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Universidade Federal do Pará – UFPA

Instituto de Tecnologia - ITEC


Curso de Mestrado em Engenharia Mecânica - FEM
TE 04180 – Turbomáquinas Hidráulicas: Introdução – Aulas 7 e 8

Projeto de Máquinas de Fluxo


– Triângulo de Velocidades
em Turbomáquinas
Prof. Eraldo Cruz dos Santos, Dr. Eng.
eraldocs@ufpa.br
TÓPICOS DA APRESENTAÇÃO

 ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE


MÁQUINAS DE FLUXO;
 CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS;
 ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS;
 DIAGRAMA DE VELOCIDADE;
 CONSIDERAÇÕES BÁSICAS SOBRE O MOMENTO
DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO;
 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO;
 REVISÃO.

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REVISÃO

Assuntos da Aula Passada

 Classificação das turbomáquinas;


 Instalações típicas das turbinas hidráulicas;
 Exercícios de aplicação de instalações hidráulicas;
 Tipos de turbinas hidráulicas;
 Turbinas Francis;
 Turbina Kaplan;
 Turbina Pelton;
 Turbina Hélice;
 Turbina Michel – Banki;
 Exercícios de Aplicação;
 Revisão.

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO
As máquinas de fluxo são constituídas por:

r Pá Pá Pá

Rotor
Rotor Rotor

BOMBA RADIAL
TURBINA MIXTA
TURBINA AXIAL

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO
As máquinas de fluxo são constituídas por:
1. Sistema diretor: onde a energia de pressão é
transformada em energia cinética (ou vice-versa).
Serve também para orientar o escoamento e/ou para
regular a vazão de fluido (e, em consequência, da
potência). Esse sistema é fixo, no sentido de não
girar com o eixo da máquina.
O sistema diretor recebe designações diferentes,
dependendo do tipo de máquina; por exemplo:
 Estator ou injetor, nas máquinas hidráulicas;
 Estator, IGV ("inlet guide vane"), NGV ("nozzle
guide vane"), nas turbinas a gás.
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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO

2. Sistema rotor (rotor,


disco, impelidor), de pás
móveis, onde a energia de
pressão e/ou cinética é
transformada em energia
cinética e mecânica (ou
vice-versa).

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO
Escoamento em uma Máquina de Fluxo Radial

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO
Escoamento em uma Máquina de Fluxo Axial:

Chama-se de componente meridional a velocidade


resultante da adição das componentes axial e radial:

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO
Escoamento em uma Máquina de Fluxo Misto (Diagonal)

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO
Plano de Representação de Trajetórias de Escoamento

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO
Plano de Representação de Trajetórias de Escoamento

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO
Plano de Representação de Trajetórias de Escoamento

 Rotor Radial de uma


bomba no plano meridiano
ou meridional e no plano
normal:

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO
Plano de Representação de Trajetórias de Escoamento

 Máquinas Axiais: pode-se


representar a máquina
segundo vários cortes
cilíndricos desenvolvidos,
em cada diâmetro em
estudo.

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ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E CONVENÇÕES DE
MÁQUINAS DE FLUXO
Notação do Triângulo de Velocidades

Convenção de Betz.
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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

Nos projetos de máquinas de fluxo a


determinação do caminho percorrido pelo fluido de
trabalho determina o desempenho a ser obtido pela
turbomáquina.
Observando-se o fluxo do fluido através de um
rotor radial de uma turbomáquina, pode-se obter os
vetores representativos do escoamento.
O fluxo visto por um observador que se move
juntamente com o rotor é completamente diferente
daquele visto por um observador parado nas vizinhanças
da máquina.
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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

Considerando o
rotor de uma bomba
hidráulica, ou seja, de
uma MFG, a figura ao lado
representa o diagrama
das velocidades para uma
partícula líquida M, que
descreve o sentido radial
do escoamento.

