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“Os indivíduos compartilham da construção da memória coletiva, sentem-se parte “Os indivíduos compartilham da construção da memória coletiva, sentem-se parte
do mesmo grupo, pois têm a mesma história, uma memória comum a todos, do mesmo grupo, pois têm a mesma história, uma memória comum a todos,
composta por acontecimentos vivenciados ou que lhes foram contados como se composta por acontecimentos vivenciados ou que lhes foram contados como se
fossem suas, passando então, a fazer parte do seu imaginário. Vê-se que a memória fossem suas, passando então, a fazer parte do seu imaginário. Vê-se que a memória
coletiva, assim como a identidade social, é composta por dados objetivos e coletiva, assim como a identidade social, é composta por dados objetivos e
subjetivos. Uma memória também é preenchida por fatos criados a partir de subjetivos. Uma memória também é preenchida por fatos criados a partir de
interpretações que o grupo faz da realidade, cujo resultado permanece na memória. interpretações que o grupo faz da realidade, cujo resultado permanece na memória.
Todavia, ela não é composta por toda a realidade objetiva, ou seja, por todos os Todavia, ela não é composta por toda a realidade objetiva, ou seja, por todos os
acontecimentos vividos pelo grupo. Alguns deles são preteridos na composição da acontecimentos vividos pelo grupo. Alguns deles são preteridos na composição da
memória e a escolha do que será privilegiado ou não pela memória está ancorada memória e a escolha do que será privilegiado ou não pela memória está ancorada
nos critérios subjetivos do grupo” (ARAÚJO, 1997, p. 204). nos critérios subjetivos do grupo” (ARAÚJO, 1997, p. 204).
“Se podemos dizer que, em todos os níveis, a memória é um fenômeno construído “Se podemos dizer que, em todos os níveis, a memória é um fenômeno construído
social e individualmente, quando se trata de memória herdada, podemos também social e individualmente, quando se trata de memória herdada, podemos também
dizer que há uma ligação [...] muito estreita entre a memória e o sentimento de dizer que há uma ligação [...] muito estreita entre a memória e o sentimento de
identidade. Aqui o sentimento de identidade está no sentido [...] da imagem de si, identidade. Aqui o sentimento de identidade está no sentido [...] da imagem de si,
para si e para os outros. Isto é, a imagem que uma pessoa adquire ao longo da vida para si e para os outros. Isto é, a imagem que uma pessoa adquire ao longo da vida
referente a ela própria, a imagem que ela constrói e apresenta aos outros e a si referente a ela própria, a imagem que ela constrói e apresenta aos outros e a si
própria, para acreditar na sua própria representação, mas também para ser percebida própria, para acreditar na sua própria representação, mas também para ser percebida
da maneira como quer ser percebida pelos outros” (POLLAK, 1992, p. 204). da maneira como quer ser percebida pelos outros” (POLLAK, 1992, p. 204).