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TRIBUNA.
Paulo W. Buss
,
Segundo Slmposlo InternaclOnal de Lutero
~9
~ .:.
J~I
:.:. ~.:...;: p. 5
ARTIGOS
A Missão de Deus .:. p. 9
Leonardo Neitzel "", - "
A Igreja na Cidade :~..r. :~..::.:.~ p.25
Reinaldo M. Lüdke
As Portas da Cidade ,. •.; "..••...•.,
Augusto Kirchhein
Barnabé ·..·
Reinaldo M. Lüdke
· · l ~ ,~ p. 60
LITURGIA
DécimoLitúrgica
Dança Culto Cantate. no ICSP "' ~ ...•~~;/
'!t1L ,. :~
..................•...................... ..!./..•... ~ p. 87
p. 69
MÚSICA
~..f......•........... p. 101
A Oração de Habacuque ......•.................................................................
Meu BomJesus, Eterno Rei L./
tr::·:L p. 102
ACEITA-SE PERMUTA COM REVISTAS CONGÊNERES da congregação, além das se:' < -
mero da Vox Concordiana.
ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA Ao leitor, boa leitura:
INSTITUTO CONCÓRDIA DE sAo PAULO
Caixa Postal 60754 " 05786-990 São Paulo, SP
Fone: (11) 5841-7652 fi Fone/Fax: (11) 5841-7529
E-mail: icspest@uol.com.br
sua igreja a petição à fim de que todos sejam um' está inseparavel- ca. Uma diferença básica na a._
mente ligada ·com a precedente 'Santifica-os na verdade'" (Hermann ficas, mesmo que não exp~:.::
Sasse, Isto é o Meu Corpo, trad. Mário L. Rehfeldt, Porto Alegre, Con- trar a profundidade do desa..:nI-
córdia, 1970, p. 249). O rev. Luisivan Strelo'..", ..::-
Os preletores do segundo Simpósio Internacional de Lutero se lho na Santa Ceia: Benefício e
aprofundaram nos escritos de Lutero sobre a Santa Ceia e explora- de Lutero sobre o sacrame-:'~ ---
ram o significado de sua posição e de seus debates para os dias atu- tando o doce evangelho prese- -
ais. O dr. Robert Rosin, da LCMS, iniciou a série de palestras do do a atenção para distorçõe-
simpósio falando sobre "Lutero, a Ceia do Senhor, e Roma". Enfati- apontadas por Lutero para eH-
zou a necessidade de interpretar as afirmações de Lutero em seu "O Princípio Escriturísricn .-:~
contexto. Visando tornar compreensível a polêmica de Lutero com
Roma, o preletor passou em revista o desenvolvimento da doutrina
Ceia" foi o tema desenvolYi~~ _ .
rana da Venezuela. Coles de:T'.or-
do sacramento do altar na Idade Média. Nesse desenvolvimento, sistente e fiel ao princípio esc:r:.
destacam-se idéias chaves como transubstanciação, concomitância, tólicos romanos e reformados - ~
comunhão sob uma só espécie, a missa como sacrifício. Quando ado secundariamente por ele
Lutero percebeu que a Santa Ceia é o evangelho, ele entrou em con- maneira, a realidade que se e..'1Cn
flito, de maneira progressiva, com estes conceitos medievais. Cada sacramento é bem mais comple
vez mais, a palavra, e especialmente as palavras da instituição se damental no emprego do prind":-
tornaram o centro da teologia de Lutero sobre a Santa Ceia. É nessa tinção entre lei e evangelho e
palavra que ecoa o evangelho: "dado e derramado por vós para re- to. O preletor concluiu afirmar--
missão dos pecados". pa lugar central e fundamental r
Na palestra seguinte, o dr. James Nestingen, da ELCA, abor- Lutero, todavia, empregou es:e r-~
dou o tema "Zurique e Genebra: Problemas da Reforma em Rela- guindo entre questões fundame:"-~
ção à Presença Real". Nestingen examinou as controvérsias com os O Prof. Albérico Baeske, da ~
reformados, identificando as divergências específicas entre lutera- sobre o tema" A Comunhão Esca:'iJ
nos e reformados. Para isso, delineou em primeiro lugar a contro- dos textos bíblicos de Marco:::>c..-=: __
vérsia com Zwínglio e suas conseqüências e, em seguida, os pro- ~com "um desdobramento COIT'
blemas entre luteranos e João Calvino. A questão da presença real auxílio de Martinho Lutero". Sa.....:
de Cristo na Santa Ceia revelou-se como um obstáculo intranspo- que vem no futuro já está pres
nível entre calvinistas e luteranos. Calvino estava disposto a afir- rica fonte de consolo para os a:-.~
mar uma presença real de Cristo na Ceia mas esta presença aconte- mesmo tempo, essa comunhão
ceria espiritualmente pela fé. Com Calvino, a questão também en- e concretos na vida do cristão :-.0 ~
tra na área da cristologia. Os luteranos respondem a essa contro- Uma reação às preleções c
vérsia com dois artigos da Fórmula de Concórdia: artigo VII afir- BRA. Ele relacionou o conteúd
mando a presença real e artigo VIII definindo a questão cristológi- da !ELB. Chamou a atenção par
6 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA
..-~
---------------------------------TRIBUNA
• : .'5 sejam um' está inseparavel- ca. Uma diferença básica na hermenêutica e presuposições filosó-
~~jca-os na verdade'" (Hermann ficas, mesmo que não expliquem toda a diferença, ajudam a ilus-
~. Rehfeldt, Porto Alegre, Con- trar a profundidade do desacordo.
O rev. Luisivan Strelow, da IELB, falando sobre "Lei e Evange-
, : ~io Internacional de Lutero se
lho na Santa Ceia: Benefício e Ofício" passou em revista os escritos
,_: :::obre a Santa Ceia e explora- de Lutero sobre o sacramento analisando conceitos centrais, ressal-
- c: :::eusdebates para os dias atu- tando o doce evangelho presente na Ceia e, por outro lado, chaman-
<cíou a série de palestras do do a atenção para distorções do sacramento e salientando as razões
C::3. do Senhor, e Roma". Enfati-
=
apontadas por Lutero para excluir pessoas da participação na Ceia.
c ?iirmações de Lutero em seu "O Princípio Escriturístíco de Lutero na Polêmica sobre a Santa
'_--e1 a polêmica de Lutero com Ceia" foi o tema desenvolvido pelo dr. David Coles, da igreja Lute-
:esenvolvimento da doutrina
rana da Venezuela. Coles demonstrou que Lutero, além de ser con-
_C:::.ia.Nesse desenvolvimento, sistente e fiel ao princípio escriturístico em suas polêmicas com ca-
-_':;-,.Dstanciação, concomitância, tólicos romanos e reformados, não deixou de ser também influenci-
-_':':;5a como sacrifício. Quando ado secundariamente por elementos da tradição e da razão. Desta
- c::-.'angelho, ele entrou em con- maneira, a realidade que se encontra nos escritos de Lutero sobre o
e ~~e5 conceitos medievais. Cada
sacramento é bem mais complexa do que às vezes se imagina. Fun-
'-;: 3.::: palavras da instituição se damental no emprego do princípio escriturístico em Lutero é a dis-
, _ -c:~-J sobre a Santa Ceia. É nessa
tinção entre lei e evangelho e a combinação de palavra e sacramen-
e derramado por vós para re- to. O preletor concluiu afirmando que o princípio escriturístico ocu-
pa lugar central e fundamental na doutrina eucarística de Lutero.
estingen, da ELCA, abor-
e: ~ '\
Lutero, todavia, empregou este princípio de maneira sadia, distin-
- :: ~emas da Reforma em Rela-
guindo entre questões fundamentais e aspectos menos importantes.
--u .ou as controvérsias com os
O Prof. Albérico Baeske, da IECLB, compartilhou suas reflexões
>':ias específicas entre lutera- sobre o tema" A Comunhão Escato1ógica'!. Iniciou com uma análise
- _ eln primeiro lugar a contro- dos textos bíblicos de Marcos 14.15 e 1 Coríntios 11.26 e continuou
:-cias e, em seguida, os pro-
e:
com "um desdobramento comunitário-pastoral dos mesmos com
_~questão da presença real auxílio de Martinho Lutero". Salientou que, na ceia do Senhor, aquele
_ • :~-_J um obstáculo intranspo- que vem no futuro já está presente para os comungantes, o que é
= : ~--ino estava disposto a afir- rica fonte de consolo para os angustiados e desesperançosos. Ao
= -:~?::11aS esta presença aconte- mesmo tempo, essa comunhão com o Senhor traz reflexos presentes
= .--:no, a questão também en- e concretos na vida do cristão no mundo.
-~ ~espondem a essa contro- Uma reação às preleções coube ao dr. Manfred Zeuch, da UL-
Concórdia: artigo VII afir-
~ e:
BRA. Ele relacionou o conteúdo das preleções com a realidade atual
- = :::-.:ndo a questão cristológi- da IELB. Chamou a atenção para diferentes estudos recentes empe-
Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 7
TRIBUNA-----------------------------
seguir em relação a questões complexas que confrontam a igreja em por Martinho Lutero em sua e· -: .=.
nossos dias.