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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

Nos projetos de
máquinas de fluxo a
Chama-se velocidade
absoluta 𝑉 𝑜𝑢 𝑐 àquela
que uma partícula do fluxo
tem com relação ao
observador parado, e
velocidade relativa 𝑢
àquela vista pelo
observador movendo-se
com o rotor.
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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS
Onde:
𝝎 - Velocidade angular
constante, em (rad/s);
𝒖 - Velocidade da pá do rotor
(tangencial), em (m/s);
𝒓 - Distância radial medida a
partir do eixo da
turbomáquina, em (m);
𝑽𝒐𝒖 𝒄 - Velocidade absoluta do
fluido (vista por um
observador estacionário), em
(m/s);
𝑽𝒕 - Projeção do vetor
velocidade absoluta 𝑽 sobre
a velocidade da pá do rotor
𝒖, em (m/s);
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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

𝑽𝒓 - Componente radial ou
meridional da velocidade
absoluta do fluido, em
(m/s);
𝒘 - Velocidade relativa da
corrente fluida (vista por
um observador solidário às
pás), em (m/s);
𝜶 - Ângulo formado pelos
vetores 𝒖 e 𝑽;
𝜷 - Ângulo formado pelos
vetores 𝑾 e − 𝒖, é chamado
ângulo de inclinação das pás;

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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

Sendo:
1 – Região de entrada do
escoamento na pá;
2 – Região de saída do
escoamento na pá;
𝒓𝟏 - Raio interno ou menor do
rotor ou de entrada do
escoamento, em (m);
𝒓𝟐 - Raio externo ou maior do
rotor, ou de saída do
escoamento, em (m);

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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

𝟐∙𝝅∙𝒏
𝝎=
𝟔𝟎

𝒖=𝝎∙𝒓

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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

A análise da operação de um ventilador doméstico


(bomba) e de um moinho de vento (turbina) pode
fornecer informações sobre a transferência de energia
nas máquinas de fluxo.
Mesmo que os escoamentos reais nestes
dispositivos sejam muito complexos (i.e. tridimensional e
transitórios), os fenômenos essenciais podem ser
analisados com um modelo simples de escoamento e com
os triângulos de velocidade.

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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

Considerando o rotor de um ventilador, mostrado


abaixo, que apresenta velocidade angular constante, 𝝎.

Geometria da pá do Velocidades nas seções de


ventilador entrada e de saída do rotor
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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

É possível notar que o rotor mantém esta rotação


porque está acoplado a um motor elétrico.
Denomina-se a velocidade da pá por u = ω . r, onde
r é a distância radial medida a partir do eixo do ventilador.
A velocidade absoluta do fluido (que é vista por um
observador estacionário) é denominada V e a velocidade
relativa (que é vista por um observador solidário às pás) é
denominada W.
A velocidade real do fluido (absoluta) é igual a soma
vetorial da velocidade relativa com a velocidade das pás.
𝑽=𝑾+𝑼
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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

A Figura ao lado
mostra um esquema
simplificado das velocidades
do escoamento que “entra” e
que “sai” do ventilador a uma
distância r do eixo do rotor.
A superfície
sombreada legendada como a
– b – c – d é uma parte da
superfície cilíndrica
mostrada anteriormente.
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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

Admite-se, para simplificar o problema, que o


escoamento é “suave” ao longo da pá, ou seja, a velocidade
relativa do escoamento é paralela à superfície da pá da
borda inicial até a borda final da pá (pontos 1 e 2).
Considera-se que o fluido que entra e sai do
ventilador a mesma distância do eixo de rotação, logo:
u1 = u2 = ω . r.
Nas máquinas de fluxo reais, os escoamentos de
entrada e saída não são necessariamente tangentes às pás
e as linhas de fluxo podem apresentar raios diferentes.
Estas considerações são importantes tanto no ponto
de operação de projeto quanto nas condições não nominais.
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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

Com estas informações


nós pode-se construir os
triângulos de velocidade
mostrados na figura ao lado.
Observa-se que esta
vista é de topo, ou seja, é
obtida olhando-se radialmente
e para o eixo do rotor.
Observa-se ainda que o
movimento da pá é para baixo
e que o escoamento que entra
no rotor é axial.
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CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS BÁSICAS

O conceito mais
importante mostrado neste
esquema é que as pás do
ventilador (devido a sua
forma e movimento)
“empurram” o fluido e
provocam uma mudança na
direção do escoamento.
A direção do vetor
velocidade absoluta - 𝑽, não é
a mesma nas seções (1) e (2).
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

O método de análise usado para turbomáquinas é


escolhido de acordo com a informação desejada.
Quando se quer informação geral sobre vazão,
variação de pressão, torque e potência, deve ser usada
uma análise de volume de controle finito.
Caso se queira informações detalhadas a respeito
de ângulos de pás ou perfis de velocidade, então
elementos de pás individuais devem ser analisados,
usando-se um volume de controle infinitesimal ou outro
procedimento detalhado.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Considerações Básicas sobre o Momento da


Quantidade de Movimento
Foi mostrado nas seções anteriores como o
trabalho pode ser transferido para o rotor de uma
turbina ou transferido da pá de uma bomba.
Todas as máquinas de fluxo dinâmicas
apresentam uma hélice ou um rotor que apresentam
movimento de rotação. Assim, é apropriado discutir o
comportamento destas máquinas em função do torque e
do momento da quantidade de movimento.

