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Cruzeiro

Aluno(a):Anaurise _______________________________

Série: ________ Turma: ________ Data: _____/_____/_____
Octogonal
Professor(a): _______________________________________ 3213-3737
Ed. Infantil Ens. Fundamental Ens. Médio www.ciman.com.br

Proposta de redação 2 – Do passado ao presente

Leia o texto da página 17 do livro Produção de texto (seguindo as instruções dadas) – Parte I e faça uma
síntese em 4 parágrafos do texto lido.

Do passado ao presente

A breve história das interações humanas com as tecnologias digitais é marcada por uma intimidade em
constante evolução: da integração, em meio século, de uma ferramenta surpreendentemente nova aos
corações de bilhões de pessoas.

[...]

Thomas Watson, presidente da IBM, ficou famoso por supostamente ter dito, em 1943: “Acredito que
exista uma demanda mundial para talvez cinco computadores.” [...]

Os computadores, no entanto, mostraram-se uma atração muito mais poderosa do que esperavam até
mesmo os acadêmicos mais ambiciosos. Ao fim da década de 1970, novas máquinas desenvolvidas por
empresas como Apple, Commodore e Tandy estavam vendendo centenas de milhares de unidades. A
revolução digital havia se tornado pública.

Mas isso era apenas o começo da ininterrupta integração das interações entre os seres humanos e a
tecnologia digital. Desde a década de 1970, nossas máquinas têm se tornado cada vez mais poderosas,
mais interconectadas e mais fáceis de usar. [...]

Mais importante do que a capacidade, no entanto, é a experiência que essas máquinas proporcionam.
Nesse campo, a grande revolução está apenas começando. Isso porque o conceito de “computador pessoal”
como sendo um desktop em casa ou um laptop na mochila está sendo gradualmente substituído por outro:
o smartphone na mão ou o tablet na mesa, ligados e conectados o tempo todo.

Estamos, eu acredito, gradualmente deixando o mero “computador pessoal” e adotando o que pode ser
chamado de “computador íntimo”, representando um nível inteiramente novo de integração de tecnologias
digitais às nossas vidas. [...] Para a geração dos chamados “nativos” da era digital, o telefone celular é a
primeira coisa que você pega quando acorda, pela manhã, e a última a largar à noite, antes de dormir.

Todas as tecnologias afetam nosso comportamento à medida que as utilizamos: “moldamos nossas
ferramentas, e então as ferramentas nos moldam”, como disse o teórico canadense Marshall McLuhan,
pioneiro nos estudos sobre as mídias. Ao nos libertar da segurança do modo de vida diário de caçadas e
encontros, as tecnologias, desde a agricultura rudimentar à refrigeração, nos ajudaram a construir cidades e
civilizações. Ao alterar nossa mobilidade, as tecnologias de transporte alteraram nossas relações com o
tempo e o espaço. Somos criaturas tecnológicas. Faz parte de nossa natureza ampliar a nós mesmos e ao
mundo — ir além dos limites e nos adaptarmos.

[...]
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O mais importante de tudo, no entanto, é o fato de que os dispositivos digitais não são capazes apenas
de exibir e reproduzir informação: eles também podem animá-la, dando um sopro de vida a bytes e
algoritmos. Quando programamos um computador, não estamos simplesmente criando um objeto, como
fazemos ao escrever um livro, pintar um quadro ou desenhar um mapa. Estamos configurando um sistema
dinâmico para que outros possam explorar e interagir. Estamos construindo outros mundos.

Talvez esse seja o milagre central de nossa era — e aquele que melhor explica a contínua migração de
esforços, atenção, emoção, atividade econômica e inovação em direção às tecnologias digitais. Assim
como as cidades funcionaram como ímãs para a maior parte da população ao longo do último século, o
reino digital está levando as pessoas ao ponto mais intenso de suas possibilidades: simulações que nos
tocam de forma mais profunda do que as meras experiências reais.

CHATFIELD, Tom. Como viver na era digital. Tradução de Bruno Fiuza.


Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 19-27. (Fragmento adaptado).

1o passo: Identificar o tema do texto.

O primeiro parágrafo do texto fornece uma boa “pista” sobre o tema do texto: “A breve história das
interações humanas com as tecnologias digitais é marcada por uma intimidade em constante evolução
[...]”. Ao longo do texto, a hipótese de que o tema trata do impacto das tecnologias digitais na vida das
pessoas se confirma, quando constatamos que, após um breve histórico da invenção e desenvolvimento dos
computadores, os parágrafos do texto passam a abordar essa questão.

2o passo: Elaborar uma síntese do texto.

No momento de avaliar quais elementos do texto os alunos selecionam para elaborar sua síntese, o
professor deve assegurar que as seguintes informações estejam presentes:

 A atração dos computadores para as pessoas surpreendeu até mesmo os técnicos e cientistas
envolvidos em sua criação e desenvolvimento. A partir da década de 1970, centenas de milhares de
pessoas passaram a adquirir computadores.
 O desenvolvimento da tecnologia digital está provocando uma revolução na relação entre as
pessoas e as máquinas: o “computador pessoal” está se transformando em “computador íntimo”.
 Todas as tecnologias afetam nosso comportamento.
 Somos criaturas tecnológicas. Recorremos à tecnologia para expandir nossos limites.
 O reino digital permite ampliar as experiências humanas e simular a criação de outros mundos.