Apostólico: Deus! o Pai criot,:
mundo; e Deus! o Espírito Sal"'.::~::
A Santíssima Trindade é o começo bem como o conteúdo da o Espírito Santo de:-:.c=-=-<.- '-_
(Jo 20.22,23; At 1.8). Atr2'.2~
Missio Dei. George Vicedom chama isto de obra indivisível, "0 mais
alto mistério" revelado na Escritura: Deus envia o Seu Filho; O Pai e te do pecador e o traz à. ~c e::-_-
Filho enviam o Espírito Santo, sem dissolver a Trindade. Deus é ao através do uso da pala\T_'. :
verdadeira e na expecta tF ,c _-
mesmo tempo o que envia e o enviado. Em cada pessoa da trindade
Ao mesmo tempo o Espi:":=_ .~
Deus age em sua totalidade. A palavra Dei na frase lvlissio Dei de-
outros com um desejo arde:--
sempenha o papel de um genitivo possessivo e atributivo ao mesmo
(FC, SD, IV,8)0; Ap IVHl . ~_ -
tempo. Isto implica dizer que a missão de Deus é por natureza divi-
quenos cristas" para os OlC_ :-
na e pertence a Deus.2 Foi projetada e trabalhada pela oikol1omia da ser confessionais sem confe~ ~--
Trindade (Ef 1.10; 3.9).3
A Missio Dei é divina; também não permite a interferência do
homem. Acontece extra 110S! no sentido de que não permite qualquer
participação da parte do homem. Este é só o recipiente ou beneficiá-
2. A Igreja e a Missio Dei
rio da graça de Deus. Exclui qualquer tipo de justiça hurrtana (i.e. Martinho Lutero define .~
obra praticada por homens). Não pode ser manipulada ou domesti- tes e ovelhas aue ouvem a ,,- :=
-'-
cada por indivíduos em um contexto geográfico ou social específi- sua igreja pela obra do Espi',-: = _ ::::.
co. É "negócio" próprio de Deus (Os 3.9; At 4.12)! e seu caráter é são reunidos para formar a ,--"
universal por natureza (At 1.8; Mt 28.16-20). e o perdão de pecados atra','c:, _-.-_
Os méritos de Cristo, por causa de sua completa obediência ao congregatio sanctorum na q'_:,:u _ ~ :
Pai, são atribuídos ao pecador (justificação objetiva). É um ato de estar em comDanhia de De.o :-
-'-
pura graça (sola gratia) por Jesus Cristo (solus Clzristus), recebido so- Credo, 38, 45, 53, 54, 62). "(1:->:: .
mente pela fé (sola fide) (justificação subjetiva). Isto é claramente en- em sua pureza e os sacrac.C- - _
sinado através da Bíblia (sola Scriptllra). As Confissões Luteranas evangelho, ali está a igrejaU
descrevem claramente o "divino drama da redenção" de acordo com resultado e o propósito da _'~_::_::
a Bíblia (Rm 3.21-28; CAI IV; Ap, IV). rol a igreja é nada mais que '.=-=- _:-;::
A Missio Dei é revelada a nós através da linha vermelha que per- início ao fim permanece pc_.
passa de Gênesis, através do Livro da Lei, dos Profetas, dos Evange- a igreja de volta ao evangeL-: .
lhos, das Epístolas! até Apocalipse. Alcança seu cume na morte e volta a sua missão".6
ressurreição de Jesus Cristo. Acontece na expectativa da parolisia entre
o "já" e o "ainda não".
4 KOLB, ErwinJ. "Confessing the Faith
MO, October 1994, p. 357.
5 SCHERER, James. "Luther and Ivlissi: .
2 VICEDOM, Georg. Tlie Mission of God - An Introductiol! to n TlIeology of lvlissiol!. St. Louis, MO:
n, m. I, May 1994, p. 24.
Concordia Publishing House, 1965, pp. 5-7. 6 KOSCHADE, Alfred. "Luther on ",ris":
3 Irad.: "que desde o princípio do mundo tem sido escondido em Deus que criou todas as coisas por Iappert, ed., Philadelphia, 1965, p. :':'
Jesus Cristo".
, 'd o da
_~.':-,
~eu o Espírito Santo desempenha papel fundamental na Missio Dei
,, ,._~, "o mais (Jo 20.22,23; At 1.8). Através do evangelho ilumina o coração e men-
.::..,. ~, "): O Pai e te do pecador e o traz à fé em Jesus Cristo; preserva-o na fé cristã
..." - - -,- Deus é ao através do uso da palavra e sacramentos; fortalece o crente na fé
[' ,
'oessoa da trindade verdadeira e na expectativa da parousia (terceiro artigo do Credo).
Irase
, • r'
iVliSSLO , Dez 'd e- Ao mesmo tempo o Espírito Santo aumenta no crente o amor por
. e I~tributivo ao mesmo outros com um desejo ardente e vontade de servir e fazer boas obras
" ~_',::e, por natureza d'lVl-. (FC SD, 1\1,8,10; Ap IV,141). Lutero enfatiza que os cristãos são "pe-
Dela
1
oikol107lzia da quenos cristos" para os outros. Robert Kolb diz: "Nós não podemos
ser confessionais sem confessar a fé'/.4
.. :-:1ite a interferência do
,.c não permite qualquer
- reci-oiente
" ou beneficiá- 2. A Igreja e a Missio Dei
justiça humana (i.e.
'''aniDulada ou domesti- Martinho Lutero define a igreja como o rebanho de l/santos cren-
.l
tes e ovelhas que ouvem a voz do seu Pastoril (AS/ XII). Ele reúne a
. -:' ilfico ou social específi-
sua igreja pela obra do Espírito Santo através da palavra. Os crentes
"'ct ,:1,.12), e seu caráter é
são reunidos para formar a igreja, na qual eles têm a palavra de Deus
e o perdão de pecados através da palavra e Sacramentos. A igreja é a
-." completa obediência ao
congregatio sanctorzmz na qual os cristãos têm todas as bênçãos de
,.:.:'
•
oD]ehva}.
1" \ E/ 'Um ato d e
estar em companhia de Deus e com o próximo (CA VII); CM/ O
·.·.5 C1zristlls), recebido 50-
. Isto é claramente en- Credo, 38, 45/ 53, 54/ 62). "Onde quer que o evangelho seja pregado
em sua pureza e os sacramentos administrados de acordo com o
,.:0,5 Confissões Luteranas
evangelho, ali está a igreja" (CA VII). A igreja é ao mesmo tempo o
'edenção" de acordo com
resultado e o propósito da lVlissio Dei. James Sherer diz: 'Tara Lute-
rol a igreja é nada mais que um instru.mento em uma missão que do
.c. ia linha vermelha que per-
início ao fim permanece por causa do próprio Deuslf•5 IfChamando
~ -=_ dos Profetas/ dos Evange-
a igreja de volta ao evangelho/ Lutero estava chamando a igreja de
::nça seu cume na morte e volta a sua missão".6
-=<cectativa da parausia entre
4 KOLD, Erwin J, "Confessing the Faith: Our Lutheran Vvayof Life", in COllcordia Joumal, Saint Louis,
MO, October 1994, p. 357.
Or lv1issioll, St. Louis, MO: 5 SCHERER, James, "Luther and Mission: A Rich but Untested Potential", in lv1issio Apostolica, vol.
n, m, 1, May 1994, p, 24.
~m Deus que criou todas as coisas por 6 KOSCHADE, Alfred, "Luther on Missionary Motivation", in Tile Lutilerall Quarterllj, Theodore G.
Tappert, ed., Philadelphia, 1965, p, 238.
11I
ARTIGOS---------------------------------
Tendo recebido perdão, salvação, liberdade, a Trindade Santa, Para Vicedom, nãc :-.0' _:- • ..:.
fé, paz, santificação e todas as bênçãos, os crentes são enviados ao "Deus tem que fazer tud ~
mundo com um propósito - ser testemunhas da salvação através do sempre, Deus só faz a su:,:·~·
Senhor Jesus Cristo; ser o bom fermento no mundo. O Espírito San- se torna um instrumentc'.
to cria a fé através da palavra e fortalece as testemunhas em sua fé e Martinho Lutero diz:'
testemunho ou confissão. A fé recebida é uma fé dinâmica, ativa, Nós vivemos na ter!',: ~-:
que confessa: aos outros. Caso contrárlc' ~:' -
A fé é obra divina em nós, que nos transforma novamente nos gera ção e nos deixar morrer (1:-:-." -
de Deus, e mata o velho homem, torna-nos pessoas completamente di- nos deixa viver aqui para c' . _.
ferentes no coração, ânimo, mente e todas forças, e traz consigo o Espí- fazendo por elas o que ele}2:
rito Santo. Oh! fé é coisa viva, diligente, ativa, poderosa, deforma que Do que foi dito cheg:,c:-:- :
lhe é impossível deixar de estar constantemente fazendo o que é bom. recipiente e difusora da salc -~<o .
Igualmente, afé não pergunta se boas obras devem ser praticadas, mas
nha um papel crucial na .\I:.=.:
antes que alguém pergunte, afé já asfez e está constantemente em ação
priedade de Deus a seu sec:~~' ..
(FC, SD, IV, 10,11).
missionária por essência e L'. __ ::-"
Chamada para participar na Missio Dei, a igreja é uma igreja
testemunhar o evangelho v.•.. ' .
que confessa (At 4.19,20; 5.29,32) ou proclama (At 5.42; 8.4), como é
não pode ser distraída por fu.T. ~ c c: ~ ~
também uma igreja que serve7 (At 4.32-35; 6; 11.27). Martinho Lute-
"A igreja é a portadora, m3.S ~'? .
ro diz: "Eu creio que Jesus Cristo ." é meu Senhor, pois remiu a mim,
a todos os homens. Ela pode s::: .:.'
homem perdido e condenado, me resgatou ... para que eu lhe pertença e viva
submisso a ele em seu Reino e o sirva ... " (CM/ Credo, 3-4). jamais ousar impor limites" ':.-=
A igreja e a missão têm sua fonte em Deus. Uma não é indepen- o evangelho, não tenho de "l-c: '-:"c:
dente da outra. George Vicedom escreve:8 obrigação; porque ai de mirr- :'-=- :- =
Se é verdade que Deus deseja a missão, uma vez que é ele mesmo A igreja ou é uma igreja que :,'. _:. .:ê
liberdade, a Trindade Santa, Para Vicedom, não há nenhuma dúvida de que na Missio Dei
: ' : s, os crentes são enviados ao
"Deus tem que fazer tudo". "Isto está fora de qualquer dúvida. Mas,
: :~'.'~m.has da salvação através do sempre, Deus só faz a sua obra na medida em que o seu mensageiro
-::'~o no mundo. O Espírito San- se torna um instrumento.9
- =.=e as testemunhas em sua fé e Martinho Lutero diz:10
:, ja é urna fé dinâmica, ativa, Nós vivemos na terra para nenhum outro propósito do que ser útil
aos outros. Caso contrário seria melhor para Deus tomar nossa respira-
· -::ilsforma novamente nos gera
ção e nos deixar morrer assi1l1 que batizados e começamos a crer. Mas ele
'- : 05 pessoas completamente di-
nos deixa viver aqui para que nós possamos levar outras pessoas a crerj
, 's forças, e traz consigo o Espí-
fazendo por elas o que ele fez por nós.
