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2) Grada Kilomba nos ensina que estamos todas e todos envolvidos pelo
discurso colonial e as marcas que tornou óbvias em nossos corpos. Essas marcas
são reproduzidas cotidianamente no que a autora chama de Racismo cotidiano. O
que Grada Kilomba chama de Teatro do racismo? Depois de definir esse termo com
suas palavras, cite um exemplo.
Grada Kilomba coloca que estamos imersos da pior maneira possível dentro
de um emaranhado de discursos e imagens que carregam simbolismos, logo
definem-nos nessas cenas como personagens, como protagonistas, outros como
ouvinte, outros como figurantes, mas cada um está constantemente sendo
promovido para vivenciar esses papéis. Portanto, o Teatro do Racismo compreende
a realidade onde os sujeitos como personagens estão aprisionados a essas
imagens recorrentes do “outro” como um não sujeito para se constituir dentro do
enredo como o sujeito. Ou seja, cada papel, performance, torna o racismo possível.
Capa papel, como o do sujeito que verbaliza a agressão, como o sujeito que é
agredido, assim como os que não intervêm na situação apresentada, ou seja, todas
essas ações expressas assim como a ausência da intervenção traduzido pelo
silêncio conduz o teatro colonial. Tendo isso em vista, pode-se identificar que esse é
um dos momentos em que se atualiza a invenção de uma identidade contrastiva.
Um exemplo pode ser retartado por uma situação recente que aconteceu
aqui no brasil na loja Renner. No noticiário foi colocado a seguinte manchete,
“Racismo: funcionária da Renner acusa mulher negra de roubar roupas”. “Uma
mulher negra que experimentava roupas no provador alega que foi vítima de
racismo por parte de uma funcionária. De acordo com a cliente, a trabalhadora a
acusou, sem provas, de roubar peças da loja.”. “Ela falou: tira tudo que tá dentro da
bolsa. Me dá a bolsa que eu vi você pegando”. A gente pode identificar como essa
cena se integra às imagens que já vem sendo alimentadas anteriormente na
narrativa que constrói uma distância simbólica que define o sujeito branco como
tendo a permissão de invadir o corpo de outra pessoa sem que a outra o permita.
Não somente uma invasão física como verbal. Proporcionar um ambiente
vergonhoso e de humilhação como forma de reiterar imaginários de si mesmo.