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DUE- 1º

Desenvolva:

frequên
1. O valor do DUE no direito interno face à CRP

2. As fontes do DUE
cia
 são modos de formação e de revelação de norma jurídicas, que se dividem em
fontes mediatas e imediatas. Os princípios gerais de dto, são instrumentos do T.J
para definir as lacunas de dto. Art.5º e 19º, nº1 TUE. Podem ter um sentido
restrito, é o dto originário e derivado e em sentido amplo, que são regras
aplicáveis à ordem jurídica europeia.
 As fontes de direito originário estão na origem da UE, designadamente os
tratados e onde está previsto, designadamente, o art. 2 do Tue
 Os tratados europeus são uma fonte primária de direito europeu, são C.I de tipo
clássico, produto exclusivo da vontade soberana dos Estados contraentes,
enquanto fonte primária, os tratados europeus são constituídos pelos tratados
institutivos, primeiro das comunidades europeias e depois da UE. Este direito
integra ainda os tratados de adesão de novos estados-membros. Fazem
igualmente parte do direito originário os Protocolos e anexos constantes dos
tratados (art. 51 TUE). Por fim, a CDFUE também integra o direito originário e, é
uma das mais importantes fontes de DUE, tendo em conta que, tem o mesmo
valor jurídico que um tratado (art. 6, n1 tue)
Por fim, o dto derivado, são as fontes que derivam das fontes originárias, ou seja,
são aquelas fontes que são criadas por força do previsto nas fontes originarias.
O Direito derivado é constituído pelos atos unilaterais dos órgãos da UE, adotados
de acordo com as regras dos Tratados, é um dto produzido de forma autónoma, ou
seja, pode criar regras jurídicas com base nas comunidades. Na CECA estão
previstos: decisões, pareceres e recomendações, nos atos do Tratado de Roma:
regulamentos, diretivas, decisões, recomendações e pareceres. Art.288º TFUE
Nos Regulamentos europeus os tratados têm 3 elementos: obrigatoriedade,
aplicabilidade direta e generalidade. A obrigatoriedade permite à autoridade
europeia competente impor por si só a observância de todas as disposições deste
ato legislativo aos EM, aos seus órgãos e autoridades e todos os particulares
sujeitos à jurisdição da união. Relativamente à aplicabilidade direta, aplica-se
diretamente dos EM sem a necessidade de qualquer ato interno posterior dos EM,
ou seja, uma vez o regulamento aprovado e publicado no jornal oficial das
comunidades entra em vigor para todos. Por fim, a generalidade impõe deveres,
cria direitos para todos os estados, pessoas etc que em abstrato se enquadrem ma
o.j. Portanto, o regulamento tem uma natureza e uma estrutura de lei
Diretivas europeias- é um instrumento de harmonização legislativa, obriga à
transposição para o ordenamento jurídico por parte dos EM, o objetivo é alcançar
uma compatibilidade entre os ordenamentos. O órgão competente é o conselho. É
um método de legislação por etapas e vincula de acordo com os resultados. Não
possui caracter geral e tem generalidade indireta, aplica-se a um nº indeterminado
de pessoas com aplicabilidade imediata.
Decisões europeias- é obrigatória para todos os destinatários, tem como objetivo
a promoção da aplicação pratica das regras dos tratados, destaca-se a limitação
dos destinatários, individualiza-os, a obrigatoriedade é crucial em todos os seus
elementos e as decisões são dirigidas aos particulares, originando dtos e
obrigações. A decisão não vai alterar a Ordem Jurídica interna, mas resulta da
aplicação pelos EM destinatários da decisão. Art.291º, nº1 TFUE.
Recomendações e pareceres- Art.288º TFUE; os pareceres não são vinculativos, a
sua natureza não é obrigatória, tem um papel importante e decisivo na
interpretação dos atos adotados. Art.296º TFUE. Pareceres- em sentido amplo
engloba as modalidades de atos que têm em comum com a ausência da força
vinculativa, os tratados consagram instâncias de consultas e emissão para
assegurar aos órgãos da UE. Art.300 TFUE. Recomendações- são os atos do
Conselho dirigidos aos EM, ou da comissão deste. Foram concebidos como um
instrumento de ação indireta de autoridade europeia, aproxima as legislações
nacionais ou a regulamentação interna ao regime jurídico da UE.

