
tubos enterrados são revestidos com polietileno de alta densidade para se protegerem contra a
corrosão e são ainda sujeitos a sistemas de protecção catódica.
EN 60079-10 Electrical apparatus for explosive gas atmospheres – Part 10: Classification of
hazardous areas.
Por tal motivo os referidos equipamentos devem ter uma protecção especial em função da área
em que vão ser utilizados, daí existirem normas para a sua protecção tais como:
O estudo destes procedimentos, denominado HAZOP (Hazard and Operability Study), tem
uma metodologia própria para identificar a operação normal de uma instalação e todos os desvios
ou incidentes possíveis, e os respectivos riscos, envolvendo os projectistas e operadores no
estabelecimento dos procedimentos necessários para repor o funcionamento normal em
segurança, evitando assim os eventuais acidentes. Este estudo deve ser efectuado na fase de
projecto e retomado na fase de construção e arranque da instalação, de modo a que todos os
perigos estejam completamente identificados e os operadores treinados nos procedimentos a
seguir em qualquer situação de operação.
Este estudo deve ainda ser complementado com procedimentos específicos de
manutenção de integridade da instalação, para que esta se mantenha conforme às premissas do
estudo.
A soldadura deve ser utilizada sempre que possível e a aplicação de flanges ou ligações
roscadas em zonas enterradas ou não acessíveis são normalmente proibidos.
A soldadura deve ser efectuada por soldadores qualificados, de acordo com processos aprovados
e a sua inspecção, normalmente por RX ou ultrassons, deve ser efectuada de acordo com os
códigos adequados, por exemplo EN 12732 Gas supply systems Welding steel pipe work -
Functional requirements.
Pag 206
9.3 Instalações de Gases Combustíveis
GÁS NATURAL
Composição química média (% em volume):
Composição do Percentagem
Elemento
elemento volumétrica (%)
Metano CH4 83.70
Etano C2H6 7.60
Propano C3H8 1.92
i-Butano C4H10 0.30
n-Butano C4H10 0.40
i-Pentano C5H12 0.08
n-Pentano C5H12 0.09
n-Hexano C6H14 0.08
Azoto N2 5.4
Dioxido de Carbono CO2 0.23
Hélio He 0.20
Densidade 0,65
Índice de Wobbe Superior: W PCS:52,1 MJ / m3(n) W PCS:12442 kcal / m3(n)
Inferior: W PCI: 46,2,1 MJ / m3(n) WPCI:11200 kcal / m3(n)
PROPANO
Composição química média
O propano comercial é constituído predominantemente por propano e propeno, podendo a parte
restante ser constituída por etano, eteno e isómeros de butano e buteno (C3 H8 - % máx: 97,50).~
Para as redes industriais e de distribuição urbana utilizam-se pressões entre 1 bar e 4 bar,
normalmente designados por média pressão. Para a distribuição nos edifícios de habitação,
moradias e pequeno comércio são normalmente 100 mbar, em colunas montantes dos edifícios
de habitação, em moradias em que o limite de propriedade seja afastado do local de consumo, e
sempre que os comprimentos, consumos ou pressões o justifiquem. Nos consumidores finais, não
Pag 207
equipados com redutores de pressão, a utilização com gás natural é a 20 mbar e com gás
propano é a 37 mbar.
os materiais e equipamentos são propriedade do imóvel, com excepção dos contadores de gás. À
entrada da instalação industrial ou imóvel existirá uma Caixa de entrada, normalmente com um
redutor de pressão. Este redutor tem por objectivo a redução de pressão do gás, desde o valor
existente na rede de distribuição (entre 1,0 e 4,0 bar) para o valor de utilização intermédio de 100
mbar ou o valor de utilização:
Em instalações industriais de grandes consumos é normal utilizar-se pressões superiores até aos
locais de consumo, os quais devem ser equipados com redutores de pressão e equipamento de
segurança adequado (normalmente designado por rampa de gás, e habitualmente incluído ou
fornecido com o equipamento consumidor).
Pag 208
Esquema tipo de rede de imóvel:
Materiais
De acordo com a Portaria n.º 361/98, as tubagens das instalações de gás podem ser em aço,
cobre ou polietileno. O Polietileno para gás, é recomendado em troços enterrados.
As tubagens não devem atravessar locais que contenham reservatórios de combustíveis líquidos,
depósitos de combustíveis sólidos ou recipientes de gases de petróleo liquefeitos, condutas e
locais de recepção ou armazenagem de lixos domésticos, condutas de electricidade, água,
telefone, caixas de elevadores ou monta cargas, casas de máquinas de elevadores ou monta
cargas, cabinas de transformadores ou de quadros eléctricos, espaços vazios das paredes duplas,
parques de estacionamento e outros locais com perigo de incêndio.
