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REVISÃO
IMPRESSÃO TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO MACKENZIE.
Denis Cesar da Silva BRASILFORM
PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL,
Esther Herrera Levy GRÁFICA / EDITORA
LDMM PRESTAÇÃO DE INCLUSIVE DE ILUSTRAÇÕES E FOTOS.
SERVIÇOS EDITORIAIS LTDA ME
OFICINA EDITORIAL
OITAVA RIMA EDITORA LTDA ME
Equipe SME
gerar sabedoria
FOLHAS
“Escolher com sabe
GALHOS
professor | transmissor | mediador
heterogenia
IDENTIDADE
digital
diversidade
rapidez
Prosseguir nos
estudos e encarar os
desafios de trabalho
com o compromisso
de servir a Deus e a
sociedade de maneira
participativa
e responsável.
Ampliar o
conhecimento
a respeito das
diferentes
Compartilhar
pedagógico
possibilidades.
ideias e
experiências.
Estabelecer
projetos
Discutir os valores de vida.
morais e sociais com
vista à construção da
projeto
criticidade e formação
intelectual.
Fazer escolhas
com sabedoria.
liNguagem
CAPAS: atmosfera gráfica e identificação das séries através
de tarjas que dividem o espaço e são impressas com cores neon.
Uso do sistema coloradd para daltônicos.
RESPIRO E BRANCO
linhas ortogonais
3a SÉRIE
1a SÉRIE
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Bom equilíbrio entre ascendentes, descendentes e altura x
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Book_B1_EM_LD_1a prova.indb 6 05/02/15 18:04
INFORMAÇÃO VISUAL
É utilizada uma linguagem
ÍcoNes
UNIVERSO DIGITAL
sintética, que encontramos
principalmente no meio digital. representação dinâmica e
Ela consiste em formas planas e lúdica das imagens, ícones e
simples, com cores chapadas, cores. linguagem “sintética”.
que defendem a simplicidade
e objetividade da informação.
a ilustração, além dessas
características, acrescenta ao
texto um melhor entendimento
de acordo com o assunto e seu
traço evolui a cada série.
LEITURA VISUAL
a utilização de imagens adequa-se ao
imagem
assunto/tema que será tratado e leva
em conta os seguintes tópicos: imagens
coloridas; layout das páginas; ampliadas e
sangradas quando possível; abertas (fora
de caixas); interação com os espaços em
1a SÉRIE branco para ajudar na leitura (respiros) e
composição com a tipografia.
SUPORTE E ERGONOMIA
todos as obras são impressas em papel importado Norbrite
66g/m2, que é mais leve e reduz o peso de cada livro em
aproximadamente 30%, o que ajuda na locomoção e na
ilustraÇÃo
2
3a SÉRIE
capítulo
SISTEMA DE
DIVISÃO DO ESPAÇO
iNtertÍtulo 1
hierarQuia da
inTerTÍTulo 2 iNFormaÇÃo
INTERTÍTULO 3
Por meio de diferentes pesos dos textos (espessuras e tamanhos), aliados a um sistema de
divisão de espaços (grid), a hierarquia de informação traz uma navegação/ordem de leitura
eficaz e dinâmica. Podemos ver neste Grid exemplos de utilização neste projeto.
RAIO x
Visão do
daltônico
Química
Azul Verde Amarelo Laranja Vermelho Roxo Castanho
Espanhol
Branco Preto Cinza Claro Cinza Esc. Dourado Prata
TONS CLAROS
Física
Inglês
TONS ESCUROS
História
ESTRUTURA DA OBRA
uma forma de ser
organizado. Conhecer essa
organização lhe ajudará a
utilizá-lo melhor. Apresentamos
a seguir, comentários sobre
cada uma das partes que você
encontrará nas páginas do
seu livro didático.
2
Moais da Ilha
de Páscoa
Poderíamos então desafiar nossas mentes
e nos perguntar o seguinte: O que levou esses
UNIDADE
UNIDADE
animais a estarem tão bem condicionados ao
ambiente? Essa harmonia esteve pronta desde "O SENHOR Deus colocou Ainda que algum desastre tenha acontecido, o
o início, ou ela foi desenvolvida gradualmente? o homem no jardim do Éden declínio de uma civilização normalmente envolve
para cuidar dele e cultivá-lo." mais de um fator. Para entender o que aconteceu
Gênesis 2: 15 (NVI). na ilha de Páscoa temos que saber, por exemplo,
como eram as relações sociais do povo Rapa Nui.
"Do Senhor é a Terra e
BIOLOGIA
tudo o que nela existe, o
A Biologia é uma das áreas do saber que muito se interessa mundo e os que nele vivem."
Salmos 24: 1. (NVI).
por essas questões. E, para procurar respostas, se baseia em Acredita-se que havia na ilha
procedimentos que têm como ponto de partida a observação
A CIÊNCIA DA VIDA
um líder supremo governando uma
dos fenômenos naturais, depois a formulação de hipóteses população formada por cerca de doze clãs,
que tentam explicá-los, a realização de experimentos que que competiam entre si pelo poder político
tentam testar essas hipóteses e, por fim, uma apresentação Essa demanda e exploração
e econômico. A competição ocorria por meio
dos resultados obtidos e uma análise de como os resultados contribuíram para a destruição
de construções de grandes estátuas de pedra,
A BIODIVERSIDADE
endossam, ou não, as hipóteses. gradativa dos recursos naturais
denominadas moais, que chegaram a medir
Ou seja, ao investigar essas perguntas, a Biologia nos for- da Ilha de Páscoa. Ao longo
4 metros de altura e a pesar 10 toneladas, cada uma.
E OS ECOSSISTEMAS
A onça (Panthera onca) tem um padrão de cores e nece preciosas informações sobre o ambiente ao nosso redor; do tempo, o desmatamento
O deslocamento dos moais era feito por meio de
“Encham-se as provocou infertilidade e
águas de seres vivos, e
manchas em sua pelagem que lhe possibilita perfei-
ta camuflagem. Assim, suas presas têm dificuldade
estas, uma vez obtidas segundo uma metodologia científica,
são confiáveis e respeitáveis para a ciência, além de admirá-
• Você conseguiria trenós de madeira e exigia um grande número de
erosão do solo. O número
observar os even- pessoas para puxá-los. Gastava-se tanta energia
voem as aves sobre a terra, sob o de notar a presença deste mamífero que consegue veis e inusitadas. Práticas da Biologia embasaram as mais de colheitas foi diminuindo e
tos a sua volta e No começo do século XIX uma civilização da Ilha de Páscoa, para a construção e transporte de meras estátuas
firmamento do céu.” Assim Deus criou se deixar confundir com a paisagem da relva. surpreendentes descobertas que o homem já fez sobre a levou os Rapa Nuis à fome,
descrevê-los? os Rapa Nui, já estava em franco declínio, segundo relatos de de pedras porque os moais simbolizavam fonte
os grandes animais aquáticos e os demais Como a onça, outros seres vivos apresentam vida na Terra, da saúde e medicina às que hoje enchem os fator decisivo para o declínio
navegadores europeus. Estudos arqueológicos apontam que de poder e riqueza e eram determinantes
seres que povoam as águas, de acordo com as padrões morfológicos e fisiológicos que não olhos dos observadores curiosos praticantes de mergulhos, populacional e o colapso social.
o povo Rapa Nui viveu na ilha localizada na Polinésia, entre para as organizações política
suas espécies; e todas as aves, de acordo com as deixam dúvidas de que eles estão muito bem trilhas nas selvas, ou mesmo entusiastas de documentários Em 1825, navegadores
os séculos XI e XIX. e social daquele povo.
suas espécies. [...] E disse Deus: “Produza a terra condicionados aos seus respectivos hábitats sobre a vida animal e vegetal. ingleses relataram que a Ilha
seres vivos de acordo com as suas espécies: e modos de vida. O formato do bico das araras Lembre-se: isso não significa que a busca por respostas a • Seria capaz de de Páscoa estava em ruínas;
rebanhos domésticos, animais selvagens, lhes permite quebrar, de forma mais eficiente, respeito de como se estabelece a harmonia entre a vida e o formular alguma O povoamento da Ilha de Páscoa começou quando povos da Polinésia não havia moais erguidos e
e os demais seres vivos da terra de acordo frutos e sementes. O tatu-bola, quando ameaça- lugar não envolva outras questões, que transcendem o que se hipótese de chegaram à ilha por meio de pequenas embarcações (balsas) trazendo seus habitantes permaneciam
com suas espécies.” E assim foi. do, encolhe-se e fica com formato de bola; sua observa, o que se experimenta. Nesse sentido, vale lembrar as como funciona alguns alimentos (galinhas, plantas, água etc.). Os polinésios encontraram Além de grande quantidade de divididos em pequenos clãs
Gênesis 1: 20, 21 e 24 (NVI). carapaça é uma proteção contra predadores. palavras do professor Paul Amos Moody, quando ele afirma: tais eventos? um lugar muito bom para viver: solo muito fértil (rico em sais minerais de madeira, a construção e o transporte pobres e improdutivos.
A coloração e os padrões geométricos das penas natureza vulcânica), rica biodiversidade animal (fonte de proteínas), além dos moais demandaram muitos recursos
do pavão macho atraem as fêmeas. É notável como “Os cientistas, como outros seres humanos falí- • Como você de grandes palmeiras fornecedoras de açúcares, amêndoas, folhas alimentares (calóricos) e, por conseguinte,
os seres vivos apresentam perfeitas características veis, acreditam em muitas coisas NÃO provadas conceitu- (utilizadas na construção de utensílios e tetos das casas) aumento significativo na produção de alimento.
que lhes permitem viver muito bem na natureza. pela ciência [...] Os cientistas não são uma raça a aria a vida? e madeira (utilizada na construção de casas e balsas). Assim, Para isto, boa parte da ilha foi desmatada e
parte; eles tiveram infância, modelada por varia- os Rapa nui prosperaram na Ilha de Páscoa principalmente substituída por extensas áreas de plantação
das influências, e também levam vidas privadas. • O que você entre os séculos XI e XIV, mas repentinamente e criação de animais. A derrubada das árvores
De acordo com esse fato, em assuntos de crença, entende sobre declinaram no século XIX. também era necessária para a construção
• Em sua opinião, como o caso do povo Rapa
eles são muito semelhantes às outras pessoas. o trabalho do de balsas, utilizadas na pesca e na caça
Nui se demonstra a existência de uma relação
Muitos deles acreditam em um Criador; muitos biólogo? de animais marinhos (focas, golfinhos,
entre a vida e o meio em que ela desenvolve?
outros não. Mas se forem ponderados e hones- Bem, mas se o solo era fértil e se havia tartarugas etc.), ricas fontes de
Localização da • Você acha que uma exploração sustentável
tos, eles prontamente reconhecem que sua abundância de alimentos na ilha, por que a gordura e proteínas.
Ilha de Páscoa
população declinou tão bruscamente? Será dos recursos naturais poderia ter evitado o
crença em um sentido ou em outro não é
equivalente a demonstrações científicas”.
• Que teorias que um desastre natural (tsunamis, erupções declínio dessa população?
você já ouviu a vulcânicas, queda de meteoro etc.) afetou a • Será que é possível uma forma de vida
MOODY, P.A. Introdução à Evolução, Rio de Janeiro: Ed.UnB, 1975, p.402.
respeito de ori- ilha e levou os Rapa nui ao declínio? não depender do meio em que vive?
gem da vida?
ABERTURA DE UNIDADE
A Abertura de unidade, que trabalha sobre um pequeno texto, imagens, questões e trechos bíblicos,
é uma apresentação dos assuntos contidos nos capítulos da unidade. Ela se relaciona diretamente
com outra seção, a Refletindo ideias e atitudes.
Capítulo 2
A rica biodiversidade da Terra
biologia
Como a primeira mosca foi gerada?
A diversidade
Para responder à primeira pergunta, voltamos
à questão da origem da vida, que é uma questão
bem antiga e ultrapassa o âmbito científico. Foi a
davida
busca por responder a essa pergunta que deu
e a origem
origem à filosofia, por exemplo. Os primeiros filó-
sofos (os pré-socráticos) tinham como indagação
principal a questão sobre a “causa primeira”, ou
“substância primordial”, que origina e sustenta a na mente do artista. Nesse caso, seria impossível
da vida
vida. Apesar de antiga, essa é uma questão para a dar à causa primeira trato científico: ela não pode-
qual não há consenso até hoje. ria ser observada em laboratório, medida e
Existem aqueles que acreditam que houve uma mensurada.
substância primordial que originou a vida e que é Entre os cientistas a primeira hipótese é a mais
Observando ao nosso redor, conseguimos constatar que possível encontrar indícios dela atualmente, de aceita, embora existam também aqueles que, afir-
existe uma variedade de formas de vida. Uma das perguntas forma que seria viável certificar-se de sua existên- mando certo limite para a ciência, trabalham com
que os cientistas têm feito ao longo do tempo é: Como essa cia por meio do método científico. Por outro lado, a segunda hipótese.
variedade se constitui? há aqueles que acreditam na existência de uma
Winston Link/Shutterstozck.com
No capítulo anterior, vimos que uma das grandes “revolu- causa primeira, que não é necessariamente pal- Passemos à segunda pergunta:
ções” da pesquisa científica aconteceu no século XIX, com pável. Nesse caso, a vida teria surgido por meio Uma mosca de um tipo foi gerando todos os
Pasteur. Você se lembra do experimento das carnes e das de algo que não fosse matéria. Ocorreria da mes- outros tipos ou cada tipo de mosca já surgiu diferen-
Quantas formas diferentes de vida há na Terra! moscas? Seguindo a descoberta de Pasteur, poderíamos afir- ma forma como se concebe uma obra de arte, ciado e foi gerando moscas sempre semelhantes?
Olhando ao seu redor, você consegue enxergar mar que carne não gera larva de mosca. Mosca gera mosca. que antes de surgir na tela, materializada, existiu Essa pergunta é impactada pela primeira se
isso. Muitas espécies de bactérias devem estar quisermos respondê-la de maneira científica. Se
agora presentes no chão que você está pisando. considerarmos que a vida tenha surgido de uma
E, lá no jardim, quantas espécies de insetos de- Mas dois questionamentos podem substância primordial, então toda biodiversidade
vem viver nele? E, lá no lago, quantas espécies de ser propostos diante dessa afirmação: teria surgido diretamente dessa substância. Ou
algas microscópicas flutuam em suas águas? Ima- seja, essa substância primordial teria gerado todos
gine o caso da Floresta Amazônica, a maior 1. Se mosca gera mosca, e a primeira mosca? os tipos de vida. No caso da mosca, havendo uma
floresta tropical do mundo. Já pensou na quanti- As diferentes disciplinas acadêmicas Como ela foi gerada? substância primordial, uma mosca de um tipo foi
dade de espécies de organismos que vivem nela? estudam aspectos específicos da gerando moscas de outros tipos.
E no oceano, então? Até mesmo na nossa comida realidade. A matemática, por exemplo, 2. Existem vários tipos de moscas. Uma mosca de um Todavia, se considerarmos a existência de uma
Nosso planeta apresenta aproximadamente há várias espécies, afinal, o alimento é originado estuda o fenômeno do número e de suas tipo foi gerando todos os outros tipos de moscas? causa primeira, a questão passa a ser: Como essa
8,7 milhões de espécies, das quais apenas de partes de seres vivos. relações, a arte se preocupa com o Ou cada tipo de mosca já surgiu diferenciado e foi causa primeira teria dado origem a toda biodiver-
14% foram identificadas e catalogadas, segun- Você saberia catalogar quais espécies de ve- fenômeno da beleza, e a biologia é a gerando moscas sempre semelhantes? sidade?
do estudo publicado pela revista científica getais, animais, fungos e algas já lhe serviram ciência que está interessada no 1a hipótese: Teria sido pela criação de uma
norte-americana PLOS Biology, em 2011. Os como gênero alimentício? fenômeno da vida biológica. Apesar de substância primordial?
cientistas, nesse estudo, afirmam que a catalo- Bem, você está lendo um livro didático de lidarem com aspectos específicos, cresce 2a hipótese: Várias “substâncias primordiais” te-
gação de todas as espécies poderá levar mais Biologia. Mas o que a Biologia tem a ver com a entre os estudiosos a preocupação com riam originado a vida?
de mil anos, embora estima-se que a maioria vida? Tudo! A Biologia (do grego bios: vida; logos: a interdisciplinaridade, isto é, o esforço 3a hipótese: Os seres vivos teriam surgido da
delas estará extinta antes que possam ser ca- estudo) é a ciência que estuda a vida e toda a por relacionar as disciplinas. Por que maneira como os conhecemos atualmente?
talogadas e estudadas. sua diversidade, desde a escala microscópica este esforço é importante? É possível
(moléculas, substâncias, células, microrganismos discutir um aspecto da realidade sem
etc.) até a escala macroscópica (animais, vege- conexão com os demais?
Pavel K/Shutterstock.com
ABERTURA DE CAPÍTULO
A Abertura de capítulo trabalha sobre imagens (artes plásticas, cinema,
literatura etc.) e um texto introdutório ao assunto principal que será desenvolvido.
Diomedia / Science Source / Photo Researchers
unidade 2
unidade 1
Refletindo
Refletindo Ideias e
Ideias e Atitudes
Atitudes Os mitológicos jardins suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo
antigo, que teria existido em algum lugar da Mesopotâmia antiga. Segundo a len-
da babilônica, ele teria sido construído pelo imperador Nabucodonosor II para sua
“Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus
o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou, e lhes
disse: ‘Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem
esposa, a rainha Amytis, pois ela sentia falta dos vales e verdes de sua terra natal. a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do
“E Deus viu tudo o que Note como a lenda sugere a antiga fascinação do homem pela beleza natural.
céu e sobre todos os animais que se movem pela terra’. Disse
havia feito, e tudo havia
Deus: ‘Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda
ficado muito bom.”
a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão
Gênesis 1.31 (NVI)
frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês.
E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em
si fôlego de vida: a todos os grandes animais da terra, a
todas as aves do céu e a todas as criaturas que se movem
rente ao chão’. E assim foi.”
