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SUPLEMENTO TEOlÓGICO

PALAVRA AO LEITOR p.3

TRIBUNA.
Paulo W. Buss
,
Segundo Slmposlo InternaclOnal de Lutero
~9
~ .:.
J~I
:.:. ~.:...;: p. 5

ARTIGOS
A Missão de Deus .:. p. 9
Leonardo Neitzel "", - "
A Igreja na Cidade :~..r. :~..::.:.~ p.25
Reinaldo M. Lüdke
As Portas da Cidade ,. •.; "..••...•.,
Augusto Kirchhein
Barnabé ·..·
Reinaldo M. Lüdke
· · l ~ ,~ p. 60

LITURGIA

DécimoLitúrgica
Dança Culto Cantate. no ICSP "' ~ ...•~~;/
'!t1L ,. :~
..................•...................... ..!./..•... ~ p. 87
p. 69

MÚSICA
~..f......•........... p. 101
A Oração de Habacuque ......•.................................................................
Meu BomJesus, Eterno Rei L./
tr::·:L p. 102

LIVROS RECEBIDOS c. ..;. ~; ::; p. 105

No. 15' ·/ANO 15 • No. l' • 2000


INSTITUTO CONCÓRDIA
DE SÃO PAULO
EDUCANDÁRIO OFICIAL DA IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL

Ano 15 • Número 1 • 2000


.-\

o tema geral que pre,j


da Vox Concordiana é miss?c -
reflexões sobre o assunto
VOX CONCORDIANA - SUPLEMENTO TEOLÓGICO são de Deus"). Os outros ~. .. _._
tarefa da pastoral urbana e ~. ~.
tir sobre a missão urbana er:-
Revista teológica semestral publicada pela naldo M. Lüdke (JlAlgreja L?=~:-' ::
Congregação de ProÍessores da Escola Superior de Teologia uma diagnose da atuação
do Instituto Concórdia de São Paulo.
banos brasileiros. Os nÚme: - ~ -=-

relevantes para as congrep;~::~ --


Editor nas. Com base em uma obr?, .~::
DeomarRoos Kirchhein faz comparações :C::?-=
pistas para uma pastoral m':.'., ..
Congregação de Professores nabé"), o rev. Reinaldo ~1. L'.:: -:--
Ari Lange, Cláudio L Flor,
desenvolvimento da miss?c, .... __.~-:
David Coles W., Deomar Roos,
Erní W. Seibert, Leonardo Neitzel, Outros eventos que oc:"-::
Paulo W. Buss, Raul Blum. reflexos nesta edição da Fc: __=: .. '
seção Tribuna, tece coment?~~-~. ~~ _
Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores.
donal de Lutem. O prof. R2'.:~ ::.
as mensagens do Culto CalL<-=- -'- .
Por fim, dois arranjos music~~ .:' -= :

ACEITA-SE PERMUTA COM REVISTAS CONGÊNERES da congregação, além das se:' < -
mero da Vox Concordiana.
ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA Ao leitor, boa leitura:
INSTITUTO CONCÓRDIA DE sAo PAULO
Caixa Postal 60754 " 05786-990 São Paulo, SP
Fone: (11) 5841-7652 fi Fone/Fax: (11) 5841-7529
E-mail: icspest@uol.com.br

Ano 15 e Número 1 III 2000


Vox CONCORDIANA
ao:
o tema geral que predomina nos artigos do presente número
da Vox Concordiana é missão. O prof. Leonardo Neitzel contribui com
R~ ~" reflexões sobre o assunto indicado pelo título do seu artigo (li A Mis-
_ I'lEMENTO TEOLÓGICO são de Deus"). Os outros dois artigos e o estudo bíblico enfocam a
tarefa da pastoral urbana e foram discutidos em reuniões para refle-
tir sobre a missão urbana em diferentes partes do Brasil. O rev. Rei-
- c,ublicada pela na Ido M. Lüdke ("A Igreja na Cidade") apresenta uma perspectiva e
~, :<.a Superior de Teologia
,ce São Paulo.
uma diagnose da atuação das congregações da IELB em centros ur-
banos brasileiros. Os números e conclusões das suas reÍlexões são
relevantes para as congregações da IELB, principalmente as urba-
nas. Com base em uma obra de um cientista social, orev. Augusto
Kirchhein faz comparações, reflexões! questionamentos e aponta
- -::Professores
pistas para uma pastoral urbana da IELB. No estudo bíblico ("Bar-
., L. Flor,
nabé"), o rev. Reinaldo M. Lüdke enÍoca o trabalho de Barnabé e o
c -·,1ar Roos, desenvolvimento da missão urbana na cidade de Antioquia.
<do Neitzel, Outros eventos que ocorreram na EST também deixam os seus
,,1Blum.
reflexos nesta edição da Vox Concordiana. O prof. Paulo VI. Buss, na
seção Tribuna, tece comentários sobre o Segundo Simpósio Interna-
. =-:,a.bílidade dos seus autores. cional de Lutem. O prof. Raul Blum compartilha a ordem litúrgica e
as mensagens do Culto Cantate em celebração aos 52 anos do ICSP.
Por fim, dois arranjos musicais inéditos e a dança litúrgica para uso
. ~.E\'ISTAS CONGÊNERES
da congregação, além das seções tradicionais, completam este nú-
mero da Vox Concordiana.
.-- :=:t TEOLOGIA Ao leitor, boa leitura!
::::-, DE SÃO PAULO
: - '--"90 São Paulo, SP
::'ax: (11) 5841-7529 Deomar Roas
... com.br
Editor
~~<LetO 1• 2000
Vox CONCORDIANA 3
SEGUNDO SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE LUTERO
Paulo W. Buss

"Comunhão e Separação no altar do Senhor". Sob este tema re-


alizou-se/ nos dias 19-23 de julho de 1999/ o segundo Simpósio In-
ternacional de Lutero promovido pela Escola Superior de Teologia
do Instituto Concórdia de São Paulo.
Lutero dedicou muito tempo e muito espaço em seus escritos à
doutrina da Santa Ceia. Afastando-se do conceito predominante em
sua época que via a Ceia como um sacrifício que nós oferecemos a
Deus/ Lutero/ numa verdadeira IIrevolução copernicanall/ restabe-
lece a perspectiva teocêntrica que percebe o que Deus faz por nós
neste meio da sua graça. Dessa maneira/ só podemos nos aproxi-
mar do sacramento com fé para receber o que Deus ali nos quer
oferecer. Vindo com fé/ diz Lutero, "sentirás quão alegre e opulento
banquete de casamento e regalo teu Deus preparou para ti sobre o
altar.1I (OS IA35-6)
Lutero sabe que a Santa Ceia é o l/sacramento da comunhão/
do amor e da l..mião//. Não obstante/ foi justamente essa doutrina
que ocasionou algumas das maiores polêmicas e rompimentos em
que se viu envolvido. Primeiramente/ Lutero teve que tomar posi-
ção e se distanciar do ensino católico romano sobre o sacramento.
Em seguida/ vieram à tona as diferenças com os entusiastas e re-
formados. É bem conhecido seu debate com Zwínglio no Colóquio
de Marburgo/ em 1529. Diante dessas polêmicas/ é preciso ressal-
tar que Lutero jamais buscou a polêmica e que ele era avesso ao
sectarismo. Mas ele certamente concordaria com Hermann Sasse
de que na igreja de Cristo lia busca da verdade e a busca da união
são uma só/ como na oração sumo-sacerdotal de nosso Senhor por
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TRIBUNA-----------------------------

sua igreja a petição à fim de que todos sejam um' está inseparavel- ca. Uma diferença básica na a._
mente ligada ·com a precedente 'Santifica-os na verdade'" (Hermann ficas, mesmo que não exp~:.::
Sasse, Isto é o Meu Corpo, trad. Mário L. Rehfeldt, Porto Alegre, Con- trar a profundidade do desa..:nI-
córdia, 1970, p. 249). O rev. Luisivan Strelo'..", ..::-
Os preletores do segundo Simpósio Internacional de Lutero se lho na Santa Ceia: Benefício e
aprofundaram nos escritos de Lutero sobre a Santa Ceia e explora- de Lutero sobre o sacrame-:'~ ---
ram o significado de sua posição e de seus debates para os dias atu- tando o doce evangelho prese- -
ais. O dr. Robert Rosin, da LCMS, iniciou a série de palestras do do a atenção para distorçõe-
simpósio falando sobre "Lutero, a Ceia do Senhor, e Roma". Enfati- apontadas por Lutero para eH-
zou a necessidade de interpretar as afirmações de Lutero em seu "O Princípio Escriturísricn .-:~
contexto. Visando tornar compreensível a polêmica de Lutero com
Roma, o preletor passou em revista o desenvolvimento da doutrina
Ceia" foi o tema desenvolYi~~ _ .
rana da Venezuela. Coles de:T'.or-
do sacramento do altar na Idade Média. Nesse desenvolvimento, sistente e fiel ao princípio esc:r:.
destacam-se idéias chaves como transubstanciação, concomitância, tólicos romanos e reformados - ~
comunhão sob uma só espécie, a missa como sacrifício. Quando ado secundariamente por ele
Lutero percebeu que a Santa Ceia é o evangelho, ele entrou em con- maneira, a realidade que se e..'1Cn
flito, de maneira progressiva, com estes conceitos medievais. Cada sacramento é bem mais comple
vez mais, a palavra, e especialmente as palavras da instituição se damental no emprego do prind":-
tornaram o centro da teologia de Lutero sobre a Santa Ceia. É nessa tinção entre lei e evangelho e
palavra que ecoa o evangelho: "dado e derramado por vós para re- to. O preletor concluiu afirmar--
missão dos pecados". pa lugar central e fundamental r
Na palestra seguinte, o dr. James Nestingen, da ELCA, abor- Lutero, todavia, empregou es:e r-~
dou o tema "Zurique e Genebra: Problemas da Reforma em Rela- guindo entre questões fundame:"-~
ção à Presença Real". Nestingen examinou as controvérsias com os O Prof. Albérico Baeske, da ~
reformados, identificando as divergências específicas entre lutera- sobre o tema" A Comunhão Esca:'iJ
nos e reformados. Para isso, delineou em primeiro lugar a contro- dos textos bíblicos de Marco:::>c..-=: __

vérsia com Zwínglio e suas conseqüências e, em seguida, os pro- ~com "um desdobramento COIT'
blemas entre luteranos e João Calvino. A questão da presença real auxílio de Martinho Lutero". Sa.....:
de Cristo na Santa Ceia revelou-se como um obstáculo intranspo- que vem no futuro já está pres
nível entre calvinistas e luteranos. Calvino estava disposto a afir- rica fonte de consolo para os a:-.~
mar uma presença real de Cristo na Ceia mas esta presença aconte- mesmo tempo, essa comunhão
ceria espiritualmente pela fé. Com Calvino, a questão também en- e concretos na vida do cristão :-.0 ~
tra na área da cristologia. Os luteranos respondem a essa contro- Uma reação às preleções c
vérsia com dois artigos da Fórmula de Concórdia: artigo VII afir- BRA. Ele relacionou o conteúd
mando a presença real e artigo VIII definindo a questão cristológi- da !ELB. Chamou a atenção par
6 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA
..-~
---------------------------------TRIBUNA

• : .'5 sejam um' está inseparavel- ca. Uma diferença básica na hermenêutica e presuposições filosó-
~~jca-os na verdade'" (Hermann ficas, mesmo que não expliquem toda a diferença, ajudam a ilus-
~. Rehfeldt, Porto Alegre, Con- trar a profundidade do desacordo.
O rev. Luisivan Strelow, da IELB, falando sobre "Lei e Evange-
, : ~io Internacional de Lutero se
lho na Santa Ceia: Benefício e Ofício" passou em revista os escritos
,_: :::obre a Santa Ceia e explora- de Lutero sobre o sacramento analisando conceitos centrais, ressal-
- c: :::eusdebates para os dias atu- tando o doce evangelho presente na Ceia e, por outro lado, chaman-
<cíou a série de palestras do do a atenção para distorções do sacramento e salientando as razões
C::3. do Senhor, e Roma". Enfati-
=
apontadas por Lutero para excluir pessoas da participação na Ceia.
c ?iirmações de Lutero em seu "O Princípio Escriturístíco de Lutero na Polêmica sobre a Santa
'_--e1 a polêmica de Lutero com Ceia" foi o tema desenvolvido pelo dr. David Coles, da igreja Lute-
:esenvolvimento da doutrina
rana da Venezuela. Coles demonstrou que Lutero, além de ser con-
_C:::.ia.Nesse desenvolvimento, sistente e fiel ao princípio escriturístico em suas polêmicas com ca-
-_':;-,.Dstanciação, concomitância, tólicos romanos e reformados, não deixou de ser também influenci-
-_':':;5a como sacrifício. Quando ado secundariamente por elementos da tradição e da razão. Desta
- c::-.'angelho, ele entrou em con- maneira, a realidade que se encontra nos escritos de Lutero sobre o
e ~~e5 conceitos medievais. Cada
sacramento é bem mais complexa do que às vezes se imagina. Fun-
'-;: 3.::: palavras da instituição se damental no emprego do princípio escriturístico em Lutero é a dis-
, _ -c:~-J sobre a Santa Ceia. É nessa
tinção entre lei e evangelho e a combinação de palavra e sacramen-
e derramado por vós para re- to. O preletor concluiu afirmando que o princípio escriturístico ocu-
pa lugar central e fundamental na doutrina eucarística de Lutero.
estingen, da ELCA, abor-
e: ~ '\
Lutero, todavia, empregou este princípio de maneira sadia, distin-
- :: ~emas da Reforma em Rela-
guindo entre questões fundamentais e aspectos menos importantes.
--u .ou as controvérsias com os
O Prof. Albérico Baeske, da IECLB, compartilhou suas reflexões
>':ias específicas entre lutera- sobre o tema" A Comunhão Escato1ógica'!. Iniciou com uma análise
- _ eln primeiro lugar a contro- dos textos bíblicos de Marcos 14.15 e 1 Coríntios 11.26 e continuou
:-cias e, em seguida, os pro-
e:
com "um desdobramento comunitário-pastoral dos mesmos com
_~questão da presença real auxílio de Martinho Lutero". Salientou que, na ceia do Senhor, aquele
_ • :~-_J um obstáculo intranspo- que vem no futuro já está presente para os comungantes, o que é
= : ~--ino estava disposto a afir- rica fonte de consolo para os angustiados e desesperançosos. Ao
= -:~?::11aS esta presença aconte- mesmo tempo, essa comunhão com o Senhor traz reflexos presentes
= .--:no, a questão também en- e concretos na vida do cristão no mundo.
-~ ~espondem a essa contro- Uma reação às preleções coube ao dr. Manfred Zeuch, da UL-
Concórdia: artigo VII afir-
~ e:
BRA. Ele relacionou o conteúdo das preleções com a realidade atual
- = :::-.:ndo a questão cristológi- da IELB. Chamou a atenção para diferentes estudos recentes empe-
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TRIBUNA-----------------------------

nhados em determinar o sentido do sacramento. Desafiou os pre-


sentes a levar a sério o contexto teológico em que \·i\-ernos e desta-
cou a necessidade de dialogar com a teologia atuallLa linguagem
que esta emprega. Fazendo referência aos estudos apresentados no
simpósio e a outras pesquisas! Zeuch abordou a quest2ícoda institui-
ção divina da Santa Ceia! a questão da presença de Cristo no sacra-
mento e os efeitos salutares do mesmo! e concluiu com uma anãlise A MISS_-\O
da relação entre palavra e Santa Ceia.
Um bom número dos cinqüenta participantes registrou a sua
avaliação do simpósio. Muitos destacaram o alto nível teológico das
preleções e sua relevância para a igreja de hoje. Visando disponibili- I. A MISSÃO DE DEUS
zar o rico conteúdo das palestras a um público mais amplo! quere-
mos publicar as mesmas em futuro próximo. Vale lembrar que al-
Para definir missiologia. e =- -=~
guns palestrantes retrabalharam e aprofundaram alguns aspectos
de suas pesquisas após a realização do simpósio. Deus a partir da Escritura e ~~:~.c ~
Além das palestras! cabe ressaltar outros momentos significati- Isto é o que tentamos fazer n.:::;. -: c ~
vos do simpósio. Um destes foi o culto de abertura em que foi pre-
gador o presidente da IELB! Rev. Carlos W. Winterle. Além disso!
devoções dirigidas pelo Rev. Paulo R. Teixeira deram início às ativi- 1. Missio Dei - Obra do Espint
dades de cada dia. Finalmente! os debates em grupos e em plenário
A Missio Dei é a obra di\-ír.? ?:. =

tiveram uma importância toda especial.


A Escola Superior de Teologia do Instituto Concórdia de São salvar pecadores e trazê-los F?.ê ::
Paulo planeja continuar promovendo futuros simpósios sobre a teo- IIPorque o Filho de Homem \-e==.: _s
logia de Lutero. A previsão é de continuar a realizar os mesmos a IIV'111d/I . d e QC
o! porem! a p emtu . =-==-.' ~
cada três anos. Desde já! incentivamos os leitores a planejarem sua do de mulher! nascido sob a
participação no próximo simpósio. Estamos convictos de que temos lei! a fim de que recebêssemos? :..=-.:
muito ainda a aprender com Lutero e que seus escritos podem ser- das três pessoas da SantíssirrL': -=-::-~--:
vir de motivação para refletirmos e para encontrarmos a direção a Rm 5.8; Jo 3.1-7)6). Esta obra ~~.' -=-=-i

seguir em relação a questões complexas que confrontam a igreja em por Martinho Lutero em sua e· -: .=.
nossos dias.
Apostólico: Deus! o Pai criot,:
mundo; e Deus! o Espírito Sal"'.::~::

1 Professor na Escola Superior de Teologi.' c

8 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


: .o,cramento. Desafiou os pre-
o::~co em que vivemos e desta-
:eologia atual na linguagem
, :'.:]5 estudos apresentados no
ê :·:Jrdou a questão da institui-

:ê',resençade Cristo no sacra-


e concluiu com uma anãlise A MISSÃO DE DEUS
Leonardo NeitzeP
~_-
.'irticipantes registrou a sua
_:"rn o alto nível teológico das
- ':,2 hoje. Visando disponibili- I. A MISSÃO DE DEUS
, ~_"Úblico mais amplo, quere-
,._-,,:imo. Vale lembrar que al-
.-_~iundaram alguns aspectos Para definir missiologia é necessário antes definir a missão de
:<mpósio. Deus a partir da Escritura e do papel da igreja na missão de Deus.
-.'.tros momentos significati- Isto é o que tentamos fazer nas páginas que seguem.
:'e abertura em que foi pre-
___:-\V Winterle. Além disso,
- -=- 2~\~eiraderam início às ativi-
1. Missio Dei - Obra do Espírito Santo
~~.~em grupos e em plenário
A Missio Dei é a obra divina através da qual Deus veio em Cristo
=~-,stitutoConcórdia de São salvar pecadores e trazê-l os para a comunhão com ele e sua igreja:
._~.iroSsimpósios sobre a teo- "Porque o Filho de Homem veio buscar e salvar o perdido" (Lc 19.10).
__
'.?ir a realizar os mesmos a "Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nasci-
. _:-leitores a planejarem sua do de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a
- ··-JS convictos de que temos
lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos" (GI4.4,5). É a obra
c::",.
- .-_.cseus escritos podem ser-
encontrarmos a direção a das três pessoas da Santíssima Trindade do princípio até o fim (d.
. ~'_:,e confrontam a igreja em
Rm 5.8; Jo 3.1-7,16). Esta obra da Trindade está claramente expressa
por Martinho Lutero em sua explicação dos três artigos do Credo
Apostólico: Deus, o Pai criou o mundo; Deus, o Filho, resgatou o
mundo; e Deus, o Espírito Santo santificou o mundo.

1 Professor na :escola Superior de Teologia, São Paulo, SP.

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 9


ARTIGOS-------------------·------------

A Santíssima Trindade é o começo bem como o conteúdo da o Espírito Santo de:-:.c=-=-<.- '-_
(Jo 20.22,23; At 1.8). Atr2'.2~
Missio Dei. George Vicedom chama isto de obra indivisível, "0 mais
alto mistério" revelado na Escritura: Deus envia o Seu Filho; O Pai e te do pecador e o traz à. ~c e::-_-
Filho enviam o Espírito Santo, sem dissolver a Trindade. Deus é ao através do uso da pala\T_'. :
verdadeira e na expecta tF ,c _-
mesmo tempo o que envia e o enviado. Em cada pessoa da trindade
Ao mesmo tempo o Espi:":=_ .~
Deus age em sua totalidade. A palavra Dei na frase lvlissio Dei de-
outros com um desejo arde:--
sempenha o papel de um genitivo possessivo e atributivo ao mesmo
(FC, SD, IV,8)0; Ap IVHl . ~_ -
tempo. Isto implica dizer que a missão de Deus é por natureza divi-
quenos cristas" para os OlC_ :-
na e pertence a Deus.2 Foi projetada e trabalhada pela oikol1omia da ser confessionais sem confe~ ~--
Trindade (Ef 1.10; 3.9).3
A Missio Dei é divina; também não permite a interferência do
homem. Acontece extra 110S! no sentido de que não permite qualquer
participação da parte do homem. Este é só o recipiente ou beneficiá-
2. A Igreja e a Missio Dei
rio da graça de Deus. Exclui qualquer tipo de justiça hurrtana (i.e. Martinho Lutero define .~
obra praticada por homens). Não pode ser manipulada ou domesti- tes e ovelhas aue ouvem a ,,- :=
-'-

cada por indivíduos em um contexto geográfico ou social específi- sua igreja pela obra do Espi',-: = _ ::::.

co. É "negócio" próprio de Deus (Os 3.9; At 4.12)! e seu caráter é são reunidos para formar a ,--"
universal por natureza (At 1.8; Mt 28.16-20). e o perdão de pecados atra','c:, _-.-_
Os méritos de Cristo, por causa de sua completa obediência ao congregatio sanctorum na q'_:,:u _ ~ :
Pai, são atribuídos ao pecador (justificação objetiva). É um ato de estar em comDanhia de De.o :-
-'-

pura graça (sola gratia) por Jesus Cristo (solus Clzristus), recebido so- Credo, 38, 45, 53, 54, 62). "(1:->:: .
mente pela fé (sola fide) (justificação subjetiva). Isto é claramente en- em sua pureza e os sacrac.C- - _
sinado através da Bíblia (sola Scriptllra). As Confissões Luteranas evangelho, ali está a igrejaU
descrevem claramente o "divino drama da redenção" de acordo com resultado e o propósito da _'~_::_::
a Bíblia (Rm 3.21-28; CAI IV; Ap, IV). rol a igreja é nada mais que '.=-=- _:-;::
A Missio Dei é revelada a nós através da linha vermelha que per- início ao fim permanece pc_.
passa de Gênesis, através do Livro da Lei, dos Profetas, dos Evange- a igreja de volta ao evangeL-: .
lhos, das Epístolas! até Apocalipse. Alcança seu cume na morte e volta a sua missão".6
ressurreição de Jesus Cristo. Acontece na expectativa da parolisia entre
o "já" e o "ainda não".
4 KOLB, ErwinJ. "Confessing the Faith
MO, October 1994, p. 357.
5 SCHERER, James. "Luther and Ivlissi: .
2 VICEDOM, Georg. Tlie Mission of God - An Introductiol! to n TlIeology of lvlissiol!. St. Louis, MO:
n, m. I, May 1994, p. 24.
Concordia Publishing House, 1965, pp. 5-7. 6 KOSCHADE, Alfred. "Luther on ",ris":
3 Irad.: "que desde o princípio do mundo tem sido escondido em Deus que criou todas as coisas por Iappert, ed., Philadelphia, 1965, p. :':'
Jesus Cristo".

Vox CONCORDL1NA Vox CONCORDIANA


10
------------------------------ARTIGOS

, 'd o da
_~.':-,
~eu o Espírito Santo desempenha papel fundamental na Missio Dei
,, ,._~, "o mais (Jo 20.22,23; At 1.8). Através do evangelho ilumina o coração e men-
.::..,. ~, "): O Pai e te do pecador e o traz à fé em Jesus Cristo; preserva-o na fé cristã
..." - - -,- Deus é ao através do uso da palavra e sacramentos; fortalece o crente na fé
[' ,
'oessoa da trindade verdadeira e na expectativa da parousia (terceiro artigo do Credo).
Irase
, • r'
iVliSSLO , Dez 'd e- Ao mesmo tempo o Espírito Santo aumenta no crente o amor por
. e I~tributivo ao mesmo outros com um desejo ardente e vontade de servir e fazer boas obras
" ~_',::e, por natureza d'lVl-. (FC SD, 1\1,8,10; Ap IV,141). Lutero enfatiza que os cristãos são "pe-
Dela
1
oikol107lzia da quenos cristos" para os outros. Robert Kolb diz: "Nós não podemos
ser confessionais sem confessar a fé'/.4
.. :-:1ite a interferência do
,.c não permite qualquer
- reci-oiente
" ou beneficiá- 2. A Igreja e a Missio Dei
justiça humana (i.e.
'''aniDulada ou domesti- Martinho Lutero define a igreja como o rebanho de l/santos cren-
.l
tes e ovelhas que ouvem a voz do seu Pastoril (AS/ XII). Ele reúne a
. -:' ilfico ou social específi-
sua igreja pela obra do Espírito Santo através da palavra. Os crentes
"'ct ,:1,.12), e seu caráter é
são reunidos para formar a igreja, na qual eles têm a palavra de Deus
e o perdão de pecados através da palavra e Sacramentos. A igreja é a
-." completa obediência ao
congregatio sanctorzmz na qual os cristãos têm todas as bênçãos de
,.:.:'

oD]ehva}.
1" \ E/ 'Um ato d e
estar em companhia de Deus e com o próximo (CA VII); CM/ O
·.·.5 C1zristlls), recebido 50-
. Isto é claramente en- Credo, 38, 45/ 53, 54/ 62). "Onde quer que o evangelho seja pregado
em sua pureza e os sacramentos administrados de acordo com o
,.:0,5 Confissões Luteranas
evangelho, ali está a igreja" (CA VII). A igreja é ao mesmo tempo o
'edenção" de acordo com
resultado e o propósito da lVlissio Dei. James Sherer diz: 'Tara Lute-
rol a igreja é nada mais que um instru.mento em uma missão que do
.c. ia linha vermelha que per-
início ao fim permanece por causa do próprio Deuslf•5 IfChamando
~ -=_ dos Profetas/ dos Evange-
a igreja de volta ao evangelho/ Lutero estava chamando a igreja de
::nça seu cume na morte e volta a sua missão".6
-=<cectativa da parausia entre

4 KOLD, Erwin J, "Confessing the Faith: Our Lutheran Vvayof Life", in COllcordia Joumal, Saint Louis,
MO, October 1994, p. 357.
Or lv1issioll, St. Louis, MO: 5 SCHERER, James, "Luther and Mission: A Rich but Untested Potential", in lv1issio Apostolica, vol.
n, m, 1, May 1994, p, 24.
~m Deus que criou todas as coisas por 6 KOSCHADE, Alfred, "Luther on Missionary Motivation", in Tile Lutilerall Quarterllj, Theodore G.
Tappert, ed., Philadelphia, 1965, p, 238.

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 11

11I
ARTIGOS---------------------------------

Tendo recebido perdão, salvação, liberdade, a Trindade Santa, Para Vicedom, nãc :-.0' _:- • ..:.

fé, paz, santificação e todas as bênçãos, os crentes são enviados ao "Deus tem que fazer tud ~
mundo com um propósito - ser testemunhas da salvação através do sempre, Deus só faz a su:,:·~·
Senhor Jesus Cristo; ser o bom fermento no mundo. O Espírito San- se torna um instrumentc'.
to cria a fé através da palavra e fortalece as testemunhas em sua fé e Martinho Lutero diz:'
testemunho ou confissão. A fé recebida é uma fé dinâmica, ativa, Nós vivemos na ter!',: ~-:
que confessa: aos outros. Caso contrárlc' ~:' -
A fé é obra divina em nós, que nos transforma novamente nos gera ção e nos deixar morrer (1:-:-." -
de Deus, e mata o velho homem, torna-nos pessoas completamente di- nos deixa viver aqui para c' . _.
ferentes no coração, ânimo, mente e todas forças, e traz consigo o Espí- fazendo por elas o que ele}2:
rito Santo. Oh! fé é coisa viva, diligente, ativa, poderosa, deforma que Do que foi dito cheg:,c:-:- :
lhe é impossível deixar de estar constantemente fazendo o que é bom. recipiente e difusora da salc -~<o .
Igualmente, afé não pergunta se boas obras devem ser praticadas, mas
nha um papel crucial na .\I:.=.:
antes que alguém pergunte, afé já asfez e está constantemente em ação
priedade de Deus a seu sec:~~' ..
(FC, SD, IV, 10,11).
missionária por essência e L'. __ ::-"
Chamada para participar na Missio Dei, a igreja é uma igreja
testemunhar o evangelho v.•.. ' .
que confessa (At 4.19,20; 5.29,32) ou proclama (At 5.42; 8.4), como é
não pode ser distraída por fu.T. ~ c c: ~ ~
também uma igreja que serve7 (At 4.32-35; 6; 11.27). Martinho Lute-
"A igreja é a portadora, m3.S ~'? .
ro diz: "Eu creio que Jesus Cristo ." é meu Senhor, pois remiu a mim,
a todos os homens. Ela pode s::: .:.'
homem perdido e condenado, me resgatou ... para que eu lhe pertença e viva
submisso a ele em seu Reino e o sirva ... " (CM/ Credo, 3-4). jamais ousar impor limites" ':.-=
A igreja e a missão têm sua fonte em Deus. Uma não é indepen- o evangelho, não tenho de "l-c: '-:"c:
dente da outra. George Vicedom escreve:8 obrigação; porque ai de mirr- :'-=- :- =

Se é verdade que Deus deseja a missão, uma vez que é ele mesmo A igreja ou é uma igreja que :,'. _:. .:ê

1uto. "A' Igreja


. so/.eXIste e \'1'.'",::'
, .-"
quem leva a cabo a missão, então a igreja só pode ser vaso de Deus e
ferramenta se ela se rende inteiramente ao propósito dele ... A igreja não mar outros ao arrependimec:. c: ~
é chamada para decidir se ela continuará a missão ou não. Ela só pode
decidir por si se ela quer ser igreja.
9 Idem, Ibidem, p. 116.
10 KOSCHADE, Alfred. "Luther on \Lcc
Tappert, ed., Philadelphia, PA, 1963.: _
7 PREUS, Robert D. "The Confessions and the Mission of the Church", in The Springfielder, vol. 39, 11 VICEDOM, Georg. The Missioll
m. 1, June 1975, p. 20. dia Publishing House, 1965, p. 37.
B VICEDOM, Georg. The Mission of God - AI11nlroduction 10 a Theology of Mission. St. Louis: Concor- 12 KOSCHADE, Alfred. "Luther on \L·.~
dia Publishing House, 1965, p. 6. Tappert, ed., Philadelphia, PA, 19V ~-.::.:

12 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


-----------------------------ARTIGOS

liberdade, a Trindade Santa, Para Vicedom, não há nenhuma dúvida de que na Missio Dei
: ' : s, os crentes são enviados ao
"Deus tem que fazer tudo". "Isto está fora de qualquer dúvida. Mas,
: :~'.'~m.has da salvação através do sempre, Deus só faz a sua obra na medida em que o seu mensageiro
-::'~o no mundo. O Espírito San- se torna um instrumento.9
- =.=e as testemunhas em sua fé e Martinho Lutero diz:10
:, ja é urna fé dinâmica, ativa, Nós vivemos na terra para nenhum outro propósito do que ser útil
aos outros. Caso contrário seria melhor para Deus tomar nossa respira-
· -::ilsforma novamente nos gera
ção e nos deixar morrer assi1l1 que batizados e começamos a crer. Mas ele
'- : 05 pessoas completamente di-
nos deixa viver aqui para que nós possamos levar outras pessoas a crerj
, 's forças, e traz consigo o Espí-
fazendo por elas o que ele fez por nós.
,- :diva, poderosa, de forma que
Do que foi dito chegamos à conclusão de que a igreja, corno
. ' ':emente fazendo o que é bom.
recipiente e difusora da salvação (resultado e propósito), desempe-
:.75 devem ser praticadas, mas
nha um papel crucial na Missio Dei. Está em missão sempre; é pro-
_:: " está constantemente em ação
priedade de Deus a seu serviço buscando e salvando pecadores. É
missionária por essência e natureza. A missão primeira da igreja é
_ ,':'0 Dei, a igreja é urna igreja
,,'~'JClama(At 5.42; 8.4), corno é testemunhar o evangelho da salvação através de Jesus Cristo. Ela
, -= : :'-33; 6; 11.27). Martinho Lute- não pode ser distraída por funções secundárias. Corno diz VicedomY
:eu Senhor, pois remiu a mim, "A igreja é a portadora, mas não a mestra desta mensagem dirigida
. para que eu lhe pertença e viva a todos os homens. Ela pode se colocar a serviço do reino mas deve
=.'\1,Credo, 3-4). jamais ousar impor limites a ele." O apóstolo Paulo diz: "Se anuncio
'= -=~~'Deus. Urna não é indepen- o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa
- _ : :='-e:3 obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho" (lCo 9.16).
,':~ o uma vez que é ele mesmo
j
A igreja ou é urna igreja que proclama ou não é uma igreja em abso-
, .~só pode ser vaso de Deus e luto. "A igreja só existe e vive enquanto está ocupada sempre a cha-
'_-"ropósito dele ... A igreja não mar outros ao arrependimento e trazendo-os à fé"Y
, -.' missão ou não. Ela só pode

9 Idem, Ibidem, p. 116.


10 KOSCHADE, Alfred. "Luther on Missionary Motivation", in TlIe LutlIeran Quarterllj, Theodore G.
Tappert, ed., Philadelphia, PA, 1965, p. 236.
- :'2 Church", in TlIe Springfielder, vol. 39, 11 VICEDOM, Georg. TlIe Mission of God - An Introduction to a TlIeology of Mission. St. Louis: Concor-
dia Publishing House, 1965, p. 37.
of Mission. SI. Louis: Concor- 12 KOSCHADE, Alfred. "Luther on Missionary Motivation", in TlIe Luthemn Quarterly, Theodore G.
Tappert, ed., Philadelphia, PA, 1965, p. 232.