Não é permitido fazer uso ou a armazenagem de gases mais densos que o ar em caves. A
montagem de aparelhos a gás deve ser efectuada por Entidades Montadoras de aparelhos a gás
credenciadas pela Direcção Geral de Geologia e Energia.
O caudal máximo de cada um dos aparelhos de queima (em nm3/h), é o quociente do consumo do
aparelho pelo poder calorífico inferior (PCI) do gás para o qual se está a dimensionar a instalação,
Pag 209
PNominal
Q= em que1 kW = 860 kcal/h
PCI
Potência Nominal é o produto resultante da queima de uma quantidade horária de gás com o
poder calorífico inferior. Não inclui o calor latente contido no vapor de água dos gases de
combustão que se evacuam pela chaminé.
Pn = Consumo (n) × P.C.I. (kcal/h)
Potência Calorífica é o produto resultante da queima de uma quantidade horária de gás com o
poder calorífico superior. Inclui o calor latente contido no vapor de água dos gases de combustão.
Pc = Consumo (n) × P.C.S. (kcal/h)
Potência Útil é a energia calorífica realmente aproveitada da combustão horária de um gás num
queimador.
Pu = Pc × Rendimento em % (kcal/h)
Conhecida qualquer das potências dos aparelhos, determina-se a potência nominal para se
encontrarem os caudais de cálculo. Quando são desconhecidas as potências dos equipamentos
instalados, pode considerar-se para os equipamentos mais comuns:
QS = Σ (Qfogo) × S
onde:
Pag 210
S - Factor de simultaneidade S - Factor de simultaneidade
N.º de Fogos S/Aq. Ambiente C/Aq. Ambiente N.º de Fogos S/Aq. Ambiente C/Aq. Ambiente
1 1,00 1,00 18 0,21 0,41
2 0,60 0,70 19 - 39 0,20 0,40
3 0,45 0,60 40 0,199 0,40
4-5 0,40 0,55 41 0,198 0,395
6 0,35 0,50 42 0,197 0,39
7 0,32 0,48 43 0,196 0,385
8 0,30 0,45 44 0,195 0,38
9 0,27 0,45 45 0,194 0,375
10 - 14 0,25 0,45 46 0,193 0,37
15 0,24 0,43 47 0,192 0,365
16 0,23 0,43 48 0,191 0,36
17 0,22 0,42 49 0,19 0,355
18 0,21 0,41 50 0,189 0,35
Dada a pressão à entrada, o caudal máximo e o respectivo diâmetro interno é possível calcular o
valor de pressão no final do troço através da fórmula de Renouard simplificada, válida para os
casos em que Q / D < 150 e Re = T Q / D < 2 × 106 sendo Re o número de Reynolds e T dado pelo
Quadro seguinte:
48,6 × dc × L eq × Q1,82
P −P =
2
A B
2
D4,82
com:
PA Pressão absoluta inicial (bar);
PB Pressão absoluta final (bar);
Leq Comprimento do troço acrescentado de 20 % para compensação das perdas de
carga localizadas (m);
dc Densidade corrigida do gás;
dr Densidade relativa ao ar (adimensional);
Q Caudal que circula no troço (m3/h);
D Diâmetro interior da tubagem (mm).
NOTAS: A densidade corrigida é um valor que depende da densidade relativa do gás (dr) e da
viscosidade cinemática sendo dada por:
− 0,20
0,22
dc = dr
ν
Pag 211
ρVD
em que T é uma constante cujo valor depende do número de Reynolds (Re): Re = nas
ν
condições de pressão e temperatura do escoamento. Se se considerar a viscosidade cinemática
3537 Q Q
ν0 a 15º C e 1,01325 bar (em stokes, cm2/s): Re = =T
ν0 D D
Para a situação particular de P < 50 mbar, a fórmula pode ser simplificada, reduzindo-se à
seguinte expressão:
No entanto, no caso de tubagens com variações de cota significativas, como é o caso das colunas
montantes, há que considerar adicionalmente a variação de pressão decorrente da diferença de
densidade entre o gás e o ar (um gás muito leve como o Gás Natural terá tendência a subir pelo
efeito da impulsão; pelo contrário, um gás mais denso que o ar, como o Propano, terá tendência a
descer devido ao seu peso). A contabilização desta componente da variação de pressão do gás
torna-se particularmente importante em instalações de Baixa Pressão, onde tem uma expressão
muito relevante. Para o seu cálculo, recorre-se normalmente à seguinte expressão:
∆Ph = 0,1293 × (1 – dr) × h
em que:
∆Ph variação da pressão devido à altura (mbar);
negativa se dr >1, como para o Propano;
positiva se dr < 1, como para o Gás Natural
dr densidade relativa do gás de cálculo (adimensional), cf. Quadro 3.3.
