Você está na página 1de 34

ITENS 1 a 11

ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL


PROFESSOR RENATO FENILI

Prezado(a) amigo(a) concursando (a),

É chegada a hora de nos dedicarmos ao tão esperado concurso para


Analista do Banco Central do Brasil.
Meu nome é Renato Ribeiro Fenili, sou natural de São Paulo e tenho 34
anos. Atualmente sou Analista Legislativo – atribuição técnico em material e
patrimônio, na Câmara dos Deputados. Antes disso, fui Oficial da Marinha do
Brasil, servia embarcado em navio, tendo exercido o cargo de Chefe de
Máquinas por cerca de dois anos. Fazia cerca de 120 dias de mar por ano, o
que não me deixava alternativa a não ser estudar sozinho... não era fácil!
Fui aprovado em 6º lugar no concurso para a Câmara dos Deputados
de 2007, e tomei posse em 2008. Na época, a banca escolhida para a
condução do certame foi a Fundação Carlos Chagas, e o conteúdo
programático do edital foi extremamente semelhante ao que abordaremos
em nosso curso.
Bom, feitas as apresentações, creio que seja hora de começarmos o
estudo. A Logística, apesar de não ser uma das disciplinas mais “densas” que
encontramos em concursos públicos, tem suas particularidades, capazes de
pegarem os desavisados de “calças curtas”. Em especial, nosso curso irá
versar sobre a atividade de compras em organizações (públicas e
privadas), uma função inserida no âmbito da Administração de Recursos
Materiais.
Nosso curso será construído com base em exposições teóricas,
seguidas de exercícios comentados. Em termos de bancas, o CESPE é a que
mais cobrou, historicamente, esta disciplina em seus certames, de forma que
será bastante explorada em nossas aulas. A FCC e a ESAF, por exemplo,
possuem um banco de dados muito restrito de questões. Já a CESGRANRIO,
organizadora do último certame para o BACEN, apresenta uma tradição na
abordagem da Logística e da Gestão de Recursos Materiais, com significativo
número de questões.
Eis a programação que seguiremos em nosso curso:

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

AULA CONTEÚDO
1 1. Gestão de Compras.
2. Compras no setor público. 3. Licitações: conceito,
2 objeto, finalidades e princípios. 6. Modalidades. 7.
Procedimentos e fases.
4. Dispensa e inexigibilidade. 5. Vedações. 8.
3
Revogação e invalidação.
9. Especificação de materiais, confecção de termo de
referência e projeto básico. 10. Requisição de
4
material e autorização de compra. 11. Sistemas
informatizados de compras - Comprasnet.

Nossa aula 01, de caráter introdutório, irá apresentar as principais


características das compras nas organizações, sejam elas públicas ou não.
As aulas seguintes irão se restringir às compras em órgãos públicos,
mais especificamente à instrução e aspectos principais de procedimentos
licitatórios.
Espero uma participação ativa no fórum.

Vamos ao trabalho!

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

I. ATRIBUTOS DAS COMPRAS ORGANIZACIONAIS

De modo geral, Administração de Recursos Materiais, segundo


Gonçalves (2007), divide-se em três grandes nichos de atividades,
representados no esquema abaixo:

“Comprar bem”, nas organizações, é condição necessária à eficiência


da gestão de materiais.
Mas, afinal, o que significa “comprar bem”?
Pensando somente na economia de recursos, poderíamos, inicialmente,
remeter o “comprar bem” a adquirir um determinado item de material por
um preço econômico. No entanto, isso não é suficiente.
A obra Licitações & Contratos – Orientações Básicas, de autoria do
Tribunal de Contas da União (TCU), traz alguns exemplos de compras que
são feitas rotineiramente pelo menor preço, mas que trazem resultados
insatisfatórios:
 canetas cuja tinta resseca, vaza ou falha ao ser usada;
 cola que tem mais água do que componente colante;
 borracha que, ao apagar, se desfaz e às vezes não apaga;
 clips que enferrujam, grampeadores que não grampeiam;

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

 mesas com madeiras que incham em contato com a água,


gavetas que não deslizam, parafusos que espanam etc.

Assim, há de se buscar a conciliação da prática de um preço econômico


com a obtenção de um bem de qualidade.
A busca pela qualidade no produto adquirido é bem mais complicada
quando a compra se dá por licitação, na qual a indicação de marca não é a
regra, mas sim restrita a casos específicos.
Quando uma empresa privada deseja comprar uma impressora, por
exemplo, pode-se escolher a marca que mais transparece confiança: Epson,
Canon, LG etc. Todavia, nos órgãos públicos, é vedada a escolha de marca
com base no que o “senso comum” estabelece como uma boa compra. Desta
maneira, grande parte da qualidade do objeto adquirido é obtida a partir de
uma especificação bem feita, que atenda perfeitamente às necessidades do
órgão solicitante e que reduza a possibilidade de se comprar “gato por
lebre”.
Ok...agora estamos comprando de forma econômica e obtendo um
produto de qualidade. Isso é suficiente? Ainda não.
Outro aspecto que devemos buscar na atividade de compras é a
celeridade.
Geralmente não nos damos conta do quanto que certa aquisição pode
demorar em uma empresa, especialmente nos órgãos públicos. Para ter uma
noção mais próxima da realidade, há órgãos em que a média de aquisição de
um bem se aproxima a 150 dias!! Órgãos públicos de referência na área de
compras governamentais conseguem diminuir este interstício para cerca de
45 dias – é o caso dos Correios, por exemplo.
Uma compra célere (rápida) traz consigo uma série de benefícios:
evita a falta de um material no instante em que ele é necessário, demanda
menos homem-hora para a condução da burocracia necessária à pesquisa de
mercado e negociação com fornecedores (reduzindo o custo de pedido, por
exemplo) e torna o processo independente de variáveis suscetíveis ao tempo
(inflação, evolução tecnológica etc.).
Dessa maneira, finalmente chegamos aos três atributos essenciais em
uma Gestão de Compras eficiente: preço econômico, qualidade e
celeridade.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

1. (CESPE / CEHAB PB / 2008 - adaptada) Em um processo de


compras, a qualificação dos fornecedores não se torna
relevante para a análise, visto que o menor preço sempre é o
que melhor atenderá os interesses da empresa compradora.
O menor preço, nem sempre, é o que melhor atenderá os interesses da
empresa compradora.
Em todas as ocasiões, há de se buscar a melhor combinação entre o
preço econômico, a qualidade e a celeridade. A ênfase em apenas um desses
quesitos pode acarretar resultados indesejados à organização.
No caso do enunciado, uma atenção excessiva à obtenção do menor
preço poderá, como vimos, comprometer a qualidade do bem adquirido.
Dessa maneira, a questão está errada.
Mas como obter qualidade nas compras feitas por órgãos públicos, nas
quais, geralmente, a regra é o julgamento pelo menor preço? A resposta é
dada através da próxima questão.

2. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) As especificações


funcionais, essenciais para a execução de compras que
garantam a qualidade de produtos ou serviços, podem ser
descritas, no setor público, por marca, especificação de
características físicas e químicas, método de produção e
desempenho, por desenhos de engenharia, entre outros.

As especificações funcionais de um determinado objeto devem ser


capazes de definir, com o máximo nível de precisão possível, a qualidade
necessária ao seu uso efetivo pela organização. Usualmente, uma
especificação funcional pode ser descrita pelos seguintes modos (ou, ainda,
pela combinação deles):
 por marca;
 por caracterização de aspectos físicos e químicos;
 por método de produção e/ou desempenho;
 por desenho de engenharia;
 outros (similaridade com objetos existentes etc.).

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

Contudo, não é usual que a especificação funcional se dê por indicação


de marca nos órgãos públicos. Veja o conteúdo do §7º do artigo 15 da Lei nº
8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratos):

§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:


I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de
marca;

Contudo, a indicação de marca pode ser admitida, quando


tecnicamente justificável. Este é um caso bastante particular. Um
exemplo típico é a compra de tinta de parede de determinada fabricante, já
que a pintura com material de outra marca poderá acarretar diferença de
tonalidade.
Assim, visto que o enunciado da questão faz menção genérica à
possibilidade de descrição de uma especificação funcional, no setor público,
por marca, ele está errado.

3. (CESPE / UEPA / 2008) Melhores condições de compra de


determinado bem são proporcionadas por situações nas quais
existem materiais similares com a mesma qualidade do bem a
ser adquirido, vários fornecedores para o mesmo bem e
quantidades a serem adquiridas superiores às quantidades
habituais.

Vejamos como os fatores listados no enunciado relacionam-se com os


atributos de uma compra eficiente:

• Materiais similares com a mesma qualidade → favorecem a obtenção


de preço econômico;
• Vários fornecedores → maior competitividade → favorecem a obtenção
de preço econômico e de qualidade;
• Maior quantidade a ser adquirida → economia de escala → preço
econômico.
Dessa forma, a questão está certa.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

II. A FUNÇÃO COMPRAS

As atividades de compras, em uma organização, respondem por


parcela considerável da sua busca por uma vantagem competitiva no
mercado. Assim, sempre que olhamos para as compras organizacionais sob a
ótica estratégica – e não simplesmente operacional – estamos falando da
função compras.
A expressão “função compras” transcende (e engloba) aquilo a que
nos referimos usualmente como “compra” em uma organização. Ao passo
que esta define o ato operacional de procura de bens e serviços e posterior
suprimento à empresa, a função compras demanda responsabilidade e
complexidade maiores.
A parte operacional de certa aquisição é tão somente o “núcleo duro”
de um encargo mais complexo – a função compras.
Segundo Gonçalves (2007), a função compras requer planejamento e
acompanhamento, processos de decisão, pesquisa e seleção de fontes
supridoras dos diversos materiais, diligenciamento dos
fornecedores (para assegurar que o produto
será recebido sem atrasos, no momento
esperado). Requer, ainda, uma coordenação
geral entre os diversos órgãos da empresa:
almoxarifados, finanças e todos os diversos
setores que são revestidos do papel de
clientes da compra a ser realizada.
Os objetivos da função compras podem
ser sintetizados no quadro abaixo:

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

OBJETIVOS DA FUNÇÃO COMPRAS


Garantir o efetivo suprimento de materiais e serviços, nas
quantidades e nos prazos demandados pelos clientes internos;
Comprar com qualidade, celeridade e ao preço econômico;
Manter um cadastro de fornecedores que garanta fluxo de materiais
e serviços, bem como desenvolver novos fornecedores;
Planejar as compras (fazendo um calendário de aquisições, por
exemplo);
Manter uma relação próxima com as áreas internas da organização,
em especial os clientes internos, almoxarifados e finanças;
Manter um bom relacionamento com fornecedores (* cai muito
em concursos!!);
Criar ferramentas que permitam um efetivo controle do processo de
compras.

Em concursos, sempre que a questão fizer alusão às atividades de


compras em uma organização, é recomendável voltarmos nosso raciocínio
para a função compras. Geralmente esta expressão não está explícita no
enunciado, mas o seu conceito permeia a questão. Vejamos a próxima
questão:

4. (CESPE / ABIN / 2010) As funções da equipe de compras


envolvem todo o processo de localização de fornecedores e
fontes de suprimento, cotação, aquisição de materiais,
acompanhamento da ordem de fornecimento junto aos
fornecedores e o recebimento do material comprado, para
controlar e garantir o fornecimento de acordo com a
especificação solicitada.

As atividades inerentes ao setor de compras de uma organização


(especialmente de um órgão público) podem ser listadas da seguinte forma:

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

ATIVIDADES DO SETOR DE COMPRAS DE UM ÓRGÃO PÚBLICO


 Manutenção do cadastro de fornecedores (cadastramento / atualização
dos dados / exclusão).
 Gerenciamento dos diversos processos (originados internamente à
organização) de solicitação de compras.
 Pesquisa de preços no mercado (é cotação ou orçamentação, que
servirá de base para a aquisição futura).
 Instrução de processos licitatórios (confecção de editais, de minutas
de contrato etc.) = é a fase interna da licitação.
 Abertura e condução de licitações (é onde, efetivamente, faz-se a
seleção dos fornecedores) = é a fase externa da licitação.
 Assinatura de contratos ou de atas de registro de preços / entrega de
notas de empenho aos fornecedores. Trata-se do estágio da despesa
chamado empenho. Neste estágio, é oficializada a obrigação da
Administração Pública de efetuar o pagamento, bem como do
particular de fornecer bem.
 Acompanhamento da entrega do produto, ou seja, preocupação da
Administração quanto à liquidação da despesa.

