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2013-2014
“LEGALIZE”
Cravo’s
Faculdade de Medicina de Lisboa 2013/2014
Prefácio:
Agradeço à FML, a minha segunda casa, que através dos seus Docentes, me descortinou
parte da magia de Medicina e sobretudo à minha família Lisboeta por esta caminhada memorável
que da diferença fez brotar a complementaridade.
“O médico que só sabe Medicina, nem Medicina sabe” - Prof. Abel Salazar
Agressão Física
Chegada ao SU:
Passo 1:
- Continuidade
#Nexo necessário (certo, directo e total): induz de forma consistente e irreversível à morte
#Nexo adequado (certo e total): directo- lesão induz directamente a morte; indirecto – exemplo:
imobilização induzida pela lesão, desenvolve TEP que conduz à morte
Passo 2:
Caso a vítima decida realizar queixa crime Sinalizar crime ao Ministério Público. MP
convoca médico legista para realizar exame pericial. Caso o médico legista não esteja
disponível, deve ser o médico do SU a realizar o exame pericial, segundo ponto 3)
art.159º do Código Penal (descrito na página 8).
Realização de Exame Pericial de Urgência por médico de Medicina Legal para efeitos
de Direito Penal – Avaliação não personalizada em que bem jurídico tutelado é a
integridade física da vítima e cujo objectivo final é a aplicação de sanção ao agressor.
- Tempo de doença
- Preâmbulo
-Realização de Relatório Pericial
- Exposição exaustiva das provas periciais
“LEGALIZE” Cravo’s
- Conclusão médica - legal
Márcia Cravo 6
Faculdade de Medicina de Lisboa 2013/2014
Passo 3:
- Dano Estético
- Dano Futuro
- Dano Juvenil (Provar que o jovem teria muito potencial futuro que poderá ter ficado
comprometido com o acidente/agressão – este dano tem, obviamente que ser muito
bem justificado em tribunal)
O Dano Civil deve ser avaliado, segundo Decreto de Lei nº352/2007 – 23 de Outubro,
através de Tabela de Incapacidades Permanentes. Esta destina-se a ser usada para
avaliação de dano em matéria de direito civil, exclusivamente por médicos legistas ou
médicos de outras especialidades com competência na avaliação de dano corporal.
Características - Escoriação modelada (ex: unhas – escoriação modelada em semi – lua/ estigmas
ungueais)
4- Lesões Mistas
- Orla de equimose
- Disparo único
Ciclo Abuso “ The Battered Women”: Génese da Tensão Fase da Agressão Fase
Arrependimento
Chegada ao SU:
Passo 1:
Equimoses de diferentes cores indicam lesões induzidas em diferentes espaços temporais que
devem fazer o médico suspeitar de agressões físicas repetidas – violência doméstica.
Passo 2:
Realização de Exame Pericial de Urgência por médico de Medicina Legal para efeitos
de Direito Penal – Avaliação não personalizada em que bem jurídico tutelado é a
integridade física da vítima e cujo objectivo final é a aplicação de sanção ao agressor.
- Tempo de doença
- Preâmbulo
Abordagem em MGF:
Na consulta de MGF:
O médico perante vítimas de violência sexual – Crimes contra a liberdade sexual & o
médico perante vítimas de abusos sexuais infantis – Crimes contra a
autodeterminação sexual.
Crime contra a liberdade sexual (idade>16 anos): agressão sexual contra indivíduos
com discernimento para decidir acerca da sua vontade de praticar determinado acto
sexual.
Chegada ao SU:
Passo 1:
Geral:
Ginecológico:
# Sangue (β- HCG; Serologia VIH; VHB; VHC, VDRL e doseamento de drogas
- Não se pentear
- Não urinar nem defecar (caso não seja possível, a vítima deve defecar e urinar para recipientes
próprios de preservação das amostras biológicas)
Passo 3:
1- Quem, por meio de violência, ameaça grave, ou depois de, para esse fim, a ter
tornado inconsciente ou posto na impossibilidade de resistir, constranger outra
pessoa a sofrer ou a praticar, consigo ou com outrem, acto sexual de relevo é
punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.