,- :diva, poderosa, de forma que
Do que foi dito chegamos à conclusão de que a igreja, corno
. ' ':emente fazendo o que é bom.
recipiente e difusora da salvação (resultado e propósito), desempe-
:.75 devem ser praticadas, mas
nha um papel crucial na Missio Dei. Está em missão sempre; é pro-
_:: " está constantemente em ação
priedade de Deus a seu serviço buscando e salvando pecadores. É
missionária por essência e natureza. A missão primeira da igreja é
_ ,':'0 Dei, a igreja é urna igreja
,,'~'JClama(At 5.42; 8.4), corno é testemunhar o evangelho da salvação através de Jesus Cristo. Ela
, -= : :'-33; 6; 11.27). Martinho Lute- não pode ser distraída por funções secundárias. Corno diz VicedomY
:eu Senhor, pois remiu a mim, "A igreja é a portadora, mas não a mestra desta mensagem dirigida
. para que eu lhe pertença e viva a todos os homens. Ela pode se colocar a serviço do reino mas deve
=.'\1,Credo, 3-4). jamais ousar impor limites a ele." O apóstolo Paulo diz: "Se anuncio
'= -=~~'Deus. Urna não é indepen- o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa
- _ : :='-e:3 obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho" (lCo 9.16).
,':~ o uma vez que é ele mesmo
j
A igreja ou é urna igreja que proclama ou não é uma igreja em abso-
, .~só pode ser vaso de Deus e luto. "A igreja só existe e vive enquanto está ocupada sempre a cha-
'_-"ropósito dele ... A igreja não mar outros ao arrependimento e trazendo-os à fé"Y
, -.' missão ou não. Ela só pode
A igreja tem duas cidadanias: a divina e a humana. Ou, nas pala- Missiologia é o est._: -
vras de Vicedom, tem uma vestimenta divina e uma vestimenta hu- com a humanidade atl'Cc-_C
mana; é s1li generis, comprometida com Deus; ela é colocada num na sua palavra e recebidr ~-_
contexto cultural, geográfico e social. Não testemunhando do seu O t' .' L/IlP'i'"
nro'pr['O __ tel~.i,-,~-:; - Ll--;jl d ..t.-L. •." ~~'.
Deus, ela se torna nada mais que qualquer outro tipo de instituição do pecado do hotnem,L' .' L .
social no mundo. N8_0testemurJ'tando em contexto hurnano (de ma- imensa bondade, tOl11i7r":".
neira contextualizada a entender sua comunidade e fazer-se enten- Ivara dar-lÍles vida etemo ,:
der), não sendo incarnacional em seu ministério (]o 1.14; FI 2.5-11) que, incorporados na
ela perde seus ouvintes e a tarefa dada a ela por Jesus de ir a todas as testemunho da sua
nações (Mt 28.19). O mundo é o meio ambiente da igreja militante. muitos e diferentes
J
conte::' .
Ela é colocada aqui com claro e definido propósito de proclamar (kerys- Ivectativa do Cristo
50, euangelizomai) para o mundo perdido a mensagem de redenção
em Cristo, ser e estar junto a urna congregaç8_o dos redimidos.
A igreja continua a sua missão em obediência; urgência e vigi- 2, Implicações da Definjçâ
lância por causa da ruína do homem e a parollsii7 (Mt 10; Ef 6.10-20). Uma vez aue a lVIissic :=_ "-
Ela desempenha sua missão em gratidão à sua salvação, em alegria, seres humanos, com base Li. -~i.' .
louvor e ao mesmo tempo em humildade, debaixo da cruz. Está com- 'r'
textos espeClIlCos, 1'd'loma e
pletamente consciente e atenta do comando dado pelo Cristo vitori- i
O' da e rpcebirl
A
'po" tnrl
~ V c.. ~~.. - •••• -"-
ô.~
~ -!- ..I...
,'1
_1.._h •..• _~_
oso: "Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também ~ I/'.I'/! 1/ --." ',":
entre o ]à e o nao Eune::,
vos envio" (Io 20.21). O apóstolo Pedro diz: "Vós, porém, sois raça
estudos teológicos. ~vlissick:c::~
eleita, sacerdócio real, nação
_ santa, ~povo de proDriedade
_ l exclusiva
de relacionar o estudo de
de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos cha- nalr1Ura
.l' :.A" ~ 11'Un'i rnulltextn fOi" ,---- -
J....l. - '-- - -I,.. - "-' --- - - - - - - - - ...-
mou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe 2.9) . • " I l' I A '
obra: '- l \- 1, 1.
rompcl~'-a'-l"Ta "-'eto'r'ca
.1 '" 1. DOph,-.,
1.: '-"--.!..'-'."
~êlae a humana. Ou, nas pala- Missiologia é o estudo da ação misericordiosa e soteriológica para
..' .. :Evina e uma vestimenta hu-
com a hunzanidade através de seu Filho Jesus Cristo conforme revelada
.. :~L Deus; ela é colocada num
na sua palavra e recebida por fé através do poder do Espírito Santo - que
"\~ão testemunhando do seu
o próprio Deus, tendo visto sua criação decaída e condenada por causa
-',:er outro tipo de instituição do pecado do homem/ providenciou por seu Filho unigênito, enz sua
contexto humano (de ma-
. :=::rl imensa bondade, tomar sobre si mesmo os pecados de todos os homens,
~..mllmidade e fazer-se enten-
para dar-lhes vida eterna através da sua morte e ressurreição - de forma
"ninistério (Jo 1.14; Fl 2.5-11) que, incorporados na farnília de Deus e na comunhão dos crentes, dêem
'. :c ela por Jesus de ir a todas as testemunho da sua salvação até os confins do mundo, inseridos nos
?mbiente da igreja militante. muitos e diferentes contextos geográficas/ lingÜísticas e sociais, na ex-
.. t"ropósito de proclamar (kerys- pectativa do Cristo exaltado até que ele venha.
a mensagem de redenção
c.::·egacãodos
. u' redimidos .
. :....obediência, urgência e vigi- 2. Implicações da Definição
-: o parausia (Mt 10; Ef 6.10-20).
Uma vez que a Missia Dei é a ação de Deus em benefício dos
.:J à sua salvação, em alegria,
... ~e. debaixo da cruz. Está com- seres humanos, com base na palavra revelada dada em tempo e con-
.. ,C:ldo dado pelo Cristo vitori- textos específicos, idioma e contexto determinados para ser a enten-
~..Pai me enviou, eu também dida e recebida por todas as idades e contextos, e com implicações
- . .-. - diz: "Vós, porém, sois raça entre o "já" e o "não ainda" - isto faz da Missiologia o centro dos
J de propriedade exclusiva estudos teológicos. Missiologia é llma disciplina holística pelo fato
de relacionar o estudo de Deus comunicando sua eterna e imutável
~:üdes daquele que vos cha-
luz" (1 Pe 2.9). palavra num contexto em constante mutação. É tarefa da Missiolo-
gia estreitar a distância entre o "contexto original", o "contexto ime-
diato", e o "contexto transferido" da 1nalavra de Deus. Está relacio-
nada ao estudo do ato divino de trazer o supracultural com os di-
versos contextos culturais. Para este fim, outras áreas de estudo po-
dem ser úteis à Missiologia. Ao tratar-se da Missiologia que é uma
disciplina abrangente, perguntas que surgem às vezes são: "Como a
. ie vida cristã, da trajetória Missiologia se relaciona com as outras disciplinas? O que uma in-
. ~e doutorado em Missiolo- forma a outra"? Ernst R. Wendland nos provê com algumas diretri-
_~e Fort Wayne, apresento a zes para clarificar o assunto:
- . :'ém, que não é completa, Nós precisamos usar as ferramentas providas por campos espe-
.. ",a me conduzindo na sua cializados como lingüística, inclusive análise de discurso, literatura
comparativa, retórica poética, antropologia cultural e sociologia.
Claro, muitas das pressuposições seculares e teorias modernas asso- mar Missiologia de reI .:>.:- :~ ~"
ciadas a tais disciplinas devem ser substituídas e/ou repudiadas. separadas de uma da c::: '
Mas os seus métodos básicos e descobertas são muito úteis, proven- siologia do seguinte mc.::~
do uma estrutura de contextualização dentro da qual um exemplo Missiologia é, da
particular da Bíblia - uma única palavra (por exemplo, chesed) ou sob a qual todas as discc
um livro inteiro (por exemplo/ O Cântico dos Cânticos) - podem ser blica, sociologia e lingiii:-:
observados de maneira melhor corretamente interpretados.B de Deus de Ilbuscar e sal~'"
Alan Tippet tem uma descrição abrangente das dimensões de l/razão para existirll. As:-!:'- _."