3. Identifique e caracterize as competências exclusivas da EU, competências partilhadas


entre os estados-membros e o UE e os princípios da ordem jurídica da UE que as
suportam.
 A EU dispõe apenas das competências que lhe são atribuídas pelos Tratados
(princípio de atribuição). Ao abrigo deste princípio, a UE só pode atuar dentro dos
limites das competências que os países da União lhe tenham atribuído nos
Tratados para alcançar os objetivos fixados por estes últimos. As competências que
não sejam atribuídas à UE nos Tratados pertencem aos países da União. O Tratado
de Lisboa clarifica a repartição de competências entre a União Europeia e os países
da União. Estas competências estão divididas em três categorias principais:
competências exclusivas; competências partilhadas; e competências de apoio.
 Competências exclusivas (artigo 3.o do Tratado sobre o Funcionamento da União
Europeia — TFUE): domínios nos quais a UE é a única a poder legislar e adotar atos
vinculativos. Os países da União só podem fazê-lo se habilitados pela UE para
darem execução a esses atos. A União Europeia dispõe de competência exclusiva
nos seguintes domínios: união aduaneira; estabelecimento das regras de
concorrência necessárias ao funcionamento do mercado interno; política
monetária para os países da área do euro; conservação dos recursos biológicos do
mar, no âmbito da política comum das pescas; política comercial comum;
celebração de acordos internacionais em determinadas condições.
 Competências partilhadas (artigo 4.o do TFUE): a UE e os países da União estão
habilitados a legislar e a adotar atos juridicamente vinculativos. Os países da UE
exercem a sua competência na medida em que a União Europeia não tenha
exercido a sua ou tenha decidido não o fazer. As competências partilhadas entre a
UE e os países da União aplicam-se nos seguintes domínios: mercado interno;
política social, mas apenas no que se refere aos aspetos especificamente definidos
no Tratado; coesão económica, social e territorial (política regional); agricultura e
pescas (exceto a conservação dos recursos biológicos do mar); ambiente; defesa
dos consumidores; transportes; redes transeuropeias; energia; espaço de
liberdade, segurança e justiça; problemas comuns de segurança em matéria de
saúde pública, circunscritos aos aspetos definidos no TFUE; investigação,
desenvolvimento tecnológico, espaço; cooperação para o desenvolvimento e ajuda
humanitária.
 O exercício das competências da UE está sujeito a dois princípios fundamentais
previstos no artigo 5.o do Tratado da União Europeia:

proporcionalidade: o conteúdo e o âmbito de ação da UE não devem exceder o


necessário para alcançar os objetivos dos tratados;
subsidiariedade: no âmbito das suas competências não exclusivas, a UE intervém
apenas se — e na medida em que — o objetivo de uma ação considerada não
puder ser suficientemente alcançado pelos países da UE, podendo, contudo, ser
mais bem alcançado ao nível da União Europeia.

4. Espaço de liberdade, Segurança e Justiça (ELSJ)

5. Os pressupostos anti concorrenciais, em face das regras da concorrência

6. Carta dos direitos Fundamentais da UE (CDFUE)

 foi proclamada pela Comissão, pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu a 7 de


dezembro de 2000, no Conselho Europeu de Nice, foi alterada na Conferencia
Intergovernamental em 2007 e, foi novamente proclamada solenemente em 12 de
dezembro de 2007 pelos presidentes do parlamento europeu do conselho e da
comissão. A partir de 2009, com o Tratado de Lisboa, a CDFUE adquiriu um
estatuto juridicamente vinculativo passando, assim, a ter o mesmo valor jurídico
dos tratados, nos termos do art. 6 TUE, passou a ter o mesmo valor jurídico dos
tratados. Com a solução consagrada no Tratado de Lisboa, no art.6, nº 1 TUE, é
atribuído à CDFUE o estatuto jurídico de um catálogo cheio de direitos, liberdades
e princípios, adquire, assim, natureza jurídica por um tratado internacional. A
Carta obriga, desde logo, as instituições, os órgãos, os organismos da EU, incluindo
os Tribunais da União a aplicar a carta como verdadeira fonte formal de Direito
que, passou mesmo a sê-lo. Obriga ainda os Estados membros mas, somente
quando estes aplicam o DUE. As autoridades publicas dos Estados têm de respeitar
a carta aquando da sua aplicação. Sob a orientação do Tribunal de Justiça, os juízes
apenas possuem a competência para assegurar que a Carta é respeitada pelos
estados-membros quando estes aplicam o direito da União, caso não seja
respeitada os tribunais irão ter de fazer com esta seja respeitada. A carta foi
elaborada com base no “princípio consolidado”, portanto, é uma síntese em forma
de documento de todos os direitos fundamentais reconhecidos pelos tratados
comunitários e princípios constitucionais, dá resposta às exigências de
transparência e imparcialidade do funcionamento da administração europeia, que
tem como objetivo a proteção dos dtos fundamentais aquando do exercício para a
aplicação do dto no exercício da sua competência e fiscalização da legalidade. É
orientada pelo princípio da indivisibilidade. Os seus valores básicos são: dignidade
humana, liberdades dos cidadãos, igualdade, solidariedade, dto dos cidadãos e
justiça.

