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GESTÃO MINIMALISTA:
MÉTODOS ÁGEIS, DESIGN
E LEAN THINKING
© 2018 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A.
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Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Danielle Leite de Lemos Oliveira
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Revisor
Yane Ribeiro de Oliveira Lobo
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Daniella Fernandes Haruze Manta
Flávia Mello Magrini
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-85-522-1324-6
CDD 300
Thamiris Mantovani CRB: 8/9491
SUMÁRIO
TEMA 01......................................................................................................... 5
O que é gestão minimalista
TEMA 02.......................................................................................................24
Métodos ágeis
TEMA 03.......................................................................................................43
Implantando métodos ágeis
TEMA 04.......................................................................................................63
Scrum
TEMA 05.......................................................................................................81
Design thinking
TEMA 06.......................................................................................................95
Design thinking aplicado à serviços
TEMA 07.....................................................................................................108
O conceito lean
TEMA 08.....................................................................................................130
Como aplicar o conceito de lean na prática de empresas
Objetivos
Porém, nos dias de hoje minimalismo representa o lema menos é mais; é co-
locar um pouco de ordem no caos que as pessoas tendem a deixar à sua vol-
ta, é alcançar o êxito por meio da elegância, eficiência e eloquência. A gestão
minimalista vem mostrar que o excesso desequilibra, atrapalha, confunde e
geralmente leva ao fracasso.
Logo, é preciso ter elegância para tentar descobrir o que os stakeholders de-
sejam, eficiência para realizar estes desejos e eloquência para transformar a
satisfação em produto ou serviço. O minimalismo está associado à razão, é
a ferramenta certa para gestão de recursos, pois ajuda a equilibrar o gasto
As empresas nos anos 1950 tinham um conceito muito marcante nas suas
visões estratégicas: os 4Ps. Conceito introduzido por Jerome McCarthy
(SERRANO, 2006). Este conceito foi substituído pelos 4Cs (LAUTERBORN,
1990), a saber:
RESPONSABILIDADES
EXECUTIVAS de BRANDING
TAREFAS
GERENOAIS de
MARKETING
4Cs
4 s
Fonte: adaptada de Nascimento e Lauterborn (2007).
1.1 Elegância
• Comunicação interna.
1.2 Eloquência
1.3 Eficiência
1.4 Êxito
ASSIMILE
Em mais de uma área do conhecimento menos é mais. Na
gestão de custos é comum o comentário: “Antes 80% certo,
que 100% errado”. Na área de analitycs e produção de gráfi-
cos também se usa o lema menos é mais!. Ou seja, menos
informação, gráficos com menos cores, etc. são melhores.
Objetivos Implementação
EXEMPLIFICANDO
A proposta do Projeto Axiomático avalia os projetos segun-
do a solução adotada para atender aos requisitos funcio-
nais. Ainda dentro desta visão, existem sistemas acopla-
dos, parcialmente acoplados ou desacoplados. Na pers-
pectiva do Projeto Axiomático, bons projetos têm solução
desacoplada.
3. Considerações finais
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 1
1. Uma empresa procura simplificar seus processos, indo em
busca da agilidade. Esta empresa está em busca de qual
dos 4 Es?
a) Eloquência.
b) Êxito.
c) Eficiência.
d) Elegância.
e) Os 4 Es.
PORQUE
Referências bibliográficas
Questão 1 – alternativa E
Questão 2 – alternativa D
Questão 3 – alternativa A
Objetivos
• Apresentar a definição de métodos ágeis.
Como foi visto no tema anterior, gestão minimalista, o mundo está vivendo
no excesso. Com isso, as empresas acabaram perdendo agilidade com tantas
políticas, procedimentos, rotinas, controles e sistemas. Logo, o que se procu-
ra é simplificar o entendimento dos conceitos de administração, buscando
combater a complexidade organizacional e ir em direção a simplicidade.
ASSIMILE
Os métodos ágeis atendem à demanda dos gestores de pro-
jetos que consideravam metodologias mais robustas de
1. Métodos ágeis
Os métodos ágeis surgiram a partir dos anos 1990 especialmente nas em-
presas desenvolvedoras de softwares. Com o tempo o conceito Agile se
difundiu para outros setores como os setores de serviço, principalmente,
e bens de consumo.