Missiologia que pode ser resumida em quatro partes: Teologia, An- de salvar) pode ser entel1d,,~ '
tropologia, Comunicação e Estratégia (Tetsunao). Segundo a sua teo I,oglcas,
. como a " eSSe71Ci.'::
A '
definição, a Missiologia ocupa lugar central no estudo da Teologia. (teologia) e suas partes o: i ~:-,'
As demais disciplinas são circunstantes e servem à Missiologia. A Wilhelm Andersen e:,<:,
revelação divina foi dada tão somente para ser proclamada e com- deixa de ser igreja se não
partilhada com o pecador. Ela tem em vista a salvação dos seres gia se perder seu caráter :.~:::.:-
humanos. Porém/ se não é transmitida não pode atingir o seu objeti- "Teologia, compreendida (. ~ ,~.:
vo soteriológico, pois a Teologia não acontece no vácuo; ela é a co- existir do que acompanhar:::::, , _
municação de Deus ao homem. Assim, Antropologia; Comunicação, A tarefa, e ao mesmo te:",' ,
Estratégias, etc./ são servas da Missio Dei no sentido de que trazem cas hoje, é ir sempre ao COE':;! ,
questões e outros elementos humanos importantes à proclamação diretiva: "Qual é a relação I":.' - c
do Evangelho. dada como enciclopédia de c:" ,~;
Qual é/ então, o lugar da Missiologia como ciência ou disciplina a Santa Bíblia. Não é neutra. e :::-':,
no currículo teológico? Esta questão foi debatida por mais de um de morte para os que se peL~:::-:','
século, e eu não tenho nenhuma intenção de trazer aqui uma solu- vida para aqueles que são :::=:
ção para o caso. Porém, é importante notar que ela não pode ser continua:
uma disciplina periférica aos estudos teológicos e às atividades da ... as sagradas letras n: : ,,' c
igreja. Missiologia é a corda que liga todas as disciplinas teológicas. pela fé ern Cristo Jesus. Toá: ' .~':
Não se pode estudar Teologia Sistemática, História da Igreja, Her- para o ensino, para a reprec:::= .
menêutica, Teologia Prática, Litúrgica, sem se estudar Missiologia. justiça, a fim de que o hon::
Missiologia é o raisol1 d'étre da teologia. "Permeia" todas as discipli- habilitado para toda boa obr.' ~-:-
nas e é ao mesmo tempo independente delas. Uma vez que chama-
mos a Teologia de rainha das disciplinas teológicas, podemos cha-
14 BUNKOWSKE, Eugene W. "Trends I;-
1, May 93, p. 16.
15 BOSCH, David J. TrnnsfoJ'lIling Ivl!s:'.
13 WENDLAND, Ernst R. "Cultural and Theological Specificity in Lutheran Missiology", in Missio Books, p. 494.
Apostolica, vol. III, 111'. 1, May 1995, p. 21. 16 Idem, Ibidem, p. 494.
.. Ees e teorias modernas asso- mar Missiologia de rei das disciplinas teológicas. Não podem ser
, ..:·stituídas e/ou repudiadas. separadas de uma da outra. Dr. Eugene Bunkowske descreve Mis-
. :"tas são muito úteis/ proven- siologia do seguinte modo:
ientro da qual um exemplo Missiologia é/ da perspectiva bíblica/ mais como uma IIgalinhall
,"ra (por exemplo/ chesed) ou sob a qual todas as disciplinas teológicas - inclusive a antropologia bí-
.:'J dos Cânticos) - podem ser blica/ sociologia e lingÜística - vivem/ movem e têm o seu ser. O desejo
:,:nente interpretados.13 de Deus de "buscar e salvar o perdido" (Missiologia) dá à teologia uma
..'rangente das dimensões de IIrazão para existir". Assim Missiologia (desejo gracioso de Deus e ação
~~'-luatro partes: Teologia/ An- de salvar) pode ser entendida como a "cola" que une todos as disciplinas
. ~,c iTetsunao). Segundo a sua teológicas/ como a "essência central" de todo IIconhecimento sobre Deus"
::rLtral no estudo da Teologia. (teologia) e suas partes ou disciplinas.H
~:::-s e servem à Missiologia. A Wilhelm Andersen escreve: !IDa mesma maneira que a igreja
:::-}Jara ser proclamada e com- deixa de ser igreja se não for missionária/ teologia deixa de ser teolo-
~-- vista a salvação dos seres gia se perder seu caráter missionáridl•15 Ou como diz Gensichen:
-ão pode atingir o seu objeti- "Teologia/ compreendida corretamente/ não tem outra razão para
c .:.~mtece no vácuo; ela é a co- existir do que acompanhar criticamente a Missio Deill•16
~"'ültropologia,Comunicação/ A tarefa/ e ao mesmo tempo desafio para as disciplinas teológi-
~'. i no sentido de que trazem cas hoje/ é ir sempre ao coração da palérvra de Deus com a pergunta
:- lmportantes à proclamação diretiva: IIQual é a relação com a 11/1issioDei?'/ Pois a Bíblia não foi
dada como enciclopédia de convicções e práticas religiosas/ mas como
~~.:tcomo ciência ou disciplina a Santa Bíblia. Não é neutra e estática em seus resultados: É cheiro
~ ~L debatida por mais de um de morte para os que se perdem; aroma de Cristo ou fragrância de
de trazer aqui uma solu- vida para aqueles que são salvos (2eo 2.14-17). O apóstolo Paulo
.~ "Cotarque ela não pode ser continua:
:c"clÓgicose às atividades da ... as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação
~~'asas disciplinas teológicas . pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e Útil
. . -leal História da Igreja/ Her- para o ensino, para a repreensão; para a correção, para a educação na
:;ern se estudar Missiologia. justiça/ a fim de que o homem de Deus seja peifeito e perfeitamente
Permeia" todas as discipli- habilitado para toda boa obra (2Tm 3.15)6).
~~._~.elas.Uma vez que chama-
... ?s teológicas/ podemos cha-
14 BUNKOWSKE, Eugene W. "Trends In Missiology Today", in Missio Apostolica, St. Louis, voI. I, m.
1, May 93, p. 16.
15 I30SCH, David J. Trnnsforming Mission- Pnrndigm Slzifts in Tl1eology ofMission. Maryknol: Orbis
.~.t.· in Lutheran Missiology", in lVlissio Books, p. 494.
16 Idem, Ibidem, p. 494.
111. DESAFIOS PARA A MISSIOLOGIA LUTERANA DE HOJE gia Luterana, do qU2~ ::~L' ~
que continue como cr",":c: ~
Levando em conta as muitas e diferentes teologias de missão e 6. A Missiologia L~:':C:~"
tendências no mundo de hoje! as constantes mudanças do contexto tizando os ensinamen:=::, ::- _
humano e o crescimento dos estudos culturais e antropológicos, re- namento entre a dou::::- c :' _
laciono abaixo alguns desafios para a Missiologia Luterana sem qual- cerdócio Universal de t=:: '
quer intenção de ser exaustivo e prover respostas para os mesmos. 7. A Missiologia lu:::, ..
1. A Missiologia Luterana tem a tarefa de deixar a Bíblia, Lutero de Missiologia não coe:
e as Confissões luteranas falarem sobre os fundamentos e a motiva-
pensamento e prática r::~::-:c,:'~~
ção para a Missio Dei. Estes precisam estar no centro de nossa fé e informação úteis e nece::,::,:,
prática da Missiologia hoje. mesmo tempo, as Socied~:::" -
2. Para a Nlissiologia Luterana, o diálogo e a prática missiológi- am estar contentes com c ",:"'- .:-.
) necessitam ser analisados à luz dos três solas de Lutero - sola
ca hoie
bém em contribuir para ê; :ç "" ,
gratia, sola lide, sola Scriptura. íntima com frentes de mi::::0:= _~
3. A Missiologia Luterana vê a Missiologia como uma disciplina 8 A Missiologia LuteLo:" ,_',
abrangente, não limitada a disciplinas seculares, mas que faz uso processo da globalização c'. o :,
das descobertas científicas básicas como ferramentas para comuni- com alegria a evolução de :::~:::
cação do evangelho, desde que permitidas pela palavra de Deus. nas que dizem respeito a FO: ~c: q
4. A Missiologia Luterana faz distinção clara entre a missão pri- entre as igrejas luteranas ?:
mária da igreja e seus vários objetivos ou funções (adoração, educa- da IELB e o Concílio Lute?:' ,
ção, serviço, comunhi'io, testelm.mhof serviço, administração). Ten- 9. A Missiologia Lute?:' o
"humana", dos "mercadejadoresfl do evangelho (2Co 2.17), e do jogo cantena f arma. li? (T'lppet::'. - c:-~'_
de números que tantas vezes se pratica na missão. Para a Missiolo- 10. A Missiologia Lute:::
gia Luterana, a mensageIn da cruz é e continuará sendo escândalo e te a mudança do centro de:::,: . -
loucura para os que se perdem, mas poder de Deus para a salvação atual e redefinir sua descl'l: ~~
de todo aquele que crê (lCo 1.18-2.5).O Cristo crucificado, ressurre- missão da igreja. Missão r~.. _
to e vitorioso Salvador continuará o centro da pregàção da Missiolo- de missionários a terras .
18 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA
--------------------------------ARTIGOS
~:A LUTERANA DE HOJE gia Luterana, do qual ela não arreda um milímetro sequer - ainda
que continue como ofensa ao "sábio e entendido deste século".
--entes teologias de missão e 6. A Missiologia Luterana precisa continuar examinando e enfa-
c:Ltesmudanças do contexto tizando os ensinamentos de Lutero com resDeito
l ao estreito relacio-
: _~~Llraise antropológicos, re- namento entre a doutrina e prática do Ministério Público e do Sa-
.:~iologiaLuterana sem qual- cerdócio Universal de todos os Crentes.
- _ --espostas para os mesmos. 7. A Missiologia Luterana precisa '.,rer as Sociedades Luteranas
_::'~}de deixar a Bíblia, Lutero de Missiologia não como um preenchirnento de lacuna em nosso
- _~S fundamentos e a motiva- d·e pesqmsa
. e
pensamen t O e pratIca
/ ... mlSSlOnêIrlaj
/' mas como IOntes
r
dia-a-dia do cristão individualmente e da igreja como um todo ali volvida nas atividades_-:'::
na comunidade social e no contexto onde se encontram. A Missiolo- blicos com grande varie:,:::::- .:c
gia necessita continuar desafiando a igreja no (re-)direcionamento em nossa casa. Eles ceE;c=-,'::-:' ':c -
de seus investimentos de finanças e recursos humanos na obra da em minha vida e me alL.-:'.':·'
missão. Por exemplo:17De acordo com uma pesquisa, mais que 90% chamado ao ministério e:", ~~,- -
de todos os missionários estrangeiros e 87% de todas missões fun- Tendo experimentacL ','~:':
dadas ainda estão sendo alocados para o obra missionária em países fico maravilhado com a <:'~'.,' ,
onde 60% ou mais das pessoas já se identificam como cristãos. Em de todos os pecadores, dê'. :'. ,
contraste, menos que 1,2% de fundos para missão e obreiros estão Acredito que a Missio Df; r:~::-,.' : .-
sendo enviados para as 1,3 bilhões de pessoas que vivem nas partes A confissão de Martinho L',.:::-:'
menos evangelizadas do mundo. Isto levanta uma pergunta crucial nau minha. própria confiss~, --
::' u' ,
sobre o desequilíbrio de recursos e a necessidade de recolocá-los mais me. remIU ... para" que eu c::: ~'-::--:
.
estrategicamente . reIno, e o Slfva ...
