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Xô Preguiça
Xô Preguiça
Preguiça!
Vencendo a procrastinação na era das grandes
distrações
Dr. Wessel Friedrich
Todos os direitos reservados
Sumário
Sumário
Procrastinação, o inimigo de todos nós
Nosso tempo vale muito mais do que o nosso dinheiro.
CAPÍTULO 1
IDENTIFICANDO O PROBLEMA
CAPÍTULO 2
AKRASIA
CAPÍTULO 3
CONSEQUÊNCIAS DA PROCRASTINAÇÃO
CAPÍTULO 4
POR QUE PROCRASTINAMOS?
QUANDO NÃO ESTAMOS MOTIVADOS
QUANDO ESTAMOS COM MEDO
QUANDO NÃO NOS SENTIMOS CONFIANTES
INCONSISTÊNCIA TEMPORAL
QUANDO NÃO GOSTAMOS DO QUE FAZEMOS
CAPÍTULO 5
A LINHA DA PROCRASTINAÇÃO & CICLO DE CONTATO
PRÉ CONTATO OU SENSAÇÃO
INICIO DO CONTATO
ÚLTIMO CONTATO
PÓS CONTATO
CICLOS INCOMPLETOS
CAPÍTULO 6
PRAZO X SEM PRAZO
COM PRAZO
SEM PRAZO
CAPÍTULO 7
COMO PARAR DE PROCRASTINAR
COM PLANEJAMENTO
PLANO DE CURTO PRAZO
PLANO DE LONGO PRAZO
COM O SISTEMA DE RECOMPENSA
Você precisa se privar desta atividade agradável em outros momentos do seu dia
a dia.
Lembre-se que estamos tentando deixar as coisas o mais fáceis possíveis para
que seu corpo não apresente tanta recusa natural para a atividade.
Você só poderá ir à praia quando fizer o orçamento da viagem.
COM O SISTEMA DE PUNIÇÃO
Por isso, precisamos tornar as consequências mais imediatas.
Se eu não escrever 500 palavras desta pesquisa hoje, eu terei que escrever 1000
amanhã.
Método 1.
Para cada dia que eu não escrever a meta de 500 palavras neste projeto, eu
ficarei um dia sem consumir açúcar na minha alimentação.
Método 2.
CAPITULO 8
METAS IRREALISTAS
Encontre a raiz do problema
Qualidade x Quantidade
Não faça comparações
Não faça planos para tentar vencer os outros, e sim você mesmo.
CAPÍTULO 9
MAIS SOBRE COMO PARAR DE PROCRASTINAR
MANTENHA UMA ROTINA DIÁRIA
ORGANIZE SUAS METAS POR PRIORIDADE
SIGA A ORDEM IMPOSTA
REALIZE UMA TAREFA DE CADA VEZ
MOVA TAREFAS INACABADAS PARA A PRÓXIMA LISTA
SIGA ESTE MÉTODO DIARIAMENTE
UTILIZE INCENTIVOS VISUAIS
Incentivos Visuais são ótimos gatilhos
Melhor visualização do progresso feito
Motivação
CAPÍTULO 10
PRODUTIVIDADE E HÁBITO
Se conseguimos cumprir diversas tarefas no tempo que temos, podemos nos
considerar produtivos e de forma geral mais eficientes em nossos trabalhos.
Regra dos 2 minutos
“Já que eu estou pronto(a) e tenho tudo que preciso, é melhor ir.”
Siga os seus planos, não o plano de outras pessoas
Menos decisões diárias = Mais produtividade
Saiba valorizar os começos imperfeitos
Procrastinação, o inimigo de todos nós
Você já parou para pensar sobre a importância do tempo? Esse elemento que
faz parte das nossas vidas é basicamente o que rege todos os aspectos de como
vivemos e nos comportamos. Tudo que fazemos, planejamos, pensamos acaba se
resumindo ao tempo. Estamos constantemente pensando nele, analisando o que
fizemos no passado e sonhamos com o que queremos fazer no futuro,
lamentando o quanto perdemos e pensando em quanto ainda teremos.
Tempo é o único recurso que não é renovável, o tempo que perdemos não
pode ser recuperado uma vez perdido, uma vez desperdiçado. Você pode ganhar
mais dinheiro, adquirir novos bens, criar novas coisas, voltar a um lugar que
visitou. O que nós realmente não podemos fazer é ganhar tempo. Tudo que
podemos fazer com relação a ele é gastá-lo, as vezes com sabedoria ou não.
O que você não faz durante o seu tempo tem a mesma importância. O tempo
que negligenciamos sem fazer nada daquilo que precisamos também afeta quem
somos e o rumo das nossas vidas. O que decidimos fazer ou não fazer no tempo
que temos agora irá determinar como teremos que gastar o nosso tempo do
futuro, e não ter controle sobre como poderemos usá-lo me soa como uma
péssima ideia.
Passamos a vida basicamente trocando nosso tempo por coisas que julgamos
importantes. Sejam elas dinheiro, diversão, trabalho, etc. E nós, em geral, temos
escolha sobre como queremos dividir o tempo que temos. Alguns decidem
trabalhar mais pois vem prioridade no dinheiro, outros preferem gastar menos
tempo trabalhando porque estão satisfeitos com uma vida mais simples e
preferem usar o tempo com outras coisas. Podemos fazer o que quisermos.
Você já parou para sentar e analisar os seus planos e sonhos? E como você
pode alcançá-los? Como você está usando o seu tempo para chegar até ele?
Quanto tempo você precisará para alcança-lo? Ou se apenas esse sonho é um
pensamento que você nunca levou adiante mesmo tendo todas ferramentas
disponíveis para começar? Caso ainda não tenha parado para fazer esses
questionamentos a si mesmo, esta talvez seja uma boa hora para começar.
A diferença determinante entre duas pessoas com uma mesma ideia, ou seja,
o que vai decidir aquele que irá ter sucesso ou não, é o tempo. Quem realmente
vai usar os seus dias para pôr o planejado em prática. Os que agem e investem
seu tempo em algo serão muito mais sucedidos do que os que apenas deixam
tudo no papel.
Além disso, valorizamos muito mais aquilo que leva mais tempo para
conseguir, de fato, não vemos de forma positiva as conquistas que vieram
“rápido demais”, como se elas não merecessem ser tão prestigiadas quanto as
que levamos anos para conseguir. Consideramos algo que vem rápido demais
como “instável”, que pode a qualquer momento ser perdido e buscamos evita-las
porque entendemos que tudo é um processo.
Com a tamanha importância que o tempo tem sobre nossas vidas, é estranho
perceber como é comum deixar ele de lado e desperdiçar grandes quantidades
todos os dias como se não houvesse amanhã, como se estivéssemos bebendo de
um poço sem fundo. Imagina viver nossas vidas decidindo usar o nosso tempo
em coisas que sabemos serem prejudiciais e adiar o tempo todo as coisas que
realmente precisamos fazer.
Parece que estamos sempre esperando pelo momento certo para começar
algo, e esse momento definitivamente não é agora. Afinal, o que lhe faria sair do
conforto da sua casa em um dia de chuva para aquela visita a biblioteca? O que
lhe faria parar de assistir vídeos bobos em rede sociais para começar aquele
projeto estressante e tedioso da faculdade? Eu respondo... Nada. Nada mais
importa para nós além da situação, eu diria até fácil, em que estamos no
momento. Notas baixas? Não sabemos o que são; Reclamações do nosso
supervisor no trabalho? Podemos lidar com isso em outra hora! Preferimos nos
submeter a correrias desnecessárias como a de tentar concluir downloads de
diversos artigos online enquanto nos preparamos para sair de casa para conseguir
escrever no carro ou ónibus, e se com um pouco de sorte conseguirmos entregar
aquele projeto a tempo, começam as rezas para pelo menos uma nota cinco, por
favor.