Como vemos, as atividades listadas estão de acordo com o enunciado.


A questão, assim, está certa.

5. (CESPE / SEBRAE / 2008) Entre os objetivos dos procedimentos


de compras incluem-se: obter mercadorias e serviços na
quantidade e com a qualidade necessárias, inclusive
obedecendo aos fluxos dos programas de produção; obter
mercadorias e serviços ao menor custo; garantir o melhor
serviço possível e pronta entrega por parte do fornecedor;
desenvolver e manter as boas relações com os fornecedores e
desenvolver fornecedores potenciais.

Os objetivos da função compras diversificam-se em um amplo escopo


dentro da organização, o que é retratado no enunciado da questão.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

Ressalta-se que, para a banca, os objetivos das compras em uma


organização reúnem a obtenção de quantidade correta, qualidade, preço
econômico, pronta entrega e bom relacionamento com fornecedores.
A assertiva, portanto, está certa.

6. (CESPE / COHAB - BAURU / 2004) A função de compras é um


elemento essencial da administração de materiais, pois, por seu
intermédio, pode-se minimizar custos e aumentar lucro.

Ao comprar ao preço econômico, com qualidade e celeridade (um dos


objetivos da função compras), minimizam-se os custos da organização. Com
menores custos envolvidos, a majoração do lucro é apenas uma decorrência.
A questão está certa.

7. (CESGRANRIO / Petrobrás / 2011) A função de compras de


uma empresa tem grande importância para a administração, em
especial para a administração pública. São objetivos típicos da
função de compras, EXCETO o de:

a) obter serviços e mercadorias na quantidade e qualidade


necessárias.
b) obter serviços e mercadorias ao menor custo possível.
c) garantir a entrega do produto ou serviço por parte do
fornecedor.
d) garantir a armazenagem correta dos produtos.
e) desenvolver novos fornecedores.

Das alternativas listadas, apenas a D não diz respeito à função compras.


A armazenagem é tarefa do setor de almoxarifados, e não do de compras.
Resposta: D.

Ok...tendo visto a importância da função compras, bem como seus objetivos,


na próxima seção iremos ver como as atividades do setor de compras podem
se relacionar.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

 Etapas do Processo: o Ciclo de Compras

As atividades diretamente envolvidas na aquisição de um determinado


item de material podem ser concatenadas de modo a formarem o chamado
ciclo de compras.
É o que discutiremos por meio da próxima questão

8. (CESPE / TJ ES / 2011) As etapas do ciclo de compras incluem


o acompanhamento do pedido de compra e o controle do
recebimento do material comprado.

O chamado ciclo de compras de uma organização engloba todas as


atividades que se estendem desde o recebimento (pela área de aquisições)
das requisições de compras (proveniente dos diversos setores internos da
organização) até a aprovação da fatura para pagamento ao fornecedor.
O ciclo está representado no esquema abaixo:

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

Na realidade, não se trata de um ciclo propriamente dito. Mas sim de


um processo de trabalho, que se repete incessantemente. De qualquer
forma, a literatura da área usa o termo ciclo de compra, e temos que estar
familiarizados com este conceito, ok?
Das tarefas representadas no esquema acima, apenas o “Recebimento
de Material” é feito por uma área distinta da área de compras: o recebimento
é feito pelos almoxarifados da organização, conforme veremos com mais
detalhe na próxima aula.
O enunciado da questão faz alusão ao acompanhamento do pedido de
compra e ao controle do recebimento. Esta tarefa (representada no esquema
acima) diz respeito à uma preocupação com a determinação do local de
entrega do material, bem como do cumprimento do fornecedor no que
concerne aos prazos de entrega – estando sujeito a multas, caso não os
observe.
A questão, portanto, está correta.

A atividade de acompanhamento de pedidos é também conhecida como


follow up. Vejamos a próxima questão.

9. (CESPE / SEBRAE / 2008) O procedimento de acompanhamento


de pedidos realizado pelo setor de compras, também chamado
follow up, pode ser realizado por contatos pessoais ou
telefônicos com o fornecedor, mesmo após efetuado o pedido
de compras e, visa localizar problemas antecipadamente e
evitar surpresas desagradáveis.

O setor de compras, após efetuado um pedido, permanece no aguardo do


recebimento do item de material ou da prestação de um determinado
serviço.
No entanto, é cada vez mais cobrada uma postura proativa da área de
compras, antecipando-se à ocorrência de eventuais problemas na entrega do
objeto. Assim, há o que chamamos de “follow up”, ou, simplesmente,
procedimento de acompanhamento / diligenciamento / seguimento de
pedidos.
O follow up visa a obter informações quanto à exequibilidade da
obrigação assumida pelo fornecedor. Isso implica, primordialmente, entregar
o objeto correto, na quantidade correta, no local apropriado e dentro do
prazo acordado. Caso sejam detectados problemas, ações corretivas são

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

tomadas pela organização, indo desde a procura por outros fornecedores até
a substituição do bem solicitado por outro similar.
A questão, dessa forma, está certa.

10. (FCC / MPE – SE / 2009) A etapa em que o órgão de


compras assegura-se de que a entrega do material será feita
dentro dos prazos estabelecidos e na quantidade e qualidade
negociadas denomina- se:

a) análise das requisições


b) análise de valor
c) recebimento de materiais
d) pesquisa e seleção de fornecedores
e) seguimento de pedidos

Lembre-se: acompanhamento de pedidos = diligenciamento de pedidos =


follow up = seguimento de pedidos.
Resposta: E.

11. (CESPE / TJ DFT / 2008) Análise da requisição de compra,


recebimento e aceitação da mercadoria e aprovação da fatura
para pagamento do fornecedor são fases do ciclo de compras.