Gênesis 1:27-30 (NVI)
Talvez não haja um jardim ao seu lado, agora, enquanto você lê
estas linhas. Talvez jamais saibamos se existiu mesmo algo assom-
De repente, você tem acesso fácil a um jardim de folhas verdes existentes, você teria algo com broso como os jardins suspensos da Babilônica antiga, que você
maravilhoso, realmente muito grande e cheio de que se ocupar talvez pela vida inteira. Você nunca vê na imagem (que belo jardim, não?), ou até se algum dia haverá
plantas das mais variadas formas, perfumes e co- havia se dado conta da quantidade de variedade uma bela folha verde chamada Espázia. Mas, pelo que estudamos
res. Apesar da variedade de cores das flores, em de folhas verdes que existe a sua volta. nessa unidade, você viu que a própria Terra funciona como um TruNorth Images/Shutterstock.com
sua quase totalidade predomina aos seus olhos Tente desenhar uma folha em um papel; e de- imenso e diverso jardim. Daquilo que vimos até agora sobre esse Portanto, o mais importante, hoje, não é
a cor verde. Imagine que, então, alguém lhe pede pois outra, totalmente diferente, e daí mais uma, jardim-Terra, que é a criação de Deus e o belo objeto de estudo da discutirmos se devemos ou não fazer uso dos re-
para ir para esse jardim e para trazer uma folha maior, e outra, menor, todas com a mesma cor, Biologia, talvez precisemos de um tempo para ver essa diversidade “Quando fizerem a colheita cursos naturais disponíveis, mas sim, refletir sobre
verde Espázia. mas diferentes de alguma forma. Quantas você e complexidade, não é? Talvez depois de vê-las, e sermos de algu- da sua terra, não colham até às Em 1983, na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente a melhor forma de utilizá-los. Temos percebido a
Você não sabe o que é uma folha verde conseguiria? Até quando não se cansaria? Olhe ma forma encantados por sua beleza e grandeza, não paremos extremidades da sua lavoura, e Desenvolvimento (criada pela ONU), a ex-primeira dificuldade em vivermos sem usufruir daquilo
Espázia, certo? Na verdade, até hoje não existe ao seu redor: olhe as flores uma a uma, e os mais de querer ficar perto delas e entendê-las: como surgiram, nem ajuntem as espigas caídas ministra da Noruega, Gro Harlem Brudtland, utilizou o que o ambiente nos proporciona (o próprio
nenhuma folha com esse nome. Mas isso não animais, e os seres microscópicos, e os flocos como se diversificaram, e, conforme veremos na próxima unidade, de sua colheita. Não passem termo “desenvolvimento sustentável” para defender conceito de ecossistema pressupõe trocas que
importa, porque, no momento que você entra no de neve (cujos padrões não se repetem); e as como interagem entre si. Você alguma vez já havia pensado sobre duas vezes pela sua vinha, nem a integração entre desenvolvimento econômico, acontecem entre os elementos bióticos e abióti-
jardim, pela primeira vez você se dá conta de que, impressões digitais (exclusivas para cada um a vida na Terra assim? apanhem as uvas que tiverem qualidade de vida e preservação ambiental. Hoje em cos de determinado meio), mas há uma maneira
mesmo que houvesse a tal folha verde Espázia, e de nós, seres humanos). Seres que vivem no caído. Deixem-nas para o dia, o conceito de desenvolvimento sustentável mais equilibrada de essa relação se estabelecer, e outra
mesmo que você tivesse como conseguir separar calor, no frio, bem no alto, bem embaixo; na necessitado e para o estrangeiro. utilizado é o seguinte: aquele capaz de suprir as necessi- desequilibrada (a exemplo da que vimos no caso
um tipo de folha verde dos outros diversos tipos água, na terra, ou mesmo no ar. Tanta, mas Eu sou o Senhor, o Deus de vocês.” dades da geração atual, sem comprometer a capacidade dos Rapa Nui e, por vezes, no nosso dia a dia na
tanta diversidade e complexidade. Levítico 19:9-10 (NVI) de atender as necessidades das gerações futuras. civilização moderna). Moinhos holandeses
116 | BIOLOGIA | 1 a SÉRIE | UNIDADE 1 BIOLOGIA | 1 a SÉRIE | UNIDADE 1 | 117 304 | BIOLOGIA | 1 a SÉRIE | UNIDADE 2 BIOLOGIA | 1 a SÉRIE | UNIDADE 2 | 305
VAMOS PRATICAR
Exercícios e/ou atividades de indução para sistematizar/analisar o
conteúdo apresentado e indicação de outros exercícios no caderno
de atividades.
CADERNO DE ATIVIDADES
Ícone que faz referência ao Caderno de Atividades, onde o
aluno encontrará uma lista de exercícios, originais, do Enem
e de vestibulares.
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UNIDADE
BIOLOGIA
A CIÊNCIA DA VIDA
A onça (Panthera onca) tem um padrão de cores e
“Encham-se as manchas em sua pelagem que lhe possibilita perfei-
águas de seres vivos, e ta camuflagem. Assim, suas presas têm dificuldade
voem as aves sobre a terra, sob o de notar a presença deste mamífero que consegue
firmamento do céu.” Assim Deus criou se deixar confundir com a paisagem da relva.
os grandes animais aquáticos e os demais Como a onça, outros seres vivos apresentam
seres que povoam as águas, de acordo com as padrões morfológicos e fisiológicos que não
suas espécies; e todas as aves, de acordo com as deixam dúvidas de que eles estão muito bem
suas espécies. [...] E disse Deus: “Produza a terra condicionados aos seus respectivos habitats
seres vivos de acordo com as suas espécies: e modos de vida. O formato do bico das araras
rebanhos domésticos, animais selvagens, lhes permite quebrar, de forma mais eficiente,
e os demais seres vivos da terra de acordo frutos e sementes. O tatu-bola, quando ameaça-
com suas espécies.” E assim foi. do, encolhe-se e fica com formato de bola; sua
Gênesis 1: 20, 21 e 24 (NVI). carapaça é uma proteção contra predadores.
A coloração e os padrões geométricos das penas
do pavão macho atraem as fêmeas. É notável como
os seres vivos apresentam perfeitas características
que lhes permitem viver muito bem na natureza.
de vida
quando moléculas orgânicas são construídas a
partir da união de outras moléculas. Por meio do
anabolismo, por exemplo, nosso organismo pro-
duz uma série de substâncias essenciais para que
Mas, afinal, o que é vida? Você saberia defini-la? ocorra crescimento, renovação de tecidos e fun-
Quais critérios você estabeleceria para dizer se cionamento dos órgãos.
isso ou aquilo é vivo ou não vivo? Reprodução: os seres vivos são capazes de se re-
Na verdade, o conceito de vida é amplamente produzir e gerar novos indivíduos. Existem dois
debatido por filósofos, teólogos e cientistas. Do tipos abrangentes de reprodução: assexuada e
ponto de vista da ciência, para que “algo” possa sexuada. Na reprodução assexuada, indivíduos
ser considerado “vivo”, ele deve reunir as caracte- surgem diretamente de outros, sem ter ocorrido
rísticas relacionadas abaixo: contato físico, isto é, sem ter havido uma combi-
nação de material genético (não há variabilidade
Composição química: os seres vivos são formados genética no momento da reprodução). Os indiví-
por substâncias orgânicas e inorgânicas, que fa- duos que surgem de reprodução assexuada
zem parte da constituição de suas células. Os apresentam inicialmente as mesmas característi-
elementos químicos mais frequentes nas molé- cas genéticas dos seres que lhes deram origem.
culas que formam as substâncias presentes nos Quando uma esponja marinha “brota” diretamen-
seres vivos são: carbono (C), hidrogênio (H), oxi- te de outra, por exemplo, dizemos que houve
gênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S). reprodução assexuada. Por outro lado, na repro-
Estrutura celular: os seres vivos (em sua maio- dução sexuada, indivíduos surgem a partir da
ria) são formados por células. Muitos são mistura de materiais genéticos de diferentes
unicelulares (uma única célula), como as bacté- genitores (pais). A fecundação dos animais (fusão
rias, os protozoários e certas espécies de fungos e do espermatozoide com o óvulo) é um processo
algas; outros são multicelulares (muitas células), típico de reprodução sexuada, pois o material ge-
como os animais, os vegetais e também determi- nético do macho (contido no espermatozoide) e
nadas espécies de fungos e algas. Mas nem tudo o material genético da fêmea (contido no óvulo)
é consenso. No caso dos vírus, eles não apresen- se misturam, formando um novo ser com variabi-
tam organização celular, embora tenham a lidade genética.
capacidade de se reproduzir no interior da célula Variabilidade genética: os seres vivos são sujeitos
que invadem. Por terem capacidade de reprodu- a mecanismos capazes de provocar modificações
ção (embora apenas no interior de uma célula), em seu material genético: mutações, recombina-
parte da comunidade científica considera que os ções gênicas e reprodução sexuada, entre outros.
vírus são seres vivos; outra parte da comunidade Esses mecanismos fazem com que cada um dos in-
científica, no entanto, não considera que os vírus divíduos tenha o seu “próprio” material genético.
sejam entidades vivas, por não apresentarem me- Espécies com ampla variabilidade genética têm
tabolismo próprio, nem organização celular. maior probabilidade de se adaptar ao meio em
Metabolismo: no interior das células que formam que vivem, ao longo do tempo, segundo a maioria
os seres vivos, ocorre uma série de reações quími- das pesquisas científicas.
cas fundamentais para o funcionamento do
organismo. Esse conjunto de reações químicas é
denominado metabolismo, que pode ser dividido
em catabolismo e anabolismo. O catabolismo en-
volve reações de degradação (quebra) de alguns
tipos de moléculas orgânicas, com liberação de
Zoologia. Microbiologia.
Marinha
Estuda a
biodiversidade
dos oceanos.
Celular Molecular
Estuda o Estuda biomoléculas
funcionamento que formam os
das células. seres vivos.
Botânica Micologia
Estuda a Estuda os
biodiversidade fungos.
das plantas.
Zoologia Paleontologia
Estuda a Estuda os fósseis e a
biodiversidade história da vida na Terra.
dos animais.
Microbiologia Genética
Estuda a biodiversidade Estuda os mecanismos
dos microrganismos. de hereditariedade.
Ecologia
Estuda a relação
dos seres vivos
com o ambiente.
Isadora Brant/Folhapress
niColelis faZ maCaCo
movimentar e sentir braço
virtual apenas Com a mente
Você já ouviu falar no cientista brasileiro Miguel Ni-
colelis? Trata-se de um médico formado na
Faculdade de Medicina da USP, mas que desenvolve
várias pesquisas na área de neurorrobótica na Uni-
versidade de Duke, nos Estados Unidos.
As pesquisas de Nicolelis consistiam, basicamen-
te, em captar a atividade elétrica no cérebro de um
animal e traduzi-la em comandos eletrônicos, que
podiam ser lidos por artefatos robóticos. O pesquisa-
dor havia conseguido, por exemplo, fazer um
macaco controlar uma mão virtual apenas com o Cientista brasileiro Miguel Nicolelis,
seu pensamento. Segundo Nicolelis, o desenvolvi- formado em medicina pela USP.
Fonte de pesquisa: <http://veja.abril.com4.br/noti-
mento de uma interface cérebro-cérebro representa cia/ciencia/pesquisa-de-miguel-nicolelis-da-a-larga-
a progressão lógica dessas pesquisas. “Em nossos la- da-para-criar-internet-cerebral>. Acesso em: mai.
boratórios, nós buscamos descobrir os limites do 2013. Adaptado por Júlio César Tonon para esta obra.
cérebro. Já o fizemos se comunicar com máquinas,
com avatares em computador e até com sensores de
luz infravermelha. Desta vez, nós tentamos descobrir aGora, reSponda
se o cérebro é capaz de assimilar os sentidos de ou- em SeU Caderno.
tro corpo.” Em seus trabalhos, Nicolelis teve que
Em um dos experimentos realizados por Nicolelis, associar os conhecimentos promovidos
ratos receberam eletrodos em seus cérebros. Tais pela Biologia com os conhecimentos
eletrodos foram instalados, em experimentos dife- de outra ciência. De que maneira essa
rentes, nas áreas responsáveis pelas informações interdisciplinaridade aparece no texto?
motoras e pelas informações táteis. O resultado do Sugestão de resposta:
experimento foi muito interessante! Os ratos conse- Quando Nicolelis afirma que em seus estudos tenta
guiram transmitir informações motoras e táteis entre descobrir os limites do cérebro através de análises
com ferramentas tecnológicas da informática.
si, de tal forma que foram capazes de agir em coope-
ração para realizar tarefas comportamentais, mesmo
quando separados por grandes distâncias.
na gréCia antiga
O filósofo Aristóteles (384 a.C.- 322 a.C.), discípulo de Platão, glossário
estudou o comportamento e a anatomia (inclusive realizando Dissecação: seccionar e
individualizar sob determi-
dissecações) de aproximadamente 500 espécies de animais, nado método os elementos
classificando-os em vertebrados e invertebrados. Documentos anatômicos de um ser vivo.
históricos mostram que o filósofo soube perceber que, apesar da
semelhança, golfinhos e baleias não são peixes e sim mamíferos
placentários, com respiração pulmonar. Por tudo isso, muitos con-
sideram Aristóteles o fundador do ramo da Biologia que estuda
Aristóteles,
os animais: a Zoologia. grande filósofo
grego.
Photo Researchers/Photoresearchers/Latinstock
contra elas. De que forma os vários ramos da
Biologia, tais como a microbiologia, a fisiologia,
a biologia molecular e celular, entre outras,
colaboram essencialmente para o exercício
da Medicina?
Nos próximos parágrafos, você perceberá que
a Biologia e a Medicina foram se desenvolvendo
paralelamente; o avanço da Biologia repercutiu
no avanço da Medicina e, consequentemente, na
qualidade de vida dos seres humanos.
Já o filósofo Hipócrates (460-370 a.C.) é consi-
derado um dos fundadores da Medicina. Esse
William Harvey, pensador grego defendia a ideia de que a saúde
médico inglês do humana depende do funcionamento harmonioso
século XVII. do corpo, o que inclui a adoção de hábitos saudá-
veis relacionados à alimentação e à higiene.
Já o romano Claudio Galeno (129-210 d.C.),
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mo estruturas que impedem o refluxo sanguíneo.
Outro estudioso que deixou grandes contri-
buições foi Harvey. Ele viveu no Renascimento,
época em que a ciência deu passos largos e avan-
çou muito em relação ao que se sabia antes. Um
pouco antes de Harvey, viveu um dos maiores
anatomistas da história da Medicina. Trata-se de
Andreas Vesalius (1514-1564), médico belga do
século XVI, considerado o pai da anatomia mo-
derna. A anatomia e a fisiologia humanas tiveram
grande avanço graças aos trabalhos de Vesalius,
que em parte estão relatados e bem ilustrados na
obra De humani corporis fabrica (Da organização
do corpo humano).
Ilustração do esqueleto
humano contida
nas obras de Vesalius.
da Califórnia), que organizaram e traduziram, do humano, tanto nos aspectos fisiológicos como
italiano para o inglês, os textos de anatomia de
nos anatômicos.
Leonardo da Vinci. “Embora fosse fundamental-
mente um artista, [Leonardo] considerava a
anatomia como sendo algo mais que simples
coadjuvante da arte. Essa atitude o levou a pros-
seguir com seus estudos, de tal maneira que seus
conhecimentos anatômicos ultrapassaram aque-
les que seriam suficientes para desempenhar sua
2. Leonardo Da Vinci e Andreas Vesalius
(considerado o pai da anatomia) pode-
riam ter trabalhados juntos? Por quê?
arte”, afirmam no livro.
De fato, os desenhos desse estudo de Leonar- Muito provavelmente não, pois em 1519, ano em
do são anotações, um roteiro de pontos que que Leonardo da Vinci morreu (com cerca de 67
seriam ainda detalhados e esclarecidos para a pu-
blicação de um tratado de anatomia. Os detalhes, anos), Andreas Vesalius tinha apenas 6 anos.
os cortes e os ângulos das figuras impressionam
pelo realismo e respeito pela proporcionalidade
que existe no corpo humano. A influência da En-
genharia e da Matemática é visível: roldanas,
formas geométricas e engrenagens estão presen-
tes nas gravuras, ao lado de estruturas ósseas, de
conjuntos de tendões e músculos, indícios de que
ele recorreu a cálculos para interpretar os movi-
mentos e a funcionalidade dos elementos
3. Faça uma pesquisa na Internet ou em li-
vros e encontre algumas ilustrações feitas
por Leonardo Da Vinci sobre a anatomia
anatômicos que observou. humana. Procure observar os detalhes
SILVA, Alessandro. Leonardo Da Vinci, o desbravador do corpo humano. anatômicos da musculatura e do esque-
Jornal da Unicamp, ano 2013, nº 568. Disponível em: <www.unicamp.br/ leto em situações que mostram o corpo
unicamp/ju/568/leonardo-da-vinci-o-desbravador-do-corpo-humano. executando diversos movimentos. Uma
Acesso em: ago. 2013. sugestão é navegar pela página <www.
unicamp.br/unicamp/ju/568/leonardo-
da-vinci-o-desbravador-do-corpo-hu-
mano> (Acesso em: out. 2013).
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NYPL/Science Source/Photoresearchers/Latinstock
“teoria celular”, que postula que todos os seres vivos
são formados por células.
A Biologia moderna utiliza a ideia central
contida na teoria celular, mas também adota os
seguintes princípios:
Gregor Mendel,
considerado o
“pai” da genética
moderna.
a linha do tempo da
história da biologia
I. Descoberta da célula.
II. Invenção do microscópio.
III. Descoberta da penicilina (um tipo de antibiótico)
IV. Descobertas dos mecanismos de hereditariedade.
V. Descoberta da estrutura do DNA.
VI. Produção dos primeiros seres transgênicos.
ii i iv iii v vi
•• Observação;
•• Questionamento;
•• Formulação de hipóteses;
•• Deduções a partir das hipóteses levantadas;
•• Experimentação ou testagem das hipóteses;
•• Conclusão.
Tudo começa com a observação de um fato.
A partir dela, o cientista formula tais perguntas
(questionamento): “Como funciona este fenôme-
no?”; ou ainda: “Por que este fenômeno ocorre
desta forma?”.
reformulação
dEduçÕEs ConClusão
previsões
Imagem ampliada
do fungo Penicillium
notatum (note a
presença de esporos
na extremidade).
• As outras cinco placas receberam, em • Cinco dias depois, as placas foram retiradas da
determinados pontos, extratos retirados de estufa, e os estafilococos foram submetidos a
Penicillium notatum. Logo em seguida, essas corantes especiais para facilitar sua visualização.
placas também foram fechadas (grupo B);
grupo a grupo b
meio nutritivo
com bactérias Nas placas do grupo A
ocorreu o crescimento
de bactérias de forma
extrato retirado
homogênea em toda a
do Penicillium
superfície da placa.
Nas placas do grupo
depois de
B houve crescimento
depois de 5 dias
bacteriano apenas nas
5 dias localidades que não
receberam o extrato
colônias de retirado de Penicillium
estafilococos (coradas) notatum, ou seja, nos
setores com extrato do
fungo não houve
crescimento bacteriano.
setor sem crescimento
de estafilococos
experimento, mas que não estão sendo testadas. Os resultados obtidos no grupo
bactérias nas duas placas, poderia significar que o “extrato de fungo” não é a
gaZE
recipiente do recipiente do
grupo 1 grupo 2
nos recipientes.
Diante dos resultados, Spallanzani criticou a ideia de geração
espontânea dos microrganismos proposta por Needham. Segundo
o estudioso italiano, Needham não havia aquecido o caldo nutriti-
vo por tempo suficiente e, por isso, não havia matado todos os
microrganismos presentes nas amostras antes de submeter o caldo
John Needham nutritivo ao aquecimento.
(1713-1781). No entanto, Needham se defendeu das afirmações de Spallanza-
Lazzaro
Spallanzani ni, afirmando que ele teria aquecido por tempo demais o ar contido
(1729-1799). nos balões. Segundo o inglês, o “princípio ativo” que transforma a
matéria orgânica do caldo nutritivo em microrganismos estaria no
ar e a fervura prolongada realizada por Spalanzani teria destruído o
princípio ativo, o que explicaria o resultado obtido pelo italiano.
E agora? Quem você acha que estava com a razão: Spallanzani
DIOMEDIA / Mary Evans
caldo
nutritivo
5 mm
Tendo como base o texto e os conhecimentos
científicos sobre o tema, responda: Mosca das frutas.
Com a teoria da biogênese, pois o bicho-da-goiaba é, na verdade, a larva das moscas da espécie Anastrepha obliqua.
As larvas dessas moscas surgem de ovos postos pelas fêmeas adultas no interior da goiaba. Assim, uma forma de
vida (larvas) surge a partir de outra forma de vida (fêmeas adultas), como defende a teoria da biogênese.
Texto I
“[...] pode ele duvidar se do queijo ou da madeira se originam vermes; ou se
besouros e vespas das fezes das vacas; ou se borboletas, lagostas, gafanhotos,
ostras, lesmas, enguias etc. são procriadas da matéria putrefeita, que está apta a
receber a forma de criatura para a qual ela é por poder transformada. Questionar
isso é questionar a razão, senso e experiência. Se ele duvida que vá ao Egito, e lá
ele irá encontrar campos cheios de camundongos, prole da lama do Nilo, para a
grande calamidade dos habitantes.”
Fonte: Alexander Ross; século XVII.
Texto II
“Cena do crime: entomólogos visitam o local e determinam a idade aproximada
das larvas de moscas varejeiras existentes no cadáver, assim, foi possível definir o
tempo de morte daquele corpo. Este trabalho é feito por meio da entomologia fo-
rense, uma ciência que aplica o estudo dos insetos a procedimentos legais, isto é,
em um caso policial os insetos associados a um cadáver humano podem determi-
nar o tempo aproximado da morte daquele indivíduo. [...].
