Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Hegemonia:
7 duelos pelo poder global
Hegemonia:
7 duelos pelo poder global
431 AC – 2021 AD
ISBN: 978‑989‑777‑???‑?
www.planetadelivros.pt
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 000
Notas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 000
10
11
12
13
Tal como primeiro destes sete duelos pela hegemonia, neste último,
o medo, o ouro e a glória, os tucidianos motores da acção humana, a
par de outos impulsos, razões, ideais, e retóricas, continuam a assumir
um papel central. Estão em jogo espaços comerciais, influências polí‑
ticas, recursos económicos, corridas tecnológicas e a disputa de alian‑
ças diplomáticas e militares na Europa, na África, na Ásia, nas
Américas do Centro e do Sul. E contam também os valores sociais em
confronto: a liberdade e o individualismo de uns contra o monoparti‑
darismo e o securitarismo de outros; ou o risco de perder a honra ou
a face, de acordo com os padrões culturais e políticos de cada um dos
contendores.
Os elementos essenciais da rivalidade entre Washington e Pequim
são de fundo e não foram, por isso, afectados pelas mudanças na pre‑
sidência americana. E na China parece também não haver mudanças
substanciais, além da consolidação do poder do Presidente Xi Jinping
que, de primus interpares, se transformou em Presidente vitalício
quando, em 2018, o Congresso Nacional do Povo votou a abolição da
regra que limitava o poder dos líderes a dois mandatos.
Xi tornou-se «o primeiro homem da China», como Péricles fora,
para Tucídides, «o primeiro homem de Atenas».
Será a História da Guerra do Peloponeso uma crónica ultrapassada
de paixões e ambições que já não move os homens e os povos; ou, como
queria Tucídides, um «tesouro válido para sempre», uma experiência
útil para a guerra e para a paz?
Curiosamente, em 2015, Xi e Obama discutiram a actualidade do
historiador ateniense. Para o Presidente da RPC, a América e a China
não teriam necessariamente de cair na «armadilha de Tucídides», bas‑
tando que, para tal, Americanos e Chineses usassem de prudência e
respeitassem os interesses vitais um do outro.
Fora o medo – e a pressão de alguns aliados de Esparta, também
alarmados com a progressão do domínio de Atenas – que encaminhara
para a guerra a sociedade conservadora e militarizada de Esparta, pouco
dada a aventuras. E como em muitos outros conflitos, o rastilho que
desencadeara as hostilidades fora um choque entre aliados menores ou
14
15
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
Foi também sob o seu impulso que a liga de Delos (que começou
por ser uma aliança de cidades marítimas para confrontar os Persas)
se tornou um instrumento da hegemonia ateniense, com as cidades
aliadas progressivamente transformadas em meras tributárias de
Atenas.
A partir de 461 ac e até ao início da Segunda Guerra do Peloponeso,
Péricles é o primeiro cidadão da Cidade, o deus ex machina do poder.
E é no seu tempo, entre 460 e 445, que se dá a primeira Guerra de Pelo‑
poneso, uma guerra que quase passa despercebida aos contemporâneos,
talvez por comparação com a segunda (431-404).
O ideário de Atenas, exposto por Péricles na famosa «Oração Fúne‑
bre pelos Mortos de Atenas», quando a cidade sofre os efeitos da guerra
e tem a peste à porta (peste que matará o orador), aponta para um
Estado ideal, para uma democracia regida pela igualdade, pela liberdade
e pela tolerância no respeito pela lei, onde todos e cada um, pobres ou
ricos, podem e devem servir o Estado. Péricles diz que o regime de
Atenas se chama «democracia», não só porque é gerido pelos interesses
não de poucos, mas da maioria, mas também porque, em disputas
individuais, todos os cidadãos são iguais perante a lei. Sublinha ainda
a liberdade da educação ateniense, quando comparada com a obsessão
bélica de Esparta. Num momento de crise e ameaça, Péricles louva os
valores de Atenas, numa retórica que exalta a autocontemplação posi‑
tiva do modelo e das virtudes da cidade-Estado que, pela sua hegemo‑
nia expansionista, se vê transformada numa espécie de império benigno
e liberal.19
Mas os dois modelos ideológico-políticos, o Ateniense e o Espartano,
tinham coexistido pacificamente na Grécia durante vinte anos, depois
de as duas cidades terem sido aliadas contra os invasores persas. E depois
da «Paz dos Trinta Anos», no Inverno de 446-445 ac, Atenas e Esparta
tinham mesmo repartido o domínio do mar e da terra. O ataque do
bárbaro Xerxes levara à identificação dos guerreiros da Lacedemónia
com os navegadores da Ática e à emergência de uma identidade grega,
um denominador comum étnico-cultural, da partilha dos deuses à da
tradição dos poemas homéricos. Por isso, Victor Davis Hanson,
33
Para Hanson, o conflito não foi causado por meras disputas ter‑
ritoriais ou interesses económicos, foi também «uma confrontação
entre duas percepções diferentes do futuro dos povos gregos». Recor‑
rendo a Tucídides na História da Guerra do Peloponeso, Hanson
aponta o medo que o progressivo expansionismo de Atenas causou
em Esparta e nos seus aliados como «a causa da guerra mais próxima
da verdade».21
Ou seja, a reacção de Esparta e dos seus aliados que conduziria à
guerra teria sido defensiva. Os mecanismos do poder teriam funcionado
assim: o crescimento do poder e da riqueza de Atenas, a transformação
dos seus aliados em satélites, a expansão do seu império marítimo‑
-comercial, tudo isso teria assustado Esparta e as outras cidades do
Peloponeso e fora do Peloponeso, a ponto de se sentirem ameaçadas
por Atenas.
Na narrativa tucididiana – que vai confrontando, em paralelo, as
duas cidades e as duas Alianças – aos valores do discurso de Péricles,
opõem-se os valores espartanos, expostos pelo rei Arquidamo, que
apela à prudência para a tomada de decisão; prudência que surge, não
como defeito, mas como qualidade própria do modo de ser e de estar
sábio e reflectido dos Espartanos. A prudência política e a exigência
extrema na educação do espírito bélico eram a glória de Esparta.
34
A Primeira Guerra
35
que fora estratego, preparou a defesa da cidade, mas veio a Peste, cau‑
sando terríveis perdas de vidas, entre elas a do próprio Péricles, que
morreu em 429, deixando um vazio de liderança. Também o rei espar‑
tano Arquidamo morreu nessa época.23
A guerra, entretanto, multiplicara-se em várias frentes, com expe‑
dições cruzadas terrestres e marítimas entre cidades aliadas de uma e
outra parte.
Ao mesmo tempo, em Atenas, davam-se eleições com facções mais
moderadas e mais belicistas em confronto. E a vida política e cultural
da Cidade prosseguia: Eurípides, que representara Medeia em 431,
estreou Hécuba, em 424, enquanto Aristófanes estreou Os Cavaleiros
nesse mesmo ano e As Nuvens em 423. A guerra foi prosseguindo com
sucessos e derrotas entre as duas partes. Os Atenienses bateram os
Espartanos em 425; no ano de 424, os Tebanos derrotaram os Atenien‑
ses em Delium, e Brásidas, general espartano, conquistou Anfípolis;
dois anos depois, numa tentativa de reconquista, voltaram a sofrer uma
pesada derrota, mas nesta batalha, em 422, morreram Brásidas e Cléon,
o principal chefe político ateniense.
Brásidas e Cléon eram partidários da guerra; eram aquilo a que hoje
chamaríamos «falcões». O empenhamento por Anfípolis na Trácia
estava ligado às minas de prata da região, que contribuíam para as
finanças de Atenas. A expedição ateniense, mandada em socorro de
Anfípolis antes desta ser tomada por Brásidas, era comandada por
Tucídides, então um dos dez estrategos. Foi pelo atraso dessa expedição
que o historiador foi demitido e castigado com o exílio. Também
Brásidas, na força com que tomou a cidade, levava muitos aliados e até
Hilotas. O chefe espartano pôs cerco à cidade e prometeu poupar a vida
e os bens a todos os que se rendessem. Seguiu-se um armistício, mas,
em 422, Cléon veio com uma expedição de 30 navios, 300 cavaleiros
e 1200 hoplitas atenienses, mais tropas aliadas. Contudo, foi derrotado
por Brásidas e morreu na batalha. O mesmo veio a suceder ao general
espartano, em consequência de ferimentos.
Esta sucessão de eventos foi típica desta fase da guerra: marchas
e contramarchas, combates entre aliados, assédios, rendições, batalhas
36
campais. Mas nada parecido com uma batalha decisiva, em campo aberto,
como Salamina, ou Plateias, que tinham posto fim às guerras persas.
É neste cenário que se iniciam as negociações que vão levar à cha‑
mada Paz de Nícias, que põe termo à primeira parte da Guerra de
Peloponeso, a guerra de Arquidamo (431-421). As negociações correm
entre o rei espartano Plistóanax e o general ateniense Nícias.
De acordo com o Tratado de Paz, cada beligerante devolveria ao
outro tudo o que lhe conquistara, com excepção de Niceia, que ficaria
para os Atenienses, e Plateias, que ficaria para os Tebanos, aliados de
Esparta. Anfípolis voltou para Atenas e os prisioneiros de guerra espar‑
tanos foram libertados. Os templos de toda a Grécia ficavam abertos
ao culto de todos os gregos, Atenas podia continuar a receber tributos
das cidades da Liga de Delos, mas não as podia obrigar a ser suas alia‑
das na guerra. Atenas também se obrigava a apoiar os Espartanos em
caso de revolta dos Hilotas.
O Tratado foi jurado por dezassete representantes de cada parte,
desde os dois reis de Esparta e, do lado ateniense, Nícias e Demóstenes.
Era para durar cinquenta anos, mas acabou por durar apenas um.
Depois da Trégua
37
O factor humano
38
39
A verdadeira causa
40
41
42
43
44
45
A última manhã
46
47
48
49
50
Roma e Rómulo
51
52
As razões da expansão
53
A primeira guerra
54
55
56
A vingança de Amílcar
57
nove anos, a quem faz jurar, no altar dos deuses de Cartago, eterna
inimizade a Roma e aos Romanos.
Amílcar, o genro, Asdrúbal, o Justo, e os três filhos, Aníbal, Asdrúbal
e Magão eram o clã Barca, que representava, em Cartago, a linha dura
contra a crescente expansão imperial mediterrânica da República Romana.
Amílcar e os seus descendentes sentiam a derrota na Primeira
Guerra Púnica como um revés temporário ao qual se seguia uma trégua
necessária: havia que preparar a desforra, por amor à Glória e à Fama,
e para parar a ameaça que os Romanos e a sua dinâmica de expansão
constituíam para a hegemonia de Cartago no Mediterrâneo Ocidental.
E já não era só de hegemonia que se tratava, era a própria sobrevivên‑
cia a prazo da República que estava em jogo.
As conquistas peninsulares dos Cartagineses são a tentativa de criar
uma extensão imperial como preparação para a desforra.
Mas Amílcar morre em combate, ou morre afogado durante um
combate, em 228 ac, e o comando é assumido pelo seu genro Asdrúbal,
o Justo, que aceita assinar com Roma um acordo que reconhece a linha
do rio Ebro como linha separadora dos domínios e das esferas de
influência de Cartago e Roma na Península Ibérica, ficando os Carta‑
gineses a Sul e os Romanos a Norte.
Mas a dinâmica de expansão de Roma parecia não conhecer limites
e os Romanos aliaram-se a Sagunto, uma cidade costeira a sul do Ebro,
no coração da esfera alocada a Cartago. As coisas só iriam mudar
quando, em 221, Asdrúbal, o Justo, foi assassinado e a chefia do clã dos
Barca e do seu exército recaiu em Aníbal.
Aníbal
58
59
60
61
62
e seis mil lanceiros. Os Romanos seriam uns 75 mil e Aníbal teria uns
42 mil homens, dos quais 10 mil cavaleiros, e as suas tropas eram car‑
taginesas, iberéricas, líbias e gaulesas.