Um momento! Aquela famosa desculpa de que “trabalho melhor sob
pressão” não convence aqui, afinal, se este fosse o nosso caso, por que então
você estaria lendo este livro? Estamos aqui conversando porque você conseguiu
dar um pequeno passo, o de admitir e reconhecer que há algo errado. Por tanto,
não volte atrás agora, você realmente consegue ser mais produtivo quando
submetido a altos níveis de estresse, correria, suor e dores de cabeça? Ou talvez
esteja procurando motivos para justificar suas ações?
Tenho plena confiança de que, no fundo, você também sabe que está
propositalmente adiando suas responsabilidades, talvez até fugindo delas. Não
apenas isso, talvez você não satisfeito com as distrações que naturalmente
podem surgir, procura por elas você mesmo, como desculpa para não fazer as
suas obrigações. Vai me dizer que você ainda não se deu conta que deixar o
smartphone do ladinho da sua mesa de estudo é uma péssima ideia...
Chances são de que você, como milhões de outras pessoas, prefere deixar
tudo para a última hora. Sim, sejamos honestos, na maioria das vezes, você
mesmo decide se distrair com as coisas mais banais, na tentativa de adir o
máximo possível um dever que você puramente não quer cumprir.
“Não é culpa minha!”. Claro que não, como esperar que você siga um plano
inicialmente preparado para que tudo ocorresse bem? Imprevistos acontecem,
outros problemas surgem, e é sua prioridade dispor sua atenção total a eles. Todo
o resto pode esperar. Você consegue escrever artigos em poucas horas, e aquela
apresentação para os sócios da empresa nem é tão urgente assim, não é mesmo?
Sinto informar leitor, que a Segunda-Feira é apenas mais um dia como outro
qualquer, uma desculpa que você usa talvez a anos para adiar sua reeducação
alimentar. Não apenas isso, um dia corresponde ao tempo que a Terra leva para
dar uma volta completa sobre si mesma, ela não tem nada a ver com os seus ou
meus objetivos. Quantas Segundas-feiras você irá esperar antes de realmente
começar a trabalhar para realizar seus sonhos? Parece que a Segunda-feira
correta nunca chegará, sempre haverá uma nova semana, sempre haverá horas
extras para organizar a casa, ou para começar a procurar por um novo trabalho,
você sempre poderá começar a escrever o seu primeiro livro amanhã. A ideia de
começar a trabalhar no agora parece assustadora demais.
Pronto? Então vamos lá. Você sempre consegue fazer tudo que previamente
havia planejado para a sua pesquisa? Seus artigos sempre são aclamados pela
banca acadêmica? Você adiou, porém, conseguiu resultados positivos em sua
nova vida fitness? Você conseguiu seguir pelo menos 70% das metas que fez
para este ano? Você foi promovido ou ganhou um aumento de salário? Não?
Tudo bem, tomar a iniciativa de ler este livro já é um ótimo começo, e muito irá
aprender aqui sobre a raiz dos seus problemas.
Caso você seja do time “Eu admito”, estamos no caminho correto. Afinal de
contas, todos nós buscamos maneiras mais eficientes de resolver problemas, e
reconhecer que os seus são muito mais complexos e longos do que deveriam
puramente por decisões tomadas por impulso já é um começo, e provavelmente
você poderá se identificar com as situações abordadas neste livro.
A primeira delas é que para muitos, a decisão de ignorar sua própria intuição
e deixar tudo para depois são sempre seguidas de arrependimento. Você sabe que
deveria ter começado sua pesquisa meses atrás e que deixar para a última hora
pode afetar gravemente a qualidade do projeto. Agora é tarde demais para tentar
melhorá-lo e não há chances do seu orientador lhe conceder mais tempo. O que
fazer nessa situação? Culpar o seu cachorro de estimação e jurar que ele destruiu
o seu trabalho perfeito que certamente receberia um 10 e implorar por mais
tempo para refazê-lo ou aprender com a situação e tentar evitá-la no futuro?
Mesmo com situações semelhantes a essa que mais parecem ter saído direto
dos nossos piores pesadelos, o medo parece não ser forte o suficiente para lhe
fazer estudar com antecedência. Ciente do erro, você insiste em tentar convencer
a si mesmo que dará tempo e você entregará tudo sem maiores problemas. Até
tudo dar errado.
Após mais uma Segunda-Feira ter passado, você lamenta não ter começado a
dieta na semana anterior, e apenas ter visitado a academia quinze dos trinta dias
que pagou. Melhor ainda, como “falhou” na sua dieta na Terça-Feira ou qualquer
outro dia da semana, você obviamente agora deverá esperar até a próxima
Segunda-Feira, porque novamente, não se pode começar nada no meio da
semana. Você lamenta, se arrepende, se frustra, compra aquele pote de sorvete
favorito para se sentir melhor, e repete tudo na semana seguinte.
Nos capítulos seguintes, iremos abordar todos os aspectos do hábito que está
prejudicando os seus negócios, planos e projetos. Discutir maneiras e
ferramentas para combatê-lo de forma efetiva e simples, sem que seu corpo
resmungue um não e retorne à estaca zero. Vamos começar a entender melhor o
vilão da sua eficiência, de forma que, ao final desta leitura consiga identificar
possíveis comportamentos de auto sabotagem e retomar o controle do seu dia-a-
dia. Eu lhes apresento, a procrastinação.
CAPÍTULO 2
AKRASIA
“Meu conselho é jamais deixar para amanha o que pode ser feito hoje.
Procrastinação é o ladrão do tempo”. - Charles Dickens
Nós sempre queremos mais. Encontrar uma única pessoa que esteja
completamente satisfeita em todos os aspectos que envolvem sua vida como
relacionamentos, trabalhos, hobbies, vida social, estudos, planos e cuidado
pessoal parece ser uma missão impossível. Mesmo aqueles que ao nossos olhos
aparentemente possuem tudo que precisam ainda acumulam objetivos, planos e
sonhos, e para os casos mais extremos, a vida que levam hoje é completamente
diferente da que gostariam de ter. Dentre os mais variados possíveis motivos
para essa constante insatisfação com nossas vidas está o que trabalharemos neste
livro, a procrastinação, quando tudo está a um passo do nosso alcance, mas
estamos ocupados demais deixando para depois.
Não estou, no entanto, implicando que deve trabalhar horas extras, ou puxar
o saco do seu chefe para conseguir um aumento. Estamos falando de obrigações
básicas. Entenda que, você deve passar as horas de trabalho... Trabalhando! Não
é um bônus ou um extra, é fazer o que está sendo pago para fazer naquele
horário, ou no fim das contas terá que passar suas noites correndo para finalizar
projetos, ao invés de estar descansando ou aproveitando um bom jantar com os
amigos.