2- Quem, por meio não compreendido no número anterior e abusando de
autoridade resultante de uma relação familiar, de tutela ou curatela, ou de
dependência hierárquica, económica ou de trabalho, ou aproveitando-se de
temor que causou, constranger outra pessoa a sofrer ou a praticar acto sexual
de relevo, consigo ou com outrem, é punido com pena de prisão até dois anos.
1- 1 — Quem, por meio de violência, ameaça grave, ou depois de, para esse fim, a ter
tornado inconsciente ou posto na impossibilidade de resistir, constranger outra
pessoa:
a) A sofrer ou a praticar, consigo ou com outrem, cópula, coito anal ou coito oral;
ou
b) A sofrer introdução vaginal ou anal de partes do corpo ou objectos; é punido
com pena de prisão de três a dez anos.
2- — Quem, por meio não compreendido no número anterior e abusando de autoridade
resultante de uma relação familiar, de tutela ou curatela, ou de dependência
hierárquica, económica ou de trabalho, ou aproveitando-se de temor que causou,
constranger outra pessoa:
a) A sofrer ou a praticar, consigo ou com outrem, cópula, coito anal ou coito oral;
ou
b) A sofrer introdução vaginal ou anal de partes do corpo ou objectos; é punido
com pena de prisão até três anos.
1- 1 — Quem, sendo maior, praticar acto sexual de relevo com menor entre 14 e 16 anos,
ou levar a que ele seja por este praticado com outrem, abusando da sua inexperiência,
é punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias.
2- — Se o acto sexual de relevo consistir em cópula, coito oral, coito anal ou introdução
vaginal ou anal de partes do corpo ou objectos, o agente é punido com pena de prisão
até três anos ou multa até 360 dias.
1- 1 — As penas previstas nos artigos 163.º a 165.º e 167.º a 176.º são agravadas de
um terço, nos seus limites mínimo e máximo, se a vítima:
a. For ascendente, descendente, adoptante, adoptado, parente ou afim até
ao segundo grau do agente; ou
b) Se encontrar numa relação familiar, de tutela ou curatela, ou de
dependência hierárquica, económica ou de trabalho do agente e o crime
for praticado com aproveitamento desta relação.
2- — As penas previstas nos artigos 163.º a 167.º e 171.º a 174.º são agravadas de
um terço, nos seus limites mínimo e máximo, se o agente for portador de doença
sexualmente transmissível.
3- — As penas previstas nos artigos 163.º a 168.º e 171.º a 174.º são agravadas de
metade, nos seus limites mínimo e máximo, se dos comportamentos aí descritos
resultar gravidez, ofensa à integridade física grave, transmissão de agente
patogénico que crie perigo para a vida, suicídio ou morte da vítima.
Tradução: violação 5 anos de prisão, agravamento até 10 anos.
1- O procedimento criminal pelos crimes previstos nos artigos 163.º a 165.º, 167.º, 168.º
e 170.º depende de queixa, salvo se forem praticados contra menor ou deles resultar
suicídio ou morte da vítima.
2- — O procedimento criminal pelo crime previsto no artigo 173.º depende de queixa,
salvo se dele resultar suicídio ou morte da vítima.
Crime público: <14 anos
VERIFICAÇÃO DO ÓBITO.
Quem Verifica?
MORTE EM HOSPITAIS:
NATURAL 1- Verificação por médico assistente ou por primeiro médico a
assistir o doente após a morte
NÃO NATURAL/ 1 – Verificação por médico assistente ou por primeiro médico a assistir
CAUSA IGNORADA o doente após a morte
a) Identificação do doente
b) Identificação do médico e número da ordem dos médicos
c) Local, hora e data do óbito
d) Informações clínicas e observáveis relevantes (causa que
determinou internamento; período de internamento; resultados
da observação clínica e dos ECDD; evolução clínica e
antecedentes relevantes para diagnóstico de etiologia médico
legal.
Na rua, deve ser a autoridade judicial convocada ao local que avalia se está
perante causa de morte natural ou causa de morte violenta/ ignorada
AUTÓPSIA: Segundo art. 18 45/2004 (página 33), a autópsia deve ser sempre realizada,
após verificação da morte, em caso de morte violenta ou de causa ignorada, salvo se
informações clínicas acompanhadas de outros elementos relevantes, permitam, com
segurança, concluir a inexistência de suspeita de crime. Nestas situações o MP
dispensa autópsia.