Canas
63
Aníbal à Porta
64
65
66
67
68
69
70
Annis Domini
71
72
73
74
Os retratos do Imperador
75
Vi Carlos Imperador
de seus avós herdar tanto
que foi já mor senhor
que o Carlo magno santo,
e ditoso vencedor:
herdou grande parte de Despanha
Flandres, Borgonha, Alemanha,
Nápoles, Aragão, Cecilias,
Navarra, Áustria, e as Antilhas,
terra rica e muito estranha.63
É na primeira metade do século xvi, nesse princípio da Idade
Moderna europeia, que se dão os grandes conflitos fundacionais. E num
tempo de acelerada centralização do poder real, com a fragmentação
medieval a desaparecer e o poder do monarca a afirmar-se, muito do
que acontece vai depender da cabeça, vontade, valores e princípios de
quem encabeça reinos – ou Impérios, como Carlos V.
Comecemos por olhar, nos seus retratos pintados por Ticiano, as
duas faces do Imperador. E a relação de Carlos V com o pintor, que
também tem contornos e episódios interessantes.
Carlos foi casado com D. Isabel de Portugal, filha de D. Manuel I e
da sua segunda mulher, Maria de Aragão e Castela, filha dos Reis Cató‑
licos, que só queria o melhor para as filhas num de dois mundos
(e nunca um casamento «dentro do Reino»). Suplica a rainha, em tes‑
tamento:
Suplico ao Rei meu Senhor que, de nenhum modo, case as nossas
filhas senão com reis ou filhos de reis legítimos, e se isto não puder ser
que as meta monjas, ainda que elas não queiram, porque melhor estarão
servindo a Deus que no casamento dentro do Reino.64
O casamento foi negociado como assunto de Estado mas, desde
o primeiro momento em que a viu, o Imperador teve por Isabel uma
grande paixão: «Quando estão juntos, embora esteja muita gente
76
77
78
Mas com Ticiano o Imperador teve uma relação próxima. Tão pró‑
xima quanto o tempo e o modo o podiam permitir. Um dia Carlos
ter-lhe-á até dito: «Posso fazer um duque se quiser, mas onde vou arran‑
jar outro Ticiano?» E quando abdicou e se retirou para o Mosteiro
Jerónimo de Yuste, levou para o convento dois retratos de Ticiano:
«A Glória», onde Carlos, Isabel e os filhos figuram ajoelhados, à espera
do juízo final; e o retrato da imperatriz que, a seu pedido, Ticiano
copiara, pintara e repintara.
A discussão sobre Carlos e o seu temperamento – e, logo, as suas
motivações – compreende-se num século de grandes mudanças no
pensamento e na acção, um século que foi seu, mas que foi também o
século de Maquiavel e de Shakespeare, de Leonardo e de Vasco da Gama,
de Santo Inácio e de Lutero, da imprensa e das grandes conquistas
europeias na América e na Ásia.
79
80
81
82
83
O inimigo número 1
84
85
86
As guerras de Itália
87
88
A eleição do Imperador
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
102
103
104
105
106
107
108
Os duelos do Imperador
109
depois por Bodin. E uma razão que Carlos também considera e aplica,
nomeadamente nas «Instruções Secretas» que dá ao filho e herdeiro,
o futuro Filipe II, datadas de 1543, em castelhano da época.
Nestas instruções secretas a Filipe II, que tem então 16 anos, Carlos
sublinha:
Esta [missiva] secreta será exclusivamente para vós, e assim a deveis
ter secreta e sob a vossa chave, sem que Vossa Mulher nem outra pes‑
soa a veja.
A «vossa Mulher» era D. Maria de Portugal, que então tinha 16 anos,
como Filipe, e que viria a morrer dois anos depois de dar à luz o infante
D. Carlos. Na carta abundam considerações espirituais como – «Todas
as coisas estão nas mãos de Deus» e «só Deus pode remediar todas as
coisas», mas ainda que o Imperador confie na Providência divina, não
deixa de escrever ao filho que é «pela honra e reputação» que se envolve
numa expedição em que corre perigo.96
E o rei-Imperador vive também na dependência dos fundos finan‑
ceiros e em múltiplas diligências para os obter. Precisa do ouro com que
se compram eleições, com se pagam soldados e guerras e se enfrentam
insurreições, e com que se garante a segurança dos súbditos católicos,
assustados perante as ameaças do turco Solimão. Assim, exige pesado
resgate pelo Inca Atahualpha e estabelece uma quantia exorbitante (900
mil dobras de ouro) para dote da futura mulher, D. Isabel de Portugal,
dote que o rei D. Manuel recomenda em testamento que se pague, para
que se efective o casamento, mas que se tente ainda negociar:
Muito rogo e encomendo ao dito príncipe meu filho que tome
grande e especial lembrança de se acabar o casamento da infante D. Isa‑
bel sua irmã com o Imperador […] e nisto trabalhar para se concluir
e acabar (e queira dar tal dote com que se acabe), não sendo, porém,
salvo aquele que seja justo e honesto, e com que será fazenda com que
o Reino possa. 97
E para que o Reino melhor pudesse e se cumprisse uma das últimas
vontades do Rei, seu pai, D. João III recorre a uma prática comum,
110
reunindo as Cortes em Torres Novas para pedir ao povo a sua cota parte
de sacrifício sob a forma de novos impostos.
Por sua vez, o rival de Carlos, Francisco I é rei numa França que,
sendo o primeiro reino da Europa, está cercada por terras e senhorios
do Império do Habsburgo. Quer afirmar a sua glória de príncipe da
Renascença, menos preocupado com a Cristandade e mais ocupado
com a afirmação do seu Reino e com os prazeres e as coisas da vida – as
mulheres, as letras, a caça, a guerra. Não dá descanso ao Habsburgo
que o derrota em Pavia, e vai ao ponto de se aliar, sem escrúpulos reli‑
giosos, aos seus inimigos – inclusive ao Turco. E nas suas guerra há
razões de Estado, mas há também razões de Honra, de Fama, de Repu‑
tação.
Outro inimigo de Carlos, o herege Lutero, na sua cólera contra a
Babilónia romana, lança uma guerra contra o Catolicismo, que os prín‑
cipes alemães protestantes vão apoiar, em parte por convicção, mas
também por razões políticas (libertarem-se da suserania imperial de
Carlos e da Igreja) e económicas (querem tomar conta do ouro e das
terras dos mosteiros e das ordens religiosas).
O turco Solimão, com quem Carlos trava o terceiro duelo, quer a
glória de ser chefe dos Crentes, de fazer do Império Otomano um grande
poder global, restaurando o Islão dos primeiros Califas. Também tem
medo dos cristãos – como os cristãos têm dele – e percebe pode tirar
vantagens geopolíticas das lutas duas lutas internas, como a de Fran‑
cisco I contra Carlos V ou a dos protestantes contra os católicos. E ataca
a Cristandade pelos Balcãs e põe Barba Ruiva a conquistar Túnis.
Estas guerras da primeira metade do século xvi já têm novidades,
como a imprensa e a artilharia ou mesmo a artilharia naval, que os
Portugueses usarão no Índico para conquistar posições estratégicas e
dominar mercados marítimos, guerreando também o Turco e o Islão.
Quando comparados com a guerra do Peloponeso e as guerras entre
Roma e Cartago, os duelos ou guerras de Carlos V apresentam algumas
novidades: passa-se da bipolaridade – em que dois poderes se confron‑
tam e, embora possam ter aliados, se concentram nesse confronto
principal e no seu espaço – para uma multiplicidade de conflitos e até
111
112
Voltaire e os Tiranos
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
do início da Guerra dos Sete Anos. Pode até considerar-se que a «Guerra
dos Sete Anos» foi o teatro europeu de um conflito com raízes na com‑
petição geopolítica e geoeconómica colonial, ao tempo, essencialmente
uma competição «imperialista»; Imperialismo, no sentido que mais
tarde lhe darão Hobson e Lenine, isto é, de uso do domínio político
com propósitos de exploração económica, já que, como escrevia Mon‑
tesquieu, «o objecto das colónias» era, precisamente, «fazer comércio
em melhores condições que aquelas com que se faz com os povos vizi‑
nhos, com os quais as vantagens são recíprocas.»114
O Despertar da Prússia
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
A guerra na América
136
137
138
139
140
141
142
A reacção inglesa
143
144
145
146
147
148
149
150
151
A Alma do Mundo
152
153
154
155
156
157
158
159
160
O duelo franco-britânico
161
162
163
164
165
167
168
169
Fichte não faz parte desse grupo: em 1793, entre Duntzig e Zurique,
publica anonimamente panfletos radicais, como Reivindicação da liber-
dade de pensamento aos príncipes da Europa que até hoje a suprimiram
e Contribuição para o juízo público da Revolução Francesa. Seguem-se‑
-lhes obras de filosofia sobre o Direito Natural e o Sistema de Ética;
mas, em 1798, escreve Sobre os fundamentos da nossa crença num governo
divino do Mundo, texto que desencadeia forte polémica. O Principe‑
-Eleitor da Saxónia condena-o por ateísmo, o Philosophischer Journal
é apreendido e Fichte é obrigado a abandonar o ensino e Iena e a refu‑
giar-se em Berlim. Ali, inscreve-se numa loja maçónica e escreve um
Tratado de Filosofia da Maçonaria. Foge de Berlim com a ocupação
francesa, em 1806, e refugia-se em Königsberg, com o governo. Aí redige
um pequeno tratado sobre Maquiavel, Über Machiavelli als Schriftsteller
(Sobre Maquiavel como escritor), em que se afirma partidário do rea‑
lismo político do pensador florentino, distante já do liberalismo e do
igualitarismo. E em 1808 torna públicos os Discursos à Nação Alemã,
um documento fundamental para a explicação e definição do nacio‑
nalismo identitário alemão, em que sublinha as características da Ale‑
manha e do Alemão e as suas diferenças em relação aos outros povos
europeus, sugerindo a superioridade da sua cultura nativa.151
Há uma polémica aberta à volta da natureza do nacionalismo pro‑
clamado por Fichte. Para uns, a teoria nacionalista de Fichte assentaria
essencialmente na Língua, que seria a alma da identidade alemã: era a
«língua-mãe» que dava à luz a pátria alemã; o Estado devia ser o grande
educador e formador nacional. Para ele, não havia contradição entre
o amor à pátria e a universalidade e o cosmopolitismo que uniam
a espécie humana.
170
171
172
173
Depois de Napoleão
174
Bismarck
175
176
faria pelo ferro e pelo fogo, e que o seu inimigo n.º 1 seria a Áustria,
avança com as reformas e o reforço de um instrumento essencial para
sua política – o Exército. Mas começa por se aliar aos Austríacos contra
os Dinamarqueses na chamada «guerra dos Ducados», cumprindo uma
política velha de séculos, mas que ganharia ali o nome de baptismo de
Realpolitik. E nessa guerra, Bismarck, um civil, comandou de perto os
militares e as operações.157 Manobrava examinando fria e lucidamente
o panorama político-estratégico da Europa: houvera a aliança franco‑
-britânica, contra a Rússia, na guerra da Crimeia; a França de Napoleão
III ajudara os independentistas italianos contra os Austríacos, mas
protegera os Estados Papais e Roma contra os unitários italianos; ele e
a Prússia optariam pela aliança austríaca na guerra dos Ducados con‑
tra os Dinamarqueses. Entretanto, valendo-se do seu conhecimento da
Rússia e dos seus conhecimentos na Rússia, negociava com Moscovo
uma aproximação e uma neutralidade colaborante.
As guerras da Unificação
177
178
179
O novo Reich
180
A Alemanha de Bismarck
181
O Socialismo Alemão
182
183
184
185
186
problema era a colisão de interesses nos Balcãs entre a Rússia (que sem‑
pre se assumia como a protectora dos cristãos eslavos do Sul) e a Áustria
(com os seus domínios na região). Por isso, mantendo a aliança dual
com a Áustria, Bismarck promoveu um tratado secreto com a Rússia, o
Tratado de Resseguro, uma aliança defensiva, em que Berlim se com‑
prometia a ficar neutral caso S. Petersburgo entrasse em conflito com
Viena, e S. Petersburgo se comprometia a assumir também uma posição
de neutralidade caso a França entrasse em guerra com a Alemanha.
