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INTRODUÇÃO
CARACTERÍSTICÁS
A rnúsica ainda era escrita nos ntodo.ç ntedievai.y, mas coln muitas ntoduluçõe.s-
transposições, alteruções cromáticas e aÍé microÍonais), nos gêneros medievais e toda a
maquinaria da Igreja Católica orientando os padres-compositores.
A mudança mais interessante em relação à Ars Nova foi que o conÍraponlo atinsiu
um alto grau de complexidade e,sofisticação. com combinações intrincadas de ate 64 r'ozes.
Apesar do compositor fazer primeiro o cantus firmus, ele já começa a pensar n.r
dimensão vertical da música, isto e. em harmonia, no movimento concatenado das t'r-rze:. .\
partir de então todas as partes tem que combinar entre si e nada pode ser colocaJr'i",:
acaso.
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L.
Os acordes de terças e sextas, no estado fundamental ou invertidos, eram usados em
tempos fortes, mas os uníssonos, quartas, quintas e oitavas justas começavam e terminavam
a música, reforç ando o processo iniciado no século XIV.
A imitação e mais tieqüente entre as vozes, muitas vezes para destacar, com mais
ênÍase, os inicios e Ílnais de seções.
Surge a subdivisão binária, isto é. a notctção métrica, desaparecendo a notação
ntensural. os rnodos rítrnícos e o isorritmo) e vão abandonando a noção de prolação e
aqueles sí mbolos para indicar a quantidade de notas de compasso, surgindo a partir daí a
ideia da-fórrrula de contpasso.
Os compositores trabalhavam livremente o ritmo devido às técnicas confiapontísticas cla
redução e do auntenÍo de valores e, alé m disto, eles ainda desenvolvem o sentido de
rnttltirnetria, polinteÍria e polirriíntia quando desejavam destacar algum trecho importante.
Também ritmos de danças eram aproveitados.
Não havia ainda a barca de compasso, firas edições atuais desta música as colocam, o
que distorce toda a úca flutuação rítmica da peça.
As cores das figuras tornam-se brancas para as longas e preías para as curtas. Isto
porque começaram a usar papel de cor branca, ao invés do pergaminho que é mais espesso
e mais caro.
A tabela de figuras e suas pausas fica assim:
Maxima
Larga
Duplex Longa
Longa
1
H
Brevis l-{
Semibrevis §
Minima I
Í
A
Semiminima
t, P
,.1
Fusa
v
?
SemiÍusa
V 1
o
Fusella
V Y
Fusella Ia
v v
A palavra fusa vem do latini e signifrca "parte"
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Nesle tentpo aincla tlão üniam as bandeirolas das Íiguras curtas. costume que ainda
r igora na cscrita pitril callt().
AlqLttts estttcliosos ;rroPõe um pouco de ornamentação nas execuções do repertoritr
da
cicsta épocri- tnas é iilgo aitlcla ctrl fase de pesquisa porqlle não se tetn certeza da extensào
inrtentic i clacie cltt recttrso.
Fazem exp c r i 0 nc i ct's tt cti,ç t i c' tr,; como a nntll ic,spttc'itrl idutlc (exemplo: distribuição do
coro em vários lugares da igreja) e clcitos t,occtis t,uriudos (gritos. resnlungos. sons cle
animais. entre outros).
Há un"ra rica protusão de noyo,\' ins'Írumenlr;,s na Europa clue Í'orarn reunidos elr-t
fan-rílias. chan-radas consortes, desejando extrair um soltl l-romogêneo da n-rútsica. Assim
apareceram os consortes das Í-lautas doce, das violas cla gamba. dos cromornes etc.. danclo
origenr. mais tarde. ao termo concerÍo.
Na maioria das vezes. todos tocavam el-n pe. costulre que só acabor-l no Íit-ral clcr
sL'culo XVIII.
A 1túrsica religiosa ainda era regida pela solfa enl lrtgares peqllellos. rnas outros
regem clo órgão. Na múrsica instrurnental nos palácios. nos casteltls e llas cortes surge a
figLrra do "mestre da música". que" sendo primeiro-instrumentista c1o grLlpo. dirige todtls tltl
seu instrut-pento (cravo. flar-ita doce. viola mediel'al. r'iolino- trla[ide etc').
(-)s
As r-nÍrsicas eram escritas elr pequenos cadernos chatnadtls c'urÍaltt,;
compositores as escreviant a lápis: depois de copiarelr oll execlltarenl as peças. apa-tla\ anl
tudo e conpunhant olrtra por citna. E como cornplicor-r-se a escritura e aLttttenttlt-t o tlúnlert'r
cle vozes escreviant todas as partes separadas.
Strrge a inty;r'ut.s'u ntus'iccrl. Muitas vezes as edições eranl patrocinadas pelos reis ou
pobres queren<1cl hontenagear olr prestigiar um de seus enrpregados-rtlúsiccls.