Estes métodos ágeis vieram fazer frente aos modelos tradicionais de de-
senvolvimento, apontados como lentos e burocráticos. Eles têm o objetivo
de reduzir o ciclo de desenvolvimento em semanas ou meses, enquanto
que os modelos conservadores tinham ciclos que podiam durar anos.
• Colaboração do cliente.
• Simplicidade.
• Feedback constante.
2.1 Agilidade
• XP – eXtreme Programming.
• Scrum.
Criado em Cingapura, entre 1997 e 1999 por Peter Coad (Chief Architect),
Jeff De Luca (Project Manager) e Stephen Palmer (Development Manager),
o FDD é um método ágil que reúne as melhores práticas de outros mé-
todos, com técnicas orientadas por modelos que se adaptam às maiores
equipes e projetos (PALMER; FELSING, 2001).
O método ágil FDD parte de uma abordagem macro do produto final para
depois fazer o seu detalhamento desdobrando-o em subconjuntos me-
nores. A premissa aqui é garantir a excelência do todo mesmo que em
detrimento das partes.
• Gerenciamento de configurações.
• Planejamento incremental.
• Testes incrementais.
• Agilidade.
• Economia.
• Qualidade.
• Comunicação constante.
• Respeito.
• Desenvolvimento modular.
• Design simples.
• Compartilhamento de informações.
• Flexibilidade no desenvolvimento.
LINK
Para conhecer mais sobre o MSF, acesse o link e conheça a pro-
posta da Microsoft para o rápido desenvolvimento de soluções
tecnológicas. Ele está apresentado de modo bastante detalha-
do – em termos de princípios, ferramentas e estrutura organi-
zacional. Embora seja voltada para o desenvolvimento de sof-
twares, sua adaptação a outros projetos é bastante simples.
3.5 Scrum
Em diversas situações o Scrum tem sido usado como uma alternativa mais
simples e de fácil compreensão ao PMBoK, cuja estrutura é extremamen-
te detalhada e voltada para um planejamento detalhado antes do início
do projeto.
A duração de cada sprint não é pré-definida, por isso, esta pode ser
maior ou menor de acordo com a complexidade das atividades apon-
tadas para o sprint. Entretanto, se busca definir sprints que não durem
EXEMPLIFICANDO
The art of doing twice as much in half the time | Jeff Sutherland
| TEDxAix.
Essa palestra foi dada em um evento TEDx local, produzido
independentemente das Conferências TED. Co-escritor do
Manifesto Ágil, Jeff Sutherland, é um dos maiores especialis-
tas mundiais em gerenciamento organizacional. Ele explica
como ser ágil, não apenas no desenvolvimento de softwa-
re, mas em todos os negócios para interromper o campo.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=s4thQc-
gLCqk&feature=youtu.be>. Acesso em: 17 jul. 2018.
4. Considerações finais
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 2
1. Umas das melhores práticas existentes no desenvolvi-
mento de software e que pode ser trazido para a melho-
ria dos projetos, junto com os métodos ágeis é a refato-
ração (refactoring).
Referências bibliográficas
Questão 1 – alternativa C
Questão 2 – alternativa E
Questão 3 – alternativa C
a) Refatoração – melhoria contínua.
b) Uso de metáforas – é usado no método XP.
c) Sprints.
d) Entregas não incrementais – o Scrum faz entregas incrementais,
esta é uma ferramenta que torna este método ágil.
e) Não possui um dono do projeto – o Scrum tem o PO (Product
Owner).
Objetivos.
• Como implementar?
Como visto no tema anterior, os métodos ágeis buscam atender aos re-
quisitos de agilidade e qualidade no processo de desenvolvimento do pro-
duto ou serviço. Sendo comum na gestão tradicional de projetos encon-
trar projetos onde agilidade, ou prazo, e qualidade terminam por serem
requisitos antagônicos.
ASSIMILE
Talvez um precursor da gestão ágil de projetos baseado em en-
tregas menores e iterativas tenha sido a Técnica do Pomodoro
(CIRILLO, 2006). Esta técnica nasceu como uma proposta para
gerenciar melhor seu próprio tempo de trabalho e ganhar pro-
dutividade. Agora ela evoluiu para se tornar uma verdadeira
técnica de gestão de projetos.
EXEMPLIFICANDO
Pomodoro aliado a SCRUM para aumento da produtividade:
um estudo de caso. Disponível em: <https://docplayer.com.br/
1392794-Pomodoro-aliado-a-scrum-para-aumento-da-produti-
vidade-um-estudo-de-caso.html>. Acesso em: 17 jul. 2018.
