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ED MARCELO ZANINELLI
CURITIBA
2.021
ED MARCELO ZANINELLI
CURITIBA
2.021
Dedico esta monografia à minha esposa Daniele e meus filhos Giovani e
Bruno, que me apoiaram durante todo o tempo em que estive
desenvolvendo este trabalho. Também dedico a todos os meus
professores, em especial, representando todos, ao meu orientador Prof.
Dr. Claudio José Trezub, por seu exemplo, competência e atenção.
“A verdade é filha legítima da Justiça, porque dá a cada um o que é seu.
E isto é o que faz e o que diz a verdade, ao contrário da mentira. A
mentira, ou vos tira o que tendes ou vos dá o que não tendes; ou vos
rouba ou vos condena.” (Padre Antônio Vieira – 1654 – Sermão na Igreja
Maior – São Luis, MA)
RESUMO
Este trabalho apresenta um modelo de laudo médico pericial
previdenciário na justiça estadual com o objetivo de selecionar e
organizar todas as informações coletadas dos documentos médicos e da
avaliação pericial presencial, reunindo-as em um documento médico
legal completo e conclusivo, preenchido de maneira clara e objetiva, pois
se destina a informar a terceiros quanto a uma situação médica
específica, e, portanto, deve ser legível e compreensível. Na perícia médica
previdenciária o laudo pericial é prova decisiva da condição de
incapacidade laborativa, com vistas a assessorar a concessão de um
benefício por incapacidade. O laudo médico é o relato das ocorrências de
história, exame físico e exames complementares, bem como do registro
das explicações e conclusões do perito, além das provas documentais
existentes, com o objetivo de esclarecer a autoridade julgadora quanto ao
cabimento ou não do pleito. Foram analisadas diversas fontes para
confecção de laudos médicos, com tópicos distintos indicados por cada
uma delas, e com a escolha pelas informações mais completas e
representativas que servirão de embasamento para as conclusões e
justificativas a serem dadas nas respostas aos quesitos propostos pelo
juízo e pelas partes.
1 INTRODUÇÃO.......................................................8
2 METODOS...........................................................11
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................12
4 DISCUSSÃO.........................................................17
5 APRESENTAÇÃO DO MODELO.............................20
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................24
7 REFERÊNCIAS....................................................25
8
1 INTRODUÇÃO
A literatura médica traz, em diversas citações, a definição de
perícia. Segundo o Dicionário Houaiss, etimologicamente peritia é o
conhecimento adquirido pelo uso. Numa definição mais pragmática,
define-se uma perícia como um exame de situações ou fatos, relacionados
a coisas ou pessoas, realizado por um ou mais especialistas na matéria,
com o objetivo de elucidar determinados aspectos técnicos (EPIPHANIO e
VILELA, 2009).
As perícias médicas são parte fundamental em qualquer tipo de
processo: penal, civil, trabalhista e administrativo. E com relação à
finalidade a que se destina, podemos classificar a perícia médica em
judicial ou não judicial, estas destinadas a instrumentalizar processos de
cunho extrajudicial, como os que estão designados em áreas
administrativas.
Nos processos relacionados aos benefícios por incapacidade a
prova pericial é, geralmente, elemento decisivo. Para tal, e para que possa
ser tomada como meio de prova idôneo, a perícia deve revestir-se de
amplo conteúdo e o laudo fundamentado, para possibilitar a discussão
dos elementos que servirão de convencimento ao juiz (SAVARIS, 2.014).
A perícia médica judicial previdenciária, realizada na esfera da
justiça federal ou estadual, relaciona-se aos casos de não concordância
com os resultados da perícia administrativa realizada pela autarquia
federal.
O objeto da perícia judicial previdenciária é verificar a condição de
capacidade ou incapacidade para o trabalho, mediante a emissão de um
parecer técnico conclusivo sobre a necessidade do autor ser assistido
financeiramente por algum dos benefícios assistenciais previstos em lei.
O relatório médico-legal é a descrição mais minuciosa de uma
perícia médica, a fim de responder à solicitação da autoridade judicial
frente ao inquérito (peritia percipiendi). Se esse relatório é realizado pelos
peritos após suas investigações, contando para isso com a ajuda de
outros recursos ou consultas a tratados especializados, chama-se laudo
(GENIVAL VELOSO DE FRANÇA, 2.018).
Em direito, a perícia é um meio de prova em que as pessoas
qualificadas tecnicamente, os peritos, nomeados pelo juiz, analisam fatos
juridicamente relevantes à causa examinada, elaborando um laudo
(FARACO, 2.010).
O laudo pericial deve ser soberano, desde que fundamentado em
elementos científicos objetivos e que encontre subsídio nos achados do
laudo produzido.