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 13


---
ARTIGOS------------------------------

A igreja tem duas cidadanias: a divina e a humana. Ou, nas pala- Missiologia é o est._: -
vras de Vicedom, tem uma vestimenta divina e uma vestimenta hu- com a humanidade atl'Cc-_C
mana; é s1li generis, comprometida com Deus; ela é colocada num na sua palavra e recebidr ~-_
contexto cultural, geográfico e social. Não testemunhando do seu O t' .' L/IlP'i'"
nro'pr['O __ tel~.i,-,~-:; - Ll--;jl d ..t.-L. •." ~~'.

Deus, ela se torna nada mais que qualquer outro tipo de instituição do pecado do hotnem,L' .' L .

social no mundo. N8_0testemurJ'tando em contexto hurnano (de ma- imensa bondade, tOl11i7r":".
neira contextualizada a entender sua comunidade e fazer-se enten- Ivara dar-lÍles vida etemo ,:
der), não sendo incarnacional em seu ministério (]o 1.14; FI 2.5-11) que, incorporados na
ela perde seus ouvintes e a tarefa dada a ela por Jesus de ir a todas as testemunho da sua
nações (Mt 28.19). O mundo é o meio ambiente da igreja militante. muitos e diferentes
J
conte::' .
Ela é colocada aqui com claro e definido propósito de proclamar (kerys- Ivectativa do Cristo
50, euangelizomai) para o mundo perdido a mensagem de redenção
em Cristo, ser e estar junto a urna congregaç8_o dos redimidos.
A igreja continua a sua missão em obediência; urgência e vigi- 2, Implicações da Definjçâ
lância por causa da ruína do homem e a parollsii7 (Mt 10; Ef 6.10-20). Uma vez aue a lVIissic :=_ "-
Ela desempenha sua missão em gratidão à sua salvação, em alegria, seres humanos, com base Li. -~i.' .
louvor e ao mesmo tempo em humildade, debaixo da cruz. Está com- 'r'
textos espeClIlCos, 1'd'loma e
pletamente consciente e atenta do comando dado pelo Cristo vitori- i
O' da e rpcebirl
A
'po" tnrl
~ V c.. ~~.. - •••• -"-
ô.~
~ -!- ..I...
,'1
_1.._h •..• _~_
oso: "Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também ~ I/'.I'/! 1/ --." ',":
entre o ]à e o nao Eune::,
vos envio" (Io 20.21). O apóstolo Pedro diz: "Vós, porém, sois raça
estudos teológicos. ~vlissick:c::~
eleita, sacerdócio real, nação
_ santa, ~povo de proDriedade
_ l exclusiva
de relacionar o estudo de
de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos cha- nalr1Ura
.l' :.A" ~ 11'Un'i rnulltextn fOi" ,---- -
J....l. - '-- - -I,.. - "-' --- - - - - - - - - ...-

mou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe 2.9) . • " I l' I A '

gla esuenar a QlSlanCla entre:


diato", e o "contexto transfe~~_c .
nada ao estudo do atodi"\ .. _
H. O QUE É MISSIOLOGIA versos contextos culturais P
dem ser úteis à MissiologicL .~..
I. Definição ~isciplina
1.., ~ ~lb'-anr.-ente
(~b nl"rc':'-·-.
1. f.t-'~-Cu"---- -- ..
.,.If' . l' "
lV11SS1010g1â se relaCIOna cc;:;
Do estudo da Bíblia, da experiência de vida cristã, da trajetória
forma a outra"? Ernst R.
ministerial e dos estudos no programa de doutorado em Missiolo-
gia no Concordia Theological Seminary de Fort Wayne, apresento a zes para clarificar o aSSDJltc':
seguinte definição da Missio Dei. Sei, porém, que não é completa, Nós precisamos usar a:-,
mas em processo assim como Deus continua me conduzindo na sua cializados como lingÜística, iL=.. c

obra: '- l \- 1, 1.
rompcl~'-a'-l"Ta "-'eto'r'ca
.1 '" 1. DOph,-.,
1.: '-"--.!..'-'."

14 Vox CONCORDIANA Fox CONCORDL4NA


------------------------------ARTlGOS

~êlae a humana. Ou, nas pala- Missiologia é o estudo da ação misericordiosa e soteriológica para
..' .. :Evina e uma vestimenta hu-
com a hunzanidade através de seu Filho Jesus Cristo conforme revelada
.. :~L Deus; ela é colocada num
na sua palavra e recebida por fé através do poder do Espírito Santo - que
"\~ão testemunhando do seu
o próprio Deus, tendo visto sua criação decaída e condenada por causa
-',:er outro tipo de instituição do pecado do homem/ providenciou por seu Filho unigênito, enz sua
contexto humano (de ma-
. :=::rl imensa bondade, tomar sobre si mesmo os pecados de todos os homens,
~..mllmidade e fazer-se enten-
para dar-lhes vida eterna através da sua morte e ressurreição - de forma
"ninistério (Jo 1.14; Fl 2.5-11) que, incorporados na farnília de Deus e na comunhão dos crentes, dêem
'. :c ela por Jesus de ir a todas as testemunho da sua salvação até os confins do mundo, inseridos nos
?mbiente da igreja militante. muitos e diferentes contextos geográficas/ lingÜísticas e sociais, na ex-
.. t"ropósito de proclamar (kerys- pectativa do Cristo exaltado até que ele venha.
a mensagem de redenção
c.::·egacãodos
. u' redimidos .
. :....obediência, urgência e vigi- 2. Implicações da Definição
-: o parausia (Mt 10; Ef 6.10-20).
Uma vez que a Missia Dei é a ação de Deus em benefício dos
.:J à sua salvação, em alegria,
... ~e. debaixo da cruz. Está com- seres humanos, com base na palavra revelada dada em tempo e con-
.. ,C:ldo dado pelo Cristo vitori- textos específicos, idioma e contexto determinados para ser a enten-
~..Pai me enviou, eu também dida e recebida por todas as idades e contextos, e com implicações
- . .-. - diz: "Vós, porém, sois raça entre o "já" e o "não ainda" - isto faz da Missiologia o centro dos
J de propriedade exclusiva estudos teológicos. Missiologia é llma disciplina holística pelo fato
de relacionar o estudo de Deus comunicando sua eterna e imutável
~:üdes daquele que vos cha-
luz" (1 Pe 2.9). palavra num contexto em constante mutação. É tarefa da Missiolo-
gia estreitar a distância entre o "contexto original", o "contexto ime-
diato", e o "contexto transferido" da 1nalavra de Deus. Está relacio-
nada ao estudo do ato divino de trazer o supracultural com os di-
versos contextos culturais. Para este fim, outras áreas de estudo po-
dem ser úteis à Missiologia. Ao tratar-se da Missiologia que é uma
disciplina abrangente, perguntas que surgem às vezes são: "Como a
. ie vida cristã, da trajetória Missiologia se relaciona com as outras disciplinas? O que uma in-
. ~e doutorado em Missiolo- forma a outra"? Ernst R. Wendland nos provê com algumas diretri-
_~e Fort Wayne, apresento a zes para clarificar o assunto:
- . :'ém, que não é completa, Nós precisamos usar as ferramentas providas por campos espe-
.. ",a me conduzindo na sua cializados como lingüística, inclusive análise de discurso, literatura
comparativa, retórica poética, antropologia cultural e sociologia.

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 15


,-------------------------------------------
- -- - ~-

Claro, muitas das pressuposições seculares e teorias modernas asso- mar Missiologia de reI .:>.:- :~ ~"
ciadas a tais disciplinas devem ser substituídas e/ou repudiadas. separadas de uma da c::: '
Mas os seus métodos básicos e descobertas são muito úteis, proven- siologia do seguinte mc.::~
do uma estrutura de contextualização dentro da qual um exemplo Missiologia é, da
particular da Bíblia - uma única palavra (por exemplo, chesed) ou sob a qual todas as discc
um livro inteiro (por exemplo/ O Cântico dos Cânticos) - podem ser blica, sociologia e lingiii:-:
observados de maneira melhor corretamente interpretados.B de Deus de Ilbuscar e sal~'"
Alan Tippet tem uma descrição abrangente das dimensões de l/razão para existirll. As:-!:'- _."
Missiologia que pode ser resumida em quatro partes: Teologia, An- de salvar) pode ser entel1d,,~ '
tropologia, Comunicação e Estratégia (Tetsunao). Segundo a sua teo I,oglcas,
. como a " eSSe71Ci.'::
A '

definição, a Missiologia ocupa lugar central no estudo da Teologia. (teologia) e suas partes o: i ~:-,'
As demais disciplinas são circunstantes e servem à Missiologia. A Wilhelm Andersen e:,<:,
revelação divina foi dada tão somente para ser proclamada e com- deixa de ser igreja se não
partilhada com o pecador. Ela tem em vista a salvação dos seres gia se perder seu caráter :.~:::.:-
humanos. Porém/ se não é transmitida não pode atingir o seu objeti- "Teologia, compreendida (. ~ ,~.:
vo soteriológico, pois a Teologia não acontece no vácuo; ela é a co- existir do que acompanhar:::::, , _
municação de Deus ao homem. Assim, Antropologia; Comunicação, A tarefa, e ao mesmo te:",' ,
Estratégias, etc./ são servas da Missio Dei no sentido de que trazem cas hoje, é ir sempre ao COE':;! ,
questões e outros elementos humanos importantes à proclamação diretiva: "Qual é a relação I":.' - c
do Evangelho. dada como enciclopédia de c:" ,~;
Qual é/ então, o lugar da Missiologia como ciência ou disciplina a Santa Bíblia. Não é neutra. e :::-':,
no currículo teológico? Esta questão foi debatida por mais de um de morte para os que se peL~:::-:','
século, e eu não tenho nenhuma intenção de trazer aqui uma solu- vida para aqueles que são :::=:
ção para o caso. Porém, é importante notar que ela não pode ser continua:
uma disciplina periférica aos estudos teológicos e às atividades da ... as sagradas letras n: : ,,' c
igreja. Missiologia é a corda que liga todas as disciplinas teológicas. pela fé ern Cristo Jesus. Toá: ' .~':
Não se pode estudar Teologia Sistemática, História da Igreja, Her- para o ensino, para a reprec:::= .
menêutica, Teologia Prática, Litúrgica, sem se estudar Missiologia. justiça, a fim de que o hon::
Missiologia é o raisol1 d'étre da teologia. "Permeia" todas as discipli- habilitado para toda boa obr.' ~-:-
nas e é ao mesmo tempo independente delas. Uma vez que chama-
mos a Teologia de rainha das disciplinas teológicas, podemos cha-
14 BUNKOWSKE, Eugene W. "Trends I;-
1, May 93, p. 16.
15 BOSCH, David J. TrnnsfoJ'lIling Ivl!s:'.
13 WENDLAND, Ernst R. "Cultural and Theological Specificity in Lutheran Missiology", in Missio Books, p. 494.
Apostolica, vol. III, 111'. 1, May 1995, p. 21. 16 Idem, Ibidem, p. 494.

16 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


------------------------------ARTIGOS

.. Ees e teorias modernas asso- mar Missiologia de rei das disciplinas teológicas. Não podem ser
, ..:·stituídas e/ou repudiadas. separadas de uma da outra. Dr. Eugene Bunkowske descreve Mis-
. :"tas são muito úteis/ proven- siologia do seguinte modo:
ientro da qual um exemplo Missiologia é/ da perspectiva bíblica/ mais como uma IIgalinhall
,"ra (por exemplo/ chesed) ou sob a qual todas as disciplinas teológicas - inclusive a antropologia bí-
.:'J dos Cânticos) - podem ser blica/ sociologia e lingÜística - vivem/ movem e têm o seu ser. O desejo
:,:nente interpretados.13 de Deus de "buscar e salvar o perdido" (Missiologia) dá à teologia uma
..'rangente das dimensões de IIrazão para existir". Assim Missiologia (desejo gracioso de Deus e ação
~~'-luatro partes: Teologia/ An- de salvar) pode ser entendida como a "cola" que une todos as disciplinas
. ~,c iTetsunao). Segundo a sua teológicas/ como a "essência central" de todo IIconhecimento sobre Deus"
::rLtral no estudo da Teologia. (teologia) e suas partes ou disciplinas.H
~:::-s e servem à Missiologia. A Wilhelm Andersen escreve: !IDa mesma maneira que a igreja
:::-}Jara ser proclamada e com- deixa de ser igreja se não for missionária/ teologia deixa de ser teolo-
~-- vista a salvação dos seres gia se perder seu caráter missionáridl•15 Ou como diz Gensichen:
-ão pode atingir o seu objeti- "Teologia/ compreendida corretamente/ não tem outra razão para
c .:.~mtece no vácuo; ela é a co- existir do que acompanhar criticamente a Missio Deill•16
~"'ültropologia,Comunicação/ A tarefa/ e ao mesmo tempo desafio para as disciplinas teológi-
~'. i no sentido de que trazem cas hoje/ é ir sempre ao coração da palérvra de Deus com a pergunta
:- lmportantes à proclamação diretiva: IIQual é a relação com a 11/1issioDei?'/ Pois a Bíblia não foi
dada como enciclopédia de convicções e práticas religiosas/ mas como
~~.:tcomo ciência ou disciplina a Santa Bíblia. Não é neutra e estática em seus resultados: É cheiro
~ ~L debatida por mais de um de morte para os que se perdem; aroma de Cristo ou fragrância de
de trazer aqui uma solu- vida para aqueles que são salvos (2eo 2.14-17). O apóstolo Paulo
.~ "Cotarque ela não pode ser continua:
:c"clÓgicose às atividades da ... as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação
~~'asas disciplinas teológicas . pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e Útil
. . -leal História da Igreja/ Her- para o ensino, para a repreensão; para a correção, para a educação na
:;ern se estudar Missiologia. justiça/ a fim de que o homem de Deus seja peifeito e perfeitamente
Permeia" todas as discipli- habilitado para toda boa obra (2Tm 3.15)6).
~~._~.elas.Uma vez que chama-
... ?s teológicas/ podemos cha-
14 BUNKOWSKE, Eugene W. "Trends In Missiology Today", in Missio Apostolica, St. Louis, voI. I, m.
1, May 93, p. 16.
15 I30SCH, David J. Trnnsforming Mission- Pnrndigm Slzifts in Tl1eology ofMission. Maryknol: Orbis
.~.t.· in Lutheran Missiology", in lVlissio Books, p. 494.
16 Idem, Ibidem, p. 494.

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 17


~,
---------,-<~_.._-,-------------------------------

111. DESAFIOS PARA A MISSIOLOGIA LUTERANA DE HOJE gia Luterana, do qU2~ ::~L' ~
que continue como cr",":c: ~
Levando em conta as muitas e diferentes teologias de missão e 6. A Missiologia L~:':C:~"
tendências no mundo de hoje! as constantes mudanças do contexto tizando os ensinamen:=::, ::- _
humano e o crescimento dos estudos culturais e antropológicos, re- namento entre a dou::::- c :' _
laciono abaixo alguns desafios para a Missiologia Luterana sem qual- cerdócio Universal de t=:: '
quer intenção de ser exaustivo e prover respostas para os mesmos. 7. A Missiologia lu:::, ..
1. A Missiologia Luterana tem a tarefa de deixar a Bíblia, Lutero de Missiologia não coe:
e as Confissões luteranas falarem sobre os fundamentos e a motiva-
pensamento e prática r::~::-:c,:'~~
ção para a Missio Dei. Estes precisam estar no centro de nossa fé e informação úteis e nece::,::,:,
prática da Missiologia hoje. mesmo tempo, as Socied~:::" -
2. Para a Nlissiologia Luterana, o diálogo e a prática missiológi- am estar contentes com c ",:"'- .:-.
) necessitam ser analisados à luz dos três solas de Lutero - sola
ca hoie
bém em contribuir para ê; :ç "" ,
gratia, sola lide, sola Scriptura. íntima com frentes de mi::::0:= _~
3. A Missiologia Luterana vê a Missiologia como uma disciplina 8 A Missiologia LuteLo:" ,_',
abrangente, não limitada a disciplinas seculares, mas que faz uso processo da globalização c'. o :,

das descobertas científicas básicas como ferramentas para comuni- com alegria a evolução de :::~:::
cação do evangelho, desde que permitidas pela palavra de Deus. nas que dizem respeito a FO: ~c: q

4. A Missiologia Luterana faz distinção clara entre a missão pri- entre as igrejas luteranas ?:
mária da igreja e seus vários objetivos ou funções (adoração, educa- da IELB e o Concílio Lute?:' ,
ção, serviço, comunhi'io, testelm.mhof serviço, administração). Ten- 9. A Missiologia Lute?:' o

do suas atividades focalizadas no cumprimento de Mt 28.16-20; Mc armadilhas da contextuaL:-: c .


16.15-20;At 1.8;Jo 20.21.22 e outras sedes doctrinae da missão, a igreja Porém, ao mesmo tempo :'~ .. :-0
não admitirá entraves ao livre curso do evangelho. Não permitirá dar a responder pergunta:::-=- ~
que os meios na Míssio Dei se tornem fins em si mesmos. textualizado ou encarnad.: :--~,'
5. A Missiologia Luterana precisa continuar enfatizando a theo- de um evangelho social n?
logia cmÓs de Lutero na proclamação da mensagem da salvação, em Grande Comissão em um ::'..
vista dos perigos e danos do triunfalismo humanol da deificação lho verdadeiramente bíbll.: ~ cc ..

"humana", dos "mercadejadoresfl do evangelho (2Co 2.17), e do jogo cantena f arma. li? (T'lppet::'. - c:-~'_
de números que tantas vezes se pratica na missão. Para a Missiolo- 10. A Missiologia Lute:::
gia Luterana, a mensageIn da cruz é e continuará sendo escândalo e te a mudança do centro de:::,: . -
loucura para os que se perdem, mas poder de Deus para a salvação atual e redefinir sua descl'l: ~~
de todo aquele que crê (lCo 1.18-2.5).O Cristo crucificado, ressurre- missão da igreja. Missão r~.. _
to e vitorioso Salvador continuará o centro da pregàção da Missiolo- de missionários a terras .
18 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA
--------------------------------ARTIGOS

~:A LUTERANA DE HOJE gia Luterana, do qual ela não arreda um milímetro sequer - ainda
que continue como ofensa ao "sábio e entendido deste século".
--entes teologias de missão e 6. A Missiologia Luterana precisa continuar examinando e enfa-
c:Ltesmudanças do contexto tizando os ensinamentos de Lutero com resDeito
l ao estreito relacio-
: _~~Llraise antropológicos, re- namento entre a doutrina e prática do Ministério Público e do Sa-
.:~iologiaLuterana sem qual- cerdócio Universal de todos os Crentes.
- _ --espostas para os mesmos. 7. A Missiologia Luterana precisa '.,rer as Sociedades Luteranas
_::'~}de deixar a Bíblia, Lutero de Missiologia não como um preenchirnento de lacuna em nosso
- _~S fundamentos e a motiva- d·e pesqmsa
. e
pensamen t O e pratIca
/ ... mlSSlOnêIrlaj
/' mas como IOntes
r

_~t2X no centro de nossa fé e


informação úteis e necessária à igreia em sua tarefa missionária. Ao
L.' )

mesmo tempo, as Sociedades Luteranas de Missiologia não deveri-


~~:Jgoe a prática missiológi- am estar contentes com o empenho puramente acadêmico, mas tam-
~;três solas de Lutero - sola bém em contribuir para a pesquisa e prática missionárias em ligação
íntima com frentes de missão, seminários e congregações.
-_~~ogiacomo uma disciplina 8 A Missiologia Luterana precisa estar atenta aos resultados do
- ~eculares, mas que faz uso processo da globalização em algumas áreas; e ao mesmo tempo olhar
_ :erramentas para comuni- com alegria a evolução do processo em outras áreas, principalmente
_~2_S pela palavra de Deus. nas que dizem respeito a parcerias em missão e educação teológica
clara entre a missão pri- entre as igrejas luteranas ao redor do mundo (por exemplo, o caso
- _ funções (adoração, educa- da !ELB e o Concílio Luterano Internacional, ILC).
-'-'"iço, administração). Ten- 9. A Missiologia Luterana necessita estar alerta com respeito às
: :::11ento de Mt 28.16-20; Mc armadilhas da contextualização do evangelho em algumas áreas.
irinae da missão, a igreja Porém, ao mesmo tempo; necessita contribuir mais nesta área e aju-
cyangelho. Não permitirá dar a responder perguntas como: Como obter um Cristianismo con-
:_-.:em SImesmos. textualizado ou encarnado sem cair num sincretismo e demandas
,-bnuar enfatizando a theo- de um evangelho social na obra missionária? flComo levar avante a
_-:-ensagemda salvação, em Grande Comissão em um mundo multi-cultural, com um evange-
_-__c' humano, da deificação lho verdadeiramente bíblico em conteúdo e culturalmente signifi-
_ ;e1ho (2Co 2.17), e do jogo cante na forma"? (Tippet in Tetsuanao).
-_ê rnissão. Para a Missiolo- 10. A Missiologia Luterana precisa acompanhar cuidadosamen-
_~:nuará sendo escândalo e te a mudança do centro do crescimento do Cristianismo no contexto
~_ -:-:de Deus para a salvação atual e redefinir sua descrição dos termos "enviado" e "receptor" na
--sto crucificado, ressurre- missão da igreja. Missão não pode ser mais vista apenas como envio
pregação da Missiolo- de missionários a terras distantes, mas como empreendimento do
Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 19
ARTIGOS-----------------------------

dia-a-dia do cristão individualmente e da igreja como um todo ali volvida nas atividades_-:'::
na comunidade social e no contexto onde se encontram. A Missiolo- blicos com grande varie:,:::::- .:c
gia necessita continuar desafiando a igreja no (re-)direcionamento em nossa casa. Eles ceE;c=-,'::-:' ':c -
de seus investimentos de finanças e recursos humanos na obra da em minha vida e me alL.-:'.':·'
missão. Por exemplo:17De acordo com uma pesquisa, mais que 90% chamado ao ministério e:", ~~,- -
de todos os missionários estrangeiros e 87% de todas missões fun- Tendo experimentacL ','~:':
dadas ainda estão sendo alocados para o obra missionária em países fico maravilhado com a <:'~'.,' ,
onde 60% ou mais das pessoas já se identificam como cristãos. Em de todos os pecadores, dê'. :'. ,
contraste, menos que 1,2% de fundos para missão e obreiros estão Acredito que a Missio Df; r:~::-,.' : .-
sendo enviados para as 1,3 bilhões de pessoas que vivem nas partes A confissão de Martinho L',.:::-:'
menos evangelizadas do mundo. Isto levanta uma pergunta crucial nau minha. própria confiss~, --
::' u' ,

sobre o desequilíbrio de recursos e a necessidade de recolocá-los mais me. remIU ... para" que eu c::: ~'-::--:
.
estrategicamente . reIno, e o Slfva ...
11. A Missiologia Luterana necessita tomar em consideração a Após a formatura no::e-' ::' '-:
mudança do mapa religioso mundial. Em séculos passados o Cristi- comissionado para iniciar 2, :':' .0 o ~

anismo era visto como superior ou exclusivo em relação a outras capital do Ceará, costa do nc:' - -é ~:::

religiões. Hoje, os clamores por liberdade religiosa em vários países ximadamente dois milhões.~:::
vê o Cristianismo apenas como outra entre tantas" fés". ado com uma maravilhosa. ê::': '::.::
Diante desses desafios pressentimos a Missiologia Luterana bas- ambiente luterano no qual i.::-c :::
rente da minha cultura de u.. :...:::,
tante ocupada ao longo deste novo século; acessando, refletindo, se
çoando nosso ministério e ré.:' " ..
expandindo, provendo diretrizes e sendo o ponto referencial na Mis-
tornaram o bom fermento, c: =-:'..•.,.-
sio Dei como esteve ao longo do tempo. Nas palavras de Newbigin:
"A igreja deve em cada geração estar pronta a renovar sua tradição Após oito anos naquele: _ ~:" -
sob a luz da palavra de Deus," ao programa de mestrado 5 'T ::
Wayne. Aqui fiquei pouco m :'.:::-" _
de Deus, alguns dos quais es: "..
IV. MEU LUGAR COMO ALUNO E SERVO DA MISSIOLOGIA Tendo completado os e:: :',': ' :
chamado para servir na miss ~., -,
te do Brasil, Recife, que tell'L:'-:':: c,

Eu nasci em uma família cristã de quatorze irmãos e fui chama-


za. Ali vivemos uma experie:',::. -
do à fé cristã através do batismo. Meus pais eram cristãos compro-
rar uma congregação antiga
metidos com a obra do Senhor e sempre mantiveram a família en-
auditivos e atuar na expans?: ,':.5
gregações em subúrbios dis::=- 'c.:O
17 SCHERER, James. "Lutherans and the Great commission: Some Lessons and an Unfinished Task", tremendamente abençoado e :-' ' '.:
in Missio Apostolicn, vá!. UI, m. 1, May 1995, p. 15. pois de dois anos por um cha,=-:' , ::-,
20 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIAl'hi
-----------------------·--------ARTlGOS

" -=da igreja como um todo ali volvida nas atividades da igreja. Devoções familiares e estudos bí-
. :.2 se encontram. A Missiolo- blicos com grande variedade de hinos e canções era uma constante
,==:reja no (re-)direcionamento em nossa casa. Eles certamente exerceram uma grande influência
~-=.::ursoshumanos na obra da em minha vida e me ajudaram a decidir ir para o Seminário e ser
,",:.1110. pesquisa, mais que 90% chamado ao ministério em 1978,
~ e 87% de todas missões fun- Tendo experimentado bênçãos sem fim em minha vida cristã,
.,obra missionário. em países fico maravilhado com a obra da Santíssima Trindade em benefício
:2:i.tificam como cristãos. Em de todos os pecadores, da minha família e de mim pessoalmente.
~.'é1.ramissão e obreiros estão Acredito que a Missio Dei me encontrou e me preservou na fé cristã.
:'25soas que vivem nas partes A confissão de Martinho LuteIO no Segundo Artigo do Credo se tor-
.e-;anta uma pergunta crucial nou minha própria confissão também: "Eu creio que Jesus Cristo ...
, .::essidadede recolocá-los mais me remiu ... para que eu lhe pertença! viva submisso a ele em seu
•. I1
reIno, e o SIrva...
.0 ~ tomar em consideração a
:2, Após a formatura no Seminário Concórdia da IELB (1978) fui
séculos passados o Cristi-
-=-~-~-l
comissionado para iniciar a missão da igreja na cidade de Fortaleza,
-= :lusivo em relação a outras capital do Ceará, costa do nordeste do BrasiL Esta cidade tem apro-
.. ~e religiosa em vários países ximadamente dois milhões de habitantes. Ali fui ricamente abenço-
-=~-':retantas "fés". ado com uma maravilhosa esposa e três filhos, Vivendo longe do
ambiente luterano no qual fora criado, numa cultura bastante dife-
Missiologia Luterana bas-
. S "o

o .::olJ; acessando, refletindo, se rente da minha cultura de origem, Deus compensou a saudade, aben-
çoando nosso ministério e reunindo alí um rebanho de Héis que se
. ~.:-'o ponto referencial na Mis-
:--..:
as palavras de Newbigin: tornaram o bom fermento, comprometidos na Missio Dei.
n ta a renovar sua tradição Após oito anos naquele lugar Deus me chamou como estudante
ao programa de mestra do (S.T.M.) no Seminário Concórdia de Fort
Wayne. Aqui fiquei pouco mais de ano, sendo ensinado pelos servos
de Deus, alguns dos quais estão hoje junto a ele na igreja triunfante.
S ERva DA MISSIOLOGIA
Tendo completado os estudos do programa de mestrado, fui
chamado para servir na missão de Deus em outra cidade no nordes-
te do Brasil, Recife, que tem mais ou menos a população de Fortale-
',.é1.torzeirmãos e fui chama-
za. Ali vivemos uma experiência mista que consistiu em reestrutu-
- . :.' :,'eiseram cristãos compro- rar uma congregação antiga, atuar em sua escola para deficientes
. ~e mantiveram a família en-
auditivos e atuar na expansão missionário. em duas pequenas con-
gregações em subúrbios distantes da sede. Era trabalho desafiador,
c :~'e Lessons and an Unfinished Task", tremendamente abençoado e gratificante, mas roi interrompido de-
pois de dois anos por um chamado que aceitei da Escola Superior de
Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 21

I
_"-RTIGOS-------------------------------

Teologia do Instituto Concórdia de São Paulo (um dos dois Seminá- temente que a família ter:' ~-c
rios da IELB), onde tenho trabalhado desde 1991. Nesse Seminário, nutrida na palavra e treiL'_-.:
em sala de aulas, em companhia dos colegas da faculdade, em ativi- tem chamado.
dades missionárias com os alunos, o Senhor tem alargado meus ho- Toda a glória pertence :- e.
rizontes na Sua missão.
O Programa de Doutorado em Missiologia tem sido uma bên-
ção e um desafio para mim. Tem me ajudado a reunir e relacionar BIBLIOGRAFIA
meus conhecimentos e práticas prévias de missão com novas áreas
de pesquisa na Missio Dei. Tem fortalecido em mim a compaixão
BOSCH, David J. TransfoJ'
pelo que a Bíblia, Lutero e outros pais luteranos escreveram e con-
of Mission. MaryknoL .'.;'~ - .
fessam sobre o lugar da família na Missio Dei. Tem me forçado a
pesquisar áreas novas no estudo de Missiologia. Tem me ajudado a BUNKOWSKE, Eugene \\-. -=-~o:
ampliar a compreensão da Missio Dei a partir da pesquisa de campo Apostolica, A Journal (:+ T': o' ~

relatada, que buscou saber sobre a prática e as implicações da mis- voI. I, no. 1, May 1993 ~-:.---:
são da igreja no e através do lar no contexto nordestino, especifica- BUNKOWSKE, Eugene \Y. ~~c'.
mente no Ceará e Fortaleza. Tem sido o objetivo da pesquisa saber Missio Apostolica, voI. 3 :0.: -
como ocorre o processo da proclamação do evangelho através dos FRANZMANN, Martin. Se'::'
laços de família, parentesco, compadrio, vizinhança e demais relaci- Lutheran Church - Misso_.o_~
onamentos em Fortaleza. Ênfase tem sido dada ao estudo do povo e
da cultura da região, à experiência ministerial do candidato e à re- KOLB, Erwin J. "Confessing ::-:: o
cente pesquisa de campo ali desenvolvida. in Concordia Journal, Sail-.: -:... _
Continuarei sempre aluno e servo na Missio Dei. Oro para que KOLB, Erwin J. "The Five C>~:-
Deus possa continuar me guiando nesta tarefa; que esta pesquisa Christian Witness" irL\~."
possa ser uma grande ferramenta: útil na missão de Deus em Forta- 1994, pp. 75-82.
leza. Oro para que Deus continue me usando como seu instrumento KOSCHADE, Alfred. "Luthc:
no Seminário em São Paulo - treinando servos de Deus que irão
Lutheran Quarterly, ed. 1L::c
compartilhar o evangelho entre os diferentes contextos culturais no pp.224-39.
Brasil e em países onde o Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)
está presentemente comprometida no trabalho de missão. Sou grato PREUS, Robert D. "The Ccr:.;-c:--:--. -
a Deus por ter chamado meu filho mais velho a começar seus estu- ch", in The SpringfieldEi' -':. -
dos no Seminário em São Paulo neste mês de fevereiro passado. SCHERER, James. "Luther 2:-.:
Minha família e eu somos gratos a Deus por nos proporcionar tantas tial", in Misso Apostolic -".
oportunidades para estudo da sua palavra na igreja e em casa, em SCHERER, James. "Luthel?:"
companhia de outras famílias em suas casas, e podendo comparti- Lessons and an Unfinisl-.e.:' -:-.:
lhar o evangelho com parentes, amigos e vizinhos. Acreditamos for-
1, May 1995, p. 15.
22 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA
-------------------------------ARTIGOS

c-~:-' Paulo (um dos dois Seminá- temente que a família tem seu lugar na Missio Dei e necessita ser
:~esde 1991. Nesse Seminário, nutrida na palavra e treinada dentro do propósito no qual Deus a
'.. ~legas da faculdade, em ativi- tem chamado.
~2nhor tem alargado meus ho- Toda a glória pertence a ele somente.