11. A Missiologia Luterana necessita tomar em consideração a Após a formatura no::e-' ::' '-:
mudança do mapa religioso mundial. Em séculos passados o Cristi- comissionado para iniciar 2, :':' .0 o ~
anismo era visto como superior ou exclusivo em relação a outras capital do Ceará, costa do nc:' - -é ~:::
religiões. Hoje, os clamores por liberdade religiosa em vários países ximadamente dois milhões.~:::
vê o Cristianismo apenas como outra entre tantas" fés". ado com uma maravilhosa. ê::': '::.::
Diante desses desafios pressentimos a Missiologia Luterana bas- ambiente luterano no qual i.::-c :::
rente da minha cultura de u.. :...:::,
tante ocupada ao longo deste novo século; acessando, refletindo, se
çoando nosso ministério e ré.:' " ..
expandindo, provendo diretrizes e sendo o ponto referencial na Mis-
tornaram o bom fermento, c: =-:'..•.,.-
sio Dei como esteve ao longo do tempo. Nas palavras de Newbigin:
"A igreja deve em cada geração estar pronta a renovar sua tradição Após oito anos naquele: _ ~:" -
sob a luz da palavra de Deus," ao programa de mestrado 5 'T ::
Wayne. Aqui fiquei pouco m :'.:::-" _
de Deus, alguns dos quais es: "..
IV. MEU LUGAR COMO ALUNO E SERVO DA MISSIOLOGIA Tendo completado os e:: :',': ' :
chamado para servir na miss ~., -,
te do Brasil, Recife, que tell'L:'-:':: c,
" -=da igreja como um todo ali volvida nas atividades da igreja. Devoções familiares e estudos bí-
. :.2 se encontram. A Missiolo- blicos com grande variedade de hinos e canções era uma constante
,==:reja no (re-)direcionamento em nossa casa. Eles certamente exerceram uma grande influência
~-=.::ursoshumanos na obra da em minha vida e me ajudaram a decidir ir para o Seminário e ser
,",:.1110. pesquisa, mais que 90% chamado ao ministério em 1978,
~ e 87% de todas missões fun- Tendo experimentado bênçãos sem fim em minha vida cristã,
.,obra missionário. em países fico maravilhado com a obra da Santíssima Trindade em benefício
:2:i.tificam como cristãos. Em de todos os pecadores, da minha família e de mim pessoalmente.
~.'é1.ramissão e obreiros estão Acredito que a Missio Dei me encontrou e me preservou na fé cristã.
:'25soas que vivem nas partes A confissão de Martinho LuteIO no Segundo Artigo do Credo se tor-
.e-;anta uma pergunta crucial nou minha própria confissão também: "Eu creio que Jesus Cristo ...
, .::essidadede recolocá-los mais me remiu ... para que eu lhe pertença! viva submisso a ele em seu
•. I1
reIno, e o SIrva...
.0 ~ tomar em consideração a
:2, Após a formatura no Seminário Concórdia da IELB (1978) fui
séculos passados o Cristi-
-=-~-~-l
comissionado para iniciar a missão da igreja na cidade de Fortaleza,
-= :lusivo em relação a outras capital do Ceará, costa do nordeste do BrasiL Esta cidade tem apro-
.. ~e religiosa em vários países ximadamente dois milhões de habitantes. Ali fui ricamente abenço-
-=~-':retantas "fés". ado com uma maravilhosa esposa e três filhos, Vivendo longe do
ambiente luterano no qual fora criado, numa cultura bastante dife-
Missiologia Luterana bas-
. S "o
o .::olJ; acessando, refletindo, se rente da minha cultura de origem, Deus compensou a saudade, aben-
çoando nosso ministério e reunindo alí um rebanho de Héis que se
. ~.:-'o ponto referencial na Mis-
:--..:
as palavras de Newbigin: tornaram o bom fermento, comprometidos na Missio Dei.
n ta a renovar sua tradição Após oito anos naquele lugar Deus me chamou como estudante
ao programa de mestra do (S.T.M.) no Seminário Concórdia de Fort
Wayne. Aqui fiquei pouco mais de ano, sendo ensinado pelos servos
de Deus, alguns dos quais estão hoje junto a ele na igreja triunfante.
S ERva DA MISSIOLOGIA
Tendo completado os estudos do programa de mestrado, fui
chamado para servir na missão de Deus em outra cidade no nordes-
te do Brasil, Recife, que tem mais ou menos a população de Fortale-
',.é1.torzeirmãos e fui chama-
za. Ali vivemos uma experiência mista que consistiu em reestrutu-
- . :.' :,'eiseram cristãos compro- rar uma congregação antiga, atuar em sua escola para deficientes
. ~e mantiveram a família en-
auditivos e atuar na expansão missionário. em duas pequenas con-
gregações em subúrbios distantes da sede. Era trabalho desafiador,
c :~'e Lessons and an Unfinished Task", tremendamente abençoado e gratificante, mas roi interrompido de-
pois de dois anos por um chamado que aceitei da Escola Superior de
Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 21
I
_"-RTIGOS-------------------------------
Teologia do Instituto Concórdia de São Paulo (um dos dois Seminá- temente que a família ter:' ~-c
rios da IELB), onde tenho trabalhado desde 1991. Nesse Seminário, nutrida na palavra e treiL'_-.:
em sala de aulas, em companhia dos colegas da faculdade, em ativi- tem chamado.
dades missionárias com os alunos, o Senhor tem alargado meus ho- Toda a glória pertence :- e.
rizontes na Sua missão.
O Programa de Doutorado em Missiologia tem sido uma bên-
ção e um desafio para mim. Tem me ajudado a reunir e relacionar BIBLIOGRAFIA
meus conhecimentos e práticas prévias de missão com novas áreas
de pesquisa na Missio Dei. Tem fortalecido em mim a compaixão
BOSCH, David J. TransfoJ'
pelo que a Bíblia, Lutero e outros pais luteranos escreveram e con-
of Mission. MaryknoL .'.;'~ - .
fessam sobre o lugar da família na Missio Dei. Tem me forçado a
pesquisar áreas novas no estudo de Missiologia. Tem me ajudado a BUNKOWSKE, Eugene \\-. -=-~o:
ampliar a compreensão da Missio Dei a partir da pesquisa de campo Apostolica, A Journal (:+ T': o' ~
relatada, que buscou saber sobre a prática e as implicações da mis- voI. I, no. 1, May 1993 ~-:.---:
são da igreja no e através do lar no contexto nordestino, especifica- BUNKOWSKE, Eugene \Y. ~~c'.
mente no Ceará e Fortaleza. Tem sido o objetivo da pesquisa saber Missio Apostolica, voI. 3 :0.: -
como ocorre o processo da proclamação do evangelho através dos FRANZMANN, Martin. Se'::'
laços de família, parentesco, compadrio, vizinhança e demais relaci- Lutheran Church - Misso_.o_~
onamentos em Fortaleza. Ênfase tem sido dada ao estudo do povo e
da cultura da região, à experiência ministerial do candidato e à re- KOLB, Erwin J. "Confessing ::-:: o
cente pesquisa de campo ali desenvolvida. in Concordia Journal, Sail-.: -:... _
Continuarei sempre aluno e servo na Missio Dei. Oro para que KOLB, Erwin J. "The Five C>~:-
Deus possa continuar me guiando nesta tarefa; que esta pesquisa Christian Witness" irL\~."
possa ser uma grande ferramenta: útil na missão de Deus em Forta- 1994, pp. 75-82.
leza. Oro para que Deus continue me usando como seu instrumento KOSCHADE, Alfred. "Luthc:
no Seminário em São Paulo - treinando servos de Deus que irão
Lutheran Quarterly, ed. 1L::c
compartilhar o evangelho entre os diferentes contextos culturais no pp.224-39.
Brasil e em países onde o Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)
está presentemente comprometida no trabalho de missão. Sou grato PREUS, Robert D. "The Ccr:.;-c:--:--. -
a Deus por ter chamado meu filho mais velho a começar seus estu- ch", in The SpringfieldEi' -':. -
dos no Seminário em São Paulo neste mês de fevereiro passado. SCHERER, James. "Luther 2:-.:
Minha família e eu somos gratos a Deus por nos proporcionar tantas tial", in Misso Apostolic -".
oportunidades para estudo da sua palavra na igreja e em casa, em SCHERER, James. "Luthel?:"
companhia de outras famílias em suas casas, e podendo comparti- Lessons and an Unfinisl-.e.:' -:-.:
lhar o evangelho com parentes, amigos e vizinhos. Acreditamos for-
1, May 1995, p. 15.
22 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA
-------------------------------ARTIGOS
c-~:-' Paulo (um dos dois Seminá- temente que a família tem seu lugar na Missio Dei e necessita ser
:~esde 1991. Nesse Seminário, nutrida na palavra e treinada dentro do propósito no qual Deus a
'.. ~legas da faculdade, em ativi- tem chamado.
~2nhor tem alargado meus ho- Toda a glória pertence a ele somente.
VICEDOM, Georg. The Míssion of Cod - An Introductíon to a Theology sou para 110 milhões de ê<. _
of Míssion. Saint Louis, Concordia Publishing House, 1965. estar beirando os 130 mill-.,~::: o ~ - .