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Considerações Básicas sobre o Momento da


Quantidade de Movimento

O trabalho pode ser expresso como o produto


escalar de uma força por uma distância ou pelo produto
de um torque por um deslocamento angular. Assim, se o
torque de eixo (o torque que o eixo aplica no rotor) e a
rotação do rotor apresentam mesmo sentidos, a energia
é transferida do eixo para o rotor e do rotor para o
fluido, neste caso a máquina hidráulica é uma bomba.

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Considerações Básicas sobre o Momento da


Quantidade de Movimento

De modo inverso, a energia é transferida do


fluido se o sentido do torque do eixo é inverso ao
sentido de rotação do rotor, a máquina em questão é
uma turbina hidráulica.
O torque no eixo (e, assim, o de trabalho de eixo)
pode ser calculado com a equação do momento da
quantidade de movimento.

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Considerações Básicas sobre o Momento da


Quantidade de Movimento
Considerando o movimento de uma partícula fluida no
rotor da máquina de fluxo radial mostrada na Figura abaixo.

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Considerações Básicas sobre o Momento da


Quantidade de Movimento
Por enquanto, admite-se que a partícula entra no rotor
com velocidade radial (i.e. sem componente tangencial).
Depois de ter sofrido a ação das pás do rotor,
durante sua passagem da seção de entrada (1) para a de
saída (2), a partícula sai do rotor com uma velocidade que
apresenta componentes na direção radial (r) e tangencial (t).
Nesta condição, a partícula não apresenta momento da
quantidade de movimento em relação ao eixo na seção de
entrada do rotor e, mas o momento da quantidade de
movimento em relação ao eixo na seção de saída do rotor não
é nulo.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Considerações Básicas sobre o Momento da
Quantidade de Movimento
Para a turbina Pelton, aplicando o princípio da
quantidade de movimento na direção tangencial u , para uma
vazão - Q do escoamento sem atrito e número infinito de
pás, tem-se as seguintes equações para regime permanente:
𝑭𝒖 = 𝒎 ∙ 𝑽𝒖𝟒 − 𝑽𝒖𝟓 = 𝝆 ∙ 𝑸 ∙ 𝑽𝒖𝟒 − 𝑽𝒖𝟓
A potência é calculada por:
𝑷 = 𝑭𝒖 ∙ 𝒖 = 𝝆 ∙ 𝑸 ∙ 𝑽𝒖𝟒 − 𝑽𝒖𝟓
Por unidade de massa, tem-se o trabalho específico
teórico do rotor dado por:
𝑷
= 𝒀𝒑á = 𝒖 ∙ 𝑽𝒖𝟒 − 𝑽𝒖𝟓
𝝆∙𝑸
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Considerações Básicas sobre o Momento da
Quantidade de Movimento
Para que Ypá seja máximo, tem-se 𝑽𝒖𝟓 ≤ 𝟎, para
turbina de reação o escoamento na saída do rotor deve ser
axial, faz-se 𝑽𝒖𝟓 = 𝟎.
Para as turbinas de reação ou Equação de Euler para
turbinas tem-se:
𝒀𝒑á = 𝒖𝟒 ∙ 𝑽𝒖𝟒
Aplicando-se a lei dos cossenos, chega-se a:
𝒘𝟐𝟒 = 𝒖𝟐 + 𝑽𝟐𝟒 − 𝟐 ∙ 𝒖 ∙ 𝑽𝒖𝟒
𝒘𝟐𝟓 = 𝒖𝟐 + 𝑽𝟐𝟓 − 𝟐 ∙ 𝒖 ∙ 𝑽𝒖𝟓
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Considerações Básicas sobre o Momento da
Quantidade de Movimento
Combinando as equações anteriores, chega-se a:
𝑽𝟐𝟒 − 𝑽𝟐𝟓 𝒘𝟐𝟓 − 𝒘𝟐𝟒
𝒀𝒑á = +
𝟐 𝟐
Para turbina Francis, tem-se:
𝒖𝟐𝟒 − 𝒖𝟐𝟓 𝑽𝟐𝟒 − 𝑽𝟐𝟓 𝒘𝟐𝟓 − 𝒘𝟐𝟒
𝒀𝒑á = + +
𝟐 𝟐 𝟐
Aplicando a Equação de Bernoulli, tem-se:

𝑽𝟐𝟒 − 𝑽𝟐𝟓 𝒑𝟒 − 𝒑𝟓
𝒀𝒑á = + = 𝒀𝒅𝒊𝒏 + 𝒀𝒆𝒔𝒕
𝟐 𝟐
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Considerações Básicas sobre o Momento da
Quantidade de Movimento
Combinando as equações anteriores, chega-se a:
𝑽𝟐𝟒 − 𝑽𝟐𝟓 𝒖𝟐𝟒 − 𝒖𝟐𝟓 𝒘𝟐𝟓 − 𝒘𝟐𝟒
𝒀𝒅𝒊𝒏 = e 𝒀𝒆𝒔𝒕 = +
𝟐 𝟐 𝟐
Define-se grau de reação teórico de uma turbina
Pelton, como sendo:
𝒀𝒆𝒔𝒕 𝒀𝒅𝒊𝒏
𝝆𝒕 = =𝟏−
𝒀𝒑á 𝒀𝒑á
As turbinas tipo Francis e Hélice (Kaplan) são de
reação por que possuem seu grau de reação teórico entre:

𝟎 < 𝝆𝒕 < 𝟏
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Considerações Básicas sobre o Momento da
Quantidade de Movimento
O diâmetro, a velocidade e a potência pode ser
calculada por:
𝒖=𝝅∙𝑫∙𝒏
𝟒∙𝑸
𝑫𝑱 = 𝑷 = 𝑸 ∙ 𝒀𝒑á
𝑰∙𝑽∙𝝅
𝑽= 𝟐 ∙ 𝒀𝒑á

A força de um jato de uma turbina Pelton é calculada


como sendo:
𝑭𝑱 = 𝝆 ∙ 𝑸 ∙ 𝑽 − 𝒖 ∙ 𝟏 + 𝑪𝒐𝒔𝜷𝟓

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 1: Uma turbina Pelton com quatro injetores da


central hidrelétrica do Capivari, Cachoeira, Paraná,
apresenta as seguintes características: Altura de
queda útil de 710 (m); Vazão de 10 (m3/s) e rotação
de 514 (rpm). Considerando que não existe perdas no
sistema, determinar:
a) O trabalho específico e a potência da turbina;
b) A velocidade do jato, bem como o seu diâmetro;
c) A força do jato e o diâmetro do rotor, para b5 = 8.

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Os triângulos de velocidades expressam a
equação vetorial das partículas que percorrem o rotor
de uma máquina de fluxo.
A Equação de Euler é a equação fundamental para
o estudo das turbomáquinas:
a) Turbomáquinas hidráulicas:
 Bombas;
 Ventiladores;
 Turbinas hidráulicas.
b) Turbomáquinas térmicas:
 Turbocompressores;
 Turbinas a vapor
 Turbinas a gás.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Diagrama de Velocidades
Como visto anteriormente, ainda que o escoamento
em uma máquina de fluxo seja muito complexo
(tridimensional e transitório), a equação fundamental
pode ser formulada considerando o escoamento médio
como sendo unidimensional entre as seções de entrada e
saída do rotor.
Para projetar uma máquina de fluxo, o engenheiro
projetista parte, normalmente, de um conjunto de
hipóteses ideais e simplificadoras, para, posteriormente,
transformar tais condições ideais em reais pela
introdução de fatores de correção.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Diagrama de Velocidades
Assim a teoria unidimensional que é ideal e
simplificadora, admite as seguintes hipóteses:
1. O rotor será considerado como tendo um
número infinito de palhetas (pás);
2. As palhetas serão consideradas como sendo
infinitamente delgadas, ou seja, sem espessura.

