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Índice

1. Introdução ..................................................................................................................................... 3

1.1. Objectivos ........................................................................................................................ 3

2. LÓGICA ....................................................................................................................................... 4

2.1. Lógica Matemática .................................................................................................................... 4

2.4. Operações lógicas ...................................................................................................................... 5

2.5. Propriedades das operações lógicas ........................................................................................... 9

3. TEORIA DE CONJUNTOS ....................................................................................................... 13

3.1. Conjuntos ................................................................................................................................. 13

3.7. Operações sobre conjuntos e suas propriedades ...................................................................... 16

4. Conclusão ................................................................................................................................... 21

5. Bibliografia ................................................................................................................................. 22
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1. Introdução

A história da Lógica tem início com o fi lósofo grego ARISTÓTELES (384 - 322a.C.) de
Estagira (hoje Estavo) na Macedônia. Aristóteles criou a ciência da Lógica cuja essência era a
teoria do silogismo (certa forma de argumento válido). Seus escritos foram reunidos na obra
denominada Organon ou Instrumento da Ciência. Na Grécia, distinguiram-se duas grandes
escolas de Lógica, a PERIPATÉTICA (que derivava de Aristóteles) e a ESTÓICA fundada por
Zenão (326-264a.C.). A escola ESTÓICA foi desenvolvida por Crisipo (280-250a.C.) a partir
da escola MEGÁRIA (fundada por Euclides, um seguidor de Sócrates), (MOMADE &
OSSOFO, 2010).

A teoria dos conjuntos foi criada relativamente recentemente por Georg Cantor (1845-1918)
que definiu conjunto como sendo “uma colecção de objectos claramente distinguíveis uns dos
outros, chamados elementos, e que pode ser pensada como um todo”. É claro que se não se tiver
definido previamente o que se entende por “colecção” esta não será uma definição rigorosa para
o termo “conjunto”. A fim de evitar definições circulares, conjunto e elementode um conjunto
são duas noções que não se definem; um conceito quando é definido, é-o em termos de outros
conceitos mais simples e não é habitual considerar conceitos logicamente mais simples que os
de “conjunto” e “elemento de um conjunto”. Conjunto e elemento de um conjunto são assim
termos primitivos que se admite serem do conhecimento de toda a gente (pelo menos de toda a
gente que estuda Matem´atica), (PINTO, 1999).

Esta secção destina-se a relembrar conceitos baseados na noção de conjunto aqui considerado
de forma intuitiva.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Adquirir os conhecimentos sobre a Lógica e Teoria de Conjuntos
1.1.2. Objectivos específicos
 Utilizar correctamente os termos proposições matemáticos;
 Explicar e efectuar as operações de negação, conjunção, disjunção, implicação e
equivalência material;
 Conceituar conjuntos e subconjuntos e realizar as operações entre conjuntos.
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2. LÓGICA

2.1. Lógica Matemática

A palavra lógica do grego “ logike” que signifi ca a ciência do raciocínio. A lógica


matemática, em síntese, pode ser considerada como a ciência do raciocínio e da
demonstração. Este importante ramo da Matemática desenvolveu-se no século XIX,
sobretudo através das idéias de George Boole, matemático inglês, criador da Álgebra
Booleana, que utiliza símbolos e operações algébricas para representar proposições e suas
inter-relações (MOMADE & OSSOFO, 2010).

2.2. Termos e proposições

Para melhor compreensão de linguagem Matemática vamos procurar estabelecer um


paralelismo com a linguagem corrente.

A partir de um conjunto de sinais elementares. Letras, acentos, etc. na linguagem corrente;


algarismo, sinais de operações, etc., na linguagem Matemática, obtem-se sinais compostos
a que se chamam expressões (MOMADE & OSSOFO, 2010).