7. Política Externa e Segurança Comum (PESC)


 Política Externa e de Segurança Comum, constituída em 1993. Tem o objetivo de
preservar a paz, reforçar a segurança internacional e promover a cooperação. É o
2º pilar de 3 do TUE. Art.36º TUE, o Parlamento Europeu aceita, apoia e procura
alargar o âmbito da sua aplicação. O Parlamento Europeu apoia a criação de um
Ministro dos Negócios Estrangeiros. O direito do Parlamento Europeu foi
consultado acerca da PESC pela declaração da responsabilidade do Alto
Representante, para: reforçar o estatuto das reuniões conjuntas de escolha;
afirmar o dto da comissão especial; realizar trocas de pontos de vista com os
chefes de missão, de delegação… e Mandatar o Alto comparecer no Parlamento
Europeu 2x por ano devido as contas, ou seja, tem competências de iniciativa,
representação, mediação, porta-voz e executória. O Parlamento Europeu participa
na PESC para reforçar a responsabilidade democrática, para haver maior coerência
entre os instrumentos políticos e financeiros da EU para as políticas externas. Há 3
tipos de processos: ordinários, extraordinários e excecional. Para facilitar a regra
da unanimidade: o Estado não vota, porém reconhece que a UE poderá aplicar. Há
uma cláusula máxima dos que podem aplicar, isto senão reunir o consenso
mínimo. Exceções: o conselho pode tomar decisões por maioria simples ou
qualificada. Com a intervenção do Alto Representante, o consenso pode ficar
resolvido ou o conselho terá de aceitar as reservas, se isso não acontecer há uma
votação no Conselho Europeu. Deveres dos Estados Membros perante a PESC:
consulta prévia ao conselho antes de atuar; concentração de disposições;
convergência de ações; solidariedade e cooperação diplomática.
 Por fim, base jurídica da PESC foi estabelecida no TUE e revista no Tratado de
Lisboa. Os artigos 21 a 46 do TUE estabelecem as «Disposições Gerais Relativas à
Ação Externa da União e Disposições Especificas Relativas à Politica Externa e de
Segurança Comum (PESC)». O disposto nos artigos 205 a 222 do Tratado sobre o
Funcionamento da União Europeia (TFUE) regulamenta a ação externa da União.
São igualmente aplicáveis os artigos 346 e 347

8. Processo legislativo ordinário

 Aqui, o Parlamento Europeu e o Conselho são colocados em posições iguais. Até ao


Ato Único Europeu que o Parlamento Europeu só tinha competência consultiva,
instituiu um processo de cooperação entre o Parlamento Europeu, o Conselho e a
Comissão para ser tomada uma decisão, assim o Parlamento Europeu poderia
propor alterações e caso houvesse divergências, o conselho decidia.
 O processo legislativo ordinário de adoção de um ato jurídico da União consiste na
adoção de um Regulamento, de uma Diretiva ou de uma Decisão, conjuntamente
pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, sob proposta da Comissão, na maior
parte dos casos. Está previsto nos artigos 289. ° n.°1 e 294.º TFUE e veio substituir,
após a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, o que se denominava por
procedimento de codecisão. É agora o procedimento comum, sendo a regra geral
de adoção dos vários atos da União. O Tratado determina especificamente, artigo a
artigo, os casos em que não se aplica este processo, mas um dos "processos
legislativos especiais".
 O processo legislativo ordinário, anteriormente codecisão, foi instituído pelo
Tratado de Maastricht e a sua nova nomenclatura atribuída pelo Tratado de
Lisboa.
 O procedimento legislativo ordinário compreende uma, duas ou três leituras, o que
implica multiplicar os contactos entre o Parlamento e o Conselho.