MUSICA VOCAL
A) RELIGIOSA
Missas- hinos. nrotetos e oLltros cânticos eram compostos para suprir todas as
necessidacles cattilicas. Dois gênercls dc trtissas apareccl'alll: a "rtti's'tu ltttt'tttlii'- tla qrtal o
corlpositrrr citlr'a algur-na rnelodia preexistente. e a "n'ti.\'.r(! ltttt'tifi'u.sa". na clual Lu-ll callt()
gregoriapo. uruito mocliflcado. era ouviclo. l:xcetuando as prinieiras obras instrtlnletrtiris c1a
época. aincla muito tír1iclas na experimentação sonorÍi. as ulítsicas religiosas eram as peças
en-] qLre a tecnica era ercelente e itlstigante.
No tlnal do seculo XVI. os protestantes criaranr para o seu culto uma nlúsica muittr
simples. Íêita para qr-re todos os seus fleis a calltasser-r-r. ao contrário da prática católica. Esta
mirsica recebeu o noure de coril. Ela e nm movimento cader"rcial de acordes. isto é- ut-tla
ltgmofgniu-coyul. com meloclias curtas. sem onralrtentaçào e rittnos fáceis. As origeus clas
nreloclias eram cle tam(t.t Íolc'lórico.s c t'tinlic'o,s c'trlólic'rt.ç adaptados para a nova religiãil e
t.t.irrç'õa.s pr.ri1-».ius. (A textura irontotônica do coral luterano Í'oi reutilizada por r'ários
conrpositt"rt'es de vário períodos ate os do scculo XX)
Então a Igre.ia Católica- descttbrir-rdo a vantagem deste estilo urusical. procltrt't-t
sirnpliÍicar os seus próprios cantos. A alta c[rpr.rla eclesiástica. t-to espírito da Ct)ntra
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ReÍbrrna.exicil'tü]'iet]SColllpositoreseritassetodaaparaf-ernáliaContrapontísticae
tlzessem peças h.'n-it'IÔtlicas e selr experimentações rítrnicas'
Basica.eirie a nrusica passou a ser escrita para um coro
pequeno' senl
"cor(; a capella." ' Somente
eran-t
acompanhaltt.ttt.r lnstrLtt-ttental. surgindo daí a expressão
aguclas eram feitas.pôr rnenintrs'
admitidos itti.r.r.:-Ls para calttaÍ este repeftorio. As vozes
a ópero sobre estes últimos)'
colrtratL-nrrres - Jastratti" (expiicarei no capítulo sobre
\est:t .iltrcil as vozes tT]Em ollgl§s:
Nome renascentista Significado e f!n§3e
\ome medier-al
L,stava escrita na pafte 5'ttp(t'tot'
Soprano da partitura, é a r,oz l.nais agtrcla
Supremus (rll Superius
( latinr) (italiano) da nrúsica, carregatldo. lla
nraior pafte das !'ezcs. a
rnelodia
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R) PROFANA
L,nta grande paltc da docuntentaç,io musrcal c'lcste período é cotttposta p()I tllLL'-'r'
vociris profrtntt,s dos ntais rariados tipos. lr.inções. eslilos e origeus: clas erat-n utiliz:i.1.r. ':l-
t-estas. cotxcl-norações. sauclarçôes. serenalas. reuniões elr tilvcillas" teatro etc. Il todo tr iii','
de gente al-azia: reis. princesas. bispos. ntitsicos profisstonais. bobos da corte. catlttlrcs.ic
rua anônimos. entre oLrtros. ;\ c1r:alidacle tlestas urúrsicas era igual às canções c1o rádio c .ia
tcler,isão de ho.]c - erant contpostas diarianreute e logo caíant rlr'r csrluL-cill.lcllto - e cntrarlull
piira a Ilistória porqLre slio erernplos cla produção cultural cio periodo. (f'ottr certcza il
nrúrsica popr:lar c1o sécr-tlo XX - de Cole Porter e Cuetono í/eloso. passaitdtt por Beutles,
Pixittguirtltu, Bob .lIurlel', Tonr Johim, Jimi Hendrix c Queen.atc Tiriricu. Julio Iglesius
e Spice Girt.ç - ir'á tl ,-.rr u()uto aulL)stt'agcnt cla nOssa cultura. liicilitacltt aincllt nlais ptrr e itLlsrl
cia grar,açlirr cnr disc.r e tilnre !)