Durante os seus quase dez anos como Primeiro-ministro da Prússia
(1862-1871) e os seus quase vinte anos como Chanceler da Alemanha
unificada (1871-1890), Bismarck prosseguiu, com grande persistência e
sucesso, uma política de manutenção da paz e do equilíbrio europeus,
desenvolvida em três linhas estratégicas: manter a França isolada de
possíveis aliados entre as potências, para evitar que a Alemanha corresse
o risco de uma guerra em duas frentes; manter boas relações com Viena
e S. Petersburgo, procurando também evitar um conflito entre os dois
impérios conservadores; promover a defesa dos princípios conserva‑
dores contra a ameaça representada pelo radicalismo socialista, encar‑
nado pelo internacionalismo marxista.
187
188
189
190
191
192
193
194
O fim de Bismarck
195
por divisa «Falar pouco, trabalhar muito, ser mais que parecer», fizera
a Alemanha numa década, com Guilherme I e Bismark, Guilherme II
iria desfazê-la num quarto de século.
Guilherme II recebia uma nação unida e poderosa. A seguir à uni‑
ficação e também graças à indemnização de guerra paga pela França,
houvera um boom económico, os chamados Gründer Jahre da expansão
da indústria alemã, em que se tinham multiplicado companhias e socie‑
dades e crescera a rede ferroviária. Seguira-se, na década de 1880, um
novo protagonismo da Banca, que apoiara a Indústria e a Agricultura
e quase regulava as empresas e os cartéis industriais, chegando a inte‑
grar o lançamento de alguns desses grupos. Embora muitos dos bancos
estivessem ligados às suas regiões de origem, outros, como o Deutsche
Bank, tinham-se internacionalizado a partir da década de 1870, abrindo
sucursais ou adquirindo posições accionistas em bancos da Ásia e das
Américas e financiando a internacionalização das empresas alemãs no
comércio exportador.176
Na banca alemã, além do pioneiro Mayer Amschel Rothschild, da
cidade livre de Frankfürt, notabilizava-se Gerson Bleichröder, outro
banqueiro judeu associado aos Rothschild. Gerson fora o banqueiro
que o barão Carl von Rothschild aconselhara a Bismarck como alter‑
nativa – já que, estando os Rothschild intimamente ligados aos Habs‑
burgo, de Viena, não poderiam ser banqueiros do «rival prussiano».
Fora, por isso, Bleichröder quem apoiara financeiramente as guerras
da Unificação, bem como a construção das vias férreas. Graças a esta
sua acção e a várias intervenções a favor do Governo e das famílias do
establishment prussiano, Bleichröder recebera também o título de
barão, juntando-se, com Abraão Oppenheim, ao grupo dos banquei‑
ros judeus aparentados com os Rothschild e acolhidos pela aristocra‑
cia alemã.
Ao mesmo tempo, na Indústria, surgiam grandes grupos familiares,
como os Krupp e os Thyssen, ligados ao aço e ao armamento, que, ao
lado da tradicional aristocracia prussiana, integravam a nova classe
dominante: uma burguesia alemã que Theodor Fontane, Gerhart Haupt‑
mann e Thomas Mann iriam caracterizar na ficção.
196
197
A caminho da Guerra
198
199
200
A Grande Guerra
Basta olhar para os regimes políticos destes aliados para ver que
pouco havia ali de ideológico. Na Entente, a França era uma República,
a Terceira República, governada por gabinetes de centro esquerda de
espírito anticlerical; a Grã-Bretanha, era uma monarquia liberal-con‑
servadora, com governos, ora liberais, ora conservadores, mas repre‑
sentando sempre uma oligarquia pragmática, concentrada nos
interesses nacionais e coloniais; e a Rússia era a última autocracia da
Europa, um Império continental que se expandira no século xix para
Oriente com a colonização da Sibéria, mas que, em muitos aspectos,
mantinha ainda sistemas medievalizantes de propriedade e de relações
sociais. Na Tripla Aliança, a Alemanha era uma monarquia constitu‑
cional, mas onde o Rei-imperador continuava a ter uma autoridade
central muito significativa e o comando efectivo do Exército; a Áustria
era um império em decadência, cuja classe dirigente era católica mas
em cujos domínios havia uma multiplicidade de povos, religiões e cul‑
turas; e a Itália dos Sabóia era uma monarquia liberal, em conflito com
o Vaticano desde a ocupação de Roma.
Seria precisamente nos domínios austríacos que se daria o conflito
que iria acender o rastilho da guerra. Os Balcãs eram partilhados por
dois impérios – o austro-húngaro e o otomano; Viena e Constantinopla
dominavam a península balcânica e ainda que fossem velhos inimigos
marcados pela conflitualidade religiosa tinham interesses comuns na
estabilidade balcânica. Friedrich von Gentz, um prussiano ao serviço
201
202
203
204
205
206
207
208
209
210
211
212
213
214
215
216
217
Radicalização
218
219
220
221
222
O Führer
223
Na Guerra de Espanha
224
225
A reconstituição da Alemanha
226
227
228
229
230
231
232
233
234
235
236
237
238
239
240
241
242
243
244
245
246
O artigo «You and the Atom Bomb» saía dois meses e meio depois
de os americanos terem lançado duas bombas atómicas contra as cida‑
des japonesas de Hiroshima e Nagasaqui, forçando a rendição do Japão,
e começava assim:
Considering how likely we all are to be blown to pieces by it within
the next five years, the atomic bomb has not roused so much discussion
as might have been expected.208
Com inteligência, lucidez e presciência, Orwell discorria sobre a
temível bomba e elaborava uma interessante teoria acerca das armas,
como instrumentos de violência e guerra entre os homens e entre os
povos, constatando que era «um lugar-comum» dizer-se que a História
da civilização era «em grande parte a história das armas». E avançava
247
248
249
250
251
252
253
254
255
256
257
258
por Clement Gottwald, foi o partido mais votado nas eleições de 1946,
com 38% dos votos; e formou um governo de coligação, mas onde
os comunistas eram minoritários. Entretanto, em França e na Itália, as
tentativas de tomada do poder pelos comunistas num quadro de «demo‑
cracia avançada» estavam a fracassar. Assim, na reunião do Cominform,
que sucedera ao Comintern em 5 de Outubro de 1947 (e que englobava
o Partido Comunista da URSS, todos partidos da Europa de Leste, o
PCI italiano e o PCF francês), Jahdnov, o n.º 2 do PCUS, sublinhou que
a Checoslováquia era o único país da Europa Oriental onde «a classe
operária ainda não tinha vencido a burguesia».
Para reparar esta lacuna foi montado o chamado «golpe de Praga»,
uma combinação de crise política e mobilização de massas, orientada
in loco pelo embaixador soviético, Valerian Zorin. Os comunistas, atra‑
vés dos seus comités de acção, puseram dezenas de milhares de milícias
armadas na rua. O Exército estava paralisado pela infiltração de oficiais
pró-soviéticos e o receio de uma entrada dos russos nas fronteiras.
Nestas condições, o presidente Benes nomeou um governo composto
por comunistas e compagnons de route, chefiado por Gottwald. O único
membro do Executivo que não era comunista nem cúmplice dos comu‑
nistas, Jan Masaryk, ministro dos Negócios Estrangeiros, apareceu
morto. Se foi suicídio, se homicídio disfarçado, é uma polémica ainda
em aberto. De qualquer forma, com o «golpe de Praga», completava-se
o domínio comunista da Europa Oriental. E, como nos outros países
que anteriormente tinham tido essa sorte, vinha a liquidação preventiva
de qualquer oposição com vagas de prisões de potenciais resistentes,
a velha técnica dos «suspeitos» por ideologia ou classe. E o terror para
o resto da população.
259
260
261
A Doutrina Truman
262
263
264
265
266
267
268
269
270
271
272
273
274
275
276
277
278
Mas dentro do que era o seu espaço, a partir de Ialta e da fixação esta‑
linista das conquistas na Europa Oriental, cada parte actuava directa ou
279
280
As guerras quentes
281
282
283
284
285
286
A era Brejnev
287
288
289
290
291
292
293
294
295
296
297
298
299
300
A surpresa do fim
301
(a URSS viria a desaparecer, mas não por essa razão). Também o dis‑
sidente Andrei Amalrik publicara, em 1970, um escrito L’Union sovié-
tique survivra-t-elle en 1984 (que lhe custou três anos de campo de
concentração em Kolyma) em que apontava para uma explosão social
na União Soviética.
Mas estas profecias da desgraça eram minoritárias. A imensa maio‑
ria das prospecções e dos estudos continuava a apontar para uma União
Soviética unida, militarmente poderosa, que fazia condomínio com
uns Estados Unidos que, nos anos 70, pareciam incapazes de defender
o Mundo Livre – com o Watergate, o desastre do Vietnam, a descolo‑
nização portuguesa, a presidência de Carter, a perda do Irão para
os Ayatollahs.
Mas a Guerra-Fria acabou, houve vencedores e vencidos e quem
ganhou foram os americanos. O que é que aconteceu?
Aconteceu na União Soviética o contrário do que aconteceria numa
sociedade livre: porque, se nas sociedades abertas, a reacção se forma
sobretudo na sociedade civil, de baixo para cima, nas sociedades tota‑
litárias ou tradicionais as rupturas importantes dão-se geralmente
a partir do Estado, do poder, de cima para baixo.
A derrota de Barry Goldwater em 1964 convencera os conservado‑
res americanos que era essencial trabalhar a sério, no plano das ideias,
para além da ritualidade temporal das competições eleitorais. O can‑
didato republicano fora atacado pelos candidatos liberais do Partido
– Nelson Rockfeller e George Romney – como sendo um reaccionário
lunático e saudosista que combatia o poder dos sindicatos, a coexistên‑
cia pacífica com os soviéticos e que quase só temia o que dizia ser o
crescimento da criminalidade na América.
As derrotas fazem bem, quando se fica vivo e se aprenderam as suas
razões e lições. A seguir ao desastre de Goldwatter, o movimento con‑
servador entendeu que havia razões mais profundas para a rejeição.
A partir daí, gerou-se um movimento cultural, com o desenvolvimento
e multiplicação da acção de revistas como a National Review, de
W. F. Buckley. A decadência da América com Carter e o medo da hege‑
monia da URSS também produziu reacções e mudanças de alinhamento:
302
303
304
305
306
307
308
309
310
311
312
313
314
O projecto SDI, mesmo que para alguns fosse mais bluff que reali‑
dade (até que ponto poderia haver uma defesa 100 por cento segura
em relação a uma ameaça atómica tão vasta?), contribuiu para pres‑
sionar Gorbachev quando chegou ao poder. Acrescente-se que, a par‑
tir de 1983, houve a instalação na Alemanha de mísseis de cruzeiro
Pershing 2.
Gorbachev teve de enfrentar guerras subversivas no Afeganistão, na
Nicarágua e em Angola, a Iniciativa de Defesa Estratégica e a deteriora‑
ção da economia. Tudo isto coincidindo com as espectativas da popula‑
ção russa de melhoria de vida com a nova liderança do Partido e do País.
Por outro lado, havia a rivalidade com a China, a decadência dos
ideais marxistas-leninistas, o absurdo e a vulnerabilidade de uma eco‑
nomia socialista em que os preços eram fixados por decreto, sem aten‑
ção aos custos de produção e a outras ponderações de mercado.
E havia um fundo de realidade no modo como na década de 70
ambos os lados tinham fixado a Détente. As elites funcionais soviéticas,
as tecnoestruturas científicas e militares, sabiam que uma guerra nuclear
não era um conflito com vencedores e vencidos; mas a maioria dos
membros do Politburo e das direcções dos partidos comunistas da
Europa Oriental não pensava assim. Ao contrário, via a confrontação
radical e a afirmação ideológica como uma necessidade e um seguro
de vida para o poder e para a hegemonia do Partido Comunista (e a
sua). Pelo menos até Gorbachev.
