Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
sim, acho que ela não deve conquistar títulos que não estejam ao
seu alcance mais deve estudar e trabalhar muito com o fim de ter
certos conhecimentos seguindo assim o exemplo de Maria Amá-
lia Vaz de Carvalho, Julia Lopes de Almeida, Ignez de Sabino
e tantas outras que têm sabido se impor pela sua vasta ilustra-
ção. A instrução é a base da vida, a mulher instruída tem entra-
da franca em toda parte, e finalmente a instrução e um tesouro
que todos devem buscar” (A.B., 1905, p. 1).
11
DUARTE, Constância Lima. Duarte11observa que as escritoras brasileiras de
Feminismo e Literatura no forma mais recorrente adotaram pseudônimos femini-
Brasil. Estudos Avançados, v. 17,
n. 49, set./dez., 2003. nos. Ela observa que na revista Via-Láctea - Religião,
Arte, Ciências e Letras (1914-1915), fundada por mulhe-
res em Natal-RN, apesar dos nomes das redatoras cons-
tarem na primeira página da publicação, os textos qua-
se sempre vinham assinados com outros nomes, que
faziam referências às preocupações políticas, teóricas
e referências culturais das escritoras.
Além da semelhança em revelar o nome das reda-
toras mais ocultar a autoria discursiva por pseudôni-
mos, o jornal Borboleta como a revista Via-Láctea, exi-
gia que as colaboradoras revelassem sua identidade ao
editorial. Segundo Duarte e Macêdo (2003, p. 24), “essa
condição era necessária principalmente porque alguns
rapazes na época costumavam também adotar nomes
femininos”.
O jornal Borboleta contava com colaborações mas-
culinas, que vinham assinadas com iniciais que apon-
tavam à relação de gênero da autoria. Pode-se especu-
lar que as redatoras também almejassem conhecer ou-
tras mulheres simpatizantes da proposta dessa publi-
cação, que claramente se posicionava pela inserção
feminina nas cartografias literárias, intelectuais e de
saber. Verificando-se a emergência de um anseio fe-
minino por se fazer representar e evidenciar pela for-
mação de agremiações literárias, como uma alternativa
adotada para contornar exclusão feminina dos espaços
institucionais sob domínio masculino. Essas iniciati-
vas configuravam espaços próprios para a expressão
feminina, como a criação da Liga Feminista Cearense
em 1904, e a Ala Feminina da Casa Juvenal Galeno
fundada em Fortaleza na década de 1930.
12
MORAIS, Maria Arisnete Câ- Segundo Morais12 “os jornais femininos definiam
mara de. Leituras de mulheres no sua fórmula editorial com preocupações de ordem in-
século XIX. Belo Horizonte:
Autêntica, 2002, p. 69. telectual por meio do incentivo para que as mulheres
divulgassem suas produções literárias”. A autora ob-
serva ainda, que uma das características dessas publi-
cações eram seus títulos sugestivos que remetiam à
Referências
Fontes Hemerográficas
A Revista (1927-1928)
Revista da Academia Piauiense de Letras (1924 – 1943)
O Piauí (1926)
Correio do Piauí (1922)
A Imprensa (1925-1926)