A palavra que soa estranho aos nossos ouvidos, para eles, significava “O ator
de agir contra o seu melhor julgamento”. Confuso? Basicamente é o ato de fazer
algo, mesmo quando você está ciente de que essa não é a melhor opção. Ou mais
comumente no nosso caso, optar por não fazer algo, mesmo quando estamos
cientes que deveríamos fazê-las para o nosso próprio bem-estar. É quando você
decide ir ao cinema, mesmo sabendo que poderia estar começando sua pesquisa
acadêmica, ou quando decide assistir mais um episódio da sua série de TV
favorita, mesmo sabendo que precisa responder e-mails importantes.
Mas espera aí! Nós sabemos que estas escolhas de fato acontecem, nós
mesmos as praticamos diariamente. Você facilmente conseguiria recordar
situações semelhantes no seu dia a dia, seja ele acadêmico, de trabalho ou
pessoal. Sendo assim, como é possível que elas não existam? Estaríamos na
verdade, buscando motivos e justificativas para disfarçar a nossa própria
irresponsabilidade e fraqueza de vontade? Qual seria o mecanismo que explica o
porquê tomamos decisões erradas e bobas? Por ser algo tão fora da linha quem
nós deveríamos seguir, obviamente, não somos os primeiros a estranhar esse
conceito. Há vários possíveis fatores que podem ser discutidos na tentativa de
procurar soluções ou justificativas para a Akrasia, como os diversos motivos e
gatilhos mentais de recompensa e consequência que podem-nos transformar em
uma pessoa Akrates. Mas calma, um passo de cada vez.
CAPÍTULO 3
CONSEQUÊNCIAS DA PROCRASTINAÇÃO
“Nada é tão cansativo quanto o peso de uma tarefa inacabada”. - William
James
Todos nós já tivemos problemas com a procrastinação em algum momento
de nossas vidas. Alguns mais do que outros, verdade, mas todos nós já adiamos
ao máximo que podíamos uma tarefa que simplesmente não queríamos fazer, ou
talvez porque possuímos coisas demais na nossa cabeça, não sabemos por onde
começar, o que priorizar e acabamos não fazendo nada. Outras vezes nós
mesmos procuramos distrações, só para depois argumentar que não tivemos
tempo e que nossas vidas são tão ocupadas e cheia de afazeres que não dá para
dar conta de tudo ao mesmo tempo.
Sabemos que é bastante difícil levar uma vida sem absolutamente nenhuma
procrastinação e que todos nós eventualmente iremos procrastinar. No entanto,
estamos falando de pessoas que permitem que esse comportamento se torne um
hábito diário, alguns inclusive procrastinam várias tarefas no mesmo dia, de
forma que essas decisões afetam pontos importantes de nossas carreiras. Se trata
daquele momento onde notamos que poderíamos ser um escritor melhor se
parássemos de procrastinar, que seriamos um professor melhor se preparássemos
o material das aulas com antecedência, que provavelmente já estaríamos notando
um tanquinho se apenas tivéssemos começado a academia meses atrás.
Cansados, finalmente decidimos fazer algo a respeito.
Se você chegou até aqui é porque provavelmente entende que poderia ser um
profissional melhor se parasse de procrastinar, talvez conseguiria aquele
aumento que tanto almeja; Dinheiro suficiente para fazer aquela viagem dos
sonhos no fim do ano, trocar de carro, comprar livros novos e quem sabe até
adquirir um novo apartamento. Tudo se resume a eficiência, e a procrastinação
pode acabar se tornando uma grande inimiga das suas conquistas. Talvez, quem
sabe, você apenas esteja cansado das cargas de estresse e preocupação que
procrastinar lhe causa. Talvez o seu corpo e principalmente a sua mente estejam
pedindo uma pausa da correria. Engana-se quem pensa que procrastinar não é
um problema tão grande assim, que não afeta nossa saúde e bem-estar de forma
significativa. Você e eu sabemos bem que isso não é verdade, e que postergar
afazeres pode ter um peso gigantesco em todos os aspectos de nossas vidas.
Talvez você esteja maltratando seu próprio corpo sem se dar conta. Toda essa
adrenalina pode ser a causa das suas noites de sono mal dormidas, deixando você
exausto física e mentalmente. Esse cansaço afeta diretamente o nosso humor e
podemos acabar descontando nossas frustrações em amigos e familiares,
prejudicando nossos relacionamentos. Quem nunca acabou sendo um pouco
mais ríspido com colegas de trabalho depois de ter virado a noite tentando
terminar um relatório do qual você já tinha conhecimento da necessidade a
semanas? No fim das contas seus amigos não têm culpa, é você quem está
tomando essas decisões.
Sua autoestima também sofrera com os seus hábitos. Talvez você saiba disso,
procrastinadores podem e na maioria das vezes são perfeccionistas e cobram
bastante de si mesmos. No fim das contas, é difícil manter o nosso ego quando
vemos todos ao nosso redor aproveitando todas essas incríveis oportunidades
enquanto continuamos presos no mesmo lugar. Não avançamos em nenhum
aspecto de nossas vidas e começamos a nos considerar perdedores e questionar
se talvez somos apenas incapazes.
Perder dinheiro. Com certeza essa frase é suficiente pra assustar qualquer
pessoa. Procrastinar pode lhe fazer perder dinheiro. Você deixa para pagar suas
contas no dia do vencimento todo mês, um imprevisto acontece e você não
consegue realizar esse pagamento e agora terá que pagar juros. Mesmo já
possuindo o valor do pagamento, você adia o quanto pode, como se estivesse
esperando a dívida magicamente desaparecer. Procrastinar também pode lhe
custar aquela promoção que tanto queria desde o momento quer foi contratado.
Você não só perderá o prestigio e a satisfação de subir de cargos como aquele
bom aumento de salário que viria com ele.
CAPÍTULO 4
POR QUE PROCRASTINAMOS?
“O que pode ser feito em qualquer momento não será feito em momento
algum”. – Provérbio Escocês
Nós agora entendemos e conseguimos identificar a raiz do nosso problema,
procrastinamos. Também descobrimos o que exatamente é a procrastinação, e
apesar de saber que entender o conceito é essencial, ainda podem restar algumas
dúvidas, sendo a mais essencial “por que nós procrastinamos”.
Agora que um pequeno passo já foi dado precisamos entender o que nos leva
a agir dessa forma, visto que o conceito da procrastinação e Akrasia parecem
difíceis de digerir, por que faríamos tudo isso conosco? Quem faria, por vontade
própria, escolhas ruins para sua vida profissional e acadêmica? O que nos levaria
a esse comportamento?
Muitos podem acreditar que é apenas preguiça, descaso e talvez até uma falta
de senso de responsabilidade. Seria simples, confesso, se pudéssemos resumir
todos os nossos problemas a preguiça, a verdade é muito mais complexa e
envolve as raízes do comportamento humano sobre determinadas influências,
nossas reações, como nos sentimos, nossos medos e nossos receios. Com um
pouco de ajuda, podemos começar a entender nossos motivos e porque a
procrastinação consegue atingir tantos de nós.
Quem nunca decidiu levar uma vida mais ativa e decidiu ir ao Shopping mais
próximo comprar vestimentas adequadas para exercícios físicos quando
deveríamos, na verdade, assinar o plano da academia? Da mesma forma,
comprar mais frutas e verduras nos impõe a sensação de que já estamos nos
alimentando melhor. Todas essas ações são frutos da nossa motivação, a todo o
vapor, nos incentivando a agir agora.
Sim! Motivação acaba... Rápido. Aquela onda de adrenalina que nos passa a
impressão que conseguimos realizar todos os nossos maiores sonhos apenas se
colocarmos a nossa mente e dedicação em nossas metas passa muito rápido.
