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ATESTADOS
Os atestados médicos, também conhecidos como certificados médicos, são as
declarações redigidas por autoridade médica, relativas a fatos médicos, cuja
finalidade é afirmar o estado mórbido ou de higidez de um paciente. Do ponto de
vista ético-legal, trata-se do ato de afirmar ou provar em caráter oficial.
Atestado de doença
Tem por objetivo declarar a impossibilidade de exercer
determinada função ou atividade no âmbito trabalhista-
previdenciário, na prática de exercícios físicos ou no uso de
transportes coletivos. Serve, ainda, para esclarecer aos órgãos
competentes que o solicitante é portador de uma alteração
funcional, possibilitando o direito a pleitear uma vaga especial em
concursos públicos ou processos seletivos. Do ponto de vista
jurídico, pode, por exemplo, justi car a interdição judicial de uma
pessoa em caso de esta não poder, por motivo de doença, responder
pelos seus atos.
Atestado de saúde
Informa sobre a boa condição psicofísica do solicitante para o
desempenho de determinada função ou atividade no âmbito
trabalhista-previdenciário, na prática de exercícios físicos ou para
ns jurídicos, como para o cancelamento da interdição judicial.
Atestado de vacina
Pode ser englobado no atestado de saúde. Serve para comprovar
o estado vacinal do paciente, sendo mandatório constar os tipos de
vacinas, as datas de aplicação e as respectivas doses.
Atestado médico administrativo
Tem seus efeitos perante as repartições públicas. São exemplos
licença-maternidade, para doação de sangue, para abono de faltas
ou para consentimento de aposentadoria por invalidez.
Atestado de óbito
O Ministério da Saúde reserva a denominação declaração de óbito
ao documento fornecido pelo médico e atestado de óbito à parte VI
desse documento (FIGURA 16.1). Certidão de óbito é o documento
fornecido pelo Cartório de Registro Civil.
Com ele é realizado o registro de óbito no cartório, sem o qual
não se pode realizar o sepultamento.
Aspectos legais
O CFM de niu, no Código de Ética Médica, vários fatores
importantes a serem observados quando da elaboração de atestados
médicos.
É vedado ao médico:
Art. 80. Expedir documento médico sem ter praticado ato pro ssional que o justi que,
que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade.
Art. 81. Atestar como forma de obter vantagens.
Art. 82. Usar formulários de instituições públicas para prescrever ou atestar fatos
veri cados na clínica privada.
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha veri cado pessoalmente, ou quando não tenha
prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o zer como plantonista, médico
substituto ou em caso de necropsia e veri cação médico-legal.
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto
quando houver indícios de morte violenta.
Art. 86. Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou a seu representante legal quando
aquele for encaminhado ou transferido para continuação do tratamento ou em caso de
solicitação de alta.
Art. 91. Deixar de atestar atos executados no exercício pro ssional, quando solicitado
pelo paciente ou por seu representante legal.
Infelizmente, são frequentes as denúncias envolvendo esse tipo
de documento médico, em que processos ético-pro ssionais têm sido
gerados por indícios de atestados inidôneos ou mesmo falsos.
PRONTUÁRIO MÉDICO
Segundo o dicionário Porto, prontuário advém do latim
promptuariu, que signi ca despensa, armazém. Signi ca lugar onde se
colocam as coisas que são precisas a qualquer momento. Assim, o
prontuário médico pode ser de nido como um local onde
informações médicas sobre um paciente estão à disposição, para
serem observadas e utilizadas a qualquer momento.
Com os avanços tecnológicos, surgem os registros médicos
informatizados, tornando o uso dos dados do prontuário mais
amplo, abrindo espaço para ferramentas clínicas como geradores de
lembretes e facilitando a interação de diversos pro ssionais dentro
das redes de atenção que participam no cuidado de determinado
paciente (ver Capítulo Prontuário Eletrônico e Sistemas de
Informação em Saúde para Atenção Primária à Saúde).
O prontuário é universalmente utilizado e aceito no meio
médico, porém, muitas vezes, é usado de maneira inadequada. Erros
no preenchimento desse documento podem ter repercussões
gravíssimas para o paciente, para o médico e para a própria
medicina.
Um exemplo é o preenchimento ilegível da prescrição
medicamentosa, podendo ter consequências fatais, por levar à
administração de medicamentos ou doses erradas ao paciente.
A forma taquigrá ca de alguns prontuários, onde detalhes
importantes são omitidos, pode expor o médico a processos judiciais
e consequente desgaste moral e psicológico. De semelhante maneira,
em função da ilegibilidade, desorganização e omissão de dados
importantes, as pesquisas médicas realizadas pela avaliação do
prontuário são bastante prejudicadas. Esses tristes fatos nos levam a
crer que, de maneira geral, boa parte dos médicos desconhece a
importância ética, legal e cientí ca do prontuário médico.
De nição
Segundo a resolução do CFM no 1.638/2002, o prontuário
médico é um documento único constituído de um conjunto de
informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos,
acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência
a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e cientí co, que possibilita a
comunicação entre membros da equipe multipro ssional e a
continuidade da assistência prestada ao indivíduo.
Essa resolução informa ainda em seu Art. 2o que a
responsabilidade pelo prontuário médico cabe:
→ Ao médico assistente e aos demais pro ssionais que
compartilham do atendimento.
→ À hierarquia médica da instituição, nas suas respectivas áreas
de atuação, que tem como dever zelar pela qualidade da
prática médica ali desenvolvida.
→ À hierarquia médica constituída pelas che as de equipe,
che as da Clínica, do setor até o diretor da Divisão Médica
e/ou diretor técnico.
Como todo documento médico, este deve ser preenchido de
forma legível, com a clara identi cação dos envolvidos no cuidado
do paciente.
Aspectos legais
O prontuário médico é um instrumento extremamente valioso
para o paciente, seu médico e demais pro ssionais de saúde. Como
todo e qualquer documento médico-legal, o seu correto e completo
preenchimento, como já citado, permite ao médico sua eventual
defesa judicial perante a autoridade competente, em caso de
processos ético-legais.
Este aspecto ético-legal do prontuário levou o CFM a enfatizar,
em seu novo Código de Ética Médica, cuidados relativos a tal
documento:
É vedado ao médico:
Art. 85. Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas
ao sigilo pro ssional quando sob sua responsabilidade.
Art. 86. Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou a seu representante legal quando
aquele for encaminhado ou transferido para continuação do tratamento ou em caso de
solicitação de alta.
Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.
§ 1° O prontuário deve conter os dados clínicos necessários para a boa condução do caso,
sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica com data, hora, assinatura e
número de registro do médico no Conselho Regional de Medicina.
§ 2° O prontuário estará sob a guarda do médico ou da instituição que assiste o paciente.
Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando
solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo
quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros.
Art. 89. Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por
escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa.
§ 1° Quando requisitado judicialmente o prontuário será disponibilizado ao perito médico
nomeado pelo juiz.
§ 2° Quando o prontuário for apresentado em sua própria defesa, o médico deverá
solicitar que seja observado o sigilo pro ssional.
Art. 90. Deixar de fornecer cópia do prontuário médico de seu paciente quando de sua
requisição pelos Conselhos Regionais de Medicina.
Referências