WENDLAND, Ernst R. "Cultural and Theological Specificity in Lu- para a igreja cristã brasileiE" ~_:::
theran Missiology", in Jvlíssío Apostolica, voI. 3, no. 1, May 1995, característicos de uma rea.~~,~ ..~
pp.20-29. especial, também, para a ISl":::.? -=-'
que, com características ber::'.l".~ "-
terras brasileiras, propõe-se ,: ,
nos, orientada pelo seu lernê ~.::
Como IELB não temos r::'.. ~~
nos. Nossas congregações c:::~.?~~_
dos da zona rural, ou seus ce~ ~:::
dades. Na verdade, a igreia ,~c .::
dades, especialmente nas :::e~. c ~
instâncias secundárias; isto éj por instâncias de livre escolha dos indi- exus e pombas-gira 53.'== =-. ': .
=
víduos, na atualidade, especialmente a televisão. Cada vez mais per- são enfrentados e pos l':~~_-:~ : C:
dem importância as agências de socialização primária: família, igreja, Também precisa 5e~ :'.:
estado e a própria escola. Já na sociedade industrial/urbana esta sociali- urbano, por trás dessa re_:..:::~.__
zação torna-se secundária, isto é, fica na esfera da escolha pessoal. Ou religioso, há muitas care:'.=.: C.
seja, educar o indivíduo não é dar-lhe um quadro de valores, mas torná-lo que clamam por soluçãc
livre para escolher. A visão de vida e de mundo fica no campo da esco-
lha pessoal. Ouve-se; inclusive; o depoimento de muitos pais que não
querem batizar seus filhos sob o pretexto de que eles devem escolher REFLEXÕES PARA CO.\fPRE'<=
sua religião quando crescerem. Assim; todos os valores, também os IGREJA NA CIDADE
religiosos, ficam na esfera da escolha pessoal, subjetiva. Não há um
compromisso com a comunidade social como um todo. O conceito é Valemo-nos, também
mais ou menos este: a igreja é para rezar, a escola é para estudar, o que busca algumas categC'::~_~='-:-
trabalho é para trabalhar. Assim, religião tornou-se um assunto priva-
a cidade e formular um FI': ..:::c:::
do, que tem a ver com escolhas pessoais. E os critérios são, novamen- reflexões são, igualmente. ===':-
. ::
te, subjetivos. Não existe mais uma verdade religiosa. Segundo Bene- 1) Público e privado. De .__
:· :'
detti, a verdade religiosa passa pela hermenêutica da situação. O que catolicismo, a religião está :-~. C: ~ ~::
vale é o gosto pessoal, a satisfação pessoal, a esfera íntima, a sensibili- ticam a religião na esfera f a=-='
=' .
dade (pode ser uma igreja, mas também pode ser o shopping center).
a fé cristã para suas prátiC?c5~:_. :.
Isto também explica o fenômeno do trânsito religioso pois, no
cas (igreja, ou religião! é um:': =:..
conceito popular, todas as religiões são boas e contêm verdades. A
tece o que se poderia cham2.::,:'";
verdade não é monopólio de ninguém. Giorgio, Paleare, em O Deus
fazem da religião uma e5cC':':".::::
Fragnzentado, dá exemplos desse trânsito religioso numa favela de
do de escolher uma religiã.c =-"':-:
São Paulo: "O político de hoje me garante alguma coisa, eu voto
lhe r uma parte das crenças o::- :'. :-
nele, a religião me ajuda, então esta é a religião boa para mim". Ou aI), ou da escolha de elemen:.:: -:-:
ainda: "Era da Igreja Católica, passei pela umbanda e fiquei crente
turados segundo o gosto \.é', , __ ~
por dois anos. Agora faz seis meses que não freqüento mais nada. a um sentimento intimista. Sç~=::
Mudei de católica para crente porque queria resolver um problema . . .
Não foi resolvido nada. Saí". e sem compromIssos com 2,: - .-=--=-
,-,'-=ias de livre escolha dos indi- exus e pombas-gira são controlados, domesticados; na cura divina
-':21evisão. Cada vez mais per- são enfrentados e postos fora de combate.
-_.::':'lçãoprimária: família, igreja, Também precisa ser dito que, por trás deste contexto religioso
. _ 'ndustrial/urbana esta sociali- urbano, por trás dessa religião subjetiva, por trás de todo o trânsito
, esfera da escolha pessoal. Ou religioso, há muitas carências, sofrimentos e ansiedades humanas
"!(Idm de valores, nzas torná-Ia que clamam por solução.
.~',mdo fica no campo da esco-
~',entode muitos pais que não
~J de que eles devem escolher REFLEXÕES PARA COMPREENDER E ORGANIZAR A AçÃO DA
:Cldosos valores, também os IGREJA NA CIDADE
:'2ssoal, subjetiva. Não há um
__' como um todo. O conceito é
Valemo-nos, também, de reflexões do Pe. Alberto Antoniazzi,
--:::':n'!a escola é para estudar, o
que busca algumas categorias de análise para compreender melhor
_... tornou-se um assunto priva-
a cidade e formular um programa de ação pastoral urbana. Estas
-.:: E os critérios são, novamen-
reflexões são, igualmente, importantes para a IELB.
c . : :de religiosa, Segundo Bene-
1) Público e privado. De um modo geral, mas especialmente no
c:,-:-.c-,enêuticada situação. O que catolicismo, a religião está na esfera privada, ou seja, as pessoas pra-
'~. _ ,0,L a esfera íntima, a sensibili-
ticam a religião na esfera familiar e paroquial, mas não" transferem"
. -:.-.. pode ser o shopping center).
a fé cristã para suas práticas profissionais, políticas, sociais ou técni-
30 trânsito religioso pois, no
, ~_.•..boas e contêm verdades. A cas (igreja, ou religião, é uma coisa; o dia a dia é outra coisa). Acon-
tece o que se poderia chamar de privatização da religião. As pessoas
_ ." Giorgio, Paleare, em O Deus
fazem da religião uma escolha pessoal. Não simplesmente no senti-
, c, religioso numa favela de
do de escolher uma religião bem definida; mas no sentido de esco-
c _::?,nte alguma coisa, eu voto
lher uma parte das crenças e práticas de uma religião (adesão parci-
, - ~ .:_.-eligião boa para mim". Ou
al), ou da escolha de elementos e fragmentos de várias religiões, mis-
,. c_,:ela umbanda e fiquei crente
turados segundo o gosto do consumidor, ou da redução da religião
_' .~.:2 não freqüento mais nada.
a um sentimento intimista, sem manifestações coletivas ou públicas
. :.,:eria resolver um problema.
e sem compromissos com a coletividade.
2) Rural x urbano. Não se deve aceitar facilmente os conceitos de
Inudança decisiva no papel
o
"rural" e "urbano" como universais e absolutamente válidos. Não
- c.-.lir mundos de sentido, dar
- . :S, fornecer certezas) - trans- há "leis" rigorosas que regulem a passagem do rural para o urbano.
- os incertezas e em resposta
No caso do Brasil precisamos estar atentos à velocidade do processo
:_2111Ônios são as incertezas. de urbanização, que faz pular a população das cidades de menos de
.'S eleitos. Na umbanda, os 13 milhões em 1940 para cerca de 110 milhões em 1991, enquanto a
angústias e anseios pessoais. A religião é escolhida (ou abandonada) éis, mesmo que ela possa se E'.:::- .'-::
não sob a pressão da sociedade ou da tradição, mas a partir da expe-
das dos conteúdos objetivos 6: c: ::.
riência vivida. O ser humano urbano não se preocupa com a doutri-
b) A pastoral - em suas ,:~:'-::~
na pura. O que vale para ele é a sensação de bem estar. Se isso é
quética, social ...) - deve estar ,':c::' ~c~
verdade, Antoniazzi questiona a ação pastoral da igreja, cuja ênfase
totalidade, evitando acentuar:",'
recai sobre a "reta doutrina" e sobre a "disciplina". Ele conclui: "A
juízo de outros.
pastoral do meio urbano, de hoje e de amanhã, deve partir da subje-
tividade, da valorização da pessoa, logo, do reconhecimento do plu- c) A pastoral deve oferece: c .
ralismo, da participação. lecer uma ligação entre sua fé '" :
30 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA
------------------------------ARTlGOS
-:::milhões no mesmo período, 2) Na passagem do rural para o urbano, mudam também a con-
, ,.,:-conseqüências é que muitos cepção e a experiênciasocial do espaço e do ternpo. No mundo rural, a
, c:eram no campo e estão mar- população vive a maior parte do tempo em contato com a natureza.
- ,.::'.)rovavelmente não será con- O momento de encontrar-se com outras pessoas é o momento da
socialização, do sentir-se gente. Assim, os encontros religiosos do-
,::bana é evidente também no minicais também vão ao encontro da necessidade natural das pesso-
as de se encontrarem. Inversamente, o ser humano urbano vive uma
~2. Antoniazzi, a grosso modo,
-:.. :radicionais são urbanos (no multiplicidade de contatos e de relações durante os "dias úteis" da
semana, submetido a um ritmo stressante. No "fim de semana" não
_,:- contam com alta porcenta-
procura mais o encontro, a comunidade, a massa; prefere mais a in-
::~~crana" (p. 82). Diante disso,
- c ' ~:,-toralna cidade, ao invés de
timidade, o refúgio tranqüilo, o afastamento dos outros. Na socie-
dade rural a igreja é o centro de convergência. Na grande cidade, a
-=~-:.-, nível humano ou cultural, igreja é um dos muitos "serviços" que a cidade oferece.
d) A pessoa não se realiza a não ser no relacionamento com ou- A PRESENÇA DA IELB ~',~~
tras pessoas. A ação pastoral deve promover esse relacionamento,
levando em conta a realidade social da cidade e das pessoas. Missão urbana, a E '-.::
2) No nível do grupo. Antoniazzi afirma que há comunidades e
movimentos que procuram orientar toda a vida e atitudes dos seus
membros (comunidades pentecostais). No outro extremo estão os
católicos afastados da prática religiosa de qualquer comunidade ecle-
sial. Mantêm contatos raros por ocasião de batismos, casamentos ...
Entre os dois extremos, além de outros grupos específicos, está a
grande massa dos praticantes, que reduzem o contato com a comu-
nidade eclesial à missa dominical. Diante desse quadro, o desafio é:
a) Melhorar a qualidade das celebrações litÚrgicas dominicais. ~ - -. -.-...