Os suínos são utilizados em pesquisas de entomologia forense por
serem, cientificamente comprovados, os animais mais aproximados do ser
humano quanto ao tecido e a quantidade de pelos no corpo [...]. Depois de
mortos, os suínos foram colocados em jaulas [...]. Conforme o corpo ia se de-
compondo, as moscas varejeiras depositavam seus ovos na carniça. Depois do
ovo, existem três fases de larva (popularmente chamadas de tapuru), a pupa
(parecida com um casulo) e, finalmente, a mosca. É por meio dessas
fases (idade) que o entomólogo conclui o tempo aproximado de morte
do indivíduo. [...]. Durante cada período, o pesquisador coletava larvas e
adultos a cada 24 horas. Os tapurus eram depositados em recipientes e ali-
mentados com carne em estágio de decomposição para que a larva se
desenvolva até o estágio de mosca.”
Caroline Soares. Disponível em:<https://www.inpa.gov.br/noticias/noticia_sgno2.php?codigo=868>. Acesso em:
jul. 2014.
a. Qual deles é mais com- b. Qual deles é mais com- c. Por que o experimento des-
patível com a teoria da patível com a teoria da crito no texto II pode ser
abiogênese? Justifique. biogênese? Justifique. importante para processos
de investigação criminal?
O texto I, pois defende que a vida O texto II, pois defende que a vida
Sabendo-se em qual estágio
pode ser originada a partir de (moscas) surge a partir de outros
larval encontra-se a mosca
matéria morta (em putrefação). seres vivos (ovos de moscas).
varejeira, é possível se
determinar o “tempo de
da cena de um crime.
Resolva a questão
9 do Caderno
de Atividades.
A origem da vida
A pergunta mais fundamental já feita pelo homem é “Como a vida
foi criada?”. Essa pergunta também poderia ser expressa assim: “De
onde viemos, para onde vamos?”. Você já se fez essas perguntas?
Vimos que, no final do século XIX, Pasteur derrubou a teoria da
abiogênese, ao mostrar de maneira convincente que a vida se ori-
gina de alguma vida já existente. No entanto, cabe uma pergunta:
se sabemos que a vida surge de vida preexistente, como surgiu a
primeira forma de vida? Será que ela surgiu de matéria não viva?
É possível que, pelo menos nos primórdios, a teoria da abiogêne-
se tenha sido válida.
Destacaremos aqui alguns desses pontos de vista que tentam
buscar uma explicação sobre a origem dos seres vivos, inclusive
sobre e nossas próprias origens.
Esquema simplificado
Os coacervados não seriam da hipótese de Oparin/
células ou seres vivos, apenas Haldane – século XX.
microesferas proteicas cerca- radiação ultravioleta
das externamente por e descargas elétricas
Polo negativo –
Polo positivo +
Descarga
elétrica
Gases da atmosfera
CH4 H2 NH3
H2O
Condensador
vapor
coleta de de água
amostras
substâncias orgânicas
(ácidos graxos, aminoácidos)
Experimento
de Miller.
panspermia CósmiCa
Segundo essa hipótese, a vida em nosso planeta poderia ter
origem extraterrestre, que possivelmente teria chegado ao planeta Terra
por meio de moléculas orgânicas ou microrganismos vindos do espaço.
Essa hipótese afirma que a vida se encontraria espalhada por todo o uni-
verso e que “esporos da vida” contendo seres vivos ou moléculas orgânicas
poderiam estar presentes na poeira cósmica. Por meio da queda de corpos
celestes, os esporos da vida poderiam “semear” os planetas, se eles apre-
sentassem condições favoráveis.
Você reparou que a panspermia cósmica não explica a origem da vida?
Somente sugere uma hipótese de como teria surgido a vida na Terra.
Porém, como teriam surgido os “esporos da vida” mencionados nessa
teoria? Mesmo sem explicar convincentemente a origem dos esporos, essa
ideia ganhou força nos últimos anos devido à descoberta de moléculas or-
gânicas, especialmente, quando se supôs que aminoácidos, presentes em
meteoritos poderiam ter caído na Terra trazidos por corpos celestes.
A Nasa (em inglês, National Aeronauticsand Space Administration; em
português, Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço) tem divul-
gado estudos demonstrando a presença de moléculas orgânicas em
cometas e asteroides.
solarseven/Shutterstock.com
De acordo com a panspermia cósmica,
as moléculas orgânicas fundamentais pa-
ra a existência da vida não teriam se
formado apenas no planeta Terra, mas,
sobretudo, teriam vindo do espaço no in-
terior de meteoritos e corpos celestes que
teriam se chocado com a Terra há bilhões
de anos. A partir dessas moléculas, as pri-
meiras formas de vida teriam surgido.
Faísca elétrica
b. Qual era o propósito desse experimento?
Vapor d’água
1os Seres heterótrofos anaeróbios 1os Seres autótrofos o2 1os Seres aeróbios
(fermentação anaeróbio) (fotossíntese) (respiração celular)
20
Concentração de
10
o2 na atmosfera
0
época atual
Formação dos oceanos
e continentes
aparecimento das
células eucarióticas
respiração aeróbia
Vertebrados
Fotossíntese
Formação
seres multicelulares
da terra
0 1 2 3 4
tempo (bilhões de anos)
fotossintetizantes.
o bi ó lo g o estuda a 1
4 Exemplos 5
1 Vida 4 Biogênese
cristovao/Shutterstock.com
Sugestão bibliográfica
LYNCH, J. &; MOSLEY, M. Uma história da ciência (BBC). Rio de
Janeiro, Zahar, 2010.
Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem;
pois foi ele quem fundou-a sobre os mares e firmou-a sobre as águas.
salmos 24.1-2
As discussões sobre a origem da vida no século XViii e XiX foram permeadas por um
grande embate de pelo menos dois pressupostos básicos. para uns seria possível
explicar os fenômenos da natureza, principalmente a origem das espécies, com
explicações estritamente naturais. estes dois pressupostos básicos continuam em
embate, embora o naturalismo seja a explicação mais aceita atualmente. em sua
opinião, esta é apenas uma discussão científica, ou possui implicações para a nossa
maneira de viver? Que implicações há para a vida, acreditarmos que somos fruto de
um processo casual ou resultados da ação de um ser pessoal inteligente?
O evOluciOnismO
atUal
Atualmente, grande parte dos cientistas considera que a vida
na Terra passa continuamente por um processo gradual de trans-
formação, isto é, os seres vivos estão sujeitos a se transformar.
Portanto, uma espécie origina outra espécie diferente, ao longo do
tempo. Essa visão de que a vida está em constante transformação é
conhecida como evolucionismo.
A maioria dos cientistas evolucionistas são também materialis-
tas. Isto é, consideram que a vida surgiu e se diferenciou a partir de
uma substância primordial sem a ação de uma causa primeira. E
que, sendo a substância primordial matéria, ela poderia ser verifica-
da cientificamente. Esses cientistas acreditam que, além de serem
mutáveis, há entre as espécies, parentesco, ou origem
comum. Essa posição, mais comum, pode ser denominada
mais precisamente de evolucionismo materialista.
ia /
Em 1809, por meio da obra Philosophie zoologique, o
Scie
nce
francês Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829) foi um dos
S ou r
ce / N
primeiros cientistas a sistematizar de forma relativamen-
ew York
te consistente um pensamento que seria mais estudado
Public Library
pelos evolucionistas atuais.
Ele entendia que os seres vivos sofrem “pressões”
ambientais e devem se modificar para atender a uma
necessidade de adaptação. Isto é, Lamarck concluiu que
os indivíduos têm a capacidade de transformar seus cor-
pos (não de forma controlada) para se adaptar a diversas
mudanças (climáticas, geológicas etc.) que podem ocor-
rer no meio e, além disso, que tais transformações O transformista Lamarck
poderiam ser transmitidas à sua descendência. (1744-1829)
Patas traseiras
muito utilizadas Cauda muito utilizada
(apoio + salto) (apoio + defesa)
Anan Kaewkhammul/Shutterstock.com
Dio
me
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ia /
Scie
nce
Mus
eum
Londo
n
Autores da Teoria da Evolução
das Espécies – Século XIX
Darwin e Wallace propuseram que as espécies atuais
teriam evoluído a partir de espécies que viveram no
passado. No pensamento darwinista, é possível duas
ou mais espécies contemporâneas serem aparenta-
das evolutivamente, pois poderiam ter surgido de um
ancestral comum. Assim, o leão, o tigre, o gato, a ja-
guatirica e muitos outros felinos seriam parecidos Charles Robert
Darwin (1809-1882)
morfofisiologicamente entre si, por terem evoluído Dio
me
de forma gradual a partir de outros felinos que vive- dia
/ Sc
ience
ram no passado.
Source
lação. Viajou por quase todos os cantos da Terra (inclusive Brasil), coletou
várias amostras de fósseis, insetos, plantas, répteis, aves, mamíferos etc.
Ficou obcecado pela diversidade da vida e começou a duvidar de que as
espécies fossem imutáveis e permanentes.
Plymouth
Azores
Tenerife
Cape Verde
Galapagos Cocos
Bahia (Keeling) Isl.
Callao Lima
Mauritius Sydney
Em solo britânico, Darwin reuniu uma série de dados levantados durante sua longa
viagem e sistematizou um pensamento consistente sobre a origem da diversidade bio-
lógica. Por volta de 1858, Wallace enviou a Darwin um ensaio intitulado Sobre a
tendência das variedades a afastarem-se indefinidamente do tipo original, trabalho que
chegou às mesmas conclusões de Darwin sobre os mecanismos que regem as trans-
formações que as espécies sofrem, a partir de uma ancestralidade comum. Em julho de
1858, um trabalho científico de autoria conjunta (Darwin-Wallace) foi apresentado à
Linnean Society of London, sociedade britânica científica dedicada aos estudos de Bo-
tânica e Zoologia.
O pensamento Darwinista foi reunido em A ori-
gem das espécies, de sua autoria, publicado em 24
de novembro de 1859, reeditada seis vezes antes da
morte de Darwin e ainda disponível nos dias de hoje
em mais de 30 idiomas.
Após observações minuciosas das formas de vida
em diversos lugares do mundo por onde passou,
Darwin chegou às seguintes conclusões:
Glossário
Meio: nesse contexto, o meio pode ser entendido
como a reunião de características biológicas, quími-
cas e físicas que constituem o lugar onde vive dada
espécie. Os seres vivos devem vencer muitos obstá-
culos para sobreviver ao meio em que vivem, como
parasitas, predadores, busca de abrigo, alimento,
água etc.
variações genéticas
dentro da população BARREIRAS IMPOSTAS PELO MEIO
•• disponibilidade de alimento
mutações + •• abrigo
recombinações causam •• presença de predadores
gênicas •• doenças e parasitas
•• fatores climáticos
•• disponibilidade de àgua
•• etc.
seleção natural
genéticas, decorrentes de mutações e de recombinação gênica. O uso de antibióticos permite a seleção das
variedades de bactérias mais resistentes a eles. Como essa característica é vantajosa (adaptativa), o número
de bactérias resistentes a diversos tipos de antibióticos foi crescendo nas últimas décadas.
• Qual das frases é lamarckista? Justifique. • Qual das frases é darwinista? Justifique.
A frase A, pois afirma que as bactérias A frase B, pois afirma que já havia no grupo
são utilizados apenas em último caso, quando a utilização de outros antibióticos tradicionais
carbapenêmicos é preocupante, pois infecções causadas por esse tipo de bactéria poderiam
inDiVÍDuos De
umA espÉCie
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parasitas fatores climáticos
meio alimento etc.
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VARieDADes
mAis ADptADAs
a. Qual é o principal mecanismo que provoca Professor, vale ressaltar que, além
variabilidade genética nos indivíduos de uma das mutações, outros mecanismos
biológicos, como a recombinação
população, de acordo com essa teoria?
gênica (mecanismos que serão
estudados na 3a série deste
As mutações.
material), também colaboram para
o aparecimento de novas
variedades fenotípicas dentro da
espécie.
b. Qual é o papel do meio,
de acordo com essa teoria?
Esquema 1 Esquema 2
espécie A espécie C
espécie C
espécie B
espécie A
espécie B
Assim, responda:
A Especiação
Você já conheceu irmãos gêmeos univitelinos ver as diferenças morfológicas existentes entre os
(ou monozigóticos), isto é, aqueles que têm ma- irmãos. Considere a seguinte questão: Se seus
teriais genéticos praticamente iguais e são muito materiais genéticos continuaram iguais depois de
parecidos morfologicamente? Então, imagine a todos esses anos separados, porque eles ficaram
seguinte situação: dois gêmeos univitelinos (ou fisicamente diferentes?
monozigóticos) que por algum motivo tiveram Isso aconteceu porque os aspectos morfológi-
de morar em diferentes lugares, com cos e fisiológicos não são apenas definidos por
diferentes aspectos climáticos e com diferentes nosso material genético. Na verdade, nossas carac-
estilos de vida (culinária, lazer, esporte, cultura terísticas são resultantes da interação entre nosso
etc.). Um dos gêmeos passou a viver em um lugar material genético e os fatores do meio (alimenta-
praiano, gostava de se bronzear ao sol, sua ção, aspectos climáticos, estilo de vida etc.).
alimentação passou a ser à base de peixes e Agora imagine o seguinte: se por algum moti-
frutos do mar, virou surfista e passou a viver vo, grupos de dois ou mais indivíduos
de um jeito mais natural, isto é, “curtindo a natu- pertencentes à mesma espécie fossem isolados
reza”. O outro gêmeo, por sua vez, passou geograficamente por um tempo muito prolon-
a viver na cidade grande, em um lugar com tem- gado (talvez centenas, milhares e até milhões de
peraturas baixas, adotou uma alimentação mais anos), o que aconteceria com os aspectos genéti-
calórica (comidas industrializadas) e passou a cos, morfológicos e fisiológicos desses
ter um estilo de vida mais urbano, com muito indivíduos? Eles tenderiam a ficar mais seme-
trabalho, muito estudo e alguma atividade lhantes ou mais diferentes? Talvez você tenha
física de academia. respondido: “tenderiam a ficar diferentes”. Mas
Depois de mais de cinco anos em contextos por quê? Será que esses grupos de indivíduos
diferentes, os gêmeos se encontraram em uma tenderiam a ficar tão diferentes a ponto de se tor-
reunião de família. Todos ficaram surpresos ao narem espécies diferentes? Para responder a
Espécie A’ Espécie B
Irradiação Adaptativa e
Convergência Adaptativa
Segundo cientistas evolucionistas, diferentes órgãos ou estruturas
morfológicas presentes em diferentes espécies, mas com a mesma
origem embrionária, poderiam representar evidências da existência
de parentesco evolutivo entre elas.
Por exemplo, a asa de um morcego, a pata de um cachorro e a na-
dadeira de um golfinho são considerados órgãos homólogos, pois,
apesar de terem funções diferentes, apresentam estruturas anatômicas
semelhantes e a mesma origem embrionária, isto é, os tecidos embrio-
nários que originaram as estruturas internas desses membros são os
mesmos. Segundo os cientistas evolucionistas, a homologia entre es-
ses órgãos indicaria ancestralidade comum entre tais espécies.
Os órgãos homólogos teriam surgido de um processo evolutivo
denominado irradiação adaptativa (ou divergência evolutiva), pelo
qual diferentes estruturas ou órgãos teriam evoluído de uma estrutura
ancestral que, no decorrer do tempo, teria originado as estruturas
atuais que foram selecionadas pelo meio (adaptação) durante o
processo de especiação.
Órgãos Homólogos
A estrutura interna (ossos) de diferentes membros
(pata de cachorro, nadadeira de golfinho, asa de morcego)
Úmero
Úmero
Rádio Úmero
Rádio
Rádio
Ulna
Metacarpo
Ulna
Ulna
Metacarpo Metacarpo
Falanges
Falanges
Falanges
Nadadeira de golfinho
Lobo Veado
Leão-marinho Toupeira
Baleia
Foca Marmota
Convergência Adaptativa
Corpos com a mesma hidrodinâmica (adaptação ao meio)
Órgãos Análogos
Embora tenham a mesma função, apresentam origens embrionárias diferentes.
Geospiza magnirostris
C. parvulus
G. aifficilis
Camarhynchus paupar
G. scandens
C. psittachula
(alimentam-se de insetos)
(alimentam-se de grãos)
Insetívoros
Granívoros
G. fotis
Camarhynchus pallidus
G. conirostris
Camarhynchus
heliobates
G. fuliginosa
Pinaroloxias inornata
C. crassirostris
Certhides olivacea
Ancestral
Fonte de pesquisa: http://biogeolearning.
comum
com/site/v1/wp-content/uploads/2013/01/
tentilhoes2.jpg
cada uma das ilhas o meio selecionou variedades de tentilhões possuidores de bicos
Golfinho Atum
ancestralidade comum.
Publicada na Nature, a descoberta é o registro mais antigo dos nossos ancestrais, ani-
mais que saíram das águas e deram seus primeiros passos na terra firme.
As trilhas foram identificadas em Zachelmie Quarry, um local rochoso e seco
mas que, no passado, era uma área lamacenta e tropical banhada pelo mar.
As teorias mais modernas afirmam que as primeiras criaturas terrestres evoluí-
ram de peixes que possuíam pares de nadadeiras lobadas. Quando, exatamente,
ocorreu essa transição é uma informação que ainda varia conforme as descobertas.
A aparência do animal que deixou as marcas na Polônia deveria lembrar a de
um crocodilo, com dois ou mais metros de comprimento, porém ele vivia de forma
mais parecida com a dos atuais anfíbios.
A criatura se moveria de forma semelhante às salamandras atuais, sendo obri-
gada a mover quadris, cotovelos e joelhos ao caminhar. Esse movimento confirma
que se tratava de um tetrápode (animal de quatro patas, e não nadadeiras), o único
capaz de deixar esse tipo de marcas.
Disponível em: <http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/pegadas-encontradas-
mudam-evolucao-na-terra-07012010-25.shl>. Acesso em: maio 2014.
Úmero Rádio
Rádio
Úmero
Ulna
Ulna
“andar” em solo firme. O uso frequente dessas estruturas para se locomover em terra
fez com que elas se transformassem em patas, originando, assim, os primeiros anfíbios.
Resolva as questões
23, 28, 29, 34, 35 e 36 do
caderno de atividades.
As Semelhanças Bioquímicas
Será que o fato de diferentes espécies terem composi-
ções químicas semelhantes pode indicar parentesco
evolutivo? Segundo os cientistas evolucionistas, sim.
Sabe-se que todos os seres vivos apresentam pro-
teínas e ácidos nucleicos (DNA e RNA) em suas
constituições moleculares. As proteínas são formadas
por pequenas partes denominadas aminoácidos. Já os
ácidos nucleicos são formados por “pedaços” menores
denominados nucleotídeos.
Segundo a ciência evolucionista, a presença de pro-
teínas com sequências parecidas de aminoácidos em
diferentes espécies pode significar parentesco evoluti-
vo entre elas, isto é, que essas espécies talvez tenham
evoluído de um ancestral comum.
O mesmo raciocínio se aplica à molécula de DNA,
isto é, a presença de moléculas de DNA com sequên-
cias parecidas de nucleotídeos em diferentes espécies
pode significar indício de parentesco evolutivo.
Nucleotídeo
TRE
G
GLN ALA ALA ARG LIS SER ASP GLI
ASP SER
T A
G
LIS ALA GLI GLN GLU ARG ASP TRE FEN
FEN
T A
AMINOÁCIDO
Homem 0
Macaco 1
Cavalo 12
Tartaruga 15
Mariposa 31
Fungo 48
Ernst Haeckel
SPL DC/Latinstock
Ilustração de Ernst Haeckel do desenvolvimento embrionário de oito diferentes
espécies (da esquerda para a direita): peixe, salamandra, tartaruga, galinha, porco,
vaca, coelho e humano.