Das expressões mais simples apresentam-se a seguir alguns exemplos em linguagem:

Tabela 1. Exemplos em linguagem

Corrente Matemática
Nampula 10
Ivala 3-4
Cantina m.m.c.(15.30)

Expressões como estas que representam pessoas, cidades, coisas, qualidades, números, ...,
chamam-se designações.

Designações nomes ou termos são expressões que representam os seres existentes.


Outro tipo de expressões como:
Ivala ensinou Matemática (verdadeira)
Nampula é capital Angolana (falsa)
5≥3+2 (verdadeira)
2+5×3=16 (falsa)
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que exprimem juízo ou traduzem afi rmações acerca dos entes, chamam se proposições.
De acordo com Momade e Ossofo (2010), proposições são expressões que se podem atribuir
um valor lógico, isto é, aquelas para as quais faz sentido dizer se são verdadeiras ou falsas.
2.3. Princípios lógicos sobre proposições
• Princípios de não contradição: uma proposição não pode ser simultaneamente verdadeira e
falsa;
• Princípio do terceiro excluído: uma proposição ou é verdadeira ou falsa, não existindo uma
terceira possibilidade.
Se uma proposição é verdadeira, diz-se que tem o valor lógico verdadeiro, que se representa
por V ou 1 (um). Se é falsa diz-se que tem um valorlógico falso que se representa por F ou 0
(zero), (MOMADE & OSSOFO, 2010).
Assim, o universo dos valores lógicos é o conjunto:
𝐿 = {𝑉, 𝐹} 𝑜𝑢 𝐿 = {1,0}. por isso se diz lógica bivalente, pois, são apenas dois valores lógicos
possíveis: Verdadeiro ou Falso.

2.4. Operações lógicas


Operações lógicas defi nidas no universo das proposições e no universo lógica 𝐿 = {𝑉, 𝐹}.
Tabela-verdade, tabela de verdade ou tabela veritativa é um tipo de tabela matemática usada
em lógica para determinar se uma expressão é verdadeira e válida. Agora vamos apresentar as
operações lógicas defi nidas no universo lógico onde apresentaremos detalhadamente as
operações de Conjunção, disjunção, implicação material e da Equivalência material
acompanhadas pelas suas respectivas tabelas de verdade (MOMADE & OSSOFO, 2010).
2.4.1. Negação (~)
Consideramos a proposição
p: Saidinho escreveu o livro de Biologia.
A negação dessa proposição é uma nova proposição que se representa por ~ p e se lê: não é
verdade que p ou simplesmente não p.
Assim, ~ p: não é verdade que Saidinho escreveu livro de Biologia.
Em linguagem corrente, também se diz ~ p: Saidinho não escreveu o livro de Biologia.
Segundo Momade e Ossofo (2010) a negação de uma proposição p é uma nova proposição ~ p,
que se obtêm da anterior antepondo-lhe as palavras «não é verdade» e que é verdadeira se p é
falsa e é falsa se p é verdadeira.
Exemplo:
p: Eu estudo lógica.
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~ p: não é verdade que estudo lógica ou


~ p: eu não estudo lógica.
Tabela 1. Tabela de verdade da negação
p ~p
V F
F V

Ou
Tabela 1.1.Tabela de verdade da negação
p ~p
1 0
0 1

Assim: ~V = F e ~F = V
2.4.2. Conjunção (𝒑 ∧ 𝒒)
Duas afirmações quaisquer podem ser combinadas pela letra “e” para
formar uma afirmação composta denominada a conjunção das afirmações
originais: simbolicamente, p ∧ q. (lê-se “p e q”), (MOMADE & OSSOFO, 2010).
Exemplo:
Seja p: “está chovendo” e q: o sol está brilhando.
p ∧ q: “está chovendo e o sol está brilhando”.
O valor lógico da afirmação composta p ∧ q satisfaz a seguinte propriedade:
• “se p é verdadeira e q é verdadeira, então p ∧ q é verdadeira; caso contrario p ∧ q é falsa.”
Por outras palavras, a conjunção de duas afirmações é verdadeira quando ambas forem
verdadeiras.
Tabela 2. Tabela de verdade de conjunção
p q p∧q
V V V
V F F
F V F
F F F