2. Como implantar
Vitor Massari (2014), em seu livro sugere dois comitês de transição para
implantação do método. Um comitê ágil de transição (CAT) que deve
ser formado pelos responsáveis pela iniciativa de implementação dos
Comunidade de Melhorias
Estrutura de suporte sugerida para o
desdobramento da Metodologia Ágil
na empresa.
Comunidade de
Transição Empresarial Backlogde
(CTE) Melhorias
Backlogde
Backlogde Impedimentos Melhorias
Melhorias
Backlogde
Melhorias
3. Dificuldades
Pouco foco na
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tarefa • multo
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O terceiro ponto é a interação com o cliente, pois são eles que mantém a
empresa viva. Não é a empresa que define o mercado, mas o cliente. Os
clientes participam ativamente no processo de desenvolvimento nos mé-
todos ágeis e fornecem feedbacks constantes.
Martin & Martin (2006) citam algumas falhas dos métodos ágeis. São elas:
• Certificação em CSM.
• Programação pareada.
• Integração contínua.
• Refatoração.
• Comunicação deficiente.
5. Casos de sucesso
Existem vários casos de sucesso sobre o uso da metodologia ágil. Veja al-
guns deles nos subitens a seguir.
5.1 Globo.com
5.3 Locaweb
Tribe Tribe
Chapter Chapter
, _...
Chapter Guild Chapter
Por fim, as Guilds – guildas. Elas são formadas por pessoas chave que
estejam espalhadas entre as tribos e Squads. Esses grupos possuem
um coordenador próprio.
LINK
Este caso está muito bem explicado no link a seguir. Com
isso pode-se conhecer todos os detalhes de implementação.
6. Considerações finais
Glossário
Gabarito - Tema 3
Questão 1 – alternativa B
Questão 3 – alternativa D
Isto ajuda a otimizar o tempo e recursos, além de maximizar a pro-
dutividade e o retorno financeiro para a empresa.
Objetivos.
Neste tema será visto, com mais detalhes, o método ágil Scrum. Este é o
método mais utilizado pelas empresas. O Scrum é uma ferramenta estrutu-
ral para gestão de projetos baseado no experimento, e também iterativa e
incremental.
1. Scrum
1.2 Definição
• Capacidade de facilitação.
• Escuta ativa.
• Visão analítica.
• Pensamento crítico.
• Senso de priorização.
• Habilidade de negociação.
• Praticidade e assertividade.
• Trabalho em equipe.
• Colaboração.
• Senso de responsabilidade.
• Conhecimento multifuncional.
• Autonomia.
2. Método
2.1 Sprints
Entregas do
Entregas
projeto
parciais e
incrementais
Projeto e
Desenvolvimento
Tempo
ASSIMILE
O ciclo PDSA, como proposto por Deming, prevê a fase Study.
Isso é interessante pois o resultado do ciclo PDSA pode ser um
aprendizado. Não precisa assinalar uma mudança. Assim, é
possível podermos como na Figura 11, ciclos PDSA encadeados.
Essa visão é particularmente útil ao suportar a proposta de en-
tregas parciais e incrementais do Scrum.
• Para quem?
• O quê?
• Por quê?
ÉPICO
FEATURE 1 FEATURE 2
O Done é o termo usado para sinalizar quando uma História do Usuário foi
desenvolvida e sua qualidade foi comprovada. Uma História do Usuário
estará Done quando:
3. Cerimônias e técnicas
Figura 13 – Planning
Essa cerimônia tem como objetivo fazer com que todos da equipe de de-
senvolvimento conversem sobre o andamento da Sprint, os impedimen-
tos para a conclusão das estórias do usuário e as oportunidades para
acelerar o trabalho.
LINK
Neste TED Talks Jeff Sutherland faz uma apresentação deta-
lhada dos problemas de planejamento e controle e introduz
os princípios do Scrum.
4. Considerações finais
• No Scrum os papeis são muito bem definidos. São eles: Product Owner,
Scrum Master e time de desenvolvimento.
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 4
1. O Scrum possui papeis muito bem definidos. Analise as afir-
mativas a seguir e assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso.
