Você está na página 1de 1

FATOS RECENTES QUE COLOCARAM A AUDITORIA EM EVIDÊNCIA

EM ÉPOCAS DE INFLAÇÃO altíssima, nos anos 1980 e início dos 1990, as organizações voltaram-se
fortemente para a gestão financeira, que poderia determinar resultados muitas vezes com maior facilidade
do que as próprias operações regulares – o chamado core business das empresas. Essa distorção provocou
um foco excessivo na análise de movimentações e saldos, colocando os auditores independentes ainda mais
em evidência e reduzindo a atenção dispensada aos relatórios de auditoria interna, focados principalmente
na efetividade dos controles.
O caráter imediatista da busca de lucros, acompanhado de altíssimos salários e bônus aos executivos, gerou
um ambiente de negócios instável e deu aos investidores uma falsa aparência de pujança econômica.
Algumas organizações tentaram, por meio de ações espetaculares e da supervalorização de seus executivos,
colocar-se na posição de “empresas do futuro”, detentoras de uma nova filosofia de negócios baseada na
agressividade comercial, na captação de recursos via bolsas de valores e nas promessas de ganhos
exorbitantes. Iludidos por essa onda especulativa, investidores aplicaram suas poupanças em empresas que
sinalizavam para o “futuro” dos negócios.
Grandes grupos, que até então figuravam como verdadeiras referencias de eficiência e solidez, subitamente
começaram a mostrar sua verdadeira realidade: lucros fictícios, suportados por quebras de princípios
contábeis, mostravam repentinamente que essas empresas, na verdade, eram deficitárias e mal
administradas e que antecipavam possíveis lucros com o objetivo de forçar o preço das ações para cima e, é
claro, remunerar astronomicamente seus executivos.
Enron, WorldCom, Tyco e outras simplesmente desapareceram do mapa em poucos dias, deixando atrás de
si um rastro de destruição de poupanças, empregos e credibilidade no mercado.
Uma das maiores empresas de auditoria independente do planeta, a Arthur Andersen, foi condenada por
autorizar formalmente operações contábeis fraudulentas no caso Enron, e, com sua credibilidade abalada,
fechou suas portas, deixando milhares de profissionais de auditoria altamente qualificados sem os seus
empregos.
Algo precisava ser feito para resgatar a credibilidade nas instituições; nesse sentido, o Congresso Americano
aprovou uma lei destinada a coibir práticas temerárias de gestão, a Lei Sarbanes-Oxley, que teve reflexos em
organizações no mundo todo. A partir dela, foram criados mecanismos de controle em relação à qualidade
das empresas de auditoria, e, nesse momento, a auditoria interna ressurgiu como opção de apoio à gestão.

Fonte: MAFFEI, José. Curso de Auditoria - Introdução às auditorias de acordo com as normas internacionais e melhores práticas.
[Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2015. 9788502627659. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502627659/.

Você também pode gostar