h altura da tubagem na vertical (m)
∆ Pmáx= 30 mbar
Pag 212
Nas Instalações que funcionam em Baixa Pressão a pressão de funcionamento da instalação é já
próxima da pressão de utilização do gás, pelo que um adequado funcionamento dos aparelhos de
queima implica que as tubagens sejam dimensionadas para:
354 × Q
v=
( D2 × Pm )
com:
V velocidade do gás (m/s);
Q Caudal do troço [m3 (st)/h];
D Diâmetro interno da tubagem (mm);
Pm Pressão absoluta média do gás no interior da tubagem (bar).
Diâmetros mínimos
a) Nos troços a Baixa Pressão, comuns a vários aparelhos, preconiza-se a adopção dos seguintes
diâmetros mínimos:
Nos troços abastecidos em Média Pressão preconiza-se a adopção dos seguintes diâmetros
mínimos:
15 mm para tubagem de Cobre;
1/2" para tubagem de Aço.
1) Imputar a cada troço da instalação o respectivo caudal máximo de gás de referência, a partir do
contador até ao aparelho de queima mais afastado;
2) Definir o Caminho Crítico após o contador (percurso que corresponde ao maior comprimento
de tubagem
3) Determinar o Comprimento Equivalente Máximo correspondente ao caminho crítico:
Leq max = 1,2 × Lcritico ( m)
4) Determinar o comprimento equivalente de cada troço:
Leq = 1,2 × Lreal ( m)
5) Determinar a Perda de Carga Linear Métrica:
δP
Admissivel
j = { 1,5 mbar para Gás Natural }
Leq Max.
6) Determinar o Diâmetro de Cálculo:
23200 × d c × Q1,82
Dcalculo = 4,82 (mm)
j
7) Determinar o Diâmetro Interior Normalizado da tubagem de acordo com as normas em vigor;
8) Impor a Pressão de Abastecimento (PA = 20 mbar no caso de Gás Natural).
Pag 214
9) Calcular a Pressão Final de cada troço (PB):
Q1,82
PB = PA - 23200 × Leq × 4,82 (mbar)
D Int
10) Determinar a Pressão Final Corrigida (PBc) de cada troço, considerando a perda de carga
devida à altura:
PBc = PB + 0,1293 × (1 - dr) × Lvertical (mbar)
11) Calcular a Perda de Carga (∆PTroço) do troço:
∆PTroço = PA - PBc (mbar)
12) Calcular a Perda de Carga Acumulada (∆PAcumuladal):
∆PAcumulada = 20 - PBc (mbar)
13) Calcular a Velocidade de Escoamento:
354 × Qsimultaneidade
v= (m / s )
2
DInt × PMedia
onde:
PA P
+1,01325 + Bc +1,01325
1000 1000
PMedia = (bar)
2
PA e PBc (mbar)
14) Verificar se a velocidade em cada troço é inferior a 10 m/s: Se tal não suceder, subir um
escalão no valor do diâmetro normalizado e regressar ao ponto 10.
Dados:
Densidade (relativa e corrigida) do gás de referência.
Caudal de gás máximo em cada fogo
PA - Pressão disponível no início da instalação a dimensionar
Pag 215
15.ª coluna ∆, perda de pressão acumulada (em mbar) desde a entrada na instalação até à saída
do respectivo troço (permite visualizar rapidamente a perda de pressão e aplicar os critérios
definidos )
16.ª coluna Velocidade máxima no troço (em m/s). Obtém-se a partir da expressão (6). Permitirá
verificar se os limites referidos são ou não excedidos.
A ligação entre tubagens da mesma natureza pode ser efectuada pelos processos indicados no
Quadro seguinte:
Aço
Aço Cobre Observações
galvanizado
Soldadura Portaria n.º 361/98,
Sim Não Sim
eléctrica Artigo 7º, n.º 3
Brasagem capilar de<54 Colunas montantes
Não Não
forte embebidas
Portaria n.º 361/98,
Soldobrasagem Não 110≥de>54 Não
Artigo 48º
Classe PN 10
Flange Sim Não Sim
(junta de elastómero)
Só para
Só para Portaria n.º 361/98,
União roscada Não
de≤60,3mm Artigo 7.º
de≤60,3mm
Soldadura
As ligações soldadas são executadas por soldadores que sejam possuidores, além do Certificado
de Qualificação emitido por organismo oficialmente reconhecido, da licença emitida pela D.G.E.,
como previsto pelo Dec. Lei n.º 263 / 89 de 17 de Agosto, alterado pelo Dec. Lei n.º 232/90 que
por sua vez foi alterado pelo Dec. Lei n.º 7/2000.