Referências bibliográficas
Gabarito - Tema 4
Questão 1 – alternativa E
Questão 2 – alternativa A
Questão 3 – alternativa E
Na Retrospectiva são marcados os pontos positivos, negativos e me-
lhorias para o próximo Sprint.
Objetivos
1.1 Histórico
Esta abordagem foi citada primeiramente como uma forma de pensar por
Herbert Simon, no livro The Science of the Artificial, de 1969. Depois este
tema volta a ser tratado por Robert McKim, em 1973. Porém, o termo Design
Thinking foi definido pela primeira vez por Peter Rowe em 1987 no livro
1.2 Definição
2. Etapas
o Ideação
• Geração
de ideias
o Prototipação
• Análise e
adaptação das
soluções propostas
o Imersão
• Entendimento
do problema
Esta fase se inicia com pesquisas, que são de todos os tipos: entrevis-
tas, buscas por tendências, observação direta (técnica de sombra), den-
tre outras.
Aqui ainda se pode errar quantas vezes for necessário. O protótipo não
precisa ficar bonito e nem durar para sempre. O que é necessário é fazer
a passagem do abstrato para o físico, de maneira que se represente a re-
alidade, mesmo que de forma simplificada. Com isso, propicia a validação
das ideias. Resumindo, a prototipagem é a etapa de validação das ideias.
É a fase da análise e adaptação das soluções que surgiram na etapa de
ideação. Agora as arestas precisam ser aparadas, ver o que se encaixa no
projeto e colocar a mão na massa.
EXEMPLIFICANDO
O site do Sebrae apresenta um exemplo de aplicação do
Design Thinking. Apresenta um infográfico com um estudo de
crianças desnutridas abaixo de 5 anos no Vietnã. Ele apre-
senta cada etapa: a imersão onde se observam os hábitos
das famílias pobres. Depois a fase da ideação, quando apa-
rece uma ideia para ajudar estas famílias e, por fim, a prototi-
pagem, em que se estuda como reproduzir estas ideias para
outras aldeias no Vietnã.
3 Implementar a solução
ASSIMILE
Para assimilar melhor o conceito de Design Thinking, assista
a palestra de Tim Brown, CEO da IDEO, que explana sobre
o tema no TED Talk. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=0M9G70OpT6U>. Acesso em: 22 out. 2018.
4. Considerações finais
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 5
1. A abordagem do Design Thinking não apresenta segredo, se-
gundo o Disney Institute. Analise as asserções a seguir e a re-
lação proposta entre elas.
I. É necessário estar avançando sempre e abrindo novas
portas e fazendo novas coisas.
PORQUE
BROWN, Tim. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das
velhas ideias. Rio de Janeiro: Alta Books Editora, 2018.
BURNETTE, Charles. A theory of design thinking. Prepared in response to the Torquay
Conference on Design Thinking, Swinburne University of Technology. Melbourne,
Australia, 2009.
DISNEY INSTITUTE. O jeito Disney de encantar os clientes: do atendimento excep-
cional ao nunca parar de crescer e acreditar. São Paulo: Saraiva, 2011.
CROSS, Nigel. Design thinking as a form of intelligence. In: Proceedings of the 8th
Design Thinking Research Symposium (DTRS8) Interpreting Design Thinking,
Sydney, 19-20 October, pp. 99-105, 2010.
FREEMAN, R. Edward; REED, David L. Stockholders and stakeholders: A new pers-
pective on corporate governance. California Management Review, v. 25, n. 3, p.
88-106, 1983.
GUIMARÃES, Raquel Lopes Vieira. Comunicação Organizacional e inovação: o
Design Thinking na gestão de crise. 2017.
NITZSHE, RIQUE. Afinal o que é Design Thinking. Rio de Janeiro: Rosari, 2012.
VIANNA, Maurício. Design thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV
Press, 2012.
Gabarito - Tema 5
Questão 1 – alternativa A
Questão 2 – alternativa B
O MVP é um produto que serve para testar e algumas vezes até ser
lançado no mercado para avaliar a aceitação.
Objetivos
De posse desse cenário, pode-se concluir que o Design Thinking pode trazer
grandes vantagens no desenvolvimento destes serviços. Já que o Design
Thinking é uma abordagem, ou seja, um modelo mental, uma forma de
pensar, ajudará a solucionar estes problemas complexos de forma criati-
va e inovadora. Além disso, o Design Thinking tem foco na visão do cliente,
o que torna o processo mais eficiente e eficaz (STICKDORN, 2014).