M U S I CA 1I/^STÀ U M E lY TAL
Podemos dir,,idir a produção instrumental renascentista em três grandes grllpos
ERUDITA
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r"isuitis r'lr-l titncionais' e ate oS seLlS nomcs
slta especificiciade sonola. senl apoit]s literários-
passam a ser dados segundo o seLI aspc't() estruturai'
Eles desern'o1r'eram r'ários gêlleros:
versão instrumental de peças
. canzona da sonar ("canÇão para soar" em ttaliano):
a fbrrna e ABA o.
cantadas: são seralm eÃte h.ntofirnà'r',ral ou hrn'rri/ctttct-rtteLticlic'rr:
canzotli eram parl
AAtsA - ueilrle da .fitrntct-cttnção e .fitrmrt-sttrtaltt' as primeiras
instrumeutais'
teclado ou alaude. depois forat-n escritas para coniuntos
nllm telxa religioso
r fantasia in nomin", t.,ru e Variações baseada
r fantasia: peça livre cotllraporltística paÍa teclado ou cordas
germe da íitgtt; escrita para órgãtr
. ricercare (,,procLlrar" em italiano): ttso da intitctçiÍtl -
ou alairde
t'it'ttrosí.vlic'ct'l c trechos elll
o toccata (,,tqq4r,,ern itzrlii.no): peça livre com passagcns
i nt itu ç ü o Para teclaclo
htttnofttnít'ns" ttrlrmalmente paril
o sonata ("soar" etrl italiano) peça cotrl ránas Sc-Çtit'S
Cllras Vozes agucias e Ltma grare (genne da
r|10-rr'rnttÍcr)" só parii instrumentos de cordas
greu,o) c concerto ("1gq!i4" erlr
Llsam os termos sinfonia ("reuniào cle strns" ctr
e vocal" tanto religiosrls
latim) para clesigrlar peças para tlualclr-,.i.on hir,t;ào ittstrr:t-tleutal
quanto prolànas.
DANÇA
musicas par:l
A produção era enorme porque os compositores tinham que Íbrlrecer
todas as festas do castelo, palácio ou corte onde trabalhal'am.
para as 1êstas populares c
Temos que contar as que também foram compostas
tavernas.
passacalhas' entre
As mais comuns eram a pavana. galharda. bransle, chaconas,
outras.
UTILITARIA
do palácio' Entãcr
Havia ainda composições específlcas pala algum serviço dentro
para cerimônias políticas
temos marchas diversas (militares, nupciais ou fúnebres). músicas
ou execuções etc.
VIDA MUSICAL
das Ían-rílias ricas' A maior
Os músicos eram empregados das igrejas. das cortes ou
pafle eram padres-comPositores.
-finham
contraàs rigorosos e viviam sob ameaça constante de perda de
emprego'
ainda mais com as
se,rtaiar ,as rivalidades com outros músicos e empregados. agravadas
disputri. L' c()nÍlsões políticas, religiosas etc'
l-rrtl.s .nn-,pu,l1-ram nos gêneros e temáticas da época ou pol obrigação
ou pol
\ otltltri. prrip-rt'i1. Assitt-t vemos lado a lado música religiosa'
danças' marchas militares
nrúsica irirrlira e canções pornográficas nos catálogos dos compositores'
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gr-rmas celltros tlrttstclti s tõram
('-'l1lí)'"'119:)- Josqutn Desprez tclll()'!5)ll'
:
A1
. l{crlanda: .Iohannes Ockenghem de La Rue
(c'll 5/ -)' Ohrecht \c l l50i 1 5tl'{)' Pierre
Heinrich tsaac 50t t 'Iacob
k']]6()it51.t),AdrianWillaerttc'1190it5ó]t..IanSweelinktl562il6)Il
oFrança:clémentJanequintcll'\5,i155't)"NicolasGombert(cl195'L'15ót)t''JacttLr
Lassus \'? I 530i I 591)
Clemens ('.) I 5 111r'.t I 55í:)-Orlande de
NIorle-v (?ljj:l]Ó())t. Jolrn
e Inglaterra: William B1'rd (.,15.t3itÓ)3).( Thomas
1 583/ 1 625)
f)ow'lancl ("' l 563 tóló t' Orlando Gibbons
t
oVeneza:CiprianodelaRore(/15t5i15()j).GioseffoZarlino(1517/1590).Andreir
( 1533/lór'iJ)' Giovanni Gabrieli (71-í5J'l(tl)t
Gabrieli (/-íJi 1i,\-ít. Clautlio Merulo
o Espanha: Juan dei Encinir
(t]68/,.,1530}.Tomás de Victoria (1518i]611\
italianas: Giovanni Pierluigi da
Palestrina
o Rorlia/Florença, oLltras ciclades
(.]15]5i159+r.Luca}larenzio(.,t553/1599).CarloGesualdo(c]56]i]ó1J).Claudio
-
\'{ontevercli (1,ió l(t13)' Aclriano Banchieri
( 156'\'1631)
\1.,-l.all,.,ltrlltsiciticltlrettuscimentoparaacomptlsiçàoatualconsistctr:rstécllicas
'\ L:Ll!Ltrçct
do ciltltr:rPollto.
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