Soldadura de polietileno
As ligações entre tubos e entre tubos e acessórios podem ser dos seguintes tipos:
Electrossoldadura por uniões electrossoldáveis;
Soldadura topo-a-topo para diâmetro nominal ≥ 90 mm
Ensaios a executar
O Art.º 63.º da Portaria n.º 361/98 estipula que os ensaios de resistência mecânica só terão lugar
no caso de troços cuja pressão de serviço seja superior a 0,4 bar, Sempre que necessário, os
ensaios de resistência mecânica deverão ser executados nos moldes previstos no Art.º 64.º da
Portaria n.º 361/98.
Tubos de aço
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Os tubos para as instalações de gás deverão ser adquiridos com Certificado de Qualidade de
acordo com a norma EN 10204, tipo 3.1.B..
Tubos de polietileno
De acordo com o Art.º 16.º da Portaria n.º 386/94, as características físicas e dimensionais dos
tubos de Polietileno, os ensaios e os controlos de produção devem satisfazer os requisitos das
normas ISO 4437, ISO 1183 e ISO 1133.
De acordo com o Art.º 16.º da Portaria n.º 386/94, devem ser utilizados tubos com espessura
nominal não inferior à definida pela série SDR 11 se a resina for do tipo PE 80 e da série SDR
17.6 se a resina for do tipo PE 100 ou de outras séries tecnicamente equivalentes. Para os
diâmetros exteriores iguais ou inferiores a 32 mm, a espessura mínima deve ser igual ou superior
a 3 mm. Apresentam-se no Quadro seguinte as dimensões dos tubos de utilização mais comum,
previstas na Norma ISO 4437:
O vapor é o fluido mais utilizado para transmissão de energia térmica, nas indústrias mais
diversas, desde as alimentares onde é preciso esterilização e aquecimentos, às têxteis, químicas,
produção de energia eléctrica, etc.
Em casos de aquecimento ambiente é frequente utilizar sistemas de água quente, por
serem menos complexos e perigosos, mas limitados a temperaturas inferiores a 100 ºC. Existem
ainda sistemas com fluidos térmicos que permitem temperaturas mais elevadas para aplicações
específicas. No entanto o vapor tira partido do calor latente de condensação, enquanto que a
água ou o fluído térmico apenas utilizam o calor específico:
Para atingir altas temperaturas o vapor deve atingir altas pressões, mas não precisa de
bombas de circulação e pode utilizar tubagem de pequeno diâmetro, enquanto que um fluído
térmico (normalmente óleos minerais) atinge altas temperaturas com baixas pressões, mas
necessita de bombas de circulação e tubagem de maiores diâmetros.
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A água quente está limitada a temperaturas inferiores a 100ºC, pelo que normalmente
apenas é utilizada para aquecimento ambiente e reacções químicas, como na indústria do papel
assim como em alguns processos na indústria têxtil (e.g. tinturaria).
Para que o vapor forneça o seu calor latente deve arrefecer até se condensar, voltando à
fase líquida. Para separar o condensado, a baixa pressão, sem libertar vapor de alta pressão para
o circuito de baixa pressão, utilizam-se purgadores de condensado e este é recolhido em tubos e
conduzido a um reservatório de água de alimentação da caldeira, donde é bombeado novamente
para a caldeira.
Neste circuito o vapor é produzido numa caldeira, com água tratada proveniente de um
tanque de alimentação (feedtank), bombeada por uma bomba de alta pressão, e é utilizado em
equipamentos térmicos como tanques, reservatórios de processo, permutadores e aquecimento
ambiente, onde os condensados são recolhidos e enviados para o tanque de alimentação da
caldeira.
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Exemplo de aquecimento de um reservatório, com uma serpentina e recolha de
condensado por purgador
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Todos os tubos a temperaturas acima de 50-60ºC devem ser isolados, não só para
protecção de pessoal, mas também para evitar as perdas de calor que, para tubos não isolados à
temperatura ambiente, em ar calmo, são:
Um tubo bem isolado, por exemplo de acordo com as recomendações da NAIMA North
Americam Insulation Manufacturers Association, pode reduzir as perdas até 10% do valor
acima referido.
Dilatação = α∆TL
Dilatação (mm)
α Coeficiente de dilatação (mm/mºC x 10-3)
∆T Diferença de temperatura entre ambiente e operação
L Comprimento do tubo entre ancoramentos
Coeficientes de dilatação:
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9.5 Ar Comprimido;
9.5.1 Redes industriais de ar comprimido
Reservatórios de ar
Vulgarmente os reservatórios são construídos conforme a norma ASME SEC.VIII – DIV. I, para 10
ou 14 bar, e são normalmente equipados com um manómetro, válvula de segurança, purgador
mecânico, válvulas de seccionamento e filtro.