Para pôr esta abordagem em prática, o Design Thinking possui cinco prin-
cípios a serem utilizados na área de serviço (MORITZ, 2005):
• Serviço cocriativo.
• Serviço sequencial.
• Serviço evidente.
• Serviço holístico.
Uma das empresas que já aplica esta abordagem do Design Thinking mes-
mo antes deste conceito ser definido é a Disney. No final deste tema, se
apresentará este caso e os principais pontos que a Disney considera.
Todo serviço deve ser testado sob a ótica do cliente. É necessário um pro-
fundo entendimento das necessidades dos clientes, sendo possível utili-
zar ferramentas para atingir este objetivo. Uma delas é se pôr no lugar do
cliente para entender as suas experiências.
O serviço deve ser visto como uma sequência de atividades. Por exemplo,
o pré-serviço, o serviço em si e pós-serviço. Por isso, é importante ter boas
narrativas para garantir o interesse do usuário.
Como os serviços são intangíveis, eles devem ser visualizados como pro-
dutos físicos. Isso ajuda a prolongar a experiência, aumentando as chan-
ces de fortalecer a imagem e a marca.
Nos dias atuais quando cada vez deixamos para trás uma economia
industrial e migramos para uma economia baseada em conhecimento e
fundamentada no setor de serviços.
4. Caso de sucesso
Pode-se afirmar que a Disney é uma empresa que faz uso do Design
Thinking em seus serviços – parques e lojas. Muito antes do próprio mé-
todo ágil ser proposto e tornar-se popular, a Disney tinha a preocupação
em colocar o cliente no centro, trabalhando a fidelidade à marca, com
criatividade e inovação.
EXEMPLIFICANDO
Outra experiência prática muito interessante é descrita em
Você está Louco (SEMLER, 2006). Semler explica como imple-
mentou uma reunião mensal em suas empresas denomi-
nada “você está louco”. Segundo ele, todas as ideias suge-
ridas dentro da empresa que provocaram a resposta “você
está louco”, está habilitada para ser apresentada e discutida
neste fórum.
4.3 Síntese
ASSIMILE
O Design Thinking, ao colocar o cliente no centro focal do ser-
viço em desenvolvimento, mostra-se um excelente método
para desenhar ofertas de serviço com maior valor agregado.
5. Considerações finais
Glossário
Referências bibliográficas
BUCHANAN, Richard. Design research and the new learning. Design issues, v. 17, n.
4, p. 3-23, 2001.
CARILLO, Carlos et al. The Walt Disney Company: a corporate strategy analysis. 2012.
COUNCIL, Design. Multi-disciplinary design education in the UK. Vol.
November, 2010.
MAGER, Birgit. Service design as an emerging field. Designing services with innova-
tive methods, v. 1, p. 27-43, 2009.
MORITZ, Stefan. Service Design: practical access to an evolving field. Viitattu, 2005.
SEMLER, Ricardo. Você está louco. Uma vida administrada de outra forma. Rio de
Janeiro: Rocco, 2006.
SHOOK, John. Toyota’s secret. MIT Sloan management review, v. 50, n. 4, p. 30, 2009.
STICKDORN, M. Definições: o Design de Serviços como abordagem interdisciplinar.
Isto é Design thinking de serviços: Fundamentos–Ferramentas–Casos. Porto Alegre:
Bookman, 2014.
Questão 1 - alternativa C
Questão 2 – alternativa C
Questão 3 – alternativa E
Objetivos
Este tema abordará o que pode ser declarado o mais usado e antigo mé-
todo ágil: o Lean. Será destacado brevemente sua origem, desenvolvimen-
to e impacto na indústria em geral, e na área de serviços em particular.
A visão inicial do conceito de Lean segundo seu criador, Taiichi Ohno, não
poderia faltar. Entretanto, serão apresentados outros modelos criados
para melhor entender o Lean, e que se mostraram úteis para empresas
tão distintas quanto hospitais – Lean Healthcare –, e empresas em fase de
lançamento – Lean Startups. Então, neste material, depois de feita uma
revisão do conceito de Lean segundo sua origem, gradualmente mudará
o enfoque para a área de serviços e desenvolvimento de produto.