Como vimos, as fases (ou etapas) do ciclo de compras listadas no


enunciado efetivamente fazem parte do ciclo de compras.
A questão está certa.

12. (CESPE / MPE – PI / 2012) O processo de compras


encerra-se na emissão da ordem de compra, uma vez que o
acompanhamento do prazo de entrega, a recepção e a aceitação
das mercadorias são realizados pela equipe responsável pela
guarda dos insumos.

Como vimos, o acompanhamento do prazo de entrega (inserido no follow


up) é tarefa da equipe de compras, o que compromete a assertiva.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

A recepção é tarefa da equipe dos almoxarifados, como veremos na


próxima aula. Já a aceitação de mercadorias usualmente é tarefa do órgão
que fez a requisição do material.
A assertiva está errada.

III. SELEÇÃO E CADASTRO DE FORNECEDORES

A manutenção de boas relações com os fornecedores – um dos objetivos


da função compras – é muito cobrado em
concursos.
Imagine um contrato para o fornecimento
de material de limpeza, celebrado entre um
órgão público e uma empresa privada. Sendo
este contrato fruto de um procedimento
licitatório (por exemplo, pregão), geralmente
são estipulados previamente um preço
máximo a ser pago pelo serviço, as
obrigações da futura contratada e as sanções
para o caso de descumprimento do contrato.
No caso de condições “muito rígidas” – baixo valor pago pelo órgão
público, obrigações pouco usuais impostas à contratada e sanções pesadas a
serem impostas à empresa privada – alguém poderia dizer que a
Administração Pública “venceu” (e que a empresa “perdeu”). Talvez isso seja
verdade a curto prazo.
No entanto, no decorrer do contrato, não raras são as vezes que a
empresa privada não consegue cumprir o contrato, em geral por dificuldades
financeiras. As multas impostas pelo órgão público somente reforçam os
problemas da empresa. Resultado: a empresa quebra, e a Administração
Pública arca com custos difíceis de mensurar. Ainda, uma possível
contratação emergencial que se seguirá tem maior chance de ser feita com
preços superiores aos do mercado.
Em síntese: compradores e fornecedores não estão em disputa, mas sim
em busca de uma condição em que ambos possam usufruir de vantagens e
de estabilidade.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

13. (CESPE / IFB / 2011) Um dos objetivos do setor de compras


é desenvolver e manter boas relações com os fornecedores.

14. (CESPE / ANCINE / 2006) Atualmente, o responsável pelas


compras deve buscar, nas negociações com fornecedores
tradicionais, obter o máximo de vantagens para sua
organização, estabelecendo uma disputa na qual ele saia
vencedor e a outra parte, perdedora.

15. (CESPE / EBC / 2011) De modo geral, o processo de aquisição


de materiais deve fundamentar-se em uma relação do tipo
ganha-perde, na qual a empresa ganha descontos e o
fornecedor perde lucratividade.

Com o entendimento exposto acima (de que não há relação de perde-


ganha entre comprador e fornecedor, mas sim uma relação de ganho
mútuo), vemos que as assertivas anteriores podem ser assim julgadas: 13 –
certa; 14 – errada; 15 – errada.

Ok...agora entendemos que há de se buscar uma relação de ganha-ganha


com os fornecedores. Mas quais os critérios que devemos levar em
consideração para bem selecioná-los?
Antes de responder essa pergunta, devemos analisar como que está
caracterizado o mercado de determinado material, no que diz respeito a seus
fornecedores. Há grande número de concorrentes? Há exclusividade de
fornecimento? Há intenção de a empresa manter um relacionamento
duradouro com um único fornecedor? Estas questões devem ser respondidas
quando falamos de seleção de fornecedores.
Os fornecedores de determinada organização podem ser classificados de
acordo com a exclusividade que detêm sobre o objeto a ser fornecido, bem
como com o tipo de relacionamento mantido com a organização. As
categorias são as que seguem:

 Fonte simples: caracteriza-se por almejar um relacionamento de


longo prazo com a organização. É um fornecedor, selecionado dentre
outros possíveis, que adequa-se a fim de melhor atender à empresa
contratante;

 Fonte única: o fornecedor é exclusivo, seja em razões de patentes, de


direitos de exclusividade, de especificações técnicas etc. Em órgãos
públicos, esta contratação dá-se por inexigibilidade de licitação;

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

 Fonte múltipla: há vários fornecedores passíveis de entrega do objeto


requerido. Neste caso, há competitividade, o que favorece o poder de
barganha do comprador.

16. (CESPE / ABIN / 2010) A fonte simples é caracterizada pela


existência de apenas um fornecedor disponível no mercado,
seja em razão de patentes, especificações técnicas, matéria-
prima, seja em razão de localização.

Pelo exposto anteriormente, vemos que o enunciado refere-se à fonte


única (e não à simples).
A questão está, assim, errada.

No caso em que não haja exclusividade do fornecedor com relação a


determinado material, há de proceder à seleção de fornecedores.
O objetivo, nesta etapa da função compras, é selecionar os
fornecedores mais vantajosos à organização. O termo “mais vantajosos” não
pode ser traduzido em um único aspecto. Como vimos, não é somente o
menor preço que constitui a maior vantagem à organização. Infelizmente,
não raras são as vezes nas quais o “barato sai caro”.
De nada adianta uma proposta de menor preço que apresente um
prazo de entrega muito além de nossas necessidades. Ainda, uma proposta
de maior valor que admite um pagamento parcelado (em 10 vezes, por
exemplo), pode ser mais vantajosa do que outra de menor preço, mas que
só dá margem a um pagamento à vista.
Outros quesitos devem ser analisados: capacidade produtiva (o
fornecedor possui a produção necessária para a quantidade que preciso?),
relacionamento com a organização, reputação no mercado, postura ética,
entre tantos outros.
Podemos listar da seguinte forma os quesitos a serem negociados
entre as partes:

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

Fatores a serem negociados entre a organização e seus


fornecedores
•Preços
•Prazos de entrega
•Condições de Pagamento
•Fatores pós-venda
•Condições de reajuste dos preços ofertados
•Garantias contratuais e suas extensões
•Critério de inspeção e garantias de qualidade
•Custos do transporte
•Custo das embalagens ou introdução de embalagens especiais
•Acréscimos ou reduções de quantidades
•Desempenho comercial do fornecedor

Fonte: Adaptado de GONÇALVES, 2007.