Rich Koele/Shutterstock.com
físico-químicas para sua formação. Basicamen-
te, a formação de um fóssil obedece as
seguintes etapas:
Crânio fossilizado de um mamute
Redchanka/Shutterstock.com
Galyna Andrushko/Shutterstock.com
Anfíbio conservado em âmbar
zens/Shutterstock.com
Fóssil de Archaeopteryx
Fóssil de samambaia
1 2 3 4
Leopardo-das-neves
pantera nebulosa
pantera nebulosa
Neofeis nebulosa
Panthera pardus
Panthera uncia
Panthera tigris
Panthera onca
Neofeis diardi
Panthera leo
de Borréu
Leopardo
onça
tigre
Leão
hoje
3
em milhões de anos
5
Adaptado de: O’BRIEN, S.; Johnson, W. A
6
Evolução dos gatos. Scientific American
Brasil, ano 6, n. 63, p.56-63, ago. 2007.
a. Quais espécies de felinos têm DNA b. Qual espécie de felino apresenta DNA
menos semelhante ao DNA do leão? mais semelhante ao DNA do leão?
nebulosa de Bornéu.
Restos do mamute
peludo encontrados
estão muito bem
conservados.
OriGem e prOpOnentes dO di
Reprodução
A discussão do DI
A Teoria do Design Inteligente nasceu num contexto de debate com a
teoria da evolução. De modo mais específico, ela procura problemati-
zar uma premissa importante do evolucionismo darwinista.
Como vimos, a teoria darwinista da evolução tem como uma de
suas premissas principais o fato de que a vida na Terra, com toda sua
diversidade, teria se desenvolvido gradualmente, ao longo de bilhões
de anos, de forma aleatória, randômica. Ou seja, para o darwinismo, o
surgimento da vida e o desenvolvimento de sua diversidade seriam re-
sultado de um processo não guiado, cujos filtros seriam unicamente o
processo de seleção natural e o próprio tempo (BEHE, 2007, p.1).
GlOssáriO
Design – A palavra Design, em português, significa desenvolvimento,
criação, idealização. Está relacionada à concepção de um projeto ou
modelo e ao planejamento de uma atividade estratégica, técnica e
criativa. Por nomear a teoria e pela multiplicidade de seus significa-
dos, ela não costuma ser traduzida.
GlOssáriO
Diomedia / Science Museum London
osdksdd ad k sakdfovohebsacn
asdkja shu sdvnvdspowquirjvfm
dsv njvdoi jiodfss dnfkldie fn jd
Letra do alfabeto isolada jd iojadasiosadbwq psf mvlur vqa
djawdbjkda sanjas bhvdfur slf sn
ds n dfsopberyrriub ls
aanscaopeeief sasdfn ompw xz,
fds axm,czwpwqhe n poefx.
zfepowqm,z op,pwquhl fbvrio. we.
Frase de letras aleatórias
BACTÉRIA FLAGELADA
Flagelo
Parede Gancho
celular
Engrenagens
Parede celular
Membrana interna
Ribossomo
Membrana
plasmática
Michael Behe é um dos cientistas que defendem a
teoria do Design Inteligente. Explique sucintamente
as principais ideias dessa teoria.
não teriam surgido ao acaso, de forma gradual. Teriam sido projetados por um
de uma vez só (complexidade irredutível), isto é, cada peça que forma o sistema
peça tem de ser especificada, ou seja, ter uma função, uma estrutura e
Porque interessa aos cientistas do Design Inteligente o quão provável essa estrutura
seja, o fato de a estrutura ser complexa e irredutível significa que ela tem de ter existido
caixa pudessem cair em formato de cacho de uvas)? Então importa saber qual é o
número dessa probabilidade e discutir quão pequeno esse número deve ser para que
Resolva a questão 20 do
caderno de atividades.
molekuul.be/Shutterstock.com
Amônia Aminoácido (Glutamina) Proteína (Citocina)
molekuul.be/Shutterstock.com
Trecho de DNA
2. Os coacervados seriam aglomerados proteicos simples, mas não seriam células. Qual
é a diferença entre um coacervado e a célula? A célula é capaz de se reproduzir, ou se-
ja, formar um ser que contenha as mesmas características e funções. Para isso, o DNA
é essencial. Só proteínas não formam o DNA, mas sem DNA não há formação de pro-
teínas que carreguem as mesmas características e funções. Haveria apenas a
formação de proteínas aleatórias.
referências BiBliOGráficas
BALTIMORE, D. The Invisible Future. Wiley, 2001, p. 45. apud McALESTER, A. L. D. História Geológica da Vida. São Paulo:
DENNING, P.J. Communications of the ACM. 50(7):13-18. 2007. Edgard Blücher, 1978.
BEHE, M. J. Irreducible Complexity: The Biochemical Challenge to MEYER, S. C. Signature in the Cell. HaperOne, 2009.
Darwinian Theory (Public lecture). Pasadena, CA: Reasons to Believe.
1997. ________Darwin Doubt: the Explosive Origin of Animal Life and the
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DARWIN, C., 1985. Origem das espécies (traduzido por Eugênio
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DEMBSKI, W. A. Intelligent Design: the bridge between
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DEMBISKI, W. The Design Revolution. IVP Books, 2004. chloroquine resistence transporte. PNAS. April 11 2014: E1759-E1767.
Doi/10.1073/pnas.1322965111.
DEMBSKI, W & WITT, J. Design Inteligente sem censura: um guia
claro e prático para o debate. São Paulo: Cultura Cristã, 2012. WELSS, J. The Politically Incorrect Guide of Darwinism and
Intelligent Design. 1st Edition. Regnery Publisher, 2006.
DENTON, Michael. Evolution: A Theory in Crisis, Chevy Chase,
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MADTES Jr. P. et al. Biology: Reveling Order, Complexity and Wright, Richard T. Relating science and Christian thought. In: ____.
Desing (in press – personal communication). Biology through the eyes of faith. EUA: Harper One, 2003.
De repente, você tem acesso fácil a um jardim de folhas verdes existentes, você teria algo com
maravilhoso, realmente muito grande e cheio de que se ocupar talvez pela vida inteira. Você nunca
plantas das mais variadas formas, perfumes e co- havia se dado conta da quantidade de variedade
res. Apesar da variedade de cores das flores, em de folhas verdes que existe a sua volta.
sua quase totalidade predomina aos seus olhos Tente desenhar uma folha em um papel; e de-
a cor verde. Imagine que, então, alguém lhe pede pois outra, totalmente diferente, e daí mais uma,
para ir para esse jardim e para trazer uma folha maior, e outra, menor, todas com a mesma cor,
verde Espázia. mas diferentes de alguma forma. Quantas você
Você não sabe o que é uma folha verde conseguiria? Até quando não se cansaria? Olhe
Espázia, certo? Na verdade, até hoje não existe ao seu redor: olhe as flores uma a uma, e os
nenhuma folha com esse nome. Mas isso não animais, e os seres microscópicos, e os flocos
importa, porque, no momento que você entra no de neve (cujos padrões não se repetem); e as
jardim, pela primeira vez você se dá conta de que, impressões digitais (exclusivas para cada um
mesmo que houvesse a tal folha verde Espázia, e de nós, seres humanos). Seres que vivem no
mesmo que você tivesse como conseguir separar calor, no frio, bem no alto, bem embaixo; na
um tipo de folha verde dos outros diversos tipos água, na terra, ou mesmo no ar.
A BIODIVERSIDADE
E OS ECOSSISTEMAS
No começo do século XIX uma civilização da Ilha de Páscoa,
os Rapa Nui, já estava em franco declínio, segundo relatos de
navegadores europeus. Estudos arqueológicos apontam que
o povo Rapa Nui viveu na ilha localizada no Oceano Pacífico,
hoje pertencente ao Chile, entre os séculos XI e XIX.
com
ck.
sto
ter
hut
y/S
Acredita-se que havia na ilha
p h
ra
otog
T ph
um líder supremo governando uma
população formada por cerca de doze clãs,
que competiam entre si pelo poder político
O número de colheitas foi
e econômico. A competição ocorria por meio
diminuindo e levou os Rapa Nuis
de construções de grandes estátuas de pedra,
à fome, fator decisivo para o
denominadas moais, que chegaram a medir
declínio populacional e o
4 metros de altura e a pesar 10 toneladas, cada uma.
colapso social. A complexa
O deslocamento dos moais era feito por meio de
sociedade Rapa Nui passou a
trenós de madeira e exigia um grande número de
viver em guerras pelo direito de
pessoas para puxá-los. Gastava-se tanta energia
utilizar os poucos recursos
para a construção e transporte de meras estátuas
restantes.
de pedras que os moais simbolizavam fonte
Em 1825, navegadores
de poder e riqueza e eram determinantes
ingleses relataram que a Ilha
para as organizações política
de Páscoa estava em ruínas;
e social daquele povo.
não havia moais erguidos e
seus habitantes permaneciam
divididos em pequenos clãs
pobres e improdutivos.
Porém, toda a aparente fartura de
alimento e outros recursos naturais não
foram suficientes para evitar o colapso
dessa civilização. Acredita-se que a
população cresceu demais em pouco
tempo. Os recursos eram retirados da
natureza em tempo recorde, sem que esta
pudesse se recuperar. O desmatamento
excessivo para dar lugar às extensas áreas
• Em sua opinião, como o caso do povo Rapa
agriculturáveis causou o demasiado
Nui demonstra a existência de uma relação
empobrecimento do solo e
entre a vida e o meio em que ela desenvolve?
a consequente erosão. O caos
estava instaurado. • Você acha que uma exploração sustentável
dos recursos naturais poderia ter evitado o
declínio dessa população?
• Será que é possível uma forma de vida
não depender do meio em que vive?
ul
o
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3
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m
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id
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or
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te
ma
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rg
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s
ecossistem
sua vez constituem as células (especialmente
as eucariotas); um conjunto de células organiza-
das podem formar muitos tipos de tecidos; teci-
dos diferentes se reúnem para formar alguns a
tipos de órgãos; um conjunto de órgãos desem-
penhando funções semelhantes forma tipos dife-
rentes de sistemas, os quais se organizam para
manter um organismo vivo.
ulaçã
p op o de
ida
un
m
co
Book_B1_EM_LD_1a prova.indb 123 05/02/15 18:08
Todo organismo (nível de organização básico em ecologia)
pertence a determinada espécie. Mas são muitas as espécies
existentes no planeta. Essa incrível variedade de espécies pode SUGESTÕES DE SITES PARA CONSULTA:
ser chamada, de forma simplificada, de biodiversidade. Pesquise <www.mma.gov.br/biodiversidade/
quais são os países que reúnem a maior biodiversidade do biodiversidade-brasileira>
planeta e qual é a situação do Brasil nesse contexto. O resultado (acesso em: 11 nov. 2012)
de sua pesquisa pode ser apresentado na forma de slides de
Power Point, ou por meio de cartazes (painéis). <http://marte.museu-goeldi.br/
marcioayres/index.php?option=com_
Muitos ecologistas consideram o organismo o nível organi- content&view=article&id=9&
zacional básico do meio ambiente. O organismo é um indivíduo Itemid=10 >
que pertence a determinada espécie. “Oficialmente”, os cientis- (acesso em: 11 nov. 2012)
tas descobriram mais de dois milhões de espécies na Terra, en-
tre animais, vegetais, fungos e microrganismos. No entanto, <www2.uol.com.br/sciam/noticias/
embora já tenhamos descoberto tantas espécies, presume-se biologos_propoem_criar_o_
que a biodiversidade do planeta seja composta de mais de oito barometro_da_vida.html>
milhões de espécies viventes nos ambientes terrestre e aquáti- (acesso em: 11 nov. 2012)
co. Quanta diversidade, você não acha?
ECossistEmAs
Aliaksei Smalenski/Shutterstock.com
Ann Cantelow/Shutterstock.com
gary yim/Shutterstock.com
gary yim/Shutterstock.com
EspéCiE A b B = comunidade;
C= ecossistema; e
D = biosfera.
C d
VERDADEIRO ECOSSISTEMA
Um ecossistema tem sempre grandes dimensões,
certo? Errado! As dimensões dos ecossistemas
são variáveis. Uma bromélia, planta epífita
comum das matas tropicais brasileiras, pode
constituir ela própria um ecossistema. Você tem
alguma bromélia em casa? Leia o texto a seguir.
Você se surpreenderá.
“Numa floresta, grande número de espécies
Bromélia sobre
um tronco de animais depende diretamente das bromélias.
de árvore. Essas plantas habitam desde o chão da mata até
locais altos próximos às copas das árvores. Além
Chien C. Lee/Minden_Pictures/Latinstock
Porque a bromélia pode conter várias espécies de seres vivos que interagem entre si (comuni-
dade biológica) e que também interagem com os componentes abióticos, como a água, os sais
Sim. Segundo o texto, dentro ou no entorno de uma bromélia pode haver uma
O Lugar e o
Modo de Viver
Onde você mora? Em qual lugar você vive, na cidade ou no campo? Qual é o seu estilo
de vida? Você tem hábitos noturnos ou diurnos? Quais são seus alimentos prediletos?
As perguntas acima giram em torno do seu habitat e do seu nicho ecológico,
dois fatores que caracterizam todas as espécies de seres vivos do planeta. Quer ver
um exemplo? Você conhece o sagui (Callithrix jacchus)? Trata-se de um pequeno pri-
mata, muito comum no Brasil. O habitat do sagui são as matas brasileiras, com am-
pla distribuição geográfica: Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado. O nicho ecológico
do sagui é caracterizado pelos hábitos diurnos, com alimentação onívora (insetos,
ovos, frutos e goma).
HABITAT
Florestas, cerrados e campos abertos
Distribuição geográfica: do México
à Argentina
NICHO ECOLÓGICO
Alimentação: carnívora; caçadora exímia
de pacas, lagartos, cotias, aves etc.
Hábitos: noturnos
Longevidade: 20 anos
Tempo de gestação: cerca de três
meses (de 1 a 4 filhotes por gestação).
HABITAT
Cavernas, minas, bueiros, árvores ocas, telhados das casas
Distribuição geográfica: do sul do México à Patagônia;
pode ser encontrado nas florestas brasileiras, no Cerrado,
nos campos e nas regiões semiáridas.
NICHO ECOLÓGICO
Alimentação: sangue dos mamíferos (animal hematófago).
belizar/Shutterstock.com
Hábitos: noturnos
Longevidade: de 15 a 30 anos
Tempo de gestação: sete meses (1 filhote por gestação).
com
ock.
ss erst
pre ut t
lha
Sh
cer/
/Fo
Silva
pen
Hugh S
Edson
Cadeia alimentar
As relações alimentares existentes entre os seres vivos podem ser representadas
por um esquema denominado cadeia alimentar.
Vejamos abaixo a estrutura simplificada de uma cadeia alimentar:
carnívoro
autótrofo herbívoro
consumidor consumidor consumidor consumidor
produtor
primário secundário terciário quaternário
decompositores
ou microconsumidores
luz 6O2
6 CO2 12 H2O C2H12O6 6H2O
gás carbônico água glicose água gás oxigênio
substâncias substâncias
consumidas produzidas
Fotossíntese
simplificada.
oxidação
substâncias
Produtores quimiossintetizantes subprodutos
minerais
Certas espécies de bactérias (ferrobactérias,
sulfobactérias, bactérias nitrificantes etc.) também energia
convertem substâncias inorgânicas em
substâncias orgânicas a partir da energia química
liberada de reações de oxidação de substâncias substâncias
CO2 H2O
orgânicas
inorgânicas (minerais). Esse processo denomina-se
quimiossíntese. Repare que a quimiossíntese não
necessita de luz para a sua ocorrência. Quimiossíntese simplificada.
Microrganismos aquáticos
Você já deve ter ouvido falar que nos ambientes aquáticos existe um conjunto de organismos
denominado plâncton. São criaturas muito pequenas, a maioria microscópica, que – por não
conseguirem vencer as correntes d’água – apenas flutuam em sua superfície, tanto em ambientes
de água doce (lagos, represas etc.), como de água salgada (mar). Podemos dividir o plâncton em
dois grupos:
com .
tock
tters
/Shu
Urubu.
ean
Detritívoros e
a go
iliut
decompositores
Mat
thew
A maioria dos autores faz
Cole
/Shu
distinção entre organismos
tters
tock
detritívoros (ou necrófagos) e
com .
organismos decompositores.
com .
tock
Os organismos detritívoros são
tters
Shu
cha/
aqueles que se alimentam de restos Piolho-
sh
nyu
de-cobra.
mortais (carcaças de animais
Pakh
mortos, folhas mortas) ou de
john
excrementos deixados pelos seres
mic
hae
Minhoca.
l eva
vivos. As minhocas, os urubus, o
n po
tter/ utterst
piolho-de-cobra, o besouro –
Sh
rola-esterco –, entre outros, são
ock.
com
exemplos de animais detritívoros. Besouro-
Os detritívoros têm papel muito rola-esterco.
importante na natureza, pois
impedem que se acumulem na DeCOMPOSITORES
superfície, tanto terrestre como Degradam totalmente
aquática, cadáveres e excrementos. os compostos orgânicos
Seb
astia
Além disso, seus processos presentes nos restos
n Ka
ulitz
digestivos transformam as mortais e excrementos
ki/Shutter
substâncias orgânicas ingeridas em
stoc
com k.
nutrientes semidecompostos, que
com
Bactérias.
tters
DECOMPOSITORES
Exemplo de cadeia alimentar
de ambiente aquático.
Teia alimentar
Talvez você tenha percebido que a representação das rela-
ções alimentares por meio de cadeias alimentares, apesar
de útil, é apenas um esquema simplificado, que não revela
todas as relações tróficas (alimentares) existentes entre os
organismos que compõem uma comunidade biológica.
Rãs
Lagartas
(Insetos)
Roedores
Milho
Doze.
salgada. No interior dele, há duas espé-
cies de esponjas, uma espécie de anê- b. Quantas comunidades biológicas
mona do mar, uma espécie de ouriço existem nesse aquário?
do mar, três espécies de crustáceos,
duas espécies de peixes e três espécies Uma.
de algas. Sendo assim, responda:
Sim, pois reúnem os fatores bióticos (seres vivos, em geral organismos detritívoros)
água e rochas.
Não. Parte da matéria orgânica vem do exterior e é trazida por fenômenos físicos
matéria energia
luz solar orgânica perdida
OR GANISMO 1 OR GANISMO 2
sais
minerais
Orcas
Leopardos marinhos
Aves
Pinguins
Baleias
Elefantes-marinhos
Krill Peixes
Copépodes
Lulas
Fitoplânctons
Fitoplâncton Produtor
Copépodes Consumidores de 1a ordem
Krill Consumidores de 1a e 2a ordem
Baleias Consumidores de 2a e 3a ordem
Lulas Consumidores de 2a e 3a ordem
Peixes Consumidores de 2a e 3a ordem
Pinguins Consumidores de 2a, 3a e 4a ordem
Aves Consumidores de 2a, 3a e 4a ordem Resolva as
Elefantes marinhos Consumidores de 3 , 4 e 5 ordem
a a a
questões 43, 44,
Leopardos marinhos Consumidores de 3a, 4a e 5a ordem 46 e 47 do
Caderno de
Orcas Consumidores de 3a, 4a, 5a e 6a ordem
atividades.
O Caminho da
Energia na Natureza
Vivemos em um mundo dinâmico, com objetos se movendo e com luzes se acen-
dendo. Veículos transitam pelas mais variadas vias de acesso; pessoas conversam
ou enviam mensagens por celulares; as luzes da cidade brilham mais intensa-
mente durante a noite; em casa, uma série de aparelhos eletrônicos está em
pleno funcionamento; nas fábricas, máquinas ou robôs funcionam sem parar.
Quanta mobilidade! Quanta motricidade! Quanto brilho! Nossa vida se torna
cada vez mais dependente de tudo isso. Mas não podemos nos esquecer de
uma coisa: tudo isso só funciona com energia! Os carros, os celulares, os
aparelhos eletrônicos e as máquinas consomem energia.
Mas e quanto ao funcionamento do nosso organismo? Ele depende de ener-
gia? Sem dúvida! Mas de onde vem essa energia? Vem das substâncias presentes
no alimento. Mas de onde vem a energia que está armazenada nas substâncias
presentes no alimento? A resposta para essa pergunta é: “do Sol”. Vamos pensar,
portanto, sobre como a energia do Sol foi transportada até o alimento.