Assim, em 1983-84, na sequência da SDI, houve uma movimentação
forte na União Soviética, nos regimes comunistas do Pacto de Varsóvia
e na rede de compagnons de route do movimento comunista, usando
os movimentos pacifistas contra a «nova Guerra Fria de Reagan». Para
Fritz Ermarth, um quadro importante da CIA que se ocupou da União
Soviética, a agitação na direcção soviética em 1983, que levou alguns
sovietólogos e analistas ocidentais a temer uma reacção militar e até
a classificá-la como o momento mais tenso da Guerra Fria desde a Crise
de Cuba de 1962, era consequência da percepção pelos soviéticos de que
«as suas debilidades económicas e tecnológicas e as políticas de Reagan
estavam a virar contra eles, numa escala histórica, a relação de forças».252
315
316
317
A queda final
318
319
320
321
322
323
324
325
326
327
As quatro eras de Xi
329
330
331
332
333
334
335
A Revolução Cultural
336
337
338
339
340
341
Um americano em Pequim
342
343
344
345
relações do que as que as partes tivessem entre si. Kissinger queria usar
«a carta chinesa» para pressionar os soviéticos, mas não queria pôr em
causa a Détente e a política de segurança na Europa. Mas foi oferecendo
alguns brindes aos chineses, como informação sensível sobre os movi‑
mentos militares indianos no conflito indo-paquistanês, em que o
Paquistão era próximo de Pequim.
Mas nem Mao nem Chu se deixavam iludir por aquela nova ami‑
zade. Sobretudo Mao, que tinha dúvidas sobre a sinceridade americana
e as intenções de Washington.
Num memorando de J. H. Holdridge do National Security Council,
de Janeiro de 1973, sobre «o estado das relações sino-americanas e
perspectivas futuras», dava-se conta de vários contactos não-governa‑
mentais entre Washington e Pequim, como as missões de «friendship‑
-building» de cientistas chineses nos Estados Unidos e de jornalistas
americanos na China. Segundo o Relatório, os chineses estavam a
incrementar a visita à RPC de americanos de origem taiwanesa.
Em contrapartida, o silêncio das autoridades chinesas quanto
a questões políticas transmitidas pelo «canal de Paris» era notório,
nomeadamente quanto a esforços para uma pacificação da situação no
Vietname, ainda que fontes oficiais de Pequim fossem repetindo que,
acabada a Guerra do Vietname, haveria um rápido desenvolvimento
das relações sino-americanas. Havia também o caso dos prisioneiros
de guerra americanos ainda nas mãos dos chineses.270 E enquanto não
se passava às relações diplomáticas completas, havia a preocupação de
abrir uma representação americana na China, talvez um «escritório de
ligação», ou uma representação comercial; de qualquer forma, uma
representação com alguma permanência. Pelas transcrições da conversa
entre Nixon e Kissinger de 1 de Fevereiro de 1973 vê-se que comprovam
que os chineses não estão a ajudar na solução para a guerra do Vietname,
uma das razões da abertura a Pequim, e que o problema de T aiwan está
por resolver: «Another point we have to have in mind is what the hell
we do on Taiwan», sublinha Nixon.
346
347
348
349
350
351
352
353
354
355
356
357
358
359
360
361
362
363
364
365
366
367
368
369
370
371
372
373
nos anos 80, até 1989, com Tiananmen, o poder fora moderado na
repressão; depois, dos finais de Jang Zemin até aos Jogos Olímpicos de
2008, já com Hu Jintao, voltaria progressivamente a abrandar.
O capitalismo autoritário chinês, um capitalismo governado por um
partido único, tem tido, no Ocidente, o apoio de intelectuais e perso‑
nalidades influentes, como Thomas Friedman e George Soros, que o
consideram a única forma possível de modernização asiática. Lembram
até que, na Ásia, países como a Coreia do Sul e Taiwan, iniciaram o
«milagre económico» com modelos autoritários, e só depois se demo‑
cratizaram. Robert Kuhn, banqueiro e consultor do governo de Pequim,
tem também defendido no New York Times e no Wall Street Journal a
eficácia do regime, nomeadamente das medidas financeiras adoptadas
a seguir à crise de 2008. 288
Apesar das melhorias no clima social, com o abrandamento da polí‑
tica de repressão, houve brutais medidas de controlo típicas de um
Estado todo-poderoso que subsistiram ou até que surgiram no pós‑
-maoismo. Uma delas disposições foi a política de «um só filho», a
partir de 1979, que, além de conduzir a uma vigilância de proximidade
(muitas vezes exercida pela vizinhança), criou traumas em famílias e
mulheres chinesas, forçadas a abortar, muitas vezes em estado já avan‑
çado de gravidez, e ditou, a médio e longo prazo uma crise de envelhe‑
cimento e uma diminuição da força de trabalho.
Também as políticas de crédito – favorecendo o sector público em
relação ao sector privado e muitas vezes avançando o crédito segundo
critérios essencialmente de favor político – foram objecto de largos
debates, sobretudo a respeito do chamado «crédito malparado» ou NPLs
(Non-Performing Loans). A razão da proliferação destes créditos pode
explicar-se facilmente nos primeiros 25 anos do sistema misto criado
pelas reformas de Deng Xiaoping, num mercado dirigido politicamente:
entre 1980 e os meados da década seguinte, os bancos chineses, que
embora especializados eram todos estatais, continuaram a emprestar
às empresas públicas, também estatais, muitas vezes sem avaliarem as
possibilidades de os empréstimos serem pagos; e continuaram também,
por critérios políticos, a apoiar projectos locais, sem levar em conta os
374
375
376
377
O sonho do Imperador
378
379
Bo Xilai
380
381
Zhou Yongkang
382
do mesmo ano era pronunciado num mega processo, com mais de cem
acusados. Em Dezembro seria preso, expulso do Partido por corrupção,
vida dissoluta, favorecimento da família e amigos e, mais grave, de
«vender segredos de Estado».298
A neutralização de Zhou foi a primeira grande prova do poder de
Xi. Bo Xilai caíra ainda na fase de transição, ou seja, antes da chegada
de Xi ao poder. Zhou fora apoiante de Bo, era membro da Comissão
Executiva Permanente do Politburo (o que lhe dava um estatuto
de «intocável») e tivera poder e prestígio como expert em energia
e petróleo. Ao derrubá-lo, Xi, não só colhia o prestígio de ter caçado
um «grande Tigre», como, nomeando homens da sua confiança, pas‑
sava a controlar a Segurança do Estado e o sector petrolífero, além
de outros sectores-chave, económicos na política e na economia. Era
uma grande vitória.
Ao mesmo tempo, caiam outros baluartes do antigo Ministro da
Segurança de Estado; entre eles, a província de Sichuan e a CCTV,
a mais importante cadeia de televisão da China. A queda de Zhou
expunha dezenas de altos quadros do Partido e funcionários do Estado.
Acima de tudo, ao caçar alguém como o «intocável» Zhou, Xi provava
que deixavam de existir «intocáveis». Mao usara e abusara do poder,
perseguindo os grandes, provando, com um despotismo sem limites,
a sua supremacia. Reagindo à arbitrariedade do Grande Timoneiro,
os seus sucessores tinham criado equilíbrios pessoais entre as elites,
que garantiam que umas dezenas de privilegiados e suas famílias e ami‑
gos estariam acima da Lei e até do Partido. Xi, não só restabelecia a
legitimidade do «império da lei» contra os privilegiados, ganhando
popularidade entre as bases e o povo, como mostrava que havia uma
nova ordem.
E não parou por aí, enfrentando vitoriosamente Zhou e o seu
«guanxi» (expressão chinesa para lobby ou teia de relações informais
baseadas na confiança pessoal, envolvendo troca de favores). E entre
os membros do guanxi de Zhou, contavam-se alguns chefes militares.
383
O general Xu
Os gangues provinciais
384
385
386
387
388
O Crédito Social
389
A China no mundo
390
391
392
393
394
Obama e a China
395
396
397
398
O furacão Trump
399
400
401
402
403
404
405
Reacções americanas
406
407
408
O sétimo duelo
409
410
411
412
413
414
415
416
417
418
419
E ao que tudo indica, o novo líder dos Estados Unidos, do poder incum‑
bente, apesar da profunda divisão ideológica e mudança internas,
retoma a posição do seu antecessor, procurando, como mais-valia,
mobilizar os aliados, até agora marginalizados, ou incomodados ideo‑
logicamente pela radical incorrecção de Donald Trump. E nem as pro‑
fundas divisões internas americanas, com a Administração Biden
a ceder, por convicção ou por táctica, à Agenda radical da esquerda do
Partido Democrático, mais preocupada em subverter a América que
em conter a China, parecem retirar à contenção da ascensão da RPC
o estatuto prioritário.
Será uma nova Guerra Fria? À partida poderá parecer que sim.
Como ambos os contendores têm armas nucleares, químicas, bacterio‑
lógicas e até convencionais de alta destruição, o conflito armado directo,
não sendo impossível, é pelo menos improvável. Além disso, talvez a
área em que a China, o poder desafiante, está em maior desvantagem
competitiva é precisamente a militar. Nas outras, na tecnológica e sobre‑
tudo na económica, em termos de paridade de poder de compra, já está
em primeiro lugar. E em termos de rede de investimento e influência
está muito avançada em continentes como África e as Américas Latinas,
a sul do rio Grande.
Os Estados Unidos terão de tomar o cuidado de não se excederem
no messianismo democrático para poderem erguer uma barreira eficaz
a Pequim. O realismo das Administrações Truman – Eisenhower
e Nixon-Reagan, no princípio e no fim da Guerra Fria, pode ser uma
boa fonte de inspiração. Na abertura a Pequim, Nixon e Kissinger desig‑
naram um inimigo principal, acolherem como aliados os Estados auto‑
ritários anticomunistas e aproveitaram as divisões e as brechas no então
«campo socialista».
Não parece ser essa, para já, a política de Washington que, com
a hostilidade à Rússia de Putin, pode atirá-la para uma aliança objectiva
com a China.
O conflito Estados Unidos-República Popular da China é essencial‑
mente geopolítico e geoeconómico, não é ideológico. É claro que
a ideologia conta, na medida em que o regime de Pequim, de tradição
420
421
422
423
O último imperador
424
425
426
427
428
No fim destes «Sete Duelos», não sei se devamos esperar que dois
poderes «iguais» coexistam muito tempo, num mundo cada vez mais
pequeno.
Na noite do dia 1 de Julho, em que, em Pequim, Xi e o Partido cele‑
braram o centésimo aniversário da fundação do Partido Comunista da
China, as tropas norte-americanas abandonavam a base de Bagram.
Faziam-no pela calada da noite, sem avisarem os seus aliados Afegãos.
Tinham também libertado 5 mil Talibãs de uma prisão anexa de Bagran –
que, entretanto, desapareceram. Joe Biden, não quis falar da retirada e
do que se seguiria: era o 4 de Julho e preferia falar de «coisas felizes».
As tropas americanas desligaram a energia e saíram. A sua retirada
brusca do Afeganistão pode desencadear um processo semelhante ao
do Vietname, em 1975, com sinais de pânico entre a população de Cabul
e tentativas de sair do país, antes que cheguem os Talibãs.
É difícil resistir, neste final, à comparação entre a ordem, a afirma‑
ção, a disciplina e a coesão na Praça de Tiananmen e a descoordenada
saída das tropas americanas de Bagram, cozidas com a noite, como um
bando de caçadores furtivos, abandonando viaturas, material, munições,
aliados, num cenário de confusão e caos.
Mas por mais tentador que seja comparar a força da Nova China,
reunida na praça de Tianamen, com a fraqueza de uma América que
abandona o Afeganistão, a História mostra-nos que a aparência de
ordem e força ou de desordem e de fraqueza podem ser enganosas.
É difícil imaginar maior convergência de ordem, de força e de entu‑
siasmo popular melhor coreografia de povo e bandeiras, de águias e de
marchas do que na chegada de Hitler a Nuremberg, em 1936, com o
Mercedes do Führer passando entre a multidão.
Nessa mesma altura, os Estados Unidos sofriam ainda as consequên‑
cias da Depressão, que estava na Terceira Vaga: em 1938 o PNB contraíra
10%, o desemprego subira para 20% e os desempregados – os homens‑
-sandwich – passeavam-se pela Brodway com letreiros I Voted for Ham
and Eggs ou I Believe in the Banks. Era grande a divisão ideológica das
elites, entre os isolacionistas do «America First» e o próprio F. D. Roo‑
sevelt que proclamava, no desfecho da crise de Praga, que os Estados
429
430
Capítulo I
1
Cfr. Seth N. Jaffe, Thucydides on the Outbreak of War, University of Toronto, 2012,
p. 2.