Processo de Morte:
- Apergaminhamento cutâneo
* Caso a distribuição dos livores não seja consentânea com a posição do cadáver pode
significar que o cadáver foi mobilizado após estabelecimento das alterações post-mortem
Tardios:
1. Período Cromático (inicio às 24h após a morte): inicia-se com uma mancha verde na
fossa ilíaca direita (por degradação do pigmento da hemoglobina) e dissemina-se pela
face, tórax, abdómen e membros.
2. Período Enfisematoso (inicio às 72h após a morte): gigantismo dos membros, face,
abdómen e órgãos genitais masculinos, devido ao processo de decomposição orgânica
induzido pelas bactérias com produção de gases. Neste período os corpos flutuam.
Entomologia Cadavérica:
Definição de Morte Cerebral: individuo que se encontra em coma profundo por lesão
irreversível, com ausência de funções mediadas pelo SNC e com restantes funções
mantidas por meios extraordinários de suporte.
A verificação é obrigatoriamente realizada por dois médicos com mais de cinco anos
de experiência que não podem constituir a equipa de colheita de órgãos.
Segundo Decreto de Lei 12/93 – são dadores de órgãos, todos os cidadãos nacionais,
apátridas e estrangeiros residentes em Portugal, excepto se registados no RENNDA.
CERTIFICAÇÃO DO ÓBITO.
Quem Certifica?
- MORTE EM HOSPITAIS:
NATURAL 1- Certificado de óbito deve ser preenchido pelo médico que
verificou a morte.
Na rua, deve ser a autoridade judicial convocada que avalia se está perante
causa de morte natural ou causa de morte violenta/ ignorada
1- Identificação do Falecido
2- Causa da Morte
a. Parte I
a) Causa Directa – doença/lesão que provocou directamente a morte
b) Causa Intermédia – doença/ estado mórbido que constitui condição antecedente directa ou
indirectamente relacionada com a causa directa de morte, ou a que identifica agente externo
que produziu as lesões mortais
c) Causa Básica – doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que
conduziram directamente à morte, ou como as circunstâncias do acidente ou violência que
produziram a lesão fatal.
d) Causa Orgânica – doença, estado mórbido ou qualquer circunstância que antecede/origina
“LEGALIZE” Cravo’s
causa básica Márcia Cravo
ou que desencadeou todas as causas indicadas em a), b) e c). 32
Faculdade de Medicina de Lisboa 2013/2014
Exemplos Preenchimento:
Morte Violenta:
Artigo 4.º
2.
Em estabelecimentos de saúde públicos ou privados o registo da verificação
da morte deve ser efectuado no respectivo processo clínico.
1- Anóxia Anóxia:
Com as mãos
# sem alterações visíveis no hábito externo # sem alterações visíveis no hábito externo
Etiologia médico – legal: Acidental e suicida Etiologia médico – legal: Acidental, suicida e
homicida
2-Anóxia Circulatória:
# Hábito Externo:
- Sulco submandibular em V invertido
- Protusão da língua
- Congestão generalizada
# Hábito Interno - Fractura do osso hióide e dos cornos superiores da cartilagem tiroideia
- Estigmas ungueais
# Hábito Interno - Fractura do osso hióide e dos cornos superiores da cartilagem tiroideia
- Anóxa Anémica
Asfixia Química
- Anóxia Histotóxica
3 – Anóxia Anémica
Existem dois tipos de classificações de morte por afogamento: com submersão ou sem
submersão e por outro lado, afogamento em água doce ou água salgada.
# Hábito Externo:
- Livores rosáceos
- Aparecimento de adipocera
Queimaduras:
Fogo
Líquido em Ebulição
Metais ao Rubro
Gases e Vapores
Insolação
Hiperpirexia
2. Frio
3. Electricidade
- C.A. > 25 e < 80ma e C.D. > 80 e <300ma perda de consciência; arritmias ou
espasmo respiratório
4. Radiação
Definição de Agentes Químicos: Substâncias que ao entrar em contacto com a pele e mucosas
exerce efeito de necrose celular.