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Diagrama de Velocidades
Essas hipóteses são realmente simplificadoras, tendo
em vista que:
1. Admitindo que exista um número infinito de palhetas,
implica que para um mesmo raio não haverá variação na
velocidade e na pressão para pontos que vão desde a
face de ataque de uma palheta até a face dorsal da
palheta consecutiva.
2. Como considerando sendo infinito o número de palhetas,
entre uma e outra palheta só pode fluir um filete de
corrente, havendo para o mesmo raio somente um ponto
entre as mesmas. Assim a velocidade e a pressão no
ponto serão, então, a velocidade e a pressão do filete.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Diagrama de Velocidades

A consequência principal dessa hipótese reside


no fato de que se pode admitir que um só fio de
corrente represente todos os demais e que a trajetória
relativa do filete coincida com o perfil das palhetas.
Essa situação idealizada não ocorre em um rotor
real, o que implica na necessidade de se utilizar um
fator de correção que considera o numero de palhetas
definido para o rotor.

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
A corrente de fluido em um rotor ideal é constituída
pela composição de duas correntes:
 Corrente de fluxo, na qual o fluido penetra e tende
a sair do rotor;
 Corrente de circulação, na qual o fluido tende a
girar no espaço compreendido entre as palhetas
assim que o mesmo é posto a girar.

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Fazendo a composição destas duas correntes
verifica-se que o efeito resultante na distribuição da
velocidade e pressão no rotor é que as mesmas variam ao
longo do canal formado pelas palhetas.
A segunda hipótese (admissão de palhetas
infinitamente delgadas) implica na não existência de
contração da seção de entrada provocada por palhetas
espessas.
Esta hipótese não é verdadeira para rotores reais,
onde há a necessidade da aplicação de fatores de correção
para serem aplicados nas equações idealizadas que
interligam a vazão e as secções por onde escoa o fluido.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Os diagramas de
velocidade em uma passagem
do rotor de uma máquina de
fluxo pode ser visto ao lado,
onde é mostrado o diagrama
de velocidades para um rotor
genérico de uma turbomáquina.
É possível observar que
esta vista é de topo, ou seja, é
obtida olhando-se radialmente
e para o eixo do rotor.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Na situação idealizada no
ponto de projeto, o escoamento
relativo ao rotor (W1 e W2) é
admitido como entrando e
saindo tangencialmente ao
perfil da pá em cada seção.
Pode-se notar que a
velocidade absoluta do fluido
que entra no rotor - V1, é igual a
soma vetorial da velocidade - 𝑽𝟏 = 𝑾𝟏 + 𝑼𝟏 𝑬𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂
U1, com a velocidade relativa -
W1. Assim tem-se que:
𝑽𝟐 = 𝑾𝟐 + 𝑼𝟐 𝑺𝒂í𝒅𝒂
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Os triângulos de velocidade de entrada e de saída
proveem todas as informações necessárias para calcular o
torque ou a potência ideal, absorvida ou entregue pelo
rotor usando as equações.
Os resultados representam o desempenho da
turbomáquina sob condições ideais, no ponto de projeto,
desde que seja admitido que todos os fluxos sejam
uniformes em cada seção.
Esses resultados idealizados representam os
limites superiores de desempenho para uma turbomáquina.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Diagrama de Velocidades
Para a aplicação dos triângulos de velocidades
às máquinas de fluxo, considera-se a corrente líquida
que circula através do rotor de um ventilador
centrífugo, representando, esquematicamente, pelo
corte segundo um plano meridiano que passa pelo eixo
do rotor e pelo corte segundo um plano perpendicular
ao eixo do rotor, conforme mostrado na Figura a
seguir:

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades

𝒖=𝝎∙𝒓

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Os vetores e suas componentes atribuem-se os
seguintes índices:
1) Um ponto situado imediatamente depois da entrada do
rotor, portanto, já no espaço entre as pás giratórias;
2) Um ponto situado imediatamente antes da saída do
rotor, portanto, ainda no espaço entre as pás giratórias.
Esta convenção será válida tanto para máquinas de
fluxo geradoras, como é o caso do ventilador centrífugo
utilizado no exemplo, como para máquinas de fluxo motoras,
estabelecendo uma correspondência entre algarismos e
pontos da máquina no sentido da corrente fluida.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Em uma máquina de fluxo a velocidade absoluta da
partícula de fluido (V) será decomposta em duas
componentes, uma que é sempre tangente ao filete
representativo da trajetória de uma partícula de fluido
passando pelo rotor, ou seja, a velocidade relativa (W) e
uma que é sempre tangente à circunferência descrita por
um raio genérico do rotor (u).
Aplicando então a decomposição nos pontos de
entrada (1) e de saída (2) do rotor, tem-se os triângulos
de velocidade conforme as figuras que se seguem:
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Diagrama de Velocidades

