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12 º Ano Ensino Secundário Ano letivo

TRABALHO DE GRUPO
2018/2019
TEMA: Trabalho de grupo "Identidade"

Os alunos, organizados em grupos, iniciam o seu trabalho apresentando um objeto que


previamente trouxeram de casa e que reconheçam como representativo da sua identidade
pessoal. Apresentam as razões da sua escolha ao grupo. Complementam esta atividade
registando por escrito a resposta à pergunta “Quem sou eu?”.

Objetivo geral

Compreender que a identidade é um processo que especifica cada ser humano a partir da
história da sua mente.

Objetivos de aprendizagem/conteúdos

• Analisar a identidade como fator distintivo entre os seres humanos

– Unidade e diversidade dos seres humanos

– A construção da identidade

– Identidades – identidade pessoal, identidade social, identidade cultural

– Inscrição mental das histórias de vida

Guião

• Conceito de identidade pessoal

• O processo de construção da identidade – relação com o processo de socialização

• A importância da adolescência na construção da identidade

• Identidade (s) e papéis sociais

• A identidade e os outros: os pais, a família, o grupo de pares, os professores, os colegas,


os meios de comunicação social

• Diferentes tipos de identidade: pessoal, social e cultural

• Identidade e inscrição mental das histórias de vida

Recursos

1 Manual

2 Textos

1
• “Identidade e papéis sociais”

• “A construção da identidade”

• “Eu não sou como os outros”

• “Identidade Pessoal”

3 Ficha n.º 37 do Caderno do Aluno

4.Outros recursos: pesquisa na Internet e em livros e manuais de Psicologia

Apresentação dos trabalhos

Cada grupo apresenta um trabalho escrito, onde também deve constar o registo das fontes
de consulta e outros recursos, bem como um balanço sobre o trabalho desenvolvido. Cada
grupo decide a forma a que vai recorrer para fazer a apresentação do trabalho à turma.

Avaliação

A avaliação do trabalho de grupo terá em conta:

• o trabalho escrito;

• a apresentação oral;

A avaliação do trabalho terá em conta os seguintes parâmetros:

• rigor científico e utilização de conceitos específicos de forma adequada;

• cumprimento dos objetivos de aprendizagem fixados;

• aplicação dos conhecimentos aos contextos reais de existência dos membros do grupo;

• utilização das tecnologias de informação;

• criatividade e inovação.

Texto 1:
Identidade e papéis sociais
O que me intriga na minha vida é isto: como cheguei a ser o que sou? Como se elaborou
esta personagem, eu que reencontro todas as manhãs e à qual terei de me acomodar até
ao fim?
Mais do que como uma continuidade, vejo a minha vida como uma sequência de
personagens diferentes, quase diria de estranhos.

François Jacob

2
Texto 2:
A construção da identidade
A identidade é um dos temas privilegiados dos psicólogos, psicanalistas e filósofos. Por
exemplo, o psicólogo William James (1842-1910) distinguia três aspetos da identidade: o
“eu material” (o corpo); o “eu social” (corresponde aos papéis sociais) e “o eu que conhece”
(que remete para o facto de cada um de nós, quando age ou pensa, ter o sentimento de ser
um sujeito autónomo, dotado de vontade).
Por outro lado, o psicólogo americano Erik Erikson (1902-1994) sublinhou que a
adolescência é um momento particular de formação da identidade. Para ele, a génese da
identidade inscreve-se sempre numa relação interativa com o outro. É o encontro com o
outro que permite a definição de cada um por identificação e/ou oposição. No livro “A
Infância e a Sociedade” (1950) Erikson descreve o nascimento da identidade pessoal como
um processo ativo e conflitual em que intervêm as dimensões sociais (modelos sociais com
os quais o indivíduo se quer conformar) e psicológicas (o ideal do eu) conscientes e
inconscientes. A identidade afirma-se da infância à idade adulta por estádios sucessivos
marcados por crises e reformulações. Erikson descreveu oito estádios de evolução desde a
primeira infância à idade adulta.
A “crise da adolescência” é a fase mais crítica. Os sociólogos contemporâneos constatam a
desinstitucionalização dos quadros sociais e a crise dos modelos de socialização. Por
exemplo, para as mulheres, o papel de “dona de casa” já não é um modelo de socialização
único e positivo; o estatuto de homem já não é o de marido e pai protetor e autoritário; os
reformados de hoje já não se reconhecem no papel dos velhos de antigamente, etc.