':~:ssiologiatem sido uma bên-


- ;cjudado a reunir e relacionar BIBLIOGRAFIA
~:~de missão com novas áreas
. 'cecido em mim a compaixão BOSCH, David J. Transforming Mission - Paradigm Shifts in Theology
~:.luteranos escreveram e con-
of Mission. Maryknol, NY: Orbis Books, 1991.
~ ,issio Dei. Tem me forçado a
:~ssiologia. Tem me ajudado a BUNKOWSKE, Eugene W. "Trends In Missiology Todat', in Míssio
Apostolica, A JOllrnal of tlze Llltlzeran Society for Missíology, SI. Louis,
,~Fartir da pesquisa de campo
~' '~ica e as implicações da mis- voI. 1, no. 1, May 1993, pp. 7-17.
~exto nordestino, especifica- BUNKOWSKE, Eugene W. "Mission Work: The Lutheran Wat', in
.~;objetivo da pesquisa saber Missio Apostolica, vaI. 3, no. 2, November 1995, pp. 64-70.
do evangelho através dos FRANZMANN, Martin. Seven Thesis on Reformation Hennenelltics.
vizinhança e demais relaci- Lutheran Church - Missouri Synod, CTCR, 1965.
: ~:.odada ao estudo do povo e
,~-isterial do candidato e à re- KOLB, Erwin J. "Confessing the Faith: Our Lutheran Way of Life",
in Concordia JOllrnal, Saint Louis, October 1994, pp. 357-67.
l',3. Missio Dei. Oro para que KOLB, Erwin J. "The Five Great Commission and Contemporary
- -:2', tarefa; que esta pesquisa Christian Witness" in Missio Auostolicu,
I voI. 2, no. 2, November
:L missão de Deus em Forta-
...
1994, pp. 75-82.
:'3ndo como seu instrumento
KOSCHADE, Alfred. "Luther on Missionary Motivation", in The
.. ~'J servos de Deus que irão
Llltheran Quarterly, ed. Theodore G. Tappert, Philadelphia, 1965,
: ,l"2ntes contextos culturais no
pp.224-39 .
.~.=aLuterana do Brasil (IELB)
PREUS, Robert D. "The Confessions and the Mission of the Chur-
:l':.balho de missão. Sou grato
. .:' '.e1ho a começar seus estu- ch", in The Springfielder, voI. 39, no. 1,June 1975, pp. 20-39.
-::l11êsde fevereiro passado. SCHERER, James. "Luther and Mission: A Rich but Untested Poten-
~ ~- ::>r nos proporcionar tantas tiar', in Misso Apostolica, voI, 2, no. 1, May 1994, pp. 17-24.
;~'l'ana Igrep e em casa, em SCHERER, James. "Lutherans and the Great Commission: Some
- :?sas, e podendo comparti- Lessons and an Unfinished Task" in Missio Apostolica, voI. 3, no.
izinhos. Acreditamos for-
1, May 1995, p. 15.
Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 23
ARTlGOS------------------------------

TETSUNAO, Yamamori & TABER, Charles R. eds. Chrístopaganísm


01' Indígenous Chrístíanity? Pasadena, William Carey Library, 1975.

THE BOOK OF CONCORD - The Confessíons of the Evangelícal Lutheran


Church. Translated and edited by Theodore G. Tappert.
Philadelphia, Fortress Press, 1959. INTRODUÇÃO
TIPPET Alan. Introductíon to Míssíology. Pasadena, William Carey
Library, 1987. De acordo com o cen~: :-:::
VERKUYL, Johannes. Contemporary Míssíology - An Introductíon. Brasil era de 75%. A pre':::-~.~:-~~c
que, pelas Últimas infornl.?~o .:c ~ .,-'
Grand Rapids, William B. Eerdmans Publishing Company, 1978.
Em 1960 a populaçã.c '_'"~':- ': . .=:

VICEDOM, Georg. The Míssion of Cod - An Introductíon to a Theology sou para 110 milhões de ê<. _
of Míssion. Saint Louis, Concordia Publishing House, 1965. estar beirando os 130 mill-.,~::: o ~ - .

WENDLAND, Ernst R. "Cultural and Theological Specificity in Lu- para a igreja cristã brasileiE" ~_:::
theran Missiology", in Jvlíssío Apostolica, voI. 3, no. 1, May 1995, característicos de uma rea.~~,~ ..~
pp.20-29. especial, também, para a ISl":::.? -=-'
que, com características ber::'.l".~ "-
terras brasileiras, propõe-se ,: ,
nos, orientada pelo seu lernê ~.::
Como IELB não temos r::'.. ~~
nos. Nossas congregações c:::~.?~~_
dos da zona rural, ou seus ce~ ~:::
dades. Na verdade, a igreia ,~c .::
dades, especialmente nas :::e~. c ~

quadro muda um pouco en".:~~ .


deste.
....Não nos preocupamc:- ~".' .. ~
gamzamo-nos como IgreJas H>~'-
os aos anseios, preocupaçÔe.:: :: .' e
No entanto, reunimo-I' . e. c. :~

Urbana para debater nOS52•.


cidade. Queremos comprei:C~~ - e~
Queremos ter mais clarez a :'-..~. ~ =

1 Coordenador nacional do Program" ~:7-

24 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


--------------------------------ARTIGOS

=- =l'lesR. eds. Christopaganism A IGREJA NA CIDADE


- -: William Carey Library, 1975. Reinaldo M. LÜdke1
,"1$ ofthe Evangelical Lutheran
-:~?Theodore G. Tappert.
INTRODUÇÃO
. Pasadena, William Carey
De acordo com o censo de 1991, a taxa de urbanização média no
Brasil era de 75%. A previsão para o ano 2000 estava ao redor de 80%
_ ~ :,-siology - An Introduction.
que, pelas últimas informações estatísticas, confirmou-se plenamente.
_: Publishing Company, 1978.
Em 1960 a população urbana no Brasil era de 32 milhões. Pas-
- .j~nIntroduction to a Theology sou para 110 milhões de acordo com o censo de 1991. Hoje deve
=,lblishing House, 1965. estar beirando os 130 milhões. Isto representa um desafio tremendo
- -::-.-eologicalSpecificity in Lu- para a igreja cristã brasileira que, em sua estrutura, apresenta traços
lCI7, vol. 3, no. 1, May 1995, característicos de uma realidade rural. Isto representa um desafio
especial, também, para a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)
que, com características bem rurais e, após 100 anos de atuação em
terras brasileiras, propõe-se a avançar em direção aos centros urba-
nos, orientada pelo seu lema "avançando com gratidão a Deus".
Como IELB não temos muita vivência nos grande centros urba-
nos. Nossas congregações organizaram-se a partir de luteranos oriun-
dos da zona rural, ou seus descendentes, que migraram para as ci-
dades. Na verdade, a igreja da zona rural transportou-se para as ci-
dades, especialmente nas regiões sul, sudeste e centro-oeste. Este
quadro muda um pouco em algumas cidades da região norte e nor-
deste. Não nos preocupamos muito em compreender as cidades. Or-
ganizamo-nos como igrejas luteranas nas cidades, muitas vezes alhei-
os aos anseias, preocupações e necessidades dos centros urbanos.
No entanto, reunimo-nos nestes Fóruns Regionais de Missão
Urbana para debater nossa missão urbana. Queremos compreender a
cidade. Queremos compreender melhor os habitantes da cidade.
Queremos ter mais clareza sobre nossa missão na cidade.

1 Coordenador nacional do Programa de Evangelização e Mordomia da IELB,

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 25


Para tanto, valemo-nos de subsídios da Igreja Católica Romana.
social e, os que se de0.~,::.:'__
O setor de "Estruturas da Igreja" da CNBB, com participação do
são litúrgico-sacramET::' __-.:' -
Instituto Nacional de Pastoral, organizou um seminário de estudos P·or ISSO, e/ urgente. :c~-:c:. ~ .
sobre "Presença e organização da Igreja na cidade" (15 a 17 de se-
ja no "urbano".
tembro de 1992), com participação das arquidioceses de São Paulo,
Campinas e Belo Horizonte (até 97 já aconteceram mais três seminá-
rios, reunindo talrtbém outras cidades). Grande parte da análise a
respeito da realidade da cidade tem, como pano de fundo as três
cidades citadas. Como resultado desses seminários são publicados
os livros A Presença da Igreja na Cidade. O primeiro foi organizado Se, por um lado: a c: _~.c,:: -
pelos padres Cleto Caliman (estudou teologia em São Paulo, Roma religião na cidade mu.dc·._ ~>_
e Muenster, professor
- ~ da PUC-MG, atualmente é diretor
de Teologia como está em jogo uma :,,:.- --
do urbano.
do ISTA - Belo Horizonte) e Alberto Antoniazzi (doutor em filosofia
pela Universidade Católica de Milão, professor do departamento de Segundo Gabriel
Filosofia e Teologia
u da PUC-MG e diretor do Instituto Nacional de raízes, de suas tradições -
b""
em e/ certo que a ClüaC2
. 1 ' S_S'::_
Pastoral).
A partir de análises feitas sobre a realidade da cidade e sobre a sobre a cidade é positl\T
presença da igreja na cidade queremos, igualmente, avaliar e proje- ve e se reforça o espíritc· - --
tar a missão urbana da IELB. renova e renova as suas :~.::-:: _.::
b'lr' i5"
ne . r.stuuos ~a GeiOiC;;
.1

Por outro lado, an2'lllsc.~·.- -


A IGREJA NA CIDADE
que 1na-ovl"Temosm~is
, _ l'''--
(L~ _, c c, _. _
explicação religiosa é 2 e\:: -
membros da sociedade. :::2:::- __~- :' -
A cidade mudou. Compreender a cidade (pós-) moderna não de não se vê mais de m3.ne~..:: c ~. -
é tarefa fácil. Mais difícil ainda é compreender a cidade brasileira.
ção - através dos quais c:; ;"
Segundo o Pe. Cleto Calir:.lI.an"ela tornou-se, em sua organização mem seus valores e define::- -
interna, complexa e 'polinucleada' e, sob muitos aspectos, fragmen-
tada e caótica, espelho de estruturas sociais injustas e desiguais". mais religiosos. Faz muite ~c:·_-.:
explicação do mundo e
Para o Pe. Caliman a ação da igreja, ou ação pastoral nas cidades
cesso de formação do Eu -:.- c -=
também está defasada e fragmentada numa variedade desconcer- Para Benedetti, nas se:_
tante de atividades e iniciativas, em sua maioria, desarticuladas
a concepção de vida e de rn.L.·.C• - =-.0:.
entre si. Segundo ele, a pastoral urbana não está conseguindo inte-
processo de socialização re21:= - - : -
grar suficientemente três elementos que devem ser trabalhados: a
lia, igreja, estado, escola.
evangelização: a sacrarnentalização (liturgia) e a pastoral social. vida e o mundo. No munde
Ele completa dizendo que II alguns evangelizam sem preocupação
integração do indivíduo à Ü.:::.?: :
26 Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA
------------------------------ARTIGOS
- ~ia Igreja Católica Romana. social e, os que se dedicam ao social às vezes esquecem da dimen-
'=:'\BB,com participação do são litúrgico-sacramental da fé ...".
- ','.um seminário de estudos
Por isso, é urgente repensar a presença e a organização da igre-
, na cidade" (15 a 17 de se-
ja no "urbano".
'~'quidioceses de São Paulo,
__·~teceram mais três seminá-
. ~ Grande parte da análise a A RELIGIÃO NA CIDADE
.-,::l10 pano de fundo as três
_~ :;eminários são publicados
Se, por um lado, a cidade mudou, também podemos dizer que a
.J primeiro foi organizado
religião na cidade mudou. Há novas formas de religiosidade, assim
-~'.ogia em São Paulo, Roma
~.'.. =·MG, atualmente é diretor como está em jogo uma tentativa diferente de compreender o mun-
do urbano.
":~iazzi (doutor em filosofia
Segundo Gabriel Le Bras, "0. cidade liberta o homem de suas
, iessor do departamento de
- ~.~.do Instituto Nacional de raízes, de suas tradições, sobretudo da tradição religiosa; mas tam-
bém é certo que a cidade suscita a inovação". No final, seu juízo
_c::"idade da cidade e sobre a sobre a cidade é positivo: "é nas cidades que se forma, se desenvol-
ve e se reforça o espírito novo, do mundo e da Igreja; a Igreja se
, . ..;ualmente, avaliar e proje-
renova e renova as suas práticas nas grandes cidades" (Le Bras, Ga-
briel. Estudos da Sociologia Religiosa, p. 223).
Por outro lado, analisando a realidade das cidades, constatamos
que não vivemos mais num mundo religioso; num mundo no qual a
explicação religiosa é a explicação total da realidade para todos os
membros da sociedade. Segundo Luiz Roberto Benedetti, a socieda-
:.Ja.de (pós-) moderna não de não se vê mais de maneira religiosa: os mecanismos de socializa-
.-..~ender a cidade brasileira.
ção - através dos quais os indivíduos se integram à sociedade, assu-
.1-se,em sua organização mem seus valores e definem sua identidade dentro dela - não são
-.- , :11uitosaspectos, fragmen- mais religiosos. Faz muito tempo que a religião deixou de ser "a"
- :iais injustas e desiguais". explicação do mundo e da vida humana (quem sou EU?). Este pro-
, -'Lçãopastoral nas cidades cesso de formação do Eu - quem eu sou - é um processo religioso.
'.:.ma variedade desconcer-
Para Benedetti, nas sociedades tradicionais (opostas às complexas)
c ,.:. maioria, desarticuladas
a concepção de vida e de mundo está ligado à socialização primária - o
. -'30 está conseguindo inte-
processo de socialização realizado pelas instituições primárias: famí-
c:jevem ser trabalhados: a
lia, igreja, estado, escola. Todos" falam" a mesma linguagem sobre a
_'.rgia) e a pastoral social. vida e o mundo. No mundo moderno o processo de socialização - de
. zelizam sem preocupação integração do indivíduo à vida social- é cada vez mais realizado por
Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA 27
••
ARTIGOS- ------------------------------

instâncias secundárias; isto éj por instâncias de livre escolha dos indi- exus e pombas-gira 53.'== =-. ': .
=

víduos, na atualidade, especialmente a televisão. Cada vez mais per- são enfrentados e pos l':~~_-:~ : C:

dem importância as agências de socialização primária: família, igreja, Também precisa 5e~ :'.:
estado e a própria escola. Já na sociedade industrial/urbana esta sociali- urbano, por trás dessa re_:..:::~.__
zação torna-se secundária, isto é, fica na esfera da escolha pessoal. Ou religioso, há muitas care:'.=.: C.

seja, educar o indivíduo não é dar-lhe um quadro de valores, mas torná-lo que clamam por soluçãc
livre para escolher. A visão de vida e de mundo fica no campo da esco-
lha pessoal. Ouve-se; inclusive; o depoimento de muitos pais que não
querem batizar seus filhos sob o pretexto de que eles devem escolher REFLEXÕES PARA CO.\fPRE'<=
sua religião quando crescerem. Assim; todos os valores, também os IGREJA NA CIDADE
religiosos, ficam na esfera da escolha pessoal, subjetiva. Não há um
compromisso com a comunidade social como um todo. O conceito é Valemo-nos, também
mais ou menos este: a igreja é para rezar, a escola é para estudar, o que busca algumas categC'::~_~='-:-
trabalho é para trabalhar. Assim, religião tornou-se um assunto priva-
a cidade e formular um FI': ..:::c:::
do, que tem a ver com escolhas pessoais. E os critérios são, novamen- reflexões são, igualmente. ===':-
. ::
te, subjetivos. Não existe mais uma verdade religiosa. Segundo Bene- 1) Público e privado. De .__
:· :'
detti, a verdade religiosa passa pela hermenêutica da situação. O que catolicismo, a religião está :-~. C: ~ ~::

vale é o gosto pessoal, a satisfação pessoal, a esfera íntima, a sensibili- ticam a religião na esfera f a=-='
=' .
dade (pode ser uma igreja, mas também pode ser o shopping center).
a fé cristã para suas prátiC?c5~:_. :.
Isto também explica o fenômeno do trânsito religioso pois, no
cas (igreja, ou religião! é um:': =:..
conceito popular, todas as religiões são boas e contêm verdades. A
tece o que se poderia cham2.::,:'";
verdade não é monopólio de ninguém. Giorgio, Paleare, em O Deus
fazem da religião uma e5cC':':".::::
Fragnzentado, dá exemplos desse trânsito religioso numa favela de
do de escolher uma religiã.c =-"':-:
São Paulo: "O político de hoje me garante alguma coisa, eu voto
lhe r uma parte das crenças o::- :'. :-

nele, a religião me ajuda, então esta é a religião boa para mim". Ou aI), ou da escolha de elemen:.:: -:-:
ainda: "Era da Igreja Católica, passei pela umbanda e fiquei crente
turados segundo o gosto \.é', , __ ~
por dois anos. Agora faz seis meses que não freqüento mais nada. a um sentimento intimista. Sç~=::
Mudei de católica para crente porque queria resolver um problema . . .
Não foi resolvido nada. Saí". e sem compromIssos com 2,: - .-=--=-

2) Rural x urbano. Não 52 :.-:-


Verifica-se no mundo urbano uma mudança decisiva no papel
"rural" e "urbano" como ',:-=:-.=' ::::-
da religião: a função da religião - construir mundos de sentido, dar
significado ao mundo (em outras palavras, fornecer certezas) - trans- há "leis" rigorosas que regL~e:':- -=

forma-se em mecanismo de controle das incertezas e em resposta No caso do Brasil precisan-=.,:s:::.::


localizada a carências localizadas. Os demônios são as incertezas. de urbanização, que faz p\__ ,~?::: ~-
Contra eles estão protegidos os crentes, os eleitos. Na umbanda, os 13 milhões em 1940 para ceI': ~ :.'

28 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


------------------------------ARTIGOS

,-,'-=ias de livre escolha dos indi- exus e pombas-gira são controlados, domesticados; na cura divina
-':21evisão. Cada vez mais per- são enfrentados e postos fora de combate.
-_.::':'lçãoprimária: família, igreja, Também precisa ser dito que, por trás deste contexto religioso
. _ 'ndustrial/urbana esta sociali- urbano, por trás dessa religião subjetiva, por trás de todo o trânsito
, esfera da escolha pessoal. Ou religioso, há muitas carências, sofrimentos e ansiedades humanas
"!(Idm de valores, nzas torná-Ia que clamam por solução.
.~',mdo fica no campo da esco-
~',entode muitos pais que não
~J de que eles devem escolher REFLEXÕES PARA COMPREENDER E ORGANIZAR A AçÃO DA
:Cldosos valores, também os IGREJA NA CIDADE
:'2ssoal, subjetiva. Não há um
__' como um todo. O conceito é
Valemo-nos, também, de reflexões do Pe. Alberto Antoniazzi,
--:::':n'!a escola é para estudar, o
que busca algumas categorias de análise para compreender melhor
_... tornou-se um assunto priva-
a cidade e formular um programa de ação pastoral urbana. Estas
-.:: E os critérios são, novamen-
reflexões são, igualmente, importantes para a IELB.
c . : :de religiosa, Segundo Bene-
1) Público e privado. De um modo geral, mas especialmente no
c:,-:-.c-,enêuticada situação. O que catolicismo, a religião está na esfera privada, ou seja, as pessoas pra-
'~. _ ,0,L a esfera íntima, a sensibili-
ticam a religião na esfera familiar e paroquial, mas não" transferem"
. -:.-.. pode ser o shopping center).
a fé cristã para suas práticas profissionais, políticas, sociais ou técni-
30 trânsito religioso pois, no
, ~_.•..boas e contêm verdades. A cas (igreja, ou religião, é uma coisa; o dia a dia é outra coisa). Acon-
tece o que se poderia chamar de privatização da religião. As pessoas
_ ." Giorgio, Paleare, em O Deus
fazem da religião uma escolha pessoal. Não simplesmente no senti-
, c, religioso numa favela de
do de escolher uma religião bem definida; mas no sentido de esco-
c _::?,nte alguma coisa, eu voto
lher uma parte das crenças e práticas de uma religião (adesão parci-
, - ~ .:_.-eligião boa para mim". Ou
al), ou da escolha de elementos e fragmentos de várias religiões, mis-
,. c_,:ela umbanda e fiquei crente
turados segundo o gosto do consumidor, ou da redução da religião
_' .~.:2 não freqüento mais nada.
a um sentimento intimista, sem manifestações coletivas ou públicas
. :.,:eria resolver um problema.
e sem compromissos com a coletividade.
2) Rural x urbano. Não se deve aceitar facilmente os conceitos de
Inudança decisiva no papel
o
"rural" e "urbano" como universais e absolutamente válidos. Não
- c.-.lir mundos de sentido, dar
- . :S, fornecer certezas) - trans- há "leis" rigorosas que regulem a passagem do rural para o urbano.
- os incertezas e em resposta
No caso do Brasil precisamos estar atentos à velocidade do processo
:_2111Ônios são as incertezas. de urbanização, que faz pular a população das cidades de menos de
.'S eleitos. Na umbanda, os 13 milhões em 1940 para cerca de 110 milhões em 1991, enquanto a

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 29


ARTIGOS---------------------- _

população rural oscilou entre os 30 a 40 milhões no mesmo período, 2) Na passagem do n_~~-,c_c


.:' ,
permanecendo quase estável. Uma das conseqüências é que muitos cepção e a experiência soe::' -__ : _ . -.
dos atuais habitantes das cidades nasceram no campo e estão mar- população vive a maior F2:~::..
cados por uma mentalidade rural, que provavelmente não será con- O momento de encontrar-~2 : -.
servada pelas novas gerações. socialização, do sentir-se g",,:- '= -_
minicais também vão ao enc:. :.:.
A influência da origem rural ou urbana é evidente também no
as de se encontrarem. Inver~_c:-:.'_-::=
campo religioso. Segundo análise do Pe. Antoniazzi, a grosso modo,
"espíritas kardecistas e protestantes tradicionais são urbanos (no multiplicidade de contatos ""~~ 'cc.' -=

semana, submetido a um ri::::.-: <'::-~


Brasil de hoje); pentecostais e católicos contam com alta porcenta-
gem de fiéis de origem rural ou interiorana" (p. 82). Diante disso, procura mais o encontro, a C:~-:" -.:'
Pe. Antoniazzi sugere refletir sobre pastoral na cidade, ao invés de timidade, o refúgio tranqÜilo:'
pastoral urbana. dade rural a igreja é o centrc:.= :.
Ele também destaca oposições, em nível humano ou cultural, igreja é um dos muitos "sen:; _~
entre o rural e urbano.
1) A sociedade rural pode ser vista como regida pela tradição,
pela experiência acumulada no passado. O fato se justifica pela rela-
tiva estabilidade da sociedade rural, onde as mudanças são lentas SUGESTÕES PARA UM PROC; ..-'<.'-
ou raras. Já a sociedade urbana moderna (que se instala a partir da
revolução industrial e se difunde mundialmente nas últimas déca- Pe. Alberto Antoniazzi ir<'::::
das do nosso século) é voltada, preferencialmente, para a inovação. A sando a elaboração de um prog-' -: c
experiência deixa de ser o saber acumulado para tornar-se "experi- pano de fundo a realidade da L.::.:. ,
mento", risco, busca do novo. As pessoas deixam de ser profunda- seguintes reflexões:
mente integradas nas pequenas comunidades rurais e se acham ex- 1) No nível da pessoa. A r",,3:: ; , :-
postas à "multidão solitária" da cidade. Buscam individualmente a que a pastoral leve em conta, :::-:-:::
realização subjetiva. Também no campo religioso, pautam a condu- tividade e valorize a particiF2ç~. ::
ta pela emoção, pelo gosto, pela busca de respostas imediatas às novas a) Deve-se levar a sério a :c':-- cc =--

angústias e anseios pessoais. A religião é escolhida (ou abandonada) éis, mesmo que ela possa se E'.:::- .'-::
não sob a pressão da sociedade ou da tradição, mas a partir da expe-
das dos conteúdos objetivos 6: c: ::.
riência vivida. O ser humano urbano não se preocupa com a doutri-
b) A pastoral - em suas ,:~:'-::~
na pura. O que vale para ele é a sensação de bem estar. Se isso é
quética, social ...) - deve estar ,':c::' ~c~
verdade, Antoniazzi questiona a ação pastoral da igreja, cuja ênfase
totalidade, evitando acentuar:",'
recai sobre a "reta doutrina" e sobre a "disciplina". Ele conclui: "A
juízo de outros.
pastoral do meio urbano, de hoje e de amanhã, deve partir da subje-
tividade, da valorização da pessoa, logo, do reconhecimento do plu- c) A pastoral deve oferece: c .
ralismo, da participação. lecer uma ligação entre sua fé '" :
30 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA
------------------------------ARTlGOS

-:::milhões no mesmo período, 2) Na passagem do rural para o urbano, mudam também a con-
, ,.,:-conseqüências é que muitos cepção e a experiênciasocial do espaço e do ternpo. No mundo rural, a
, c:eram no campo e estão mar- população vive a maior parte do tempo em contato com a natureza.
- ,.::'.)rovavelmente não será con- O momento de encontrar-se com outras pessoas é o momento da
socialização, do sentir-se gente. Assim, os encontros religiosos do-
,::bana é evidente também no minicais também vão ao encontro da necessidade natural das pesso-
as de se encontrarem. Inversamente, o ser humano urbano vive uma
~2. Antoniazzi, a grosso modo,
-:.. :radicionais são urbanos (no multiplicidade de contatos e de relações durante os "dias úteis" da
semana, submetido a um ritmo stressante. No "fim de semana" não
_,:- contam com alta porcenta-
procura mais o encontro, a comunidade, a massa; prefere mais a in-
::~~crana" (p. 82). Diante disso,
- c ' ~:,-toralna cidade, ao invés de
timidade, o refúgio tranqüilo, o afastamento dos outros. Na socie-
dade rural a igreja é o centro de convergência. Na grande cidade, a
-=~-:.-, nível humano ou cultural, igreja é um dos muitos "serviços" que a cidade oferece.

c:a como regida pela tradição,


:.:'. O fato se justifica pela rela-
',-de as mudanças são lentas SUGESTÕES PARA UM PROGRAMA DE PASTORAL URBANA
, ::<~la(que se instala a partir da
,~-,iialmente nas últimas déca- Pe. Alberto Antoniazzi indica algumas linhas de reflexão, vi-
, ' ,:c'.cialmente, para a inovação. A sando a elaboração de um programa de pastoral urbana. Tendo como
,' ..:ado para tornar-se" experi- pano de fundo a realidade da Igreja Católica Romana, ele propõe as
" ..~.:-asdeixam de ser profunda- seguintes reflexões:
.:'Jades rurais e se acham ex- 1) No nível da pessoa. A realidade urbana contemporênea exige
'=-ê buscam individualmente a que a pastoral leve em conta, antes de tudol a emergência da subje-
.' religioso, pautam a condu-
__o .:" tividade e valorize a participação da pessoa.
=-. -=respostas imediatas às novas a) Deve-se levar a sério a experiência religiosa subjetiva dos fi-
. 2 escolhida (ou abandonada) éis, mesmo que ela possa se manifestar em formas bastante afasta-
~~"dição,mas a partir da expe- das dos conteúdos objetivos da experiência cristã.
-~.)se preocupa com a doutri- b) A pastoral - em suas diferentes dimensões (litúrgica, cate-
c ' o.çãode bem estar. Se isso é
o
quética, social ...) - deve estar atenta à pessoa em sua integridade ou
~-",storal da igreja, cuja ênfase totalidade, evitando acentuar demasiadamente um aspecto em pre-
disciplina". Ele conclui: "A
juízo de outros.
, -::~-:",ênlhã, deve partir da subje-
..:, do reconhecimento do plu- c) A pastoral deve oferecer ao indivíduo uma ajuda para estabe-
lecer uma ligação entre sua fé e sua vida cotidiana.
Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 31
ARTIGOS-------------------------------

d) A pessoa não se realiza a não ser no relacionamento com ou- A PRESENÇA DA IELB ~',~~
tras pessoas. A ação pastoral deve promover esse relacionamento,
levando em conta a realidade social da cidade e das pessoas. Missão urbana, a E '-.::
2) No nível do grupo. Antoniazzi afirma que há comunidades e
movimentos que procuram orientar toda a vida e atitudes dos seus
membros (comunidades pentecostais). No outro extremo estão os
católicos afastados da prática religiosa de qualquer comunidade ecle-
sial. Mantêm contatos raros por ocasião de batismos, casamentos ...
Entre os dois extremos, além de outros grupos específicos, está a
grande massa dos praticantes, que reduzem o contato com a comu-
nidade eclesial à missa dominical. Diante desse quadro, o desafio é:
a) Melhorar a qualidade das celebrações litÚrgicas dominicais. ~ - -. -.-...

b) Levar o maior número possível de católicos a acrescentar, à


missa dominical, ao menos um encontro semanal de reflexão e par-
tilha da experiência de vida, em que num pequeno grupo cada um
possa confrontar a palavra do evangelho com a existência cotidiana. --
c) Transformar os encontros em 1/ grupos de vivência'l, com mo-
mentos de oração e solidariedadel sustentando de modo específico
a experiência cristã de seus membros, e articulando-os com a vida
paroquial.

2 Fontes de pesquisa: IEGE 96


IELB).

32 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


------------------~-~-- --------------ARTIGOS

~c ser no relacionamento com ou- A PRESENÇA DA IELB NA CIDADE


-2 promover esse relacionamento,
da cidade e das pessoas. Missão urbana, a !ELB nas capitais brasileiras:2
_zzi afirma que há comunidades e
~ê,r toda a vida e atitudes dos seus
- ~::Ü5). No outro extremo estão os
=~='sade qualquer comunidade ec1e-
~:asião de batismos, casamentos ...
-=-YU.trosgrupos específicos, está a
.. 2 reduzem o contato com a comu-

_ Diante desse quadro, o desafio é:


. :ê:ebrações litúrgicas dominicais.
_:::clvel de católicos a acrescentar, à
='Jntro semanal de reflexão e par-
~-~1enum pequeno grupo cada um
c ";2:elho com a existência cotidiana .
grupos de vivência", com mo-
. C'-', ii
-=-sustentando de modo específico
_-~-rcs, e articulando-os com a vida

37.256.599 60 + 37 75 15.426

2 Fontes de pesquisa: IECE 96 (populaç50 das capiL1is brasileiras) e estatística 1997 (informações da
IELB).

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 33


ARTIGos----------------------------

População brasileira (1996) 157.079.573 a) Como devemos estL.ê_ ..' ~


Nas capitais 37.256.599 = 23,71 % b) Quais são as melhore:: ê<~ -.
IELB (Estat. 1997) 215.000
c) Quais são as melhore.:: e~::
Nas capitais 15.426 = 7,17%
660 na congregação?
Pastores na IELB (jan 99)
Pastores ativos 540 d) O Projeto MacedônÍ2 ~:::::-~.
Pastores nas capitais brasileiras 75 = 13,80% abordagem?
5) Escrever a história da :..• ~~.
gregação na cidade:
REFLEXÕES PARA A AçÃo PASTORAL DA IELB NAS CIDADES a) Quais são os problemêé.:::. c
(ASSUNTOS PARA A REUNIÃO DOS GRUPOS) b) Que ajuda podemos c;",>: =2

estes problemas?
1) A pastoral urbana é uma pastoral para leigos, nos quais é 6) Elaborar o planejamerc :~ ~
preciso acreditar e investir: a) Nível 1: Visando a prer.c.:c ~.o.
a) Não somente na esfera da paróquia ou da família (privado); b) Nível 2: Visando o en\'c.'> ==-=-2
b) Mas testemunhando Cristo e vivendo como cidadãos com- e no bem-estar da cidade.
prometidos com o bem social geral;
c) E assumindo seus papéis na sociedade (público).
2) Comparar as sugestões de Pe. Antoniazzi para elaboração de
um programa de pastoral urbana, no nível da pessoa e do grupo,
com os principais objetivos e metas do PEM (Programa de Evange-
lização e Mordomia Cristãs).
3) As informações estatísticas da IELB mostram que o PEM tem
tido boa aceitação em pequenas e médias cidades, bem como na zona
rural. Já em vários centros urbanos maiores o programa não tem
tido o mesmo sucesso. Será que esta realidade está ligada à visão
dos líderes ou à falta de um melhor planejamento do trabalho nos
centros urbanos maiores?
4) Se é verdade que nas grandes cidades as pessoas não têm
muita preocupação com a tradição, com doutrina pura, mas estão
mais preocupadas em solucionar seus problemas e seguir uma reli-
gião que lhes proporcione satisfação e bem estar pessoal, pergunta-
mos:

34 Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA
--------

--------------·------------------ARTIGOS
157.079.573
a) Como devemos estrutura r o trabalho da IELB?
37.256.599 = 23!71 %
215.000 b) Quais são as melhores estratégias de abordagem das pessoas?
15.426 = 7)7% c) Quais são as melhores estratégias de integração das pessoas
660 na congregação?
540 d) O Projeto Macedônia seria! portanto! uma boa estratégia de
75 = 13!80% abordagem?
5) Escrever a história da nossa cidade e a história da nossa con-
gregação na cidade:
~-:-~:\.-\L DA IELB NAS CIDADES a) Quais são os problemas da cidade?
= ~5 GRUPOS) b) Que ajuda podemos oferecer para amenizar ou solucionar
estes problemas?
_-~~oralpara leigos! nos quais é 6) Elaborar o planejamento da ação da igreja na cidade:
a) Nível 1: Visando a preparação da congregação;
_~:ruia ou da família (privado); b) Nível 2: Visando o envolvimento da congregação na salvação
--i\-endo como cidadãos com-
-= e no bem-estar da cidade.

- ~: -:iedade (público).
"'"ntoniazzi para elaboração de
:-: nível da pessoa e do grupo!
-, ~.I PEM (Programa de Evange-

- : IELBmostram que o PEM tem


_ -- - _~_as cidades! bem como na zona
-~ :naiores o programa não tem
- c ~::. realidade está ligada à visão

-: -_~lanejamentodo trabalho nos

--::-cidades as pessoas não têm


-:Jm doutrina pura, mas estão
: -=- _:- Droblemas e seguir uma reli-
bem estar pessoal, pergunta-
-=

Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA
35
ARTIGOS--------------------.------------

As PORTAS DA CIDADE igreja católica já redirecic:·:-:. -.