Ou
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Tabela 2.1 Tabela de verdade de conjunção


P q p∧q
1 1 1
1 0 0
0 1 0
0 0 0

2.4.3. Disjunção inclusiva (p ∨ q)


De acordo com Momade e Ossofo (2010) chama-se disjunção inclusiva de duas proposições p
e q a uma nova proposição p ∨ q (lê-se p ou q) que é verdadeira quando pelo menos uma das
proposições for verdadeira.
Exemplo:
Consideremos as seguintes proposições:
(1) Tete fica em Moçambique ou 2 + 2 = 4
(2) Tete fica em Moçambique ou 2 + 2 = 5
32 Lógica e Teoria de Conjuntos
(3) Lisboa fica na França ou 2 + 2 = 4
(4) Lisboa fica na França ou 2 + 2 = 5
De acordo a definição somente (4) é falsa. Todas as outras são verdadeiras.
Tabela 3. Tabela verdade de disjunção
p q p∨q
V V V
V F V
F V V
F F F

2.4-4. Disjunção exclusiva (p q)

A disjunção exclusiva de duas proposições, p e q é uma nova proposição p q (lê-se ou p ou


q) que é verdadeira quando p e q têm valores lógicos distintos (MOMADE & OSSOFO, 2010).
Exemplo:
1. p: compro sapatos.
q: compro botas.
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p q: Ou compro sapatos ou compro botas. O seu valor lógico dependerá da acção do

comprador; se realizar ou não as duas acções, evidentemente que p q será falsa.


2. r: 3 + 5 = 8 (V)
q: 1 + 5 = 6 (V)

p q: 3 + 5 1 + 5 = 6 (F)
3. p: 1 + 5 = 7 (F)
Q: 1 < 8 (V)

p q: 1 + 5=7 1+5<8 (V)


Tabela 4. Tabela verdade da disjunção exclusiva
p q p q
V V F
V F V
F V V
F F F

2.4. Implicação material (⇒)


Consideremos duas proposições:
p: Euler é maior de 18 anos.
q: Euler tem direito de voto.
Ligando estas duas proposições pelas palavras se.... então.... obtemos a proposição se p então q
e que se representa p ⇒ q.... (lê-se p implica q).
Assim, p ⇒ q: se Euler é maior de 18 anos, então Euler tem direito a voto.
A proposição p chama-se antecedente e a proposição q consequente.
Esta proposição é verdadeira visto que se considera que uma implicação só é falsa se sendo o
antecedente verdadeiro é falso o consequente.
Nota-se, no entanto, que o significado da palavra «implicação» se afasta muitas vezes do sentido
que tem na linguagem corrente.
Por exemplo:
As galinhas têm dentes ⇒ hoje chove e afi rmar-se que é uma proposição verdadeira. Mas dizer
em linguagem corrente, se as galinhas têm dentes, então hoje chove parece-nos sem sentido.
É por esta razão que em lógica Matemática se diz não apenas implicação, mas sim implicação
material.
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Tabela 5. Tabela verdade de implicação material


p q p⇒q
V V V
V F F
F V V
F F V

2.4.6. Equivalência material ( ⇔ )


Chama-se equivalência material de duas proposições p e q, a uma proposição p ⇔ q (lê-se p se
e somente se (sse) q ou p equivalem a q) que é verdadeira quando p e q tem um mesmo valor
lógico (MOMADE & OSSOFO, 2010).
1. p: José Craveirinha é um poeta. (V)
q: Lurdes Mutola é uma atleta. (V)
p⇔ q: José Craveirinha é um poeta ⇔sse Lurdes Mutola é uma atleta (V)
2. p: 1+2 = 4 (F)
q: 5>8 (F)
p ⇔ q : 1+2 = 4 ⇔sse 5>8 (V), apesar de p ser falso e q também falso.
Tabela 6. Tabela verdade de equivalência material ( ⇔ )
p q p⇔q
V V V
V F F
F V F
F F V