Vale destacar que o Lean não nasceu na academia que procurava um novo
modelo de produção, pois inicialmente foi utilizado somente nas indús-
trias. Ao contrário, a Toyota – e não os japoneses como às vezes é descrito
– em face de um conjunto de dificuldades e dentro de um determinado
cenário social e econômico, criam soluções distintas das boas práticas da
indústria da época. Isso atingiu seu ápice na década de 1970. Assim, moti-
vado pelos bons resultados apresentados pela Toyota, começou-se a dis-
cutir quais eram estas boas práticas e como estas poderiam se integrar
em um framework que pudesse ser aplicado em outras empresas.
A segunda ressalva que deve ser feita remete a tradução feita para o
português. O termo Lean Production foi traduzido como produção en-
xuta; embora não esteja errada, esta adaptação perde todo o sentido
original que se buscou ao chamar o modelo Toyota de Lean. Krafcik, ao
visitar fábricas da Toyota e da GM no USA, fez uma comparação que
se tornou famosa (KRAFCIK, 1988). Ele disse que as fábricas da Toyota
eram melhores porque eram Lean. Entretanto, Lean enquanto adjetivo
é sinônimo para atlético (DICTIONARY, 2006).
Com isso, Ohno buscou outras ideias para orientar sua fábrica. Nas
palavras dele, tudo que eles estavam buscando na época era reduzir o
tempo entre a colocação do pedido do cliente e o faturamento (OHNO,
1988). E esta jornada pela redução do tempo de atravessamento do
pedido do cliente – ou lead time –, o levou ao conceito de desperdício.
ASSIMILE
Embora seja contra intuitivo focar os esforços de melhoria na
redução das atividades que não agregam valor, usualmente
traz maior benefício para o cliente que quando se foca nas
atividades que agregam valor. Isso ocorre porque, natural-
mente, existe uma preocupação com estas atividades, e se
relegam à um segundo plano: os desperdícios.
,_
• •
-~ •
j
Espera Movimentação
Triagem
Espe,a ' , \
Movimentação
Espera Exa\ es l Tratamento/ Liberação
1 . 1 • 1 ~-
7
e::::::
Tempo
1 • 1 11 7
11
)
Entrada Saída
Com Valor Sem Valor
D Agregado D Agregado
(Desperdício)
1.2 Os 7 Desperdícios
Veja o exemplo da figura 2. Note que embora ele se pareça com um fluxo-
grama, ele tem duas diferenças fundamentais:
PROCESSO DE ATENDIMENTO
t!!
z
w Necessidade
::J
u
Entrada de dados
e
Autoatendimento
~ < -------'5---'m
"""i"n-
' - ~> < ~ - - -7'---'-'-
m"' in-'------> 10 min
Tempo Disponível
Tempo takt =
Demanda
Operação 1 Operação 2
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10 unds
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1 min/und
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~
10 unds
Término
Operação 1 Operação 2
•
.. o
Início ~
~
110 unds
--
1 min/und 1 min/und
~ .
~
10 unds ;
,
' - ·- ·- ·- ·- ·-·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·- ·-·- ·-·
I
Término
2. Outros modelos
O DNA da Toyota foi publicado a primeira vez em 1999 por Steven Spear
(SPEAR; BOWEN, 1999). Neste artigo os autores buscaram apresentar o
que efetivamente guia o pensamento das pessoas na Toyota a produzir as
soluções que são vistas. Este modelo foi especificamente testado na área
da saúde, dando origem ao que se conhece por Lean Healthcare (SPEAR;
KENAGY, 2005; SPEAR, 2005).
A figura 5 apresenta o modelo desenvolvido por Steven Spear.
Regra 1
Regra 2
Regra 3
A maior inovação trazida pelo modelo dos 4Ps foi sair da visão de proces-
so somente. Sim, ele advoga todas as ferramentas comumente usadas na
melhoria dos processos: fluxo, puxada, controles visuais, etc. Entretanto
este modelo complementa-se trazendo três novas perspectivas: filosofia
de longo prazo, pessoas e parceiros (ou fornecedores), e a solução de
problemas.
Por último, mas não menos importante, será abordado o próprio sistema
de gestão Lean. Este sistema de gestão, voltado para a rotina do dia a dia,
foi apresentado com bastante detalhe por David Mann no livro Creating a
lean culture: tools to sustain lean conversions (MANN, 2010).