Logo somos bombardeados com a realidade, e ela envolve todos os passos
burocráticos e difíceis que acompanham literalmente qualquer coisa que nós
decidimos fazer. A energia esgotou, e você agora está desmotivado(a) e
apático(a). Aqueles assuntos que faziam seu coração palpitar apenas alguns dias
atrás agora são chatos e cansativos, você então finalmente os guarda em uma
pequena gaveta do consciente... para depois.
Você já notou como é “mais fácil” para nós resolvermos coisas que não
consideramos tão importantes assim? Não pensamos muito sobre elas e com
calma finalizamos uma a uma, sem maiores problemas e dores de cabeça. As
vezes nem nos damos conta que já está tudo resolvido, parece fácil demais... Ou
talvez o fato de não a consideramos tão importantes nos faz relaxar. Calmos e
mais racionais e lógicos, conseguimos finalizar tudo com muito mais facilidade.
Sentimos medo para nos proteger. Ele serve para nos avisar do perigo a
tempo de agirmos para escapar de qualquer situação que possa nos machucar. A
partir do momento que você acredita que uma ação irá genuinamente falhar, seu
cérebro fará de tudo para te convencer a não o fazer para preservar o seu bem-
estar. Não somos, pelo menos a maioria de nós, masoquistas. Jamais decidiremos
fazer algo propositalmente que sabemos que não vai dar certo, que é errado. O
medo te impede de correr riscos, quando nada podemos conquistar sem sair da
nossa zona de conforto.
INCONSISTÊNCIA TEMPORAL
Peço que não se assustem, mas talvez seja preciso misturar um pouco de
ciência ao nosso debate. Não é nenhum bicho de sete cabeças, prometo. Se trata
de algo chamado “Time Inconsistency” e ela pode ser uma das explicações para
todos os seus questionamentos. Time Inconsistency, no português
“Inconsistência Temporal” é um dos temas de estudo da Psicologia
comportamental, ou Behaviorismo, e é um dos possíveis culpados mais
frequentemente citados por diversos autores como motivo para agirmos contra o
nosso julgamento. Ela se refere a nossa tendência de valorizarmos recompensas
mais imediatas comparado a recompensas futuras.
Para entender esse conceito preciso que imagine duas versões de você
mesmo, duas personas. Vamos lá, eles serão quem você é agora e quem você
almeja ser, ou seja, como você se vê agora e como você se vê daqui a um
intervalo de tempo. Todo e qualquer plano que você faz para o futuro como
perder peso, escrever um livro, melhorar suas notas, ser mais organizado, não
acumular dividas, etc... São planos que você faz para a sua versão futura, aquela
que você quer ser. Funciona como se você estivesse fazendo planos para você no
futuro, são metas a médio e longo prazo. Quando você planeja qualquer coisa
que levará mais tempo para ser alcançado. Lembre-se, você está fazendo planos
para o seu futuro eu, e não para quem você é agora.
Até aqui o que você precisa saber é que os planos que fazemos são para
quem nós queremos ser, e não para quem somos agora. Que quando analisamos
nossas possibilidades e opções pensando nessa futura versão de nós mesmos
conseguimos valorizar muito mais as ações que precisamos aplicar para atingir
nossos objetivos. O nosso “futuro eu” entende o valor de recompensas de longo
prazo e o trabalho que deve ser dedicado a conquistar tudo que planejamos, mas
o nosso eu de agora... Não. Nosso “futuro eu” consegue fazer quantos planos e
metas ele quiser, para que essas metas virem realidade só existe um caminho... O
nosso “eu do presente” precisa agir. E é aqui que tudo fica mais complicado para
nós meros mortais imperfeitos.
Nós sabemos que na hora de tomar decisões, apenas nós mesmos, agora, no
presente momento podemos decidir e agir sobre algo. Tudo que o nosso “futuro
eu” pode fazer é planejar, e infelizmente, ele é extremamente dependente de
quem somos agora. O gatilho mental que complica todo o nosso poder de fazer a
escolha certa é esse: Nós apenas pensamos no agora.
Mas por que o nosso agora quer tanto boicotar os nossos planos?
Essa diferença de interesse faz com que vivamos em combate com nós
mesmos, e somos obrigados a voltar ao autocontrole do qual nos referimos
anteriormente. O seu futuro quer uma nota melhor, mas o seu agora quer assistir
aquele filme aclamado que ganhou o Oscar do ano. O seu futuro pode até querer
começar o seu próprio negócio, mas o seu agora se sente mais confortável
usando o tempo livre no fim de semana para aquela cervejinha com os amigos.
Aprender um novo idioma vai ter que esperar, o seu agora prefere ouvir o álbum
novo do seu artista favorito. E ai de quem tentar te aconselhar a abaixar o
volume do som, o álbum é a sua prioridade e todo o resto automaticamente se
torna algo para depois.
Esse futuro não nos interessa agora, assim como qualquer outra
consequência de longo prazo. Todos nós sabemos da importância de salvar
aquele dinheiro todo mês para uma aposentadoria mais tranquila e confortável.
“Pelo amor de Deus! Eu tenho apenas 25 anos!” Se aposentar está a anos de
distância para muitos de nós, logo, ela está no fim da nossa lista de prioridades.
É muito mais fácil para nós, jovens e adultos, valorizarmos mais aquela viagem
para a mesma cidade que já visitamos outras dez vezes, por que não?
A inconsistência temporal é uma das razões que lhe faz desistir de planos
para os quais você estava totalmente animado horas antes. Quem nunca marcou
aquela baladinha com os amigos para o fim de semana, mas acabou inventando
as desculpas mais tolas para cancelar tudo porque você só conseguia pensar em
ficar embaixo das cobertas dormindo? Descansar neste caso é muito mais
atrativo para você no momento do que dirigir para o outro lado da cidade.
Naquele momento você odeia baladas; precisa guardar dinheiro de todo jeito;
acha que está até começando a sentir um pouco de dor de cabeça. Você sabe que
não quer sair de casa e tenta se convencer de que esta é a melhor decisão, que é a
decisão correta.
Tudo bem, sei que é difícil amar ir ao banco resolver aquelas pendências
burocráticas. Não somos de ferro. Quero que pense em objetivos maiores, na sua
carreira, nos seus planos, sonhos. Será que eles realmente representam seus
maiores desejos?
Talvez você não ame tanto aquele livro de 150 páginas que está tentando ler
a seis meses; talvez você não goste tanto assim de fazer exercícios físicos, talvez
você está bem com os quilinhos a mais, talvez, no fundo, você sabe que odeia
todo o processo envolto na criação da sua empresa.
Sabemos que é impossível gostar de tudo. Sempre haverá coisas que lhe
causarão arrepios só de imaginar, faz parte de ser adulto e a vida não é feita
apenas de coisas prazerosas. Todos nós simplesmente amamos pagar contas,
principalmente quando elas estão recheadas de juros, não é mesmo? Óbvio que
não, mas precisamos paga-las do mesmo jeito e sabemos de sua importância.
Parte de ser alguém responsável é lidar com as tarefas que nós não gostamos
de fazer. Até porque, se pudéssemos escolher trabalhar apenas naquilo que
gostamos, ou pagar apenas as contas que achamos que devemos, todos nós
viveríamos em caos. Tudo que você precisa aprender é como passar por cima da
barreira do “não estou afim” e pôr em prática ações que resolvam problemas. Se
você acredita que não há chances para mudar, que já passou do limite de
salvação e que está destinado a continuar procrastinando, de uma chance a você
mesmo. Procrastinar é um hábito e todo hábito pode ser modificado ou
eliminado, lembra? Você pode aprender a parar de procrastinar.
