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Administração

financeira e
orçamentária
Aula 5

Governança Corporativa
O termo “governança” deriva do ato de
governar por meio de uma gestão robusta;
exercer autoridade; ter o poder perante algo.

Basicamente, o sentido de governança é o de


O que é administrar, dirigir, monitorar, orientar,
governança? organizar e elaborar estratégias para tomar
decisões assertivas.

Essas decisões são pautadas na ética,


transparência, segurança, crescimento e
geração de resultados.
Elas se caracterizam por um conjunto de boas práticas que visam aumentar a confiança
de stakeholders, como:

• Investidores
• Acionistas
• Fornecedores
• Colaboradores e colaboradoras
• Clientes
• Sociedade
• Governo

E os demais stakeholders diante da gestão administrativa de uma empresa.


Marco inicial: Relatório CADBURY

Em 1992, no Reino Unido, o Relatório Cadbury surgiu como pioneiro, liderado por Sir
Adrian Cadbury. Ele enfatizou a importância de conselhos de administração eficazes,
transparência financeira e prestação de contas, influenciando práticas globais de governança.
Quem foi Sir Adrian Cadbury?
Sir George Adrian Hayhurst Cadbury , CH , DL (15 de abril de
1929 - 3 de setembro de 2015) foi um empresário inglês que
atuou como presidente da Cadbury e da Cadbury Schweppes
por 24 anos.
A Cadbury foi pioneira na sensibilização e estímulo ao debate
sobre governança corporativa e, através do comitê Cadbury
criado pela Bolsa de Valores de Londres , produziu o Relatório
Cadbury , um código de melhores práticas que serviu de base
para a reforma da governança corporativa em torno o mundo.
Ele ingressou nos negócios da Cadbury em 1958 e tornou-se
presidente da Cadbury Ltd em 1965. Aposentou-se como
presidente da Cadbury Schweppes em 1989. Foi diretor do
Banco da Inglaterra de 1970 a 1994, e da IBM de 1975 a 1994.
Ele foi presidente do Comitê sobre os Aspectos Financeiros da
Governança Corporativa do Reino Unido, que publicou seu
Relatório e Código de Melhores Práticas (" Relatório e Código
Cadbury ") em dezembro de 1992.
Empresa Cadbury

Cadbury é uma empresa britânica de confeitos fundada Em janeiro de 2010 após 4 meses de negociação, a
em 1824, com sede na cidade de Londres. multinacional estadunidense Kraft Foods anunciou a
compra da Cadbury por US$ 19,5 bilhões
Cadbury Brasil
A empresa distribui a marca Adams no Brasil, possuindo duas unidades, sendo a unidade
fabril na cidade de Bauru, no interior do estado São Paulo, empregando cerca de mil pessoas
e planta industrial de 32 mil m².
A maior parte da sua produção é concentrada nas marcas Trident, Halls, Chiclets e Bubbaloo
e destinada ao mercado nacional. A segunda unidade é a comercial, na cidade de São Paulo.
Foi eleita pelo Great Place to Work Institute (GPTW) como uma das cem melhores empresas
para se trabalhar no Brasil.
Podemos definir a governança corporativa como
um conjunto de atividades, procedimentos e
práticas que permitem dar total transparência dos
negócios das empresas S/A de capital aberto, com
intuito básico de proteção máxima ao investidor
minoritário.

Governança Corporativa
Para que serve a Governança Corporativa?

A Governança Corporativa é indispensável, pois serve para


aprimorar e otimizar os processos administrativos da
empresa, considerando todas as tomadas de decisões de forma
estratégica.

Nesse sentido, a governança dentro de uma empresa ajuda a:

• Direcionar, monitorar e avaliar as etapas da gestão


empresarial;
• Viabilizar o estabelecimento de responsabilidades nas
estruturas organizacionais;
• Otimizar a tomada de decisões de forma estratégica;
• Analisar riscos de mercado;
• Aumentar a rentabilidade de uma empresa;
• Tornar processos internos mais eficazes;
• Padronizar periodicamente fluxos na equipe;
• Garantir a transparência nos processos administrativos;
• Gerar confiança em todos as partes interessadas no
negócio (stakeholders).
Importância da governança corporativa

Além dos benefícios internos apresentados, a


governança corporativa também é uma prática
muito reconhecida no mercado.
Por isso, quando aplicadas, as práticas de
governança corporativa ajudam a atrair
investidores e evitar conflitos e possíveis
escândalos nas mídias.
Pilares da governança corporativa

A governança corporativa se baseia em quatro


princípios que, quando aplicados, facilitam as
tomadas de decisões e fortalecem uma imagem
mais positiva e eficiente da empresa, tanto interna
quanto externamente. Esses pilares são equidade,
transparência, prestação de contas e
responsabilidade corporativa.
Equidade
• Proporcionar tratamento igualitário a todas as pessoas que
integram a sociedade e a gestão (sócios, sócias, stakeholders)

