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FACULDADE TEOLÓGICA E

CULTURAL DA BAHIA
Caixa Postal – 254 CEP: 45.000-970
Vitória da Conquista - BA

ABORDAGENS DE
PESQUISAS NA
EDUCAÇÃO

CURSO MESTRADO EM
PEDAGOGIA CRISTÃ

www.fatecba.com.br
FACULDADE TEOLÓGICA E CULTURAL DA BAHIA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO
PROGRAMA DE MESTRADO EM PEDAGOGIA CRISTÃ
ALUNO: WALDENILSON DOS SANTOS CORREIA

DISCIPLINA 11 – ABORDAGENS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO

Para a solução das questões das disciplinas de MESTRADO, não fornecemos


indicação bibliográfica, pois a escolha da literatura para a realização das pesquisas
faz parte da prova.

Trabalhos:
1 - Faça uma pesquisa sobre Abordagens de Pesquisa em Educação contendo no
mínimo 10 (dez) páginas de texto no formato Word, fonte Times New Roman e corpo
12.

2 - Com base na pesquisa realizada acima, redija um texto dissertativo-


argumentativo, com no mínimo 02 (duas) páginas de texto no formato Word, fonte
Times New Roman e corpo 12 sobre o tema: Qual a relação que há entre os
métodos, tipos e técnicas de pesquisa?

Importante:
Ao desenvolver o tema proposto acima, procure utilizar os conhecimentos adquiridos
e as reflexões feitas durante sua pesquisa. Selecione, organize e relacione
argumentos, fatos e opiniões para defender o seu ponto de vista sobre o tema em
epigrafe.

Observações:
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da
modalidade escrita culta da língua.
• Os textos não devem ser escrito em forma de poema (versos) ou narrativa.
• Os textos não poderão ter sido extraídos na integra da Internet.
• Apresentar as referências bibliográficas citadas no corpo da pesquisa e do
trabalho.

TEXTO SOBRE: QUAL A RELAÇÃO QUE HÁ ENTRE OS MÉTODOS, TIPOS E


TÉCNICAS DE PESQUISA?