CLE. Vale lembrar tambér': ::_é: .
Augusto Kirchhein1
volvem projetos adaptado:,- ' .
No meio deste emarc\l~'.é'.~' .' é:
IELE pode se inserir? Que"? . :.-.. -
INTRODUÇÃO

Pretendo aqui trazer algumas reflexões. Mais do que afirmarl A CIDADE SOB O OLHAR DE . <

vou perguntar. Quero, à luz da sociologia, apontar como a religiosi-


dade tem se manifestado nas cidades. Para tanto, vou me valer de
Apresento fragmentos:.,:,
um texto do sociólogo Reginaldo Prandi e fazer intervenções que descreve as posturas adote",::.:':-"
julgo oportunas. Com isso, indicarei algumas portas que podem nos tras urbanos. Sua descrição é'.-'-::. _
conduzir ao meio urbano para urna evangelização efetiva. EI como missas e opções ideológicas T: - c -
pano de fundo, aponto para a necessidade de uma ec1esiologia bem A Realidade Social das Religi5,': ".' ~
definida na IImentell de uma igreja que se '/pensa" voltada para a cidade e o mundo/'.
cidade. As implicações teológicas desta fala compete a outra pessoa . 1) 110 Brasil contemportiicê " :
elernentos estruturais e simbó! c~''-.:
ou para o debate posterior,
dade são tipicmnente racionais ..i- .
AIELB é uma igreja de migração. Surgiu nos assentamentos de
prios da civilização ocidental íJi.'.~
colonos alemães no sul do país no início do século. Assim como ou-
giões francamente voltadas par.i :.
tras igrejas do ramo protestante históricol ela "veio de navio". Os
experimentando aqui grande s::._ .. : __.
primeiros passos se deram no campal ao lado dos agricultores. Ago- densamente mágicas revela llííl.i ..
ral quando os brasileiros se concentram nas cidades, ela busca mar- fico das sociedades modernas,._: ._.: -
car presença nestes espaços onde já aconteceu e vem acontecendo forma ao originário cristianismc .
uma grande expansão dos novos movimentos religiosos (neopente- daI ao próprio catolicismo pós- t >
costalismo ou pentecostalismo autônomo), representados por igre- religiões que se firmam em cOllce:',_C• _

jas que vieram" de avião/' trazendo na mala a proposta bem defini- sobrenaturall e que são corrente
da de trabalhar ao lado dos operáriosl migrantesl ex-agricultoresl mais tradicionais, quase pré-cnp:::. -.
comunidades de periferia, enfim o homem ao mesmo tempo agente ões de seguidores o que se dá, é i'.
e vítima do processo de urbanização. Atenta para este fenômeno, a regiões e cidades mais desenvoL-:'," .
Mircea Eliade no livro O ~:
dois conceitos (sagrado e o F:'. ~''':
1 Pastor da IELB em Florianópolis, Se. Formado em Jornalismo (1992, Unisinos), Teologia (1993,
Seminário Concórdia) e acadêmico do curso de Ciências Sociais (UFSC). Trabalho apresentado no
Fórum de Missão Urbana da IELB em 17 de junho ele 2000, em Novo Hamburgo, RS. 2 Reginalelo Praneli é professor ele sociolc::c

36 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


-------------------------------ARTIGOS

- CIDADE igreja católica já redirecionou sua atuação. Do mesmo modo a IE-


eLE. Vale lembrar também que movimentos não-cristãos já desen-
Augusto Kirchhein1
volvem projetos adaptados ao urbano.
No meio deste emaranhado de propostas religiosas, por onde a
IELE pode se inserir? Que porta escolher para entrar na cidade?

- _:exões. Mais do que afirmar, A CIDADE SOB O OLHAR DE UM CIENTISTA


__:jia, apontar como a religiosi-
:: Para tanto, vou me valer de
Apresento fragmentos de um texto de Reginaldo PrandP que
~_êndi e fazer intervenções que descreve as posturas adotadas pelas igrejas e movimentos nos cen-
- :~umas portas que podem nos tros urbanos. Sua descrição ajuda a identificar estratégias, compro-
,,--?tngelização efetiva. E, como missos e opções ideológicas. Trata-se do primeiro capítulo do livro
_ - - de de uma eclesiologia bem
_ ~_ -'L
A Realidade Social das Religiões no Brasil, cujo título é "As religiões, a
cidade e o mundo".
-:2 se "pensa" voltada para a
- <ê, rala compete a outra pessoa 1) "O Brasil contenzporâneo é um país moderno, no sentido de que os
elementos estruturais e simbólicos lzegemônicos constitutivos desta socie-
dade são tipicamente racionais, burocratizados, dessacralízados, isto é, pró-
~urgiu nos assentamentos de
:_J do século. Assim como ou- prios da civilização ocidentall/loderna capitalista. Contudo, algumas reli-
giões francamente voltadas para práticas religiosas de caráter mágico vêm
~ico, ela "veio de navio". Os
experimentando aqui grande sucesso. Esse retorno a concepção e práticas
".) lado dos agricultores. Ago- densamente mágicas revela uma reação ao modelo desencantado caracterís-
" nas cidades, ela busca mar- tico das sociedades modernas, cujos conteÚdos desnzagicizados"
/J deram
, :,Jn'Leceu e vem acontecendo forma ao originário cristianismo da Reforma e muito depois, em certa medi-
~~}lentosreligiosos (neopente- da, ao próprio catolicisnlO pós- Vaticano II, l'v1edellin e Puebla. Pois essas
- ~-:10),representados por igre- religiões que se firmam em concepções tradicionais da relação corn o rnundo
-- ~11éllaa proposta bem defini- sobrenatural, e que são correntemente consideradas próprias de sociedades
~. migrantes, ex-agricultores, mais tradicionais, quase pré-capitalistas, vêm conquistando legiões e legi-
-~-"-2mao mesmo tempo agente ões de seguidores o que se dá, é bom frisar, tarnbém e principalmente, nas
_':'c:entapara este fenômeno, a regiões e cidades mais desenvolvidas do País." (Prandi, p. 23)
Mircea Eliade no livro O Sagrado e o Profano destaca que o esses
dois conceitos (sagrado e o profano) são modalidades de ser no
<51TlO (1992, Unisinos), Teologia (1993,
:iai5 (UFSC). Trabalho apresentado no
em Novo Hamburgo, RS. 2 Reginaldo Prandi é professor de sociologia da USP e trabalha com sociologia das religiões.

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 37


ARTlGOS------------------------------

'1"" ,. 7; : cn'
mundo, situações existenciais assumidas ao longo da história. Se- rlaO-} e<"gloc,v.
gundo ele, o sagrado precisa ser entendido: 'visibilidade social slto I\?:,_-

1 - Em oposição ao profano; duta. O


2 - Homem toma conhecimento dele a partir de uma revelação;
3 - Ele só passa a existir mediante manifestação (hierofania); Jas
-: ,....,

4 - É uma realidade que não pertence ao nosso mundo (isso é o SClSpopluaçoes:


1- n(/ <: "''1flV r-t:n
profano); ! lHvJ1v Fv! Ll HiA

5 - Portanto, é o "outra coisa"(ganz andere). Nesta lógica as cul- cal' outras . Jforma,c;
.. -

turas trabalham e "pensamfi o mundo. Atribuem significados sagra- truir outros


dos a lugares, objetos e pessoas. A partir de uma revelação, "aquilo"
passa a ser /I outra coisa", Se torna sagrado. Contém outro significa- P~qtll
do diferente do aparente. bllÍrítOS "Dara
, a
A Reforma Protestante deu o primeiro passo para o mundo oci- iSSCitiroll o
dental se dessacralizar. É o que muitos chamam de secularização ência do
(abrir portas ao profano). Lutero é tido por muitos como o pai da
modernidade porque alavancou fundamentos para o estado moderno
(separado da igreja e do estado)? O que chama atenção dos pesqui-
sadores, é que religiões com concepções de mundo liencantada" es-
tão ganhando cada vez mais espaços, especialmente nas cidades,
tidas como centro da racionalidade.
2) liA cidade em que vivernos, isto é, aquilo que se pode chamar de meio
urbano no Brasil contemporâneo, guardadas as exceções daqueles muitos 11nC 1"i(Õe
iUL"!'~U
I"' l' ff)
rtt-l-H'c-
i
recônditos aglomerados ainda não plenamente atingidos pelo processo de ças nas relações ele
integração urbana nacional em curso rápido, esta cidade, já o disse, é a trabalho
.. nito-especializnc!o_:
cidade rnoderna, e por ser moderna é profana; sua civilização é desencanta- {rIU? creSCICl111;

da, no sentido que l'vlax Weber atribuiu a esta palavra; ela prescinde do de trabalho era
apelo ao sobrenatural. Suas instituições, sellS governos, mercados, escolas, f'lcredit0va~cp
" v'
/71'P locrn
h, -I, '--''-, ~1
- ,,~__ ' (.~v
meios de comunicações, tudo é não-religioso. Não há um espaço indispen- Vimos tm.cassarCi!l .J

sável para deus nos lnais importantes momentos da vida quotidiana. O saúde! o tra!1sporte
modelo ideal do novo homem e da nova mulher da nova cidade é um modelo mento. l'vIas
'<ou1i1i'c(f,-,
ri" fJ ! y~~vL..:. _~V
l.-·~V",
1!vb(lií(O
-~, . v, v_i

t'lOp!!d,117""a~'o
'>,
r /1'
mmlllaS
3 o filósofo Roberto Romano, professor da UNICAMP, articulista da FSP, prefacia urna obra históri-
ca, Da Liberdade do Cristão, de Lutero, publicada pela UNESP em edição bilíngüe. Neste seu texto .. ~ diesae1
coso 1::, ./
/'17

destaca o papel fundamental de Lutero na secularização. têm onde ficar, ;;

38 Vox CONCORDIANA 170x CONCORülANA


--A"RTIGOS

-,:.05 ao longo da história. Se- não-religioso.:


. "' ,_Li
-= __--do'
•....• 'Oisibilidade

a partir de uma revelação; se tem de nossas


-:~ I1nnifestação (hierofania); jas (católicas) ficaram
:.:''1ceao nosso mundo (isso é o sos populaçoes/
1-arl{lCp'
Jl,,:..~~~JJ_ (Ji'!C1Ud
,'" a
Nesta lógica as cul-
. - -: andere). rnr ..
~"' Ol{,L{'/"'{7C; vj fOl'111,nc
''''"'V ri" ,_,
"'v ,-voy "'),'m:'tudo
V'I P~ ,~,
! ' L ~ (~
, , ,Atribuem significados sagra- rtulr OUiroS aeILSeS;jOrmn
" de uma reve 1açao,
_'.'~tE - 11 aqUI'1o 11 O que não faz sen tido
~~.srado. Contém outro significa-

_,_~'l1eiropasso para o mundo oci-


.... citos chamam de secularização ê11cia a,o Espíritc: SarLtC}ri) e o
-= tido por muitos como o pai da ao murtdc; e de glorificar a DetLS fle) 11-LLlrLclcJ.
.: -'ementospara o estado moderno 3\) •..
'J ;

= que chama atenção dos pesqui- tros urbanos aue


; ôo-Y'{ruitaJ1'l .
en1
::,.:;Ôes de mundo "encantada" es- hr"'7c
1..-'
iL'pZ'J"'c;
<J..-....-
~ V...-.
T'}'!
-"- ..
{lu" niico
LJ:'-
·..-v!.·

:-':;05, especialmente nas cidades, nessas cidades. A

aquilo que se pode chamar de meio ~4s (xrandes levas de 7nig-rantes


,~,!das as exceções daqueles muitos -
pos nao '",
11111ZtO alS t anres
' .' o
tzn/zaíIZ UJIlfl

.:J!lPl1te atingidos pelo processo de ças nas re!açoes de trabalho 710 campo as
'7pido, esta cidade, já o disse, éa trabalho nlfo~eS17eci(llizados
I da
, : sua civilização é desencanta- mia crescimn, ri própria soclcdaue
.. i' a esta palavra; ela prescinde do •
de - 1)
traÍJalilO era requenao" .. A'jncla, que a
, ,'_,~ ~:;e1iSgovernos, rnercados, escolas, acre d'ztava-se que . lOgo
i .,
ízaverza,
o
. ;:oso. Não há um espaço indispen- vÍnlos fracassarern todos os planos de
,,'zomel1tos da vida quotidiana. O sall~d'
.e, ° rrri/7,sporte,- coletivo,
" a
ullzer da nova cidade é um modelo mento,lvIas tmnbém há
d a popu!açao
,-, liJ'üana de .
rl)OpzlJaça-n
, .I-L- to+nl
l,,~r,-, d'nc
J !-{-!L.'
L.. ririnr/o'·
l-'n_~~~",-t:..-u.

fa,mílias brasileiras
'c articulista da FSP, prefacia uma obra históri·
. c:.",UNESP em edição bilingüe, Neste seu texto Ç05. E desde já 71ão terno
.J-~"t"-d t'i )1" II -:--. ;-:..c::\
.e/h OJLC "cal. 1-" Lvi
Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANil
".-~,c _. .

91 a 96 ficou na ca~?:-CC
percebeu metade dos nasciITLe~-. ~: :
a lctentida- crescer maIS,
atentas a que as pessoas estzio _.
sé} trata- Vocês concordêC"C:
id_erlti~ illOS a If fazer" nÚssó c
l'
ms- são! até porque
sirnbólicos evangelizar~ é a sua e5:=~~-:_'
lhando-se em Cristo.
congregações do
nas cidades, O
no mundo (ecleslolc'gi? -
l 1a GlSCUSSan
lJma arrlD ,. --
1 • "'i 1,.. ••
pel SOCIal e pOlltlC() rle5L~
atividades seculares.
var o mundo; para ir CYc.
os Estamos chegando.
bUÍII10S para que os
, ,
na terra; a
n-in1eir-"
t 1..•..
,..:10
LI ,,__
,_ j L •••..1. .•
a nossa própria crítica
() trabalhador zas; tal\Tez fruto das rLC>::·=,2
liturgia; [:S
cidade a dulo; puxaram de um e:<lc::-_- .
/ .
COisa se (ill/ r10 Illlll1rrlO; tivermos consciência
estreita, C 1Jrbariâ. Basta idéias fomos treinados
é1I1alisar os ( corrtirl1.1a= sociedade brasileira e se
fi CàlYlt.JC)S,
l. g:ados e
C.J certos pontos! entrarernc
toclos os a arquitetura; a forma- no anonimato,
Se de taf-o qUJ'sa",,,,, r,"
~ .1. ~ J .. _~ ••••.•.J...J __t._·'-..-': '~ ~~

-r"lJOP
corn {)ÇlT
~ ~\ aHg~~nol "i1~1-;"7--~
;::;_~1cH1LCc

para tlm contato temos de realmente enC?Ll?_


estressante, da violênci'L.:=. 2.
realidade dos profissionaiS
1999 a
2sse índice ele 1998~o acréscilYtO 4 Ata da nona reunião da diretoriz, ";:'._._
caderno de atas de abril).
Oj6 irlcli\/ícl'uo por C(Jn- 5 Os números são polêmicos. Muitos dê':'-'
\legetati~/o elO -Brasil d~e em áreas consideradas urbanas. Erri

40
1lox (~'ONCORDIilI'..;rA Vox CONCORDIiiNA.
---------. ----ARTIGOS

nas cidades, Ele é 91 96 f' ('. ~,~ ~,.-:J,~ ,-,,~" ~ ,-1- n'~ '-;:;n -.~n~~~ 1
a lC,jU_ na llnv C~L~;lll.l:jarlnOllrtem a
LaSa. u.t" 1...::...;1 LelitOf ele!
urbano percebeu . d d '. ,., ., r-.. . ,
meta e os 1l_aSClme11tc:se CrlJltC:S (10 110550 l00\/00 UêDOlS.
-" se ela cjJu_er
.
reClrperar a ide11tida- • , •• r
crescer maIS! precIsa canalizar esrorços nas ".
ur!Janasf pOIS e ,a 'i '
Igrejas, atentas a que as pessoas estão se 5
não só trata- Vocês concordarão
rlell-i começare-
_-~l~nas
irtstitllições sÊic~iderlti- tE:n'lC)S fÓrl.lllS de ITlÍS-
errrpresas c115- - t" " . ~., ....,.-. "-' .' 1 ...-

I' --'/.".-
sao, a ..e porqlle Igreja seULn~üssao
r" ••.••• :- T-:-v-,..-
evange 1zal, e a Sl1,t essenClCL Ul1.,ctVeLo CiLUIUUJlUU q1..tea l..L.LD, espe-
- ,,!,"?
l\tlssaOí rlO serltlOJJ ete
•.••...-:i-,.....,..~.!-:-..--~...--J "'" _ ,.." T"'[71 TI

lhando-se ern Cristo; quer servir e procurou fazer isso até hoje nas
polítIca Oll congregações do interior, bastaria entrar corn este IneSl1lO espírito
ri-:ç. ~c; r<or(·p-.lpt~mo"'J -
- ...u t..~_,__ I.
t. tJ ....
!..~ ••...t_ ..:...:..
..'...l. ..!.. na' ('idarie~Lh V D~o1:·!tJnl;-:.-
_<....1 -- .i 1 LL
n
....1-\707
G LGL. ~"•.--,
TI:::;nri.~S.8 c'r-'!-rl("'PYir';1n rir.1çrl"P~.""
-'-:......
U-,-",-, ~-'j---, ..,,~.,,~.t''3A,,---," G_c -o.:..-)a. t. --~

r'~irlgLlé111 110 mUl1do (eclesiologia) e para o 1:1-1Ur1.d~o. corriO furtdamerltal


( • I'~

ql.le Iaz e~xlgerl- uma ampla discussão de nossa compreenscio em torno do nosso pa-
Gll cuJtural.
pel social e político nesta nação brasileira., Ncio se trata de priorizar
erll. parte,. satista- atividades seculares, Simplesmente assumir~se no mu.ndo, para sal-
Sêtl1110d_o d_elidar com
"\'a1"o
.L m'U'1u-n
'- ..•.. 1
-'-"f 1 '~..I.._- ll"
Dc'll"'r-1 •~ ('nnTr;~ , ----'-- (')
--'--, .•..•- ••. '-" p r-:;:ir~
~r~~~-'~" ~J- e-r
.~ P
_~11117. nn
1~ _~~ ~
í--YPLl.í"-' dI'V" .
EstalYl.OS cllegando élOS 100 arlOS ill.stitlIiçàtJ. ql1.e coritri-
'bu]/mo"
---'- o pa"ri "'l'P
~..!..c_Li ns, b"''1S1·bi1·\~j<:O
1 ........•..... 1.U,_ - --".•.......•..
-'-. "';""'''<:26n'''
'.J t..:.. '. T)1'6r;"~.n"r)ç; [::171"'-,
;.4••.....•
"':-:..-'<....1--...:...l.1. ...-_ ..:. -'-"_",--..I..uC1.:..l.I.. •...•......

a nossa própria crítica para id_entificarrnos 1105308 e Í11certe-


zas; tal\lez fruto das 110ssas teí)lÓgicas
'-' qLle/ C01Y1l; llill_ pên~ --'- ....

dulo, puxaram
l de um extremo ao outro o no mundo". Se não
-=·()Sse fec11a ()tl; llJJ rrLÍrârrlo!
tÍ'vermos consciência de qlH2 ~ f(;TrrlCl f01TtOS forrn,ad_os; à ltlZ de que -
ltrbarlâ. Basta •1ae1as
1/· f'ornos t,'~ d" ",.- "-. ;~"O:" ~,~L -'·r.lr'~-1- ~ ~~.nl;, ~ ~
leu la ,o", iJafn ct "Iru;:,bo.u,L o,jLJ \..','LtCH:llLebàHetLi.SarrlO" G _

a lirLgllagerrt (coll.tin_lla~ sociedade brasileira e se não estivermos a. rever e mudar


ucarn.pos! gados e cel '·t os poru.osf t"· '~
ell1arelllOS
-I-
r10~ C1 ;d~ao_e
1 '~~ •• '~ '.1..~~ ..-." .. -, _ .' ';:;n
~njl POlLQ:j ~i.".1.e llOS. 111êl11telat.;
a a.rql.Iitetllra; a fornla~ no anonimato,
airld_a 'verrt COITl o
Se de fato quisermos agir e brilhar :nas cidades comprm:"r1etidos
-~':reso±e:r~e(:etn certa resistêrt-
com o ê\7angelhof sinalizartdo o reirioj éUltecipa11do o 31TL()r/ a justiça,
temos de realme11te erlcarar o l-iOlYtêlTl frlltC) o_e tllYta rotirla
estressante; da violência, rc)tas d_e tráfico; da
qtle 110 a110 (te realll·da d' t-···'
'e aos pro",-lssl011êtlS OL() seXl).: corrllDcão
~. -, ecorlôrrlica e ~Doli-
.
, ~ 5 " ,
centO, ""pIlcanao
1998/ o acréscin10 4 j~-,.ta da nona reunião da diretoria nacional di:1 IELB/ 2000: eU! 20/0--1/00; In{onnej 101/2000
i11Cii\líd_110 Dor C011- caderno de atas de abril).
I
5 Os números são polênÜcos. l'víuitos deÍendem que 75 por cento da brasileira reside
d.o Brasil de en1 áreas consideradas urbanas. En11920 erarn apen(:5 por cento.

Vox CONCORDI/lNA, Vox CONCORDIANA 41


----------------
- ~-
~ -- -
--- -

de sua intimidade!
,~ l.-u - Ar ()
1ól"fH1ÇC .J

e gozar a
cstarrH}S 1108 di=
, .
va que se t1eseJIyola no {s_"
l-7Ública
Na ver(lcuiei eles
1//)""'j' l--lCu, C
pu n·:r-/-nr"lí) ....• ~_A_~.L:·
LOLL: bG LOfLbt:

Por exemplo, (i
se cottzüortar
i nUI1-1e noz

hoie
) se fetn quando
, se ~i!
quando se lJixarn lllonz
Nosso ponSaVell?Zen te pelo
nas ruas e
pode- '11,~j'L'OY
I i--l--I
i'':;';/'I~
..-l-{L-
J
{.:ia '~11P 1;'7 i-'
•. t ..t~, J...f" •.... ,n .. v~_

re- uso coletivo. 11yfas f?ssn 717(: .


err.,_ r 1/'71 Í'
pa. r a ",.we q "I" d
IlfJ fzoJJzcnz co~ tJe10
I menos
quadrado de
,
acao a ()'u'''J'ef:.;:,
l..-. o·· r·,,·í
\..-!..Ljf.. "L

Úzvasão ~ie {erras


f
cidadania. E e
tos

se refere a
,,-;~ ,-1n " 1~
Q pO •..aXílOS H- defesa
-' contr(l a nin.
'IX
a VlO,cnCla"
na
r'J-'['111{'j
t-1,,1-1U
11el,/'O'I)"0
ó" >.] •••• d.u"
,..,'••

rnente uni desconhecidoj o


fI0J11eHI e passear, onde se
relaCI011aY~·se de hojel poder reconhecer 05
de m1'la mesma ou
~ " ""1
L01110 e 110SS2Vei

São ;\"11.110, ed. HLJCITEC; 2000, pp. 11-12. 011alS espaços

llox l~ONCORDIAI\IA
1JJYlâ lógica de sua intimidade;
1 ' /' •
ateí1tar para 71Iwnçaf o que ;u vai
e an'7ar ~'l·
ó'--'''--'' "I eY17eri$17f"i"
-"'~r '~''--'.. '~~~'~

va que se
vida IvÚblicn voLte
' ter
7\ T "'-f
Clli~a- l"ja Verú([[1e/ elES

C()11dições Ivública, . e isto se


sorlr-tOS: , ln~laglrla- LJ Por exen7plo; a
c.p cnl~lpL07/ff7Y p J~,l.-~~~'
1'101!ll~I'·U'--'
p~?íf7cn '
Ilào só 11afolga)!: de l..-'''-' '--, J.', ' }-}. A,"1íiJ'P
t;,-' I.t,~, _l..J;....,~ •.~'~

7 ':0 o fOH'-o -! 11/: C/J


110j"" S" ••...,,1 qLu""iv c"-.

quando se pI:rarn
-: ;
pOl1savernlel1Tc
nas n!(lS e calçarias sÜo
menor idéia de que
1150 coletivo, lVlas essa J1zcsnzü

para saber qual a diferença entre U1na


DCt-:S
'-- ..'\..\..'-
....
::n
--'-'-"-..' co- 't-'1p]t'"'l.
fJ'-'~U
't1t"PT1{"lC
li '-'Jt--Uv
'1nl!1'fn
Lt~l~l.-t~,-,
f1111tY c.p
:"-;~~'"--- v_

senl 7)iSibi~
e objetos eu/u preservaçllo
Z71.vas[fo Terras

cidadonia, -p, e
tos de
r:11D
"<..-l'-{.\..-

~ 1•
a pOG.errlOS 11=
da ir!.felicida- a VlO/fnera

tem a 'ler com o trilha veriQ:osa


! LJ do assalto e do
mente um desconhecido; o
passear/ onde se divertir.
, .
de hoie/
reine lonar-se j "nnder .... reconhecer - o.~
-

uma. mesma OLi

COlno é ,voss{vel .fazer-se ver, se


1110 desejaclo/ ser
-:':1ulu, cd. r-rUCITEC, iODO; pp. 11-12. Ol1ms espaços

/i ':!

- .._--------------
-~-~~ - ---
---._--- ...
ARTIGOS-----------------------------

[l7!l/ se ngre,OaVrllllj
..:...", (1(11
,
ueles es?)czços
, ..••.
L~ ,
U10 !presen res nas CllalJlactas I ' .
SOCIed a d~es
Ifbaixof! custo o

tradicionais {jue marcaram


J;
110S50 vassado recente? Deles a socied,'lde •
urba- m:ils l-10
'"-'''- .•.. 1.
rTu."P :i
-1 -- .

na de feição rnetropolitema reproduziu fnlsificaçi5es que ailUia assim, quan-


receber Í11strllcão.
d,.· 1.'
o jli!1ClOna/il, aestmmn-se 1'.'
eXCilis/VriJiZeme aos mwto ,
pOliCOS que poaem
IvIais 11.0 final
• 1~'

pagar por esta espécie de acesso privatizado ao espaço privado construído ~pessoas tan1Derri
eeollndo IJ" Y'lndoio
v ó !.-" ,; U L-l-
(f,', 'Je"(Vt' "'ih7>n
l-U tu/V lyU /-"L Vd-CU. portarrler~to g.u_€
nhamos uma
it _,
próvria o.
igreja católica do aggiorrlalTleIlto
~U deixou de procluzír al-
gZl11S desses importantes as pessoas podimn periódica e ritual-
rílO l1istórico 11ão con:~e
ISSO recorro a 1.1111Otl tl"C: ": ::--
111e11-re (e o ritlLal1nente é futLâanzental)
_I (luarecer,
l' se i
t1nresel1tar se represen-
f .. - ., I • , . .c donça; professor
"ar: as prOClssoeSj as rezas vesperalS; as !a0í11nJu7s e terços; as grandes jestas
paroquiais, Não bastasse; o rito sem nenhuma pompa e etiqueta do q.lle fez llrrLd sigrtifica'
, " ••
carOtlCZS1110 COl1 tetnpora
/," 'J:' "
neo JOl) le!?}1 ao c(u1n vez lnazs. d'~es ln. teressal1 te. A etz-. ça; em seu_texto /1
Jno histórico no B
queta é lnuito ilnportante para rz relação C0J11o outro, e é através Lia
f .,., ae
par"uw 1
uma mesma ' "
etiqueta que se jonnam ,. /
vmC1liOS rle 1 "d
z entzaaae.." são d_o protesta11tisr.cLc l-~~~
-
Ç.)uanâo
, J
C{lua
,.
liIll jaz o que quer, ou o que amar que /l1e seJCimms vantaJoso, 1 '7' . , dade. Pelo fato
DellS e COIYLa
o que é pior, não há f1osszbi:id,7(!e se ter referências para (l auto-expressão
públíca do indivíduo, a lii!W representação destrói a virtualidade da
outra, numa relaçfio perversa que ., só pode levar o homem à solidfio.
,
\TO. Basta reparar ria erlC'··
Dre se eriterlo_eITl
Acredito que o homem que hoje busca a religÚIo está também e princi- J,

palmente procurando o seu comportmnent? que também possa


, ~sem
donea.
1
levar em con t a a presença J' ' ',.! , /
LiO Outro,' uasta ele estar 50. t,~ o mesmo que vdzer
,:j'

nup
~1 pie
.•"'-''-' ou \...-~·~·~III
010 PYOCI"" l'prnnl1drw
""'~. 1~_.It...0r'\/I}-"}-""'-! r'
"t- ~/,,,,\..Y!l1eYOilJ1"n
Li',1"} ,ól.-·j.. "/.Y~·'-' "i07'
('1'11 L-o- ~ •...• II(1Uerl sou7 Onde
~ { •

esta. " quem .:í'


me alga SOll eu;'.- f, u
.r-.
que iWO e mmto ~u /' • , 1 • I~
alJereme I I '-
c a quesrao
7 Trabalho apresentado no
rnrm;ncfa 11p7nnsirnll{71jc;p
L.!~\,,/'-""··l./L.:-~·~t' f'
~,-,~rl :-~.••...""',--, c;imflrres
t{;cnicas do sociedade ma-
•...•...
"" •. J'í ....-.0- '- .•.. 0- de Brasileira de Socic)logiJ,
aerna
.1 as
' 02U7lS
i! • os vOüres
,- nao ., ••• J J ~te acesso, 11 (P ran-
(l nzenor ;üOSSlul1Ut{1CAe ..J 8 O texto parte parte de urn rC'L-~ t .,

este autol~ llTI1técnico inglês CI:;:,


di; pp. 26-27) impossível qualquer sucesso d,~:-.:--
//\Tiver é corrvi\rer/f I afirm_ou I"vIário QUÍllta11a. O 1101nen1l1rbano 11l.aisrenloto rne parece () exito di:'
puritanisll10 poderÚ
k ter
sanila ' espaços ae ,,~ C011\71'/211Cl!l. " trocar 1'd/'elas, con-
'r- \.2l.ler 111teragll",
'. ça faz unta retrospectiva histÓric't
viver. Este era um dos Drincipais DaDéis que as igreiasc· ) no interior
J...•.. .1.."':"
ao Brasil. Conclui que dentro Ô'_-
relação a atuaçJo no mundo. lhr,;
cumpriam. Juntavam o povo nos finais de semana para uma convi-
L ~ - do ser hU111ano. O outro crrv21''2(L, ~'::::.
",'" '"'"' /' 1 ~ í
venCIa; o que durante a sel'nana nao era pOSSIVel. LaGa um passava apocalíptico do pÓs-miIenisrrtc' -=..:::-

1 1'" n .. uma "ação!! que não 'vai alén1 eLe: 2~--


quase
- que
- lSOLao.oCUIGanCO •
de sua -;lavoura e 1_'
1'" ~ • 1
DIchareao. :::lerIgreja IlSuas incursões na
mas contentam-se Ú'í2qÜentel1Clent.:
na cidade é perceber a necessidade do ser humano de se relacionar.
expectativa de que as illudança:::.
TenlOS de admitir que multos '--'.: sinwlesmente
" uma içye,in ,porque lá não tC111 condiçÓes de, por si :..;(\ ri:::"
en.con.tra111 o
qente .. ~" .'
h lá. ' alrlda. d~erÍl1aze-lo
, -OC:
L
- ~, C0111 se~u_rarlça
<J
, um
e SOb 9 O texto não foi publicado ainclz~.~~~.:_

--------~
44 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIAJ"!Jl
---------ARTlGOS

nas clznmadas sociedades


? Deles a sociedade llrba- -<Y'\a;s
.u.:..L.. Q1" ''''0 '"
U ""-iL-!Lli 1--,~~-
0LLbLd
í"i1Yi
u __:__
=_;_

"zcnções que ainda assimr quan- receber instrução.


70S muito poucos que podem
I\1ais 110 firia1
.. no espaço privado construido

,',xnento deixou de produzir al- nhamos uma das


~:;o!Zs podiam periódica e ritllal-

,':erl se apresentar se represen-


, , ::ihas e terçosf as grandes festas d011caf
, -OI'l){essor
l
pompa e etiqueta do au'e
1 fez
_."-J '1n"';:j
L_ .l __ i:5 ()'pifi,-;:jHv:~
"I' b-l~~~----,,-...~ ..-..
::2 mais desinteressante. A eti- ça, errl sell text() fI L)anornnza
com o outror e é através da íno histórico no Brasilfl/8
'i7i7m vínculos de identidade. -- __.L:
d- ~_
~ao o pIOleStallLl;:'ili\) .• l. '

que lhe seja mais vantajosor dade. Pelo fato de -orÍr.nar


, 'c':ências para a auto-expressão DetlS e COil1a irlstitcliç~:io/ rias Sllas decisê1es c~protes-
destrói a virtualídade da tantiSIrlO aca-ba ele r.ftesn-tcJ E.e n-n;r/:;::;T'':(''~(~ rr~.~~~: ..• COletl-
..:,,1' o 71O!lZemà solidão. \/0. Basta reparar rlã eriOrri'-liciade
'clivião
ó está também e princi-
. prp se ent:c~q-!(:iprYí //lPO'lt'ir:n~c:ll
.•.• -' -L---o~\..~~~_~"--' p
..•..!.-_ ••.....
..l.-_ __
'il.
Men-
..ortmnento que também possa ct'on"ê1
"5'" seml J \...-_J_ -
rlf-l"'YJl1CITin
'-' •..-1. ..•.. í PT:r-pr~~::::
.•..•..•..
_..!_ "-'-••.....
.L..:..~:.
•..•.• - ..•.. - -...?