2
Cfr. Sparta in Modern Thought, Stephen Hodkinson and Ian McGregor, The Classi‑
cal Press of Wales, Swansea, 2012.
3
Roosevelt Rocha, «A Esparta de Plutarco entre a Guerra e as Artes», in Pilar Gómez
Cardó, Delfim F. Leão, Maria Aparecida de Oliveira Silva (coordenadores), Plutarco entre
Mundos – Visões de Esparta, Atenas e Roma, Annablume, Imprensa da Universidade de
Coimbra, pp. 160-161.
4
Cfr. Richard Bett, «Nietzsche and Plato», in Alan Kim Brill’s Companion to German
Platonism, Krieger School of Arts and Sciences, 29 Janeiro 2019, pp. 224-270
5
Citado por Cathrine Zuckert, «III Nietzsche Rereading of Plato», in Political Theory,
Vol. 13 (Maio, 1985), pp. 213-238.
6
Citado em John Zumbrunnen, «Courage in the Face of Reality: Nietzsche’s Admi‑
ration for Thucydides», Polity, Volume XXXV, Number 2, Winter 2002.
7
O episódio das Termópilas serviu de tema ao popular filme 300, do realizador Zack
Snyder, dando uma imagem positiva da cultura e dos valores de Esparta. O filme é de
2006 e veio no rasto de uma BD heroica de Frank Miller. Cfr. S. Fotheringham, «The
Positive Portrayal of Sparta in Late-twentieth Century Fiction», in Sparta in Modern
Thought, pp. 393-428.
8
Jacqueline de Romilly, La Tragedia Greca, Il Mulino, Bologna, 1996, p. 9.
9
Jacqueline de Romilly, La Tragedia Greca, p. 57.
10
Cfr. August Bebel, «Traces of the Matriarchate in Greek Myths and Dramas», Woman
and Socialism [1879], Socialist Literature Co., Nova Iorque,1910; Cfr. marxists.org.
11
Jaime Nogueira Pinto, Ideologia e Razão de Estado, Uma História do Poder, Civiliza‑
ção Editora, Porto, 2013, pp. 42-43.
12
Jacqueline de Romilly, La Tragedia Greca, pp. 161-162.
431
13
Cfr.Victoria Wohl, Euripides and the Politics of Form, Princeton University Press,
Princeton (N.J), 2015.
14
Cfr. Euripides, Hecuba, translated by Jay Kardan and Laura-Gray Street, in Didaska-
lia 8 (2011) pp. 260-262.
15
Jacqueline de Romilly, La Tragedia Greca, pp. 105-106.
16
Hecuba, versos 1020-1100.
17
Cfr. The Troyan Women of Euripides, Translated into English Rhyming Verse with
Explanatory Notes by Gilbert Murray, M.A.LL.D., George Allen, Londres, 1905
18
Albert Heinrichs, «The last of the Detractors: Friedrich Nietzsche’s Condemnation of
Euripides» in Greek, Roman and Byzantine Studies, Duke University, 1986, pp. 371 e segs.
19
Cfr. Tucídides, História da Guerra de Peloponeso, Livro II, 36-42, Tradução do texto
grego, Prefácio e Nota introdutórios de Raul M. Rosado Fernandes e M. Gabriela
Granwehr, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2013, pp. 200-205
20
Victor Davis Hanson, A War Like No Other: How the Athenians and Spartans Fought
the Peloponnesian War, Methwen Publishing Ltd, Londres, 2005.
21
Cfr. Thucydides, La Guerre du Pélopnnêse, Livre I, Texte établé et traduit par Jacque-
line de Romilly, Les Belles Lettres, Paris, 1981, p. 16. No texto grego é phobos. Na tradu‑
ção portuguesa de Rosado Fernandes, do Livro I, 23,6, pode ler-se: «O pretexto mais
próximo da verdade e que não tem sido visível no que se tem dito é que o avanço a que
os Atenienses tinham chegado lhes conferia muito poder, o que causou medo aos Lace‑
demónios e os obrigou a declarar a guerra».
22
Jaime Nogueira Pinto, Ideologia e Razão de Estado, p. 71.
23
Sobre a peste de Atenas ver Jaime Nogueira Pinto, Contágios: 2500 Anos de Pestes,
Dom Quixote, Alfragide, 2020, pp. 19 e segs.
24
Sobre Alcibíades ver Jacqueline de Romilly, Alcibiade, Èditions de Fallois, Paris, 1995.
25
Robert J. Littman, The Loves of Alcibiades – Transactions and Proceedings of the Ame-
rican Philological Association, The Johns Hopkins University Press, Baltimore, Maryland,
1970.
26
Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Livro II/ LXV/9; Tucídides, História
da Guerra do Peloponeso, p. 222.
27
Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Livro VI, 15, p. 530.
28
Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Livro VI, 15, p. 530.
29
Peter Astbury Brunt, «Thucydides and Alcibiades» Revue d’Études Grecques Tome
LXV, Janvier-Juin 1952. Édition les Belles Lettres, Paris, 1952, pp. 62-63.
30
Donald Kagan, The Outbreak of the Peloponnesian War, Cornell University Press,
Ithaca and London, 1989, pp. 347 e segs.
31
Kagan, pp. 347 e segs.
32
Raphael Sealey, «The Causes of Peloponnesian War» in Classical Philology, Vol. 70,
n.º 2 (April 1975) University of Chicago Press, 1970, p. 89.
33
Kagan, p. 348.
34
Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Livro I, 80, 3-4, p. 124.
35
J. P. Rhodes, «The Peloponesian War Resources and Strategies» in Ancient History
and Civilisations, a History of the Classical Greek World 478-323.
432
36
Tucídides, A Guerra do Peloponeso, Livro II, XIII 6-8, p. 186.
37
Cfr. John Nash, «Sea Power in the Peloponnesian War», Naval War College Review,
Volume 71, Number 1, Winter 2018, p. 7.
38
Xenofonte, Helénicas, Book II, I. (Translation by H. G. Dakyns. The Project Guten‑
berg EBOOK of Helenica, by Xenophon).
Capítulo II
39
Benjamin W. Wells, «Business and Politics at Carthage» in The Sewanee Review,
Vol. 28, n.º 4, Oct. 1920, The John Hopkins University Press, pp. 499-5019.
40
Cfr. Theodore James Tracy sj, Carthage: Her Civilization and Culture, Loyola Uni‑
versity Chicago, 1942, pp. 13 e segs.
41
Cfr. Theodore James Tracy sj, Carthage: Her Civilization and Culture, p. 26.
42
Mark Cartwright, «Cartagenian Society» in Ancient History Encyclopedia, 16 June,
2016.
43
J.B. Israel, «Salammbô et le réalisme historique : Le personnage d’Halmicar«, in Les
Amis de Flaubert, Année 1976 – Bulletin n.º 49, pp. 11 e segs.
44
Dimitris Adamidis, The Romulus and Remo Myth as a Source Insight into Greek
and Roman Values, Senior Theses and Projects, Trinity College, Hartford Connecticut,
2016.
45
Iskander Rehamn, «Polybius, Applied History and Grand Strategy in an Interstitial
Age» in War on Rocks, National Security for insiders, by insiders, March 29, 2014.
46
Cfr. Polybius, The Histories of Polybius Volume I, Trans. Evelyn S. Suckburg, Mac‑
Millan and Co., Londres e Nova Iorque, 1889.
47
Polybius, The Histories, Vol I, 14
48
James Davidson, The Gaze in Polybius, Cambridge University Press, 24 September
2012.
49
Mateusz Polakowski, Warships of the First Punic War: in Archeological Investigation
and Contributory Reconstruction of the Egadi 10 Warship. From the Battle of the Egadi
Islands (241 B.C.), A Thesis for the East Carolina University, April 2016, pp. 19-20.
50
Polybius, The Histories, Volume I, pp. 33-35.
51
Polybius, The Histories, Volume I, p. 40.
52
Polybius, The Histories, 78-79, pp. 87-88.
53
Randall T. Gamban, Virgil’s Dido and the Heroism of Hannibal in Silius’Punica,
pp. 73-74.
54
Pauci ac ferme optimus quisque Hannonio adsentiebantur; sed, ut plerumque fit, maior
pars meliorem vicit. (Liv. 21.4) «Poucos, mas os mais importantes, concordavam com
Hanão. Entretanto, como se dá muitas vezes, a maior parte venceu a melhor.» Citado
em Cyntia Helena Dibbern, «O Ethos de Aníbal em Tito Lívio e Cornélio Nepos», Ima-
gines, Universidade de S. Paulo, 2013, p. 70.
55
Cfr. Cyntia Helena Dibbern, «O Ethos de Aníbal em Tito Lívio e Cornélio Nepos».
56
Polybius, Histories, 3.9.
433
57
Hans Delbrück, Warefare in Antiquity, University of Nebrasca Press, Lincoln e Lon‑
dres, 1990, pp. 315-335.
58
B.H. Hart, Scipio Africanus – Greater than Napoleon, Da Capo Press, Massachusetts,
2004.
59
Kenneth T. Max Klima, Peter Mazzella and Patrick B. McLaughlin, Scipio Africanus
and the Second Punic War: Joint Lessons for Center Gravity Analysis, National Defense
University Press, Washington DC, Jan. 10, 2018.
60
Adrian Goldsworthy, The Fall of Carthage, Phoenix, Manchester, U. K. 2003.
61
Ben Kiernan, «The First Genocide: Carthage, 146 BC» in Diogenes 203, pp. 27-39.
Capítulo III
62
Kinch Hoekstru, «Thucydides in the Renaissance and Reformation», The Cambridge
Companion to Thucydides, Polly Low Ed., Cambridge, Reino Unido, 2021.
63
Garcia de Resende, Miscelânia, citado por Margarida Sobral Neto, D. Isabel de Por-
tugal, Imperatriz Perfeitíssima (1503-1539), Colecção Rainhas e Infantas de Portugal
(coordenação Prof. Doutora Manuela Mendonça), QuidNovi, Vila do Conde, 2011,
pp. 10-11.
64
Cfr. Margarida Sobral Neto, D. Isabel de Portugal, p. 21.
65
António de Azevedo Coutinho a D. João III, Cfr. Margarida Sobral Neto, D. Isabel
de Portugal, p. 49.
66
Gil Vicente citado por Margarida Sobral Neto, D. Isabel de Portugal, pp. 38-39.
67
Frederico Chabod, Carlos V y su Imperio, Fondo de Cultura Económica, Madrid,
1992, pp. 11-12.
68
Chabod, p. 21.
69
Citado por Chabod, p. 23.
70
Chabod, pp. 154 e segs.
71
Chabod, p. 155.
72
Quentin Skinner, Le origini del pensiero político moderno, Volume II, L’etá della
Riforma, Il Mulino, Bologna, 1989, pp. 79 e segs.
73
Walter Isaacson, Leonardo Da Vinci, The Biography, Simon and Schuster, Londres,
2017, pp. 514-515.
74
Cfr. Budé, Instituition du Prince (1524), citado por J.H.M. Salmon, Renaissance and
Revolt – Essays in the Intelectual and Social History of Early Modern France, Cambridge
University Press, Cambridge, Reino Unido, 2002, p. 31. Bérengère Basset, Christine
Benevent, «Les apophtegmes de Plutarque et la tradition des miroirs du prince au XVIe
siècle: l’exemple de l’Institution du Prince de Guillaume Budé», in Littératures Classiques
2014/2 (n.º 84), pp. 63-96.
75
Christian Gil, Les Femmes de François I, Pygmalion, Paris, 2005.
76
Valeria Allaire, Les images «italiennes» de François Ier entre 1515 et 1530 : l’attente,
la crainte, la célébratiοn et la déceptiοn chez les hοmmes de culture de la péninsule, Lin‑
guistique Normandie Université, 2018, p. 12.
434
77
Valeria Allaire, Les images «italiennes», p. 32.
78
Cfr Chabod, Carlos V y su Imperio, pp. 95-96; sobre Jacob Fugger, ver Amy Sorkin,
«How to finance an Emperor’s election», The New Yorker, 11-9-2015.
79
Ver texto da carta de Fugger em Richard Heath, «Charles V, money problems and
the Fugger Family», https://www.emperorcharlesv.com/charles-v-world/charles-
finances/mperor
80
Cfr. Richard Heathe, «Charles V Money problems and the Fugger Family».