Na natureza, ocorrem várias transformações de energia. Grande parte dos se-
res vivos do planeta depende direta ou indiretamente da energia da luz solar que
chega à Terra. Dessa energia:
Fluxo
Energético
Produtividades
primária e secundária
I. Produtividade Primária
A Produtividade Primária é a quantidade de matéria orgânica (biomassa)
produzida pelos produtores, por unidade de área (ou de volume) e por unidade
de tempo. Seguindo esse raciocínio, temos os seguintes componentes relacionados:
R PPL
matéria orgânica
incorporada matéria
orgânica consumida
na respiração
PSB R
ALIMEN TO
matéria
orgânica ingerida
E
matéria
orgânica perdida
nas fezes/urina
500 kcal.
450 kcal (90% das 500 kcal aproveitadas efetivamente pelo inseto).
Resolva as questões 41 e 42
do Caderno de atividades.
Pirâmides Ecológicas
É um “tal” de “energia que entra” e “energia que sai” nas rela-
ções tróficas que compõem os ecossistemas, não é mesmo?
Às vezes fica até difícil de enxergar tudo isso. Mas os cientis-
tas inventaram uma forma didática de compreender o que
ocorre em cada um dos níveis tróficos: as chamadas pirâmi-
des ecológicas. Por meio delas podemos representar grafica-
mente a quantidade de energia, o número de organismos e
a quantidade de biomassa presentes em cada nível trófico.
A base (o primeiro degrau) da pirâmide sempre deve re-
presentar o nível trófico ocupado pelos produtores. Logo
acima, o segundo degrau representa os consumidores pri-
mários, o terceiro degrau representa os consumidores se-
cundários, e assim sucessivamente. A largura do degrau
representa a “quantidade” do fator que se pretende repre-
sentar (ou medir).
Mas talvez você esteja se perguntando: “Medir o quê?
O que devemos medir?”. Três informações são necessárias
para que tenhamos uma compreensão mais fidedigna dos
fenômenos que regem cada nível trófico, e cada uma dessas
informações é representada graficamente por um tipo de pi-
râmide: o número de indivíduos presentes, a quantidade
de biomassa e a quantidade de energia.
Corujas
Lagartos
Gafanhotos
50
Corujas
Gramíneas
300
Lagartos
Vamos imaginar que, numa determinada
área, durante certo tempo, 10 000 gramíneas
sustentem 1 000 gafanhotos, que servem de 1 000
Gafanhotos
alimento para uma população de 300 lagar-
tos, que, por sua vez, alimentam 50 corujas.
Poderíamos transformar esses dados numa 10 000
Gramíneas
pirâmide de número, como a que podemos
observar ao lado.
10 000
Carrapatos
10
Bichos
Preguiças
Assim, por meio das pirâmides de número é possível ter
uma ideia da quantidade de indivíduos que ocupa, em um da-
1 do momento, determinado nível trófico, e também entender
Árvore
como a quantidade de indivíduos presentes em um nível trófi-
co influencia na quantidade de indivíduos presentes em outro.
Pirâmide de biomassa
Nosso organismo armazena energia, mas em que parte ela está? On-
de ela está armazenada? De que forma ela está armazenada? A ener-
gia está armazenada em nossas moléculas orgânicas (carboidratos,
gorduras etc.), mais precisamente nas ligações químicas entre os áto-
mos que as constituem. Portanto, podemos dizer que a energia está
armazenada em nossa matéria orgânica ou em nossa biomassa.
A pirâmide de biomassa expressa a quantidade de biomassa
(matéria orgânica) armazenada em cada nível trófico.
(1 kg)
Lagartos
(10 kg)
Gafanhotos
(300 kg)
Gramíneas
Pirâmide de energia
Finalmente, a pirâmide de energia representa a
quantidade de energia/área ou volume/tempo Corujas
acumulada em um determinado nível trófico e (20 kcal/km2/ano)
disponível para o nível trófico seguinte. A pirâmi-
de de energia nunca se mostra invertida ou de-
formada, pois, conforme vimos antes, ocorrem Lagartos
perdas energéticas graduais ao longo dos níveis (200 kcal/km 2/ano)
tróficos da cadeia alimentar.
Gafanhotos
(2000 kcal/km2/ano)
Gramíneas
(20000 kcal/km 2/ano)
Quantidade de 1
organismos contabilizados
10 000 500 5
Em primeiro lugar, temos que descobrir qual é o valor da produtividade primária líquida (PPL), por meio da fórmula
PPL = PPB – R, sendo que a produtividade primária bruta (PPB) corresponde à quantidade de biomassa produzida na
fotossíntese (250 000 kcal) e a respiração (R) corresponde à quantidade de biomassa gasta na respiração (100 000 kcal).
Sendo assim, temos para o primeiro nível trófico (macieira): PPL = 250 000 – 100 000 PPL = 150 000 kcal/ano (valor
da base da pirâmide). Esse valor será passado para o próximo nível trófico (pulgões).
Para saber a quantidade de energia efetivamente armazenada no segundo nível trófico (pulgões), podemos utilizar a
fórmula PSL = PSB – (R +E) PSL = 150 000 – (50 000 + 50 000) PSL = 50 000 kcal/ano (valor do degrau da pirâmide
Para saber a quantidade de energia efetivamente armazenada no terceiro nível trófico (joaninhas), podemos utilizar a
fórmula PTL = PTB – (R + E) PTL = 50 000 – (20 000 + 20 000) PTL = 10000 kcal/ano (valor do degrau da pirâmide
Para saber a quantidade de energia efetivamente armazenada no quarto nível trófico (pardais), podemos utilizar a
fórmula PQL = PQB – (R + E) PQL = 10 000 – (3 000 + 3 000) PQL = 4 000 kcal/ano (valor do degrau da pirâmide
kcal/ano
Pardais
10000
kcal/ano
Joaninhas
50000 kcal/ano
Pulgõe s
150000
kcal/ano
Macieira
b. Construa uma pirâmide de números para essa cadeia alimentar e adicione, ao lado de
cada degrau da pirâmide, a quantidade de indivíduos registrados em um ano de estudo.
5
Pardais
500
Joaninhas
10000
Pulgões
1
Macieira
Resolva as questões 48 e 49
do Caderno de atividades.
CARBOIDRATOS C H O
Carbono Hidrogênio Oxigênio
LIPÍDIOS C H O
Carbono Hidrogênio Oxigênio
PROTEÍNAS C H O N S
Carbono Hidrogênio Oxigênio Nitrogênio Enxofre
ÁCIDOS NUCLEICOS C H O N P
Carbono Hidrogênio Oxigênio Nitrogênio Fósforo
1
3
5
INFILTRAÇÃO NO SOLO
4 LAGO
LENÇOL FREÁTICO
1
CO2
5
4
VEGETAIS 2
ANIMAIS
3
DECOMPOSITORES
1. Fotossíntese: por esse processo, as plantas ções. Durante esse processo, há liberação de
e os outros organismos clorofilados absor- carbono, na forma de CO2, para a atmosfera.
vem CO2 para produzir moléculas orgânicas.
Dessa forma, ocorre transferência do carbo- 4. Respiração: quando respiram, animais e
no que estava presente no CO2 para as molé- vegetais liberam carbono para a atmosfera
culas orgânicas dos organismos dos seres na forma de CO2.
autotróficos (vegetais em geral).
5. Queima de Combustíveis fósseis: os veículos
2. Nutrição: os animais obtêm carbono por e as indústrias, durante o processo de com-
meio da alimentação, isto é, consumindo bustão dos diversos tipos de combustíveis
moléculas orgânicas presentes no corpo fósseis (como os derivados de petróleo),
dos vegetais ou no corpo de outros animais. também liberam carbono para a atmosfera
na forma de CO2.
3. Decomposição: os microrganismos decom-
positores degradam as moléculas orgânicas
presentes nos restos mortais ou nas excre-
CiClo do nitrogênio
O elemento químico nitrogênio está presente em moléculas
orgânicas essenciais para os organismos, como as proteínas e
os ácidos nucleicos (DNA e RNA). Se você nunca ouviu falar do
nitrogênio, preste atenção neste fato: cerca de 78% da atmosfera
é composta de gás nitrogênio (N2), o que a torna a principal fon-
te de nitrogênio do planeta.
o gás do riso
O elemento químico nitrogênio faz parte da
constituição não só das moléculas orgânicas,
mas de muitas outras substâncias, dentre as quais o chamado “gás do riso”.
Quer saber o que é isso? Leia o texto abaixo.
N2
6
Sabemos que o elemento
nitrogênio é importante para
1
todos os seres vivos, no entanto,
o nitrogênio sob a forma de N2
não está disponível nem para os
vegetais, nem para os animais. 4
Para que os átomos de nitro- VEGETAIS
ANIMAIS
gênio caminhem pelas cadeias
alimentares dos diversos ecos-
sistemas, é necessário o traba- 5 NH3
lho silencioso de várias espécies
NO3 NO2
de bactérias, sem as quais não 3 2(b) 2(a)
seria possível a presença de
nitrogênio na constituição das
moléculas orgânicas que for- 1. Fixação (de N2 a NH3): certas espécies de cianobactérias e as
mam os corpos dos animais bactérias fixadoras convertem o nitrogênio atmosférico (N2)
e vegetais. em amônia (NH3). Essas criaturas são encontradas livremente
O esquema a seguir mostra nos ecossistemas aquáticos e terrestres, ou associadas de
de forma simplificada as princi- forma mutualística às raízes de plantas da família das legu-
pais etapas do ciclo do nitrogê- minosas (alfafa, soja, feijão, ervilha etc.). As leguminosas
nio na natureza. Em seguida, absorvem e aproveitam a amônia produzida por essas
detalhamos o que acontece bactérias fixadoras (presentes em nódulos das raízes),
em cada etapa do ciclo: especialmente as do gênero Rhizobium.
miossintetizantes (exemplo:
to
Pho
es/
y Im
ag
Gett Nitrobacter), que em seus
processos metabólicos
imited
Foto ampliada de
l
raiz de leguminosa
is u a
s/V
em nitrato (NO3-).
age
m
ty I
Get
ATMOSFERA
O2
2 2
1
5
VEGETAIS
4
MORTE
3
ANIMAIS
3
MORTE
DECOMPOSITORES
água do mar
HH2OO
3 H22OO
H
????? LENÇOL FREÁTICO
lençol freático 2
Líquida
LÍQUIDA
3
Líquida
LÍQUIDAAcumulada
ACUMULADA
4 = absorção/nutrição; 5 = transpiração.
4 CO2 NA ATMOSFERA
1 2. Ao lado, temos um es-
quema simplificado do
ciclo do carbono na na-
5 tureza. Identifique quais
são as etapas 1, 2, 3 e 4.
1 = fotossíntese;
2 = alimentação;
2 3 = decomposição;
4 = queima de
combustíveis fósseis;
5 = respiração.
3 DETRITOS
Edson Ruiz/Folhapress
Bia Fanelli/Folhapress
Lixão a céu aberto em Salvador - BA Casal de urubu no Parque Estadual do
Ibitipoca, em Lima Duarte - MG
Os urubus se alimentam de detritos orgânicos, o que leva muitas pessoas a pensarem de ma-
neira equivocada que eles são decompositores. Porém, sabemos que eles são muito importan-
tes para o meio ambiente, colaborando para o equilíbrio do ecossistema. Pensando nos hábi-
tos alimentares dessas aves, explique como eles podem auxiliar nesse equilíbrio.
Os urubus são consumidores detritívoros, isto é, alimentam-se de animais mortos. Não são propriamente decompositores,
porque não transformam matéria orgânica em sais minerais (matéria inorgânica). No entanto, os urubus colaboram para
que os restos mortais dos seres vivos não se acumulem na superfície. Além disso, os processos digestivos dos urubus
geram fezes com compostos orgânicos parcialmente degradados, facilitando a ação dos decompositores.
dIAGRAMA
distribuída em
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO A VIDA NOS ECOSSISTEMAS
mantém
mantém ENERGIA
indivíduo - população - comunidade - ecossistema - biosfera
LUMINOSA
apresenta
mantém CADEIAS E TEIAS entra
habitat + nicho DINÂMICA DOS ECOSSISTEMAS ALIMENTARES
mantém
mantém
PIRÂMIDES reciclagem de matéria
ECOLÓGICAS estudado por meio de
estudado por meio de
Transformação
notaria que seu trabalho aumentaria gradativamen-
te à medida que a embarcação se aproximasse da
linha do Equador, pois quanto mais próximo dela
maior é a biodiversidade. Mas por que isso ocorre?
Capítulo 4
Christian Wilkinson/Shutterstock.com
1.
e pesquise mais sobre a biodiversidade da
Floresta Amazônica.
Segundo o texto, o conhecimento <www.museu-goeldi.br/eva/>.
Acesso em: nov. 2014.
científico sobre o potencial da
biodiversidade brasileira pode ajudar Faça uma visita virtual ao Jardim Botânico do
as pessoas. Explique de que forma. Rio de Janeiro. Lá você pode conhecer mais
sobre a biodiversidade vegetal de nosso país.
De acordo com o texto, os pesquisadores <www.jbrj.gov.br/pan/fullscreen.html>.
Acesso em: nov. 2014.
identificaram 640 substâncias de mais de 220
Visite o site educacional PlanetaBio e
plantas do Cerrado e da Mata Atlântica que veja a lição sobre Ecologia.
<www.planetabio.com>.
têm propriedades terapêuticas. Acesso em: nov. 2014.
a dINÂmICa da COmuNIdadE:
sUCessÃo eColÓgiCa
Talvez você já tenha presenciado um fenômeno que ocorre em jardins, chácaras ou
sítios abandonados: eles são invadidos por um “matão”. Às vezes, nessa nova vegeta-
ção, se desenvolvem outros seres vivos como insetos, répteis e aves. Dia a dia, o lugar
sofre uma série de transformações, e a paisagem vai mudando lentamente. Pois é,
esse fenômeno possui nome: chama-se “sucessão ecológica”.
Glossário
Vegetação pioneira se desenvolvendo em rocha, com presença de líquens, Comunidade clímax: estágio final de uma
gramíneas e outras espécies se estabelecendo. Típica de cerrado, com flores. sucessão ecológica. Trata-se de uma comunidade
Vale do Canteiros, Serra da Canastra – São João Batista da Glória/MG. mais estável e com grande biodiversidade.
1. Aumento da biodiversidade.
Durante a 2. Aumento da diversidade de nichos ecológicos ocupados.
sucessão 3. Aumento da biomassa e da PPB (produtividade primária bruta).
ecológica 4. Aumento do consumo da biomassa pela respiração (R).
5. Diminuição da PPL (produtividade primária líquida).
BIOlOGIa,
TECNOlOGIa,
soCiedade e
ambiente
ESpÉCIES EXóTICaS INvaSOraS
A condição dos países em desenvolvimento na busca da sustentabilidade, par-
ticularmente aqueles de megadiversidade, depende da habilidade em prote-
ger seus ecossistemas, economias e a saúde pública. Infelizmente, invasões de
espécies exóticas – plantas, animais e microrganismos – trazem uma signifi-
cante e sem precedente ameaça aos recursos desses países.
De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB, “espécie
exótica” é toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição na-
tural. “Espécie exótica invasora”, por sua vez, é definida como sendo aquela
que ameaça ecossistemas, habitats ou espécies. Essas espécies, por suas
vantagens competitivas e favorecidas pela ausência de predadores e pela
degradação dos ambientes naturais, dominam os nichos ocupados pelas es-
Julio Cord
eiro/
Ag.R
BS/
Fol
h ap
ress
Mexilhão dourado
Espécie exótica de molusco originária
do sudeste da Ásia, introduzida no Brasil
pelas águas de lastro descarregadas por
embarcações no Sul do país. Essa espécie
provoca obstruções das tubulações
das hidrelétricas.
Artur Keunecke/Pulsar Imagens
Caramujo africano
Espécie exótica de molusco originária
da África, introduzida no Brasil para
a alimentação (escargot). Como não
encontrou inimigos naturais, o
caramujo africano se reproduziu
rapidamente, causando diversos
problemas ecológicos.
Relações
ecológicas
Na seção anterior, você viu como a introdução de uma espécie exótica pode pertur-
bar um ecossistema, alterando o andamento da sucessão ecológica e ameaçando sua
biodiversidade original. Isso pode ocorrer pelo crescimento populacional exagerado
dessa espécie, em função da ausência de predadores naturais. A espécie exótica, uma
vez bem estabelecida, passa a competir com espécies nativas de nichos semelhantes,
podendo levá-las à extinção.
Dentro de um ecossistema, há várias interações entre os seres vivos: há espécies
que se ajudam mutuamente; há espécies que vivem à custa das outras, prejudican-
do-as; há também aquelas que vivem nos corpos das outras, sem prejudicá-las ou
beneficiando-as; e há ainda as que matam e se alimentam de outras.
Colônia ( + / + )
O que o coral-cérebro e a caravela-do-mar têm em comum?Além de pertencerem ao
mesmo filo, cnidários, são organismos coloniais. Você sabe o que é uma colônia no
sentido biológico?
Nas colônias (+/+), há uma união anatômica dos seres, podendo haver ou não di-
visão de funções entre os seus membros. Há dois tipos de colônias: as isomorfas e as
heteromorfas. Nas isomorfas, todos os membros da colônia apresentam a mesma
forma e não há divisão de trabalho. Como exemplo, existem colônias de poríferos, es-
ponjas e corais. Nas colônias heteromorfas, são observadas diferenças morfológicas
entre os indivíduos e divisão de funções. São exemplos de colônias heteromorfas a
caravela-do-mar e a obélia. Vamos conhecer melhor uma colônia heteromorfa?
Richard Whitcombe/Shutterstock.com
Coral-cérebro
Broadbelt/Shutterstock.com
os gonozoides produzem gametas ne-
cessários à reprodução.
soCiedade ( + / + )
O que é melhor: viver isoladamente ou em grupo? É provável que
você tenha pensado e respondido “em grupo”, não é mesmo? Mas, por
que você pensou assim? Será que viver em grupo traz benefícios? Quais?
Vamos analisar alguns casos. Em aves, os grupos menores são mais facil-
mente atacados que grupos maiores (nos quais são maiores as chances de al-
gum indivíduo perceber a aproximação do predador e alertar os demais).
Nas aves migratórias, que voam em formação (voo em “V”), há revezamento
entre a ave que fica na vanguarda, em posição de maior desgaste físico, e o
grupo. Essa forma de voo representa economia energética, pois minimiza a re-
sistência do ar. Já o pinguim-imperador vive em bandos numerosos para pro-
teção dos filhotes e aquecimento do grupo.
Se indivíduos de uma mesma espécie se associam de forma harmônica,
estando separados fisicamente (ou seja, diferente da colônia, onde há união
física), dizemos que formam uma sociedade (+/+).
Aglomeração de
pinguins-imperadores
BMJ
/Shu
tters
tock
com.
Colmeia de abelhas
com .
tock
tters
com
ock.
u
d/Sh
erst
an
hutt
erisl
ar/S
d
won
LilK
Rainha e operárias
de cupim
Diversidade morfológica
de formigas
Potapov Alexander/Shutterstock.com
aBeLHaS
As abelhas são insetos sociais que formam sociedades heteromorfas em
colmeias que podem abrigar mais de 50 000 insetos, dentre os quais,
uma rainha, algumas dezenas de zangões e milhares de operárias. Ivaylo Ivanov/Shutterstock
.com
CoMPetição intraesPeCÍfiCa ( – / – )
A competição intraespecífica (– / –) ocorre entre membros de uma
mesma espécie, como um conflito. Há disputa por alimento, espa-
ço, parceiros e, no caso de vegetais, por luminosidade e umidade
do solo. Uma estratégia adotada por várias espécies é a definição
de territórios, ou seja, é demarcada uma área com urina, fezes,
cheiros eliminados por glândulas odoríferas, ou gritos, como fazem
certos macacos, como o bugio.