2.5. Propriedades das operações lógicas


2.5.1. Dupla negação
De acordo com Momade e Ossofo (2010) a dupla negação corresponde à afirmação ~ ~ p = p.
Exemplo:
p: Kevin é estudante.
~ p = Kevin não é estudante.
~ ~ p = não é verdade que Kevin não é estudante, o que equivale a
dizer. Kevin é estudante.
2.5.1.1. Leis de Morgan
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a) Negar que duas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivale a afi rmar que uma
pelo menos é falsa:
~ (p ∧ q)= ~ p ∨ ~ q
Tabela 1. Tabela Verdade Leis de De Morgan
p q ~p ~q (p ∧ q) ~ (p ∧ q) ~p∨~q
V V F F V F F
V F F V F V V
F V V F F V V
F F V F F V V

b) Negar que pelo menos uma de duas proposições é verdadeira equivale a afirmar que as duas
são simultaneamente falsas: ~ (p ∨ q)= ~ p ∧ ~ q
Exemplo:
1.Dadas as seguintes proposições:
p: O Pedro é estudante. q: O Pedro é trabalhador.
p ∧ q: O Pedro é estudante e trabalhador.
Negar (p ∧ q) equivale a dizer ~ p ∨ ~ q
Ou seja em linguagem corrente:
O Pedro não é estudante e/ou não é trabalhador.
Da mesma forma que o exemplo 1 temos em linguagem corrente o exemplo 2:
Negar que,
O João estuda Matemática ou física equivale a dizer que o João não estuda Matemática e não
estuda física.
2.5.2. Propriedade da conjunção e da disjunção
Supondo que p, q e r designam qualquer dos valores lógicos V e F, da definição: podem se
concluir as seguintes propriedades:
Tabela 2. Tabela das propriedades da conjunção e da disjunção

Propriedades Conjunção Disjunção

Comutativa p∧q=q∧p p∨q=q∨p

Associativa (p ∧ q)∧ r = p ∧(q ∧ r) (p ∨ q)∨ r = p ∨(q ∨ r)

Elemento Neutro p ∧V =V ∧ p = p p ∨ F = F ∨ p= p
V é o elemento neutro V F é o elemento neutro
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Elemento Absorvente p∧F=F∧p=F p ∨V =V ∨ p =V


F é o elemento absorvente V é o elemento absorvente
Idempotência p∧p=p p∨p=p

2.5.2.1. Propriedades de ligação da conjunção e da disjunção


• A conjunção é distributiva em relação à disjunção
p ∧ (q ∨ r) = (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
Vamos demonstrar essa propriedade pela tabela a seguir
Tabela 3. Tabela Verdade da proprieddade da conjunção que é distributiva em relação à disjunção
p ∧ (q ∨ r) = (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
VVVVV VVVVVVV
VVVVF VVVVVFF
VVFVV VFFVVVV
VFFFF VFFFVFF
FFVVV FFVFFFV
FFVVF FFFFFFV
VVFVV VFFVVVV

2.5.3. Propriedades da implicação


2.5.3.1. Relação da implicação material com a disjunção:
p ⇒ q = ~ p ∨ q (1)
Demonstração
Tabela 4. Tabela verdade da relação da implicação material
com a disjunção
p ⇒ q =~ p ∨ q

VVVFVV
VFFFFV
FVVVVV
FVFVVF

Como 1 é igual 2 então a propriedade fi ca provada.