81
«Récit Camp du Drap d’Or: il y a 500 ans François Ier et Henri VIII organisaient a
fête la plus chère de l’Histoire», in France 3, 7-06-2020: https://france3-regions.
francetvinfo.fr/hauts-de-france/pas-calais/calais/recit-camp-du-drap-il-y-500-ans-
francois-ier-henri-viii-organisaient-fete-plus-chere-histoire-1835248.html
82
Cfr. André Chastel, Le Sac de Rome, 1527: Du Premier Maniérisme à la Contre-
-Reforme, Gallimard, Paris, 1984.
83
D. L. Potter, «Foreign Policy in the Age of the Reformation: French Involvement in the
Schmalkaldic War, 1544-1547», The Historical Journal, 20, 3, (1977), pp. 525-544.
84
Sobre a Reforma ver Brad S. Gregory, The Unintended Reformation: How a Religious
Revolution Secularized Society, Harvard University Press, Harvard, Massachusetts, 2015
85
Sascha O. Becker & Steven Pfaff & Jared Rubin, «Causes and Consequences of the
Protestant Reformation,» Chapman University, Economic Science Institute., Working
Papers 2016, p. 18.
86
Ver o romance de Marguerite Yourcenar, L’Oeuvre au Noir, que tem um capítulo
sobre a história dos Anabaptistas de Münster. Outro romance inspirado nos Anabaptis‑
tas de Münster é Le Roi des Derniers Jours: L’Exemplaire et très Cruelle Histoire des Rebap-
tisés de Münster (1534-1535), de Pierre Barret e Jean-Noel Gurgand.
87
James Harvey Robinson (ed.), Reading in European History, 2 vols., Ginn and Com‑
pany, Boston, 1906, vol. 2, pp. 99-108.
88
Cfr. Ingmar Karlsson, «The Turk as a Threat and Europe’s “Other”» in International
Issues & Slovak Foreign Policy Affairs, Vol. 15, No. 1, 2006, pp. 62-72.
89
Samantha Goodrich, Emperor Charles V and Sultan Süleyman I: A Comparative
Analysis (Thesis), The University of New Mexico, Albuquerque (N.M) Julho 2017, p. 14.
90
Samantha Goodrich, Emperor Charles V and Sultan Suleiman I, p. 20.
91
Samantha Goodrich, Emperor Charles V and Sultan Suleiman I, p. 21.
92
Cornwell H. Fleischer, A Mediterranean Apocalypse: «Prophecies of Empire in the
Fifteenth and Sixteenth Centuries», Journal of the Economic and Social History of the
Orient, Vol 61: Issue 1-2, 14 March 2018, pages 18-90.
93
Rebekka Voss, «Charles V as the Last World Emperor and Jewish Hero», in Jewish
History, Vol. 30, Nr 1-2, Julho, 2016, pp. 83 e segs.
94
Rebekka Voss, p. 86.
95
Citado em Chabod, Carlos y su Imperio, pp. 154-155.
96
«Instruções Secretas de Carlos V a seu filho Filipe», citado por Chabod, pp. 158-159.
97
Testamento de D. Manuel citado por Margarida Sobral Neto, D. Isabel de Portugal.
435
Capítulo IV
98
Cfr. Betty J.S.Shaw, Voltaire et l’Angleterre (A Thesis), Rice University, Houston, Texas,
May 1966, p. 2.
99
Jean Orieux, Voltaire, ou, la royauté de l’esprit, Flammarion, Paris, 1966, pp. 116 e sgs.
100
Citado em Betty Shaw, p. 6.
101
Voltaire, «On the Church of England», citado em World History Commons, Primary
Source: https://worldhistorycommons.org/voltaire-church-england
102
Cfr. Milan Zafirowski, The Protestant Ethic and the Spirit of Authoritarianism, Sprin‑
ger Verlag. Nova Iorque, 2007.
103
Heinz Duchardt, La epoca del Absolutismo, Alianza Universidad, Madrid, 1992,
pp. 78-80
104
Voltaire, Le Siècle de Louis XIV, citado por John Campbell, «Entre le «siècle de
Louis XIV» et le siècle des Lumières: la rhétorique voltairienne à l’oeuvre», Littératures
Classiques (76), Champions, Paris, 2011, pp. 85-97: http://eprints.gla.ac.uk/59011/
105
Cfr. John Campbell,«Entre le «siècle de Louis XIV» et le siècle des Lumières: la rhé‑
torique voltairienne à l’oeuvre»
106
Voltaire, Le Siècle de Louis XIV, citado por John Campbell.
107
Ch. P. J. Corfield «Class by Name and Number in Eighteenth Century Britain», His-
tory, February 1987, Vol. 72, n.º 234, p. 38.
108
P. J. Corfield, p. 7.
109
Corfield, p. 8.
110
British Society by the Mid-18th Century: Joseph Massie categories: https://www.
britannica.com/place/United-Kingdom/British-society-by-the-mid-18th-century; A. N.
Nilson, «Londres – da Renascença à Restauração», in John Julius Norwich (coord), As
Grandes Cidades da História, Clube do Autor, Lisboa, 2018, pp. 299-273.
111
Cfr. Charles M. Andrews, «Anglo-French Commercial Rivarly, 1700-1750: The Wes‑
tern Phase», The American Historical Review, April 1915, Vol. 20, n.º 3, pp. 539-556,
p. 540.
112
Cfr. C. M. Andrews, «The Anglo-French Commercial», p. 543.
113
Citado por Andrews, p. 548.
114
Montesquieu, L’Esprit des Lois, citado em Raoul Girardet, L’idée coloniale en France
de 1871 à 1962, La Table Ronde, Paris, 1972, p. 28.
115
Sobre a Prússia e Frederico II, ver Jaime Nogueira Pinto, Ideologia e Razão de Estado,
pp. 205 e segs.
116
Sobre Pitt, «O Velho», ver Jeremy Black, Pitt, the Elder, Cambridge University Press,
Nova Yorque, 1992
117
António Barrento, Guerra Fantástica 1762 – Portugal, o Conde de Lippe e a Guerra
dos Sete Anos, Tribuna da História, Lisboa, 2006.
118
Christopher Clarck, O reino de Ferro – Uma História da Prússia Ascensão e Queda –
1600-1947, BookBuilders, Silveira, 2018 pp. 238.
119
Pierre Gaxotte, Frederic II, Fayard, Paris, 1972, p. 162.
120
Christopher Clarck, O Reino De Ferro, p. 242.
436
121
Clarck, p. 247.
122
Denis Vaugeois, «Le Traité de Paris de 1763 est le document le plus important de
notre histoire », Le Devoir, 9 Février, 2013, online.
123
Marc Belissa, Edmond Dziembowski et Jean-Yves Guiomar, « De la Guerre des Sept
Ans aux révolutions : regards sur les rélations internationales », in Annales Historiques
de la Révolution Française 349, Juillet-Septembre 2007: https://journals.openedition.org/
ahrf/11262
124
Anthony Page, «George III and the Seventy Years War, 1744-1815», Georgian Papers
Programme: https://georgianpapers.com/2019/01/03/george-iii-and-the-seventy-years-
war-1744-1815/
125
Cfr. Edward S. Corwin, «The French Objective in the American Revolution», The
Americnan Historical Review vol. 21, n.º 1 (Oct. 1915) pp. 33-61.
126
Corwin, p. 34.
127
Corwin, p. 52.
128
Corwin, p. 53.
129
Citado em Corwin, p. 37.
130
John Hardman, «Louis XVI, Vergennes and the American Independence», in Bul-
letin du Centre de Recherche du Château de Versailles, Open Edition Journals, 5 de Julho,
2016: https://journals.openedition.org/crcv/14051?lang=en
131
Hardman, «Louis XVI, Vergennes and the American Independence»
132
Cfr. Jonathan R. Dull, The French Navy and American Independence, A Study of Arms
and Diplomcy 1774-1787, Princeton, NJ, Princeton University Press, 1975.
133
Raphael Franco, La France et les Français dans la guerre d’indépendence américaine:
phases et aspects d’un engagement singulier, Université Grenoble-Alpes, 2015-2016, pp. 97
e segs.
134
Cfr. Jaime Nogueira Pinto, Ideologia e Razão de Estado, pp. 221-223.
135
Sobre os massacres de Setembro ver a descrição em Gustave Lenotre, Paris Révolu-
tionnaire, Perrin, Paris, 2014.
136
Ruth Mather, «The Impact of the French Revolution in Britain» in Discovering Lite-
rature: Romantics and Victorians, British Library, 15 May 2014: https://www.bl.uk/
romantics-and-victorians/articles/the-impact-of-the-french-revolution-in-britain#
137
George Sabine, Historia de la Teoria Política, Fondo de Cultura Económico, Madrid,
1976, p. 446.
138
Alain Blondy, Paul 1er – La folie d’un Tsar, Perrin, Paris, 2020.
139
Nicolas Broussard, Napoleon, Hegelian Hero, Napoleon.Org – The History Website
of the Foundation Napoleon: https://www.napoleon.org/en/history-of-the-two-empires/
articles/napoleon-hegelian-hero/
140
Antoine Guillois, Les bibliothèques particulières de l’Empereur Napoléon, Librairie
Henri Leclerc, Paris, 1900, pp. 10-11.
141
Serge Nabokov, Sophie Lastours, Koutouzov, le Vainqueur de Napoléon, Albin Michel,
Paris, 1990, pp. 189 e segs.
142
Cfr. François-René de Chateaubriand, Mémoires d’Outre-tombe [1848], Ed. Jean Paul
Berchet, Le Livre de Poche-Classiques de Poche, Hachette, Paris, 2010.
437
143
Jean Tulard, Napoleon – Ou le Mythe du Sauveur, Fayard, Paris, 1977, p. 239.
144
Dominic Annen, «Tricolor and the Union Jack at Sea: How the French Revolution
Decapitated Napoleon’s Navy and Thereby Ruined His Ambitions», Student Theses, Papers
and Projects History, 2015. 43. https://digitalcommons.wou.edu/his/43
145
Dominic Annen, «Tricolor and Union Jack at Sea: How the French Revolution Deca‑
pitated Napoleon’s Navy and Thereby Ruined his Ambitions», pp. 17-18.
Capítulo V
146
Gian Enrico Rusconi, Clausewitz, il prussiano – La politica de la guerra nell’equiilibrio
europeo, Einaudi Editore, Turim, 1999, pp. 43-44.
147
Lea Ypi, «On Revolution in Kant and Marx», in Political Theory, 2014, 42(3).
148
Cfr. Lea Ypi, «On Revolution in Kant and Marx».
149
Cfr. Raidan Maliks, «Kant, the State and Revolution», in Kantian Review, 4 Feb. 2013,
pp. 24-47.
150
Anthony J. Vopa, «The Revelatory Moment: Fichte and the French Revolution»,
Central European History, Vol. n.º 2 , The French Revolution in Germany and Austria,
June 1989, pp. 130-159, Cambridge University Press.
151
Fichte, Addresses to the German Nation, Edited by Gregory Moore, Cambridge Text
on the History of Political Thought, Cambridge, UK, 2009.
152
Bradshaw Crombie, Fichte’s World-view as Expressed in his Philosophical, Educational
and Political Writings, Department of History McGill University, Montreal, Canada,
September 1996, pp. 74 e segs.
153
Bradshaw Crombie, Fichte’s World-view, pp. 55 e segs.
154
Christopher Clark, O Reino de Ferro, Uma História da Prússia, Bookbuilders, 2018,
pp. 364 e segs.
155
Jaime Nogueira Pinto, Ideologia e Razão de Estado, pp. 249.
156
Rusconi, Clausewitz – Il Prussiano, Biblioteca Einaudi, Torino, 1999.
157
Christopher Clark, O Reino de Ferro, pp. 569-577.
158
Micah Alpaugh, «A Self-Defining Bourgeoisie» in The Early French. Revolution: The
Milice Bourgeoise, the Bastille Days of 1789 and Their Aftermath, Journal of Social History,
February 2014, 47(3) pp. 696-720.
159
Michael Minko Sotiron, The non-revolutionary nature of the German Social Demo-
cratic Party from 1863-1890, A Thesis, University of California (Berkeley), 1967,
p. 13.