37.256.599 60 + 37 75 15.426
2 Fontes de pesquisa: IECE 96 (populaç50 das capiL1is brasileiras) e estatística 1997 (informações da
IELB).
estes problemas?
1) A pastoral urbana é uma pastoral para leigos, nos quais é 6) Elaborar o planejamerc :~ ~
preciso acreditar e investir: a) Nível 1: Visando a prer.c.:c ~.o.
a) Não somente na esfera da paróquia ou da família (privado); b) Nível 2: Visando o en\'c.'> ==-=-2
b) Mas testemunhando Cristo e vivendo como cidadãos com- e no bem-estar da cidade.
prometidos com o bem social geral;
c) E assumindo seus papéis na sociedade (público).
2) Comparar as sugestões de Pe. Antoniazzi para elaboração de
um programa de pastoral urbana, no nível da pessoa e do grupo,
com os principais objetivos e metas do PEM (Programa de Evange-
lização e Mordomia Cristãs).
3) As informações estatísticas da IELB mostram que o PEM tem
tido boa aceitação em pequenas e médias cidades, bem como na zona
rural. Já em vários centros urbanos maiores o programa não tem
tido o mesmo sucesso. Será que esta realidade está ligada à visão
dos líderes ou à falta de um melhor planejamento do trabalho nos
centros urbanos maiores?
4) Se é verdade que nas grandes cidades as pessoas não têm
muita preocupação com a tradição, com doutrina pura, mas estão
mais preocupadas em solucionar seus problemas e seguir uma reli-
gião que lhes proporcione satisfação e bem estar pessoal, pergunta-
mos:
34 Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA
--------
--------------·------------------ARTIGOS
157.079.573
a) Como devemos estrutura r o trabalho da IELB?
37.256.599 = 23!71 %
215.000 b) Quais são as melhores estratégias de abordagem das pessoas?
15.426 = 7)7% c) Quais são as melhores estratégias de integração das pessoas
660 na congregação?
540 d) O Projeto Macedônia seria! portanto! uma boa estratégia de
75 = 13!80% abordagem?
5) Escrever a história da nossa cidade e a história da nossa con-
gregação na cidade:
~-:-~:\.-\L DA IELB NAS CIDADES a) Quais são os problemas da cidade?
= ~5 GRUPOS) b) Que ajuda podemos oferecer para amenizar ou solucionar
estes problemas?
_-~~oralpara leigos! nos quais é 6) Elaborar o planejamento da ação da igreja na cidade:
a) Nível 1: Visando a preparação da congregação;
_~:ruia ou da família (privado); b) Nível 2: Visando o envolvimento da congregação na salvação
--i\-endo como cidadãos com-
-= e no bem-estar da cidade.
- ~: -:iedade (público).
"'"ntoniazzi para elaboração de
:-: nível da pessoa e do grupo!
-, ~.I PEM (Programa de Evange-
Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA
35
ARTIGOS--------------------.------------
Pretendo aqui trazer algumas reflexões. Mais do que afirmarl A CIDADE SOB O OLHAR DE . <
jas que vieram" de avião/' trazendo na mala a proposta bem defini- sobrenaturall e que são corrente
da de trabalhar ao lado dos operáriosl migrantesl ex-agricultoresl mais tradicionais, quase pré-cnp:::. -.
comunidades de periferia, enfim o homem ao mesmo tempo agente ões de seguidores o que se dá, é i'.
e vítima do processo de urbanização. Atenta para este fenômeno, a regiões e cidades mais desenvoL-:'," .
Mircea Eliade no livro O ~:
dois conceitos (sagrado e o F:'. ~''':
1 Pastor da IELB em Florianópolis, Se. Formado em Jornalismo (1992, Unisinos), Teologia (1993,
Seminário Concórdia) e acadêmico do curso de Ciências Sociais (UFSC). Trabalho apresentado no
Fórum de Missão Urbana da IELB em 17 de junho ele 2000, em Novo Hamburgo, RS. 2 Reginalelo Praneli é professor ele sociolc::c
'1"" ,. 7; : cn'
mundo, situações existenciais assumidas ao longo da história. Se- rlaO-} e<"gloc,v.
gundo ele, o sagrado precisa ser entendido: 'visibilidade social slto I\?:,_-
5 - Portanto, é o "outra coisa"(ganz andere). Nesta lógica as cul- cal' outras . Jforma,c;
.. -
da, no sentido que l'vlax Weber atribuiu a esta palavra; ela prescinde do de trabalho era
apelo ao sobrenatural. Suas instituições, sellS governos, mercados, escolas, f'lcredit0va~cp
" v'
/71'P locrn
h, -I, '--''-, ~1
- ,,~__ ' (.~v
meios de comunicações, tudo é não-religioso. Não há um espaço indispen- Vimos tm.cassarCi!l .J
sável para deus nos lnais importantes momentos da vida quotidiana. O saúde! o tra!1sporte
modelo ideal do novo homem e da nova mulher da nova cidade é um modelo mento. l'vIas
'<ou1i1i'c(f,-,
ri" fJ ! y~~vL..:. _~V
l.-·~V",
1!vb(lií(O
-~, . v, v_i
t'lOp!!d,117""a~'o
'>,
r /1'
mmlllaS
3 o filósofo Roberto Romano, professor da UNICAMP, articulista da FSP, prefacia urna obra históri-
ca, Da Liberdade do Cristão, de Lutero, publicada pela UNESP em edição bilíngüe. Neste seu texto .. ~ diesae1
coso 1::, ./
/'17
.:J!lPl1te atingidos pelo processo de ças nas re!açoes de trabalho 710 campo as
'7pido, esta cidade, já o disse, éa trabalho nlfo~eS17eci(llizados
I da
, : sua civilização é desencanta- mia crescimn, ri própria soclcdaue
.. i' a esta palavra; ela prescinde do •
de - 1)
traÍJalilO era requenao" .. A'jncla, que a
, ,'_,~ ~:;e1iSgovernos, rnercados, escolas, acre d'ztava-se que . lOgo
i .,
ízaverza,
o
. ;:oso. Não há um espaço indispen- vÍnlos fracassarern todos os planos de
,,'zomel1tos da vida quotidiana. O sall~d'
.e, ° rrri/7,sporte,- coletivo,
" a
ullzer da nova cidade é um modelo mento,lvIas tmnbém há
d a popu!açao
,-, liJ'üana de .
rl)OpzlJaça-n
, .I-L- to+nl
l,,~r,-, d'nc
J !-{-!L.'
L.. ririnr/o'·
l-'n_~~~",-t:..-u.
fa,mílias brasileiras
'c articulista da FSP, prefacia uma obra históri·
. c:.",UNESP em edição bilingüe, Neste seu texto Ç05. E desde já 71ão terno
.J-~"t"-d t'i )1" II -:--. ;-:..c::\
.e/h OJLC "cal. 1-" Lvi
Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANil
".-~,c _. .
91 a 96 ficou na ca~?:-CC
percebeu metade dos nasciITLe~-. ~: :
a lctentida- crescer maIS,
atentas a que as pessoas estzio _.
sé} trata- Vocês concordêC"C:
id_erlti~ illOS a If fazer" nÚssó c
l'
ms- são! até porque
sirnbólicos evangelizar~ é a sua e5:=~~-:_'
lhando-se em Cristo.
congregações do
nas cidades, O
no mundo (ecleslolc'gi? -
l 1a GlSCUSSan
lJma arrlD ,. --
1 • "'i 1,.. ••
pel SOCIal e pOlltlC() rle5L~
atividades seculares.
var o mundo; para ir CYc.
os Estamos chegando.
bUÍII10S para que os
, ,
na terra; a
n-in1eir-"
t 1..•..
,..:10
LI ,,__
,_ j L •••..1. .•
a nossa própria crítica
() trabalhador zas; tal\Tez fruto das rLC>::·=,2
liturgia; [:S
cidade a dulo; puxaram de um e:<lc::-_- .
/ .
COisa se (ill/ r10 Illlll1rrlO; tivermos consciência
estreita, C 1Jrbariâ. Basta idéias fomos treinados
é1I1alisar os ( corrtirl1.1a= sociedade brasileira e se
fi CàlYlt.JC)S,
l. g:ados e
C.J certos pontos! entrarernc
toclos os a arquitetura; a forma- no anonimato,
Se de taf-o qUJ'sa",,,,, r,"
~ .1. ~ J .. _~ ••••.•.J...J __t._·'-..-': '~ ~~
-r"lJOP
corn {)ÇlT
~ ~\ aHg~~nol "i1~1-;"7--~
;::;_~1cH1LCc
40
1lox (~'ONCORDIilI'..;rA Vox CONCORDIiiNA.
---------. ----ARTIGOS
nas cidades, Ele é 91 96 f' ('. ~,~ ~,.-:J,~ ,-,,~" ~ ,-1- n'~ '-;:;n -.~n~~~ 1
a lC,jU_ na llnv C~L~;lll.l:jarlnOllrtem a
LaSa. u.t" 1...::...;1 LelitOf ele!
urbano percebeu . d d '. ,., ., r-.. . ,
meta e os 1l_aSClme11tc:se CrlJltC:S (10 110550 l00\/00 UêDOlS.
-" se ela cjJu_er
.
reClrperar a ide11tida- • , •• r
crescer maIS! precIsa canalizar esrorços nas ".
ur!Janasf pOIS e ,a 'i '
Igrejas, atentas a que as pessoas estão se 5
não só trata- Vocês concordarão
rlell-i começare-
_-~l~nas
irtstitllições sÊic~iderlti- tE:n'lC)S fÓrl.lllS de ITlÍS-
errrpresas c115- - t" " . ~., ....,.-. "-' .' 1 ...-
I' --'/.".-
sao, a ..e porqlle Igreja seULn~üssao
r" ••.••• :- T-:-v-,..-
evange 1zal, e a Sl1,t essenClCL Ul1.,ctVeLo CiLUIUUJlUU q1..tea l..L.LD, espe-
- ,,!,"?
l\tlssaOí rlO serltlOJJ ete
•.••...-:i-,.....,..~.!-:-..--~...--J "'" _ ,.." T"'[71 TI
lhando-se ern Cristo; quer servir e procurou fazer isso até hoje nas
polítIca Oll congregações do interior, bastaria entrar corn este IneSl1lO espírito
ri-:ç. ~c; r<or(·p-.lpt~mo"'J -
- ...u t..~_,__ I.
t. tJ ....