Assim, dizer que p implica q, equivale a afi rmar que p é falsa ou q é verdadeira.
De p ⇒ q =~ p ∨ q , então ~ p ⇒ q =~ p ∨ q = p ∨ q . Assim, p ∨ q = ~ p ⇒ q (2)
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2.5.3.2. Negação da implicação:


~ (p ⇒ q) = ~ (~ p ∨ q)= p ∧ ~ q. portanto, ~(p ⇒ q)= p ∧ ~ q.
Dizer que não é verdade que p implica q, é o mesmo que afirmar que p é verdadeiro e q é falso.
2. 5.3.3. Lei da conversão:
p ⇒ q =~ q ⇒~ p
Com efeito, já que p ⇒ q =~ p ∨ q . Como a disjunção é comutativa temos: p ⇒ q = q∨ ~ p.
Atendo (2) vem: p ⇒ q =~ q ⇒~ p . c.q.d.
Dizer que p implica q, é o mesmo quer afi rmar que se q é falso p também é falso.
2.5.4. Propriedades da equivalência material
2.5.4.1. A equivalência material como conjunção de implicações
p ⇒ q =(p ⇒ q)∧(q ⇒ p)
Demonstração
Tabela 5. Tabela verdade da equivalência material como conjunção
de implicações
p ⇒ q =(p ⇒ q) ∧ (q ⇒ p)
VVV VVV VVVV
VFF VFF FFVV
FFV FVV FVFF
FVF FVF VFVF

2.5.4.2. Negação da equivalência


Como já foi visto, p ⇒ q = (p ⇒ q) ∧ (q ⇒ p).
Transformando as implicações em disjunções,
vem p ⇒ q = (~ p ∨ q) ∧ (~ q ∨ p),
logo, ~(p ⇔ q) = ~ [(~q∨p)∧(~q∨p)] = (~ p ∨ q) ∨ ~ (~ q ∨ p)
Assim: p ⇒ q=(p∧ ~ q) ∨ (q ∧ ~ p).
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3. TEORIA DE CONJUNTOS

3.1. Conjuntos
Chama-se conjunto a qualquer colecção, agrupamento ou família de qualquer ser animado ou
inanimado (pessoas, plantas, animais, objecto, números, letras, etc.) com características comuns
(MOMADE & OSSOFO, 2010).
Exemplos:
a. O conjunto de todos os moçambicanos.
b. O conjunto de todos os números inteiros positivos menores que 10.
Em geral, um conjunto é denotado por uma letra maiúscula do alfabeto: A, B, C, …, Z.
3.1.1. Elemento do conjunto
Qualquer ser componente de um conjunto chama-se elemento do conjunto.
Exemplos:
a. Lurdes Mutola é um elemento do conjunto dos moçambicanos.
b. O número 3 é um elemento do conjunto dos os números inteiros positivos menores que 10.
c. O pato é um elemento do conjunto das aves domésticas.
Em geral, um elemento de um conjunto, é denotado por uma letra minúscula do alfabeto: a, b,
c, ..., z.
3.1.2. Relação entre elemento e conjunto
Quando um certo elemento é componente de um dado conjunto diz-se que o elemento pertence
ao conjunto. Neste caso estabelece-se uma relação entre elemento e conjunto (MOMADE &
OSSOFO, 2010).
Exemplos:
a. Lurdes Mutola pertence ao conjunto dos moçambicanos.
b. O número 3 pertence ao conjunto dos os números inteiros positivos menores que 10.
c. O pato pertence ao conjunto das aves domésticas.
Se um elemento x pertence a um conjunto D utilizamos o símbolo ∈ que se lê: pertence e
escreve-se: a ∈ D.
E se um certo elemento não faz parte de um dado conjunto D, ou seja, se y não pertence a um
conjunto D escreve-se: y ∉ D.
3.2. Algumas notações para representação de conjuntos
Muitas vezes, um conjunto é representado com os seus elementos dentro de duas chaves { },
através de duas formas básicas e de uma terceira forma geométrica:
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3.2.1. Apresentação por extensão:


Um conjunto pode ser representado colocando extensivamente os seus elementos dentro de
duas chavetas.
Exemplos:
a) A={a,e,i,o,u}
b) N={1,2,3,4,...}
c) M={João,Maria,José}
Quando os conjuntos estão deste modo representados diz-se que estão representados ou defi
nidos por extensão.
3.2.2. Apresentação por propriedade
Um conjunto pode ser escrito colocando dentro de duas chavetas uma ou mais propriedades dos
seus elementos.
Exemplos:
a) A = {x: x é uma vogal}
b) N = {x: x é um número natural}
c) M = {x: x é uma pessoa da família de Maria}
Quando os conjuntos estão deste modo representados diz-se que estão representados ou defi
nidos por compreensão.
3.2.3. Diagrama de Venn-Euler
Um conjunto pode ser representado colocando extensivamente os seus elementos dentro de
Diagrama de Venn-Euler: (lê-se: “Ven-óiler”).
Os conjuntos são mostrados graficamente.

Figura 1.Exemplos de diagramas de Venn

3.3. Subconjuntos

Dados os conjuntos A e B, diz-se que A é subconjunto de B ou que A está contido em B,


denotado por A ⊂ B, se todos os elementos de A também estão em B.

3.3.1Relação entre conjuntos.

Algumas vezes diremos que um conjunto A está propriamente contido em B, quando o conjunto
B, além de conter os elementos de A, contém também outros elementos. O conjunto A é
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denominado subconjunto de B e o conjunto B é o superconjunto que contém A. Deste modo


encontramos a relação entre conjuntos (MOMADE & OSSOFO, 2010).

3.4. Conjunto vazio

Um conjunto que não possui elementos chama-se Conjunto vazio. É representado por { } ou
por Ø. O conjunto vazio está contido em todos os conjuntos.

Exemplos:

A={}

N=Ø

3.5. Conjunto universal

Um conjunto que contém todos os elementos do contexto no qual estamos a trabalhar e também
contém todos os conjuntos desse contexto chama-se Conjunto universal ou simplesmente
Universo. O conjunto universo é representado por uma letra U. Na sequência não mais usaremos
o conjunto universo.

Exemplo:

Universo U = { 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,12}.

3.6. Conjunto singular

Um conjunto que possui somente um elemento chama-se Conjunto singular.

Exemplo:

Seja P conjunto do presidentes da República de Moçambique no quinquénio 2004-2009.

P = {Guebuza}

Como se pode notar este conjunto possui um e único elemento e por isso classifi camo-lo como
conjunto singular.
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3.7. Operações sobre conjuntos e suas propriedades

3.7.1. Reunião de conjuntos

A reunião dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto


A ou ao conjunto B.

A ∪ B = { x: x∈A ou x∈B }

Exemplo: Se A = {a,e,i,o} e B = {3,4} então A ∪ B = {a,e,i,o,3,4}.

3.7.2. Interseção de conjuntos

A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto


A e ao conjunto B.

A∩ B = { x: x∈A e x∈B }

Exemplo: Se A = {a,e,i,o,u} e B = {1,2,3,4} então A ∩ B = Ø.

Figura 2.Interseção dos conjuntos A e B

Quando a interseção de dois conjuntos A e B é o conjunto vazio, dizemos

que estes conjuntos são disjuntos.

3.7.3. Propriedades das operações sobre conjuntos

3.7.3.1. Fechamento

Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, a reunião de A e B, denotada por A ∪ B e a intersecção


de A e B, denotada por A ∩ B, ainda são conjuntos no universo.

3.7.3.2. Reflexiva

Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que:

A∪A=AeA∩A=A
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3.7.3.3. Inclusão

Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:

A⊂ A∪ B, B ⊂ A∪ B, A ∩ B ⊂ A, A ∩ B ⊂ B

Introdução à teoria de conjuntos 77

3.7.3.4. Inclusão relacionada

Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:

A⊂ B equivale a A ∪ B = BA ⊂ B equivale a A ∩ B = A

3.7.3.5. Associativa

Quaisquer que sejam os conjuntos A, B e C, tem-se que:

A∪ (B ∪ C) = (A∪ B) ∪ C

A∩ (B ∩ C) = (A∩ B) ∩ C

3.7.3.6. Comutativa

Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:

A∪ B = B ∪ A

A∩ B = B ∩ A

3.7.3.7. Elemento neutro para a reunião

O conjunto vazio Ø é o elemento neutro para a reunião de conjuntos, tal que para todo conjunto
A, se tem:

A∪ Ø = A

3.7.3.8. Elemento “nulo” para a interseção


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A interseção do conjunto vazio Ø com qualquer outro conjunto A, fornece o próprio conjunto
vazio.