9. Primado da UE
 Segundo o princípio do primado, o direito europeu tem um valor superior ao dos
direitos nacionais dos Estados-Membros. O princípio do primado aplica-se a
todos os atos europeus com força vinculativa. Assim, os Estados-Membros não
podem aplicar uma regra nacional contrária ao direito europeu.
O princípio do primado garante a superioridade do direito europeu sobre os
direitos nacionais. É um princípio fundamental do direito europeu. Tal como o
princípio do efeito direto, não está consignado nos Tratados, tendo sim sido
consagrado pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE). o Tribunal declara
que o direito proveniente das instituições europeias se integra nos sistemas
jurídicos dos Estados-Membros, sendo estes obrigados a respeitá-lo. O direito
europeu tem assim o primado sobre os direitos nacionais. Deste modo, se uma
regra nacional for contrária a uma disposição europeia, as autoridades dos
Estados-Membros devem aplicar a disposição europeia. O direito nacional não é
nem anulado nem alterado, mas a sua força vinculativa é suspensa. O primado do
direito europeu sobre os direitos nacionais é absoluto. Assim, todos os atos
europeus com força vinculativa beneficiam deste primado, quer sejam
provenientes do direito primário ou do direito derivado. De igual modo, todos os
atos nacionais estão sujeitos a este princípio, seja qual for a sua natureza: lei,
regulamento, portaria, despacho, circular, etc., independentemente de se tratar
de diplomas emitidos pelo poder executivo ou legislativo dos Estados-Membros.
O poder judicial está igualmente sujeito ao princípio do primado. Na verdade, o
direito que produz, a jurisprudência, deve respeitar o da União. O Tribunal de
Justiça considerou que as constituições nacionais estão também sujeitas ao
princípio do primado. Compete assim ao juiz nacional não aplicar as disposições
de uma constituição contrária ao direito europeu. A Constituição da República
Portuguesa prevê que o direito da União Europeia é aplicável em Portugal nos
termos definidos pelo próprio direito da União Europeia (artigo 8.º, n.º 4), o que
inclui o primado, nos termos declarados pelo Tribunal de Justiça da União
Europeia.