Triângulo de velocidades do escoamento na seção de


entrada do rotor.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Diagrama de Velocidades

Triângulo de velocidades do escoamento na seção de


saída do rotor.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Diagrama de Velocidades
No projeto de máquinas de fluxo interessa o
conhecimento das seguintes grandezas:
𝜶 – Ângulo formado pelo vetor velocidade absoluta 𝑽, com
a do vetor velocidade circunferencial 𝒖;
𝜷 – Ângulo formado pela direção do vetor velocidade
relativa 𝒘, com o prolongamento em sentido oposto do
vetor 𝒖. É chamado de ângulo de inclinação das pás;
𝒘𝒓 𝒐𝒖 𝑽𝒓 – Componentes radiais ou também chamadas de
meridianas da velocidade relativa e absoluta do fluido;
𝒘𝒕 𝒐𝒖 𝑽𝒕 – Componentes tangenciais ou também chamadas
de periféricas da velocidade relativa e absoluta do
fluido;
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Diagrama de Velocidades

Triângulo de velocidades genérico.

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS

Diagrama de Velocidades
Enquanto a componente tangencial, de módulo 𝑽𝒕 ,
está intimamente ligada à energia específica
intercambiada entre o rotor e o fluido, a componente
radial (meridiana), de módulo 𝑽𝒓 , está vinculada à vazão
da máquina, por meio da equação da continuidade.

𝑸 = 𝑨 ∙ 𝑽𝒓
onde:
Q = Vazão de fluido que passa pelo rotor, em (m3/s);
A = Área de passagem do fluido, em (m2);
Vr = Velocidade radial (meridiana), em (m/s).
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Pela condição de obtenção da equação da
continuidade, a componente meridiana Vr da velocidade
absoluta deve ser sempre perpendicular à área A.
Para as máquinas radiais, a componente meridiana
possui a direção radial, enquanto a área de passagem,
desprezando a espessura das pás, corresponde à superfície
lateral de um cilindro, ou seja:
𝑨=𝝅∙𝑫∙𝒃
onde:
A = Área da seção de passagem do fluido, em (m2);
D = Diâmetro da seção considerada, em (m);
b = Largura do rotor na seção considerada, em (m).
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Para as máquinas axiais, a componente meridiana tem a direção
do eixo do rotor e a área de passagem é a superfície de uma coroa
circular, calculada por:
𝝅
𝑨 = ∙ 𝑫𝟐𝒆 − 𝑫𝟐𝒊
𝟒
Nas máquinas diagonais ou de fluxo misto, a componente
meridiana encontra-se em uma direção intermediária entre a radial e a
axial e a área de passagem corresponde à superfície lateral de um
tronco de cone, que pode ser expressa por:
𝑫𝒆 − 𝑫𝒊
𝑨=𝝅∙ ∙𝒃
𝟐
onde: De = Diâmetro exterior ou maior da base do tronco do cone do rotor, em (m);
Di = Diâmetro interior ou menor da base do tronco do cone ou diâmetro do cubo
do rotor, em (m);
b = Comprimento da geratriz do tronco de cone, em (m).
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades

𝑫𝒆 − 𝑫𝒊 𝝅
𝑨=𝝅∙𝑫∙𝒃 𝑨=𝝅∙ ∙𝒃 𝑨 = ∙ 𝑫𝟐𝒆 − 𝑫𝟐𝒊
𝟐 𝟒
Área de passagem da corrente fluida através
dos diversos tipos de rotores.
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Da análise dos triângulos de velocidade de entrada
e de saída do rotor pode-se obter as seguintes relações
trigonométricas:

Relações trigonométricas à
entrada do rotor
𝑾𝟐𝟏 = 𝑽𝟐𝟏 − 𝟐 ∙ 𝒖𝟏 ∙ 𝑽𝟏 ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝜶𝟏 + 𝒖𝟐𝟏
𝑽𝒕𝟏 = 𝑽𝟏 ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝜶𝟏
Lei dos Cossenos
𝑽𝒓𝟏 = 𝒘𝟏 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝜷𝟏
Lei dos Senos
𝑽𝒓𝟏 = 𝑽𝟏 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝜶𝟏

𝑽𝒓𝟏 = 𝑽𝒕𝟏 ∙ 𝒕𝒂𝒏 𝜶𝟏


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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Da análise dos triângulos de velocidade de entrada e
de saída do rotor pode-se obter as seguintes relações
trigonométricas:

Relações trigonométricas à
saída do rotor
𝑾𝟐𝟐 = 𝑽𝟐𝟐 − 𝟐 ∙ 𝒖𝟐 ∙ 𝑽𝟐 ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝜶𝟐 + 𝒖𝟐𝟐
𝑽𝒕𝟐 = 𝑽𝟐 ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝜶𝟐
Lei dos Cossenos
𝑽𝒓𝟐 = 𝒘𝟐 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝜷𝟐
Lei dos Senos
𝑽𝒓𝟐 = 𝑽𝟐 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝜶𝟐

𝑽𝒓𝟐 = 𝑽𝒕𝟐 ∙ 𝒕𝒂𝒏 𝜶𝟐


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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Pode-se obter uma outra Equação de Euler reescrevendo
o lado direito da equação em função dos triângulos de velocidade
no escoamento de entrada (subscrito 1) e de saída do rotor
(subscrito 2) conforme análise abaixo.
Na Entrada do Rotor
𝑽𝟐𝟏 = 𝑽𝟐𝒓𝟏 + 𝑽𝟐𝒕𝟏
𝒘𝟐𝟏 = 𝑽𝟐𝒓𝟏 + 𝒖𝟏 − 𝑽𝒕𝟏 𝟐

𝒘𝟐𝟏 = 𝑽𝟐𝒓𝟏 + 𝒖𝟐𝟏 − 𝟐 ∙ 𝒖𝟏 ∙ 𝑽𝒕𝟏 + 𝑽𝟐𝒕𝟏


𝒘𝟐𝟏 = 𝑽𝟐𝒓𝟏 + 𝑽𝟐𝒕𝟏 + 𝒖𝟐𝟏 − 𝟐 ∙ 𝒖𝟏 ∙ 𝑽𝒕𝟏
𝟐 ∙ 𝒖𝟏 ∙ 𝑽𝒕𝟏 = 𝑽𝟐𝟏 + 𝒖𝟐𝟏 − 𝒘𝟐𝟏
𝑽𝟐𝟏 + 𝒖𝟐𝟏 − 𝒘𝟐𝟏
𝒖𝟏 ∙ 𝑽𝒕𝟏 =
𝟐
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Pode-se obter uma outra Equação de Euler reescrevendo
o lado direito da equação em função dos triângulos de velocidade
no escoamento de entrada (subscrito 1) e de saída do rotor
(subscrito 2) conforme análise abaixo.
Na Saída do Rotor
𝑽𝟐𝟐 = 𝑽𝟐𝒓𝟐 + 𝑽𝟐𝒕𝟐
𝒘𝟐𝟐 = 𝑽𝟐𝒓𝟐 + 𝒖𝟐 − 𝑽𝒕𝟐 𝟐

𝒘𝟐𝟐 = 𝑽𝟐𝒓𝟐 + 𝒖𝟐𝟐 − 𝟐 ∙ 𝒖𝟐 ∙ 𝑽𝒕𝟐 + 𝑽𝟐𝒕𝟐


𝒘𝟐𝟐 = 𝑽𝟐𝒓𝟐 + 𝑽𝟐𝒕𝟐 + 𝒖𝟐𝟐 − 𝟐 ∙ 𝒖𝟐 ∙ 𝑽𝒕𝟐
𝟐 ∙ 𝒖𝟐 ∙ 𝑽𝒕𝟐 = 𝑽𝟐𝟐 + 𝒖𝟐𝟐 − 𝒘𝟐𝟐
𝑽𝟐𝟐 + 𝒖𝟐𝟐 − 𝒘𝟐𝟐
𝒖𝟐 ∙ 𝑽𝒕𝟐 =
𝟐
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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
No Rotor