A∩ Ø = Ø

3.7.3.9. Elemento neutro para a interseção

O conjunto universo U é o elemento neutro para a interseção de conjuntos, tal que para todo
conjunto A, se tem:

A∩ U = A

3.7.3.10. Distributiva

Quaisquer que sejam os conjuntos A, B e C, tem-se que:

A∩ (B ∪ C ) = (A∩ B) ∪ (A ∩ C)

A∪ (B ∩ C) = (A∪ B) ∩ (A ∪ C)

Os gráficos abaixo mostram a distributividade.

Figura 3.Propriedade distributiva.

3.7.4. Diferença de conjuntos

A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao


conjunto A e não pertencem ao conjunto B.

A-B = {x: x∈A e x∉B}

Do ponto de vista gráfico, a diferença pode ser vista como:


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Figura 4.Diferença entre os conjuntos A e B

3.7.5. Complemento ou complementar de um conjunto

O complemento do conjunto B contido no conjunto A, denotado por CA B, é a diferença entre


os conjuntos A e B, ou seja, é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A
e não pertencem ao conjunto B.

CA B = A-B = {x: x∈A e x∉B}

Graficamente, o complemento do conjunto B no conjunto A, é dado por:

Figura 5.Complemento do conjunto B no conjunto A

Quando não há dúvida sobre o universo U em que estamos trabalhando, simplesmente


utilizamos a letra c posta como expoente no conjunto, para indicar o complemento deste
conjunto. Muitas vezes usamos a palavra complementar no lugar de complemento (MOMADE
& OSSOFO, 2010).

Exemplos: ∅𝐜 =U e 𝐔𝐜 =Ø.

3.7.6. Diferença simétrica

A diferença simétrica entre os conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que


pertencem à reunião dos conjuntos A e B e não pertencem à interseção dos conjuntos A e B.

A Δ B = { x: x∈A∪ B e x∉A∩ B }

O diagrama de Venn-Euler para a diferença simétrica é:


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Figura 6.Diferença simétrica


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4. Conclusão

Neste capítulo introduzimos o estudo da lógica e teória de conjuntos, onde abordamos os


conceitos, suas operações e suas propriedades.

Vimos que lógica matemática, em síntese, pode ser considerada como a ciência do raciocínio e
da demonstração. Existem várias operações lógicas de entre elas estão: a negação, a conjunção,
a disjunção (inclusiva e exclusiva), a implicação, a equivalência, entre outras operações.
Notamos que existem propriedades para cada operação lógica citadas.

Chama-se conjunto a qualquer colecção, agrupamento ou família de qualquer ser animado ou


inanimado (pessoas, plantas, animais, objecto, números, letras, etc.) com características comuns
(MOMADE & OSSOFO, 2010). Um conjunto pode ser representado colocando extensivamente
os seus elementos dentro de duas chavetas e também pode ser representado em diagrama de
Venn. Tal como na lógica, existem varias operações de conjuntos tais como: reunião,
intersecção,diferenç de conjuntos, entre outros, como pudemos ver essas operações estão
também acompanhadas por suas respectivas propriedades.
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5. Bibliografia

MOMADE, S. I., & OSSOFO, A. A. (2010). Lógica e teoria dos conjuntos. Brasília.

PINTO, J. S. (1999). Tópicos de Matemática Discreta. Universidade de Aveiro.

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