A onça-pintada, por exemplo, delimita por meio da urina um
espaço de vida de 22 a 150 km2; e nessa área caça, repousa, repro-
duz e cria os filhotes. Já os micos-leões defendem agressivamente
seu território, pois com famílias de dois a onze indivíduos necessi-
tam de um espaço vital de 5 a 10 km2.
A competição pode se intensificar caso haja crescimento popu-
lacional ou limitação dos recursos ambientais. Nesse caso, os indiví-
Onça-pintada
duos passam por “estresse” fisiológico, o que pode comprometer
.com
sua imunidade, capacidade de sobrevivência e reprodução, levan-
tterstock
do certas espécies a migrarem para outras áreas.
va/Shu le
Ana Vasi
CanibalisMo ( + / – )
S hu t t
ersto
ck.com Na natureza vamos encontrar muitos exemplos de animais que se
/
ters
Wa alimentam de indivíduos pertencentes a sua própria espécie. Você
er
Pet
Mico-leão-de-cara-preta
Nome científico:
Leontopithecus caissara
Nome em inglês:
Black-faced lion tamarin
Nome científico:
Leontopithecus chrysomelas
Nome em inglês:
Golden-headed lion tamarin
Mico-leão-preto
Nome científico:
Leontopithecus caissara
Nome em inglês:
Black-faced lion tamarin
até a cauda.
Nome em inglês:
Golden lion tamarin
Eric Gevaert/Shutterstock.com
Comprimento: cabeça e corpo de 20 a 33 cm;
cauda de 31 a 40 cm.
Mutualismo obrigatório ( + / + )
O mutualismo obrigatório (+/+) caracteriza-se por forte interação entre as espécies,
com trocas recíprocas de benefícios. A separação das espécies, uma vez que são depen-
dentes umas das outras (por isso, o mutualismo é obrigatório), pode levá-las à morte.
Os liquens representam um exemplo típico de mutualismo: há a interação entre um
fungo e uma alga. O fungo cria condições adequadas para a sobrevivência da alga que,
em contrapartida, fornece matéria orgânica (alimento) ao fungo.
Temos também o caso dos ruminantes (bois, cabras, camelos) que alojam em seus
corpos bactérias produtoras de celulase. A celulase é uma enzima que permite a diges-
tão de celulose graças à atividade microbiana, o que faz com que
esses animais obtenham nutrientes.
Outro exemplo é o das micorrizas, filamentos de fungos que se associam às plantas.
Os fungos ampliam a capacidade das raízes em absorver água e sais minerais do solo e
recebem nutrientes oriundos da planta.
Por fim, lembre-se das bactérias fixadoras de nitrogênio, que vivem nas raízes de
plantas leguminosas. Você as estudou no capítulo anterior. As bactérias fixadoras (Rhi-
zobium sp) fornecem compostos nitrogenados à leguminosa, que, em contrapartida,
fornece nutrientes às bactérias.
Lupa/Shutterstock.com
Fabio Colombini
o mutualismo apenas opcional (facultativo).
Na região do Pantanal, é muito comum
observar aves – como o anu-preto, Crotophaga O tucano e a embaúba
ani, lembra-se dele? – que retiram carrapatos
do dorso dos bois. Trata-se de um caso de pro-
tocooperação: a ave obtém alimento e o boi
fica livre do parasita.
Outro exemplo de protocooperação ocorre
entre a embaúba (Cecropia sp), árvore típica da
Fabio Colombini
capturar o alimento.
reund
gen F
/ J ur
e PL
tur
Na
a/
edi
Diom
Diomedia / Nature PL / GEORGETTE DOUWMA
aodaodaodaod/Shutterstock.com
Interação entre o peixe-agulha Orquídea epífita
e o pepino-do-mar.
Relações interespecíficas
desarmônicas
Como sabemos, nas relações desarmônicas haverá prejuízo para
uma das espécies. Você perceberá adiante que, apesar de parecer
cruel, as relações desarmônicas são tão importantes quanto às rela-
ções harmônicas para o equilíbrio ecológico. O parasitismo, o pre-
datismo, a herbivoria, a competição interespecífica e o
amensalismo representam as relações desarmônicas entre indiví-
duos de diferentes espécies.
Lobo-guará caçando.
Predatismo ( + / – )
Zebras pastam passivamente na savana africana.
Elas podem parecer tranquilas e em paz, mas não
estão sozinhas. Um grupo de leoas, camufladas
na relva, observa o movimento das zebras. Após No de indivíduos
A = Predador
sentir o cheiro das leoas, duas ou mais zebras B = Presa
passam a correr desesperadamente na savana,
deflagrando o pânico e uma correria explosiva na
manada. As leoas partem, então, em direção às B
zebras, tendo como alvo os membros mais jovens A
da manada. Segundos após a correria, as leoas
conseguem abater uma jovem zebra, que servirá Tempo
de alimento para elas e seus filhotes.
Talvez você já tenha visto essa cena inúmeras
vezes em programas de TV que retratam a vida Repare que, em determinado momento, a po-
selvagem, não é mesmo? Essa interação que aca- pulação de roedores cresce, o que favorece o
bamos de descrever é uma relação conhecida co- crescimento da população de lobos-guarás. No
mo predatismo. entanto, se há muitos lobos-guarás, mais roedo-
O predatismo (+/–) é uma relação desarmô- res são caçados, e a população desses animais
nica, na qual o predador mata a presa para con- tende a cair em determinado momento. A queda
sumo. Se analisarmos a interação pensando no da população de roedores, por sua vez, significa
grupo de presas, os predadores atuam na regu- menos alimento para a população de lobos-gua-
lação populacional da espécie com a qual se re- rás, que declina posteriormente. Com menos pre-
lacionam, evitando superpopulação e dadores no ambiente, a população de roedores
esgotamento dos recursos naturais. Assim, há volta a crescer, desencadeando um novo proces-
uma interdependência entre predadores e pre- so de variações de “sobe e desce” entre as duas
sas que sustenta a vida de ambos e do ambien- populações. Essas variações que ocorrem entre
te: por isso o predatismo é muito importante. os tamanhos da população da presa e do preda-
Vamos analisar a seguinte situação, muito co- dor ao longo do tempo tem um nome: flutua-
mum no cerrado brasileiro, utilizando o gráfico ao ções (ou oscilações). Repare que durante as
lado para expressar a relação entre roedores (pre- flutuações a população de predadores controla o
sas) e a população de lobos-guarás (predadores). tamanho da população de presas e vice-versa.
esCLAvagisMo (sinfilia) ( + / – )
O esclavagismo ou sinfilia corresponde a uma in-
teração ecológica desarmônica na qual uma espé-
cie se aproveita das atividades (“trabalho”/recursos)
de outra espécie.
As formigas se aproveitam dos pulgões, insetos
parasitas que retiram seiva elaborada (água e com-
postos orgânicos) das plantas. Nessa atividade, par-
te da seiva sai pelo corpo do pulgão e é utilizada
pelas formigas.
Outro exemplo de sinfilia é o do chupim
(Molothrus bonariensis), ave que não faz ninho
e coloca seus ovos no ninho de outras aves (por
Chupim
exemplo, do tico-tico), para que estas choquem os Erni/
Shutt
ovos e alimentem os seus filhotes. Trata-se de um ersto
ck.c
om
caso de exploração do “trabalho” de outra espécie.
exPeRimento De gauSe
protozoários cultivados isoladamente protozoários cultivados juntos
12 12
populacional
populacional
Densidade
Densidade
8 8
4 4
P. aurelia P. aurelia
0 P. caudarum 0 P. caudarum
0 4 8 12 16 0 4 8 12 16
Tempo (dias) Tempo (dias)
Fabio Colombini
Ninhal com cabeças-secas e colhereiros.
Passo do Lontra, Pantanal-MS, 2008
Amensalismo ou antibiose
em geral, ( + / – ); às vezes, ( – / 0 )
Em 1928, Alexander Fleming estudava bactérias e percebeu
que placas de Petri contaminadas pelo fungo Penicillium nota-
Xinhua/Photoshot/Keystone Brasil
provém diretamente de um caso de amensalismo ou antibio-
se? Vamos ver mais alguns casos:
•• As folhas em formato de agulha dos pinheiros liberam óleos Maré vermelha – proliferação
essenciais que inibem a germinação de sementes de outras excessiva de algas do grupo
espécies, por isso a taiga ou floresta de coníferas apresenta dos dinoflagelados
vegetação tão uniforme.
ReLaçÕeS eCoLógiCaS
podem ser podem ser
inteReSPeCÍfiCaS
DeSaRmÔniCaS Harmônicas
caracterização caracterização
Predatismo (+/-).
Leva a presa à morte Parasitismo (+/-), Mutualismo (+/+): Inquilinismo (+/0):
no qual o parasita há troca recíproca de relação harmônica
retira nutrientes do benefícios, na qual a por espaço, na qual
exemplos hospedeiro, mas em separação leva à a planta epífita fica
geral não causa sua morte das espécies. numa posição mais
morte imediata. favorável à captação
Leão e zebra, da luz, sem prejudicar
jacaré e piranha, a árvore.
mergulhão e peixe.
exemplos
eucalipto x ipê
Penicillium x Bactéria
littlesam/Shutterstock
.com
Oleg Znamenskiy/Shut
terst
oc k.co
m
Raimundas/Shuttersto
c k .c
om
A interação corresponde ao
leva à morte.
Resolva as questões
53, 56, 57, 61, 62, 63,
64, 65, 66 e 67 do
Caderno de
Atividades.
Número de Número de
indivíduos CR = PB – R indivíduos
Curva "J" Semelhante ao PB
EL CR Curva S EL
R
Declínio da população
Tempo Tempo
A peste bubônica é também conhecida como A doença leva de dois a cinco dias para se es-
peste negra. Tal denominação surgiu graças a tabelecer. Depois surgem seus primeiros sinto-
um dos momentos mais aterrorizantes da história mas, caracterizados por inflamação dos gânglios
da humanidade, protagonizado pela doença: linfáticos e uma leve tremedeira. Segue-se então
durante o século XIV, ela dizimou um quarto da dor de cabeça, sonolência, intolerância à luz, apa-
população total da Europa (cerca de 25 milhões tia, vertigem, dores nos membros e nas costas, fe-
de pessoas). bre de 40 °C e delírios. O quadro pode se tornar
A peste é causada pela bactéria Yersinia pestis, mais grave com o surgimento da diarreia, poden-
e apesar de ser comum entre roedores, como ra- do matar em 60% dos casos não tratados.
tos e esquilos, pode ser transmitida por suas pul- Atualmente o quadro de letalidade é mínimo
gas (Xenopsylla cheopis) para o homem. Isso só devido à administração de antibióticos, como a
acontece quando há uma epizootia, ou seja, tetraciclina e a estreptomicina. Também existem
um grande número de animais contaminados. vacinas específicas que podem assegurar a imu-
Desse modo, o excesso de bactérias pode entupir nidade quando aplicadas repetidas vezes. No en-
o tubo digestivo da pulga, o que causa proble- tanto, a maneira mais eficaz de combate à
mas em sua alimentação. Esfomeada, a pulga doença continua a ser a prevenção com o exter-
busca novas fontes de alimento (como cães, mínio dos ratos urbanos e de suas pulgas.
gatos e humanos). Disponível em: <www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.
Após o esforço da picada, ela relaxa seu tubo htm?infoid=303&sid=6>. Acesso em: nov. 2013. (Adaptado.)
digestivo e libera as bactérias na corrente sanguí-
nea de seus hospedeiros.
O quadro Triunfo
da morte (1562),
do pintor belga
Peter Bruegel
(1525-1569),
retrata o horror
que a peste negra
causou na Europa.
Art Media/HERITAGE/KEYSTONE BRASIL
O agente causador da peste bubônica é a O seu contágio ocorre pela picada de pulgas
febre e dores pelo corpo. Pode matar em 60% dos Resposta pessoal. Sugestão: Paisagem desoladora,
casos não tratados. pois mostra de forma clara e incisiva pessoas mortas
2. Considere que uma população de insetos apresenta inicialmente 1 200 animais. Ao longo
de um mês nasceram 450 indivíduos e morreram, no mesmo período, 150 insetos.
Chegaram à localidade 230 animais. Como a competição intraespecífica aumentou,
houve a emigração de 130 indivíduos. Se essa população de insetos ocupa uma área de
400 m2, determine sua densidade populacional.
1 200 + 400 = 1 600 após um mês. A densidade representa o número de indivíduos / área,
Pesquisa pessoal.
Determinantes
populacionais Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
Imigrações 10 19 35 10 0 0
Mortes 8 18 25 10 20 20
Emigrações 2 2 5 0 0 39
número de indivíduos
350
300
250
200
150
100
50
0
fevereiro março abril maio junho julho
meses
rEfErÊNCIaS BIBlIOGráfICaS
<http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/gente-
um-tabu-a-ser-enfrentado>. Acesso em: Dez. 2014.
<www.ibge.gov.br>. Acesso em: Dez. 2014.
<www.ibama.gov.br>. Acesso em: Dez. 2014.
<www.mma.gov.br>. Acesso em: Dez. 2014.
23 de setembro
Outono no Hemisfério Norte.
Primavera no Hemisfério Sul. 21 de dezembro
Hemisfério Sul recebe mais energia
solar do que o Hemisfério Norte.
Inverno no Hemisfério Norte.
Verão no Hemisfério Sul.
21 de junho
Hemisfério Norte recebe
mais energia solar do
que o Hemisfério Sul.
Verão no Hemisfério Norte.
Inverno no Hemisfério Sul. 21 de março
Primavera no Hemisfério Norte.
Outono no Hemisfério Sul.
Precipitação na
forma de neve
6000 Precipitação
líquida
5000
4000
3000
2000
1000
Altitude (m)
Os lugares de maior altitude tendem a apresentar temperaturas
mais baixas em relação às temperaturas das regiões de menor alti-
tude (em média, a temperatura diminui em 1°C a cada 200 metros
de altitude). Além disso, diminuem os índices de umidade e de
chuvas à medida que ocorre aumento da altitude. Assim, a vegeta-
ção tende a ficar menos exuberante conforme ocorre aumento da
altitude devido à diminuição das temperaturas médias e da menor
disponibilidade de água líquida.
bioMaS
MundiaiS
terrestres aquáticos
TUNDRA
A tundra localiza-se no extremo norte do planeta, entre as latitudes de 60° e 75°, nos
territórios de parte dos países escandinavos, do Canadá, da Sibéria e do Alasca.
Nesse ambiente faz muito frio e apresenta apenas duas estações do ano: inver-
no e verão.
No inverno, que dura cerca de 10 meses, com temperaturas extremamente bai-
xas (entre -28°C e -34°C), noites longas, com muitas nevascas e ventanias. O solo
mostra-se congelado, o que dificulta o processo de absorção de água líquida pela
vegetação (fenômeno denominado seca fisiológica).
No verão, com duração de dois meses, as temperaturas médias sobem um pou-
co (podem chegar aos 10°C), o período de luminosidade aumenta (as noites são
curtas) e o solo descongela, formando charcos ou pântanos, o que disponibiliza
água líquida para as plantas e os animais que lá vivem.
Mas será que em um lugar que faz muito frio, cujo solo fica congelado a maior
parte do ano e que apresenta baixa intensidade luminosa pode existir vida?
OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Câncer
OCEANO
PACÍFICO
Equador
OCEANO OCEANO
PACÍFICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
Fonte: IBGE.
Atlas geográfico
N escolar. 4. ed. Rio
de Janeiro: IBGE,
Tundra
0 2.000 4.000 2004 (adaptado).
km
Andreas Altenburger/Shutterstock.com
Musgos e líquens cobrem o solo da tundra
TAIGA
Animais típicos da tundra – A taiga, também conhecida como floresta boreal ou floresta de
caribu e bois almiscarados.
coníferas, localiza-se ao norte do Equador, entre as latitudes de
50° e 60°, em parte da América do Norte, Europa e Ásia.
As temperaturas médias da taiga também são baixas e nela
também encontramos duas estações anuais: inverno e verão.
OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Câncer
OCEANO
PACÍFICO
Equador
OCEANO OCEANO
PACÍFICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
N
Fonte: IBGE. Atlas geográfico
escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: 0 2.000 4.000
Mertens Photography/Shutterstock.com
Birdiegal/Shutterstock.com
A taiga exibe uma rica e variada fauna, que se faz mais presente
no verão. Raposas, renas, ursos, lobos, alces, tigres, esquilos e muitos
outros animais fazem parte do cenário faunístico desse bioma.
Vegetação
colorida da
floresta
temperada
(caducifólia).
FLORESTA TROPICAL
As florestas tropicais são encontradas principalmente entre os Trópicos de Câncer e Capricór-
nio, em áreas da América Central, no norte da América do Sul, na África equatorial (bacia do
Congo), no sudeste da Ásia (principalmente na Índia e Indonésia) e em parte da Austrália.
N
Fonte: IBGE. Atlas geográfico
0 2.000 4.000
escolar. 4. ed. Rio de Janeiro:
km
IBGE, 2004 (adaptado).
Floresta pluvial, tropical e subtropical
Provavelmente, se você estivesse em uma floresta tropical sentiria muito calor. As tempe-
raturas anuais oscilam entre 21°C e 40°C; a pluviosidade é alta (chove muito), assim como a
umidade do ar. A incidência de radiação solar na floresta tropical é muito alta, no entanto, a
copa das árvores “filtra” parte da luz, fazendo com que a temperatura e luminosidade sejam
menores e a umidade maior nos estratos arbóreos inferiores. A grande umidade da floresta
tropical decorre, na maior parte, do vapor-d’água transpirado pela vegetação.
Vegetação densa e
exuberante das
florestas tropicais.
sittitap/Shutterstock.com
tratong/Shutterstock.com andamanec/Shutterstock.com
OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Câncer
OCEANO
PACÍFICO
Equador
OCEANO OCEANO
PACÍFICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
OCEANO
mente por gramíneas e her- PACÍFICO
báceas, adaptadas à pouca Equador
OCEANO OCEANO
disponibilidade de água no PACÍFICO ÍNDICO
solo. As pradarias são áreas Trópico de Capricórnio
Gramíneas (vegetação
típica das pradarias).
m
tock.co
hutters
RGHEANU/S
Mircea BEZE
DESERTO
Os principais desertos do planeta encontram-se na
África (onde está localizado o maior deserto do mun-
do), no Oriente Médio, no Tibete, na China, no México,
nos Estados Unidos, no Chile, na Argentina e em par-
te da Austrália.
Embora muitos descrevam o deserto como uma
paisagem desolada, existe vida nesse bioma terrestre.
Os índices pluviométricos do deserto são baixíssimos
(quase não chove) e há muita amplitude térmica. Por
exemplo, no deserto de Atacama, no Chile, as tempe-
raturas podem atingir 40°C durante o dia, e cair para
perto de 0°C durante a noite.
N
Fonte: IBGE. Atlas geográfico
0 2.000 4.000 escolar. 4. ed. Rio de Janeiro:
Deserto km IBGE, 2004 (adaptado).
Cactos em
CBH/Shutterstock.com
forma de barril
(Deserto do
Arizona-EUA)
quaL a diFErEnça
EntrE caMELo E droMEdário?
Eles se diferem fisicamente por três aspectos: o número
de corcovas, a altura e o tipo de pelo. Além disso, o habitat deles não é o mesmo.
Ambos são originários de um ancestral comum – que viveu na América do Norte
há 40 milhões de anos –, mas agora vivem em diferentes regiões do planeta. O
camelo (Camelus bactrianus) é encontrado apenas na Ásia Central, ao passo que
o dromedário (Camelus dromedarius), conhecido como camelo árabe, espalha-
se não só por parte do continente asiático como também pela África. Na
verdade, é ele que se vê naqueles filmes passados no deserto do Saara. Parentes
bem próximos, esses dois mamíferos ruminantes são as únicas espécies da
família Camelidae e são usados pelo homem como meio de transporte em
regiões desérticas. Rápidos e resistentes, os dromedários podem correr a 16
km/h por até 18 horas seguidas.
são seus rins, que conseguem reabsorver quase toda a água presente nas
a corrente sanguínea.
