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A Guiné-Bissau tem uma das economias mais sensíveis do mundo, uma crise
política e expectativa de vida de 49 anos para quem nasceu em 2008, de
acordo com a Organização Mundial de Saúde. Mas entidades internacionais,
em parceria com o governo, têm tentado mudar a realidade socioeconômica do
país por meio do estímulo ao empreendedorismo.
Um dos motivos é que a economia frágil — fortemente baseada na castanha de
Caju — é extremamente informal. Isso impacta na arrecadação de impostos e
gera a necessidade de criação de empresas formais. O ideal seria a
diversificação de produtos e serviços para criar e fortalecer um sistema
econômico sólido e isso só seria possível com educação e financiamentos
públicos que estimulem os empreendedores locais.
ALGUMAS PARCERIAS
Uma das iniciativas de maior destaque no país é financiada pelo Banco
Mundial e chamada de desafio GB. Destinado a quem tem entre 20 e 40 anos,
o programa estimula que jovens empreendam em setores como turismo,
educação, agricultura e saúde, além de dar formação e uma quantia em
dinheiro para capital inicial. A intenção é valorizar 50 boas ideias espalhadas
pelo país e desenvolver economicamente a região.
Mas não é apenas o Banco Mundial que apoia a iniciativa. A União Europeia e
a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) também estimulam o
empreendedorismo em Bissau.
Mais recentemente, por exemplo, a Assistência Técnica para a Implementação
da Diplomacia Econômica Europeia na Guiné-Bissau — vinculada à União
Europeia — divulgou medidas para educar a população para a necessidade de
empreender. São reuniões, seminários e palestras pelo país, que orientam para
a diversificação da economia, gestação de ideias e de iniciativas inovadoras.
Já a CPLP tem desenvolvido medidas de apoio técnico e educativo que
envolvem inclusive a relação com outros países do bloco. Desde 2019, por
exemplo, a Confederação de Empresários da Comunidade de Países de
Língua Portuguesa (CE-CPLP) abarca uma federação de mulheres
empresárias e empreendedoras, com incentivo de gênero e de negócios. Na
Guiné-Bissau, a representante é Munira Jauad Ribeiro, ex-embaixadora,
economista e ativista social de impacto no país.