17. (CESGRANRIO / TJ – RO / 2008) Numa organização,


quando da avaliação de fornecedores de materiais e serviços,
os fornecedores devem ser constante e sistematicamente
avaliados quanto ao desempenho de seus fornecimentos.
Dentre os critérios que devem ser levados em consideração na
avaliação, estão:

a) controle de demanda, planejamento, desempenho do produto.


b) controle de fornecimento, técnicas de inspeção, padronização
do material.
c) registro dos materiais, avaliação funcional, especificações de
origem.
d) cumprimento de prazos de entrega, qualidade do produto,
desempenho comercial.
e) auditoria, padronização do material, controle do fornecimento.

Controle de demanda, planejamento, padronização do material,


especificações de origem e auditoria são aspectos inerentes à organização
que está efetuando a compra (e não ao fornecedor). Isso elimina, por si, as
alternativas “a”, “b”, “c”, e “e”.
Já a alternativa “d” apresenta aspectos que efetivamente devem ser
levados em conta na avaliação do fornecedor: cumprimento de prazos de
entrega, qualidade do produto, desempenho comercial.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

Resposta: D.

18. (CESPE / HFA / 2004) A seleção de fornecedores é uma das


grandes responsabilidades do departamento de compras, seja
para itens rotineiros, seja para compras esporádicas. Embora a
seleção inadequada possa gerar problemas em toda a cadeia de
produção da empresa, o departamento de compras não pode
abrir mão do critério de menor preço para escolha do
fornecedor, pois os altos custos podem inviabilizar o preço do
produto final.

Como vimos, o departamento de compras não pode balizar-se unicamente


pelo critério do menor preço.
Uma compra “barata” de um material de péssima qualidade é,
simplesmente, dinheiro “jogado fora”.
O ideal, para a área de compras, é ponderar os fatores listados na tabela
anterior. Às vezes, uma despesa maior na compra pode implicar economia
em longo prazo.
A questão está errada.

19. (CESPE / TJBA / 2003) No que se refere à seleção do número


de fornecedores em determinado processo de compras, é
correto dizer que uma das principais vantagens em situações de
compra de muitos fornecedores é o maior grau de liberdade de
opção na escolha dos fornecedores.

Quanto maior o número de fornecedores de determinado item de


material, maior a liberdade de opção da organização na escolha de
fornecedores.
Pessoalmente, creio que a principal vantagem, mais do que a simples
liberdade de escolha com relação aos fornecedores, é o que a organização
pode obter a partir dela. Neste caso, a maior competitividade do mercado
implica, em regra, menores preços. Por fim, há menor poder de negociação
dos fornecedores, acarretando uma posição mais confortável no mercado
para a organização.
De qualquer forma, a questão está certa.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

Ainda sob o tópico “Seleção e Cadastro de Fornecedores”, cabe discorrer


sobre os procedimentos inerentes a esta atividade que são conduzidos por
organizações públicas federais. Estamos falando do SICAF.

20. (CESPE / PREVIC / 2010) Por meio do credenciamento no


SICAF, habilitam-se as organizações interessadas a participar
de pregão, em sua forma eletrônica, bem como na cotação
eletrônica.

O SICAF – Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores é um


banco de dados mantido em plataforma web, viabilizando o cadastramento
de fornecedores de materiais e serviços para os órgãos / entidades da
Administração Pública Federal Direta, autárquica, fundacional, no âmbito do
Sistema Integrado de Serviços Gerais – SISG (conforme Decreto nº.
1.094/94 da Casa Civil da Presidência da República).
Em outras palavras, o SICAF é um
instrumento básico de apoio aos processos de
compras e contratações pelos órgãos
públicos. Através dele pessoas físicas e
jurídicas que desejam participar de licitações
com os órgãos e entidades integrantes do
SISG são habilitados parcialmente (bastando apenas a validação posterior da
documentação exigida em uma unidade cadastradora).
O SICAF pode ser acessado através do seguinte endereço:
https://www3.comprasnet.gov.br/SICAFWeb/public/pages/default.jsf.

O cadastramento no SICAF é condição necessária a uma empresa a fim de


participar de pregão na forma eletrônica e da cotação eletrônica
(dispensa de licitação por valor, conduzida com subsídio de recursos de
tecnologia da informação). Frisa-se que, para a participação em pregões
presenciais (prática em franco abandono pelos órgãos públicos, mas ainda
com previsão legal), não é necessário o cadastramento prévio no SICAF.
Como vemos, a questão está certa.

Hoje em dia, há cerca de 400 mil cadastrados no SICAF, sendo este


imenso banco de dados uma ferramenta indispensável a fim de prover
publicidade e competitividade nas licitações públicas.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

Nas compras públicas, as licitantes devem comprovar que o objeto licitado


é pertinente ao seu ramo de atividade, o que geralmente é feito a partir do
exame de seu contrato social. Assim, uma empresa de material de limpeza
não pode vender um equipamento de laboratório. No instante em que uma
pessoa física ou jurídica procede a seu cadastramento junto ao SICAF, é
obrigatória a indicação de sua linha de fornecimento, otimizando a
manipulação futura desse imenso banco de dados de cerca de 400 mil
elementos.
Esta característica do SICAF já foi cobrada em concursos:

21. (CESPE / MCT / 2008) Entre os benefícios do cadastramento


no SICAF aponta-se a seleção do fornecedor com base na linha
de fornecimento de material ou serviço.

Como exposto anteriormente, avalia-se que o enunciado está certo.

IV. O PERFIL DO COMPRADOR

O Comprador é o elemento humano central na função compras.