Filtros
Filtros superficiais, à base de celulose revestida com resina, com poros controlados, que retêm na
sua superfície todas as partículas maiores do que os poros.
Filtro de carvão activado, à base de uma camada central de carvão activado que retém vapor de
óleo e odores pelo efeito de adsorção, para a obtenção de um ar tecnicamente isento de óleo e
inodoro.
Conteúdo residual de óleo: ≤ 0,003 ppm.
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Secadores de ar
Para eliminar os problemas provocados pela humidade, pode ser necessário a utilização de
secadores de ar comprimido. Para muito pequenas instalações podem ser utilizados sistemas de
colunas excicantes, mas para instalações maiores é normal utilizar sistemas por refrigeração, tipo
máquina frigorífica, que provocam a condensação de humidade a uma temperatura inferior em
cerca de 20 ºC à temperatura de utilização.
Purgadores
Para reduzir os problemas provocados pela humidade, nas redes sem ar seco, é necessário a
utilização de purgadores de ar comprimido, tipo bóia, nos pontos baixos, conforme referido
anteriormente.
As instalações criogénicas, embora respeitem as leis normais da física, são particulares na sua
tecnologia. As baixas temperaturas colocam problemas de ruptura frágil dos materiais, grandes
deslocamentos devido a dilatações e contracções, rápidas mudanças de fase dos fluidos devidas
a grandes diferenciais de temperatura e baixo calor latente.
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Aço ASME Temp. Tensão de tensão limite % Charpy Coeficiente Conductividade
spec. (ºC) ruptura elasticidade Alongamento dilatação Térmica
(MPa) 0.2% (MPa) (Joules) (m/m/K x10-6) (W/m·K)
C-Mn SA 333 amb 379 207 21(1) 95 11.7 52
Grade 1 -46 68 5.4 —
2 ¼ % Ni SA 333 amb 448 241 18 79 — —
Grade 7 -73 517 276 27 — —
3 ½ % Ni SA 333 amb 689 517 18 130 10.4 36
Grade 3 -101 1137 586 30 8.6 —
9 % Ni SA 333 amb 793 621 25 64 10.4 27
Grade 8 -196 1172 931 27 34 8.6 13
304 inox SA 312 amb 586 262 45 16.2 15
TP 304 -254 1724 483 3 2.1 0
304 L inox SA 312 amb 552 255 45 16.2 15
TP 304 L -254 1551 448 56 2.1 0
316 inox SA 312 amb 600 262 45 16.2 15
TP 316 -198 1381 469 31 12.4 0
316 L inox SA 312 amb 586 262 45 16.2 15
TP 316 L -198 12.4 0
347 inox SA 312 amb 621 469 50 81 15.6 14
TP 347 -254 1586 483 38 61 12.9 0
Nas tubagens que estão frequentemente em operação, para evitar repetidas operações de
arrefecimento é frequente considerar tubagem de retorno de modo a estabelecer uma circulação
permanente de baixo caudal de modo a manter a tubagem fria.
Em todas as tubagens criogénicas, qualquer troço que possa ficar fechado entre válvulas deve
estar protegido com uma válvula de segurança, e as eventuais descargas destas recolhidas num
sistema apropriado, com descarga para a atmosfera ou para um sistema de reliquidificação.
Qualquer tê ou derivação que possa ficar fora de serviço deve ser executada na vertical, para criar
uma zona de gás frio entre a zona em serviço e a válvula de seccionamento.
As válvulas de seccionamento são especiais na medida em que não podem aprisionar líquido no
seu corpo, pelo que têm canais apropriados para manterem sempre a ligação a montante, mesmo
quando fechadas para jusante, e têm hastes mais compridas, de modo a formar uma bolsa de gás
frio antes do empanque, protegendo o volante e o operador das temperaturas criogénicas.
O cálculo das perdas de carga deve considerar as possibilidades de funcionamento que poderão
existir:
• Apenas circulação de líquido criogénico (tubagem de pequeno diâmetro).
• Possibilidade de escoamento bifásico na fase de vaporização ou no arrefecimento na
entrada em serviço
• Escoamento gasoso apenas (conduz aos maiores diâmetros), e normalmente a
temperatura e portanto a velocidade vai aumentando até atingir a temperatura ambiente.