1 2 3 4 5 6 7
3 Desertos 4 Taiga
5 Pradarias 6 Savanas
7 Tundra
do Brasil
Costa Rica, Peru, México, Quênia, África do Sul, Ín-
dia, Malásia, Indonésia, China e Filipinas. Esses 15
países são chamados de Megadiversos. Mas qual
é a parcela brasileira, isto é, quanto que o Brasil
detém da biodiversidade mundial?
Biomas do brasil
Floresta Amazônica
Caatinga
Cerrado
Mata Atlântica
Pampas
Pantanal
Fonte: <http://www.biodiversidade.rs.gov.
br/arquivos/1161807794biomas_br.jpg>.
Floresta Amazônica
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), a Floresta Amazônica é o maior bio-
ma terrestre do Brasil e um dos maiores do mun-
do, totalizando uma área de 4.196.943 km2. Os
estados que detêm parte da Floresta Amazônica
são: Amazonas, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ma-
ranhão, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá. Essas
regiões são quentes (com temperaturas que
podem variar entre 20°C e 41°C), e têm grande Vista aérea de trecho da Floresta Amazônica
umidade e pluviosidade (muitas chuvas).
Embora muita gente pense que o solo da Floresta Amazônica é
fértil, não é bem assim. As elevadas temperaturas e a grande umidade
favorecem a decomposição da matéria orgânica no solo da floresta, Glossário
fazendo com que os nutrientes resultantes sejam rapidamente libera- Paisagem natural: lugar que
reúne uma série de estruturas
dos na camada superficial do solo. A vegetação acaba absorvendo bióticas e abióticas, que podem
rapidamente esses nutrientes e poucos conseguem penetrar nas ca- ser percebidas e distinguidas pelos
madas inferiores do solo. Há três tipos de paisagens naturais na Flores- órgãos dos sentidos humanos.
ta Amazônica: igapós, várzeas e mata de terra firme.
Igapós
Os igapós são paisagens formadas
por vegetações próximas aos rios que
estão, que estão constantemente
inundadas. Há plantas que ficam
parcialmente submersas, como a vi-
tória-régia, e grandes árvores adapta-
das a terrenos alagadiços, dotadas de
raízes (suporte ou escoras e tabula-
res), que dão maior fixação a esse ti-
po de terreno.
Videowokart/Shutterstock.com
Vitória-régia (planta
típica dos igapós)
Várzeas
As várzeas ficam temporariamente alagadas, sen-
do uma paisagem de transição entre a vegetação
de mata firme e os igapós. Nas várzeas podemos
identificar algumas plantas semelhantes à vege-
tação dos igapós, inclusive árvores de médio ou
grande porte, como palmeiras e seringueiras.
Mata de
várzea da
Amazônia
Dr. Morley Read/Shutterstock.com
Planta do guaraná (Paullinia cupana), típica da Amazônia. Diomedia / Science Source / Nature's Images
bioLogiA,
tecnoLogiA,
soCiedade e
ambiente
drAuzio VAreLLA buscA
curA de doençAs nA AmAzôniA
O médico Drauzio Varella, o botânico Mateus Paciência e um
ex-operador de motosserra que virou guia florestal, Osmar
Ferreira Barbosa, desbravam a Amazônia numa missão de es-
tudos em busca de plantas que possam trazer novas subs-
tâncias para a fabricação de remédios para o tratamento de
doenças. As informações são do jornal britânico Guardian.
A bordo de uma embarcação que abre caminho pelos rios
da Amazônia adentro, os três pretendem descobrir na maior
floresta tropical do planeta um novo tratamento para o cân-
cer, relata reportagem do veículo de imprensa inglês publi-
cada nesta segunda-feira.
“Desde uma ameba até um elefante, todos os seres vivos
são uma fábrica de substâncias. E, com as plantas, não é dife-
rente”, entusiasma-se Mateus, com o barco cada vez mais
perto da margem onde ficará a base do grupo, uma pequena
cabana de madeira às margens do rio Cuieiras, a cerca de
quatro horas de viagem de barco de Manaus, a capital do
Amazonas. “Uma planta ou uma árvore são uma pequena fá-
brica de medicamentos. Tudo o que precisamos fazer é ten-
tar encontrar a aplicação para as substâncias que têm”,
complementa o botânico. [...]
Getty Images
to, em boa parte do ano, o cerradão, como dizem
os goianos e brasilienses, fica seco, o que Vista do Cerrado
pode causar alguns problemas respiratórios
nos habitantes locais.
A vegetação típica do Cerrado é constituída
por gramíneas, herbáceas e árvores espaçadas,
totalizando cerca de 12 mil espécies. Boa parte
dessas espécies apresenta morfologia semelhan-
te: raízes profundas, que atingem 20 metros de
profundidade, capazes de absorver a água do
lençol freático, e escleromorfismo (caules tortuo-
sos com casca espessa e folhas com cutícula es-
pessa), típica adaptação de plantas de regiões de
solo seco. Porém, há um detalhe importante: não
André Romeu/Folhapress
falta água no solo do Cerrado (embora ela esteja
mais disponível no lençol freático), mesmo em
épocas mais secas. Então por que parte da vege-
tação do Cerrado tem escleromorfismo? Escleromorfismo de planta típica do Cerrado na Chapada dos
Guimarães, MT.
ock.com
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Lobo-guará Suçuarana
fotografie4you/Shutterstock.com
Scenic Shutterbug/Shutterstock.com
Vsevolod33/Shutterstock.com
Cutia
Talvez esse foi o bioma mais deteriorado pelo homem na história do Brasil,
desde a chegada dos portugueses aos tempos mais recentes.
A Mata Atlântica fica nas encostas litorâneas do Brasil, do Rio Grande do Sul ao
Rio Grande do Norte. Além desses estados, a Mata Atlântica cobre parte dos territó-
rios de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergi-
pe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
A Mata Atlântica (assim como a Floresta Amazônica) é uma floresta tipicamente
tropical. Temperaturas elevadas, muitas chuvas e muita umidade são aspectos cli-
máticos típicos da tropical Mata Atlântica.
Na Mata Atlântica, há cerca de 20 mil espécies de plantas, dentre elas: ipês, pal-
miteiros, paus-brasil, jacarandás, embaúbas, jatobás, palmeiras, diversas espécies de
epífitas (bromélias, orquídeas etc) e cipós.
itman__47/Shutterstock.com
João Prudente/Pulsar Imagens
Pedro H. Bernardo/Folhapress
Chris Hill/Shutterstock.com
Mico-leão-
-dourado
Canário da
terra
cAAtingA
Trata-se do bioma mais típico da região semiári-
da do Nordeste brasileiro, envolvendo parte dos
territórios dos seguintes estados: Bahia, Ceará,
Paraíba, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ser-
gipe e Maranhão (estados nordestinos) e Minas
Gerais. Totalizando uma área de aproximada-
mente 844.453 km2, segundo o IBGE.
Xiquexique Juazeiro
Macaco-prego
Calango
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Veado-catingueiro
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saka
Yutt
Uma ave típica da Caatinga, a ararinha-azul, foi conside-
Iguana
rada extinta no ano 2000. No entanto, existem biólogos
aqui no Brasil e em outros países que tentam reproduzir a
espécie em cativeiro. Leia a reportagem da seção a seguir.
BIOLOGIA E
COTIDIANO
eXtintA dA nAturezA,
ArArinHA-AzuL ViVe em
cAtiVeiros de quAtro PAÍses
Você não deve ter visto uma ararinha-azul voando por aí. O animal
é considerado extinto na natureza: em 2000, a última sumiu. Mas
já deve ter visto a ararinha no cinema ou na TV. Ela é a estrela da anima-
ção “Rio”, do diretor brasileiro Carlos Saldanha. No filme, a
arara Blu, que mora nos Estados Unidos, descobre ser a penúltima
Editoria de Arte/Folhapress
Editoria de Arte/Folhapress
Filipe Frazao/Shutterstock.com
O Tuiuiú: Ave
símbolo do
Macaco Pantanal
bugio
Jacaré:
Comum nas
águas Cervo-do-
pantaneiras -pantanal
Marcos Amend/Shutterstock.com
Pampas
No Brasil, o bioma dos Pampas, também conhecidos como campos suli-
nos, restringe-se a um território localizado no sul do estado do Rio Gran-
de do Sul. Segundo o IBGE, os Pampas ocupam aproximadamente
176.496 km2.
Há quatro estações do ano bem definidas nos Pampas: primavera, ve-
rão, outono e inverno. No verão as temperaturas atingem mais de 30°C,
mas no inverno elas podem cair para abaixo de zero. As chuvas são regu-
lares e, de forma geral, o solo é irrigado e relativamente fértil e adequado
para a criação de gado (principal atividade econômica da região).
Agu
stin
leguminosas, com poucas árvores e arbus-
smoE
ris/S
tos. Tal paisagem é muito utilizada como
hu
tters
tock
área de pastagens para criação principal-
com.
mente de gado bovino e ovino.
Mas só tem gado nos Pampas? Não, há
também animais silvestres. São cerca de 50
espécies de peixes, 385 de aves, 90 de ma-
míferos e diversas espécies de répteis, anfí-
bios e invertebrados. São animais
comumente encontrados nos pampas: o
Flor
ratão-do-banhado, o veado-campeiro, a
ia
n An
dron
curruíra-do-campo, o papa-mosca-do-
ach
e/Sh
Ratão-do-banhado
Biomas
Brasileiros
Ameaçados
Ao longo de nossa história, cada um desses biomas vem sofrendo altera-
ções devido a vários fatores: extrativismo de matéria-prima, agropecuá-
ria, introdução de espécies exóticas (que não são nativas do ecossistema),
urbanização, tráfico de animais e vegetais, mineração etc.
Existe uma íntima relação entre a deterioração de nossos biomas e o
desenvolvimento econômico desenfreado (insustentável). Um dos gran-
des desafios de nossa sociedade (especialmente de nossos governantes)
é compatibilizar o desenvolvimento econômico, a exploração dos recur-
sos naturais, e a preservação desses recursos.
No capítulo 6 você estudará, de forma geral, os principais fatores que
ameaçam os ecossistemas do planeta. No entanto, até mesmo para intro-
duzi-lo aos assuntos que serão tratados no próximo capítulo, gostaría-
mos de exemplificar, ainda neste capítulo, de que forma alguns de nossos
biomas estão sob a ameaça de práticas humanas ilegais e insustentáveis.
Amazônia Ameaçada
Análises de satélite do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais) somadas aos estudos realizados por pesquisado-
res do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas)
revelam que cerca de 70% do desmatamento da Floresta
Amazônica é causado pela criação de áreas de pastagens.
Alguns pecuaristas incentivam as queimadas da floresta pa-
ra o estabelecimento de pastos, prática que – a médio ou a
longo prazo – provoca o esgotamento do solo. Em muitos
casos, as pastagens desgastadas são simplesmente abando-
nadas pelos responsáveis, Normalmente, esses pecuaristas
seguem em busca de outras áreas de floresta onde possam
estabelecer novos pastos. Assim, um novo ciclo de destrui-
ção se inicia.
Nossas matas, especialmente a Floresta Amazônica, vêm
sofrendo com a exploração ilegal e insustentável da madei-
ra. Segundo estudos da IMAZON (Instituto do Homem e
Meio Ambiente da Amazônia), entre os anos de 2011 e
2012, a exploração ilegal de madeira cresceu 63% só no
Mato Grosso. Conforme estudo realizado pelo INPA, a explo-
Para criar novas áreas de pastagens, ração madeireira ilegal na Floresta Amazônica chega a 90%
fazendeiros queimam a Floresta Amazônica de toda madeira extraída dela.
remanescente (Mato Grosso).
Rodrigo Baleia/Folhapress
Extração ilegal
de madeira na
Amazônia.
“(...) Por onde passar o rio haverá todo tipo de animais e de peixes. Porque essa água flui
para lá e saneia a água salgada; de modo que onde o rio fluir tudo viverá. Pescadores
estarão ao longo do litoral; desde En-Gedi até En-Eglaim haverá locais próprios para
estender as redes. Os peixes serão de muitos tipos, como os peixes do mar Grande.
Mas os charcos e os pântanos não ficarão saneados; serão deixados para o sal.”
Ezequiel 47:9-11 (nVi)
Com visto até aqui, vários biomas brasileiros estão sob constante ameaça. Entre os principais
fatores na degradação destes ambientes estão a má gerência humana frente a utilização e
exploração dos recursos naturais, bem como a má administração do próprio meio. O texto
bíblico acima aponta para um diálogo entre Deus e o profeta Ezequiel. Nele é possível notar
o estabelecimento de locais próprios à utilização sadia e consciente do homem, bem como
locais limitados aos seus próprios ecossistemas, a fim de uma manutenção saudável à vida
do homem e dos diferentes biomas. Você consegue identificar tais limites expostos no texto
bíblico? Você entende que respeitar, ou não, tais limites, interfere na vida do homem e do
meio? Explique
Cerrado
o
arig
io Md
Clau
Luiz
PL /
ture
/ Na
edia
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Zvan
Jaka
Fabio Maffei/Shutterstock.com
Caatinga Floresta Amazônica
• folhas com superfície reduzida e com cutícula espessa (para evitar a perda
Cerrado.
• Poucas 5 6
chuvas anuais
1 2 • Semi-árido 3 4
• Predomínio
de xerófitas • Região inundada • Muitas chuvas
• Grande • Muita umidade
• Muitas chuvas biodiversidade • Vegetação
• Predomínio • Alagamentos
• Muita umidade costeira
de áreas de oriundos das
• Várzeas, igapós, mata • Muitas árvores
pastagem, com cheias nos rios
de terra firme e epífitas
muitas Paraguai e
• Muitas árvores • Grande
gramíneas afluentes
e epífitas. biodiversidade
e herbáceas.
• Grande
biodiversidade
• Savana brasileira
• Predomínio de gramíneas, herbáceas, com
algumas árvores espaçadas.
• Solo com muito alumínio e pH ácido
1. Floresta Amazônica
2. Caatinga
4. Cerrado
5. Pantanal
6. Mata Atlântica
om
ck.c
rsto
e
hutt
ra/S
amu
o Ok
u
Tets
erto
Rob
Não há nada mais bonito
que o pantanal alagado,
e na linha do infinito,
ver o céu amplo e azulado!
om
Os jacarés bocejantes,
ck.c
rsto
mormacentos, preguiçosos,
e
hutt
ra/S
as araras revoantes,
amu
o Ok
u
tuiuiús esplendorosos!
Tets
erto
Rob
Nos corixos, nas baías,
o pantaneiro pescando,
nas canoas flutuantes...
nicolasdecorte/Shutterstock.com
Desses 2,5%
0,3%
rios e lagos
Ecossistemas Ecossistemas
lênticos (lagos) lóticos (rios)
A vida no mar
Estima-se que cerca de 70% da população mundial viva a 50 km
da costa litorânea. Boa parcela dessa população depende direta
om
ck.c
rsto
Litoral
Sublitoral 200 m
Epipelágica
Mesopelágica
1000 m
2000 m
Batipelágica
3000 m
Zona
Bentônica 4000 m
Abissal 5000 m
6000 m
Hadal
11000
biologia | 1 a série | m
Unidade 2 | Capítulo 5 | 247
Painel de luzes
Baterias
A zona hadal, localizada a profundidades maiores A pressão é altíssima, as temperaturas são baixas (perto
que 6000 metros a partir da superfície oceânica. de 0°C) e a luminosidade inexistente (provavelmente só
Algas microscópicas
do fitoplâncton protistas (diatomáceas, dinoflagelados, clorófitas etc),
cianobactérias e proclorófitas (bactérias clorofiladas
fotossintetizantes). O fitoplâncton ocupa o primeiro
nível trófico (produtores) das cadeias alimentares
aquáticas, e estima-se que seja responsável pela pro-
dução de aproximadamente 90% do O2 atmosférico.
Quase todo o oxigênio que respiramos vem da fotos-
síntese realizada pelas algas que constituem o fito-
plâncton. O zooplâncton é formado por organismos
heterótrofos diversos, como larvas de peixes, larvas
de crustáceos, microcrustáceos etc. Basicamente,
esse grupo alimenta-se de fitoplâncton, ocupando
o segundo nível trófico (consumidores secundários).
Microcrustáceos
do zooplâncton
Getty
Imag
es
Plantas
subaquáticas
Luz solar. P
Fitoplâncton Zooplâncton
O2 O 2
Animais
do fundo Matéria orgânica do
fundo e micróbios
YolLusZam1802/Shutterstock.com
ecossisTema lóTico
Os ecossistemas lóticos (do latim lotio, “o que lava “; ico, “próprio de “)
abrangem os córregos, rios e riachos com águas correntes. Você talvez
já tenha percebido que as águas dos rios deslocam-se com maior ve-
locidade do que as águas de um lago ou de uma represa. Os ecossiste-
mas lóticos caracterizam-se por ter correntezas mais fortes em
comparação aos ecossistemas lênticos.
Zona inicial
Zona média
Zona final
<www.planetabio.com/ biomas.html>
com
Ambiente, até 2009 os manguezais da costa
ck.
rsto
utte
brasileira abrangiam cerca de 1.225.444 hectares,
a/Sh
ol
indo desde o Oiapoque (no Amapá) à Laguna
Hak
Arto
(em Santa Catarina). As maiores extensões de
manguezais ocorrem entre a desembocadura
do rio Oiapoque, no extremo norte, e o Golfão Avicennia sp – raízes respiratórias
Maranhense, formando uma barreira entre o
mar, os campos alagados e a terra firme.
Os mangues são ecossistemas de transição Muitas espécies de plantas apresentam adaptações
entre a terra e o mar. Localizam-se principalmente à vida no mangue. A planta Rhizophora mangle, por
nas zonas litorâneas, nas proximidades dos exemplo, apresenta as chamadas raízes adventícias
estuários (onde desembocam os rios), mas (que na verdade são caules modificados), que
podem se estender por dezenas de quilômetros partem do caule e penetram no solo, dando
pelo continente adentro. O solo do mangue é suporte ao vegetal no terreno alagadiço e lodoso
alagado (devido às aguas que transbordam dos do mangue. Outra espécie vegetal, a Avicennia sp,
rios estuarinos ou à maré alta), lodoso, salgado, apresenta raízes respiratórias (pneumatóforos),
com muita matéria orgânica em decomposição. que emergem do solo para realizar trocas gasosas
Há pouco O2 no solo do mangue, com predomínio com o ar.
de micro-organismos anaeróbios que, ao Há muitas espécies de animais no mangue,
decomporem a matéria orgânica, liberam como peixes, aves, moluscos e caranguejos.
nutrientes e gases malcheirosos, como o H2S Muita gente pensa que o mangue é um local
(gás sulfídrico) e o CH4 (metano). que cheira mal, que tem sujeira, mas, como vimos,
essa concepção está totalmente errada. Diversas
espécies marinhas dependem do mangue não só
como fonte de alimentos, mas também como
berçário na postura de ovos.
Vale ressaltar que há muitos habitantes das
proximidades que utilizam o mangue como fonte de
renda, como no caso dos “catadores de caranguejos”
e dos “criadores de ostras”. Além disso, a poluição
das águas do mar, dos estuários e dos rios também
ameaça a integridade de nossos mangues.
nos manguezais.
Vila
Guaiamum
2. Estuário
É na região do estuário que há o encontro das águas dos rios com as águas do mar. Esta
mistura de água doce com água salgada faz com que o estuário contenha o meio termo
entre elas, isto é, a água salobra, com graus variados de salinidade. Na região estuarina,
as águas dos rios transportam muitos sedimentos para o mar, por isso, muitas vezes elas
são turvas. É comum a ocorrência de alagamentos dos terrenos e das vegetações às
margens dos rios em casos de maré alta. O transbordamento das águas pode causar
a formação de charcos, pântanos e mangues na região.
A grande quantidade de minerais trazidos pelos rios favorece o crescimento de
algas (fitoplâncton) nos estuários, por isso eles são considerados ecossistemas de alta
produtividade, sustentando um grande número de seres vivos, dentre os quais, peixes
(inclusive peixes comerciais), aves, crustáceos e moluscos.