160
Citado em Minko Sotiron, p. 17.
161
Michael Minko Sotiron, p. 31.
162
Andrew Markoff, Composing Identity: Richard Wagner’s Legacy in Divided Germany,
A Thesis, Georgetown University, 2014, p. 16.
163
Roger Scruton, «Paul Heise’s Interpretation of Wagner’s Ring cycle», in Man Without
Qualities, October 20, 2011.
164
Cfr. Roger Scruton, «Paul Heise’s Interpretation of Wagner’s Ring cycle».
438
165
Elisabeth Marques Jesus de Sousa, «A Técnica do Leitmotiv em Der Ring des Nibelung
de Richard Wagner e em Buddenbrooks de Thomas Mann», Tese de Mestrado, U. Lisboa,
1999, p. 37.
166
Mayra Peterlevitz, Wagner e Nietzsche. Estações de um Encontro, Universidade Fede‑
ral de S. Paulo, Dissertação, 2015, p. 77.
167
«Daniel Barenboim and Edward Said in conversation», in Raritan, a quarterly publi-
cation of Rutgers University, Spring 1998.
168
Marta Baranowska, «On Being a German, According to Friedrich Nietzsche»,
Przegląd Zachodni 73 (2), March 2017, pp. 41-56.
169
Werner Ross, Friedrich Nietzsche – El áquila angustiada, Ediciones Paidós, Barcelona,
1994, pp. 158-160.
170
Youn Porte, «Le siège de Metz en 1870. La guerre de Nietzsche comme expérience
intérieure», Le Portique, Revue de philosophie et sciences humaines, n.º 21, 2008, p. 26.
171
Theodor Schieder, «Nietzsche and Bismarck», The Historian, vol. 29, n.º 4 (August,
1967), pp. 584-604.
172
Henry Burnett, «Povos e Pátrias – Wagner e a política».
173
Burnett, p. 11.
174
Burnett, p. 13.
175
Woody Allen, Manhattan Murder Mystery, 1993. A deixa é do protagonista Larry
Lipton.
176
Timothy W. Guinnane Delegated Monitors, Large and Small: The Development of
Germany’s Banking System, 1800-1914, Yale University, August 2001, pp. 45 e segs.
177
Cfr Rachel G. Hoffman, The Age of Assassination: Monarchy and Nation in Nineteenth
Century Europe, Crassh Fellows Work in Progress seminar series, University of Cam‑
bridge, 11-05 – 2015: http://www.crassh.cam.ac.uk/events/26150
178
Cfr Jaime Nogueira Pinto, Ideologia e Razão de Estado, pp. 297 e segs.
179
Cf. Christopher Clarck, O Reino de Ferro, pp. 635 e segs.
180
Peter Kenez, «The Ideology of the White Movements» in Soviet Studies, vol. 32, n.º 1
(Jan. 1980) pp. 58-83.
181
Renzo de Felice, Mussolini il revoluzionario, Giulio Einaudi Editore, Torino, 1994,
pp. 59-60.
182
Claudio Tuozzolo, «Le Critiche Paretiane al Socialismo Borghese nell’Era Antilibe‑
rale del Finanzcapitalismo. Riflessioni a Partire da V. Pareto, Introduction a Karl Marx,
“Le Capital”», Diacritica, 6 (37), Dezembro 2020.
183
Klaus Gietinger, The Murder of Rosa Luxemburg, Verso, Londres, 2019.
184
Há dezenas de biografias de Hitler, objecto de inesgotáveis estudos. Aqui, seguimos
principalmente Joachim C. Fest, Hitler, Pelican Books, Londres,1977.
185
Ernst Nolte, Nazionalsocialismo e Bolcevismo. La Guerra Civile Europea, 1917-1945,
Sansori Editore, Firenze, 1988.
186
Karina Urbach, «Useful idiots: The Hohenzollens and Hitler», Oxford Academic
Journals, Institute for Advanced Study, Princeton, 2020.
187
Jessica Kramer, Werner Sombart and National Socialism, Portland State University, 2019.
188
Carl Schmidt, Der Führer schützt das Recht, Springer Vs Winbaden, 2018.
439
189
George L. Mosse, La nazionalizzazione delle massse, Il Mulino, Bologna, 1975.
190
Jaime Nogueira Pinto, Ideologia e razão de Estado, p. 513.
191
Fernando de Castro Brandão, Salazar – Uma Cronologia, Prefácio, Lisboa, 2011.
192
Paul Whelan, Soviet Airmen in the Spanish Civil War, Schiffer Publishing, Atghen,
Pensilvania, 2014.
193
Rafael Permuy, Air War Over Spain: Aviators, Aircraft and Units of the Nationalist
and Republican Air forces 1936-1939, Crucy Publishing, Mancherter, UK, 2010.
194
H. Beuve-Méry, «De l’accord de Munich à la fin de l’État Tchéco-slovaque», Politique
Étrangère, Année 1939, 4-2, pp. 135-154.
195
Richard A. Koenigsberg (org),«Was World War II the Result of Hitler’s Master Plan?»,
Library of Social Science, Issue 18 pp. 342-362: www.libraryofsocialscience.com
196
Andreas Hillgruber, La distruzione dell’Europa. La Germania e l’epoca delle guerre
mondiali (1914-1945), Il Mulino, Bologna, 1991; Hillgruber, La Segunda Guerra Mundial
1939-1945. Objetivos de guerra y estrategia de las grandes potencias, Alianza Editorial,
Madrid, 1995.
197
Richard A. Koenigsberg,«Was World War II the result of Hitler’s Master Plan?»,
pp. 343‑344.
198
Arkady Vaksberg, Stalin Against the Jews, Alfred A. Knopf, Nova Iorque, 1994.
199
Andreas Hillgruber, War in the East and the Extermination of the Jews citado em Yad
Vashem: The Holocaust Martyrs’ and Heroes’ Remembrance Authority.
200
Jaime Nogueira Pinto, Ideologia e Razão de Estado, p. 50.
201
Jaime Nogueira Pinto, Ideologia e Razão de Estado, p. 522.
202
Paulo Gaião, «O Cunhal de que o PCP nunca fala», Expresso, 21 de Janeiro de 2013.
203
John C. Caines, «Great Britain and the Fall of France, Study in Allied Disunity», The
Journal of Modern History, Vol. 27, n.º 4 (Dec. 1955) pp. 365-404.
204
Cfr. General-Major Mueller-Hillebrand, «The German Campaigns in the Balkans
(Spring 1941) – A Model of Crisis Planning», in All World Wars, Washington, 1952.
205
Henry Hemmingway, Agents of Influence, Public Affairs, Nova Iorque, 2019.
206
Christopher Wink, «Japan and Germany: At War Together», Temple University
Research Forum, Nov. 20, 2006.
207
Antony Beevos, «They raped every German female from eight to eighty», The Guar-
dian, May 2002.
Capítulo VI
208
George Orwell, «You and The Atom Bomb», The Tribune, 19-10-45, The Orwell
Foundation
209
Ferdinant Mount, «Second Thoughts on James Burnham», Orwell Lecture, «Orwell
and the Oligarchs», in The Orwell Foundation.
210
Cfr. George Orwell, «You and The Atom Bomb».
211
Karl T. Compton, «If the Atomic Bomb had not been used – Was Japan already bea‑
ten before August 1945 bombings?» The Atlantic, December 1946.
440
212
Zhivka Venelinova Valiavicharska, Spectral Socialisms: Marxism-Leninism and the
Future of Marxist Thought in Post-Socialist Bulgaria, University of California, Berkeley,
2011, pp. 49 e segs.
213
Erik van Ree, «Stalin’s Organic Theory of the Party», Russian Review, Vol. 52, n.º 1
(Jan. 1993) pp. 43-57.
214
Leslie Chamberlain, Lenin’s Private War, St. Martin’s Press, London 2007.
215
J. Arch Getty, Origins of the Great Purges – The Soviet Communist Party Reconsidered,
1933-1938, Cambridge University Press, Cambridge, London, 1987, pp. 17-20. O clássico
sobre o «Grande Terror» continua a ser Robert Conquest, The Great Terror: A Reasses-
sment, 40th anniversary Edition, Oxford University Press, Oxford, 2007.
216
Moshe Lewin, The Making of the Soviet System: Essays in the Social History of Inter-
war Russia, The New York Press, 1994.
217
John Lewis Gaddis, George F. Kennan – An American Life, The Penguin Press, Nova
Iorque, 2011, p. 206.
218
Gaddis, George F. Kennan, p. 207.
219
Anne Applebaum, Red Famine, Stalin’s War on Ukraine, Anchor, Hamburgo, 2018.
220
Gaddis, George F. Kennan, p. 216.
221
Jaime Nogueira Pinto, Cinco homens que abalaram a Europa, A Esfera dos Livros,
Lisboa, 2016, pp. 433-434.
222
Measures Short of War – The George F. Kennan Lectures at the National War College
1946-47, Edited by Giles D. Harlow and George C. Maerz, National Defense University
Press, Washington DC, 1991, pp. xxvii-xxviii.
223
Samuel W.Rushay Jr., «Harry Truman’s History Lessons», Prologue Magazine, Spring,
2009, vol. 41, n.º 1.
224
Robert Griffith, «Truman and the Historians: The Reconstruction of Post-War Ame‑
rican History», The Wisconsin Magazine of History, vol. 59, n.º 1 (Autumn, 1975),
pp. 20-47.
225
Paul T. Calbos, Cold War Conflict: American Intervention in Greece, Indiana Univer‑
sity, Bloomington, Indiana, 1993, p. 24.
226
Calbos, p. 33.
227
Colbos, pp. 47-48.
228
Ettie PGH Pedalin, «The 18 April 1948 Italian Election: Seventy Years On» LSE
(London School of Economics), Blog Team, April 18th, 2018 (online).
229
Vojtech Mastny, The Cold War and Soviet Insecurity: the Stalin years, Oxford Uni‑
versity Press, Oxford, 1996, p. 21.
230
Silvio Pons, «Stalin, Togliatti and the Origins of Cold War in Europe», in Journal of
Cold War Studies, Vol. 3, No. 2, Spring 2001, pp. 3–27.
231
George Christian Maior, America First Spy – The Tragic Heroism of Frank Wisner,
Academic Press, Washington, 2018.
232
Aleksei Tikhonov, «The End of the Gulag», Hoves Institution, Documents (online)
233
Michael Olson, «Dwight D. Eisenhower and the Suez Crisis of 1956», UNISMUN‑
CVI, Suez Crisis, 2016.
234
Ben Gaskin, «Swimming Pool Diplomacy: Kruschev, Mao and the Sino-Soviet Split»
441
235
Jonathan Brown, «The bandido counterrevolution in Cuba, 1959-1965», Colloques,
2017 Session 6 – Ideologias y actores de derecha (online https://journals.openedition.
org/nuevomundo/71412).
236
Raymond Aron, «La Guerra Fria y la crisis de los missiles en Cuba », Politica Exterior,
n.º 3, 21 Junio de 1987.
237
Jr Roeschley, «Nikita Kruschev, The Cuban Missile Crisis and the Aftermath.»,
digitalcommons.iwu.edu >cgi
238
Masha Gessen, «Inside the Gulags of the Soviet Union», in Literary Hub, Coumbia
Global Reports, March 26, 2018.
239
Louis Merrand, «Getting Real, George Kennan’s Cold War», The New Yorker, Novem‑
ber 6, 2011.
240
Ben Macintyre, A Spy Among Friends, Crown, Londres, 2015.
241
Tod Lindberg, «John Le Carré, Glasnostic», The National Interest, n.º 20 (Summer
1990) pp. 83-86.
242
Toby Manning, John le Carré and the Cold War, Bloomsbury, Londres, 2018.
243
Noah Jacob Lewis «Shaken not stirred: The Cold War Politics of James Bond, From
Novel to Film», Liberated Arts: a Journal for Undergraduate Research: vol. 4, Issue 1,
2018 (online).
244
Morton Schwartz, Soviet Perception of the United States, University of California
Press, Berkeley L.A., 1978, online.
245
Nick Gillespie, Matt Welch, «How Dallas Won the Cold War», The Washington Post,
Sunday, April 27, 2008 (online).