Sendo assim Mann propõe uma rotina de reuniões de gestão do dia a dia
como forma de reforçar bons hábitos e perseguir as metas almejadas. As
reuniões encadeadas, desde a base da empresa até o mais alto gestor,
realizadas rotineiramente, tem a capacidade de direcionar os esforços de
todos dentro da empresa para atingir as metas traçadas.
Feedback, Apoio ~
Reconhecimento.
r Problemas e metas
cumpridas
EXEMPLIFICANDO
Como exemplo teórico da aplicação deste modelo de gestão
tem-se na Figura 19 um paralelo entre a hierarquia de em-
presa e as reuniões de rotina implementadas.
n~ i~la, Junto do
- . ----1 QUADRO DE GESTÃO
na fábrica. Demora
MENOS OE 15 MINUTOS,
Tempo
Objetivo
• Ch car os result dos e s t v1dad
Vt o Gera da Produção. Sm,n
Statu dos re ultados 20 mm
===================: 1
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 7
1. O tempo takt diz respeito ao ritmo de trabalho neces-
sário para atender a demanda existente. Assim ele é uma
função de:
Referências Bibliográficas
KRAFCIK, John F. Triumph of the lean production system. MIT Sloan Management
Review, v. 30, n. 1, p. 41, 1988.
CHARAN, Ram; BOSSIDY, Larry; BURCK, Charles. Execution: The discipline of get-
ting things done. Random House, 2012.
SPEAR, Steven J. Fixing health care from the inside, today. Harvard business re-
view, v. 83, n. 9, p. 78, 2005.
SPEAR, Steven J.; KENAGY, John. Deaconess-Glover Hospital (C). Harvard Business
School, 2005.
Gabarito - Tema 7
Questão 1 - alternativa D
Questão 3 - alternativa D
Objetivos
1. Plano de implementação
Líder 1
Líder 2
Líder 3
Líder 4
Como citado na introdução, não existe uma única receita para a imple-
mentação do Lean. Mas aqui serão apontados alguns fatores críticos para
Produtos e serviços
3. Caso difícil. 4. Caso complexo.
sob encomenda
Produtos e serviços
1. Caso simples. 2. Caso mediano.
padronizados
Assim, Quadro 1 foram delineados quatro casos típicos que serão ago-
ra discutidos. A proposta aqui não é ser exaustivo, mas gerar exemplos
úteis para inspirar uma implementação. Os casos de 1 a 4 foram apon-
tados como: caso simples, caso mediano, caso difícil e caso complexo.
Naturalmente, esta sequência foi feita considerando-se a facilidade e a
quantidade de referências que se pode encontrar.
Principais
Modelo Resultados
Caso Características ferramentas
sugerido esperados
de melhoria
• Trabalho
• Produtos e ser- • Mapa de • Redução
padronizado.
viços padroni- Fluxo de Valor. de erros.
2. Mediano. zados. Processo •Gestão visual.
curto ou pouco • Eliminação de •Maior
desperdícios. • Gestão Lean produtividade.
segmentado.
da rotina.
• Produtos e
• Trabalho • Redução
serviços sob
• DNA da Toyota. padronizado. dos prazos.
3. Difícil. encomenda.
• 4Ps • Gestão Lean • Redução do esto-
• Processo longo
da rotina. que em processo.
ou segmentado
• Conceito
• Produtos e de agrega-
serviços sob • Maior
ção de valor.
encomenda. produtividade.
• DNA da
4. Complexo. •Cronoanálise.
• Processo cur- Toyota • Menos retrabalho.
to ou pouco • Gráfico
• Prazos atendidos.
segmentado. de Pareto e
Fonte: elaborado pelo autor.
Dispersão.
3. Caso Simples
Esumpage,n Re.meua
200T
------ Recu,sos Recursos Encenaçlo
o o o o
etr= 1
segundo
6 crr= 38
segundos
CIT: 1
segundo
CfT = 1
segundo
CIO:: 10
CIO: 1 ho,a CJO:O CJO: O
minutos
Tempo a. 1empooe
di. s ~bllldade dl ~! ~ ~ e
27.000 •ti•
2 turnos 2 turnos 2tumo!i
dlsp.