CAPÍTULO 5
A LINHA DA PROCRASTINAÇÃO & CICLO DE
CONTATO
“Se adiar tudo até que se sinta preparado nunca irá realizar nada”. -
Norman Vincent Peale
O ciclo de contato se refere ao ciclo que iniciamos quando começamos algo
e a necessidade que sentimos para finalizá-lo. Para algumas pessoas, ele é
chamado de Ciclo de Gestalt ou ciclo de experiência; Independentemente de
como você o chame, este ciclo poderia ser descrito como a imagem do processo
que deveríamos seguir para completar tarefas com sucesso, e é nele que
falhamos quando procrastinamos.
Este ciclo possui várias etapas que devem ser seguidas corretamente e
completadas para que o nosso processo de troca de experiências ocorra. Apesar
de existir diversas diferentes interpretações e conceitos de uso, vamos usar neste
livro o modelo utilizado por Joseph Zinker, terapeuta altamente responsável
pelo crescimento da teoria de Gestalt.
O ciclo de contato possui quatro diferentes fases e em cada uma destas fases
agimos de forma diferente. Completar todas as fases com sucesso seria o ideal
para nós, por exemplo, não procrastinarmos. Tudo funciona assim:
Quando nosso coração bate mais forte ao ver alguém que nos interessa;
Para ficar ainda mais fácil, essa fase seria quando você se torna ciente de um
trabalho que precisa ser realizado.
INICIO DO CONTATO
A segunda fase se caracteriza em uma fase ativa, onde decidimos agir para
resolver algo, ou resolver uma situação que nos interessou. Se atente ao fato de
que essa fase não se refere a resolver os problemas em si, mas ao processo de
decidir agir a respeito de algo e dar continuidade ao processo que foi iniciado na
fase de pré contato.
Nesta fase, seria como você decidir começar a trabalhar no projeto que
precisa realizar.
ÚLTIMO CONTATO
A terceira etapa do ciclo se refere a ação em si, quando realmente agimos
para que o que planejamos se torne realidade. É quando nos movemos, e saímos
do estado estático que nos encontrávamos. Esta fase é importante por que liga
você a aquilo que planejou, ou aquilo que lhe despertou interesse. Nesta fase,
toda a sua atenção é voltada na ação que está realizando e não há dúvidas ou
questionamentos.
Realizar a viagem;
PÓS CONTATO
Na fase de Pós contanto, finalizamos a ação que começamos. É fechar ou
concluir aquilo que você começou, de forma que essa troca vira uma experiencia
que será armazenada no seu cérebro; algo que seria adicionado a uma grande
biblioteca de momentos e realizações que inclusive, serviram de referências para
ciclos futuros. E é por isso que é tão importante passar por todo o ciclo por mais
difícil e complexo que ele pareça.
Durante essa fase, há uma retração. Você para de agir e sente-se satisfeito.
Você fechou um ciclo e viveu algo que queria ou que precisava viver. Nesta fase,
não há estresse, apenas aquele suspiro de alivio que damos após conseguir
entregar algo com um deadline apertado, ou quando chegamos em nossa casa
após suar na academia; ou aquela sensação de esperança que sentimentos após
assinar nossos primeiros contratos. É a melhor parte do ciclo, porque nos
sentimentos realizados e prontos para mais ciclos, mais tarefas, mais aventuras.
CICLOS INCOMPLETOS
A realização destes ciclos é de extrema importância. Veja bem leitor,
acumular ciclos “incompletos” em sua galeria, ou seja, em sua mente e tempo
pode ter diversas consequências. Imagine aquele papeis que você precisa assinar
no trabalho, todos os dias cerca de cinco diferentes papeis chegam até você.
Cada um desses papeis possui temas diferentes, são sobre coisas diferentes e
possuem diferentes datas de entrega. Você então, lê todos, mas decide não
começar a assiná-los pois sabe que é um trabalho tedioso, longo e simplesmente
lhe aparenta ser uma tarefa desgastante demais para agora. Como são apenas
cinco documentos você deixa para depois.
Viver preocupado não é uma das melhores experiências, e é assim que vive
um procrastinador, constantemente pensando nas coisas que não fez; em prazos,
datas, na gritaria do chefe, quem sabe até na demissão caso falhe em suas tarefas
básicas. Ocupados com as coisas pendentes, não estamos abertos a novas
experiências voluntárias. É quando dizemos aos amigos que não podemos ir para
a balada porque “temos que terminar algo” e acabamos passando a noite
encarando a tela do computador sem digitar uma simples letra.
CAPÍTULO 6
PRAZO X SEM PRAZO
“Procrastinação é a assassina da oportunidade”. - Victor Kiam
Procrastinar é uma ação. Um hábito. Ela é consequência; uma reação; talvez
até uma defesa que criamos para evitar algo que para nós é desconfortável. Seja
por medo de falhar ou porque você odeia aquela tarefa que tem que ser
finalizada para ontem, você procura qualquer distração para tirar a sua mente do
dever do qual está fugindo. Como discutimos anteriormente, procrastinar está
longe de ser apenas preguiça, e envolve vários mecanismos diferentes no nosso
cérebro como ansiedade, mecanismos de recompensa, etc... Com quase todas as
definições fora do nosso caminho, está na hora de finalmente, listar ferramentas
e gatilhos mentais que podem nos ajudar a começar a fazer tudo que precisamos
e queremos agora, nesse momento.
Deixar as coisas para depois é apenas uma decisão. Porém, para que este
capitulo e os seguintes sejam mais didáticos e leves, a partir de agora, trataremos
a procrastinação em duas diferentes categorias, elas são:
COM PRAZO
Uma tarefa ou afazer com prazo, como o nome já diz, é aquele projeto que
tem uma data especifica de entrega, um vencimento. Você precisa entregar ou
finalizar ele em determinado dia e hora. Este tipo de projeto é muito mais
comum no nosso dia a dia, lidamos com ele na nossa vida acadêmica, no nosso
trabalho, e a maior parte das nossas tarefas diárias também possuem prazos.
Você tem uma data especifica para defender o seu TCC; o semestre da
faculdade tem data para acabar e você precisa entregar e finalizar seus trabalhos
acadêmicos até lá; a prova tão difícil que toda a sua turma está morrendo de
medo de fazer também tem uma data. Mesmo saindo da vida acadêmica,
colocamos prazos para quase tudo que fazemos e tudo que nos rodeia de forma
involuntária ou essas datas são impostas para todos nós. A fatura do cartão de
crédito chega no nosso endereço em uma data exata e também tem data de
vencimento. Se não pagamos a tempo, seremos multados com taxas de juros
absurdamente altas por atraso.
Basicamente, se trata de tudo aquilo que não é opção, e sim obrigação. Você
tem que fazer todos os seus pagamentos, caso não pretenda ter jantares a luz de
velas quando cancelaram a sua energia, e aposto que também não está
animado(a) com a possibilidade de ouvir um sermão do seu chefe sobre o
relatório que você deveria ter entregue dois dias atrás. Para esse tipo de tarefa
nós somos cobrados constantemente, seja por uma pessoa real de carne e osso,
ou pela situação em si.