246
Alexander Panchenko, «The Dulles Plan for Russia: Conspiracy Theories and Moral
Panics in Post-Soviet Societies», in Truth and Fiction: Conspiracy Theories in Eastern
European Culture and Literature, Edition Kulturwissenschaft, 193, University of Salzburg,
University of Fribourg/Faculty of Humanities, University of Vienna, 2020.
247
Randall Doyle «The Reluctant Heretic: George F. Kennan and the Vietnam War,
1950-1968», Grand Valley Review, volume 25, Issue 1 (2002), p. 23.
248
Randall Doyle «The Reluctant Heretic: George F. Kennan and the Vietnam War,
1950-1968», p. 23.
249
Marek Jan Chodakiewics «The CIA and «Solidarity», The Institute of World Politics,
Sunday, March 17, 2019.
250
Marie Gayte «The Vatican and the Reagan Administration: a Cold War Alliance»,
The Catholic Historial Review, vol. 97, n.º 4, October 2011.
251
Dermot Gately, «Lessons from the 1986 Oil Price Colapse», Brookings Papers on
Economic Activity, 2:1986 New York University.
252
Fritz Ermarth, «Observation on the “War Scare” of 1983 – From an Intelligence
Perch», Parallel History Project on NATO and the Warsaw Pact (PHP) 6 November
2003.
253
Laura Cummings, «Gorbachev’s Perestroika and the Collapse of the Soviet Union»
(online).
254
Lenine, Que fazer, citado em John M. Kelsey, Lev Trotsky and the Red Army in the
Russian Civil War, 1917-1921, Claremont Colleges, 2011, p. 10.
442
Capítulo VII
255
Chris Buckley and Didi Kirsten Tatlow, «Cultural Revolution Shaped by Xi Jinping:
From Schoolboy to Survivor», The New York Times, Sept. 24, 2015.
256
Roger Faligot, Remi Kauffer, Kang Sheng et les Services Secrets Chinois (1927-1987)
Robert Laffont, Paris, 1987, p. 256.
257
Frank Dikötter, The Cultural Revolution – A People’s History, 1962-1976, Bloomsbury
Press, Nova Iorque, 2017, pp. 8-9.
258
Jun Chang, Jan Halliday, Mao, the Unknown History, Jonathan Cape, Londres 2005,
p. 444.
259
Jung Chang, Jon Halliday, Mao – The Unknown Story, p. 445-446.
260
Rebecca Kreston, «Paved with Good Intentions: Mao Tse-Tung’s «Four Pests», Disas-
ter, 26 de Feveriro, 2014.
261
Vaclav Smil, «China’s great famine: 40 years later», in BMJ 1999;319:1619.
262
Jean-Louis Margolin, «Mao’s China: The Worst Non.Genocidal Regime?» in Dan
Stone (editor) The Historiography of Genocide. Palgrave Macmillan, Londres, 2008.
263
Bernard Bruneteau, «Génocide. Origines, enjeux et usages d’un concept», Journal of
Modern European History, September 1, 2007.
264
Tom Phillips, «Fifty Years on, one of Mao’s little generals exposes the horrors of the
Cultural Revolution», The Observer, May 2016.
265
Zhina Shen and Yafeng Xia, «Between Aid and Restriction: The Soviet Union’s Chan‑
ging Policies and Chinese Nuclear Weapons Program, 1954-1960» Asian Perspective,
vol. 36, n.º 1 (Jan-Mar 2012), The John Hopkins University Press.
266
Walter Isaacson, Kissinger A Biography, Simon and Schuster, Nova Iorque, 1992, p. 333.
267
«The Beijing-Washington Back-Channel and Henry Kissinger’s Secret Trip to China»
– September 1970 – July 1971, National Security Archive Electronic Briefing Book, n.º 66,
Edited by William Burr, February 27, 2002.
268
Isaacson, Kissinger, pp. 333-354.
269
Frank Dikötter, The Cultural Revolution, pp. 249-252.
270
Office of the Historian, «Memorandum from John H. Holdridge of the National
Security Council Staff to the President’s Assistant for National Security Affairs».
271
Paper Prepared in the Central Intelligence Agency, Washington, June, 1976.
272
Jonathan D. Spence, «The Mystery of Zhou Enlai», The New York Review of Books,
May 28, 2008.
273
Jung Chang, John Hallyday, Mao, The Unknown Story, pp. 614 e segs.
274
Mao. The Unknonw History, p. 639.
275
Chang, Hallyday, Mao, The Unknown, pp. 652-653.
276
Brendan Forde «Change at the top: succession in the Chinese Communist Party»
(online) pag. 2 note 2.
277
Zoey Zhang «Where to Invest in China: A Primer on its Economic Development
Zones», in China Briefing, April 17, 2020.
278
Para uma análise das primeiras duas décadas da Reforma Deng, ver Gregory C.
Chow, China’s Economic Transformation, Oxford, Blackwell, 2002.
443
279
Gregory C. Chow «Economic Reform and Growth in China», Annals of Economic
and Finance, 5 , 127-152, p. 5.
280
G. C. Chow, p. 10.
281
Sobre a situação política e social na China, na Praça de Tiananmen, ver Ezra F. Vogel,
Chinese Society on the Eve of Tiananmen – The impacto of Reforms, Harvard University
Press, Harvard, 1990.
282
Cary Huang, «Sir Alan Donald, British ambassador to Beijing during Tiananmen
Square Killings, dies aged 87», The South China Morning Post, 21 July 2018.
283
UK Cable on Tiananman Square Massacre.
284
Scott W. Desposato, Gang Wang e Jason Y.Wu, «The Long-Term Impact of Mobili‑
zation and Repression on Political Trust in China», Center for Open Science, December
19, 2019, p. 5.
285
David Lampton, Following the Leader: From Deng Xiaoping to Xi Jinping, University
of California Press, 2014, pp. 108 e segs.
286
Jorge A.H. Rangel, «A questão da Devolução de Macau à China nos Anos da Revo‑
lução de Abril», in Tribuna de Macau, 26 Maio 2014.
287
Mark Purdy, «China’s Economy in Six Charts», Harvard Business Review, November
29, 2013.
288
Paul Roderick Gregory, «China’s Flawed Case for One-Party Rule, Forbes Magazine,
Jul 24, 2011.
289
Richard McGregor, «E and Y withdraws China NPL report», Financial Times, 15 May,
2006.
290
Zibei Cheu, Minchao Jin, «Financial Inclusion in China – Use of Credit», CDS
Working Papers, N.º 16-24, Washington University in St Louis, 2016.
291
Nicole Kobie, «The complicated truth about China’s social credit system», Wired,
07.06.2019.
292
Nicole Kobis, «The complicated truth about China’s social credit system».
293
Cfr. Relatório do McKinsey Global Institute, China and the World, de Julho de 2019.
294
McKinsey Global Institute, China and the world: Inside the dynamics of a changing
relationship July 1, 2019 | Report.
295
Baohui Zhang, «Xi Jinping, Pragmatic Offensive Realism and China’s Rise», Global
Asia – A Journal of the east Asia Foundation.
296
Mathias von Heine, «Rise and fall of Bo Xilai», Deutsche Welke, 25.07.2013.
297
Crf. Michael Wines, «In Rise and Fall of China’s Bo Xilai, an Arc of Ruthlessness»,
The New York Times, May 6, 2012.
298
Harriet E. Fisher, «The Chinese Inquisition: Xi Jinping’s War on Corruption», Uni-
versity of Mississipi, Honoris Theses, 375, p. 41.
299
Charlott Gao, «Xi: China Must Never Adopt Constitutionalism, Separation of Powers,
or Judicial Independence – The Chinese president calls for strengthening the Commu‑
nist Party leadership over law in China», The Diplomat, February, 19, 2019.
300
Jannie P. Hersley, «Party Leadership and Rule of Law in the Xi Jinping Era – What
Does an Ascendant Chinese Communist Party Mean for China’s Legal Development»,
in Global China, September 2019.
444
301
Dimitar D. Guerguin, «Dictator’s Shadow: Chinese Elite Politics Under Xi Jinping»,
in Centre d’étude français sur la Chine contemporaine, June 2018.
302
Ryan Mc Morrow, Sun Yu «The vanishing billionaire: how Jack Ma fell foul of
Xi Jinping», Financial Times, April 15 2021.
303
Rogier Creemers, «China’s Social Credit System: An Evolving Practice of Control»,
(online), p. 2, 2018.
304
Creemers, «China’s Social Credit System», pp. 3-4.
305
Katia Drinhausen, Vincent Brussee, «China’s Social Credit System in 2021: From
fragmentation towards integration», Key Findings.
306
Martin K Whyte, «China’s economic development history and Xi Jinping’s “China
dream”: an overview with personal reflections», Chinese Sociological Review, 09 Nov. 2020.
307
James Fallows, «China’s Great Leap Backward», The Atlantic, December, 2016.
308
Cfr. Fallows, «China’s Great Leap Backward».
309
Jin Canrong «How America’s relationship with China changed under Obama», World
Economic Forum, 14 Dec. 2016.
310
Tom Phillips, Oliver Holme, Owen Bowcott, «Beijing rejects tribunal’s rulling in
China Sea case», The Guardian, Tuesday, 12 July, 2016.
311
Simon Tisdale «Barack Obama’s «Asian Pivot» failed. China is in the ascendency»,
The Guardian, 25 Sep. 2016.
312
Hannah Beech, «Donald Trump talked a lot about China at the Debate. Here’s what
China thought about that», Time Magazine, September 27, 2016.
313
Keikichi Takahashi, «How Unique is Trump’s China Policy?», The Diplomat, June
17, 2020.
314
Kat Devlin, Laura Silves and Christine Huang, «U. S. Views of China Increasingly
Negative Amid Coronavirus Outbreak», Pew Research Center, April 21, 2020.
315
Laura Silver, Kat Devlin and Christine Huang, «Unfavorable Views of China Reach
Historic Highs in Many Countries», Pew Research Center, October 6, 2020.
316
Dimitar D. Gueorguiev, «Dictator’s Shadow – Chinese Elite Politics Under Xi Jin‑
ping», China Perspectives – Centre d’Étude Français sur la Chine contemporaine, 1-2 2018.
317
H. R. McMaster, Battlegrounds – The Fight to defend the free world, William Collins,
Londres, 2020, pp. 97-98.
318
Harry M. Paulson, Jr, Dealing With China: An Insider Unmasks the New Economic
Superpower, Twelve, Hachette Book Group, Nova Iorque, 2015, pp. 370-371.
319
Paulson, Dealing with China, p. 371.
320
Lianrui Jia, «What public and whose opinion? A study of Chinese online public
opinion analysis», Sage Journal, March 18, 2019.
321
Yun Sun «Chinese Public Opinion: Shaping China’s Foreign Policy, or Shaped by it?»
Brookings East Asia Commentary, December 13, 2011.
322
Wang Jisi, «The Plot against China – How Beijing sees the New Washington Con‑
sensus», Foreign Affairs, Volume 100, Number 4, July-August 2021, p. 48.
323
John Dotson, «Year-End CCP Politburo Meetings Stress Policitcal Loyalty and Hint
at Potential Shake-Ups in the Party Bureaucracy», China Brief, volume 21 Issue 1, January
12, 2021.
445
324
Cfr. The Financial Times Weekend, «The Rise and Fall of Jack Ma, the Billionaire
Who Got Too Big» 17-18 de Abril, 2021.
325
Rana Mitter, «China Cold War or Hot Peace?», in The Critic, Issue 18, June 2021,
p. 25.
326
Jack Reinhardt, «Totalitarian Friendship: Carl Schmitt in contemporary China»,
Inquires, vol. 12 n.º 7, 2020.
327
Oliver Wiseman, «China Wolf Bait», in The Critic, June 2021, Issue 18, p. 30
328
Bernard Brizay, La France en Chine. Du XVIIème siècle à nos jours, Perrin, Paris,
2013, pp. 378-394.
329
Jean Levi, Los Funcionarios Divinos, Alianza Universidade, Madrid, 1985, pp. 26-27.
330
Cfr. Paul Heer, «New Book Hints at Biden’s Strategic Approach to China», The Natio-
nal Interest, 7 de Julho, 2021.
446