. Estar só. É o l11esmo que dizer


ta crucial: fiQuem sou? Onde
o. é muito diferente da questão ,....---.-----.,,-
7 Trabalho apresentàdo no grupo de trab;:tlho ~;obr~~ r () IX Brasiíeiro da Socieda-
, 'Si técnicas da sociedade mo-
de Brasileira de Sociologia, de 30 de agosto a 3 de seterúbrc de 1999/ na. l)FRC::'/ Porto
/.--h..~ -i
~c,;l1iL'I:'';(lL.Je
-_ ,,-, >- - L.-.- l-J.J
L1'0(lLCO""O" • JL aI
(Pr~n- 8 O texto parte }.Iéu'te de urn relato extraídu de Uln livre: de ThoEl(lS E~vb':-tl1k. A VÚta !lu H. as!!,. onde
este autor, unl técnico ern lTlcc,1nicél, que andou Rio de Jan.ei ;'C; :::,Il-t1846, Z',YEdiou COlno
ilnpossível qualquer sucesso das D1issões protestanLes nu Brasil: i'(jurnltc' n;ais conheço este pO'i/O,
~~;Üntana. O homem urbano lT!ais renloto fne parece o êxito de qualquer 111issão protrstantc entre ele ... I",,-'-enhu111 I11etodisffiO ou
puritanisrno rigoroso poderá florescer nos trÓpic(ls". entre oLlLrib coisas, I\'iendon-
lnteravir. b . trocar idéiasf con- ça faz unla retrospectiva histÓrica das correntes te()l{igiGl~ dentro dos ]:Jrotest.?!ntisrnos que \'ieranl
- '.~ ''-'11°
- _c_
iareiac
·-t'--C <-to -b ) o _lro l'Ilt'erior
"'<o
, - ao Brasil. Conclui que dentro do protestantislno tr,Kliciclui dois carninhus foranl t0111aaOS en-l
relação a atuação no 111undo. UlTI prega () Cristo e ("J.gC)l\1.Jf histórico, presente nas realidades
.2 se.mana para uma conV1- do ser hUDlano. O outro enverec1.t:-! pela trilha do Cri~to di::-;tar:te do n:.undoi -'-'UITlI112ssia.s do reino
'-~"-í-Tel
- __ .=-".I::;':;\~. Cada
~_ TTI
LI p~ssava
a __ apocaliptico do pÓs-milenisITlo",Este Ü1tilTl:J. Lllna conrorrnista; lÜrtitando-se a
tllna /Jação" que não vai a.lénl da espera pi:1f.si\'B. n1ilênio 2 clcixCl o rnundo a SUd prÓpria .~orte.
clra e bicharedo, Ser igreja "Suas incursões na prática política, sendu indj\/iduaIi':-it?':-i, n.3.o Je\'~uTl nenhLllT~ projeto de lDudança
-2l hu_mano de se relacionar. n1dS contentarrl-se freqÜenten-tente COITt (} d,~u:'u 'l:;orn te~te!nunhc: do , Nãc~ 'vão alélTl da
expectativa de que as mudanças para Inelhor sÓ ,~,cir~io :..:ornu rüiif'nlc) porque (I hOIlI.e.lTl depra\'ado
simplesmente porque lá não ten1 condiçÜcs d(::\ por si sÓ, ll1elhcirar fi D1tIl1::ic\" 16}
com segurança e sob um 9 O texto não foi publicado ainda. Tenho cornigo e {:1ispnnÜ,Üiz ..j-lD ;, q1..lel11 se interessar.

Vox CONCORDJANA Vox COI\TCORDIiL\JA.


<!!lI
li
se fecllarãoj rf'tas Darecerrl
l estar desti- ;I •• __

rellglOes e
a abrigar os 1~11tir[10S \Titoriar~J)s Cll1e serrtT)re terao rerrla- trabalham COIn
ft2Scentes, ele tln1a boa
dlIra rililirn.etrican"-~el-
e dos órgãos qlle ai11da ceIe-oram , Bach e ITlanter o grtlFiQ cce:- .._
~nelallTllllla
Stlgere a liberdad~E"--
elrt eS-Olflttlais
co:rryu_11jdades l restritas e I011yeo o risco de sofrer
de ct-· ,".'
. lspersas geograrlcamente ~-
nele. ::Jao COrI1tl- No entanto;
nidades ClIios li11icos , lélCOS
~ sào a tradicã.o orecaríarrle11te n1artti=
;, .L
daI ela sllrge COn-L(}
(1;:1
"-'"--~
- P?;-- P(1)Pf?-.
-"-'r --y_. _._•..~.,....-... ~ .•..'-~u -~ ° pspírito
"hr~l1vel·l1·bern':"ld-c> --. ---"- o'n
-.
estará ~oreserLtey;;
.. (p, 16)
os ielbiar10s rlão se reSllrftarl1 a /I con=
e arnarltes de tlr(iél boa retórica d_e púJpito e crrrlfin
Ó n']c>
1L_ ••......
~ •• , •..••...
cele}Jran1 Bacll e Ha:rtdel.f1
meSill.O (ILle
e desunião, atrEfvés dela o ser
e perceben- de [)eu_s, J/(J cristãc: p
.rlorflerl1 m,oc'lí2rrUJ CCirrLOalglléul C()rrlllITla íde11tidade fragiliza= sa ser red_escoberto,
nr'pfprú111
r ....
_..~.....
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l.,...~
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hC)l";:j lhr'~r ~c:>rn nufc>re'~er
_....c.-:..u_~~_I.Ct ,::l,,--, "-L •••....•...•
F!"pi"d~-
LV_i
__ ct

percliclo errl rfLeÍo ao IYll11Lcll1 sectllarizadoj por ve-


zes/ artSelEt por cliretrizes segtlrarl(;a e o façan1 conclujr nos aponta
~ esta
110call1ir~ho qt12111ê falta llrfll/portc:// seguro onde li\rre d_ocristã().
(triCorar S"LlàS e SetlS 2í lLesta irlsegu.rarlça a11da Sedell.to
confortável ê deixar ou-
anátemas,
trczs t'lvHtaS ..P~ por "S5
e .e
-~ç;,"":::::>~1...'""l c:
l",,-,,,Ünv 1"1"",,.........1'"""'1' C\ -'
1""::li+l1""
.t-"~A_..!.. •....!....!-
OI:::>C"'.f.D
•.. __ .:Jt._
err\leredaui. Fil()sofiasf idéias, metidos COUl o
_________ • ~ .~· __ •• ·_~" __ ·~A
ensaiar alguns
10 Stuan I-Ia.U H(.) liYl"() A Cultural ni? Fós-lvIodcrJzidade (Rio de Janeiro, DP&::A Editora,1999), ta de acesso à
10-13, distingue trés concepçoes de identidade do sujeito ao longo da história ocidental: 1)
do ilrullinsmo: i1. pessozi. hUITtÚnJ entendidé1 con10 UIYl iiindivíduo totaln1ente (entrado, uni-
ficado, dote:do elas capacicliH:ie:sde razão, de consciência ç ele ação, cujo 'centro' consistia num ser\lÍr li\lre/ \TOI1JJ.-itário e _-
nÚcleo interior, ( essa era. u.rna concepçã.o TI1UltO indiyidualista do sujeito e de
sua identidade;; l<.efi:~te d COITtplexidade do rrulndo rnoclerno. P.~quele nÚ- -' -; -
cleo inte~tiur ele· n~G é rúais autÔnorno e auto-suficiente/ n1C1S fonnado na rela.ção con-l as rnetlda 11êtO ('S}rn
outra.s pessoas, ()Ll seja, o "eu" é Ionnado na interação sociedade. identidade costura
C0111 2: /I p,,-
I'.Jestor Becl(
(ou 'par2t usar luna 111.et2..forarr'tédícd, ;sutura') o sujeito à estrutura." O slIjeito fica fragmentado e

~O~'p05t~'1i(:':~~1;~
a~l~~~:]
1tida de5 Íl~,~ze:5~~~~~:t'~;~r:~:~i~~1~1~~;O~~,d~~i~~i~.~~~[:orna -5e urna
celetn?,ç30 111ó\7el' fcrrnad,q e trarlsrornlada continualnenLe eln rela.ção às rorrnas pelas quais 50-
11 Roberto Ron-lano, 110
IDOS ]'epresentacLr5 ou nos sisterúas culturais que nos rodeiaiTt. (.,,) /J..~ identidade
unific:ida. segura. e cc~erente é unta fantasia. fi
12 Beck, Nestor. SI)ciedndc 1.: .:......

EditOL1, 1988, p. / ';.i.

Vox CONCORDIANA
Vox COJ.VCOR.DI.AIVll
-(C p-~_. p --,I •...•.-..-J
:-".~. 'ê Q ~
~lldu pa~'-C_In _tirar uesn-: <

religiões e até IELE?)


sempre terão renlà- trabal11arn COITt
e amantes de uma boa
celebram Bach e
n1al1ter o gru_po c()esc) e
--'35 pensa viver nelal numa
sD_gere a -lIDe!
., ri- ,
M-t:tOJ::'
yç.strittic
_L p
'\-.1.-1011iJP
5--
l..J
o risco de sofrer
camente nele. São comu-
No entanto f
,- -'P":::1ri~~
tJl_,--~ arn P11te
~H_~ _ m~.a~n..~
ti-
daI ela surge C01TlO ci
·'er liberdad_e O espírito do
mana em paz CO:rlSlgOf
com Deus. Neste
.:_:~~~-~os
rlão se reSllTftall"1 a Il corl-
1 ,'" 1 ,1'1' para C011'1. os brasileircis
_~_:laOl1ZlretOflca 0_2 plllplto e
i! grntin que motivem
-i' 1 A.- 1 '''''' lYteSIT1..O qu~e ela possa
O_lSSOlllçao e aeSll111aOl
Cientes disso e Derceben- ~ de Deus, "() cristãc; é
- -', ,-,-o "i; ,1 Dl-1 ti c1 ~ a' D lera .ri 11:'7 a-
''Y\ -.
;.;. b. ~J..l.L t.O•. b.1.1
J...\..A.'l",..

sen-l oferecer liberd_a=


•••.• .1.
"-A Cl ...,.. .••.. L.J
sa ser redesco·bertof celebrad.{J
ç;c,,'" , -l'~~;'~~a;nn"r
l""'C,"'_U allLct v/ y ... v'" .J ~ >;;;::,-
COlno
':,22:tlrarlca e o facarrl C011Cltlir
Z-j ~ :;;
1108apOllÍa
~ esta riOLleza:ll
i j{
ser
;1111 fJvortp"
~ ••..u
5po"\)"0
~b onele
••..-~~- J. _.1 ---
li\rre do cristão. NtJITi 111Llrldcj
irlsegu.rarlça arlda secteriTO rrtü os cl.l1tos tênl S€1J
cOllfortá"vel é deixar Otl-
arláten1êls! ele\Ta o pertSarrleIl.t{) e a
prontas. b por esse
Filosofiasl idéiasl partir deste sigrlificati\T(] legadci . ". CJ

il1etidos com o 2'vZil1gelho do C:ristc:


ellsalar algll11s passos para tIrrta
{l.{jode Janeiro, DP&i\ Editora)999); ta de acesso à cidad.e é a vivêncin
.~ujeito ao longo da histÓria ocidental: 1)
éllH /lindi\·'íduo total1nente centrado, uni- 11ÓSe erltre nós se
e de aç2.o, cujo fcentrcy' consistia nunl servir livre,
-'cc;ão muito individualista do sujeito e de
->.jdade do rnündo rtloderno. Aquele nú- ceber qlle a IELB é
_~hciente, rl1as fornlad.o na relaçã.o C0111 as
a sociedade, "-lJ.,. identidade costura
;_~:Jn1
metída C0111 l-tOIYle:ns: rn.as
~strutura..;; O sujeito fica fragrrtentado e
Nestor Beck alerta~/a:12
e nào resolvidas. 3) Sujeito pós-moderno.
'TÚZElente, i\ identidade torna-se uma
/I

enl relaçã.o ás formas pelas quais so-


~·_::-~:isque nos rodeiaITI. (...) p.~identidade 11 Roberto ROITlanOr no prefácio da
..~~"~
fantasia." 12 Beck, t·Jestor .. Sociedade [ Educaçâo - Esfudo(: ConcÓrdia
Editora, 1988, p.
"\;'0X COiVCORDIA.1--lA ..
Vox CONCORDIANA

ARTIGOS------------------------- --------

IlOS rnodelo religioso


J.' 1 1
serrl que o senJU70 aa
no. Jvlrzs
validos:
1 ,
ll.oie r~os LI

10S a çlio, rnostra beíll COJIZC ::


'-: -:

a czaaae
desertia e
contrados. II cada
+orfr:c -, ;:~-""n (j' --
t-{ yil--i0 jU.!!i!!-Zs
[1;::; ",te LU
Jnei1l e ela

-
. ..- I. ~;..·t
r1íYP/1'71'(1 , P
__
170/,'1
•. ",L-", t-
Q,P
k-,,-,

E l1este sentido
o Brasil e seus
tes esvacos
, , IvÚblicos
einbom cada
1/ej(l!lZOS
J I ele UlIZ CO! I

estar fla reproduzem nas


Sf)CC;rrc) e talizbrim de outras
Ivastos COlno

J1lClS- ,
laeão,' os catolicisl1'lOS. , o
Assim; no
al.I 1983) criatn-se

71í'ic,:
t7celera- VVv/

tâneia e (l lil"urçria
o
A1 {-, ;; .í;..;..:(' l-': rt7~~
-1'1 f--
e, ljilSe v {/OinlL-(!, eSdl Lei'"
vro~ grupo. E isto reduz
C01IlO sen- lHO de seus 1nernbros.

l'.Jão é na
dotaíto de

." -<

a partzczpar ao grupo i7li~: _


sentimentos
varar-se da esposa
I .! varí1 I"

oci/-/-" 1'a"I'." Hv
•.. l-.•• r~1 "'1'
r:c ,,! /7Íc
A.-~t."L-'
f'"
~h.J
- 1 '
çao e sOüre as quals

48 Vox CONCORDIANA
modelo reliçioso
o
C':JrrHJ a de Leisrdg,. aSSll= de dar se;izt!'do c'oJ71pleto à ItleSnzo l)or-
órfàc1s e d~es- ",
que o sentlao
d,a 'd' -,
cz ' nele rU70 e rell/510SOI
'" !f]';rn -oyt~nfa_
",l-",[ •..,v l l-- i V)

n,o. Mas a presença nzassiva conlradi-


çãor mostra benz como se J sentL.O:
(ie . 'd'
a cidade n{io Ivrecisa cida~ie
deserda e descmwara,
I . cn-
/?'l~

contrados. iíl cada


t'oaas as jornzas
r ,
ele
lHern e da J11ullzer, criatividade
pren'li? e dela se rÚinlen
E l1este SC71tido
eJ711)([tses COltlO
o Brasil e seus lftlVortall~
I

L1..1tê=

, .
estar 1121 1J.-
, "1" "1. ,~
..-

atl):~l-
--:

Ge SQCCirrC) e ranzüenz ae outras regloes;


postos corno nlternati-vas Do/tnins
lação; os CutoI icisnzos ,0
A.ssin1-; 770 catolicisl1z0 et
1 '108'.2 \ '''''Í~,' -'Í '1 ·-'0 oc--t'" 7r.'l" rio
al., ..LJ 1...)/ LI l{Ul;.-::Ye- G,,--"e{~'':s'L'0 ~'k._

senta peSSOf1lnlente cO!rzunsj colet-i-


vos; cOJ1Lunitários, J11. prática lmpor-
tâJICia e (l lituyçia
o (ios saCfa71zentos é 1\.Jas CEBs; {l
es{(cua )',
êllfáse é 7-7olitica.está
. centrada na mteti'SSi?', COll1UnS do
, 1
fOCIOS:, pro- oÇJ'I"lIPO t=' l'C;:I'I~J' y."rllI7 ,..J/·'l7ctiíl7li71prlrp
·v •.•....•..• ,'~v
'-' ••• '/,..~. ,,";; v/- 'p.,"-,p .•• t- •.•.••.•.•.•..•.. ti
recesse corno sell- mo de seus membros.
..
Vlrl({ ti se cOJJzpie~-
dotado de

[lparticilJar do lç;ruf7o quanclo suo


sentimentos íntimos, leva-o a
~U(lrar-se
. (ta esposa .para
'-'/'-'
S17n, para as qUCZIS as iU1erançrts
ção e solJre as ounis
! urocurLI111
t

Vox COl\TCORDLAJV/i 49

L~RTI GOS .,~.~--,_ ..,------------

nação no

inlporta e
seu espaço possa sei"
f'~1Ii7,1;r'i'I"U1')
[,,,t •.....
,,LUt.--,G
"1"
f..--"u
"'"
!;:!~
no grUjJO
fazendo S Lia
7Huitos fllillznres ;_

ul·-.JitI: 11r.íz:1z:"()
:- u rtJ:.- /'.'j'
L ~~•., l/..-~

ta que
outro

c?OS de e ~;-~~
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Conl certeza; o cYet!t~~:

c: z'L-'7)nrr1rj
l./_I--. ""'''-''-Y''-''-V /

,. 1 _"" l'
[tinto aY'eaençao ao llZU
e abrir com
de do

cn por
. -; , ,
vara o crenfe ZiIJ'lCi LUTO i

atinas
bliciLiade na

pIOS rnoro'lS
ecu ~.
frn~'~
-fócrir,u-
o ~....-
'••.... '-.
c;

ltlrl8 lllIlltCl o

Vo.X C:OT\!CORDIA.IVA
\lÓx CO;.\TCORDIA..iVI1
saber e tetu
,St177i rn°,~
u; v(l"5~~UI
.,. - A' 'o',·
CUUlçao, _ ~ pOl1tlCa
tanto a redençlio do
e abrir COin JrIaior
de do
':::'~1"'::;'Dl'1{-W
n _~'~~'_~L_~
•••• ',.' • o ••

J!runen

CII por

arnlns

pIOS
o~ LfY(-L'
L.-l.- 1
f PO-; r(1Q,
~-,o~ VJ.

tões privL7tias.r

J nas f I ri'! I [li i 1

~.'o~yC'Ol\~CORDL4.NA
Vox CONCORDIAI·-IA

~--
-- ~----
-
~ ---- ~ ~
.l\.RTIGOS------------------------------------------
ela.r essa
COIYlple~'(os:() proselitisrrlo e a
àDatia DolíticzL des berrl ({)rlcretéls
1- _t c:ficialrrlêllte não é prciselitista, Isto fica bem
até na história diSCl.lSsêio sobre .tl.CLS:,
~Àa.~"t::.:J
,-1'"'C' u_ cl Le~~Jú.::J
~"'--"'-~o-0",,,
J rno"Sl'''-Y"'rl'a''
U~
1--1 \.J1 La 'J"D
lU.\.-
i part~r"'m
'..•. 1.
::J u-,,- da
LC-I\1S. No erl.tarltOj entre nós; há sementes de um etnocentrismo lar do n1acro-eCtlIr~er'.~~ ~.~
Que ~odnc..Lpyr,{iiizir
.1 1-:rf:]splitic;Y1'ln 13
-"---\..-""------ _t'-
..I:.-" l.-) •
corpo de Cristc, Ó c:::;~
rrpmo.c Cremos tanto orou e exortm,l r
o C "-V-,-,-_"-,,-,v(,,--,-..!..!. ,,,,, ilil0
A r0nfpç:.ç:·~Yr.,rlç, fu'IYf7 d(1 T""ÇT J:: 11r7 c.r;l7Jfll("F?I'O p
n '
°
_-,-_1-1-_ '"--JL..!'L) ,~" •..•..
" _._LL-i.LJ ,1-" •.. oJl.- •.••...•.. 'S" •..• ..L •••••••

'lfD c~~
COl..,,_S0alllO,,~ C '_.1-,"",-,
,-"O '-~~-,r,',-,
tLCl.LiUCJC n"::r~·..1n UICl.!
61-,llÚC "..1;.~~,-,;'
(ulLeC1paL,U ,- ,-1" pOl. - "T,,::: JudO 1.10 1V1.0 l' ~ cresse que Yal o enc::.
"
ae ~~!.'pnra lnep ,nêjDltll
--- .•.....ll-..l.--r'-'~!
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CÜCLa;..-UC,SCc
J L
'~C' .çY'r'"......•..• r-ir l·d·o
eLe' L~uLLLÜú,v,-'.u lULlaLcLSÜlO." ulaal
, n';--'~ ê;.f"-nrl
-!-Cl~Y'r"-+C
quem illerite dialoganlos
,.--.,. ~"J.. r .•
~•..... r.,"" .c
_...••. "..., - - nossos corações
COTI,es:;,a a ,-_rl~LOtelll a vIGa t::LeÜ1a, '-_1.c1110;:;
1 -t " I ,.-!-
_;._"""" """,""1 c"""'.

e ,-ollle;:;"amos que em
._.-<_ ....•

C--;.'!~ q p
l.lSlO v LSU1TlLv •......
J.- •1"'Y; ~..Lr.
1.
+-r-
:al.LL-J I/..ç -.. -;11
C,......-; ..•.
l3.L.r Lll.l!. ,Ll'L- -C;1D f/rh::'l-r'l. r
•...l.!.c-urla; \..ongl..ega
"1
v -:-~.
-; .•.•••
e l.lUrrLtrtct ......•
11 ~ compreender COlYtO '.J

tod~a a cristartclad_ê rLfl terra;;. Pc;rérrl esta certeza fica e\Tide11te elrt 0,-,-,
lu..e le'\-""ü .,1 rh'-'Q'~--
1 ./VI _ •.. ~_-leócil
EstarerrHJS
rlossas ações COllcretas CO:(['1.Oigreia? Se realrl!.erlLe CrelYlOS na comu=
J ~ J

nrtão sarltos, -orecisan'Los \riabilizar aqui rleste lYll1nd~()sinais des- ser11 tfa alllarnl0S
"n b'

, 1. .J.

corri. o Doaer
S? o'''p~'r?'''''r?
'\...r--./O-l.~~5"""';
"-t. ~;:,_ •.. P_~"pvp'r,~i f(lll
~~"'/"""""-A. .•~ .•• b
r1,~,::í -L'1lr1au..1"~
"--4- •.•••..•• '....) VL
i
t:: er1n r"'l"sto es-pecia1-
J..~ •.~ __•. _ .LJ _...._J.. __ - -
,

tas áreas de
1 '
aescrenr2S.
lrlTla.os. para que o estranhamento
, - , "armas'! contra ()
seja menor lá no
Não precisan-i.os perlsar somos responsáveis pela unidade,
Ela iá foi concretizada em na cruz. Nele Deus redimiu e reu-
. t",-1 - ~~.~. LlcHLlldS 1\.1 celto ..
rnu ,.Ouos os 1-'0',ou5; ",h--~, c,~,~"~.,'~"~n
llctc,O;:::;:;, L"O};,,;~~ LuLu 1111a1 ,,' .1 LLOllla1a
,,- -/
PUD'111'co ."
c>st~
~ ct ~.:.-!~~~.~ L:..:..
1i'11'{]'"O 01'C:>" ~n"'1'it"
r
_~_ "J ~uL,~~~t.-~, Vvtl.,-t.·_, _:_
C""'+" n1'",-1'1'7np!? fá r'TO"-S::1
~·-,-~_'~~"-v'uL::_"'''-'..!..'~~_..!..L. J" +":rDt-~ e' ev·/'de11-
u! '-""-l-c1 \ .....a ..... 1.
preCISO ~L1sa:r o te r:rn.CJ

-------------------------.------- ~~~~-~._._------
luteranu chegou Brodets ern 111al'çO
ndS ril.d.Ias do Rev.
LC-IvIS!suas conclusões" depois de UTI1éi rápida
calninhacla en1 terra co'mp1eti1E'ler'lteestl'ZÜlha, defiruJ, a pr'incij)ic), COil10 um "atropelo na histÓ-
ria". En-Lseu relatório desrecornenc1.ou o RS como al\'o missionário. lvlal havia chegado e já des-
qualificou llloralmente os irrligran_tes êval1gélic:o alernã.es: condenou seu cOl11pOrlarl1ento social!
suas ligações cun1 a rnaçonaria 2, pior, deixou transparecet a ideologia etnocêntrica (reflexos de
14 "Até que ponto não san10S nÓs 1":::-_
di\Tidida é UEl obstáculo ao
unl dar\\7inisrno socii3.l) julgou o indirerentislno religioso como fruto d() cliIna tropical.
forn1as de 'ódio! que há nas E;,-;
Imagino que ele] não el~a]o Únict~ .mi~S?Lir~nnO ~ ter este ~ipo de p.re~()nceito. Aparenten1ente o entre grupos cristãos? ... É
pastor Broders oeSconS1QerOU d 111stona naquele daqueles ln11grantes que foram usados
denlasiado forte para Ulna
política e ideologican1ente go •.:erno da época de "Llnlâ. política de (Jbranqueamento da
publicação da Junta Cel'al
raça" e da ocupação de área.s de A missão do Sínodo de lv1issouri se insere Inuito ten1pO
artigo "f~-ota5
depois da chegada dos protestantisl1'.os e num r110rnento en1 que fortes conflitos já tinhall1 sido
lÓgicos: no. 2'7: ~4.no14/2:
an1enizados. Cls protestantes estavdIH curcLeçando a. ::ser gente'! no país. Os prin1eiros passos da
15 Sobre esse assunto
IELB forarn dados nUIYla situação bem 111éliscônl0da do que outras inserções protestan-
os Direitos de
tes. Aquelas 17 fan1ílias que fundararú a primeira congregação en1 01 de julho de 1900/ puderam
exercer sua religiosidade SeTYirnedo! disÍdfce ou ÚIneal;a, ao 11121105oficial. Portanto, julgar fria-
16 Texto do artigo 5,
Estado. tanto d IELB corno ilS C()(~::::.~
D1ente os inÜgrantes corno indifc:rentes a.c~2'\'3.,";2:21110, 6, no n-líninlo, UITl atropelo histÓrico.

52 Vox CONCORDIANA 1lox CONCORDlilJ"}il


-----ÂRTlGOS

czar essa umCiade e:rn


., , a
o prosellLlslllO e a
1·{...· COr[latitll~
·::roselitista. Isto fica bem des bel11 C(1Y1Cretas () crerrlOS e
• r_ r
que partiram da discuss2..0 sobre nossa çc)stura dO eC1Jll1erilSlY10/ para rlao ta-
.-tes de um etnocentrismo qlle a O_eSl.lrliào cio
corDO
i de Cristo é escárlclalc: qtle jeSD_S
• l'remos
1,/Í Ll/A
;h~,", e
Cf1l-")f1cno
'-' L~l.-o."l
_
tallto orou e ex~ortoLt i'oara 1!11Du
~l ....
L"-
'} 1Y11'!'r1d;0
.1...1.1. ••..~..l.
-n .• ,'~
:2ciDado
1- 1Dor -'Toão no livro cresse que o lJal o eIl\TlOtl (Jo eC1IrCle111CO

_.i uu Cordeiro estará uma cristão prioriza urn cuidado e Irlterrla-


1 • 1
. U1:eramsmo,
" , f' 1
~-
lYtellle .L 'j .: ,-, -I-

Ohlct_Gbcd.:..10;:;
;. -.~ .....•..•. ""t- ,-, {. ,. l"'Y"'l
~~).1.1I.al
' . -·"1,--1 ,-..
EtDrlllGO
A_mal quem -, nA. v
.
.)'3 e confessalT,os que em rlOSSOS coraçoes \Sen-l l-;reC1Sar
- -CY'-;:J
___ -_~..:..-,-LLI <'onçp·nga
" --aLe _ e ~l
i'ur,""';-'a
_lul!. cOmpree11der COI11C) o outro erltertcte
certeza fica evidente em qu_e le'\-'olI a cl-~egaI iJrtde está. Issc~é
nem.os na COlT,U- EstarerIlOS ilu_did_os se pC11sarIl1os 11larcar nas cidade
l-Lestemundo sinais des- sell1 trabal11a:rrriOS irLterdiscipliI1ares f

em Cristo esoecial-
i
COITl o poder
.L
"ÇJ-Llblico
_o.
e con1 C:lltras brrl cer-=
Íraternalrnente com tas áreas d~eatu_ação (liacol-tal
çl li ue ° estranhamento ria! até COUl ctescrerltes. s()nlerLLe com as 110ssas
l/arrIlas!! COTltra o iIlirrligo COll1Llll~tao ~OO\l() de
/. 1 .,. C) ()lltrCj
::r;cnsavels
- pe_a
- unlaade.
Deus redimiu e reu- IELB se jLllga l11Yld inst:ltlnçãc
final tornará oÚblico
i ceitc: i/ separaçãc)/I
Nossa tarefa é evíde71- parágrafo tlrllCO
Dr()IrLlrtciar~se ofici·--
1111[r1 r1'10-
Inalas do Re\'. I3roders em março
:id::-i

conclusões .. depois de unta rápida


vimento soclal.Jf
-i.cípio, como Ull1 "atropelo na histó-
- ~lc'Tlário. 1v1a1havia chegado e já des-
:"mdenou seu comportamento sociai, .'--==~'='-" _·· ,__
~o,~=,_~=~ __ u , = . ~~~~ _
ideologi" etnocêntrica (reflexos de 14 -"Até que ponto não sornos nÓs respoi:3âveis pela incredulidade Q1).2há no rnundo? 1:)1113. Igreja
igioso con10 truto do clinla tropical. dividida é unl obstJ.culo ao E\'agelhof pois é negaça o do Inesrno! Que diferença existe entre as
de preconceito, Aparentemente o
imigrantes que íoram usados :~;t~:a~r:~~~sd~~:s{~::~1án~si~~;~~~.:r,tre gl~~l;~:I;~~~~~:~'~o~i~l~~"treHilções e as í~:~':: ~1:1:~~~~~o~
'~:n:_apolítica de IIbranquea111ento da derl12tsiado forte PÚLl U111d ,(Trecho da Doutrina Igrcjn (\,ietodistn cioBrasil;
Je Missouri se insere muito tempo publicação da Junta Ceral de i\..ção Socia.l dJ. EvID: 1968; p, 44: cc.nÍorrne citado por Elias V'/olf no
íortes conílitos já tinham sido artigo ilNotas eolÓi~j(:aspara urna Eclesiolcgla. ECUITtCnicaff l)ublicadc; na revista Encontros Teo-
no país, Os prirneiros passos da lÓgicos; no. 27: ~4no 14/2, 1999; fiP. 2-1-4U.)
do que outras inserções protestan- 15 Sobre esse assunte; (igreja e estado / rnundo): Vd 12 conferir o estudo lI(js f)lreitos de L;eus e
em 01 de juiho de 1900, puderam os Direitos de Césarfl de Gottfricd GL?tlcClnelCt, 2((: Bíblicos! Id. Sinodàt p. 26.
menos oíicial. Portanto, juigar fria- 16 Texto do artigo 5i v;rái~r'afn :JnicD: i!EITI c:b:~~diênci~~,-' híbli::c da separaçâo
túíniulo; UHl a.tropelo histórico, Estado, tanto a CGIIlO as congregaçÓ~\5 r:~:; ~':::-;--:
·ci.veT.3_\ i enl Que:itc DÇ partlc_a_fla.

--- Vox CONCORDIANA \lOX COi....


JCORDiAI\,TA. 53
se prOrLtlllciar já é opçào política. I'~il1- ó e dOlltrilln. :\-
teoloClia
'jy\,,;t" rI""')"'"
...t llÂ.J \...) .'. ,b ........•.
';n-'~ ;nç;tij-U'l',,~O
l\....J,') L-Ll..llct .1.1. '-' '-'-'-t _ "sú 1 ua-
• rVfe "._ abrir-se ao Jflitu/'O
li lELE,
V

1110 ele afirrclaçL1es reS11t11Prn (;'10Ue Df.')llç:n·


J.. ~~ "".i.. 1"'-" '-'-/"--"
- ••.•• -'- L
p. nol1tira 1/ influi em
.l'...t"' --'- ..••.. - - "-
emborii :!
',-,(y"c",,;ri'·
L:.~jÕ0C't ••.1~a.. ",,,1{j-;ra <,;'io::e l-ma
fvlJ..Ll .•.... 1,-" J.__,-! I<e..,'ll·...J~rl,...
n Uâu..c: v ,{ t:
P'Pi1d,,·zLe I I )'fl,'lzf7l~cel'''(]17'e::c,
"Ir". (_,,,_ ,<- '.
errl d.e CC;rrlPortarn,erl.to. l~ã{J é algo abstrato, ITiaS critica, os Ivosicior1nl1ZenT .~~
;:'7 -:-
..--.l:.i.ir.-. L nur' Lnon,eÚl
;,'-'''~yv,IL'--CL .. --'''1
'-lue ~lí .:
a pVubca t "'I ~-
rumo propno no que tc:::,'
en.contra Sllas norrr~as éticas,//17 E tarrLbém: li i\ igrejal por aqllilo que ração ecumênica
diz e f,1Z e rrlais airld~a -~oor aqt-Lilo
- - rlão diz e l1ão faz! queira
qtlê - 011 ~,
Conzo orx-anz'zaçãc)
- f" - '.