SEM PRAZO
Os nossos projetos sem prazo podem ser definidos como os nossos desejos.
São aquelas coisas que pretendemos fazer, temos vontade, são planos ao invés de
projetos definidos. Seriam eles aquele sonho de viajar duas vezes ao ano, ou o
objetivo de aumentar nossas notas, ou o desejo de começar o próprio negócio,
adquirir um imóvel, mudar de cidade. São aquelas coisas que queremos fazer,
mas não definimos nenhum prazo especifico para elas.
Esses objetivos são tão importantes para nós quanto aqueles que possuem um
prazo delimitado, mas por não termos uma data especifica para a entrega,
sentimos mais liberdade quanto a esses projetos, o que nos dá muito mais espaço
para procrastinar. Essas atividades sem prazo são as que mais sofrem com a
nossa procrastinação. Na verdade, as que causam danos mais desastrosos para
procrastinadores. Por que? Bom, se não tivéssemos um chefe esbravejando em
nossos ouvidos, com certeza nos sentiríamos mais tranquilos para fazer nossas
obrigações apenas horas depois do combinado, ou talvez até nem as fazer.
Quando há inúmeras oportunidades para o “amanha”, procrastinadores irão
usufruir de todas elas.
É quando, a partir daí tudo muda. Na nossa tarefa com prazo, o peso da data
de entrega ou de finalização, em algum momento, falará mais alto. Lembre-se
que para essa categoria nós não temos escolha. Ou você faz o seu TCC ou você
reprova em seu projeto de conclusão e terá que repetir o semestre. Esse medo,
esse desespero, neste momento, quando faltam duas horas para o fim do prazo,
lhe fazem agir. É como se o seu senso de preservação te desse um empurro e
gritasse aos seus ouvidos que você tem que entregar... Algo. Pelo menos um
rascunho. Pelo menos um artigo mal feito e cheio de erros ortográficos, mas
você simplesmente não pode decidir não entregar esse projeto, essa não é uma
das opções, ela não existe.
Esse desespero combinado a uma onda de adrenalina percorrendo o seu
corpo lhe dá forças para de alguma forma terminar de escrever a quantidade
mínima de páginas, talvez fazer uma capa às pressas em um programa gratuito
de edição de imagens, o importante é entregar. É finalizar aquilo que você se
propôs a fazer. Este tipo de tarefa só te dá essa única opção.
A viagem dos sonhos que você quer fazer com destino a África desde os seus
vinte e cinco anos; O sonho de dar o pontapé naquela Startup que salvaria sua
situação financeira que você planeja a mais de cinco anos; Fazer a sua segunda
graduação no curso que você sempre amou; Quem sabe até comprar um imóvel,
ou criar uma família. Sonhos que você sempre pode deixar para depois até que
simplesmente não possa mais.
Veja bem, não estou lhe aconselhando a se jogar em seus planos mais loucos
com a cara e a coragem, sem nenhum planejamento e apenas torcer para que de
alguma forma der certo. Estamos falando da linha tênue entre não estarmos
genuinamente preparados para algo, ou usar essa desculpa para não fazer aquilo
que devemos ou queremos, porque nos assusta.
Estes, no fim das contas, são os sonhos que mais nos frustram, porque
sentimos que perdemos grandes oportunidades e que agora é tarde demais para
correr atrás do prejuízo. Você agora tem uma família e filhos pequenos e não
pode se ausentar por tanto tempo para sua viagem à África, muito menos tem
tempo para fazer outra graduação, pagar as contas é mais importante. Aquela
Startup que parecia ser uma ideia genial já não aparenta mais ser um bom plano.
O comércio mudou, os negócios mudaram e o timing já não funciona mais.
A procrastinação dos objetivos sem prazo nos faz carregar uma carga muito
maior de culpa, porque sabemos que os únicos responsáveis por não termos
conseguido fazer algo somos nós mesmos. Não temos ninguém mais para culpar;
não temos como jogar a responsabilidade para os nossos sócios, ou para o nosso
chefe. A realização desses objetos dependia exclusivamente de nós mesmos, e
esse pensamento para muitos é simplesmente assustador pois não queremos ser
aquela pessoa em anos cheias de arrependimentos. “Para onde foram todos os
anos?”; “A vida passa muito rápido”.
COM PLANEJAMENTO
Como primeiro tópico abordado o planejamento tem papel fundamental em
tudo que faremos. O primeiro passo para a organização de seus projetos e
afazeres é decidir as etapas que você precisa completar para finalizar tudo com
calma e qualidade. O planejamento permite que você minimize as chances de
erros e imprevistos, e o que nós estamos tentando fazer é justamente prevenir os
erros no nosso processo não é mesmo?
Se você não possui um calendário, pare tudo que está fazendo e corra para a
loja de conveniência mais próxima. Você precisa ter um calendário de tamanho
razoável a sua disposição. É nele que você vai organizar todas as suas metas e
objetivos, sem exceções. Por mais que você possua calendários no seu
smartphone, compre um calendário físico para deixar na sua mesa de estudos ou
home office. Caso não goste de escrever a mão, vale a pena a busca por
aplicativos de calendário para computares ou notebooks. De preferência, algum
modelo que possa ser instalado no seu papel de parede do computador. Isso
mesmo! O importante é que o calendário esteja a todo momento visível para
você e de fácil acesso.
Com a sua lista, que imagino estar gigantesca a este ponto, você irá agora
categorizar os seus planos! Todos os itens que você listou agora serão
segregados em três grandes categorias:
Ué? Mas nós não já falamos de prazos? Exatamente. Lembra quando falamos
que os prazos, de certa forma, ajudam a evitar a procrastinação, visto que ao nos
aproximarmos da entrega entramos em estado de desespero e agimos? Pois bem,
isso não quer dizer, é claro, que quero que vivam em estresse e desespero, um
passo de cada vez. Inicialmente, essas categorias nos ajudam a ter uma noção
melhor de quando temos que finalizar algo e nos ajuda a ser mais organizados.
Com o uso dessas categorias, conseguimos visualizar de forma mais clara o que
precisamos fazer e quando precisamos fazer.
Para deixar a classificação mais clara, o critério que você deverá usar para
organizar seus planos são:
Plano de curto prazo = Aqueles projetos que levarão menos tempo para
serem realizados. O ideal é que esses planos não possuam um deadline
maior a 1 mês. Aqui você colocará planos como: Arrumar o seu quarto;
começar a frequentar a academia; organizar os arquivos do seu
computador; desfazer as malas de uma viagem; etc.
Plano de longo prazo = Sabe aquela viagem dos sonhos que citamos
várias vezes neste livro? Ela será classificada aqui. Esses são os
projetos que precisarão de mais de 3 meses para serem concluídos,
como: Uma viagem; retirar a carteira de motorista; terminar o seu
TCC; etc. Nesta categoria também estarão os planos sem prazo,
aqueles que você quer realizar, mas não escolheu uma data especifica
ainda, como a compra de um novo imóvel, por exemplo.
É importante lembrar, no entanto, que estes são apenas alguns exemplos e
você deverá classificar os seus próprios projetos de acordo os prazos da forma
que acha mais adequada. Afinal, todos nós temos planos diferentes, com prazos
diferentes e importâncias diferentes.
Se você ainda não entendeu o conceito dos prazos, aqui estão alguns
exemplos para cada um dos tipos apresentados.