A palavra pesquisa ganhou ultimamente uma popularização que chega por vezes a
compromete seu verdadeiro sentido. Pode-se notar esse fenômeno em várias instancias da
vida social. Na esfera do comportamento político, por exemplo, observa-se um verdadeiro
surte de “pesquisas”, que procuram revelar especialmente as tendências eleitorais de
determinados grupos sociais, não sem correr o risco de dirigir a essas tendências. No âmbito
do ensino de nível elementar e médio, tem-se usado e abusado do tema de maneira a
comprometê-lo.
Para se realizar uma pesquisa torna-se necessário promover o confronto ente os dados,
as evidências, as informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico
acumulado a respeito dele. Em geral isso se faz a partir do estudo de um problema, que ao
mesmo tempo desperta o interesse do pesquisador e limita sua atividade de pesquisa a uma
determinada porção do saber, a qual ele se compromete a construir naquele momento. Trata-
se, assim, de uma ocasião privilegiada, reunindo o pensamento e a ação de uma pessoa, ou de
um grupo, no esforço de elaborar o conhecimento de aspectos da realidade que deverão servir
para a composição de soluções proposta aos seus problemas.
Entre os pesquisadores da educação torna-se evidente o interesse pelo uso das
metodologias qualitativas. Apesar da crescente popularidade dessas metodologias existem
muitas dúvidas sobre o que realmente caracteriza uma pesquisa qualitativa, quando ou
adequado utilizá-la e como se coloca a questão do rigor científico nesse tipo de investigação.
Consideramos a seguir alguns conceitos destacados pelos autores pesquisados para a pesquisa
qualitativa:
1. A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o
pesquisador como seu principal instrumento. A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e
prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, via de
regra através do trabalho intensivo de campo. Por exemplo, se a questão que está sendo
estudada seja a da indisciplina escolar, o pesquisador procurará presenciar o maior número de
situações em que esta se manifeste o que vai exigir um contato direto e constante com o dia-a-
dia escolar.
2. Os dados coletados são predominantemente descritivos. Os materiais obtidos nessas
pesquisas são ricos em descrições de pessoas, situações e acontecimentos; inclui transcrições
de entrevistas e de depoimentos e vários tipos de dados documentais. Todos os dados da
realidade são importantes. O pesquisador deve, assim, atentar para o mais aspecto possível de
elementos presentes na situação estudada, pois um aspecto supostamente trivial pode ser
essencial para a melhor compreensão do problema pesquisado.
3. A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto. O interesse do
pesquisador ao estudar um determinado problema é verificar como ele sem manifesta nas
atividades, nos procedimentos e nas iterações cotidianas. Por exemplo, numa pesquisa das
práticas de alfabetização na escola pública, Krame e André (1984) mostraram como as
medidas disciplinares de sala de aula serviam ao propósito de organização pra o trabalho e
como isso interferia no “clima” de sala e no envolvimento das crianças nas tarefas propostas.
Essa complexidade do cotidiano escolar é sistematicamente retratada nas pesquisas
qualitativas.
4. O “significado” que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção
pelo pesquisador. Nesses estudos há sempre uma tentativa de capturar a “perspectiva dos
participantes”, isto é, a maneira como os informantes encaram as questões que estão sendo
focalizadas. Aos considerar os diferentes pontos de vista dos participantes, os estudos
qualitativos permitem iluminar o dinamismo interno das situações, inacessível ao observador
externo. O pesquisador deverá ter o cuidado filtrar os pontos de vista dos participantes. Deve,
por isso checá-las, discutindo abertamente com outros participantes confrontando com outros
pesquisados no sentido de que estas informações possam ser consideradas.
5. A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo. Os pesquisadores não se
preocupam em buscar evidências que comprovem hipóteses definidas antes do início dos
estudos. As abstrações se formam ou se consolidam basicamente a partir da inspeção dos
dados num processo de baixo para cima.
O fato de não existirem hipótese ou questões específicas formuladas a priori não
implica a inexistência de um quadro teórico que oriente a coleta e a análise dos dados. O
desenvolvimento do estudo aproxima-se a um funil; no início há questões ou focos de
interesse muito amplo, que no final se tornam mais diretos e específicos. O pesquisador vai
precisando melhor esses focos à medida que o estudo se desenvolve. A seguir algumas
considerações sobre as pesquisas quantitativas.
Às pesquisas quantitativas ao longo dos processos históricos estão em sua gênese
associada às ciências ditas naturais, e uma tentativa de estabelecer um processo objetivo nas
medidas obtidas. No entanto, a subjetividade é indissociável das práticas investigativas, já que
os processos de pesquisa resultam de reflexões e realizações dos sujeitos e suas escolhas,
assim como de suas concepções de pesquisa, de ciência e do objeto de estudo em questão.
Partindo desta perspectiva, faz se necessário que as pesquisas educacionais possam ser
ampliadas conjugando abordagens que possam responder aos problemas de pesquisa
formulados em cada estudo, sendo possível ampliar o enfoque das pesquisas educacionais
diante de demandas cada vez mais complexas que surgem nas interfaces entre escola, mídia e
sociedade.
Aspectos relevantes a serem observados na construção de processos de pesquisa com
métodos mistos se referem às escolhas relacionadas com: a sequência de coleta de dados
quantitativos e qualitativos; a prioridade que será dada à coleta e à análise de dados
quantitativos e qualitativos; o estágio no qual serão integrados os dados e os resultados
quantitativos e qualitativos; a possível utilização de uma perspectiva teórica global.
Com base neste questionamento, o pesquisador necessariamente define a forma pela
qual as pesquisas serão realizadas, levando em consideração os seguintes questionamentos:
1. Iniciar com coleta de dados e análise quantitativa e, posteriormente, realizar a coleta e
a análise de dados qualitativa, com a posterior interpretação de toda a análise;
2. Iniciar com a coleta de dados e a análise qualitativa e, posteriormente, realizar a coleta
e a análise de dados quantitativa e a interpretação de toda a análise;
3. Adotar uma perspectiva teórica norteadora do estudo, cujo objetivo se sobreponha ao
uso dos métodos e que pode iniciar tanto pela parte quantitativa, quanto pela parte
qualitativa.
Com base em tais pressupostos, poderemos então realizar a pesquisa na área da
Educação elaborando processos investigativos de acordo com as necessidades encontradas no
contexto estudado. Destacando sempre a necessidade de se respeitar os pressupostos
intrínsecos aos aspectos quantitativos e qualitativos, envolvendo as pressuposições
subjacentes aos testes estatísticos e aos princípios inerentes a uma coleta de dados qualitativa,
para então compor um estudo compatível com os princípios norteadores da pesquisa
científica.
Acreditamos que os métodos mistos possam contribuir de forma significativa para
futuras investigações que contemplem a complexidade das pesquisas na área da Educação,
diante da profusão de informações de diferentes origens a que estão submetidos os nossos
alunos e professores, e cujo tratamento de análise pressupõe, em sua subjacência, a
conjugação de dados quantitativos e qualitativos.
Este processo não pode prescindir de um acurado entendimento, por parte dos
pesquisadores, das interações possíveis entre as informações disponíveis, em um processo
sinérgico que proporcione um olhar oriundo de diferentes perspectivas, apontando caminhos
profícuos para o constante repensar do processo educacional, tarefa necessária não apenas
para os pesquisadores e educadores, mas para toda a sociedade.
É necessário destacarmos que, como atividade humana e social a pesquisa traz consigo
inevitavelmente a carga de valores, preferências, interesses e princípios que orientam o
pesquisado. Claro que sendo o pesquisador membro de um grupo da sociedade irá refletir
sobre o seu trabalho de pesquisa os valores, os princípios desta sociedade daquela época.
Sendo assim, a sua visão de mundo, os pontos de partida, os fundamentos para a compreensão
e explicação desse mundo irão influenciar a maneira como o pesquisador propõe suas
pesquisas ou em outras palavras os pressupostos que vão nortear sua abordagem de pesquisa.

BIBLIOGRAFIA

ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: buscando rigor e qualidade. Cadernos de Pesquisa.

CHARMAZ, K. A construção da teoria fundamentada: guia prático para análise qualitativa.


Porto Alegre: Artmed, 2009.

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto


Alegre: Artmed, 2007.

FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Bookman, 2007.

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1997.

KRAMER, S e ANDRÉ, M.E.D.A. Alfabetização: um estudo sobre os professores das


camadas populares. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 151: 523-537, set./dez, 1984.

STRAUSS, A.; CORBIN, J. Pesquisa qualitativa – técnicas e procedimentos para o


desenvolvimento de teoria fundamentada. Porto Alegre: Artmed, 2008.

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