É ele quem faz a negociação com fornecedores, visando ao atingimento
de um ponto comum em que ambas as partes (organização e fornecedor)
saiam ganhadoras.
O atributo indispensável ao comprador é a postura ética. Compradores,
tanto de empresas privadas quanto do setor público estão sujeitos aos
valores morais inerentes ao desempenho de suas funções, usualmente
denominados códigos de ética.
O que difere a atuação de um particular para a de um servidor público,
no que diz respeito à ética, é a obrigação constitucional explícita de
condicionar suas ações ao estritamente previsto em lei (Princípio da
Legalidade). Com maior especificidade ainda com relação à conduta ética,
não nos esqueçamos do Princípio da Moralidade, também constante do art.
37 de nossa Constituição.
Desta maneira, apesar de sabermos que a ética incide sobre todos os
indivíduos, talvez as questões de concursos possam ficar mais claras se
pensarmos em servidores públicos, obrigados a cumprir o registrado em lei,

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

abstendo-se de cometer eventuais desvios de finalidade, abusos de poder ou


de outros eventuais crimes de corrupção.
De posse desta linha de raciocínio, é possível listar as principais posturas
inerentes ao perfil de um comprador em um processo de negociação:

PERFIL DO COMPRADOR
Posturas desejadas

 Priorizar os interesses de sua organização (isso não implica


prejudicar o fornecedor);
 Atuar de forma transparente nas negociações, jamais
enganando o fornecedor;
 Denunciar quaisquer irregularidades ou ilicitudes nas
negociações;
 Tratar os potenciais fornecedores com isonomia (especialmente
aplicado em órgãos públicos).

22. (CESPE / FUNESA - SE / 2008) Na área de compras, o


problema ético se restringe à conduta dos compradores, que
devem evitar receber benefícios, tais como brindes, presentes,
gratuidades ou outras formas de compensação, e devem
garantir o sigilo acerca das informações de propostas, critérios
de julgamento e outras informações estratégicas.
As condutas éticas específicas de um setor de uma empresa são relativas
a todos os indivíduos que fazem parte de desse setor. No caso da área de
compras, não existem apenas compradores: há aqueles que fazem a
especificação do objeto a ser adquirido, aqueles que definem e justificam o
quantitativo da aquisição, outros que elaboram contratos de fornecimento,
sem contar os responsáveis pelo controle do recebimento (liquidação).
Desta forma, o “problema ético” alcança todos estes papéis, e não apenas
o do comprador.
A assertiva está errada.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

23. (CESPE / TST / 2008 - adaptada) Nos códigos de ética das


organizações, no que se refere a compras, devem ser
consideradas as pessoas envolvidas com a especificação e a
definição de quantidades dos bens a serem adquiridos, bem
como aquelas responsáveis pelos contatos com fornecedores e
pelas especificações de contratos de fornecimento.
Veja como o código de ética envolve todos aqueles que participam de
determinado processo. No caso de compras, vai desde o que faz a solicitação
de compra, passando pelo especificador, comprador, elaborador de eventuais
instrumentos convocatórios (editais, cartas convites) e indo até quem recebe
o bem ao final.
A afirmativa está certa.

V. O LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS - A ECONOMICIDADE NO


SUPRIMENTO

A preocupação sobre o tamanho do lote de compra não é algo novo da


Administração de Recursos Materiais.
A quantidade de material em estoque gera custos, bem como cada vez
que fazemos um pedido de compra incorremos em custos inversamente
proporcionais ao estoque médio.
De modo geral, podemos dizer que há dois tipos de custos envolvidos
na gestão de estoques. São eles:
 custos de armazenagem = são os custos envolvidos na efetiva
armazenagem física dos bens em estoque. Envolvem obrigações
como pagamento de seguros, aluguel de espaço físico, custos de
perdas, roubos, obsolescência, gastos com iluminação e
infraestrutura, remuneração de mão de obra envolvida na gestão
de almoxarifado etc. Em geral, quanto mais material em estoque,
maiores serão os custos de armazenagem. Logicamente, mesmo
que o estoque seja zerado, ainda incorreremos em alguns custos
(tais como o aluguel de espaço físico, por exemplo);
 custo de pedido = é o custo envolvido quando um pedido de
material é efetuado ao fornecedor. Envolve a mão de obra do
pessoal da área de compras, gastos com ligações, e demais
contatos com fornecedores etc. Em órgãos públicos, ainda
envolve o custo operacional com os processos licitatórios. De
modo geral, o custo de pedido é o mesmo para qualquer

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

processo de compras. Assim, quanto maior o nível de estoque,


menor o custo de pedido em determinado período, já que isso
significa que faremos menos pedidos (em um ano, por exemplo,
se fizermos apenas uma grande aquisição para repor estoque,
teremos um grande nível de estoque e um baixo custo de
pedido).

Visando a achar um quantitativo de itens constante do lote de compras


que implicasse a mínima combinação entre custos de armazenamento e
custos de pedido, determinou-se o que se chama de Lote Econômico de
Compras (LEC), regido pela seguinte relação:

Onde:
Cp = custo do pedido
D = demanda
Ca = custo de armazenamento ou de manutenção
j = taxa de juros, por período
P = preço do item

A determinação do LEC implica chegarmos ao quantitativo que


minimizaria os custos de estoque. Eis o cobrado na próxima questão:

24. (FCC / TRE – RN / 2005) O lote econômico de compras, num


ambiente de demanda equilibrada, é utilizado na gestão de
materiais para encontrara o ponto ótimo no qual o custo total
de pedir e manter materiais em estoque é :
a) maximizado.
b) eliminado.
c) aumentado.
d) minimizado.
e) diferenciado.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

Como vimos, ao comprarmos na quantidade do Lote Econômico de


Compras, o custo total de estoques (de pedido, de manutenção e
independentes) é o menor possível. Assim, a alternativa D está correta.

25. (FCC / Câmara dos Deputados / 2007) O Departamento de


Administração utiliza o material “ABC” a uma taxa uniforme de
60 unidades diárias e com um consumo anual de 15.000
unidades. Decidiu-se manter um estoque mínimo de 0 (zero)
unidades. O preço unitário, a qualquer tempo, é de R$ 0,50 e os
custos de cotação e de recebimento do material é de R$ 5,00
por pedido. Supondo que o custo total de manutenção, em
estoque anual por unidade, seja de R$ 0,15, o Lote Econômico
de Compra é:

a) 1.000 unidades/pedido.
b) 1.250 unidades/pedido.
c) 1.875 unidades/pedido.
d) 3.000 unidades/pedido.
e) 15.000 unidades/pedido.