11ão_: ela aSStlrri2 \Terd~acleirêilrierlte posições políticas. Declaràr-se es-


cllldades em superar 1iJiL?-
'''1 , , • r
a inteofmn,
ó es(orcam··se
./ ~
a ser, amCia que mconSclenternente, a ra-
a vida cristã em termos
mésticas e !viedade Ivartzcl
;;19 vens e adultosj em socorr, ,.
sobre tI o;uil1ião fJÚblica E/
L dos for-
Yl1erltes, eSDecialn~tente a
Como organização
IELB; a respeito do que se erlterlde
entando por llma visão
por lTLêds f! esclarecicios/l ~)ritar red_Llcio11isIT10S e
'vao e..•
IlelS a a t lUZ1'na p'Oiltlca,. mie. ,
-J:'';' '"t/.'~,

F>ré- jtilgari12rl tCjS // castrEU11l! Í11iciati\ras. Posicio11a.n1211tos críticos,


própria omissão e silêncio
clerrClrlcias.Dráticas SCjClàIS: à JitlstÍca..:.' rLào sÍf?:rdfica
U aclesão Dar=
l.
Não projeta um modelo de .~c

'. 1' ... ;


l-iá :partido pc)lítico qLle clescarte c011cei- p1([ e tentar re(luzar a JiUXU(::
tos doe .-.",rniQ;;"
.•....v .•.. '~)~:Y"
ra ij!uir· de compro-
....c-:. .l ACY-
Q,-=, -.J ••••. :::J .1.
lima ética social propriamen" -
r111SS0S f-'::~yy, fi -ÇC1.m p o. , 'O~'O --,t~ ""'
~
"',.LU ..•.. ,}JJ.,~ '-- ,,'--'--'-'--- U.e
'
JUS Iça 11! 7\ J/Rp1icrio-e" a-Llp
.l-b ..•. '-' .... r11r.=-i

corne ijrebeldes inconforrnados" e sub- - • J


('
1. --
..
- ••...•..•..•..
.J..'\. •••... "
'''' .--;

oes a;ro-braSlleiras pO~lem se


i.i'Ll.ti. '::. ~;;'Y':"1+Qn(""'a-o
1-: ~ ~_ ...l.<.vLtlU •.. d'e \....J_ '\ UJ11a re'i7ertÔrÍo JJróprio
rr
ua.nscrevo .. t
mqme_an- ~0111çí7n
;:; L:. n
01/0 --:.-..í"~~1L)l"n"}",--,
n<J.:,,-/I-J~',.G{!oL-Uld'~'~UL-i_~
--.r." .--.r, ~ ~ ~ ,

alnzente Ivós-\/aticano lI, é


•• _ F ••• ~ •••

Ies cOloca:~()es e arl.ZillSeS eLe: ur. DeC.K: i7 u.

com a mtefvenção, nos


desafios da (li- unliâade e se nas, cio Espírito Santo e Lio
isto é, Lte .c .í'
)01 ri '7 ·1A,.
,,(10í" ,,zUZIluS e [10""'1' ..• '" '7'~ ,"::,-
•...uIlJhJaCI,C)/.:,

go jfsicoj imposição das


mosj da oração coletiva e indi, , -
17 Balbinot, pp. 13.J:-13S. nul~o1,+,0i"0P+P 'L;u~lta('iu~"·U·1(l'/''-'ti.-,-,
. ;..:
18 balbinot, 135~136i trecho da. declaração do SacrosnnctUlJi COJ1CÍliulil, 10. ~.t-- L.{ l-"Z- ·t.vt. v;
l/.--Glll.,,- ' t-- '-,1--

19 Beckr r'<estor. a_Participa.çã.o da IELB no Desenvolvinlento da Sociedade Brasi- çõesmais antigasj como a
leira"! in Sociedade c Edlicm;du -~ Estudos Torno de Lutero! Purto j\lcgrc! Concórdia Editoral
1988, pp, 66"-67. O trecho f?lZ pJl'te de U11121 proferida L-:eloautor no Sen1inário Concórdia Brasil e o Brasil para Cristo}j (',
en-, 20 e 21 de outllbn) de
, ) Universi:
beni-sucedidas Ig'reia
\IOX CO]\]CORDIA1\Jll Vox CONCORDIANA
------- - --- -------- -----ART!GOS


, jct
, . ó'-- ')1-',,(10 ~l/f lea,
{ -r..~:--" pvll N;'111- teologia e doutrina. Na medida em que está presa ao passado; não consegue
~cus 1J.mainstituição. Me va- abrir-se ao futuro que as promessas do Evangelho lhe abrem à frente,
A lELB; embora autônoma em termos administrativos; continua de-
A política influi em
I/

não é uma realidade pendente financeiramente [escrito em 1985] e ideologicnmente. Aceita, sern
_ec;, Não é a12"o
u abstrato, mas crítica, os posiciom7l11entos da ;igreja mãe;, t\fão conseguiu ainda traçar um
t: no homem aue ~
il política
L
rumo próprio no que tange ao relacionamento com outras igrejas, à coope-
a li·; -.v~~
.. - "Y"'\ r -- .:1 "l ~ , ração ecumênica intemacional e à atuação na sociedade brasileira (, ..).
" " ign::jil; }-'or aqULO q \..le
Corno organização tradicionalista e dependente; a lELB encontra difi-
e não faz, queira. ou
políticas. Declarar-se es- culdades elll superar Hma visão estreita da missÜo da igreja. As células que
-'_

a inte\ram,
o esforcam-se
.l~ vor converter vessoas. COl7í!Tcçrar
(JL) os fiéis e wltiz}(lr
r
inconscientemente, a fa- J ; ~

a vida cristã em termos de participação no culto comunitário, devoçL)es do-


" ['_-,2nL2 significa fazer política.
\......' ..t

,...., i/, > •


mésticas e viedade particular. Esforcam-se
,j J ~ menos em educar crianças, - }io-
- ou nao pOllt1ca; Illas SIm vens e adultosf em socorrer a todos em suas necessidades, Oll em influir
1
sOrJrea Oí)!71WO 'I)' el 111
, . '- .p1f!J!lca , d'dF;camenicl
+
'sOUrea
"
rí70iltiCil.
'/,'

,'Ç'YV'~l' '" 1m· p-nte '" d ns fo~-


;'_"tjt/\...\..~(!1-.L_1_~_lt •... C,- _-.- _ 1-
o'
Como orçzanizacão ,
trndicionalista deíJeJldente, a lELB continua se ori-
do que se entende entando por UilW visi'io individualista da ética social. Enquanto encoraja os
evitar red~uciortisrrlOS e
fiéis a atuar na política, nt'lo reflete sobre as implicações sociais e políticas da
l~osicio11all1e11toscríticos! própria omisst'lo e silêncio elli relaçlio a questões que agitam a sociedade,
não significa adesão par- Não projeta um modelo de sociedade que os fiéis possam abraçar COino uto-
que descarte concei- pia e tentar realizar à medida do possível. Em SUl1U[,a IELB não possui
c.',as para rugIr
r 'd' e compm- uma ética social propriamente dita (.. ,), li
e sede de justiça"; 7) f/Religiões que curam". Tanto o pentecostalismo como as religi-
, r 1 II .•
lIlC()T1IOrn1aaos e Sllb~ ões afro-brasileiras podenl ser consideradas relwiões
0/, Ó de cura. tendo cada
f

a ill.alll1terlcão de , uma repertório próprio para a interpretação das causas das doenças e sua
"''', Transcrevo inouietan-
L solução. O que as contrasta rnuito com o catolicismo ultmmontríllo, especi-
almente pós- Vaticano II, é a alta densidade mágica das práticas de cura,
110 pnssado respost{lS aos com a intervenção, 110S ritos, de espíritos, divindades africanas e indíge-
sobre a própria sOlnbra', nas, do Espírito Santo e do diabo, curando-se por meio da manipulação das
• r ri forças divinas e demoníacas, do feitiço! do sacnficio, da segregaçiio e casti-
, um reexame c1asJontes .te
go físico, da imposição das mãos, da unção COI11 os santos óleos, dos exorcis-
mos, da oração coletiva e individual. Há ramos do pentecosta.lismo mais
do Sncrosill1ciUlJi COilcilililil, 10,
,
abertamente voltados .para a Clira divina (em contra,l7osicão a denomina-
-=::t::senvolvin1ento ela Sociedade Brasi- ções lnais antigas, corilO a Assembléia de Deus, Congregação Cristã no
Porto Concórdia Editora/
autor no Seminário ConcÓrdia Brasil e o Brasil para Cristo)f dentre as quais se salientam as hoje super
1uern-sllcedzaas
-, JT ., T'
19Jre7a Li.J1lVersal
)
';] n' ,~
aO I\e1110 ele L)ellS. l__
. I
J n' - e D eus
" t1Sa aa bencao
.:,

Vox CONCORDIA.f ..:A Vox CONCORDI/iI\hl 55


ARTlGOS--- ----------------- ----.--.--------

é Amor, que desenvolveram a estratégia de ident~ficar como faces do demô- no comeco


" dos (mo-: 1:~..
nio possesso os orix(zs, caboclos e outras entidades das religiões afro-brasi- zes Jor.es no 15rasZi, ,-- f ~"
L:
-..

leiras, transforn-uwdo-se em inimigas destas religiões, porém, ao mesmo ne.~ em Pittsbu1crh. ó ' Pc
tempo, reconhecendo-as, ainda que as cOl1siderenz obras do mal. Com isto, para orar e Jejuar!
1105ritos de eXOrCiS1ilOmie marcam sua p'assaczem
1 u, para o f1Jentecostalismo, ' b'1'-l0
'" i ,,-.i i _pelo"
v:v'"rla i '-'
exfiliados à 11mbal1da e ao crllldomblé podem encontrar o reconhecimento rismática nasceu proC!!.
de uma identidade (no transe) com a qual estavmI1 fortemente identificados tO/I, sentí1do
(J eles desvJ'c':.·.·
I -
e que
, não Ivodem reconhecer como não-verdadeiras, ' ainda l7ue a'lora se dis-
I ()
novacão da vida reliç-io-:- ,
, o
vonham
I a abandoná-Ia.
oXpeJ'1'p1"í':[f
l..--" _,!l-,-,L~ J'oliaÍOSI7
Gvvc," .r :,,;'c', - L/iL:::'.
/I ~ - j
A cura não faz parte do catolicísiilO das comunidades eclesiais de to nos il10ides ltO pentc'c.c:
base, as CEBs, legitimadas pela teologia da libertação/ nem do catoliciS1!1O ricano cresceu rapidmne;,+
oficial das paróquias, O catolicismo das CEBs estií preocupado sobretudo 'ç;
caLOLlCOS J armam
I- /,
COI1 t'lr;:e
c : c·
IT)_ ...,...,__
com questões sociais. enQuanto o tradicional se limita basicamente à rea-
, J
.• ".
!1ilinau,
1~ 11
',1ldllQl; pp,
"1:~

lização dos ritos sacramentais e à pregação desinteressada em milagres e Penso que as pala\,-Lc ~
curas. Aias vai reaparecer
, ofortalecída 110 catolicismo da Renovação Caris· M
~ ai:> n,-,t
n gu::> .ana '--rnnft=-~;:c:.~
.,....,Q~.o. ~UH~' ,....
lnática. Há muito o catolicismo desistira de inteiferir e1!Záreas que consi- "Nós 1llterartOS crerrlOS C~L_:,: _ ~.. -=

derou como próprias das ciências (Prandi/ 1995; Cmnargo, 1971), No Heimann no lvfensageiro L
Brasil; a maioria dos POliCOS centros de peregrinação e milagre do catoli- emocionou por um lado. l}..-=-:
cismo ficaram por muito tempo à cura dos redentoristas, quando não pro- IISOU Devolvido por Deu;;.
priedade da cislnática Igreja Brasileira, O catolicismo pareceu por muito milagrosamente. Penso
tempo desinteressado deste jogo de competição com o pentecostalismo, 0'in~,,~r1uo
0':"1. Gil <Ou ,"~-r--,hóm
. u•......
lCi.!-lu . 1 cn'",~-,-, - ..
vlL\_~_~i.'__. ..J~ -
, , ,
espmtzsmo; b'
umaJwa d·,omole1/ (que
e c(111 , '/ ,--
JaJoram 'I e d)v.ec,araaos,
seus veLlOS uma pessoa sern expressâc
inimicros),
(:) Preocuvava-se
I mais com o comunismo, ' a u' smerrajria. a oposi·, J d'l'zer nuar,rju~ no's' l'en7'111l
"1.
,c~
-o---~:,....·_- .... """'- 1--'

ção entre o clero Ivrcwressista


0 e o clero conservador, l\tias a/CZlllna
c>
gueul cem _x_ü.p.os. ? 1....._-11',.
~ /-;.-"V\ r-;("l--:--'~"-' __
-t- - P. 'p-ftl
__=
1 ~

mudou recentemente. ~ -b-yop n~"':o , ..-.;j~~ -, __ ,,_


f."'"1:~r""'~
;:,o~1-_ as -'-L:l.~~1.S '-lLt,-, pr •...
;\.-L~'-L_>:-: __
Hoie o catolicismo brasileiro fá oferece um outro tip'o de exueriência
-' / " J
sobre cura? Como lidarl-105 ..~~-
religiosa e de expressão; em que o laieato (como rl.i1SCEBs; mas agora torno deste fenômeno?
especialmente originário das classes médias e mais dirigido às estas; ain- Dells ClIra! erelnOS nissc
da que o movimento inclua também estratos médios/ baixos e proletários) -n h~d'
a OS, A. cnu
1 n - - r' .,~-.'~;'--
llue pre,_lScU1C;:;:
ocupa lugar de destaque; que se ocupa detidamente do exercício da cura
que tenhamos claro o que é .-:-=-.
religiosa por meio da reil1corporaçiio de práticas havia tempo abandona- Afinal, a cura é uma porta
• 1 ,~~
das pela igreja! e que dá muita importância ao êxtase 1Izístico como expe- anwr que nos lnvaae e quer IL
riência religiosa individual. Trata-se do _Movimento de Renovação Caris- ~ ~
mos propagar a cura da vida
mática, pelo menos, à vrimeira vista, de inwiracão fortemente ventecos-
j " "' _ J 'd f/ '
pas, Qas oenças _lSlca.s,
tal. Este movimento é bastante novo, tendo l1nsciclo nos Estados Unidos

56 Vox CONCORDIA1\iA
,------~--~----------'~ "---'>""'''--'-~-- --------- -'--------------,~----- -~----- ARTIGOS

.' Identificar como faces do demô- no começo dos mws 1960, de onde se esvalholl1)e!O mundo.fincando
- ' J j I rai-
ntidades das religiões afro-bmsi- zes fiorces
f n '/ 'T'
110 DraS)" I -J ' L,-'alOl1cn
leve como, b erço (l '-".i1lverSZU(li1e
T' J!l vuques-
n ' l/eL

'estas religiões, porénl, ao mesmo ne, em Pittsburg7z, Pel1silvãnia, onde um qr1lüO de católicos se reunia
J () I

,',[siderem obras do mal, Com isto, para orar e jejuar, desejando repetir a experiência de Pentecostes que teria
'~nssagem para o pentecostalisl1lO; sido vi'Uida pelos prizneiros cristãos (Barros Jr'l 1993). A Renovação Ca-
encontmr o reconhecimento rismática nasceu procurando recuperar a experiência 110 Espírito San-
1I

estavam fortemen te idcn tificados to", segundo eles desprezada pela Igreja atual e buscando 11m tipo de re-
ainda que agora se dis-
i'dadeirast novação da vida religiosa e da Igreja; com ênfase nllma nova fonna de
experiência religiosa interior mística e apegada aos "dons do Espírito San-
:;70 das comunidades eclesiais de to" nos moldes do pentecostalismo, O Ve(l/llei10oçrrW70
J _ r universitário ame-
libertação, nem do catolicistllO ricmlO cresceu rapidamente dentro e fora dos E, LI.A. Hoje os carismáticos
',: CEBs está preocupado sobretudo católicos formam contigentes expressivos em quase todos os países do
se limita basicamente ?i rea- inundo, l/ (Prandi, pp. 32-33,)
desinteressada em milagres e P
~enso que as pa 1,avras aCIma nos remetem ,/' n-
a vanas renexoes,
catolicisnlO da Renovação Caris- M
L as gostarIa'd e coruessar
1:
uma angustla
/'
em torma
r
d.e
'
pergunta:
inteijerir em áreas que cOl1si- "Nós luteranos cremos que Deus cura?" O testemunho de l'Aartin
- __
c,.i)(J1'
",[, 1- 09
J r:; I,
<J ra)"argo
\.......
l '. f 1977)
J - /' -.No Heimann no j\1e71sageiro Luterano (fevereiro/março 2000; p,13) me
. " _ 1)fJreo-r'illaçãn
,i- L..' fJ l11í7açrre
Ô .,,', "_ '-' .'~'~" (')" (11'
rv r'('foli-
'-' ~~ emocionou por um ladol mas também me inquietou .. O título era
:05 redentor/stas, quando não pro- "Sou Devolvido por Deus", Ele se reconhece como alguém curado
, O catolicismo pareceu por muito milagrosamente, Penso que todos admitimos o milagrel Fico ima-
f' - / ",-"'" + ,'r '~f
- -'~1~
" "pe,içao CeJ]],
1
O Jxu,ecOSJ1,lv71W; 'C 1I
ginando se também concordaríamos se o testemunho partisse de
foram
.
seus velhos ~c declarados
..
uma pessoa sem expressão na igreja; recérn-convertida '" O que
:C}'}'ZUHlSHlO( a guerra jYl(l/ a Op05I~ d',Izer quan d o nos perguntam se 'na 'I"
vossa Igreja tem cura,"'>'i Alx
, Aias guém tem exemplos? Como demonstrar nas congregações o poder
50b·re as torças que proGuzem., a morte ~" f'
{ rm"lm, o que pensamos
_"."'P;-P
'_ '_,-,'v 1"1'
,,~i 1, 1"'/" . \.-' t)'110
n11t'Yll j' 0,")01'/'3",--117
.r..-iL .•....•.'"
t,...",,,,rl.." sobre Cllra? Como lidamos com as percepçÔes de nosso povo em
'oto (como nas CEBs, mas agom torno deste fenômeno?
:édias e mais dirigido às estas; ain- Deus cura! Cremos nisso, lnas admitimos baixinho e rneio aca-
·1'le'I:J;nc
,. ,Jt-Uv/ bnl'xos
•.•. ",' l1"u'lp~fIv;oc\
' o r! .... J/ L.- L't.-I!.- nhados. Acho que precisaríamos convidar, encorajar e trabalhar para
; áetidamente do exercício da cura que tenhamos claro o que é ser curado! conlO e quando acontece,
-e práticashavia tempo abanclon{l- Afinal, a cura é uma porta de acesso ao homeríl urbano. Através do
CLOêxtase místico como expe- amor que nos invade e quer fluir "rios de água vivafl é que devería-
: _ i\1ovimen to de Ren ovação Caris- mos .1 DroDagar
.1 a cura da vida interior,I dos remorsos, " traumas, cul-
:; mspiração fortemente !verltecos-
o J •• pas! das doenças físicas,
nascido nos Estados Unidos

'lOX CONCORDIA.N:t Vox CONCORDIANA 57



ARTIGOS---------------------------- ------

CONCLUSÃO estào se if aruial1dci /!