ASSIMILE
O mapa de fluxo de valor conforme Rother e Shook propu-
seram no livro Learning to See (ROTHER; SHOOK, 1997) tem
sido usado de modos diversos. O importante no uso do VSM
é ser uma ferramenta que promova uma visão comum para
o processo e funciona como suporte para a implementação
do Lean. Para ver um bom exemplo de uso do VSM na área
de serviços, leia o artigo de Bonaccorsi et al. (2011), Service
value stream management (SVSM): developing lean thinking in
the service industry.
• Gestão visual.
• Maior produtividade.
• Trabalho padronizado.
• Gestão visual.
• Maior produtividade.
O caso difícil do Quadro 2 pode ser exemplificado por uma indústria meta-
lomecânica com produção sob encomenda. Uma equipe dedicada à exe-
cução de um determinado projeto – na área de serviços ou não –, também
é um exemplo de sistema de produção sob encomenda com um processo
de atendimento longo e dividido entre diferentes indivíduos.
Embora seja possível fazer o Mapa de Fluxo de valor neste tipo de em-
presa, muitas vezes o fluxo identificado pode não voltar a ocorrer nova-
mente. Aqui os fluxos existem em função do que se está produzindo, e
uma vez finalizado, pode não voltar a ocorrer novamente. Assim, o mapa
de fluxo tem pouca utilidade para identificar desperdícios e suportar um
plano de implementação do Lean.
• Trabalho padronizado.
Nestes casos, o uso do VSM é muito pouco útil. Não existe um processo
para ser mapeado, pois o mix de demanda é alto. Neste cenário, a alterna-
tiva é usar o Modelo das 4 Regras – DNA da Toyota. Isso porque este mo-
delo é muito focado na atividade individual de cada um e na comunicação
entre cliente e fornecedor.
LINK
Uma alternativa muito recomendada para a cronoanálise é
utilizar algum software de mercado e que funcione na nuvem
para isso. Uma alternativa é mostrada na Figura 23. Estas fer-
ramentas são úteis pois permitem que o próprio indivíduo
aponte tempos e atividades.
Mmloisttam!c
~
--- Hours
6.00
19.00
Est. Hours
7.00
15.00
--
Blllings
$0.00
$2,850.00
Est. Billlngs
S0.00
$2,250.00
lm!lillg
Marketing
ecexatatoo,
~
Totais
--- 18.00
0.00
4.00
6.00
53.00
20.00
15.00
10.00
6.00
73.00
--
$2,700.00
$0.00
$700.00
$900.00
$7,150.00
S3.00000
S2,100.00
$1 ,750.00
$900.00
$10,000.00
Na Figura 24, a tabela (a) mostra o banco de dados criados com a crono-
análise das atividades em uma área. A partir dela, foi feito o Pareto do
gráfico (b), em que se identificam as atividades que mais consomem o
tempo da equipe. Isso é útil para desenvolver projetos Lean de melhoria
para reduzir ou eliminar o tempo tomado por estas atividades. Já o item
(c) é um gráfico de dispersão de todas as atividades levantadas na cronoa-
nálise. O gráfico de dispersão é útil pois mostra tempo e frequência média
de cada atividade. Novamente esta análise traz subsídios para um projeto
de implantação de Lean. Por fim, o gráfico (d) é uma análise da ocupação
da área, dia a dia.
,.• • &11•
.....
111111
•11• "•• ••• a•• n•• n»• ••• ri•• •~• a•• •••
Principais Atividades
-~--------------------..---,
- ~ ~ 4-- - - - - - - - - - - - - - - - - - -l l
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Statu1P1cldo Eltraçlo
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I.Jg,Ç6Hpl
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...... ......
lnfomlaçlo
AMli•dt Rtdamaçót,
-
lllll 4111111 5000
• Cronoanálise.
• Maior produtividade.
• Redução do retrabalho.
SITUAÇÃO-PROBLEMA
Vendedor 1
Assitenre 1
Assirenre 2
[Assistente 1 !Assistente 1
[Assistente 2 !Assistente 2
[Assistente 3 !Assistente 3
1·
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 8
1. 1. Uma área de enfermagem é um sistema de serviços que
é melhor estudado utilizando-se que modelo:
a) 4 Regras do DNA da Toyota.
b) 4Ps do Toyota Way.
Referências Bibliográficas
Gabarito - Tema 8
Questão 1- alternativa A
Questão 2 - alternativa A
Questão 3 - alternativa E
Somente o modelo proposto por Liker, 4Ps – Toyota Way, trata espe-
cificamente de pessoas e fornecedores.