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10. INDÚSTRIAS TÍPICAS UTILIZADORAS DE REDES DE FLUIDOS
Uma refinaria representa a mais sofisticada tecnologia da indústria petroquímica com várias
unidades de processo, para produzir derivados de petróleo, para produtos combustíveis e
matérias-primas para outras indústrias, em que os mais frequentes são:
O processo é iniciado com a extracção do petróleo bruto nos locais de produção, do seu
transporte, normalmente em pipelines de “crude” e embarque para transporte em petroleiros, para
a refinaria de destino.
10.1.4 Utilidades
Para fornecer energia e fluidos auxiliares para a operação da refinaria existem Utilidades
responsáveis pela produção e distribuição dos seguintes fluidos:
O vapor de alta pressão é ainda utilizado para geração de energia eléctrica para abastecer
a refinaria, dado que esta não pode estar dependente da rede pública por razões de segurança de
funcionamento
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10.1.5 Fábricas de Derivados e Petroquímicas
Fábrica de óleos base, que dão origem aos lubrificantes auto e industriais, após aditivação
apropriada.
Fábrica de Aromáticos que das fracções mais leves, após submetidas a processos de separação
especiais, dão origem a produtos de base da petroquímica de aromáticos, benzeno, tolueno,
xileno etc., utilizados como solventes em tintas e processos industriais como colas e adesivos
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10.2 Pasta de Papel
10.2.1 Generalidades sobre o Processo de Fabrico de Pasta de Papel
O fabrico de pasta de papel é um processo altamente sofisticado que envolve diversas etapas
para transformar as aparas de madeira em produtos de papel. Além ao processo real do fabrico
de pasta de papel, há também processos paralelos tais como o tratamento de águas residuais, a
operação da caldeira da recuperação, a produção do vapor, e as torres de refrigeração da central
térmica, que funcionam com um elevado número de redes de fluidos, e atendendo a que é um
processo de produção contínuo, envolve também um elevado número de instrumentos e sistemas
de controlo.
Em quase todas as fábricas de pasta de papel, distinguem-se cinco etapas principais no processo:
A primeira etapa utiliza processos mecânicos para transformar em pequenas estilhas os troncos
de árvores, com um moinho de lâminas centrífugo. Os resíduos, tais como a casca e mesmo
algumas estilhas, são utilizados como combustível em caldeiras de casca para produzir a
electricidade e vapor para a utilização da fábrica. Embora nesta etapa possa ser utilizada alguma
água com finalidade de lubrificação e redução de poeira, é basicamente um processo de
movimentação de sólidos em tapetes rolantes ou transporte pneumático.
Os processos de fabrico de pasta de papel têm muitas variações. A maioria utiliza produtos
químicos para separar as fibras de celulose utilizando ou produtos cáusticos químicos (Kraft, ou
processo do sulfato) ou ácidos, (processo de sulfito). Os produtos químicos são utilizados num
digestor em forma de torre, misturados com as estilhas de madeira, e posteriormente regenerados
num processo da recuperação que reduz os consumos dos químicos e minimiza os custos de
eliminação dos efluentes. Os produtos químicos são utilizados diluídos em água, sendo esta
mistura designada por licor branco, utilizando reservatórios e redes de tubagem normalmente em
aço inox, ASTM A 304 ou A 316 L, com pressões e temperaturas moderadas.
No processo Kraft, as estilhas de madeira são “cozinhadas” numa solução alcalina forte
chamada licor branco. O licor branco é basicamente uma solução do hidróxido de sódio e de
sulfito do sódio com uma concentração eficaz de aproximadamente 100 gramas por litro.
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O processo de funcionamento do digestor pode ser contínuo ou por lotes, e para o seu
controlo são necessários alguns instrumentos especiais, como a medida de consistência, pH etc.,
e as bombas e válvulas para manusear a pasta têm de estar preparadas para não encravarem
com as fibras da madeira.
Bleaching
Agent
Dentro do digestor, com temperaturas próximas de 180°C e pressões ao redor de 250 psig,
processa-se a seguinte reacção:
Esta reacção dura aproximadamente 2 a 4 horas, sendo o seu progresso avaliado pela análise da
concentração dos produtos químicos no licor. Quando o nível de NaOH descer ao nível
apropriado, o processo de digestão está completo e o produto (chamado pasta castanha) é
retirado do digestor.
10.2.4 Branqueamento
A pasta de celulose que sai do digestor é um líquido castanho normalmente designado por
pasta castanha, e que tem de ser branqueado para fazer papel branco aceitável de acordo com as
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especificações do mercado. No processo de Branqueamento, a pasta é purificada e branqueada
por tratamento químico, em várias etapas, até se obter a brancura desejada.