3o passo: Organizar as próprias ideias com relação aos elementos relevantes.

Esse é um procedimento necessariamente individual, porque depende das informações de que cada um
dispõe sobre o tema abordado no texto. Sugerimos que sejam feitas algumas perguntas aos alunos, para
que possam começar a organizar as informações de que dispõem.

► Você já teve oportunidade de refletir sobre o impacto das tecnologias digitais na vida das pessoas?
Em que contexto se costuma refletir sobre essa questão?
 ► Já viu / leu alguma reportagem a esse respeito?
O que era dito nela?
 ► Já assistiu a algum filme que tratasse do assunto? Qual? Como a questão da interação entre seres
humanos e as tecnologias digitais foi tratada? (Se for necessário, indicar aos alunos o filme Minority
Report: a nova lei.)

 Minority Report: a nova lei, de Steven Spielberg. EUA, 2002.


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No ano de 2045, o combate ao crime na cidade de Washington é feito com base em previsões realizadas
por três cognitivos (os precogs). Com quatro dias de antecedência, os precogs têm uma visão e, como
resultado, o nome da vítima e o do criminoso aparecem gravados em duas esferas. Com base nas
informações obtidas nessas visões, uma divisão especial da polícia — Pré-crimes — entra em ação, para
impedir que o crime aconteça. Por seis anos esse processo funciona sem qualquer problema, até que o
sistema é posto em xeque por uma possível falha humana.

 ► Passou por alguma experiência recente que possa ser relacionada a essa questão? (Situação em família
em que as pessoas, em lugar de dialogar, estavam todas utilizando smartphones ou tablets? Saiu com
amigos e observou que muitos estavam preocupados em conferir se havia atualizações de mensagens em
seus smartphones? Estava no cinema e havia pessoas falando ao celular durante o filme?)

Quando os alunos já tiverem coletado as informações de que dispõem, devem ser orientados a pensar sobre
como tais informações podem ser articuladas com o que foi dito no texto lido.

4o passo: Estabelecer relações entre os elementos relevantes e entre eles e outras informações de que o
leitor disponha.

Após a apresentação de um breve histórico da criação dos computadores e de como eles se desenvolveram
até chegar ao ponto em que se encontram nos dias atuais, o texto oferece uma hipótese explicativa para a
importância das tecnologias digitais: as máquinas mais modernas oferecem um novo tipo
de experiência para as pessoas, permitindo que estejam conectadas a maior parte do tempo. Para
desenvolver essa hipótese, o texto introduz a ideia de que os “computadores pessoais” sofreram uma
revolução, com o avanço tecnológico, e passaram a desempenhar, com o advento
dos smartphones e tablets, a função de “computadores íntimos”, estabelecendo um novo nível de
integração das tecnologias digitais às nossas vidas.

Uma citação do teórico canadense Marshall McLuhan é utilizada para apresentar o argumento que
sustentará o ponto de vista apresentado: “moldamos nossas ferramentas, e então as ferramentas nos
moldam”. A introdução da ideia de que a evolução humana está associada ao desenvolvimento de
diferentes tecnologias permite ao texto ampliar o campo de análise, demonstrando que a evolução humana,
a construção de cidades e de civilizações sempre esteve vinculada a algum salto tecnológico. Esses
argumentos reforçam a hipótese de que o esforço humano para desenvolver novas tecnologias se explica
pelo nosso desejo de “ampliar a nós mesmos e ao mundo — ir além dos limites e nos adaptarmos”.

É importante que, ao dar esse passo, o aluno procure levar em conta sua experiência pessoal e as
informações que tem sobre o uso (excessivo ou não) das novas tecnologias digitais: são capazes de se
lembrar de como era a vida antes dos smartphones e tablets? Em que medida seu comportamento (ou o de
seus parentes e amigos) foi alterado pelo acesso a esses equipamentos? Essas alterações são positivas ou
negativas? Feita essa reflexão, é hora de o aluno se perguntar sobre o modo como essas informações
podem ser relacionadas ao que diz o texto: ajudam a confirmar a análise feita? Permitem refutá-la? Por
quê?

5o passo: Interpretar os dados e os fatos apresentados.

A interpretação dos dados já é explicitada no próprio texto: o comportamento dos seres humanos vem
sendo alterado à medida que novas tecnologias surgem e afetam sua relação com o trabalho e com o lazer.
Em lugar de condenar a suposta submissão das pessoas às tecnologias, o texto vê esse processo como
inevitável, já que dependemos delas para ampliar nossos próprios limites.

6o passo: Elaborar hipóteses explicativas para fundamentar a análise do texto.

No caso do texto lido, a hipótese explicativa para a maneira como se vem configurando a relação entre os
seres humanos e a nova tecnologia digital aparece no 6o parágrafo. Ali, lemos que “Mais importante do que
a capacidade [das máquinas criadas] é a experiência que essas máquinas proporcionam”. Mais adiante, o
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texto chama a atenção para o fato de que, por meio dos novos equipamentos, o ser humano adquiriu a
capacidade de construir novos mundos. E conclui: “Talvez esse seja o milagre central de nossa era — e
aquele que melhor explica a contínua migração de esforços, atenção, emoção, atividade econômica e
inovação em direção às tecnologias digitais”. A sugestão final feita pelo autor é a de que as simulações
geradas por meio dos equipamentos de alta tecnologia têm, hoje, um poder de sedução maior do que as
experiências reais vividas pelas pessoas.

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