Ethan Daniels/Shutterstock.com
I. Bentos
Amanda Nicholls/Shutterstock.com
IV. Nécton
om
ck.c
rsto
utte
e/Sh
vett
ecre
II. Bentos
in
Vila
Nécton
V.
om
ck.c
rsto
utte
r/Sh
III. Plâncton
dive
im
Ach
VI. Plâncton
Johnlips/Shutterstock.com
a. Você acha que o Melanocetus vive em b. Por que a coloração e a ausência de cavi-
profundidades abaixo ou acima de dades ocas são adaptações do Melanoce-
1000 metros? Justifique. tus ao meio em que vive?
Abaixo de 1000 metros, podendo ser encontrados nas A coloração escura (preta ou marrom) camufla-o em
zonas marinhas batipelágica ou abissal. Os seres que ambientes escuros. O fato de não conter cavidades
vivem nessas zonas estão adaptados à falta de luz ocas é uma adaptação às grandes pressões das
(zona afótica), sendo que muitos apresentam águas profundas. Se tivesse cavidades ocas, seu
Não. Trata-se de uma atividade insalubre, que remunera mal às pessoas, que sofrem
Muitas pessoas que sofriam com a seca do Sertão nordestino migraram para a capital Recife em
busca de melhoria de vida. No entanto, para sobreviver, muitos dos migrantes passaram a caçar
diagrama
Estuários
Flutuadores
Mangues Águas Águas
da superfície
Praias correntes paradas
Plâncton Outras
comunidades
Nécton Comunidades
biológicas aquáticas
Seres do fundo
Bentos
Referências bibliográficas
CASTRO, P. Biologia marinha . 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
O dióxido de enxofre pode reagir com o Você sabia que em certas condições o
vapor d’água e formar o ácido sulfuroso: mato pega fogo naturalmente? São as queima-
das naturais, geralmente causadas pela
SO2 (g) + H2O (v) → H2SO3 (aq.) combustão do mato seco em condições climá-
ticas específicas, como baixa umidade do ar e
O dióxido de enxofre reage com o oxigênio altas temperaturas.
e forma o trióxido de enxofre: As queimadas naturais liberam material par-
ticulado e gás carbônico, que vão para a
SO2 (g) + ½ O2 (g) → SO3 (g) atmosfera. Sua influência na intensificação do
efeito estufa é pequena, pois as queimadas na-
O trióxido de enxofre reage com o vapor turais não são tão frequentes e liberam menor
d’água e forma o ácido sulfúrico: quantidade de poluentes no ar se comparadas
às queimadas provocadas pelo homem, sobre-
SO3 (g) + H2O (v) → H2SO4 (aq.) tudo nas florestas.
Há ainda outro exemplo: você se lembra
(v) = vapor (g) = gasoso (aq.) = aquoso das marés-vermelhas? Esse fenômeno natural
de proliferação excessiva de algas que produ-
zem e liberam toxinas prejudica a fauna local e
reduz a biodiversidade.
135
(extinção da metade de todas as famílias de espécies marinhas);
Jurássico a Permiana Triássica (várias teorias); a extinção final Triássica
4a Extinção (vulcões) e a Cretáceo terciária (impacto de asteroide).
d
3a Extinção triásico
c Para que as extinções acontecessem, esses eventos
pérmico ocasionaram forte estresse nos ambientes do planeta, o que
300
causou a morte da maioria das espécies. As espécies
carbonífero
2a Extinção sobreviventes tiveram sucesso com os recursos que lhe restaram
Era paleozóica
b
devónico e hoje todas elas vivem em harmonia.
410
silúrico
435
1a Extinção
ordovícico a
500
câmbrico
540
chaoss/Shutterstock.com
cessários para sua própria sobrevivência. Em um passado bem
remoto, a utilização desses recursos naturais causava pouco impac-
to no meio, sem grandes prejuízos, afinal a população humana não
era tão grande para causar impactos consideráveis aos principais
ecossistemas do planeta.
No entanto, nos últimos dois séculos o homem vem alterando o
meio ambiente de forma intensa e preocupante. Os avanços tecno-
Congestionamento de veículos
lógicos em todas as áreas, principalmente na produção de
alimentos e na medicina, melhoraram a qualidade de vida humana,
fazendo com que a população mundial crescesse quase exponen-
cialmente. No século XIX a população humana girava em torno de
29 1 bilhão de pessoas. Porém, estima-se que a população mundial
o
da atual esteja na casa dos 7 bilhões. Você já pensou nisso? São 7 bi-
lhões de pessoas que exploram direta ou indiretamente os recursos
da
tificada
naturais da Terra.
Mas a humanidade vem tentando desenvolver políticas de
avanços tecnológicos na área ambiental que poderão ajudar o ho-
mem a não causar impactos tão significativos na natureza. Claro
que nossa postura em relação à exploração dos recursos naturais
também deverá mudar. Evitar o desperdício (de energia, água e
materiais), utilizar produtos que possam ser reciclados (ou reutiliza-
dos) e preferir formas alternativas de energia (energia solar, energia
eólica etc) são algumas das atitudes que todo o cidadão deve ado-
tar para que a natureza não sofra sérios prejuízos.
Vamos retomar os problemas ambientais. Os impactos ambien-
tais antropogênicos mais significativos resultam de atividades
como uso de veículos em frotas enormes, atividades industriais mal
reguladas, emprego de agrotóxicos e adubos químicos, consumo
exagerado de matéria e energia, desperdício de água, destino in-
correto para o lixo, entre outros. Os resultados desse tipo de
atividade você verá a seguir.
chaoss/Shutterstock.com
chaoss/Shutterstock.com
Imagem de teixo
(Taxus brevifolia)
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extinção ocasionada pelo homem. Especialmente
ste
/Sh
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após a revolução industrial, o progresso e a ga-
r st o
ck.co
nância levaram o homem a ocupar e explorar
m
desordenadamente vários ambientes, deixando
danos irreparáveis. Temos como principais focos
de extinção:
Dessa maneira, é importante que tenhamos 4. Aproximadamente 25% dos répteis, 20% dos
em mente que a natureza é complexa e interliga- anfíbios e 30% dos peixes são classificados
da, e que a luta para a defesa das espécies deve como ameaçados de extinção pela IUCN.
ser feita no ambiente como um todo. É hora de
pensarmos que, ao invés de salvar apenas ani- 5. A atual taxa de extinção das espécies, devido
mais cativantes ao público, como o panda ou o às ações humanas, é estimada como 1.000 a
mico-leão-dourado, deveríamos salvar ambientes 10.000 vezes maior do que a taxa natural
como um todo e uma biodiversidade que não é de extinção.
mostrada na mídia.
Seguem-se alguns exemplos de como as ex- 6. Desde 1800, foram extintas 103 espécies de
tinções estão presentes em nosso dia a dia. pássaros, uma taxa de extinção 50% maior
do que a taxa natural.
Desmatamento
Vimos no tema “biomas brasileiros ameaçados” do capítulo anterior que o desmata-
mento é um impacto antrópico que ameaça seriamente nossa biodiversidade, e que
suas causas são variadas. O estabelecimento de pastagens para a pecuária ou para o
plantio (cana-de-açúcar, soja etc.), além da extração de madeira e a atividade da mi-
neração, são as principais causas do desmatamento e degradação de nossos biomas.
O primeiro bioma perturbado foi a Mata Atlântica, por volta de 1503, na época da
colonização do Brasil, quando começou a extração maciça do pau-brasil para obten-
ção de madeira, da qual se retirava o pigmento vermelho vivo
utilizado para tingir tecidos. Em trinta anos, a exploração excessiva
da árvore, símbolo do nosso país, tornou a espécie extremamente Criação de Unidade de Con- ••
difícil de ser encontrada. Foi a primeira espécie brasileira ameaçada servação de Proteção Integral
pelo homem. e de Uso Sustentado.
O desmatamento causa a redução da biodiversidade por pertur-
bação dos habitats e nichos ecológicos das espécies. Afeta também Práticas de manejo sustenta- ••
os ciclos biogeoquímicos, por exemplo: com a remoção da cober- do para o extrativismo
tura vegetal a transpiração vegetal é reduzida, consequentemente, vegetal: cera de carnaúba,
isso altera o ciclo da água e provoca a diminuição da taxa de fotos- cupuaçu, açaí, guaraná,
síntese e o menor sequestro (absorção) de carbono na forma de cacau, castanha-do-pará,
CO2. No Brasil, a Floresta Amazônica absorve por ano 1,2 bilhões de borracha, óleos essenciais.
toneladas de CO2, isso representa cerca de 80% das emissões brasi-
leiras de CO2. O solo também é prejudicado com o desmatamento, Manejo sustentado para ••
pois, sem a vegetação, ele está mais susceptível à erosão e lixiviação. a obtenção de madeiras
Existem alternativas para se combater o desmatamento? certificadas.
Claro que sim. Veja algumas delas.
Ampliação da fiscalização so- ••
bre os biomas brasileiros.
•• Aumento da produtividade
agroindustrial: menor de-
manda por áreas cultiváveis.
Lisette van der Hoorn/Shutterstock.com
•• Exigência de certificação
da madeira empregada na
construção civil.
Basicamente são duas as causas: antropogênicas (ação humana) ou naturais (impactos produzidos por
fenômenos naturais: queda de meteoros, erupções vulcânicas, maremotos, queimadas naturais etc).
Esse aplicativo possibilita que usuários do mundo inteiro adotem árvores que serão
reflorestamento da Amazônia com plantas nativas. O usuário que adotar uma árvore terá
que contribuir com um valor anual. Do dinheiro arrecadado, 60% serão destinados aos
moradores da Resex para fazerem a manutenção das árvores e 40% serão investidos em
novas tecnologias.
Resolva as questões
102, 103 e 104 do
Caderno de
Atividades.
Glossário
*Eructação: eliminação ruidosa de gases do estômago.
Os gases do Efeito
Estufa, principalmente
fa
o CO2 , permitem que
stu
a luz do Sol passe
por eles. do efeito e
Gases
Urso-polar
sobre uma
lâmina de gelo.
e2dan/Shutterstock.com
o seguinte alerta: “Em casos de congestiona-
mento, desligue os motores”. Essa advertência
tem o objetivo de minimizar riscos de intoxica-
ção por monóxido de carbono. Congestionamento de carros
o2 + o2- o3
(CFC)
raios UV -
1 CF2C
o
2
CF2C 2
+C
- -
2o C + O3 O2 + C O
Perceba que, quando o ozônio está na estratosfera, ele beneficia a nossa sobrevi-
vência e a sobrevivência dos outros seres vivos. No entanto, há uma situação em que
o ozônio pode ser muito ruim: quando está presente nas camadas mais baixas da at-
mosfera (troposfera) – o que também pode acontecer por razões antropogênicas, ou
seja, pelas atividades humanas –, ele pode causar problemas respiratórios, principal-
mente em pessoas que têm rinite alérgica, bronquite ou asma.
O dióxido de nitrogênio, liberado por automóveis, é decomposto pela luz solar,
em monóxido de nitrogênio e um átomo de oxigênio. Este último, por ser muito rea-
tivo, combina-se a uma molécula de oxigênio e forma o ozônio (O3). Trata-se de uma
poluente fotoquímico, pois foi desencadeado pela radiação solar. Observe o
esquema abaixo.
50 km
50 km
Camada
de ozônio Camada
Estratosfera de ozônio Estratosfera
10 km
Troposfera 15 km
Troposfera
0
Ar frio Ar quente
Ar quente Ar frio
Os principais gases estufa são: dióxido de carbono, metano, óxido de nitrogênio e vapor
eructação e flatulência, também liberam gás metano. A adução excessiva pode favorecer
calotas polares, há aumento dos níveis dos oceanos, alterações climáticas e redução
O texto é pessoal.
86 7h
que ultrapassa o limite seguro de exposição 87 6h
diária estipulado em oito horas para sons de 85 88 5h
89 4 h e 30 min.
decibéis e apenas sete minutos para 115 decibéis. 90 4h
A Sociedade Brasileira de Otologia adverte que os 91 3 h e 20 min.
92 3h
aparelhos sejam regulados em 50% do volume 93 2 h e 30 min.
máximo para garantir a saúde dos usuários de 94 2h
95 1 h 45 min.
música digital. 98 1 h e 15 min.
Veja, ao lado, a tabela de decibéis de sons coti- 100 1h
dianos. 102 45 min.
104 35 min.
De acordo com o médico otorrinolaringologis- 105 30 min.
ta Henrique Zuccalmaglio Filho, o uso de mp3 e 106 25 min.
108 20 min.
similares pode causar dois problemas: inflamação 110 15 min.
no canal do ouvido (gerada pelo próprio fone e 112 10 min.
114 8 min.
curada por tratamento) e perda da audição. O 115 7 min.
trauma sonoro é resultado de batidas intensas no
Veja na tabela elaborada pelo
ouvido interno, e para este caso não há tratamen- Ministério da Saúde o tempo
to. São afetadas as frequências altas da audição, máximo de exposição a sons
relacionadas à compreensão das palavras – e não de diferentes intensidades:
Sim, pois sons muito intensos podem causar problemas auditivos e perda de audição
Sem proteção auricular, o máximo permissível de exposição à britadeira é 7 minutos por dia.
Trabalhadores da construção civil (ou outro setor) deveriam utilizar protetores auriculares,
Ácido muriático
Ácido de bactérias
0
1
Suco de limão
Vinagre
2
Mais
3 ácido
Refrigerante
Tomate/café
4
5
Leite
Água destilada
6
7
Água do mar Neutro
Bicarbonato de sódio
8
9
Leite de magnésia
Amônia líquida
10
11
Vegetação afetada pela chuva ácida. Monumento degradado pela chuva ácida.
Eutrofização
Você já observou num rio ou lago poluído muitos peixes mortos?
A eutrofização é um fenômeno associado ao lançamento exagerado de matéria
orgânica (esgoto, adubo, restos de alimento) no ambiente aquático. Sua decomposi-
ção aumenta os teores de fosfatos e nitratos na água, o que favorece a proliferação
excessiva de algas. Esse fenômeno é conhecido como “floração das águas”.
O crescimento exagerado de algas dificulta a entrada de luz, provocando a morte
das algas situadas numa posição mais interna. A maior disponibilidade de matéria
orgânica favorece o desenvolvimento excessivo dos decompositores aeróbicos, que
esgotam o oxigênio presente na água, causando a morte de plantas e animais. De-
pois, os decompositores anaeróbicos degradam a matéria orgânica com a liberação
de sulfeto de hidrogênio (H2S) – que causa um odor característico de ovo podre.
Os rios e lagos eutrofizados apresentam águas turvas, com muita matéria orgâni-
ca, baixos teores de oxigênio e biodiversidade reduzida.
hu
t te
r s to
ck .c
om
Conceitos
Quando há matéria orgânica no ambiente aquático, ela sofre
decomposição por microrganismos aeróbicos, o que envolve
consumo de oxigênio.
Poluição da água Surge, então, o conceito de Demanda Bioquímica de Oxigênio
(DBO), que corresponde à quantidade de oxigênio utilizado pelos
pu wa
nai/
S hu microrganismos para decompor a matéria orgânica, medido em mg/L
tter
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(em cinco dias). Por exemplo: DBO = 20mg/L significa que em um litro
oc k
. co
Morphart Creation/Shutterstock.com
É daí que procede a expressão
“Maluco por ser um chapeleiro”. As
lesões causadas pelo mercúrio tam-
bém inspiraram o escritor britânico
Charles Lutwidge Dudgson (1832–
1898), mais conhecido pelo
pseudônimo de Lewis Carroll, a criar
o personagem Chapeleiro Maluco.
Autorretrato (1887)
de Vincent Van Gogh
O papa-pilhas – descarte
de pilhas e baterias
a partir deles.
lIxo
Ave vítima de contaminação por petróleo. Há lixo em sua casa e em todas as casas. Mas as indústrias pro-
duzem lixo e os estabelecimentos comerciais também, assim
como os hospitais e outros estabelecimentos de grande porte.
São lixos diferentes que devem receber tratamentos e desti-
nos diferentes.
O lixo corresponde a resíduos sólidos que são descartados
e podem ter as seguintes origens: doméstico, comercial, in-
dustrial, de áreas públicas (ruas, praças, jardins), hospitalar
e outros. Veja:
ORIGEM COMPOSIÇÃO
t te
ck .
r s to
co m
ck .c
om
Cada brasileiro produz em média 1,1kg de lixo por dia. Se o lixo não receber
destino correto os bueiros podem ser bloqueados e facilitar a ocorrência de enchen-
tes. Além disso, pode ocorrer a proliferação de animais vetores de doenças – ratos,
baratas e mosquitos. A decomposição da parte orgânica do lixo gera o chorume: lí-
quido escuro, ácido e altamente tóxico, que pode se infiltrar no solo e contaminar os
lençóis freáticos. Por isso a atual Política Nacional dos Resíduos Sólidos prevê que to-
do o lixo deve receber destino correto, de tal modo que não haja contaminação
ambiental.
Como podemos contribuir? Se aplicarmos a regra dos 3 Rs nossa ajuda será
efetiva. reduzir: se reduzirmos o consumo de itens desnecessários, automaticamen-
te produziremos menos lixo. reutilizar: encontrar novos usos para determinadas
coisas, como potes de sorvete, que podem ser utilizados para guardar alimentos, ou
latas, que podem ser utilizadas como porta-lápis. reciclar: separar o lixo para recicla-
gem é uma atitude muito importante; além de reduzir a quantidade de lixo, a
reciclagem permite a economia de matéria e energia.
Neve ácida
Vapor de 3
água e nuvens Chuva ácida
1: São as fontes poluidoras e emissoras de gases que desencadeiam a chuva ácida, tais como o dióxido de enxofre (SO2).
2: Nas camadas mais altas da atmosfera, o dióxido de enxofre reage com o oxigênio (O2), forma o trióxido de enxofre (SO3),
que, por sua vez, reage com a água e forma o ácido sulfúrico (H2SO4). Veja as reações:
3: O ácido sulfúrico diluído em água se precipita em forma de chuvas ou neve para a superfície e afeta os meios terrestre e
aquático.
4: As plantas sofrem com a chuva ácida e pode ocorrer queda de folhas e morte de plantas.
5: O meio aquático também é atingindo pelas chuvas ácidas. Com isso, pode ocorrer a alteração do pH da água, com
Morte dos
II V
seres aeróbios
Lançamento de fósforo d e g r a d aç ão a n a e r ó b i a
I d a m at é r i a o r g â n i c a
e nitrogênio na água
co m l i b e r aç ão d
e
g a s e s tóx i co s
I. Crescimento de algas (floração).
II. Mortandade das algas.
III. Utilização do oxigênio dissolvido na água para decompor a matéria orgânica.
IV. Queda do oxigênio dissolvido na água.
V. Crescimento de bactérias anaeróbias.
Sugestão de resposta: A poluição das águas pode restringir muito o uso desse recurso natural e afetar a vida aquática. Com
menos peixes para pescar, a atividade pesqueira fica prejudicada, o que afeta diretamente muitas famílias que adquirem seu
sustento por meio desse trabalho. O consumo insustentável da água e o despejo de lixo nos mananciais afeta a navegação,
gerando prejuízos econômicos em diversas áreas. Além disso, a prática de esportes e atividades de lazer também são
prejudicadas.
Pb Pb Pb Pb Pb
C.
Shevelev Vladimir/Shutterstock.com
rápidas de design que criam a impressão de que o produto está obsoleto e precisa ser trocado.
3.
Programada como forma de estimular o consumo e movimentar a economia.
Condutor Eletrodos
Cabo elétrico
Fluxo
Dedo
do pé
Você acha que devemos discutir sobre usar ou não usar os recursos natu-
rais, ou devemos discutir como devemos usá-los? Justifique sua resposta.
Qual é, em sua opinião, a diferença entre a relação que os seres huma-
nos estabelecem com o meio em que vivem e a relação que os demais
seres vivos estabelecem com seus meios: somos mais responsáveis pelo
que fazemos do que eles? Por quê?
homem é dada uma responsabilidade e um poder que não é conferido aos animais. Esse