!..~ ••...t_ ..:...:..
..'...l. ..!.. na' ('idarie~Lh V D~o1:·!tJnl;-:.-
_<....1 -- .i 1 LL
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....1-\707
G LGL. ~"•.--,
TI:::;nri.~S.8 c'r-'!-rl("'PYir';1n rir.1çrl"P~.""
-'-:......
U-,-",-, ~-'j---, ..,,~.,,~.t''3A,,---," G_c -o.:..-)a. t. --~
ql.le Iaz e~xlgerl- uma ampla discussão de nossa compreenscio em torno do nosso pa-
Gll cuJtural.
pel social e político nesta nação brasileira., Ncio se trata de priorizar
erll. parte,. satista- atividades seculares, Simplesmente assumir~se no mu.ndo, para sal-
Sêtl1110d_o d_elidar com
"\'a1"o
.L m'U'1u-n
'- ..•.. 1
-'-"f 1 '~..I.._- ll"
Dc'll"'r-1 •~ ('nnTr;~ , ----'-- (')
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EstalYl.OS cllegando élOS 100 arlOS ill.stitlIiçàtJ. ql1.e coritri-
'bu]/mo"
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~..!..c_Li ns, b"''1S1·bi1·\~j<:O
1 ........•..... 1.U,_ - --".•.......•..
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"':-:..-'<....1--...:...l.1. ...-_ ..:. -'-"_",--..I..uC1.:..l.I.. •...•......
dulo, puxaram
l de um extremo ao outro o no mundo". Se não
-=·()Sse fec11a ()tl; llJJ rrLÍrârrlo!
tÍ'vermos consciência de qlH2 ~ f(;TrrlCl f01TtOS forrn,ad_os; à ltlZ de que -
ltrbarlâ. Basta •1ae1as
1/· f'ornos t,'~ d" ",.- "-. ;~"O:" ~,~L -'·r.lr'~-1- ~ ~~.nl;, ~ ~
leu la ,o", iJafn ct "Iru;:,bo.u,L o,jLJ \..','LtCH:llLebàHetLi.SarrlO" G _
e gozar a
cstarrH}S 1108 di=
, .
va que se t1eseJIyola no {s_"
l-7Ública
Na ver(lcuiei eles
1//)""'j' l--lCu, C
pu n·:r-/-nr"lí) ....• ~_A_~.L:·
LOLL: bG LOfLbt:
Por exemplo, (i
se cottzüortar
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) se fetn quando
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quando se lJixarn lllonz
Nosso ponSaVell?Zen te pelo
nas ruas e
pode- '11,~j'L'OY
I i--l--I
i'':;';/'I~
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se refere a
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ó" >.] •••• d.u"
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llox l~ONCORDIAI\IA
1JJYlâ lógica de sua intimidade;
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e an'7ar ~'l·
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va que se
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quando se pI:rarn
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menor idéia de que
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senl 7)iSibi~
e objetos eu/u preservaçllo
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cidadonia, -p, e
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ARTIGOS-----------------------------
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pagar por esta espécie de acesso privatizado ao espaço privado construído ~pessoas tan1Derri
eeollndo IJ" Y'lndoio
v ó !.-" ,; U L-l-
(f,', 'Je"(Vt' "'ih7>n
l-U tu/V lyU /-"L Vd-CU. portarrler~to g.u_€
nhamos uma
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próvria o.
igreja católica do aggiorrlalTleIlto
~U deixou de procluzír al-
gZl11S desses importantes as pessoas podimn periódica e ritual-
rílO l1istórico 11ão con:~e
ISSO recorro a 1.1111Otl tl"C: ": ::--
111e11-re (e o ritlLal1nente é futLâanzental)
_I (luarecer,
l' se i
t1nresel1tar se represen-
f .. - ., I • , . .c donça; professor
"ar: as prOClssoeSj as rezas vesperalS; as !a0í11nJu7s e terços; as grandes jestas
paroquiais, Não bastasse; o rito sem nenhuma pompa e etiqueta do q.lle fez llrrLd sigrtifica'
, " ••
carOtlCZS1110 COl1 tetnpora
/," 'J:' "
neo JOl) le!?}1 ao c(u1n vez lnazs. d'~es ln. teressal1 te. A etz-. ça; em seu_texto /1
Jno histórico no B
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f .,., ae
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uma mesma ' "
etiqueta que se jonnam ,. /
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z entzaaae.." são d_o protesta11tisr.cLc l-~~~
-
Ç.)uanâo
, J
C{lua
,.
liIll jaz o que quer, ou o que amar que /l1e seJCimms vantaJoso, 1 '7' . , dade. Pelo fato
DellS e COIYLa
o que é pior, não há f1osszbi:id,7(!e se ter referências para (l auto-expressão
públíca do indivíduo, a lii!W representação destrói a virtualidade da
outra, numa relaçfio perversa que ., só pode levar o homem à solidfio.
,
\TO. Basta reparar ria erlC'··
Dre se eriterlo_eITl
Acredito que o homem que hoje busca a religÚIo está também e princi- J,
nup
~1 pie
.•"'-''-' ou \...-~·~·~III
010 PYOCI"" l'prnnl1drw
""'~. 1~_.It...0r'\/I}-"}-""'-! r'
"t- ~/,,,,\..Y!l1eYOilJ1"n
Li',1"} ,ól.-·j.. "/.Y~·'-' "i07'
('1'11 L-o- ~ •...• II(1Uerl sou7 Onde
~ { •
--------~
44 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIAJ"!Jl
---------ARTlGOS
rellglOes e
a abrigar os 1~11tir[10S \Titoriar~J)s Cll1e serrtT)re terao rerrla- trabalham COIn
ft2Scentes, ele tln1a boa
dlIra rililirn.etrican"-~el-
e dos órgãos qlle ai11da ceIe-oram , Bach e ITlanter o grtlFiQ cce:- .._
~nelallTllllla
Stlgere a liberdad~E"--
elrt eS-Olflttlais
co:rryu_11jdades l restritas e I011yeo o risco de sofrer
de ct-· ,".'
. lspersas geograrlcamente ~-
nele. ::Jao COrI1tl- No entanto;
nidades ClIios li11icos , lélCOS
~ sào a tradicã.o orecaríarrle11te n1artti=
;, .L
daI ela sllrge COn-L(}
(1;:1
"-'"--~
- P?;-- P(1)Pf?-.
-"-'r --y_. _._•..~.,....-... ~ .•..'-~u -~ ° pspírito
"hr~l1vel·l1·bern':"ld-c> --. ---"- o'n
-.
estará ~oreserLtey;;
.. (p, 16)
os ielbiar10s rlão se reSllrftarl1 a /I con=
e arnarltes de tlr(iél boa retórica d_e púJpito e crrrlfin
Ó n']c>
1L_ ••......
~ •• , •..••...
cele}Jran1 Bacll e Ha:rtdel.f1
meSill.O (ILle
e desunião, atrEfvés dela o ser
e perceben- de [)eu_s, J/(J cristãc: p
.rlorflerl1 m,oc'lí2rrUJ CCirrLOalglléul C()rrlllITla íde11tidade fragiliza= sa ser red_escoberto,
nr'pfprú111
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hC)l";:j lhr'~r ~c:>rn nufc>re'~er
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F!"pi"d~-
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__ ct
~O~'p05t~'1i(:':~~1;~
a~l~~~:]
1tida de5 Íl~,~ze:5~~~~~:t'~;~r:~:~i~~1~1~~;O~~,d~~i~~i~.~~~[:orna -5e urna
celetn?,ç30 111ó\7el' fcrrnad,q e trarlsrornlada continualnenLe eln rela.ção às rorrnas pelas quais 50-
11 Roberto Ron-lano, 110
IDOS ]'epresentacLr5 ou nos sisterúas culturais que nos rodeiaiTt. (.,,) /J..~ identidade
unific:ida. segura. e cc~erente é unta fantasia. fi
12 Beck, Nestor. SI)ciedndc 1.: .:......
Vox CONCORDIANA
Vox COJ.VCOR.DI.AIVll
-(C p-~_. p --,I •...•.-..-J
:-".~. 'ê Q ~
~lldu pa~'-C_In _tirar uesn-: <
a czaaae
desertia e
contrados. II cada
+orfr:c -, ;:~-""n (j' --
t-{ yil--i0 jU.!!i!!-Zs
[1;::; ",te LU
Jnei1l e ela
-
. ..- I. ~;..·t
r1íYP/1'71'(1 , P
__
170/,'1
•. ",L-", t-
Q,P
k-,,-,
E l1este sentido
o Brasil e seus
tes esvacos
, , IvÚblicos
einbom cada
1/ej(l!lZOS
J I ele UlIZ CO! I
J1lClS- ,
laeão,' os catolicisl1'lOS. , o
Assim; no
al.I 1983) criatn-se
71í'ic,:
t7celera- VVv/
tâneia e (l lil"urçria
o
A1 {-, ;; .í;..;..:(' l-': rt7~~
-1'1 f--
e, ljilSe v {/OinlL-(!, eSdl Lei'"
vro~ grupo. E isto reduz
C01IlO sen- lHO de seus 1nernbros.
l'.Jão é na
dotaíto de
." -<
oci/-/-" 1'a"I'." Hv
•.. l-.•• r~1 "'1'
r:c ,,! /7Íc
A.-~t."L-'
f'"
~h.J
- 1 '
çao e sOüre as quals
48 Vox CONCORDIANA
modelo reliçioso
o
C':JrrHJ a de Leisrdg,. aSSll= de dar se;izt!'do c'oJ71pleto à ItleSnzo l)or-
órfàc1s e d~es- ",
que o sentlao
d,a 'd' -,
cz ' nele rU70 e rell/510SOI
'" !f]';rn -oyt~nfa_
",l-",[ •..,v l l-- i V)