aisfl dentro d_àS cida ,,-::":
muito menos com
Tentei apontar, de certa forma, algumas portas que conduzem à
ser~~lir\/OllI11tarÍamerLte
cidade. Muitas religiões já fizeram suas escolhas até por alternativas
~ 1ipln •• lar
J:'''-''' a~m.
vv~a"(~nvS _. rir-=:'.~:
u-1P - - -,
nem mencionadas aqui, Congregações da IELB também já têm dado
passos significativos ensaiando uma presença mais efetiva. A ques- 80 crítico! coragelTl o_e F'é~-: - _
rrtarcar
tão é saber se estamos de fato dispostos a pagar o preço de nos "ur-
L' O que vamos encontrar pela'r rrente nao
- poaemos
1
lirrlites rlerl~lbarreiras.
oamzarmos, /I
nem
imaginar. As cidades estão cada vez mais complexas~ É ilusão pen-
sar que podemos conhecer tudo que se passa no cotidiano das me-
trópoles. Imenso é o desafio de pregar e viver a Palavra nos centros
urbanos cada vez mais amontoados, favelizados; violentos, vigia-
dos por câmeras e cada vez mais criadores de relacionamentos frios
e artificiais, longe daquela relação face a face cheia de calor humano.
Se, como cristãos ielbianos, servos de Deus comprornetidos carn
o evangelho que dá vida aqui e na eternidade, quisermos de fato
aceitar os desafios da missão urbana, só nos resta imitar a atitude de
Abra~io. Ele não sabia para onde estava indo, no entanto, tinha cer-
teza de que- Deus estava ao seu lado. E da mesma forma que ~ os dis-
cípulos apresentaram diante de Jesus aqueles cinco pãesinhos e dois
peixes e com eles uma multidão foi saciada, assim nós temos de nos
apresentar como somos: uma igreja pequena neste universo religio-
so brasileiro. Com nossos limites, nossa tradição teológica, com nos-
sos líderes, pastores, congregações e entidades auxiliares, dizer: IfSe-
nhor é isso que temos para te apresentar."
Diante da cidade moderna capitalizada muitos julgam que a
principal porta é a do mercado. Querem participar da concorrên-
cia religiosa colocando seu produto na prateleira.20 Minhas coloca~
ções aqui, à luz da sociologia; apontaram como os l! concorrentesl!

~~~---~------------~-~-~--------------.---~-----.~~---
20 A Religino lW Pmleleim. Pesquisa do sociólogo Alexandre Brasil Fonseca, da USP, revela um fenô- l'cligi?lO tJlhada para o fjel11consunl;cL-·,··
meno curioso nas conversôes religiosas no país. Ele mostra que o brasileiro está tratando a reli- dos evar\g,Slicos, mas o das pessoas
ranl a 7 nlilhões en1 1991. //i'1.
gião como objeto de consumo: adere a uma igreja segundo necessidades de momento, pod2ndo
mudar de crença de acordo com suas contingências. Fonseca classifica a igreja evangélica Renas- pessoas S2 perccbéun COil10 passíveis :..12 .-

cer em Cristo, e sua mensagem otimista voltada para a felicidade nos negócios, como exemplo de Jornadas sobre A.lternativas Religiosas n:; --
de 199fL Extraído da revista Época, 21 de

58 Vox CONCORDJANA 110X CONCORDiANA


--------------------------------ARTlGOS

estão se "armando" para enfrentar o mercado de "bens espiritu-


ais" dentro das cidades. Não queremos nem podemos competÜ~
u-,c~ portas que conduzem à muito menos com cristãos de credos diferentes. Queremos apenas
" at'e por
n' :.:'lnas a lt erna t'1vas servir voluntariamente/ porque Cristo nos serviu primeiro, Moti-
. =.ELEtambém já têm dado vados pelo amor de Deus/ invocando sabedoria, criatividade/ sen-
cC:~:'-Lça mais efetiva. A ques-
so crítico/ coragem de pensar e propor mudanças/ haveremos de
~-- ::,agar o preço d e nos "ur- marcar presença nos centros urbanos/ afinal para o amor não há
limites nem barreiras.
'. o frente não podemos nem
c_~complexas. É ilusão pen-
- .. -?,ssa no cotidiano das me-
-er a Palavra nos centros
~.c--elizados,violentos, vigia-
:'2'0 de relacionamentos frios
. ;?ccecheia de calor humano .
.-2 Deus comprometidos com
'·<:-,idade, quisermos de fato
:,-,os resta imitar a atitude de

'c indo, no entanto, tinha cer-


- _~J. mesma forma que os dis-

..'·.ceIescinco pãesinhos e dois


'.ola/ assim nós temos de nos
_:: .:ena neste universo religio-
.'. - :radição teológiea/ com nos-
iéldes auxiliares! dizer: "Se-

.' c~izada muitos julgam que a


- _2m. participar da concorrên-
Drateleira.20 Minhas coloca-
.' al11 como os "concorrentes"

.' ,'2 Brasil Fonseca, da U5P, revela um fenô- religião talhada para o fiel "consumidor", O rebanho que mais cresce no Brasil, ele observa, não é o
u ,:-tra que o brasileiro está tratando a reli- dos evangélicos, mas o das pessoas que se declaram sem religião. Eram 2 milhões em 1980. Passa-
=.,,',do necessidades de momento, podendo ,'am a 7 milhões em 1991. "A diversidade abre espaços para dúvidas e trânsitos, permitindo que as
- ',beca classifica a igreja e\'angélica Renas- Fessoas se percebam como passíveis de não ter religião", diz. A pesquisa foi apresentada nas VIII
:dicidade nos negÓcios, como exemplo de Tornadas sobre Alternativas Religiosas na América Latina, em 58,0 Paulo, nos dias 22·25 de setembro
:]e 1998. Extraído da revista Época, 21 de setembro de 1998, seção Periscópio.

Vox CONCORDIAN/i Vox CONCORDJANA 59


ARTIGOS-------------------------------

BARNABÉ da missão urbana!


que deLermin~"'()n-~
l LI 1"'~' - -. a..:.. L ',_" ..:.. -_' __ -'- __

Estudo em At 11.19-30; 13.1-3 sob o tema A'


rormal _ ntloqula J.Ol
r 'i'
!! Barnabé, a formação de uma igreja missionária" a pessoas que não
Reinaldo M. Lildke1 'nf1UPllC1'ada
1 i --)e10,<;;;
1- -
_..l.. -
("",;;;", ,,.. " _o
' '- '_'-- C

pr~mol'ros
_L-,- \....._ misSl'nr';~;'_'
v",-ialJ~:'::' ,-- ,!- -"- '- .r- -' ~

Antioquia tornou-se êllT


béj por sua vez; um
INTRODUÇÃO

AntioCluia
~ da Síria era uma cidade cosmopolita,
~ muito seme-
lhante às grandes metrópoles de hoje. Era a terceira cidade do impé-
rio romano, capital da província da Síria. Conhecida como Antio- JI
l'1.'J-ao
e/ posslvel
/" atlIn-l2.=-=
r.
quia, a maravilhosa"/ a cidade havia desenvolvido um grande pro-
grama urbanístico. Seu estádio de esportes atraía milhares de espec- de Antioquia. O livro de _\-
tadores aos jogos anuais. Era o centro para as relações diplomáticas seguição, após a morte
entre Roma e as nações dominadas pelo império no Oriente. Nela se 111ado'"
..L1. 'VI eu..
"lg'1111<::
• _ 1
__ ' dele~ r'''Plr~''
",-.l,-._~]._-_-,- .-- (.J

reuniam diferentes nacionalidades e culturas. Era o ponto de encon- igreja de Antioquia foi
tro entre o ocidente e o oriente. Um verdadeiro centro cosmopolita. r
Y"\1"'0'Va\lOln-lD.l1tt3
1. •• '\.......-- •••••. ~ ~ - •••..... r ,,-,-,-
r,n1:" 111"'('1
.:"';_..l.. __

for'()m
.:.. L_ furdarl-:.s
--I. l.ttA. "or
t" .
Por outro lado, todos os movimentos religiosos do mundo anti- ..l..

nos livros da história.


go também estavarrt representados em Antioquia. Ali havia o culto
LLlcas relata qlle -, este51--=·~=~-~
aos deuses Zeusf ApoIo e Baal. Também era comum o ocultismo -
junto com a magia e a astrologia. Escavações arqueológicas na cida- q"'~ aIlunci"----m
_ !..Ala ~ ~ a D~l~'-"-'
_(tIa.!. t __1 ç:Lcl" c:. :- __
..!.. .1.

sentiram dificuldade em t.c


de e nos arredores"indicam que em Antioquia havia seguidores de
todas as religiões do mundo antigo. Antioquia também era conheci- _~ucas re 1ata
T ' que fi a 1guns
C·1fe11ee que roIam r
ate/
da por sua imoralidade. Como grande e rico cen.tro mercantil, a ci-
dade encarnava a sensualidade e a corrupção de uma sociedade pagã ciando-Ihes o evangelho
momento a universalidade ,'. -=
não tocado. pela influência cristã.
No entanto, Antioquia tornou-se a porta de entrada do evange- Os exemplos anteriores de
lho no mundo gentílico. Antioquia; e não Jerusalém, tornou-se tam- e que evangelizou o ofici,Ü e h •

dro COln o centurião COlTlé.c.


bém o centro das operações missionárias da igreja cristã no primeiro
século. A história da igreja de Antioquia é vital para a compreensão tanto, estã_orelacionados ccn
~
le/ e re '1"" 19loslda d e JUllé11CCt5.
. .l '. 'c ,c c

----" .. ~~
.. ~------------------_._._--------------- ouviram o evangelho dos
1 Coordenador do Programa de Evangelização e Mordomia da IELB, Estudo bíblico apresentado no ente cosmopolita da cidad", __ c·
FÓrum Regional de Missão Urbana, em Novo Hamburgo, RS, nos dias 17 e IR ele junho ele 2000.
em seu livro Evançrelizacifc (.)
;.. .::

60 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


-----------------------ARTIGOS

da missão urbana, porque em Antioquia se estabeleceram padrões


=--3sob o tema
que determinaram o rumo da atividade missionária cristã. De certa
~:1:''2 j a missionária" forma, Antioquia foi o primeiro lugar onde o evangelho foi pregado
a pessoas que não tinham tido um contato anterior com a fé cristã
Reinaldo !vi. LÜdke1 influenciada pelos costurnes judaicos. Ao comissionar e enviar os
primeiros missionários para o mundo não evangelizado, a igreja de
Antioquia tornou-se a mãe de todas as missões gentílicas. E Barna-
bé, por sua vez, um grande apóstolo urbano do primeiro século.

cosmopolita, muito seme-


:=:.: a terceira cidade do impé-
A IGREJA DE ANTIOQUIA
.. ~~c"Conhecida como" Antio-
2s2nvolvido um grande pro- Não é possível afirmar com precisão quando teve início a igreja
~ces atraía milhares de espec- de Antioquia. O livro de Atos nos informa quer por ocasião da per-
-,1'21 as relações diplomáticas seguição! após a morte de Estêvãor quando os cristãos foram espa-
império no Oriente. Nela se lhados, alguns
~ deles chegaram
u a AntioQuia
~ \(At 11,19), Certamente a
- ~.lturas. Era o ponto de encon- igreja de Antioquia foi fundada por um rrÜssionário desconhecido,
·'dadeiro centro cosmopolita. provavelmente por um leigo. Várias igrejas dos primeiros séculos
·,8 religiosos do mundo anti- foram fundadas por cristãos, cujos nomes nlU1caforam registrados
, 2,':',Antioquia. Ali havia o culto nos livros da história.
era comum o ocultismo - Lucas relata que estes primeiros cristãos que chegaram a Antio-
·acões
, arqueológicas
i na cida- quia anunciaram a palavra somente aos judeus (At 19.11). Também
--,tioquia havia seguidores de sentiram dificuldade em transpor a barreira racial e cultural. Mas
<ctioquia também era conheci- Lucas relata que lJalguns delesl porém, que eram de Chipre e de
- -2 e rico centro mercantil, a ci- Cirene e que foram até Antioquiar falavam também aos gregos, anun-
"Llpção de uma sociedade pagã ciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus" (At 11.29). A partir deste
momento a universalidade do evangelho começou a tomar forma.
~:: porta de entrada do evange-
.:i Os exemplos anteriores de Filipe! que pregou em Samaria (At 8.4~8)
-:~J) Jerusalém! tornou-se tam- e que evangelizou o oficial etíope (At 8.26-40), e do encontro de Pe-
, cristã no ~Drimeiro
-~~'iasda igreja dro com o centurião Cornélio (At 10) também são notáveis. No en-
é vital para a compreensão tanto, estão relacionados com pessoas que pertenciam ao círculo de
fé e religiosidade judaicas. Mas em Antioquia foram pagãos que
ouviram o evangelho dos lábios dos cristãos. Sem dúvida; o ambi-
"Úa da TELB, Estudo bíblico apresentado no
.';0, RS, nos dias 17 e 18 de junho de 2000. ente cosmopolita da cidade favoreceu este avanço. Michael Green;
em seu livro Evrll1gelízação na Igreja Primitiva; lembra que não foi es-
Vox CONCORDIA.NA. Vox CONCORDLANA. 61
ARTIGOS------------------------------

tratégia oficial da igreja de Jerusalém evangelizar Antioquia. Pelo Barnabé organizol::'. :.:::~ .,
dos. Ele reconheceu cn.'c
contrário, foi um movimento natural, espontâneo dos cristãos de
Antioquia que não se calaram a respeito do seu Senhor. men.ot era estnTIUlO
/, p?c:, ::c'
A partir do testemunho de cristãos anônimos, muitos deles fo- ção quanto ao rumo que.:-c:' .~
rasteiros na grande cidade, teve início a igreja de Antioquia. Havia que ele, sozinho, não tir.:- ,c: .
foi até Tarso em busca c.e ~:: ..
muitos" deuses'! e muitos !I senhores I' no universo de Antioquia mas,
para os seguidores de Jesus só havia um Deus, o criador do céu e da farisaísmo, o qual ele prl:~-=':.
terra, e um só Senhor, Jesus Cristo, por quem todas as coisas foram Jerusalém (At 9.27). Esta" ,
feitas! e que veio ao mundo para reconciliar os pecadores com Deus. auxiliar na educação cris:~, :
Lucas acrescenta que lia mão do Senhor estava com eles, e muitos, para a consolidação da
crendot se converteram ao Senhor" (At 11.21). Antes de enviar mis- lho deles com estas pala\.-=':'~
sionários para cidades distantes! a igreja de Antioquia aprendeu a quela igreja e ensinaram =-'.::'.' c: .. ~

mente Barnabé não se de" .~c: .


evangelizar nas ruas de sua própria cidade.
ministério um homem! ~.. __, . , _,
por providência divina, rr: .. :.
BARNABÉ da, foi trabalhando na i2>: c • .::

modelo de igreja, que mê.is :.'. >


A notícia do sucesso da expansão do evangelho em Antioquia
chegou até a igreja de Jerusalém! que enviou Barnabé para ver de per- CRISTÃOS
to o que se passava por lá. Afinal, em Antioquia podiam ser vistas
práticas cristãs não ligadas aos costumes de Jerusalém. Qual seria a
atitude de Barnabé? Como se sentia a igreja de Antioquia! sabendo No mundo antigo cos:'.~':·
escravos. Os escravos, na feoC •.. - • -

que Jerusalém enviara Rarnabé para acompanhar, talvez até para in-
vestigar este movimento cristão? Novamente Lucas relata: "Tendo ele podiam obedecer ordens. 5e,~ .
chegado e! vendo a graça de Deus! alegrou-se e exortava a todos que, eles pertenciam; não podi?=-=': .
com firmeza de coração, permanecessem no Senhor. Porque era ho- eram donos de si próprios '=:-.' ''';
"=

mem bom, cheio do Espírito Santo e de fé" (At 11,23-24). dade superior: a de seu '.,
Foram duas atitudes muito importantes de Barnabé: Em pri- Isto, provavelmente, 2'<~:~~:.'.,'
meiro lugar, ele não começou criticando eventuais práticas religio- foram pela primeira vez c"-:
Sem dúvida, este foi um n:~':":·:.:
sas da igreja de Antioquia, diferentes das de Jerusalém. Pelo contrá-
vam Jesus seu dono e 5en1-.:. = c:-
rio, alegrou-se com o que a graça de Deus estava produzindo lá. Em
segundo lugar, ele usou todas as suas energias e habilidades num eIes pertenciam a Jesus Cr:",~. :=-.:
programa para nutrir estes novos crentes e firmá-Ios na fé. Se isto fiE ele morreu por todos ':?,: '
não fosse feito, uma boa parte poderia perder-se e voltar à prática para SI mesmos, mas para :'_~".
das religiões idólatras. (2Co 5.15). Jesus teve infh.h~:~'.:.:

62 Vox CONCORDI/INA Vox CONCORDIANA


------------------------------ARTlGOS

:e7-angelizar Antioquia. Pelo Barnabé organizou a igreja de Antioquia e instruiu os converti-


::,spontâneo dos cristãos de dos. Ele reconheceu que; o que eles mais precisavam naquele mo-
- -. do seu Senhor. mento era estímulo para permanecerem na fé, instrução e orienta-
. : anônimos, muitos deles fo- ção quanto ao rumo que deviam tomar. Barnabé também entendeu
- igreja de Antioquia. Havia que ele, sozinho, não tinha condições de instruir este povo. Por isso
tUliverso de Antioquia mas; foi até Tarso em busca de Saulo, um talentoso jovem convertido do
.- Deus, o criador do céu e da farisaísmo, o qual ele próprio já havia apresentado aos apóstolos em
.:'U.eU1todas as coisas foram Jerusalém (At 9.27). Esta atitude de Barnabé, de buscar Paulo para
.:iar os pecadores com Deus. auxiliar na educação cristã dos novos convertidos, foi fundamental
estava com eles; e muitos; para a consolidação da igreja de Antioquia. Lucas resumiu o traba-
.21). Antes de enviar mis- lho deles com estas palavras: /JE, por todo um ano; se reuniram na-
_: de Antioquia aprendeu a quela igreja e ensinaram numerosa multidão'l (At 11.26). Provavel-
mente Barnabé não se deu de conta que estava recrutando para o
ministério um homem; cuja pregação! escritos e influência pessoal;
por providência divina, mudariam o curso da história. E; sem dúvi-
da; foi trabalhando na igreja de Antioquia que Paulo aprendeu o
modelo de igreja; que mais tarde implantou em muitos lugares.

:i ()evangelho enl Antioquia


. cCU Barnabé para ver de per-
CRISTÃOS
~,ntioquia podiam ser vistas
=3 ae
, J erusalenl.
" n,"~ua1 sena. a
.C:l'ejade Antioquia, sabendo No mundo antigo costumava-se colocar o nome do dono nos
'rpanhar! talvez até para in- escravos. Os escravos! na realidade! não tinltam vontade própria; só
.. =nte Lucas relata: ;/Tendo ele podiam obedecer ordens. Seus nomes derivavam das pessoas às quais
u-se e exortava a todos que! eles pertenciam; não podiam possuir bens nem deixar herança. Não
. _" no Senhor. Porque era ho- eram donos de si próprios e em tudo estavam sujeitos a uma autori-
- :::," (At 11.23-24). dade superior: a de seu dono e senhor.
:J.ntes de Barnabé: Em pri- Isto; provavelmente; explica porque os seguidores de Jesus Cristo
eventuais práticas religio- foram pela primeira vez chamados de cristãos" lá em Antioquia.
11

Jerusalém. Pelo contrá- Sem dúvida; este foi um nome adequado. Os discípulos considera-
- c<::,; estava produzindo lá. Em vam Jesus seu dono e senhor. De corpo e alma, na vida e na morte
- -:energias e habilidades num eles pertenciam a Jesus Cristo. É como Paulo escreveu aos coríntios:
es e firmá-los na fê. Se isto ;;E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais
.. _-~-'erder-se e voltar à prática para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou 11

(2Co 5.15). Jesus teve influência decisiva no modo de vida dos cren-
Vox CONCORDIANA 63
Vox CONCORDIANA
ARTlGOS-------------------------------

tes de Antioquia. E os inimigos do evangelho notaram isso e os cha- do primeiro século! o er:-~_
maram de "cristãos". Este apelido dos crentes de Antioquia (cris- vam separadas, nem er:c" ..: .C .

tãos) tornou-se a marca oficial de todos os seguidores de Jesus até os rentes agencIas.
A • Estayan- ~~'~=_.. :-:
dias de hoje.
apos!ól~c~.....
Sem dúvida, o investimento no ensino da palavra de Deus foi E dIfIcIlImagmar estL:,~ê=.> :
fundamental para isso. Quando a igreja falha no ensino ela também des cidades, hoje, que n:3.c,~~-~ .
falhará na evangelização. Barnabé e Saulo investiram no ensino. É tiva às pessoas, em suas r:'.'.C __
significativo que a expressão "em Antioquia, foram os discípulos,
pela primeira vez, chamados cristãos" (At 11.26), venha imediata-
mente após a afirmação "e, por todo um ano, se reuniram (Barnabé
e Saulo) naquela igreja e ensinaram numerosa multidão" (At 11.26).
o VIGOR DE UMA IGRETA E='_

Não se pode esperar que nenhuma estratégia urbana de evangeliza- Havia um equilíbrio L.... ;
ção produza muito fruto, a não ser que ela inclua um programa efi- cas afirma que, em seu n'E:
ciente de ensino das Escrituras, que vai influenciar o modo de vida Naquela situação, os proie~.::".' . ~
dos cristãos.
mavam a mensagem da sal", __ ~.
patizantes e àqueles que \'iL::':'=-.':.
ente judeu ou pagão. Já os ll-.c<-c
A TITUDES PRÁTICAS fundavam a fé cristã dos nc": ~ ~_
instrução (ensino) e os ajul~;';'
Quando o profeta Ágabo anunciou, pelo Espírito Santo, que es- crituras e da fé cristã. Este c.l.
tava para vir uma grande fome sobre o mundo, os cristãos de Anti- gelho e a instrução paciente >: :: ...
oquia, cada um conforme suas posses, resolveram enviar socorro de e o crescimento da igre;a ~= .-c.:
aos irmãos que moravam na Judéi~. E, efetivamente, eles fizeram mento vemos que o evange::." __
isto, mandando o socorro para a Judéia por intermédio de Barnabé e na missão dos apóstolos (At ~~ =..
Saulo. Esta atitude é característica do povo de Deus. Pode ser vista tolas eram parte deste mini5>
no Antigo Testamento (Dt 15.7-11), entre os cristãos de Jerusalém era característico do minis:c:.
(At 2.44-47 e At 4.32-35), no próprio Barnabé que "como tivesse um ensino se mantivessem bern e.' _u'
campo, vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos após- Também havia equilíbn:' '.
tolos" (At 4.37), e agora também na atitude dos cristãos de Antio- quia. Adoração, comunhão e .. :..-
quia (At 11.28-29), certamente orientados e estimulados pelo pró- escolheu e enviou a pregar c e' .-~'.
prio Barnabé. Mais adiante, o próprio Paulo, em suas viagens missi- sionárias sempre apontam F:' .-:
onárias ensinou, através de suas pregações e escritos, que a ajuda pelas Escrituras. Não há igre:' -=.

aos necessitados faz parte do ser "cristão" e da resposta dos cristãos evangelização, sem ser vigc::: ~- ~
ao amor de Deus (2Co 8). Na teologia e na estratégia missionária da prova do vigor da igreja de .~.~. "
igreja de Antioquia, bem como no ministério de Paulo, no decorrer meira igreja do Novo Test2c't:.:".
64 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA
------------------------------ARTlGOS

.:;e1honotaram isso e os cha- do primeiro século/ o ensino da palavra e as obras cristãs não esta-
:- crentes de Antioquia (cris- vam separadas/ nem eram administradas separadamente/ por dife-
.:- 0S seguidores de Jesus até os rentes agências. Estavam integradas/ tanto na igreja como na missão
apostólica.
::c~sinoda palavra de Deus foi É difícil imaginar estratégias de evangelização da igreja nas gran-
_ ",.3.falha no ensino ela também des cidades/ hoje/ que não incluam o serviço e a assistência significa-
. :-.o.uloinvestiram no ensino. É tiva às pessoas/ em suas mais diferentes necessidades.
-.c·cioquia/ foram os discípulos/
': (At 11.26)/ venha imediata-
.:11ano/ se reuniram (Barnabé
c-:merosa multidãoll (At 11.26) .
o VIGOR DE UMA IGREJA EQUILIBRADA

. ~~c-atégiaurbana de evangelíza- Havia um equilíbrio no ministério da igreja de Antioquia. Lu-


.. 2 ela inclua um programa efi-
cas afirma que/ em seu meio/ havia IIprofetas e mestres// (At 13.1).
influenciar o modo de vida
Naquela situação/ os profetas/ provavelmente eram os que procla-
mavam a mensagem da salvação de Deus aos não cristãos/ aos sim-
patizantes e àqueles que vinham à Cristo/ procedentes de um ambi-
ente judeu ou pagão. Já os mestres devem ter sido aqueles que apro-
fundavam a fé cristã dos novos crentes mediante um programa de
instrução (ensino) e os ajudavam a crescer na compreensão das Es-
.c~'U!pelo Espírito Santo/ que es- crituras e da fé cristã. Este equilíbrio entre a proclamação do evan-
c.'" o mundo/ os cristãos de Anti- gelho e a instrução paciente/ regular e completa/ foi vital para a saú-
· : ",ses, resolveram enviar socorro de e o crescimento da igreja de Antioquia. Em todo o Novo Testa-
· ::.'. E, efetivamente/ eles fizeram mento vemos que o evangelismo e o ensino não estavam separados
'.'or intermédio de Barnabé e
.l na missão dos apóstolos (At 11.26; 15.35; 18.11; 20.20; 28.31). As epís-
.~-.povo de Deus. Pode ser vista tolas eram parte deste ministério docente de Paulo/ como também
entre os cristãos de Jerusalém era característico do ministério apostólico que o evangelismo e o
Barnabé que li como tivesse um ensino se mantivessem bem equilibrados.
e o depositou aos pés dos após- Também havia equilíbrio na vida espiritual da igreja de Antio-
c·:c.?,titude dos cristãos de Antio- quia. Adoração/ comunhão e oração distinguiam o povo que Deus
H ",c'cados e estimulados pelo pró- escolheu e enviou a pregar o evangelho. Grandes movimentos mis-
.,'cc:'Paulo/ em suas viagens missi- sionárias sempre apontam para pessoas congregadas/ fortalecidas
• ,c' c=sações e escritos/ que a ajuda
pelas Escrituras. Não há igreja que realize obras significativas na
~:cstão'/ e da resposta dos cristãos evangelização/ sem ser vigorosa interna e espiritualmente. A maior
.. :::3. e na estratégia missionária da prova do vigor da igreja de Antioquia foi o fato de que ela foi a pri-
c:Ú1istério de Paulo/ no decorrer meira igreja do Novo Testamento que enviou missionários. De Jeru-
Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 65
ARTIGOS------------------------------

salém as testemunhas de Cristo foram espalhadas, pela força da per- 2) O que a atitudede B:~~' ,c:.:: ,
seguição; no entanto, de Antioquia os apóstolos foram enviados para no programa de ensino na. ~;>::':::
a obra da evangelização (At 13.2). O livro de Atos também nos mos- estratégias de trabalho n? c,~
tra que a meta imediata dos apóstolos também era de estabelecer
3) Você concorda que 3=~'
igrejas em todos os lugares onde pregavam o evangelho. Nenhum
ficativas do povo
. de Deu~:. - :,' ,,_,
esforço evangelístico era considerado coroado de êxito, caso não se
4')
-. nu
~ d~1 e' o -'--
panel1. d i-;~""-- ,
estabelecesse uma comunidade de cristãos, a igreja, que por sua vez,
L~_ --- --~

era a agência especial de Deus para a evangelização da cidade. grandes centros urbanos') C '
viço?
É significativo que os apóstolos comissionados pela igreja de
Antioquia nunca deixaram de ter uma relação muito estreita com a 5) No trabalho da IELE :.',,_
igreja que os enviou. Terminada a primeira viagem missionária, re- a igreja que envia? Conte ~.::~_
gressaram a Antioquia, "onde tinham sido recomendados à graça de lhorado?
Deus para a obra que haviam já cumprido" (At 14.26). Quando che- 6) O Programa de EY21-~:: -.
garam em Antioquia, "reunida a igreja, relataram quantas coisas fize- gindo seus objetivos de ecL',==_
ra Deus com eles e como abrira aos gentios a porta da fé" (At 14.27). avaliação? Que sugestões re==-
Lucas ainda completa que eles permaneceram bastante tempo com os 7) A igreja de Antioquia. ::~'
irmãos em Antioquia, antes de partirem para nova ofensiva (At 14.28). para atividades missionál'i?,:= ~:
A igreja de Antioquia deixou uma marca na cristandade do pri- 13.3). O que isto nos sugere"
meiro século. Foi ali que Barnabé e Paulo obtiveram experiência para
o ministério urbano. A cidade de Antioquia era uma amostra, um
microcosmo de tudo quanto os apostólos enfrentariam depois em
BIBLIOGRAFIA
suas viagens missionárias. A experiência no evangelismo transcul-
tural, o rosto multirracial da igreja de Antioquia, o interesse dos cren-
tes pelos irmãos que sofriam em outr'os lugares e a firme devoção a GREENWAY Rogélio S. Ape.:::'
lv1isiones Urbana. Public?c:, =: =:
Cristo e seu serviço demonstraram o que a graça de Deus é capaz de
fazer num ambiente altamente urbano e pagão. Grand Rapids, Michig0.l' ~,~ ~

QUESTÕES PARA DIÁLOGO EM GRUPOS

1) Considerando a atitude de Barnabé, que havia sido enviado


para Antioquia, como agir com práticas cristãs diferentes (heranças)
dos recém convertidos nos grandes centros urbanos e, em alguns
casos, nada semelhantes com as tradições e costumes de uma igreja
histórica como a IELB?
66 Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA
--------------------------------ARTIGOS

-~~-espalhadas, pela força da per- 2) O que a atitude de Barnabé, que foi buscar Saulo para ajudar
~ 3_póstolos foram enviados para no programa de ensino na igreja de Antioquia, nos sugere quanto a
~ _~''-rode Atos também nos mos-
estratégias de trabalho na cidade?
:5 também era de estabelecer
3) Você concorda que a cidade precisa ver atitudes cristãs signi-
: _:::.;avam o evangelho. Nenhum
- --:: coroado de êxito, caso não se ficativas do povo de Deus para crer?
~:-~ãos,a igreja, que por sua vez, 4) Qual é o papel do serviço social no trabalho da igreja nos
: evangelização da cidade. grandes centros urbanos? Qual deverá ser a característica deste ser-
- •~ comissionados pela igreja de viço?
- _3_ relação muito estreita com a 5) No trabalho da IELB, qual é a relação dos missionários com
--~~~lleiraviagem missionário., re- a igreja que envia? Como isto pode ser implementado e/ ou me-
,- sido recomendados à graça de lhorado?
- :--ridofl (At 14.26). Quando che- 6) O Programa de Evangelização e Mordomia (PEM) está atin-
__- :, relataram quantas coisas fize- gindo seus objetivos de educar a igreja para a missão? Qual é sua
:.::~-ltiOS a porta da fé!! (At 14.27). avaliação? Que sugestões tem a dar?
-_-.eceram bastante tempo com os 7) A igreja de Antioquia enviou seus dois melhores pastores (7)
_::~-:.-_ para nova ofensiva (At 14.28). para atividades missionárias por toda a Ásia e sul da Europa (At
."'-marca na cristandade do pri- 13.3). O que isto nos sugere?
- ~'- _,~oobtiveram experiência para
: c-_~-~ioquia era uma amostra, um
~~,5los enfrentariam depois em
BIBLIOGRAFIA
::_:::~-_ciano evangelismo transcul-
.-c-c<-,tioquia, o interesse dos cren-
• ---~. - - lugar'e"V e a +:l'rmprlevor:::;"
1. '- l·
\.4. ~
n
"?;Cl..\J
GRERNWAY, Rogério S. Apostoles a Ia Ciudad - Estratégias Bíblicas para
~)e a graça de Deus é capaz de Misiones Urbana. Publicado por Ia Iglesia Cristiana Reformada,
-'.e pagão. Grand Rapids, Michigan, 1981.

-
uEL-POS

- c = :~'~labé, que havia sido enviado


. - _ - >,. cristãs diferentes (heranças)
::entros urbanos e, em alguns
-~;Ôes e costumes de uma igreja

Vox CONCORDIANA 67
Vox CONCORDIANA
DÉCIMO CULTO CANTANTE NO ICSP

Para festejar os 52 anos do Instituto Concórdia de São Paulo


(ICSP) foi realizado o décimo Culto Cantate do ICSP em ,parceria com
o Distrito Paulista. Para este Culto Canta te, no dia 27 de agosto de
2000, introduziu-se uma novidade. Cinco pastores foram convida-
dos para dar mensagens de um minuto. Como tema básico, foi usado
o lema da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) para este ano
de 2000: fi Avançando com gratidão a Deus". A fim de compartilhar a
ordem de culto e as mensagens; seguem-se ambas como sugestões
que podem ser utilizadas em cultos festivos nas congregações.
Crmtate é palavra latina que significa cantaifl• O Culto Cantate é
JJ

uma tradição da Igreja Luterana surgida na Europa com o fim de


enfatizar o canto, enriquecido e acompanllado de instrumentos. O
saudosó prof. Hans-Gerhard Rottmann traz seu nome estreitamente
vinculado aos Cultos Cantate no Brasil, pois foi ele quem os introdu-
ziu na IELB A partir de 1967. A família do prof. Hans-Gerhard Rott-
mann está também vinculada à origem mundial dos Cultos Cantate,
pois foi seu bisavô quem os introduziu na Europa. O pai do praf.
Hans, o prof. Johannes Rottmann, de memória me passou algumas
informações sobre a origem dos Cultos Cantate em carta a mim diri-
gida, datada de 21 de outubro de 1993, que transcrevo a seguir em
parte: JJCom respeito a teu pedido relativo à uns dados históricos
sobre o início dos cultos "Cantate" na Alemanha tenho mui pouco a
te relatar visto que não tenho nenhum dado e nenhuma data real-
mente e historicamente documentados. A única fonte é minha me-
mória. De acordo com ela foram meu avô Heinrich Hol1inderbau-
mer e seu cunhado Vvilhelm Schachtsiek que nos meados dos anos
80 do século passado fundaram um coro da igreja na Münsterkirche
Vox CONCORDIAN11 69
LITURGIA------------------------------

em Herford e ao mesmo tempo um Posaunenchor na mesma igreja.


Depois de algum tempo de ensaios começaram a cantar e tocar nos
cultos dominicais da igreja de mais ou menos 2.500 lugares. Isto teve PROCESSIONAL
tanta aceitação que em pouco tempo fundaram-se outros coros na
região. Surgiu então a idéia que no domingo "Cantate" se realizaria
um culto especial, dedicado inteiramente ao canto e à mÚsica dos
UNIÃO CORAL, DA:'\ç.-\ LIT
(Con;:r2sa
uPosaunen". Foi elaborado um programa especial ao redor de um
lema bíblico, que serviu ao mesmo tempo como tema dos hinos can-
Estr.: Erguei a cruz, honr?.~ .::~=.--
tados pelo coro; pela congregação, acompanhados pelos "Posaunen"
Chamai o mundo 2. Cr:::.' . .
e pelo órgão, e para um breve sermão. Tornou-se isto um movimen-
to para toda a região de Minden-Ravensberg e para a província de
Westfália. Associou-se aos dois fundadores do movimento, mais tar- Andai, cristãos, nos passe::: := ':..3
fazei brilhar no mundo a '.,::'~ c :..:
de, o afamado "Posaunengeneral", pastor Johannes Kuhlo. Desde
(Estr.:).
então até hoje celebram-se os cultos "Cantate" no Münsterkirche,
Marchai com Deus, unido::: 2 ::::'.s
dos quais participam membros de vários coros da região. Até uns
anos atrás, meu primo, como eu; neto de Heinrich Hollinderbau- vêm para a guerra as hostéS ::. ':'-
(Estr.:)
mer, foi o regente destes cultos como sucessor dos fundadores."
Hoje temos a alegria de realizar este décimo Culto Cantate do Entrai na luta e sempre ver.:,:::'::::.:
Distrito Paulista junto com o ICSP; seguindo a tradição destes cultos pois quem comanda é (ris:.:- .::,
(Estr.:)
e reforçando a identificação da Igreja Luterana, como" a igreja que
canta". Com este culto queremos também celebrar os cinqüenta e A Deus, que reina em glóri?, .:::.-C:-:;.
dois anos de existência do ICSP. cantai, cristãos, um hino tri·_·.~·.':::..
Estamos utilizando três músicas e/ ou arranjos de Johann Se-
bastian Bach (1685-1750) lembrando a passagem dos 250 de sua
morte. Bach foi um servo de Deus através de sua música e fiel segui- Congregação: Erguei a cruz, :.':::.__?.
Chamai o m ur,:. :
dor da doutrina luterana. Ao fim de suas composições sempre es-
crevia SOLI DEO GLORIA

Prof. Raul Blum Procissão (durante o canto d.:: :' .:'


das velas, portadora da Bíb:~?:: .:
tadora da bandeira brasileir: .=~'::'::

ICSP, três leitores, cinco prep.~ :.

70 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


-------------------------------LITURGIA

- ',l",2lLChorna mesma igreja. ORDEM DE CULTO


-:=:;,crarlL a cantar e tocar nos

2:'i.JS 2.500 lugares. Isto teve


'o

:.:-.:J.3.ram-seoutros coros na PROCESSIONAL


//Cantate" se realizaria
'2 ao canto e à música dos UNIÃO CORAL, DANÇA LITÚRGICA E INSTRUMENTOS
':"?l especial ao redor de um (Congregação de pé)
.::OHlO tema dos hinos can-

,~'2J1hados pelos "Posaunen" Estr.: Erguei a cruz, honrai o Salvador!


~::Tnou-seisto um movimen- Chamai o mundo a Cristo, o Redentor!
-;berg e para a província de
, .c " :'2S do movimento,
o mais tar- Andai, cristãos, nos passos de Jesus;
,'~~orJohannes Kuhlo. Desde
o' fazei brilhar no mundo a vossa luz!
Cantate" no MÜnsterkirche, (Estr.:).
,':~JS coros da região. Até uns
o Marchai com Deus, unidos e leais;
de Heinrich Hollinderbau- vêm para a guerra as hostes infernais!
:::lcessor dos fundadores." (Estr.:)
. 2::=tedécimo Culto Ci771tnte do Entrai na luta e sempre vencereis,
,:,lindo a tradição destes cultos pois quem comanda é Cristo, o Rei dos reis!
T • 11' •
: Luterana, como a Igreja que (Estr.:)
- ':-"::Jém celebrar os cinqÜenta e A Deus, que reina em glória celestial,
cantai, cristãos, um hino triunfal!
:, :: e í ou arranjos de Johann Se-
{ passagem dos 250 de sua
.:- ,ec,'ésde sua música e fiel segui- Congregação: Erguei a cruz, honrai o Salvador!
,-2 suas composições sempre es- Chamai o mundo a Cristo, o Redentor!

Prof. Raul Blum Procissão (durante o canto do hino): Portador do crucifixo, portador
das velas, portadora da Bíblia, portador da bandeira da igreja, por-
tadora da bandeira brasileira, diretora da EEIEFM, diretor geral do
ICSP, três leitores, cinco pregadores, capelão do ICSP.

Vox CONCORDL4NA Vox CONCORDIANA 71

ir
J.if.iiiiill •• ••-"-••····•··
•••••••••
LITURGIA-------------------------------

LEITURA BÍBLICA: Ap 21.5-7. CANTO CONGREGACIO:'\ ~.I


ORAÇÃO DE GRATIDÃO: Oficiante INSTRUMENTOS

CANTO CONGREGACIONAL E INSTRUMENTOS Congregação: Dai graças :::


..~ ':::cc
lou vai seu r'.:: =-.:-~ c,=-.
Erguei-vos, cristãos, o clarim já soou. ADeus! o C:-:ê: .
À luta vos chama quem vos libertou. alçai o voss: -=ê:· ..
Cingindo a armadura, por Cristo marchai! porque )am?:s =-=5::.
À sombra da cruz corajosos lutai! de nos abenç.:.o:-
e nunca abêC.=.:::-.::.
Jesus vos remiu, afastai o temor, quem nele cc:-:: ,.
confiantes segui vosso bom Salvador.
Na santa peleja ousados entrai!
À sombra da cruz corajosos lutai! O eterno e santo Deus,
O nosso Pai clemente,
As forças do mal ide já defrontar, conceda aos filhos seus
das suas prisões os cativos livrar. um coração contente.
Do Cristo bem alto o pendão levantai! Em graça, paz e amor
À sombra da cruz corajosos lutai! nos queira conservar,
e em luta, angústia e dor
MENSAGEM: "Avançando com gratidão a Deus" na missão, rev. nos venha confortar.
Wando Volff.

Se hoje estamos vivendo esta festa dos 52 anos do Instituto Con- União Coral: Louvor e ador?;~_
córdia, é porque um dia, cristãos agradecidos a Deus "ergueram-se" ao trino Deus ,..c:- ~ -
com muita coragem e ousadia, fundando uma escola. Não era uma De nosso coraç~:
escola comum. Era uma escola que preparasse pessoas para anunci- um templo sele.=ê=:C=
ar a mensagem do amor de Deus, preparasse missionários. Eterno é seu pC:'::c-
Apesar dos grandes obstáculos, hoje podemos comemorar as potente, sua rr ~-
bênçãos obtidas. Estamos comemorando, mas a missão não termi- Ele é e ele há d::c :0-=.
nou, temos muito por fazer. Há desafios pela frente, há milhares de o nosso galard~:
pessoas vivendo na ignorância espiritual sem conhecer o caminho
da vida. Sendo assim, é preciso que nos ergamos em gratidão a Deus,
com coragem e determinação, avançando com o propósito de levar
Cristo para todos. Amém.
72 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA
------------------------------LITURGIA

CANTO CONGREGACIONAL, UNIÃO CORAL E


INSTRUMENTOS

L E INSTRUMENTOS Congregação: Dai graças ao Senhor,


louvai seu nome santo.
A Deus, o Criador,
alçai o vosso canto,
porque JamaIs cessou
de nos abençoar,
e nunca abandonou
quem nele confiar.

o eterno e santo Deus,


O nosso Pai clemente,
conceda aos filhos seus
um coração contente.
Em graça, paz e amor
nos queIra conservar,
e em luta, angústia e dor
~ratidão a Deus" na missão, rev. nos venha confortar.

~estados 52 anos do Instituto Con- União Coral: Louvor e adoração


:';:'adecidos a Deus "ergueram-se" ao trino Deus rendamos!
_-_J.andouma escola. Não era uma De nosso coração
.:::preparasse pessoas para anunCI- um templo seu façamos!
~~reparasse missionários. Eterno é seu poder,
~=s!hoje podemos comemorar as potente, sua mão .
.=rando, mas a missão não termi- Ele é e ele há de ser
:::safiospela frente, há milhares de o nosso galardão.
5:~iritual sem conhecer o caminho
::: ::LOS ergamos em gratidão a Deus,

~:lçando com o propósito de levar

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 73


LITURGIA-----------------------------
CANTO CONGREGACIO~A
LEITURA BÍBLICA: SI 117 (cantado)
INSTRUMENTOS
Oficiante: Louvai ao Senhor, vós todos os gentios,
louvai-o todos os povos. Congregação: Digno és, '- .~" , --
Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco, graças nós :''2:'.:.-:::'~
e a fidelidade do Senhor subsiste para sempre. Tua seja G, s::~~::-:::. ~
Aleluia! para todo se::':' >: :

Congregação: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no Quarteto: Teus são os po;:i'2=-:ê-~
-:::
princípio, agora é e para sempre será, de eternidade a pre. Amém. Amé::-:-
eternidade. Amém.

MENSAGEM: "Avançando com gratidão a Deus" no louvor, rev. Congregação: Glória nas éÜ:-,:::-: ~ :

Julian Carlos Ditchum. glórias, AleIL::'='..:._

Com certeza muitos de vocês conhecem o seguinte ditado po-


pular: "Quem canta, os seus males espanta". Observando este Culto
Cantate percebo que muitos estão cantando com muita alegria e
muito louvor a Deus, pois estão felizes pelo Instituto Concórdia com-
pletar 52 anos de existência. Mas eu gostaria de ressaltar a impor-
tância de que devemos louvar a Deus com alegria não só em datas
festivas ou especiais, mas sim em todos os momentos de nossa vida,
reconhecendo a misericórdia e a bênção que Deus nos deu quando
enviou Jesus Cristo para nos libertar do pecado. Com espírito de
alegria podemos avançar em gratidão a Deus através do nosso lou-
vor. Que possamos sempre louvar a Deus com este espírito de ale-
gria refletido neste Culto Cantate.

74 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


------------------------------LITURGIA

CANTO CONGREGACIONAL, QUARTETO E


INSTRUMENTOS
- : ~os gentios,
Congregação: Digno és, ó Cordeiro, de todo louvor,
= . : ::,isericórdia para conosco, graças nós rendemos por teu amor.
c ,o:siste para sempre. Tua seja a glória e o domínio também,
para todo sempre. Amém. Amém.

_o. ~ Espírito Santo, como era no


?ooc] Quarteto: Teus são os poderes e os tronos também,/ hoje e para sem-
-:' _:.sempre será, de eternidade a pre. Amém. Amém.

- ~. = : :idão a Deus" no louvor, rev. Congregação: Glória nas alturas, na terra também,
glórias, Aleluia! Amém. Amém.

: : ::-c...'lecemo seguinte ditado po-


-, -== ': 3.nta". Observando este Culto
.:: :::.ntando com muita alegria e
o.,::-=~ :leIo Instituto Concórdia com-
. -=- sostaria de ressaltar a impor-
=: = _:o~ com alegria não só em datas
, o,~:5os momentos de nossa vida,
:=:-.;2,C que Deus nos deu quando
=:: ,'0:: do pecado. Com espírito de
:: - :=::' a Deus através do nosso lou-

- , ~eus com este espírito de ale-

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 75

-------
LITURGIA------------------------ _

CORAL EBENÉZER E CONCÓRDIA: CANTO CONGREGACIO);-\

"Ó Povo Redimido e Crente" Congregação: Ao Deus dtO' _~"_- _.' o


do vasto céo_o~ ::--ê::-_-::
eterno e :.~c:. -ê::' : :.: -:
Ó povo redimido e crente,
e Deus ae?::::-.::
dai sempre graças ao Senhor
excelso Jee'.-:
cantando a ele alegremente
com salmos e hinos de louvor. que terra e .:c '0: ::
M·ln ha am,:'..
. : :0.: ::-0
Depois de o mundo haver criado
do grande "[" .. .::..
não quis deixar-nos Deus a sós,
mas tudo é nele sustentado e bênçãos chovem sobre nós. Meu guia Deus será;
seu infinito amor
Trabalho deu-nos, deu saúde, feliz em tudo me fará
amigos deu-nos, deu-nos lar deu sempre alguém que nos ajude por onde eu for.
em nosso duro caminhar! Tomou-me pela mão,
Por isso graças nós daremos nas trevas deu-me luz:
ao nosso Pai e Criador e a ele as vozes ergueremos concede a eterna salvaçã.c
agradecidos ao Senhor. que vem da cruz.

o que nós mais agradecemos Quarteto: Ao Deus de Abr 2'0~: ~.


ao Deus Supremo Benfeitor eis por desígnio ~C.
minha alma dei:\? ?.-e:
é o dom que dele recebemos
em Cristo o Filho Redentor. herdar o céu.
Perdidos nós outrora andamos, O mundo despreZe
seu lucro e seu
sem esperança ou direção
e Deus por meu ,-~"o:-:-
mas em Jesus nós encontramos a vida eterna e salvação! Amém! e Protetor.

"A Deus Cantai Louvor" Congregação: No que meu L",'o~'


humilde conÍ:",.
e para o céu > c.' -
A Deus cantai louvor. Que todo coração cheio de gratidão louve ao eu subirei.
Senhor! Vimos teu nome honrar, vem sobre nós reinar com teu amor! Sua face eu he: -:: o

confiando err ~c . ?
.,
e sempre Hei e:'"o-"
meu Redentor.

76 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIllNA


-------------------------------LITURGIA
- - -. ~
-
---.,
._~;
CANTO CONGREGACIONAL E INSTRUMENTOS

Congregação: Ao Deus de Abraão louvai,


do vasto céu Senhor,
eterno e poderoso Pai
e Deus de amor,
excelso J eová,
que terra e céu criou!
Minha alma o nome exaltará
do grande /lEu - Sou".
~ ~hovem sobre nós.
Meu guia Deus será;
seu infinito amor
feliz em tudo me fará
: - _~-:..~realguém que nos ajude por onde eu for.
Tomou-me pela mão,
nas trevas deu-me luz:
. ::::~ergueremos concede a eterna salvação
que vem da cruz.

Quarteto: Ao Deus de Abraão louvai;


eis por desígnio seu
minha alma deixa a terra e vai
herdar o céu.
O mundo desprezei,
seu lucro e seu louvor;
- _ia eterna e salvação! Amém! e Deus por meu quinhão tomei,
e Protetor.

Congregação: No que meu Deus jurou,


humilde confiei;
e para o céu que preparou
:~':'ação cheio de gratidão louve ao eu subirei.
2~11sobre nós reinar com teu amor! Sua face eu hei de ver
confiando em seu amor,
e sempre irei enaltecer
meu Redentor.
Vox CONCORDMNA Vox CONCORDIANA 77
LITURGIA-------------------------------

MENSAGEM: "Avançando com gratidão a Deus" na fidelidade a CORAL CONCÓRDL-\. ~d __

Deus, rev. Valdemar A. Arend.


Sê fiel, meu amigo, na 5e:::: ~ __ ~ .
Fidelidade é outro tema nesta noite, Sê fiel a Jesus, teu Senhc:.
Pois lealdade é resposta à compaixão, Não desvies teu passo, n~.~ ~~__~_~.:.
Por Cristo demonstrada no açoite, não vaciles, mantém-te c.e -=-'"
Sua dor, sofrimento, e paixão! Fica firme no caminho.
Nós, que estávamos, devido ao pecado, Não te esqueças de Jesus;
Afastados de esperança e impotentes, Pois só ele pode dar-te
Pelo doce Evangelho anunciado, salvação por sua cruz.
Estamos livres, motivados e contentes.
Se o mundo quiser tua alma :e::- .~.=
Nossa vida, sempre mais, é luta renhida, a Jesus é que deves buscar.
Que aos fracos abate, não aos que Deus faz fiéis. Se o diabo, tentando quiser:e >--=--::
Esta fé precisa ser fortalecida deves ler a palavra e orar.
Para que enfrente, firme, a qualquer viés. Fica firme ...
É na Palavra que Deus chama para a Aliança,
Em sua Promessa está o poder que nos transforma. Ao findar esta vida, não terI_?_~::::~
Somos leais pois Deus é digno de confiança. estarás com o teu Salvador.
Tudo o que diz é vida, luz, verdade e norma! A coroa da vida tu vais recebe~
e cantar a Jesus teu louvor.
Assim: Fica firme ...
Com as boas-novas e a cruz assinaladas,
Que, da paulistana igreja luterana
Para regiões nunca dantes visitadas
Avancemos ainda além da sergipana.
E, com coragem e intrepidez redobradas,
Em mais do que promete a força humana,
Entre esta gente sem rumo anunciemos
A fidelidade do salvador que conhecemos!

78 Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA
-------------------------------LITCRGIA
3. Deus fi na fidelidade a
CORAL CONCÓRDIA, grupo infantil:

Sê fiel, meu amigo, na sorte ou na dor.


Sê fiel a Jesus, teu Senhor.
Não desvies teu passo, não caias da fé,
não vaciles, mantém-te de pé.
Fica firme no caminho.
Não te esqueças de Jesus;
Pois só ele pode dar-te
salvação por sua cruz.

Se o mundo quiser tua alma tentar,


..:. faz fiéis. a Jesus é que deves buscar .
Se o diabo, tentando quiser te levar,
deves ler a palavra e orar.
Fica firme ...
_-u3nça,
•~:ransforma.
-:::Dça. Ao findar esta vida, não tenhas temor;
:: :',::,rma! estarás com o teu Salvador.
A coroa da vida tu vais receber
e cantar a Jesus teu louvor.
Fica firme ...

::::::110s1

Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA 79
LITURGIA-------------------------------

LEITURA BÍBLICA: Êx 35.29; 36,6-7 Jesus em sua casa e \~er :"'.~':~ ~~-.'
, 1 .
expressa a sua gratlo.à(' .c_~ -., ~ ~ ~- ::
MENSAGEM: "Avançando com gratidão a Deus" na oferta, rev. Rudi Jesus que resolveu ore:::.:
Zimmer. pobres. Sim, irmãs e irm~;: ~ .' ::... ~
manifesta, se exteriorin .,,::'. ::~ - c
Prezadas irmãs e irmãos! "Avançando com gratidão a Deus 11(/ no mundo.
oferta", este é o tema que me foi dado para este culto especial Canta- Deus está, agora, no:" '~~'d':-~~
.::-::
te e de aniversário do ICSP. A palavra de Deus nos mostra que a a ele pela oferta. Se você e e. :::.~. --.
gratidão sempre acontece quando filhos de Deus percebem que Deus, família, o perdão de nosscs: -= ~. :: ~.

em sua bondade, agiu na vida deles. obras de Deus em nossa \,,~ c -: s::.
Lembremos a história da cura dos dez leprosos (Lucas 17). Dos ICSP é uma bênção para a i;>=,' -:'
dez que foram curados, nove não reconheceram que a sua cura ti- externar a nossa gratidão a::.' ~s __ .~
nha sido obra de Deus em sua vida e, é claro, não mostraram grati- bem como na congregaç<k e:':' .. ~.-= :
dão a Deus. Dos dez que foram curados por Jesus, apenas um perce- fim de edificarmos o reino :.t: =- :. . .:
beu que aquela cura tinha ocorrido pelo amor, pela bondade de Deus pois, com gratidão a Deus r:
em Jesus. E este um veio dar graças a Jesus. Ele percebeu que o que
tinha ocorrido em sua vida era obra de deus e, em conseqüência, a
gratidão brotou em seu coração e expressou-se em adoração a Jesus.
Lembremos, também, 1Coríntios 15, este majestoso capítulo, em
que Paulo apresenta e anuncia a verdade maior da fé cristã, a ressur-
reição de Cristo e, conseqüentemente, a ressurreição gloriosa de cada
um daqueles que estão firmados na fé em Cristo. Depois de apresen-
tar este mistério, em que a morte é tragada (engoli da) pela vitória de
Cristo (vv. 50-56), ele exclama triunfante: "Graças a Deus, que nos dá a
vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo" (v. 57).
Como vêem, irmãs e irmãos, a gratidão acontece quando filhos
de Deus reconhecem a ação amorosa de Deus em sua vida. Por ou-
tro lado, a palavra de Deus igualmente mostra que a gratidão dos
filhos de Deus, em resposta à ação de Deus, sempre se expressa de
alguma forma exteriormente, em louvor a Deus ou confissão da sua
grandeza.
Lembremos de novo a cura dos dez leprosos. Aquele um que
reconheceu a cura como ação da bondade de Deus, externou a sua
gratidão ao voltar e prostrar-se publicamente diante de Jesus. O
publicano Zaqueu, por sua vez, depois de descer da árvore, receber
80 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA
------------------------------LITURGIA

Jesus em sua casa e ver sua vida transformada pelo perdão de Jesus,
expressa a sua gratidão, levantando-se para dizer publicamente a
~,:?oa Deus" na oferta, rev. Rudi Jesus que resolveu ofertar a metade dos seus bens para ajudar os
pobres. Sim, irmãs e irmãos, a gratidão de filhos de Deus também se
manifesta, se exterioriza através da oferta em favor da obra de Deus
. ;3ndo com gratidão a Deus na no mundo.
~~.'lraeste culto especial Canta- Deus está, agora, nos chamando a externarmos a nossa gratidão
',.H'~.'l de Deus nos mostra que a a ele pela oferta. Se você e eu reconhecemos que a nossa vida, nossa
" ~sde Deus percebem que Deus, família, o perdão de nossos pecados, a salvação e a vida eterna são
obras de Deus em nossa vida; e, se você e eu reconhecermos que o
~~s dez leprosos (Lucas 17). Dos ICSP é uma bênção para a igreja, então, com certeza, também vamos
::c'=Jnheceram que a sua cura ti- externar a nossa gratidão através da oferta, aqui e agora neste culto,
:c é claro, não mostraram grati- bem como na congregação em que regularmente servimos a Deus, a
" :.:>5 por Jesus, apenas um perce- fim de edificarmos o reino de Deus com a nossa oferta. Avancemos,
• ~"u amor, pela bondade de Deus pois, com gratidão a Deus na oferta. Amém!
: ;, Jesus. Ele percebeu que o que
, :7[: deus e, em conseqüência, a
.:-~ressou-seem adoração a Jesus.
,S 13, este majestoso capítulo, em
- ~3de maior da fé cristã, a ressur-
:c ~~ a ressurreição gloriosa de cada
, ' =2em Cristo. Depois de apresen-
c ~:.c.!;:Jda (engolida) pela vitória de
_ .:~·.te:"Graças a Deus, que nos dá a
-"c:'~-,JrJesus Cristo" (v. 57).
, ;ratidão acontece quando filhos
: ~;.de Deus em sua vida. Por ou-
-:c:1te mostra que a gratidão dos
:e Deus, sempre se expressa de
. : .:.\'or a Deus ou confissão da sua

- : ~ dez leprosos. Aquele um que


" ':',dade de Deus, externou a sua
"·.:"dicamente diante de Jesus. O
. c:::.~:,i5de descer da árvore, receber

Vox CONCORDIANA

..,;.=
~
Vox CONCORDIANA 81

LlTURGIA---------------------------------

RECOLHIMENTO DAS OFERTAS CORAL CONCÓRDIA:


IIVem dar-me ouvidos -=- - ---

Ofertas destinadas às atividades de culto no ICSP.


Vem dar-me ou\-idc'~ c _ >. - __ .
Conjunto instrumental: Salmo 23
caminhos. Tua justiça se:-::-:--: _"
graça. Concede a tua 1111sc,
Salvador.
CANTO CONGREGACIONAL E INSTRUMENTOS

Convém crescer na graça do meu Deus,


assim não vou morrer! MENSAG EM: "Avançan,,'L-
rev. Lotário Sander.
Convém crescer na paz que vem dos céus,
feliz eu vou viver! / A Deus jurei fidelidade,
convicto vou à eternidade!
Convém crescer! convém crescer! Parabéns para quem O?: __
de festança. Porque aqui terL: o:: . ::
Convém crescer na. fé do Redentor, à vontade, e por eles você é e_~.l .
e de Jesus falar! vida cristã. E a que leva isto- .-, .c
Convém crescer nas obras com amor, que você está ouvindo, a esk ~__
reunido à grande família COL
na igreja trabalhar!
custas dele, movido pelo Es;:: .. -'
Ofertas, dons e tempo trago,
amor de Deus, o Pai.
talentos ao Senhor consagro!
Convém crescer! Convém crescer. 1\I1asnem sempre era 21.::-::-::-::
um desqualificado, um incélr<
participação assim. Você não ~-:':.c: __.
Convém crescer em tudo que Jesus
na sua vida. Deus teve que L:-::' . - .
aqui nos ensinar!
seu Filho Jesus. Ele teve que c--··
Convém crescer na.quele que conduz
aos céus eterno lar! povo, seu filho, sua filha, e \i',c.:' ::<
sustentada em Cristo; esta \-i,,~:~-. .-
Amor, louvor e dinamismo,
assim será meu cristianismo! para você viver em sentido be:'.: -
Convém crescer! Convém crescer! Viu? Nem um minuto, e-- _c:

esta. Pois, se for assim, você ,1::- _~


ou um "Gritate". Meu Senho:' -

82 Vox CONCORDIANA
Vox CO;\'CORDL'\:\ii\
-------------------------------LlTURCIA

CORAL CONCÓRDIA, grupo masculino:


"Vem dar-me ouvidos" (Salmo 17)
c >: ,~ulto no lCSP.
Vem dar-me ouvidos, eu te suplico, pois tenho andado em teus
caminhos. Tua justiça sempre me cerque; meu julgamento seja tua
graça. Concede a tua misericÓrdia. De todos que te buscam tu és o
-_~ :: I);'STRUMENTOS Salvador.

MENSAGEM: "Avançando com gratidão a Deus" na vida cristã,


~~t'us, rev. Lotário Sander.
-_- -.:_>:lade,

P,uabéns para quem optou em participar, nesta hora, desta gran-


de festança. Porque aqui tem o pão e a água da vida gratuitamente e
} vontade, e por eles você é edificado, é feito crescer, avançar na sua
vida cristã. E a que leva isto? A isto que você está assistindo, a isto
que você est,í. ouvindo, a este coralzão, cultão Cantate, em que você,
reunido à grande família concordiana, em nome de Jesus Cristo, e às
custas dele, movido pelo Espírito Santo, grita um grande "sim" ao
êlmor de Deus, o Pai.
Mas nem sempre era assim. Havia um tempo em que você era
um desqualificado, um incapacitado, cego e morto em relação a uma
participação assim. Você não prestava porque não reconhecia a Deus
na sua vida. Deus teve que tomar a iniciativa, você sabe, através de
seu Filho Jesus. Ele teve que chamar você à existência, para ser seu
povo, seu filho, sua filha, e viver esta vida brotada, nascida, gerada e
::-ustentada em Cristo; esta vida para você viver para Cristo, esta vida
para você viver em sentido bonito com Cristo para todo sempre.
Viu? Nem um minuto, e a histÓria da sua vida pode ter sido
esta. Pois, se for assim, você ainda tem tempo para um Cantate final,
üu um "Gritate". Meu Senhor, que bom, agora é que eu entendi!

Vox CONCORDIANA \'ox CONCO/W/:LV:\ 83

-'-,"'-' - '"
- - - ---. -. -~-
-
LITURGIA~~~~---------~-----------------~---

CANTO CONGREGACIONAL, CORAL CONCÓRDIA E UNIÃO CORAL E INSTRL~<:::~~


INSTRUMENTOS oficiantes estendem suas :~-._'-
to: Nm 6.24-26)
ComI: Estamos no mundo,
mas dele não somos, CONGREGAÇÃO, CNL.\O C
aqui nós vivemos
União coral: Acordai! os;:;_,3:~.: _
distantes do lar;
a nossa morada Com voz \-iL~rZ'"~: :. : ~
Desperta, o :l.~.::.. 0:'.::
de paz se reveste,
Retumba a \TZ :C-:
a pátria celeste
Prudentes yirce:'.~ ~. ..
é o nosso lugar.
As lâmpadas t=:~- :'_
às pressas o en~:.
Acesa a fé, em ':-:'.:" _.
Da graça divina
a mão nos acena,
Congregaçí'ío: Ouve a igrej2c._: .-' -
e nos enriquece de bênçãos do céu;
dos guardas (.0.:-.:
os frutos da terra, levanta e está e~' '.-'-_ =

os dons que nós temos, Vem da glória. c ~-C:. :=.


a Deus só devemos,
fiel em graça e F - ,:::=-
foi ele quem deu. Rompeu a atm:r:: :: -= :

Bendito Sah-ac:_
vem logo, ó _ , _
COJ1gregaçí'ío: O tempo no entanto, luz,
a vida transforma, , tuas t·;0'::_:'.0 :. : 5
que as
e os dias tão breves
se vão qual vapor; UJ1ií'ío ComI: Glória seja a ti C_'.:- - •. -:
com eles passamos, por nós e os an-,: 5 -=.-::
por isso nós somos com harpas erre 5_
apenas mordomos Glória a ti que:- ~:::-
dos bens do Senhor. De doze perlas 5 - • o
da nossa etern2, :-.'
Jamais um olhe ".__
nenhum ouyick :_-
Queremos nós "'.:: ~::-_
mil aleluias sere. ~::oo o

84 Vox CONCORDIAN11 Vox CONCORDIfiNA


------------------------------LITURGIA

= \ AL, CORAL CONCÓRDIA E UNIÃO CORAL E INSTRUMENTOS (enquanto o coro canta os


- -_'dE:'JTOS oficiantes estendem suas mãos sobre a congregação): "Bênção" (tex-
to: Nm 6.24-26)

CONGREGAÇÃO, UNIÃO CORAL E INSTRUMENTOS

União comI: Acordai! os guardas chamam.


Com voz vibrante nos conclamam:
Desperta, ó tu, Jerusalém! Eis que meia noite soa!
Retumba a voz e longe ecoa:
Prudentes virgens, Cristo vem!
As lâmpadas tomai:
às pressas o encontrai! - Aleluia!
Acesa a fé, em prontidão/ esteja o vosso coração.

Congregação: Ouve a igreja jubilante


dos guardas canto retumbante,
levanta e está em prontidão.
Vem da glória o seu Esposo
fiel em graça e poderoso.
Rompeu a aurora de Sião!
Bendito Salvador,
vem logo, ó bom Senhor - Aleluia! Seguimos já celeste
luz,
que às tuas bodas nos conduz.

União ComI: Glória seja a ti cantadal


por nós e os anjos entoada
com harpas em sonoro tom.
Glória a ti que nos confortas!
De doze perlas são as portas
da nossa eterna habitação.
Jamais um olho viu1
nenhum ouvido ouviu tal ventura!
Queremos nós a ti cantar
mil aleluias sem cessar.

Vox CONCORDIANil Vox CONCORDIANA 85


LITURGIA-------------------------------

COMUNICAÇÕES D,' :'--, I


~--...- .•. .~~

HINO DO ICSP (CONGREGAÇÃO E UNIÃO CORAL) A dança litÚrgic ,~_.. :


o hino no. 191 do Hll' ."

Concordianos, para frente uma das danças que I . ,"


de 1999, no Instituto C :- ~
vos chamou Jesus,
Todo heróico combatente Esta dança pode Sel' :.-"
sob a sua cruz o hino. Um solista ou
rante a dança. A core\'~l
luta firme e corajoso
com verdade e ardor mensagem seja enfatiz,i~~:
Um fato interessan"'-.
por um mundo mais bondoso de justiça e amor.
hino de Lutero "Eu \'ení-" .-
Luterano, parece ter siL~
o Senhor graciosamente a todos nós conduz
estrofes. Lemos no volurl". - ."
para os céus se humildemente
crermos em Jesus, p. 551: "A estrofe 14 est,~ ~
vam as mãos e dança\'an' -
Com as palmas da vitÓria
no celeste lar, A coreografia desta,~.-
numa incomparável glÓria quer nos contemplar. tÚrgica da congregação' .E ... -.. - ~:::-:

derado por Patrícia lvli~il'


Ó Jesus, Senhor bondoso, pelo Prof. Raul Blul1l.. A::, 1:. ':
na Sano Pereira.
nosso Salvador,
sê misericordioso,
verte com alnor
sobre nosso Instituto
bênçãos torrenciais,
Vem" imprime ao nosso estudo nobres ideais.

Concordianos, par~l frente!

RECESSIONAL (CONJUNTO INSTRUMENTAL: "Glória")

SOLI DEO GLORIA


A estrofe 1..•tem o seguinte cont~, ..'
'Que isso me sC'jaum,] perm,1l1""
nM de coraç,lo a doce mel"c1

86 Vox COiliCOIWIi\NA
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~LITCRCIA

DANÇA LITÚRGICA

-:::-\0 E UNIÃO CORAL) A dança litÚrgica que está coreografada nas páginas seguintes é
o hino no. 191 do Hinário Luterano ("Saudai o nome de Jesus"). É
uma das danças que foram apresentadas no Culto Cantote do ano
de 1999/ no Instituto Concórdia de São Paulo (ICSP).
Esta dança pode ser apresentada enquanto a congregação canta
o hino. Um solista ou o coral também pode executar a mÚsica du-
rante a dança. A coreografia ressalta o texto/ fazendo com que a
mensagem seja enfatizada.
<:~é'l e amor. Um fato interessante a destacar sobre dança litÚrgica é que o
hino de Lutero "Eu venho desde os altos céus'// que este) no Hinário
c :.induz Luterono, parece ter sido usado para ser dançado nas Últimas duas
estrofes. Lemos no volume 7 de MnrtillllO LI/tero - Obras Sl.'!eciollndns/
p. 551: "A estrofe 14 está a indicar que, para finalizar/ todos se da-
vam as mãos e dança vam 00 redor da manjedoura".l
A coreografia desta dança é uma criação do grupo de dança li-
- ~~ntemplar. tÚrgica da congregação "Ebenézer", vizinha do ICSP. O grupo é li-
derado por Patrícia Miquilim Seki e a parte musical é coordenada
pelo Pruf. Raul Blum. As ilustrações gráficos foram criadas por Ari-
na Sano Pereira.

Prof. Raul Blum

. - :deais.

- ~:- -~·'\lENTAL: "Glória")

__ ~I..ORIA
1 A estrofe 1.\ tem o sé'guinte conteÚdo, segundo a traduç,lo literal que est,i na obr,l citad,l, à p. 553:
IIQue isso nle seja U111l"l.
pernltlnt'IÜe lllegria para dançar e cantar senl parar a eXlrCl11PSa cançJ.o de
ninar de coraç,lo a doce Il1l'lodla".

Vox COXCOIWL\NA Vox CONCORDUNA 87


LITURGIA------------------------------

HINO 191- HINÁRIO LUTERANO:


"SAUDAIO NOME DE JESUS" todas est2c
de costas para
o altar

Para esta dança, os integrantes devem se dividir em duas filei-


ras, uma na frente da outra.

De acordo com os desenhos, as figuras em preto representam a


fileira da frente e as figuras em cinza representam a fileira de trás.
Sau- ...

Fileira da frente ê "


Ar- ...

Fileira da trás

ê
" ... -jos, ...
Quando aparece em um quadro somente a figura em preto (somen-
te a figura da fileira da frente), ambas as fileiras estarão fazendo o
mesmo movimento.
ê "
... -do- ..•

88 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


-------------------------------LITURGIA---l

,
.:..~::::) LUTERANO:
= l ~E DE JESUS" o
.-,,··em se dividir em duas filei-

. :. ~·.~ras em preto representam a


:':2'C,resentam a fileira de trás.
Sau- ... ... -dai o ... ... nome de Jesus!

_-.2 da frente
ê "
ê "
Ar- ... ... -can- ...

- 3. da trás

I'
ê ê"
... -jos, ... ... o a- ...
2:'l:e a figura em preto (somen-

ê
: :5 as fileiras estarão fazendo o

"
O
'l,
e para trás, ..
reverenciando

··mãos para baixo

I I
... -do- ... ... -ralo.,

Vox CONCORDIANil '.·ox CONCORDIANA 89


LITURGIA-----------------------------

Ao Filho, ...
Ao Filho, '" ... que ...

... mor- ...


... mo r- ... ... -reu na cruz,

---rr'~ \ QOIJ

" com glória ...


com glória ... ... coroai!

90 Vox CONCORDIANA 1'ox CONCORDIANA


------------------------------LlTURGIA-- ~l
--
"ÚlJ".
Ao Filho,
; , ...
rI '@Y

- ~~
..:._~ ... que ...

'" ,,""

o~
j que ...
...

- --,=,-,"..:;

... -reu na cruz,


... mor- ...
w
... -reu na cruz,

com glória ... ... coroai!


... coroai!

Vox CONCORDIANA '.'ox CONCORDIANA



91
LITURGIA-----------------------------

braço direito

. congregação

"
)

~ abre apontando à

Ó escolhida ... ... geração. Ao grande ...

~)
i!~~
do ... ... bom, ... ... da ...

... eterno Pai, com glória ...

92 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


-------------------------------LITURGIA ,

I
,:10
Ao grande ... <"'",'~"""
;

Uw
... Autor ...

t)~ "

fileira da frente
simula a morte
na cruz
------- ~I
... bom, ... ... da ... ... salvação

com glória ... ... coroal..,


Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 93
-
LITURGIA------------------------------

e -
.•... _

•....
..

-
~~.. -
.. "~

-
.. "- ---------'

~pas,o

"
Ó santo ...
Ao grande ... ... Autor ...

". ': ~.~

... da ... ... salvação

o •.•

com glória ... ... coroal.,.

... -dor ou

94 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


-------------------------------LITURGIA --\

braço direito braço direito

. abrindo

':b~":d~
"
) J

I
~passa pela frente,

"
Ó santo ... ... povo ...
... Autor ...

... salvação

... Salva- ...

... coroai!

... -dor ... ... louvai!

Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA 95


~-
LITURGIA------------------------------

fileira de trás
permanece parada
na posição
Ao Homem- ...
Ao Homem - ... ... - Deus, ...

fileira da frente
simula a morte
na cruz
I ... Lim •••

... Li- ... ... -bertador,

fileira de trás
dá um passo

o I à frente

com glória ...


com glória ... ... coroal,"

96 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


-------------------------------Ln:wA -~

I
Ao Homem- ...
... -Deus, .. 0
ou - Deus, ...

... -bertador,
...Li· ...
w... -bertador,

:.. o:ra ae trás


~~ :':"'11 passo
frente

com glória ... coroal .,.


... coroal..,
•• o

Vox CONCORDIANA Yox CONCORDIANA


97
LlTURGIA---- _

I I
o.- I 'W
~Il' .}
'" Rei dos reis ...
.., nações, :l
"í I ... -brou·',
,""\
I
\
I I I
/:J.
j

I .., povos ...


I "Aquem ...
ao ..• ~
,~
II

baixam-se
diante do altar,
reverenciando
com glória ...

... honrai!

98 Vox CONCORDIANA
','ox CONCORDIANA
-------------------------------LITURGIA
-----------
==~=-- ~~~-~-- ---~-- '~~~-~

I
... povos ...

A quem que- .,.

... nações,

... -brou-vos os grilhões

_c:xando

... Rei dos reis ...

com glória ... ... coroal..,

Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA 99
LITURGIA------------------------------

A quem ... ... que- ...


Mais lUTIavez estarrLl:':C,'_
diferentes de grupos COL::"" -=-,
e outro arranjo para coro '::,':- , _
A melodia "Oração
de autoria de Wagner Knc,-;:: --
de São Paulo, SE É uma lT"
bem com o conteÚdo do te
da partitura.
A mÚsica "Iv1eu Bom J t:',', -
onal de Natal e é para CC1l',: ,' _
masculino, coro infantil). Ci:,ll,-l'
.u -brou-vos os grilhões
uma flauta doce soprano e,~, -
por coro misto, as vozes fen-,:l-u' - _
divididas em três grupos, >:0 _
rem as duas primeiras voze"" c
haverá uma distância muiL .:
masculina. Se usado por ((l'_
estrofes entre o grupo fernil'" _
muito bem cantar em conjun:-

com glória ... ... coroal..,

100 Vox CONCORDIANA


-------~--

MÚSICA PARA CORAIS j


.., que- ..,
Mais uma vez estamos providenciando mÚsicas para dois tipos
diferentes de grupos corais. Trata-se de um arranjo para coro misto
e outro arranjo para coro de vozes iguais.
A melodia "Oração de Habacuque" e a adaptação do texto são
de autoria de VVagner Knopp, membro da congregação "Ebenézer",
de São Paulo, SP. É uma melodia muito bonita e que combina muito
bem com o conteÚdo do texto. Sugestões de execução estão no fim
da partitura.
A mÚsica "Meu BOlY1. Jesus, Eterno Rei", é uma melodia h'adici-
onal de Natal e é para coro de vozes iguais (coro feminino, coro
• zrilhões masculino, coro infantil). O arranjo pode também ser executado por
uma flauta doce soprano e duas flautas doces contralto. Se usado
por coro misto, as vozes femininas e as vozes masculinas devem ser
divididas em três grupos. Não fica bem soprano e contraltu canta-
rem as duas primeiras vozes e os homens cantarem a terceira voz;
haverá uma distância muito grande entre as vozes femininas e a
masculina. Se usado por coro misto, poderá haver alternância de
estrofes entre o grupo feminino e o grupo masculino. Também fica
muito bem cantar em conjunto, dobrando cada voz em oitavas.

Prof. Raul Blum


.., coroal,'I

Vox CONCORDIANA 101


MÚSICA------------------------------

ORAÇÃO DE HABACUQUE
MÚsica: Wagner Knopp, 1996
Arranjo para coro misto: Raul Blum, 1997

s,c
Ou-vi tI voz Seus fei ~tos

~ci -dos en ~tre nós. A su a !gló ~ ris o~fus -ea a luz do

-+:t--1
:::.::._--~-

Flm B

Q
sol, do S<'tl lOll a te - ra E se os
Sugestão para execução: E\:e:~_:~~- ?
só com instrumentos (órgão3
da vez, instrumentos e cor.?,~. ==-

com instrumentos a partir da : ::

SC_R o- li-

102 Vox CONCORDIANA Vox CONCORDIANA


--------------------------------MÚSICA
- H~~BACUQUE
MÚsica: Wagner Knopp, 1996
~~~c uara coro misto: Raul Blum, 1997
vei nu -to der,