As instalações mais antigas utilizavam cloro gasoso elementar, mas por razões ambientais
estão a mudar para outros processos como peróxido (água oxigenada) ou ozono. Assim o
processo de branqueamento utiliza grandes quantidades de produtos químicos descorantes e
caros (geralmente Dióxido de Cloro ou Peróxido de Hidrogénio e exige tecnologia sofisticada de
redes de fluidos para manusear as matérias-primas e para o tratamento e eliminação de efluentes
líquidos e gasosos.
Cada etapa de branqueamento é seguida por uma etapa de extracção dos produtos
químicos que transportam os componentes escuros da madeira, diluídos em água, constituindo
um efluente designado por licor negro. Este é um líquido muito agressivo, a cerca de 70 ºC de
temperatura, que vai ser conduzido para o processo de Recuperação Química descrito mais á
frente.
Antes de ser transformada na máquina de papel, a pasta de papel é formada por mistura
de vários tipos de pastas para produzir a variedade de papel com as propriedades requeridas.
Aditivos molhantes, secantes, colas, encorpantes (como por exemplo o caulino), são adicionados
á pasta na fase líquida, para melhorar as propriedades do papel. A pasta, armazenada em
tanques é misturada com água de modo a obter a consistência requerida. Além disso é calibrada
(refinada) mecanicamente através de filtros apropriados. Como os aditivos só funcionam bem com
o pH da pasta controlado, são efectuadas várias medidas e correcções, com alumina (Al2(SO4)3)
ou ácido sulfúrico.
No caso de a instalação não incluir máquina de papel, é utilizada uma secagem de pasta,
transformando a pasta numa espécie de cartão prensado, que pode ser exportado para outras
instalações onde se produz o papel.
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rolos, em atmosfera controlada. O conjunto destes equipamentos é designado por Máquina de
Papel.
Este processo começa com os rejeitados do licor branco que foi utilizado no digestor. A
primeira etapa da recuperação é uma série de lavagens que separam os produtos químicos da
pasta nos filtros lavadores á saída do digestor. São utilizadas várias águas de lavagem que vão
removendo os produtos químicos sem diluir demasiado o licor negro. Este licor negro fraco
consiste numa mistura de compostos de sódio e de produtos orgânicos à base de lignina.
O licor negro fraco é concentrado em evaporadores de efeito múltiplo, que retiram a maior
parte da água, a fim de permitir a sua queima na caldeira de recuperação. Esta é uma caldeira
especial que gera vapor a partir da combustão do licor negro concentrado nos evaporadores, e
recupera os sais de sódio na forma líquida (smelt), por fusão, dada a temperatura no interior da
fornalha. O “smelt” é dissolvido em licor fraco para dar origem a um licor verde mais forte
constituído na maior parte por carbonato de sódio (Na2CO3) e por sulfito de sódio (Na2S). Estes
produtos são novamente activados por um processo de caustificação com cal viva, produzida num
forno de cal, também parte deste processo.
O processo de fabrico de pasta gera grandes volumes de efluentes líquidos com restos de
pasta e de papel combinados com vários produtos químicos e resíduos orgânicos, que devem ser
reciclados e tratados antes de os descarregar no ambiente.
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Os resíduos de pasta geralmente contêm níveis elevados de materiais orgânicos e
requerem etapas adicionais do tratamento. Os métodos de tratamento típicos incluem a digestão
anaeróbica, oxigenação controlada, e filtros de areia. Outros processos comuns tais como a
precipitação e remoção de lamas, bacias de oxigenação, remoção de metais pesados,
desodorização, clorinação e desclorinação, são também utilizados para preparar o efluente para a
sua rejeição no meio ambiente. Os métodos de tratamento dependem do tipo de fabrico de pasta
e dos regulamentos ambientais locais.
Outros Fluidos: Vapor de alta, média e baixa pressão, Condensado, Água de Alimentação de
Caldeiras, Água Quente, Fluidos Térmicos, Água Desmineralizada, Água de Arrefecimento, Água
Bruta, Água de Incêndios, Ar Comprimido, Ar de Instrumentos, etc.
O Gás Natural é uma mistura estável de gases cujos componentes principais são
hidrocarbonetos gasosos e pequenas quantidades de gases inertes (azoto, dióxido de carbono e
hélio).
A nível europeu existe uma rede de gasodutos de alta pressão para transporte:
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No geral é mais vantajoso transportar GN do que electricidade, pelo que as centrais térmicas
electroprodutoras tendem a disseminar-se pelo território europeu. De notar contudo que, para
transporte a grandes distâncias (mais de 2000 a 3000 km), o transporte de GN em navios
metaneiros é mais vantajoso que o gasoduto.