Desta forma, ao invés de acumular tudo que precisa fazer para apenas um
dia, esses afazeres serão separados em dias diferentes, em metas menores. O
ideal será que os dias escolhidos para a realização do trabalho sejam aqueles em
que sabe que possui mais tempo disponível, para que a carga de trabalho não
fique grande demais para o espaço de tempo definido.
Todas essas datas serão adicionadas em seu calendário que deverá estar bem
visível, lembra? Assim você vai saber exatamente os dias em que terá que
coletar a papelada. Pessoas habituadas a dividir seus projetos em metas
perceberam grande melhoria na organização de seus projetos. Desta forma não
há sustos ou correria nas últimas horas. Dias antes da reunião tudo já estará
pronto.
Suponhamos que você tem exatamente 12 meses de prazo para essa viagem.
Nesse tempo você terá que cuidar de todos os tramites e documentos que uma
viagem exige, e muito provavelmente eles não serão resolvidos em três semanas
como no exemplo anterior. Neste caso você também irá definir metas, só que
metas com prazos maiores.
O primeiro passo é fazer uma lista de todas as etapas que você precisa
concluir para que essa viagem saia do papel. Precisará fazer orçamento, comprar
passagens, reservar hotéis, escrever itinerário ou contratar agência de turismo,
preparar passaportes, se preparar financeiramente, etc...
Uma vez que a lista esteja pronta, você irá definir prazos para os itens. Esse
passo é essencial, já que em projetos como esse uma etapa normalmente leva a
outra. Não daria para, por exemplo, deixar o cálculo do orçamento como última
meta, ela é a primeira coisa que deve ser feita e irá ser fator decisivo para a
escolha das passagens, hotéis e tempo de viagem.
Este método pode e deve ser aplicado em literalmente tudo que rodear a sua
vida e seus planos. Seus projetos escolares, seu TCC, o planejamento do seu
negócio, planejamento de viagens, de comprar um imóvel, de mudança de
cidade, compra de um carro do ano, troca de celular por um smartphone mais
moderno... Literalmente tudo pode ser transformado em metas, e essas metas são
a garantia de que a linha dos seus objetivos não será derrubada.
A linha de pensamento funciona assim: Você não irá fazer apenas uma tarefa
ruim... ou apenas uma tarefa que lhe proporciona prazer. Agora elas andarão
juntas, e você irá realizá-las em conjunto. Uma dependerá da outra.
Este método é utilizado para fazer com que as suas recompensas sejam mais
imediatas e para que sua mente entenda que, caso realize uma tarefa chata que
você realmente não quer fazer, receberá uma recompensa agora, nesse exato
momento, e não daqui a seis meses. O processo funciona da seguinte forma: Para
cada atividade que você tende a procrastinar, você deverá adicionar uma
atividade que você gosta de fazer a ela, e você apenas poderá fazer a atividade
boa quando fizer a ruim. Ou seja, cada vez que você lutar contra a vontade de
procrastinar e finalizar uma tarefa, você será recompensado imediatamente com
algo que lhe proporcione prazer.
Você só pode comer seu chocolate favorito quando ler 50 páginas do livro;
Você só pode tomar uma taça de vinho favorita quando preparar o material
de aula para seus alunos;
Por tanto, essas atividades só poderão ser realizadas quando conectadas aos
seus afazeres. Assim, quando uma tarefa for finalizada, ou seja, quando o projeto
no qual estava trabalhando for entregue, você poderá voltar a fazer suas
atividades divertidas livremente até que um novo projeto que precise de sua
atenção apareça.
Você pode usar esse recurso também para tarefas de longo prazo. A diferença
será que nessas situações você provavelmente terá tarefas mais espaçadas que
ocuparão mais tempo no geral para serem finalizadas, mas que não
necessariamente ocuparão muito tempo no seu dia a dia. Sendo assim, você
deverá escolher atividades que você também não faz frequentemente para evitar
períodos longos demais de restrição, o que pode prejudicar o seu bem-estar e lhe
causar estresse.
Tudo que você precisará fazer é aplicar uma consequência para a sua
procrastinação. Exemplo:
Método 1.
Para essa fase, você terá que conectar a consequência de longo prazo com
uma consequência de curto prazo. No entanto, a consequência de curto prazo
deverá ser diferente da consequência que já ocorreria com a procrastinação.
Ficou tudo um pouco confuso? Veja este exemplo:
Método 2.
Outra opção similar é ligar as suas atividades as de outra pessoa. Caso você
esteja na tentativa de parar de procrastinar com a ajuda de algum amigo ou
familiar, vocês podem conectar as suas tarefas de forma que um sofrerá a
consequência da procrastinação do outro. Obviamente, não queremos que outras
pessoas tenham que sofrer as consequências dos nossos próprios atos, logo,
tendemos a fazer de tudo para evitar que situações como essa ocorram. Imagina
ser o responsável por seu melhor amigo não poder jogar videogames por uma
semana? Ou levar a culpa por sua irmã não poder assistir sua série favorita?
Imagina então, não ter direto a praticar aquele esporte que tanto gosta porque seu
amigo não cumpriu sua parte do acordo? Quando colocados na balança, essas
ações irão pesar muito mais e você irá evitá-las.
Sem esforços e sacrifícios nada mudará, você não acordará um belo dia com
animo para fazer tudo de uma só vez e mesmo que isso acontecesse, logo viriam
mais e mais responsabilidades porque sempre estamos em busca de algo. Nós
sempre sonharemos com algo, sempre teremos um objetivo, e com objetivos
vem as obrigações e as tarefas mais burocráticas e cansativas. Tudo faz parte do
processo e precisamos aprender a lidar com ele. Do contrário, corremos o risco
de nos tornar pessoas frustradas eternamente, que passam todo o seu tempo
procrastinando e reclamando do hábito.
O que muitas pessoas não sabem, ou optam por ignorar, é que muitas vezes o
motivo de não estarmos conseguindo realizar nossos sonhos é porque eles são
irrealistas demais. São metas praticamente inalcançáveis. Tentamos várias vezes
e não saímos do lugar porque o lugar para qual queremos ir não existe. Por isso é
essencial que as suas metas sejam viáveis, de nada adiantará criar metas para
evitar a procrastinação se você as configurou difíceis demais para resolver. No
fim das contas, pode acabar culpando o método como um todo ao invés de notar
que o erro estava em outro lugar. Por isso, precisamos aprender a lidar com as
metas irrealistas.
Qualidade x Quantidade
Qualidade sempre valerá mais que quantidade. Esse lema também serve para
a procrastinação e consequentemente para as suas metas. Escolha com atenção as
empreitadas que pretende começar e procure não acumular coisas em sua
cabeça e em sua mesa. Espere pela finalização de um projeto já inicializado
antes de se aventurar em desafios novos.
Quantos mais trabalhos simultâneos você possuir mais difícil será organizá-
los e decidir para quais dar mais prioridade. Procure não atropelar os seus
objetivos e tentar resolver tudo de uma vez, isso pode acabar bagunçando ainda
mais o seu cronograma, criando uma bola de neve de afazeres que você não sabe
por onde começar a tentar organizar.
Pode ser que alguém consiga gerenciar família, vida pessoal, trabalho,
cuidados e muito mais ao mesmo tempo. Parece tão incrível que você não sabe
se acredita que aquilo é realidade e que existem pessoas que não se enrolam e
sofrem com a procrastinação como você. Bate a culpa e você se sente inferior e
menos capaz. Por favor leitor, não se compare. Todos nós possuímos realidades
diferentes e medir todos com a nossa própria régua nunca será uma boa ideia.
