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Discente: Geíza Maria Dias de Oliveira, 5 semestre

1. Busque argumentos teóricos explicativos nos textos do Adam P. “Estado e


Economia no Capitalismo” e Florestan Fernandes “Capitalismo Dependente e
Classes Sociais na América Latina”, que permitam explicar a possibilidade de
uma relação causal entre Estado autônomo e economia dependente,
particularmente, no contexto brasileiro.
.
- Florestan F.

Primeiramente, é importante identificar como a análise de Florestan


Fernandes se caracteriza. Há uma série de questões que permeiam essas
discussões, por exemplo: Por que a independência política no Brasil não
significou uma independência efetiva? Por que as condições de trabalho no
Brasil são diferentemente análogas a uma exploração da força de trabalho? E
etc. Sendo assim, essas propostas acabam por tencionar ainda mais as
propostas teóricas que abordam sobre os percursos que levaram a formação
do estado autônomo brasileiro e de suas relações promovidas pelo estado.
Sendo assim, Florestan busca canalizar influências de relações a princípio
externas, mas também das agências internas que promoveram o enredamento
específico do capitalismo, economia e estado no Brasil.
Florestan Fernandes vai trabalhar com a ideia de que a formação do
estado brasileiro mantém laços coloniais e dessa forma configuram as classes
sociais no brasil, ou seja as mudanças de hegemonia provocam alterações no
caráter dos laços coloniais que por sua vez tendem a atualizarem as dinâmicas
econômicas. O contexto brasileiro possui especificidades quando falamos
também das suas relações econômicas, principalmente dentro do capitalismo,
no qual Florestan vai tratar em dizer que as condições de subdesenvolvimento
ou desenvolvimento desigual no capitalismo não explica o atraso no brasil, mas
que o próprio capitalismo sobrevive através dessas condições de exploração e
expropriação e as diversas outras condições sociais que venham a se
estabelecer nesse sistema, portanto, para Florestan o capitalismo no brasil é
diferenciado, subdesenvolvido e dependente.
O capitalismo dependente é uma especificidade do capitalismo que
constitui-se através da exploração e expropriação dos trabalhadores. Portanto
essa dinâmica favorece a produção de mais-valia capaz de atender aos
interesses tanto das classes burguesas locais quanto das dominantes
(externas). Portanto, a relação entre estado autônomo e economia dependente
determina uma condição específica de relações formulada a partir do
capitalismo dependente. Sendo assim, é bastante conflitante essa condição de
estado autônomo em relação a uma economia dependente, porque a economia
por sua vez traduzirá os limites das relações internas e externas do estado
autônomo. As relações de autonomia do estado responderão aos interesses
das classes burguesas locais em diálogo com as classes dominantes
(externas).

Adam P.

Para Adam, “à medida que a capacidade [do Estado] de implementar


suas preferências aumenta, sua capacidade de formulá-las independentemente
declina”. Ou seja, a conclusão de Przeworsky é de que os estados não podem
ser autônomos, primeiro por haver um limite econômico e institucional porque
dentro do capitalismo há um alocamento dos recursos produtivos e do capital
concentrada nas instituições privadas. Segundo, caso o estado passe a intervir
na economia os capitalistas entrarão em ação para que seus passos sejam
limitadamente coordenados. Portanto, é nesse momento que pode-se dizer que
a relação entre estado autônomo e economia dependente não mantém
relações concretas e efetivas principalmente quando falamos dessas relações
dentro do capitalismo.

2. como as políticas públicas são construídas e quais seus enfoques em


contextos diferenciados do Estado Providência e do Estado Neoliberal.

Em primeiro momento as políticas públicas poderiam ser definidas da


seguinte forma: “como o governo escolhe fazer, o que ele escolhe não fazer e
que impacta diretamente nas nossas vidas”. Portanto, as políticas públicas
estão potencialmente destinadas às ações estatais, ou seja, a depender das
perspectivas de sociedade e de interesses de determinados grupos por
intermédio do estado, ou não necessariamente por via do estado, o caráter das
políticas públicas se expressa de maneiras distintas.
Tendo em vista a existência de várias possibilidades de ramificação
distintas dessas políticas públicas por meio das ações do estado, pode-se
definir que os enfoques das políticas públicas no Estado Providência ou Estado
de bem-estar social, traduz uma política keynesianista que rompe com a visão
de livre-mercado em favor da intervenção estatal na economia, ou seja, arranjo
organizacional prevê um protagonismo do estado na constituição de políticas
públicas. Teoricamente, o papel do estado tendo em vista sua atuação na
garantia de políticas públicas, tende a arcar com um conjunto de serviços
públicos e proteção à população, que promova um bem estar social.
Em contrapartida, o neoliberalismo que por sua vez tem uma
organização diferente do estado de providência, que ao invés do estado ter
determinada potencialidade de intervenção na economia, a ideologia neoliberal
tem a intenção de uma reforma de estado, com a justificativa de que o estado
não tem que garantir esses direitos sociais e o mercado passa a lidar com
essas questões que antes seria um papel central do estado. Nesse sentido,
neoliberalismo através de mecanismos ideológicos forja narrativas apontando
determinada incapacidade da agência do Estado, principalmente na relação
com a economia. Transfere-se para o mercado o papel do estado, minimizando
o papel do estado na organização de políticas. Portanto, o enfoque das
políticas públicas nesse contexto muda de lente e de interesses.

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