𝑻𝒆𝒊𝒙𝒐 = 𝒓𝟐 ∙ 𝑽𝒕𝟐 − 𝒓𝟏 ∙ 𝑽𝒕𝟏 ∙ 𝑸


𝑾𝒎 = 𝝎 ∙ 𝑻𝒆𝒊𝒙𝒐
𝑾𝒎 = 𝒖𝟐 ∙ 𝑽𝒕𝟐 − 𝒖𝟏 ∙ 𝑽𝒕𝟏 ∙ 𝑸

𝑽𝟐𝟐 + 𝒖𝟐𝟐 − 𝒘𝟐𝟐 𝑽𝟐𝟏 + 𝒖𝟐𝟏 − 𝒘𝟐𝟏


𝑾𝒎 = − ∙𝑸
𝟐 𝟐
𝑽𝟐𝟐 − 𝑽𝟐𝟏 𝒖𝟐𝟐 − 𝒖𝟐𝟏 𝒘𝟐𝟏 − 𝒘𝟐𝟐
𝑾𝒎 = + + ∙𝑸
𝟐 𝟐 𝟐

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ANÁLISE DE TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Diagrama de Velocidades
Assim, em uma máquina de fluxo a potência e o trabalho
podem ser obtidos a partir da velocidade tangencial do rotor -
u, da velocidade absoluta do fluido - V, e da velocidade relativa
do fluido em relação à pá - w.
Dividindo a equação acima por 𝒎 ∙ 𝒈, obtém-se a altura
de carga - Hth∞, ou carga adicionada ao escoamento.
𝑾𝒎
𝑯𝒕𝒉∞ =
𝒎∙𝒈
𝟏
𝑯𝒕𝒉∞ = ∙ 𝑽𝟐𝟐 − 𝑽𝟐𝟏 + 𝒖𝟐𝟐 − 𝒖𝟐𝟏 + 𝒘𝟐𝟏 − 𝒘𝟐𝟐
𝟐∙𝒈
Se 𝑯𝒕𝒉∞ > 𝟎 → Máquina de fluxo operatriz (MFO) - bombas,
compressores, ventiladores, sopradores.
Se 𝑯𝒕𝒉∞ < 𝟎 → Máquina de fluxo motriz (MFM) - turbinas.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 2: Na central hidrelétrica e Três Maria em


Minas Gerais, a turbina Kaplan apresenta as
seguintes características nominais: Altura de queda
útil de 50 (m); Vazão de 149,5 (m3/s); Diâmetros
externo do rotor de 4,65 (m); Relação de diâmetros
0,6 e rotação de 163,4 (rpm). Considerando que não
existe perdas no sistema, determinar:
a) O trabalho específico e a potência da turbina;
b) O diâmetro interno e a velocidade meridional;
c) Traçar o triângulo de velocidades para os
diâmetros internos e externos;
d) Os valores do Yest, Ydin e o grau de reação.

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 3: O fluido de trabalho deixa o estator de uma
turbina axial com a velocidade de 600 (m/s) e ângulo de 70
(°). A velocidade periférica do rotor é de 450 (m/s). As
velocidades meridionais à entrada e à saída do rotor são
constantes. O escoamento absoluto deixa o rotor na direção
axial. Determinar os triângulos dos escoamentos absoluto e
relativo.

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 4: Em uma instalação industrial a vazão de água


em uma bomba centrífuga que opera a 1750 (rpm), é
0,0883 (m3/s). O rotor apresenta pás com alturas, b,
uniformes e iguais a 50,8 (mm), raios r1 = 48,3 (mm),
r2 = 177,8 (mm), e ângulo de saída do rotor da pá, b2,
igual a 23º, conforme a Figura a seguir. Admitir que o
escoamento no rotor é ideal e que a componente
tangencial da velocidade, Vt1, da água entrando na pá
é nula (a1 = 90º). Determinar:
a) A componente tangencial da velocidade na saída do
rotor, Vt2;
b) A carga (ideal) adicionada ao escoamento 𝑯𝒕𝒉∞ ;
c) A potência, eixo 𝑊𝑒𝑖𝑥𝑜 , transferida ao fluido.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Esquemas do Exercício 4:

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REVISÃO

Assuntos da Aula

 Elementos Construtivos e Convenções de Máquinas


de Fluxo;
 Considerações Energéticas Básicas;
 Análise de Turbomáquinas Hidráulicas;
 Diagrama de Velocidade;
 Considerações Básicas sobre o Momento da
Quantidade de Movimento;
 Exercícios de Aplicação;
 Revisão.
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AGRADECIMENTO

MUITO OBRIGADO!

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