Metas irrealistas são uma bomba prestes a explodir. Somos nós traçando
objetivos grandes demais e com riscos demais para nós mesmos, quase como se
quiséssemos falhar de propósito. Aumente as suas chances de ter sucesso
traçando não objetivos “fáceis’, mas planos realistas que condizem com um
progresso, e não um pulo quilométrico. Estabilidade e Longevidade serão seus
melhores amigos a longo prazo. Crie uma rotina que você sabe que conseguirá
seguir e se esforce para que dê certo, esteja disposto(a) a começar mesmo
dando passos pequenos para fazer coisas gigantescas.
CAPÍTULO 9
MAIS SOBRE COMO PARAR DE PROCRASTINAR
“Em um momento de decisão, a melhor coisa que você pode fazer é a
escolha certa, a segunda melhor coisa é a escolha errada, e a pior coisa que
você pode fazer é não fazer nada.” – Theodore Roosevelt
Uma das soluções para esse problema é entender a dificuldade de cada meta,
além do tempo que ela provavelmente levará para ser finalizada. Exemplo:
Escrever 10 páginas do TCC e escrever 10 páginas de conteúdo para postar em
um blog particular não tem o mesmo nível de dificuldade. Logo, colocar essas
metas igualmente em nossos calendários apenas levando em consideração o
número de páginas e não a complexidade da tarefa pode se tornar uma
armadilha. Nesse caso, o ideal é que você separe as metas de forma consciente e
análise as tarefas de forma qualitativa e não quantitativa.
Além disso, a alguns sistemas prontos que podemos aplicar no nosso dia a
dia que poderão facilitar a nossa organização. Como roteiros que podemos seguir
para garantir a efetividade do nosso sistema de metas. Um dos sistemas mais
simples e usados é o chamado “The Ivy Lee Method” ou em português “O
método de Ivy Lee”. Este método possui cinco etapas diferentes:
Não apenas isso irá prevenir que várias metas inacabadas se acumulem,
como você também irá se sentir melhor e mais calmo assim que ver que está
finalizando o que precisa ser feito. Lembre-se que muitas vezes o estresse de
possuir metas “abertas” é muito pior do que a possível complexidade do trabalho
que está realizando.
Motivação
Além de manter controle sobre suas metas e progresso os incentivos visuais
são ótimas ferramentas para dar um gás na nossa motivação. Construa um mural
de inspiração que possua relação direta com os seus objetivos. Por exemplo: A
foto de um par de calça jeans que lhe servia perfeitamente no passado e já não
lhe serve mais para incentivar a sua reeducação alimentar; A foto de um belo
apartamento para lhe incentivar a economizar mais dinheiro e estudar mais sobre
finanças e como conseguir independência financeira; A foto de uma beca de
formatura para lhe motivar a estudar mais para as suas provas, etc.
Seguindo o mesmo exemplo dos dois exemplos de sucesso você pode utilizar
o método no seu dia a dia também! Veja estes exemplos:
Se a sua meta for perder 10 kg, mova 1 clipe de papel para cada kg perdido.
Se a sua meta for responder 15 e-mails por dia, mova 1 clipe de papel para
cada e-mail respondido.
O objetivo deste método é tornar o começo das suas metas o mais fácil
possível, de forma que você não se sinta desencorajado a começar. Você sabe
que a sua meta não é calçar um par de tênis e sim ir à academia malhar, mas
você tornou o começo da ação em uma tarefa muito mais simples como calçar os
sapatos, uma tarefa tão prática que é quase impossível não a cumprir. Uma vez
que este passo esteja pronto, muito provavelmente você não irá resolver tirar os
tênis novamente e voltar para o sofá. Estando pronto para sair, é muito mais
simples apenas ir do que retirar tudo e voltar para o sofá.
Que tal não checar suas redes sociais antes de finalizar pelo menos uma meta
diária? Que tal antes de responder e-mails, você trabalhar em algo que seja
importante para você? Faça planos para o seu dia e tente seguir o seu
cronograma antes de começar a apenas reagir a outras pessoas. Muitos de nós
podemos facilmente passar horas na cama checando o que foi postado enquanto
estávamos nos dormindo... Horas, antes de começar a trabalhar em nós mesmos.
Isto não quer dizer que você deve correr e deletar todas as suas contas e se
isolar, mas que checar o que os outros estão fazendo não deve ser sua prioridade,
e sim trabalhar em você mesmo e nas suas metas e projetos. Quando terminar
pelo menos uma meta diária, você pode dar uma conferida e logo voltar ao
trabalho. Apenas pessoas determinadas conseguem resultados, coloque você em
primeiro lugar e veja seus projetos acontecerem de forma muito mais fácil e
fluida.
Após você se render e começar a checar outras coisas que estão abertas em
seu navegador isso vira um hábito que você construiu em poucos minutos.
Quando se der conta, você está fazendo a mesma coisa diversas vezes e está
passando mais tempo navegando em outros sites do que escrevendo. Do
computador, você começar a checar o celular, ver as mensagens, checar todas as
10 redes sociais que você provavelmente possui e quando decidir voltar a
trabalhar já terá “perdido” quase uma hora. Assim... sem nem perceber.
Desligue qualquer coisa que possa te distrair, deixe seu celular em outro
cômodo da casa, feche todas as janelas abertas no navegador que não sejam de
pesquisa e volte para elas assim que finalizar. Você não precisa passar o dia
inteiro longe das coisas que lhe proporcionam entretimento, mas deve saber o
horário em que elas não são adequadas. Quando tentamos fazer muitas coisas
simultaneamente acabamos não fazendo nada. Trabalhe agora para poder se
divertir depois.
Comece a sua dieta agora, comece seu Star Up agora, comece a praticar um
esporte agora, comece a estudar para a prova agora, comece a aprender outro
idioma agora. Não pense muito, apenas se levante e vá até a escola de línguas
mais próxima e pergunte sobre procedimento de matricula. Se sentir dificuldade,
comece utilizando a Regra dos 2 minutos e transforme ir à escola em apenas
organizar os documentos que podem ser necessários como seus dados pessoais.
Tenha tudo em mãos e apenas vá.
Começar é mais importante do que ser bem-sucedido. Por mais que algo lhe
assuste, você precisa estar disposto a começar de alguma forma, principalmente
porque as consequências de não começar são muito maiores do que as de falhar.
No mínimo, o seu erro vai lhe ensinar lições valiosas, você vai ter ótimas
histórias para contar e agora terá mais experiência no assunto, o que significa
que suas chances de errar em uma segunda tentativa são ainda menores.
Quando optamos por não começar algo estamos trocando 50% de chance por
0%. Veja bem, quando começamos algo as chances de nossa decisão ser a
correta é 50% e também 50% de ser a decisão errada. Quanto mais
conhecimento e experiência temos sobre o que estamos tentando fazer, maior a
chance de dar certo será. Esses 50% poderão se tornar 60% ou até 70%. Porém,
quando decidimos não começar estamos optando por uma chance de 0% de tudo
dar certo. Apenas as pessoas que começam têm a chance de terminar.
Acredite, você não está sozinho. Todos temos que enfrentar problemas e
todos nós chegamos em bloqueios de criatividade, queremos procrastinar e as
vezes até desistir. A diferença é que algumas pessoas, normalmente aquelas que
atingem o sucesso, conseguem passar por cima de tudo isso e começar.
...Xô, preguiça!