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Carpideiras

“Aquelas que são como fontes de lágrimas.”

Esta profissão existe há mais de


2 mil anos. Encontram-se referências
na Bíblia e em outros textos religiosos.
Há também registos e menções às
carpideiras em documentos da
antiguidade.

A Carpideira é uma profissão feminina que consistia em chorar para um


defunto alheio. Feminina porque os homens eram considerados inadequados
para esta função, estes deveriam ser fortes e líderes de família, não devendo
mostrar qualquer tipo de emoção e tristeza.

Era realizado um acordo monetário entre a carpideira e os familiares do


defunto, a carpideira chorava e mostrava seus prantos sem nenhum
sentimento, grau de parentesco ou amizade.

No contexto do Antigo Testamento, encontramos mulheres profissionais do


pranto e do luto, as carpideiras, "aquelas que são como fontes de lágrimas".
Essas profissionais eram contratadas para lamentar, chorar, e lamuriar nos
velórios.

Esperava-se que através da simulação


de angústia e dor manifestadas por
estas mulheres, o participante lutuoso
fosse contagiado pela tristeza e aflição,
mesmo que o defunto não merecesse
ser a causa de tal dor.

As carpideiras vestiam-se de preto e


não podiam usar perfume.
Tinham de comportar-se como se
realmente estivessem desoladas.
Para ser uma boa carpideira era necessário, em primeiro lugar, ser mãe,
para que sentisse medo da perda e, depois, ter um forte respeito pela morte.
Além disso, esta profissão era passada de mãe para filha.

As celebrações fúnebres costumavam durar 7 dias e as carpideiras


permaneciam durante todo o tempo de luto.

Mas as habilidades das senhoras não se ficavam pelo pranto. Elas, também,
eram exímias em artes cénicas, demonstrando todo o seu talento através de
cânticos fúnebres, autênticos poemas alusivos ao tema, que visavam ludibriar
os restantes "convidados".

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