Transparência
• Disponibilizar informações e fatos positivos e negativos aos
stakeholders, como desempenho financeiro e cumprimento das
leis
Prestação de contas
• Cumprir a missão organizacional, através da prestação de contas,
tomadas de decisão e responsabilidade pelo atos

Responsabilidade corporativa
• Reduzir externalidades negativas dos negócios e aumentar o
impacto positivo, contribuindo para um desenvolvimento
consciente
As principais vantagens de seguir boas práticas são:

• Evoluir consistente da agenda estratégica social e


ambiental da empresa (ESG)
• Atrair de investimento

Vantagens da • Aumentar a visibilidade de mercado


• Prevenir problemas, erros e fraudes

governança • Facilitar a captação de recursos


• Reduzir o custo do capital
corporativa • Melhorar o desempenho operacional
• Controlar o abuso de poder, uma vez que as
decisões não estão na mão de uma só pessoa
• Promover relações transparentes com stakeholders
• Evitar o conflito de interesses
• Impedir o uso de informação privilegiada por
poucos interessados.
Lei Sarbanes-Oxley

A Lei Sarbanes-Oxley (SOX), oficialmente conhecida como Sarbanes-Oxley Act of 2002, é uma legislação dos Estados
Unidos que foi promulgada em resposta a escândalos financeiros corporativos significativos, como o caso Enron, que
abalaram a confiança dos investidores e abalaram a integridade do mercado financeiro.
Lei Sarbanes-Oxley
Contexto e Escândalos Financeiros:
• Na virada do século XXI, ocorreram vários escândalos financeiros corporativos nos Estados Unidos,
incluindo casos notórios como Enron e WorldCom.
• Esses escândalos envolveram fraudes contábeis, má conduta corporativa e falta de transparência nas
demonstrações financeiras.

Criação da Lei Sarbanes-Oxley:


• A resposta legislativa a esses escândalos resultou na aprovação da Lei Sarbanes-Oxley em 30 de julho
de 2002.
• A lei foi nomeada após os principais patrocinadores, o Senador Paul Sarbanes e o Representante
Michael Oxley.
Lei Sarbanes-Oxley
Objetivos Principais:
• Restaurar a confiança dos investidores e proteger os interesses dos acionistas.
• Estabelecer padrões mais rigorosos para práticas contábeis e relatórios financeiros.
• Reforçar a responsabilidade e transparência nas empresas.

Principais Provisões da SOX:


• Criação da Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB) para supervisionar as atividades
de auditoria.
• Exigência de avaliação e relatório anual sobre a eficácia dos controles internos.
• Restrições sobre atividades de auditoria e serviços não relacionados à auditoria prestados por
empresas de auditoria.
• Penalidades mais severas por práticas contábeis fraudulentas.
Lei Sarbanes-Oxley
Impacto Global:
• Embora inicialmente focada nos EUA, a SOX teve implicações globais, influenciando práticas de
governança corporativa em todo o mundo.

Críticas e Efeitos:
• A SOX recebeu críticas, especialmente de empresas menores, devido ao ônus de conformidade.
• No entanto, é amplamente reconhecida por ter contribuído para a melhoria da integridade financeira e
governança corporativa.
• A Lei Sarbanes-Oxley teve um impacto significativo na cultura corporativa e nas práticas contábeis,
estabelecendo um padrão mais rigoroso para a responsabilidade e transparência nas empresas listadas
em bolsa nos Estados Unidos.
Caso Enron
A falência da Enron causou um verdadeiro terremoto no mercado. Mais
de 21 mil pessoas perderam seus empregos, enquanto acionistas tiveram
perdas de cerca de US$ 25 bilhões.

Com uma dívida acumulada de US$ 13 bilhões, a Enron foi alvo de uma
enxurrada de denúncias e processos relacionados a fraudes contábeis e
fiscais. Ao pedir concordata, em dezembro de 2001, o grupo arrastou
também a Arthur Andersen, empresa que fazia as auditorias. Executivos
da Enron e da Andersen foram investigados criminalmente.

Em 2004, o dono da companhia, Kenneth Lay, e o gerente de operações


financeiras, Jeff Skilling, foram indiciados pelas fraudes. Em 2006,
ambos foram considerados culpados pelo júri de um tribunal federal do
Texas.

Skilling, que poderia pegar até 185 anos de prisão, foi condenado a 24
anos – com bom comportamento, cumpriu 12 anos em regime fechado e
hoje está em liberdade. Lay, que poderia ficar até 45 anos na cadeia,
morreu meses antes da sentença, por problemas cardíacos.

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