J.-F. Dortier, Dictionnaire de Sciences Humaines, Paris: Ed. S. Humaines 2004

Texto 3:
Eu não sou como os outros
Eu não sou como os outros. A partir de um bebé inconsciente, inacabado, fomos a pouco e
pouco, fabricados por todos os contributos do mundo que nos rodeia. Lançando mão de
todos os recursos, devorando tudo, desenvolvemo-nos sem preocupações, às cegas,
empanturrados de papas, de conselhos, de bandas desenhadas, de afeto, de repreensões e
de televisão.
Chega então a idade em que olhamos para nós próprios: quem é este ser em que me
transformei? O que é que ele vale? Examinamos o olhar dos outros que, muitas vezes, nos
trespassa sem nos ver (serei tão insignificante?), ou nos chega carregado de ironias e
desprezos (serei ridículo?). Vemo-nos ao espelho.
Serei belo? Serei inteligente? A resposta a estas duas perguntas lancinantes é: diferente dos
outros.
Eu não sou como os outros. É claro, porque o meu património genético, fruto de uma dupla
lotaria, é único, como única é a aventura que vivo. O que tenho em comum com todos os
outros é o poder de, a partir do que na minha própria criação. Mas é preciso que mo
permitam.
E para isso contribuíram os meus pais, cujo óvulo e espermatozóide continham todas as
receitas de fabricação das substâncias que me constituem.E a minha família, pelo alimento,
pelo calor, pelo afeto, que me permitiram crescer e estruturar-me. E a escola, que me
transmitiu conhecimentos lentamente acumulados pela Humanidade desde que esta se
procura conhecer e conhecer o Universo.
E todos me amaram, com o seu insubstituível amor.
Mas sou eu que tenho de concluir a obra, que tenho de colocar a trave-mestra. Esqueçam
o modelo que gostariam que eu fosse: não sou obrigado a realizar o sonho que imaginaram
para mim; isso seria trair a minha natureza de homem. Para que eu seja verdadeiramente
um homem, devem oferecer-me mais uma coisa: a liberdade de vir a ser o que escolhi.
Jacquard, A. O Meu Primeiro Livro de Genética, 1986

3
Texto 4:
Identidade pessoal
A identidade pessoal é uma construção dinâmica da unidade da consciência de si, através
das relações intersubjetivas, das comunicações da linguagem e das experiências sociais. A
identidade é um processo ativo, afetivo e cognitivo de representação de si no meio que o
rodeia, associado a um sentimento subjetivo da sua permanência. O que permite perceber
a sua vida como uma experiência que tem uma continuidade e uma unidade, e agir em
consequência.
A identidade satisfaz as necessidades inter e intrapessoais de coerência, de estabilidade e
de síntese que asseguram uma permanência na existência. Estas funções de regulação são
indispensáveis para permitirem a adaptação às mudanças e para evitarem o aparecimento
das perturbações da personalidade ligadas à confusão e difusão da identidade, ou ao seu
desmembramento. A identidade pessoal tem lugar numa descendência. Ela inscreve o
legado do passado na construção de um horizonte temporal. Quando a parte originária da
identidade não pode ser investida, o equilíbrio da pessoa é afetado.
A identidade pessoal é sexuada: a maneira de habitar o seu corpo e de assumir a sua
identidade de género depende da incorporação dos objetos libidinais mas também dos
efeitos de atribuição socio-culturais dos papéis masculino e feminino. Os atos, as criações,
as posses, mas também a diferenciação, as confrontações e os compromissos são meios
para significar a marca da sua identidade pes soal. A articulação destas múltiplas facetas
depende da coerência e do dinamismo do princípio organizador das adaptações, que regula
as interações entre as mudanças da vida e do meio ambiente.
Doron, R. e Parot, F., Dicionário de Psicologia, 2001, Lisboa: Climepsi Editores

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