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Diagrama típico Central de Ciclo Combinado
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Uma Central deste tipo recebe gás natural a alta pressão, tipicamente 45 barg, que é
queimado em turbinas a gás, “GT”, cujos veios primários accionam os geradores eléctricos:
Este vapor é utilizado em turbinas a vapor normalmente de três etapas de pressão, alta,
média e baixa, sendo o vapor entre cada etapa reaquecido na caldeira por um lado para evitar o
perigo de formação de condensados que podem danificar as pás das turbinas e por outro
melhorar o desempenho termodinâmico da central. Numa central de ciclo combinado o veio da
turbina a vapor, através de um processo de embraiagem é ligado ao gerador accionado pela
turbina a gás.
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Esquema de caldeira aquatubular (fonte Spirax Sarco):
No caso de caldeiras de água quente ou vapor de baixa pressão utiliza-se a tecnologia dos
tubos de fumo, ou seja, os gases de combustão passam através da fornalha formada por um
reservatório de água (uma passagem) e depois por tubos imersos no mesmo reservatório (duas
ou três passagens). Esquema de caldeira convencional de tubos de fumos de três passagens
(fonte Spirax Sarco)
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Exemplo de caldeira de água quente (fonte Buderus):
10.3.5 Queimadores
Quando não há queima em turbina de alta pressão o combustível, quer seja carvão, gás
natural, fuelóleo, ou gasóleo, é utilizado em queimadores apropriados, que misturam a quantidade
correcta de ar de combustão com o combustível pulverizado em mistura turbulenta de modo a
conseguir uma chama com o mínimo de poluentes, nomeadamente CO, e NOx, mantendo ao
mesmo tempo a temperatura o mais elevada possível. Exemplo de queimador a gás natural:
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Nestes queimadores o caudal do combustível é regulado em função da necessidade de
energia da caldeira, através de um circuito de controlo que pode ser do tipo tudo ou nada, por
andares ou proporcional modulante. O combustível é pulverizado ou soprado para mistura
turbulenta com o ar de combustão proveniente de um ventilador, cujo caudal é controlado por
“dampers” (registos) ou variadores de velocidade. Para que a queima seja completa deve haver
uma pequena percentagem de excesso de ar em relação à reacção química estequiométrica de
combustão.
No caso do gás natural basta uma pressão de cerca de 30 mbarg, no caso dos líquidos é
necessário uma pressão mais elevada para a pulverização, e no caso do fuel é normal haver um
pré aquecimento para baixar a viscosidade.
São ainda necessários vários sistemas de segurança, para cortar o combustível em caso
de falha de chama ou deficiência de ar de combustão, bem como sistemas de monitorização dos
gases de escape, e controlo de temperatura, normalmente assegurados por um controlador
dedicado e analisadores de chama e sondas de teor de oxigénio nos gases de escape.
A água utilizada para produzir vapor deve ser de pureza suficiente para impedir a formação
de depósitos e a corrosão dentro dos tubos da caldeira. A água é reciclada muitas vezes, através
da recuperação de condensados, pelo que há muita oportunidade para que as impurezas entrem
no circuito do vapor.
No tratamento de desmineralização de água, conforme a sua origem, esta pode ser tratada
com colunas de resinas aniónicas e catiónicas ou com osmose inversa. São adicionados produtos
químicos para tratamento de água, tais como a amónia ou a hidrazina para manter a composição
química da água sob controlo. Nas colunas da troca de iões as resinas capturam os iões salinos,
saturando-se lentamente até que necessitam ser regeneradas. Quando a coluna necessita
regeneração é colocada fora da linha e regenerada com ácido (para colunas catiónicas) ou
cáustico (para colunas aniónicas). A regeneração é avaliada através do controlo do pH, sendo
requerido geralmente entre um pH entre 7.5 e 8.5. Um pH abaixo de 7.5 conduz ao aumento
rápido da corrosão, e acima de 8.5 tende a aumentar a formação dos sólidos no interior dos tubos
o que pode degradar a eficiência da permuta de calor.
O teor de oxigénio dissolvido, acima do ppm 7, pode ter implicações nas falhas prematuras
devido a “pitting” e fadiga do metal dos tubos. Para remover o oxigénio são utilizados químicos e
reservatórios desarejadores (desgasificadores), em que, com temperatura elevada e capacidade
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suficiente para estabilizar o fluxo, o ar dissolvido no condensado é deixado escapar para a
atmosfera. Estes reservatórios estão normalmente elevados para que a tensão de vapor da água
devido à temperatura, não coloque problemas de NPSH às bombas de água de alimentação das
caldeiras, que têm de atingir a pressão máxima do vapor de alta pressão para a admissão na
caldeira.
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Normalmente as águas de arrefecimento também precisam de tratamento para evitar
depósitos salinos e formação de algas ou fungos.
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