Pelos dados do enunciado, podemos atribuir valor às seguintes


variáveis:
Demanda = D = 15.000 unidades/ano (já que o custo de manutenção
é dado em escala anual, não se considera a demanda diária, mas sim a
anual).
Preço = P = R$ 0,50
Custo de pedido = R$ 5,00/pedido
Custo de manutenção = Ca = R$ 0,15/unidade.ano
Como a questão não informa a existência de quaisquer taxas de juros
(j), podemos desconsiderá-la para efeitos de cálculo. Assim, teremos:

√ √ √

Dessa maneira, o Lote Econômico de Compras é constituído por 1.000


unidades por pedido, sendo que a alternativa A está correta.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

26. (CESGRANRIO / Petrobrás / 2010) O gerente de compras


d e uma empresa deseja reduzir o custo total de estoque de um
item, usando o método do LEC (Lote Econômico de Compras). A
demanda anual do item é de 5.000 unidades e o custo por
pedido foi estimado em R$ 100,00. O gerente de armazenagem
estimou os custos de armazenagem de acordo com o tamanho
do lote e obteve os seguintes resultados:

Com base nos dados da tabela acima e no método do LEC, o tamanho


do lote mais econômico é:
a) 100
b) 200
c) 300
d) 400
e) 500

A tabela nos mostra os custos de armazenagem. Já os custos de


pedido são fixos, no valor de R$ 100,00 por pedido. Assim, podemos calcular
os custos totais envolvidos, conforme disposto na tabela abaixo:

Lote Nº de pedidos Custo de pedido Custo de Custo total


armazenagem
(5.000 itens / Lote) (=R$ 100,00 x Nº de pedidos)
100 50 R$ 5.000,00 R$ 500,00 R$ 5.500,00
200 25 R$ 2.500,00 R$ 1.000,00 R$ 3.500,00
300 16,67 = ~17 R$ 1.700,00 R$ 1.500,00 R$ 3.200,00
400 12,5 = ~13 R$ 1.300,00 R$ 2.000,00 R$ 3.300,00
500 10 R$ 1.000,00 R$ 2.500,00 R$ 3.500,00

Como vemos, o tamanho do lote mais econômico é 300 unidades.


Resposta: C.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

Bom, ficaremos por aqui nesta primeira aula. Na próxima semana,


adentraremos no estudo da licitação pública. Continuo na espera de
uma participação ativa no fórum.
Forte abraço e bons estudos!

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA

1. (CESPE / CEHAB PB / 2008 - adaptada) Em um processo de


compras, a qualificação dos fornecedores não se torna
relevante para a análise, visto que o menor preço sempre é o
que melhor atenderá os interesses da empresa compradora.

2. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) As especificações


funcionais, essenciais para a execução de compras que
garantam a qualidade de produtos ou serviços, podem ser
descritas, no setor público, por marca, especificação de
características físicas e químicas, método de produção e
desempenho, por desenhos de engenharia, entre outros.

3. (CESPE / UEPA / 2008) Melhores condições de compra de


determinado bem são proporcionadas por situações nas quais
existem materiais similares com a mesma qualidade do bem a
ser adquirido, vários fornecedores para o mesmo bem e
quantidades a serem adquiridas superiores às quantidades
habituais.

4. (CESPE / ABIN / 2010) As funções da equipe de compras


envolvem todo o processo de localização de fornecedores e
fontes de suprimento, cotação, aquisição de materiais,
acompanhamento da ordem de fornecimento junto aos
fornecedores e o recebimento do material comprado, para
controlar e garantir o fornecimento de acordo com a
especificação solicitada.

5. (CESPE / SEBRAE / 2008) Entre os objetivos dos procedimentos


de compras incluem-se: obter mercadorias e serviços na
quantidade e com a qualidade necessárias, inclusive
obedecendo aos fluxos dos programas de produção; obter
mercadorias e serviços ao menor custo; garantir o melhor
serviço possível e pronta entrega por parte do fornecedor;
desenvolver e manter as boas relações com os fornecedores e
desenvolver fornecedores potenciais.

6. (CESPE / COHAB - BAURU / 2004) A função de compras é um


elemento essencial da administração de materiais, pois, por seu
intermédio, pode-se minimizar custos e aumentar lucro.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

7. (CESGRANRIO / Petrobrás / 2011) A função de compras de


uma empresa tem grande importância para a administração, em
especial para a administração pública. São objetivos típicos da
função de compras, EXCETO o de:

a) obter serviços e mercadorias na quantidade e qualidade


necessárias.
b) obter serviços e mercadorias ao menor custo possível.
c) garantir a entrega do produto ou serviço por parte do
fornecedor.
d) garantir a armazenagem correta dos produtos.
e) desenvolver novos fornecedores.

8. (CESPE / TJ ES / 2011) As etapas do ciclo de compras incluem


o acompanhamento do pedido de compra e o controle do
recebimento do material comprado.

9. (CESPE / SEBRAE / 2008) O procedimento de acompanhamento


de pedidos realizado pelo setor de compras, também chamado
follow up, pode ser realizado por contatos pessoais ou
telefônicos com o fornecedor, mesmo após efetuado o pedido
de compras e, visa localizar problemas antecipadamente e
evitar surpresas desagradáveis.

10. (FCC / MPE – SE / 2009) A etapa em que o órgão de


compras assegura-se de que a entrega do material será feita
dentro dos prazos estabelecidos e na quantidade e qualidade
negociadas denomina- se:

a) análise das requisições


b) análise de valor
c) recebimento de materiais
d) pesquisa e seleção de fornecedores
e) seguimento de pedidos

11. (CESPE / TJ DFT / 2008) Análise da requisição de compra,


recebimento e aceitação da mercadoria e aprovação da fatura
para pagamento do fornecedor são fases do ciclo de compras.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

12. (CESPE / MPE – PI / 2012) O processo de compras


encerra-se na emissão da ordem de compra, uma vez que o
acompanhamento do prazo de entrega, a recepção e a aceitação
das mercadorias são realizados pela equipe responsável pela
guarda dos insumos.