fi
Seus lei ~tos

pc ~ rei
Nos -00

ria

E se os

Sugestão para execução: Executar a música inteira na primeira vez


texto
só com instrumentos (órgãos, violão, flauta, violino, etc.) Na segun-
da vez, instrumentos e coral. Para a conclusão, executar somente
com instrumentos a partir da 2a metade do compasso 12.

(lJo flo - res - I cer.

Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA 103
MÚSICA------------------------------

MEU BOM JESUS, ETERNO REI S RECJ


Letra: Valentino Thilo Mel.: Koeln, 1623
Trad.: Leonildo Krey, 1973 An.: Raul Blum, 1989

EDITORA CONCÓRDIA:

Barbour, Joseph; Steinerl De:::·:·.' :


a Depressão, Porto Ale;;:'2 ='.'.
Como responder ... Ao Moviuic' i' ...
córdia.
Encenações. 1999. Porto Ale,S::2
Gesch, Roy G. 1999. Um AL:-.' ~ __
LSLB. 2000. Repartindo 41 Por:::":'.:::;: -:.
LSLB. 1999. Ligue-se na Liga': _ .. ' -
LSLB. 2000. Ligue-se na Liga"
.\1amwl de Evangelização. 200C. -
Preciso Falar 2000 - Auxílios L:i:
gre, Concórdia, voI. 1.
Preciso Falar 2001 - Auxílios L.i.
gre, Concórdia, voI. 1.
Preciso Falar 2000, Portas Abc?i:.o -
Alegre, Concórdia.

di
~.
*
luzi
-u 58
Preciso Falar 2001, Portas Abc<·c
Alegre, Concórdia, voI. :.
. -
r
cel

EDITORAS CONCÓRDIA E 51-'0=:-':'.:"

Lutero, Martim. 2000. Console' ':_


poldo, Concórdia e SinoQ:::
104 Vox CONCORDIANA . 'ox CONCORDIANA
- ETERNO REI
Mel.: Koeln, 1623
Arr.: Raul Blum, 1989

EDITORA CONCÓRDIA: j

Barbour, Joseph; Steiner, Donna. 2000. O Toque do Mestre - Superando


a Depressão, Porto Alegre, Concórdia.

Como responder ... Ao Movinzento da Nova Era. 2000. Porto Alegre, Con-
córdia.
Encenações. 1999. Porto Alegre, Concórdia.
Gesch, Roy G. 1999. Um Marido Ora, 2ed., Porto Alegre, Concórdia.
LSLB. 2000. Repartindo 4, Porto Alegre, Concórdia.
LSLB. 1999. Ligue-se na Liga 2000, Porto Alegre, Concórdia.
LSLB.2000. Ligue-se na Liga 2001, Porto Alegre, Concórdia .
.\lIanllal de Evangelização. 2000. Porto Alegre, Concórdia.
Preciso Falar 2000 - Auxílios LitÚrgicos e Homiléticos. 1999. Porto Ale-
gre, Concórdia, voI. 1.
Preciso Falar 2001 - Auxílios LitÚrgicos e Homilétícos. 2000. Porto Ale-
gre, Concórdia, voI. 1.
Preciso Falar 2000, Portas Abertas - Mensagens e Liturgias. 1999. Porto
Alegre, Concórdia.
Preciso Falar 2001, Portas Abertas - Auxílios para o Culto. 2000. Porto
Alegre, Concórdia, voI. 1.

EDITORAS CONCÓRDIA E SINODAL:

=-utero, Martim. 2000. Consolo no Sofrimento, Porto Alegre e São Leo-


poldo, Concórdia e SinodaI.
Vox CONCORDIANA -,-ox CONCORDIANA 105

JV' _
LIVROS
RECEllIDOS----------------------------

Lutero, Martim. 2000. Educaçno e Reforma, Porto Alegre e São Leo- EDIÇÕES INDEPE:\DE'\TES:
poldo, ConcÓrdia e Sinodal.
Lutero, Martim. 2000. PolítiCi7j Fé e Resistência. Porto Alegre e São • ~'lPI'Z t. Jel'ald
( C·11VL,--\.,.:..l~
"I--ro;" ~..
--.~ -
Leopoldo, ConcÓrdia e Sinodal. lected Papers T:. _-:
The Lutllernn Cliii',' . -

Prestes, Nívia. 2000. S.:~ ~


EDITORA P AULUS: ~tauffer, Anita. 1998.
ran World Feder,lL:' -
Bortolini, José. 2000. COl1hecer e Rezar os Sallllos - COlllentário Popular Geneva.
paro Nossos Diasj São Paulo, Paulus .
. Valtcr, Karl; Wachholz. :\:~ '
Filoranlo, Giovani; Prandi, Carlo. 2000. As Ciências das ReligiÔes, São Igreja Cristil paro o :\·c·~ ,
Paulo, Paulus.
Rossi, Luiz Alexandre Solano. 2000. Como Ler o Livro de Zacarias - O
. da Recol1strucno,' São Paulo, Paulus.
Profeta PERIÓDICOS:
Russ, Jacqueline. 2000. Pensamento Ético COl1tempornneoj São Paulo,
Paulus. ::0111 Jesus - Auxílios par17 ,) E:
Alegre, ConcÓrdia.
::0111 Jesus - Auxílios paro Li E<
EDITORA SINODAL: Porto Alegre, ConcÓr(~~:
TELB. Março-junho 2001. F'
Arthur, Chris. 2000. A Globalizaçi7o das COlllllllicaç(Jes - Algulllas Impli- cÓrdia.
caçÔes Religiosas, São Leopoldo, Sinodal.
Flor, Gerson Luis. 2000. A Fé em Isroel a Partir da Monarquia, série
El1saios e Monogrofias, no. 24/ São Leopoldo, Sinodal.
Gross/ Eduardo. 2000. A Concepçno de Fé de Juan Luis Segundo, São
Leopoldo, Sinodal.
MÜller, Iára. 1999. Aconsellwmento com Pessoas Portadoros de Defici-
ência - Experiência de um Grupo ]111 Sociedade, São Leopoldo, Si-
nodal.
Senhas Ditírias. 1999. 27ed., São Leopoldo, Sinodal.

106 Vox CONCORDIANA


-----------~----------------LIVROS RECEBIDOS

EDIÇÕES INDEPENDENTES:

·:u, Porto Alegre e Sã.o


Joerz, Jerald C; McCain, Paul 1. 2000. Cllurcll alld Ministry - Tlze Col-
lcctcd Papers of Tllc 150tlz Anniversary Tlzcological ComxJcation of
Tlze Lutllcl'i7n Cllllrcll - Missollri
Prestes, Nívia. 2000. Nas Tuas Mãos.
SYllod.
I
Stauffel~ Anita. 1998. Baptislll, Rifes ofPassagc, and Cultllre, The Luthe-
; ::;,71111OS
- COlllcntário Popular
ran vVorld Federation Departament for Theology and Studies,
Ceneva.

Ciências das Religiélcs, São Walter, Karl; Vvachho]z, Nilo. 2000. Pli71leji7lllellto Participativo de UlIl({
Igreja Cristã pam o Novo lvIilênia. 2ed.

:'.·'10 Ler o Livro de Zacarias - O


Paulus.
PERIÓDICOS:
':::-_·0 Contempornllco, São Paulo,
COIll Jesus - Auxilios pal'i7 a Escola DOlllillicnl. Janeiro-abril 2000. Porto
Alegre, ConcÓrdia.
COIll Jesus - Auxílios pal'i7 a Escola DOlllillical. Dezembro-março 2001.
Porto Alegre, ConcÓrdia.

-~c, rolllullicaçi5cs - Algulllas Impli- JELB. Março-junho 2001. Forte ern Santa LlIlÍi70, Porto Alegre, Con-
Sinodal. córdia,

-- HC' a Partir da Monarquia, série


~-"o Leopoldo, Sinodal.

Fé dc Juall Luis Segulldo, São

.-: COlll Pessoas Portadol'i7s de Dcfici-


:'0 na Socicdade, São Leopoldo; Si-

2opoldo, Sinodal.

Vox CO,"'CORDIM\il
107

------- - ~--- - ~

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