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Rio de Janeiro
2020
RESUMO
Este estudo intenta analisar a importância da representatividade e desconstrução acerca
de estereótipos de personagens negros buscando novas narrativas, a partir de uma
análise de uma história em quadrinhos do personagem Super Choque na linha editorial
de revista, da editora estadunidense DC Comics, “Os novos 52”, pautando-se no
segundo volume da sequência.
Junto a isto, debruça-se no caráter pedagógico que histórias em quadrinhos possuem,
compreendendo a relevância de materiais como o objeto de estudo na construção do
imaginário de crianças negras e não negras, durante etapas determinantes do
desenvolvimento de seres sociais.
Dessa forma, o artigo compreende ponderações a respeito do histórico de personagens
negros presentes nos quadrinhos, sobre o contexto sócio-histórico do personagem em
questão, a representatividade e relevância em torno desse tipo de produto tratando direta
ou indiretamente temáticas raciais.
Contextualização:
O “se ver” enquanto capaz de ocupar lugares que se deseja, fazer o que se pode
e tem vontade, sem consumir representações deturpadas de si ou tentar se adequar a
algo distante de si, atendendo um ideal embranquecido é um dos melhores frutos que a
história de Virgil carrega.
Considerações Finais
A escolha do personagem Super Choque se deu pelo fato de, enquanto um
menino negro, este foi um dos únicos personagens com que eu conseguia me identificar
durante minha infância. Por conta disso, minha memória afetiva em torno de um dos
únicos momentos de representatividade me levou ao caminho de observação da
importância desse personagem, popularizado por conta da sua visibilidade televisiva em
canal aberto, na vida dos meus semelhantes.
Há uma grande quantidade de estudos referentes a invisibilidade da população
negra e suas consequências. A investigação em torno dessa temática dentro do universo
dos quadrinhos, no recorte de super-heróis se tornou necessária, justamente pela
preocupação com o que um veículo de massa tão popular na formação de identidade de
indivíduos deveria estar desempenhando e contribuindo para mudanças no âmbito
social.
Outro ponto, seria como um meio com caráter didático, tem o dever de ser
inclusivo e propagar ideias de igualdade social o quanto antes, possibilitando a
educação não só a respeito da leitura com linguagem híbrida, impulsionando a possíveis
interpretações a partir de imagens vinculadas a textos, mas também disseminando
conhecimentos sobre o mundo, sobre sua cultura, fazendo crianças se sentirem parte de
algo.
Dessa forma, conclui-se que esse meio de comunicação exerce um papel
extremamente importante, ao passo que possibilita que todas as crianças enxerguem a
existências de pessoas negras de maneira simétrica, de fato inclusiva e positiva desde
cedo. Crianças e pessoas das demais faixas etárias não negras e negras possuem a partir
de Super Choque, a oportunidade de ter, a partir do enredo desenvolvido, um exemplo
em diversos sentidos a ser acrescentado no imaginário.
Referências Bibliográficas:
MOSCOVICI, S. O fenômeno das representações sociais. In: MOSCOVICI, S. Representações Sociais:
investigações em psicologia social. Tradução por Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 29-
109.
O’NEIL, Dennis. The DC Comics Guide to Writing Comics. New York, New York, USA:
Watson-Guptil Publications, 2001
CIRNE, M. Uma introdução política aos quadrinhos. Rio de Janeiro: Archiamé, 1982