13. (CESPE / IFB / 2011) Um dos objetivos do setor de compras é


desenvolver e manter boas relações com os fornecedores.

14. (CESPE / ANCINE / 2006) Atualmente, o responsável pelas


compras deve buscar, nas negociações com fornecedores
tradicionais, obter o máximo de vantagens para sua
organização, estabelecendo uma disputa na qual ele saia
vencedor e a outra parte, perdedora.

15. (CESPE / EBC / 2011) De modo geral, o processo de aquisição


de materiais deve fundamentar-se em uma relação do tipo
ganha-perde, na qual a empresa ganha descontos e o
fornecedor perde lucratividade.

16. (CESPE / ABIN / 2010) A fonte simples é caracterizada pela


existência de apenas um fornecedor disponível no mercado,
seja em razão de patentes, especificações técnicas, matéria-
prima, seja em razão de localização.

17. (CESGRANRIO / TJ – RO / 2008) Numa organização,


quando da avaliação de fornecedores de materiais e serviços,
os fornecedores devem ser constante e sistematicamente
avaliados quanto ao desempenho de seus fornecimentos.
Dentre os critérios que devem ser levados em consideração na
avaliação, estão:

a) controle de demanda, planejamento, desempenho do produto.


b) controle de fornecimento, técnicas de inspeção, padronização
do material.
c) registro dos materiais, avaliação funcional, especificações de
origem.
d) cumprimento de prazos de entrega, qualidade do produto,
desempenho comercial.
e) auditoria, padronização do material, controle do fornecimento.
Professor Renato Fenili
ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

18. (CESPE / HFA / 2004) A seleção de fornecedores é uma das


grandes responsabilidades do departamento de compras, seja
para itens rotineiros, seja para compras esporádicas. Embora a
seleção inadequada possa gerar problemas em toda a cadeia de
produção da empresa, o departamento de compras não pode
abrir mão do critério de menor preço para escolha do
fornecedor, pois os altos custos podem inviabilizar o preço do
produto final.

19. (CESPE / TJBA / 2003) No que se refere à seleção do número


de fornecedores em determinado processo de compras, é
correto dizer que uma das principais vantagens em situações de
compra de muitos fornecedores é o maior grau de liberdade de
opção na escolha dos fornecedores.

20. (CESPE / PREVIC / 2010) Por meio do credenciamento no


SICAF, habilitam-se as organizações interessadas a participar
de pregão, em sua forma eletrônica, bem como na cotação
eletrônica.

21. (CESPE / MCT / 2008) Entre os benefícios do cadastramento


no SICAF aponta-se a seleção do fornecedor com base na linha
de fornecimento de material ou serviço.

22. (CESPE / FUNESA - SE / 2008) Na área de compras, o


problema ético se restringe à conduta dos compradores, que
devem evitar receber benefícios, tais como brindes, presentes,
gratuidades ou outras formas de compensação, e devem
garantir o sigilo acerca das informações de propostas, critérios
de julgamento e outras informações estratégicas.

23. (CESPE / TST / 2008 - adaptada) Nos códigos de ética das


organizações, no que se refere a compras, devem ser
consideradas as pessoas envolvidas com a especificação e a
definição de quantidades dos bens a serem adquiridos, bem
como aquelas responsáveis pelos contatos com fornecedores e
pelas especificações de contratos de fornecimento.

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

24. (FCC / TRE – RN / 2005) O lote econômico de compras, num


ambiente de demanda equilibrada, é utilizado na gestão de
materiais para encontrara o ponto ótimo no qual o custo total
de pedir e manter materiais em estoque é:

a) maximizado.
b) eliminado.
c) aumentado.
d) minimizado.
e) diferenciado.

25. (FCC / Câmara dos Deputados / 2007) O Departamento de


Administração utiliza o material “ABC” a uma taxa uniforme de
60 unidades diárias e com um consumo anual de 15.000
unidades. Decidiu-se manter um estoque mínimo de 0 (zero)
unidades. O preço unitário, a qualquer tempo, é de R$ 0,50 e os
custos de cotação e de recebimento do material é de R$ 5,00
por pedido. Supondo que o custo total de manutenção, em
estoque anual por unidade, seja de R$ 0,15, o Lote Econômico
de Compra é:

a) 1.000 unidades/pedido.
b) 1.250 unidades/pedido.
c) 1.875 unidades/pedido.
d) 3.000 unidades/pedido.
e) 15.000 unidades/pedido.

26. (CESGRANRIO / Petrobrás / 2010) O gerente de compras


d e uma empresa deseja reduzir o custo total de estoque de um
item, usando o método do LEC (Lote Econômico de Compras). A
demanda anual do item é de 5.000 unidades e o custo por
pedido foi estimado em R$ 100,00. O gerente de armazenagem
estimou os custos de armazenagem de acordo com o tamanho
do lote e obteve os seguintes resultados:

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

Com base nos dados da tabela acima e no método do LEC, o


tamanho do lote mais econômico é:
a) 100
b) 200
c) 300
d) 400
e) 500

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

GABARITO

1- E 2- E
3- C 4- C
5- C 6- C
7- D 8- C
9- C 10- E
11- C 12- E
13- C 14- E
15- E 16- E
17- D 18- E
19- C 20- C
21- C 22- E
23- C 24- D
25- A 26- C

Sucesso!

Professor Renato Fenili


ITENS 1 a 11
ANALISTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
PROFESSOR RENATO FENILI

Referências

GONÇALVES, P. S. Administração de Materiais, 3ª ed. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2007.

FENILI, R. R. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais:


Abordagem Completa. São Paulo: Ed. Método, 2011.

SEBRAE. Como elaborar pedidos de compras. Disponível em:


http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bte/bte.nsf/D4C1A48FF6352E9F03256F
9E004CF7F0/$File/NT000A38C2.pdf.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Licitações & Contratos: Orientações


Básicas. 3ª. Edição, Revista, Atualizada e Amplicada Disponível em:
http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/licitacoes_con
tratos/LICITACOES_CONTRATOS_3AED.pdf
VIANA, J. J. Administração de Materiais: um enfoque prático. São
Paulo: Atlas, 2002.

Professor Renato Fenili

Você também pode gostar