10. Princípios fundamentais da EU


 no início do processo optou-se por um modelo de integração funcional que resultou
na prioridade dos objetivos de integração funcional, nomeadamente dos económicos
com a criação de um mercado comum, que evoluiu para uma união económica e
monetária. Valores universais- dtos invioláveis e inalienáveis da pessoa humana Art.3º,
nº3 TUE. Nas relações com o resto do mundo, a EU promove e afirma os seus valores,
contribuindo para a proteção do cidadão, promovendo a paz, segurança e
desenvolvimento sustentável. Há respeito mútuo pelos povos, erradicação da pobreza,
comércio livre. A UE assenta num conjunto de princípios fundamentais que são
estruturantes do seu ordenamento jurídico, estão no topo da hierarquia de DUE. O T.L
afirmou um conjunto de valores em que se funde a União, tem uma natureza
imperativa dos princípios jurídicos que obrigada a União e os EM a vincularem um
legislador. Alguns princípios:
 Identidade nacional- Art. 4º, nº2 TUE; a ue respeita a identidade nacional dos EM
refletida nas estruturas politicas e constitucionais fundamentais de cada um deles,
incluindo a autonomia local e regional, o que significa que cada EM mantem o
exclusivo da competência para definir os termos da sua organização politica e
administrativa, incluindo a definição das suas autonomias locais e regionais e a
respetiva articulação com o poder central.
Ou seja, no processo evolutivo da integração, será respeitada a identidade de cada
Estado. No plano político, os EM conservam a sua identidade, no cultural, a União
respeita a língua, história e cultura e no jurídico preserva a especificidade dos dtos
nacionais. (art.3, nº3, parágrafo 4 TUE)
 Dignidade da pessoa humana- nos termos do art. 2 do TUE a União deve respeitar a
dignidade da pessoa, como valor da UE, assumindo uma tradição constitucional
comum aos estados membros. Enquanto princípio fundamental da UE, a dignidade da
pessoa humana implica que no, processo de integração, a pessoa humana seja
colocada antes e acima de tudo, em especial acima de quaisquer considerações e
decisões de politica económica e social.
Enquanto valor fundamental da UE o princípio da pessoa humana, molda o
ordenamento jurídico europeu, pré-determina o seu conteúdo orienta e condiciona as
decisões.
 Solidariedade- esta solidariedade ao nível da união resulta da convicção de que os
sacrifícios que cada estado-membro tenha de suportar acabam compensados pelas
vantagens que resultam da realização do interesse geral ou comum. É com base neste
princípio que os EM assumem o dever de prosseguir o interesse geral de convergir e
cooperar entre si e de nada fazer que possa prejudicar o interesse na união. Essa
solidariedade é desde logo uma solidariedade politica entre estados, na realização do
objetivo comum da coesão económica, social e territorial, Art.3º, nº3 parágrafo 3 TUE.
 Gradualismo e adquirido- o primeiro implica que a integração europeia seja de forma
gradual, de modo a evitar riscos nas fases do processo, o segundo implica que deve ser
consolidado a cada fase que se ultrapasse. De acordo com o principio do adquirido, a
integração sendo gradual, deve a todo o momento ser consolidado, ou seja, deve ter
como adquirido e assente o que se alcançou em cada fase. Art. 50 TUE.
 Da não discriminação- foi ampliada no T.L, todos os cidadãos não devem ser
discriminados seja qual for o motivo.
 Economia social de mercado- a economia europeia define-se com base na economia
de mercado competitiva e dirigida ao pleno emprego. O modelo social europeu
caracteriza-se pela promoção do crescimento económico e da estabilidade de preços
como condições indispensáveis ao desenvolvimento sustentado, mas acrescenta-lhe a
ambição de eliminar progressivamente a exclusão social e todas as formas de
discriminação.
 Liberdade e da Democracia- este principio permite definir a UE como “espaço de
liberdade, de segurança e de justiça” (art. 3, nº2 TUE).
 A liberdade abrange todo o tipo dela, implica o respeito pela liberdade física das
pessoas. Já a ideia de democracia deve ser entendida como democracia politica,
económica e social. Enquanto principio fundamental a democracia exige que o bem-
estar das populações e o progresso social constituam objetivos da UE. Democracia é
uma forma de vida solidária que se realiza através de politicas que promovam o
modelo social europeu, no respeito pelo pluralismo e na tolerância pela diversidade.
Esta forma de encarar a democracia completa-se e concretiza-se no respeito e na
proteção dos direitos fundamentais do cidadão que constam na CDFUE (art. 2 e 6 TUE
e art. 17 a 25 TFUE)
 Estado de dto- o exercício das funções do Estado na realização dos interesses gerais,
implica o respeito dos dtos dos indivíduos. A ideia de estado de direito determina a
vinculação da administração pública ao principio da legalidade, no sentido em que só
pode atuar com base na lei prévia que lhe serve de fundamento e limite. O principio
do estado de direito exige uma “união de direito”, no sentido em que toda a atuação
da UE dos seus órgãos e dos estados membros deve decorrer no respeito pela
legalidade, isto é, no respeito pelo conjunto de princípios fundamentais que formam o
chamado bloco da legalidade, o qual se cumpre plenamente quando o ordenamento
jurídico assegura a tutela judicial efetiva dos direitos fundamentais.
 Principio da subsidiariedade- disciplina o exercício das atribuições não exclusivas da
UE segundo o qual a união so deve intervir quando se mostre necessária a sua ação.
Nos termos do art. 1, parágrafo 2 TUE a intervenção dos estados é a regra, no sentido
em que a decisão deve ser tomada ao nível mais próximo dos cidadãos. Este principio
apenas se aplica nos domínios das competências concorrentes ou partilhadas entre os
estados membros e a união europeia, por outro lado, não deve ser aplicado nos
domínios das competências exclusivas da união e portanto, nos termos do artigo 5, n 3
do TUE a união apenas atua nos domínios que não são da sua competência exclusiva
apenas e se na medida em que os objetivos da ação não possam ser suficientemente
alcançados pelos EM, nestes casos, nos termos do art. 352 nº1 do TFUE o Conselho
delibera por unanimidade, sob proposta da comissão e apos aprovação do parlamento
europeu e depois adotara as disposições adequadas.
 Princípio da cooperação leal- manifestação de boa-fé e do principio geral do pacta
sunt servanda. Existe a coerência de atuação no sentido de adotar-se o
comportamento que se mostre mais favorável ao cumprimento das obrigações
previstas nos tratados. Este principio vincula tanto os estados membros como a UE ,
art. 4 nº3 TUE.
 Principio da proporcionalidade – aparece consagrado no TUE como principio
orientador da ação da união através dos seus órgãos (art.5, nº 1 e 4 TUE). Esta ideia de
proporcionalidade radica na necessidade da medida e da proibição de excesso. A
compreensão deste principio implica a consideração de três requisitos que concorrem
na relação de adequação entre o meio e fim em qualquer procedimento que são a
adequação, a proporcionalidade em sentido estrito e a necessidade. Portanto, este
principio trata-se de um principio que tem subjacente a ideia de limitação de excesso,
de modo a que o exercício das competências atribuídas não ultrapassem o
indispensável à realização dos objetivos a prosseguir de acordo com os tratados.