Ciência que se dedica ao estudo de sangue e amostras biológicas com o objectivo de identificar
indivíduos através do seu perfil de DNA.
a) em Direito Civil
Segundo art. 4/83, a paternidade assentava na existência de relações sexuais entre a mãe e o
pretenso pai no período da concepção e na fidelidade da mãe ao pretenso pai.
Consequências: - Autoridade não é obrigada a recorrer sempre aos exames médicos periciais
- Autoridade não tem que aceitar um resultado de um teste que não autorizou
- Sem recombinação
b) em Direito Penal
Agressão Física
Passo 1:
A avaliação pelo Médico Legista deve ser realizado em curto prazo de tempo após a
entrada e estabilização do acidentado no S.U. para apuramento de responsabilidade
pelo dano em Direito Penal. Em matéria de Direito Penal – Avaliação não
personalizada em que o bem jurídico tutelado é a integridade psicofísica da vítima e
cujo objectivo é a reparação integral do dano.
- Tempo de doença
- Dano Estético
- Dano Futuro
- Dano Juvenil (Provar que o jovem teria muito potencial futuro que poderá ter ficado
comprometido com o acidente/agressão – este dano tem, obviamente que ser muito bem
justificado em tribunal)
Agressão Física
1 – Verificação por médico assistente ou por primeiro médico a assistir o doente após a morte
e) Identificação do doente
f) Identificação do médico e número da ordem
g) Local, hora e data do óbito
h) Informações clínicas e observáveis relevantes (causa que determinou internamento; período de
internamento; resultados da observação clínica e ECDD; evolução clínica e antecedentes
relevantes para diagnóstico de etiologia médico legal.
3 – Comunicar ao Director hospital que comunica ao Ministério Público (MP), que por sua vez, decide
sobre a realização de autópsia.
Acidente de Trabalho
Se Sinistrado não concordar com a indemnização pode iniciar Processo Judicial para
contrapor a proposta da seguradora:
Caso Seguradora e Sinistrado em desacordo com a nova IPP proposta pelo Médico
Legista, o Tribunal convoca Junta Médica.
Secção II
a) No trajecto de ida para o local de trabalho ou de regresso deste, nos termos referidos no
número seguinte;
g) Em actividade de procura de emprego durante o crédito de horas para tal concedido por lei
aos trabalhadores com processo de cessação do contrato de trabalho em curso;
a) Entre qualquer dos seus locais de trabalho, no caso de ter mais de um emprego;
b) Entre a sua residência habitual ou ocasional e as instalações que constituem o seu local de
trabalho;
d) Entre qualquer dos locais referidos na alínea b) e o local onde ao trabalhador deva ser
prestada qualquer forma de assistência ou tratamento por virtude de anterior acidente;
f) Entre o local onde por determinação do empregador presta qualquer serviço relacionado
com o seu trabalho e as instalações que constituem o seu local de trabalho habitual ou a sua
residência habitual ou ocasional.
3 - Não deixa de se considerar acidente de trabalho o que ocorrer quando o trajecto normal
tenha sofrido interrupções ou desvios determinados pela satisfação de necessidades
atendíveis do trabalhador, bem como por motivo de força maior ou por caso fortuito.
4 - No caso previsto na alínea a) do n.º 2, é responsável pelo acidente o empregador para cujo
local de trabalho o trabalhador se dirige.
Toxicologia Forense
Ou
-Avaliar situações em que a acção do agente externo tóxico provocou dano ou morte,
em sede de:
Etiologia Médico-Legal:
Agente Químico: substância química que quando em contacto com a pele ou mucosas
exerce efeito de necrose celular, originando queimadura química.
Toxicocinética engloba:
ÁLCOOL:
Evolução dos Efeitos 2ª: Depressão dos centros nervosos de origem mais primitiva.
Excitabilidade e exaltação de impulsos sexuais.
Do Álcool Crimes de ofensas corporais, sexuais e de Homicídio.
a Nível Cerebral 3ª: Depressão dos centros motores medulares. Diminuição da percepção
sensorial e motora com lentificação da fala e incoordenação da marcha.
Quedas acidentais, Desacatos e Acções suicidas.
Etiologia médico-legal:
ABUSO DE DROGAS:
Etiologia médico-legal:
1. Directa: Overdose