9
Não existe um modelo único para laudos periciais, pelo que, tanto
peritos como instituições podem desenvolver formulários próprios,
conforme sua especificidade.
Isso já existe na justiça federal, em varas trabalhistas e na própria
autarquia federal, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
responsável pela análise administrativa inicial dos pedidos de benefícios
por incapacidade.
A própria Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias
Médicas realizou, no final do ano de 2.020, prova para obtenção de título
de médico especialista, sendo o principal peso na valoração dos
resultados (classificação dos candidatos) a uniformização das
informações que deveriam estar contidas nos respectivos laudos médicos.
No intuito de tornar o laudo pericial nesta área mais claro e
cientificamente respaldado, completo e de fácil interpretação para juízes
e advogados, objetiva-se, com este estudo, disponibilizar um modelo
organizado, que respeite as normas da legislação vigente e com todas as
informações necessárias para correta conclusão processual pelos
magistrados.
11
2 MÉTODO DA PESQUISA
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4 DISCUSSÃO
Não existe um modelo único para laudos periciais, pelo que, tanto
peritos como instituições podem desenvolver formulários próprios,
conforme sua especificidade.
Um laudo médico pericial padronizado, existente desde o ano de
2.009, em algumas cidades da região sul (de abrangência do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região), foi adotado como modelo padronizado de
laudo médico para perícias previdenciárias, cuja experiência tem
recebido aprovação sistemática, tanto por parte dos peritos como dos
magistrados, pois tem se mostrado ferramenta prática, que resultou em
melhora da qualidade das perícias, e na facilitação e compreensão da
prova pericial pelo julgador e pelas partes (TREZUB e PATSIS, 2.021)
Este instrumento padronizado, integrado pelo processo eletrônico
(e-Proc), com a perícia realizada totalmente na forma eletrônica, gera
insatisfação de alguns autores, que sentem que o modelo de software
para confeccionar um laudo retira-lhe a liberdade de escrever em uma
pequena caixa de texto, e engessa sua forma de justificar as conclusões.
A própria autarquia federal, INSS, possui um modelo próprio de
preenchimento pelos peritos dos dados obtidos na avaliação pericial
presencial, sendo considerado muito resumido, sem embasamento, e sem
conter todas as informações necessárias para o entendimento das suas
conclusões.
Independente do modelo a ser adotado, o papel do perito é
transformar todas as informações técnicas em texto. Em um texto o mais
completo possível e com embasamento científico consistente para ser
utilizado pelo juiz como fonte de informação para que sejam esclarecidas
as questões relacionadas ao objeto da ação.
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5 APRESENTAÇÃO DO MODELO
HISTÓRICO (Anamnese)
Histórico Ocupacional
Histórico e experiências trabalhistas com descrição sumária das
atividades laborais.
Histórico Previdenciário
Emissão de comunicado de acidente de trabalho, CAT, com
detalhes como data do acidente, descrição e classificação internacional
de doenças, CID.
Períodos de afastamento do trabalho com a qualificação do
benefício recebido e o motivo.
História da Patologia Atual
Desde o início dos sintomas, ou a data do evento acidentário,
diagnóstico(s), formas de tratamento realizadas, evolução, novas
abordagens, sintomas atuais e recursos em utilização.
História Mórbida Pregressa
Condições médicas prévias ou sem correlação direta com os dados
da história da patologia atual.
História Mórbida Familiar
Histórico de doenças com potencial de relação com sua moléstia
atual.
Condições e Hábitos de Vida
Estado civil, filhos, pessoas que compartilham sua residência.
Vícios como álcool, drogas ou tabagismo.
Prática de atividades físicas ou outros hobbies.
DESCRIÇÃO
Exame Físico Geral e do Estado Mental
Condições gerais do periciado e do estado mental, incluindo
vestimenta, estado nutricional, características pessoais, curso de
raciocínio e memória, humor, peso, altura, predominância de lado
corporal (dextro ou sinistrodominante)
Exames Complementares
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
Finalização do Laudo
PREÂMBULO
. Circunstâncias da Perícia
. Identificação
. Objeto da Ação
HISTÓRIA
. Histórico Ocupacional
. Histórico Previdenciário
. Histórico da Patologia Atual
. História Mórbida Pregressa
. História Mórbida Familiar
. Condições e Hábitos de Vida
DESCRIÇÃO
. Exame Físico Geral e do Estado Mental
. Exames Complementares
. Documentos Médicos Relevantes
DISCUSSÃO
. Resumo Clínico
. Diagnóstico
. Sobre a(s) Patologia(s)
. Nexo Causal/Concausal
. Capacidade Laborativa
. Datas Técnicas Previdenciárias
CONCLUSÃO
RESPOSTA AOS QUESITOS APRESENTADOS
Anexos e outros dados
Finalização do laudo
24
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 REFERÊNCIAS