11. Tese internacionalista


 A construção da união europeia é um processo dinâmico assente no principio da
subsidiariedade, o que implica que as decisões sejam adotadas sempre que possível
ao nível que esteja mais próximo do cidadão. Neste processo os EM delegaram alguns
dos seus poderes de decisão nos órgãos e instituições comuns que criaram, de modo
a assegurar que as decisões europeias sobre assuntos de interesse comum sejam
tomadas democraticamente assegurando assim a legitimidade democrática com base
na representatividade.
 Na tese internacionalista, à luz do direito, tanto as comunidades como a UE foram
criadas por tratados internacionais e, estes são para todos os efeitos a primeira fonte
de direito europeu vigente na UE. Assim, nesta perspetiva jurídica, os tratados
carecem de ratificação por parte dos Estados signatários como condição da respetiva
vigência, razão pela qual avançam o argumento decisivo segundo o qual as relações
entre a UE e os EM assentam na soberania dos Estados.

12. Tese federalista


 De acordo com esta tese, a UE seria um estado federal, não apenas pelo facto das
suas instituições beneficiarem de uma atribuição de competências do estado, mas
tbm pq apresenta uma estrutura orgânica idêntica à estrutura dos estados
federais. Os defensores desta tese sustentam a ideia de que os tratados devem ser
equiparados às constituições dos estados federais, falando-se assim na existência
de uma constituição europeia. Quando se fala em constituição europeia tem-se
entendido o direito originário da ue, ou seja, os tratados europeus. Os tratados
instituem um processo político semelhante ao das estruturas constitucionais
federais caracterizado pela separação de poderes entre a união e os estados
membros e dentro da união, pela dupla legitimidade democrática baseada em
simultâneo na igualdade dos cidadãos e na soberania dos estados e pela
vinculação do poder politico aos direitos e liberdades fundamentais consagrados
na CDFUE.
 A federação consiste na reunião de estados autónomos, consagrados no texto
escrito de uma constituição federal e, portanto, uma vez constituída a federação,
os estados membros não podem tornar-se independentes do estado soberano o
que não acontece na UE, uma vez que os estados membros podem sair da UE.

13. Natureza jurídica da UE


 O motor da integração europeia reside na constante tensão dialética entre a
integração e a interestadualidade, reafirmando que os princípios da integração e
do respeito pela identidade nacional dos estados não se excluem, pelo contrario,
completam-se exatamente como no modelo de federalismo cooperativo. O
projeto da primeira constituição europeia constante no tratado constitucional,
assinado no dia 29 de outubro de 2004, acabou por não ser ratificado por todos os
EM, o que inviabilizou a sua entrada em vigor. No entanto, os avanços registados
da afirmação da natureza supranacional, a UE n dispõe de poder constituinte, uma
vez que a revisão dos tratados continua a ser feita pelos EM.
 Existe portanto, um argumento para negar a federação, este argumento resulta da
circunstancia de apos o TL os EM poderem sair da UE, ou seja, o direito de
secessão.

14. Objetivos da UE
 Os objetivos principais dos fundadores era atingir a paz, mas não uma paz
transitória e sim uma paz duradoura. Schumann considerava que este objetivo
apenas seria possível de ser atingido com a abolição da oposição secular entre
frança e Alemanha e com a criação de uma solidariedade de facto entre os estados
europeus. No entanto, os objetivos principais e a longo prazo foram
expressamente assinalados pelo Tratado de Maastricht avançando assim para a
criação da UE. A partir deste tratado, para alem dos objetivos económicos, o
tratado estabelece ainda objetivos de natureza social, cultural e política da união.
 O TUE consistiu, portanto, numa nova etapa na integração europeia dado ter
permitido o lançamento da integração politica, portanto, este tratado criou a UE
assente em 3 pilares, as comunidades europeias, a PESC e o JAI.
 Com este tratado passou, portanto, passou a ser uma importância criar um espaço
de liberdade, segurança e de justiça, salvaguardar os direitos fundamentais dos
cidadãos dos estados membros e a cidadania europeia. Passou então a ser um
objetivo politico a adoção de uma PESC e a ambição de prosseguir uma politica de
defesa comum.
 Com o tratado de lisboa, os objetivos políticos, sociais e culturais da UE ficaram
afirmados no art. 3 do TUE como sendo essencialmente 3, a paz, os valores
universais do artigo 2 e o bem-estar dos seus povos. Portanto, com o Tratado de
lisboa podem resumir-se a 5 os principais objetivos da UE, a promoção da paz, dos
valores da união e do bem estar dos seus povos (art. 3, n 1 TUE), proporcionar aos
seus cidadãos um espaço de liberdade, segurança e justiça (art. 3, n2 TUE),
estabelecer o mercado interno (art. 3º, n3, paragrafo 1 TUE), estabelecer uma
união económica e monetária cuja moeda é o euro (art.3, n4 TUE) e afirmação da
UE no plano internacional (art.3, n 5 TUE).

15. Símbolos da união europeia


 A UE adotou os seus próprios símbolos, nomeadamente o hino e a bandeira.
 Relativamente à bandeira, é o símbolo da unidade e identidade da europa. É
constituída por 12 estrelas douradas, dispostas em circulo sobre um fundo azul e
simbolizam as ideias de unidade, solidariedade e harmonia entre os povos da
europa. O numero de estrelas significa a perfeição e a plenitude e o circulo é um
símbolo de unidade.
 O hino é a Ode à Alegria que é preludio ao hino da alegria, é o quarto andamento
da nona sinfonia de Bethoven. Foi adotado pelo Conselho da Europa em janeiro de
1972.
 A UE, tem ainda o seu dia, o dia da europa no dia 9 de maio em que se comemora
a paz e a unidade na europa. Esta data assinala ainda o aniversario da declaração
de Schumann.

16. Personalidade jurídica da UE

 Apenas tem capacidade jurídica o ente que goza de personalidade jurídica, ou seja,
a suscetibilidade de ser titular de direitos e obrigações é o pressuposto da
capacidade jurídica. A capacidade jurídica das pessoas coletivas é uma capacidade
limitada e demarcada em razão do princípio da especialidade. Art. 47 TUE.

17. Princípio da atribuição


 Significa que a UE só tem as competências que os estados lhe atribuírem nos
tratados pelo que, permanecem na esfera jurídica dos estados-membros todas as
competências que não tenham sido atribuídas à União. Mantêm-se, por isso, na
titularidade exclusiva dos estados todas as outras competências, incluindo aquelas
que os estados não reservaram, uma vez que são competências originarias dos
estados, art. 5, n2 TUE.

18. Princípio da flexibilidade


 Um ou mais estados membros podem não participar em determinadas etapas ou
Missões da união, seja por opção soberana seja por não reunirem os requisitos
que estão definidos para a participação. A flexibilidade foi consagrada
expressamente no tratado de Maastricht através do mecanismo das derrogações.
 O tratado de Amesterdão criou uma nova forma de flexibilidade ao consagrar o
mecanismo da cooperação reforçada, segundo o qual os EM podem instituir entre
si uma cooperação mais estreita e mais profunda, utilizando, para o efeito as
instituições, os processos e os mecanismos previstos nos tratados.
 Com o Tratado de lisboa as regras do mecanismo da cooperação reforçada
sofreram alterações que se encontram no art. 20 do TUE que remete, quanto a
procedimentos e votações para o art. 326 a 334 do TFUE.
 Uma vez instituída uma cooperação reforçada esta deve manter-se aberta à
participação de todos os EM. No entanto, os EM terão de respeitar as condições
referidas na decisão de autorização do conselho e bem assim todos os atos que
entretanto tenham sido adotados no âmbito da cooperação reforçada.

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