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CONTEÚDO:
Unidade II: Temas em Psicologia Social
Identidade
Texto base:
CIAMPA, Antonio da Costa. Identidade. IN: LANE, Silvia T. M.; CODO, Wanderley.
Psicologia Social: O homem em movimento. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.
OBJETIVOS:
- Introduzir o conceito de identidade na perspectiva sócio-histórica;
- Caracterizar os três aspectos constituintes da identidade: representacional, constitutivo
e de produção;
- Refletir sobre o aspecto representacional e constitutivo do público da assistência
social no Brasil.
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ENTRANDO NO TEMA:
Ciampa compreende a identidade como metamorfose (constante transformação), destacando
a história pessoal dos sujeitos, história estas permeadas pelo contexto histórico e social.
Concebe a identidade como um processo de reformulação e mudança que tem sua base nas
influências sociais e históricas.
A pergunta “Quem sou eu?” é um questionamento que remete à identidade.
A narração da resposta pelo sujeito é feita de modo em que ele é autor e personagem da
história.
Isso porque há discursos embutidos na identidade que são dele e dos outros e a identidade
do outro reflete na minha e vice-versa.
Dessa forma, pode-se dizer que, a identidade é consequência das relações que se dão, e
também das condições dessa relação, pois só se os pais se comportarem como pais que se
caracteriza uma relação paterno-filial.
É nesse sentido que Ciampa propõe que a identidade é reposta a cada momento.
Repor → Ação
Assim, ressalta que a identidade não é algo pronto, acabado e atemporal como muitos
consideram ser, e sim, algo que está em um contínuo processo, em um dar-se constante.
“[...] identidade é o reconhecimento de que é o próprio de quem se trata; é aquilo que prova
ser uma pessoa determinada, e não outra.” (CIAMPA, 2007, p.137).
Descreve também que a identidade é diferença e igualdade, visto que há aspectos que nos
igualam e nos diferenciam. Um exemplo disso é o nome próprio: o nome diferencia a pessoa
de sua família e o sobrenome a iguala.
Outro aspecto que se destaca na concepção de identidade em Ciampa (1984) é que, segundo
ele, possuímos várias identidades (por exemplo: pai e ao mesmo tempo filho) que são
utilizadas separadamente, em diferentes momentos. No entanto, a pessoa é uma totalidade e
nesses momentos o que se ocorre é a manifestação de uma parte da unidade. Assim,
quando conversamos com alguém, estamos nos representando, somos representantes de nós
mesmos.
Vamos tentar? Escreva um breve texto para compartilhar uma narrativa sobre quem você é.
IDENTIDADE – REVELAÇÃO/OCULTAÇÃO:
Muitas vezes nos escondemos naquilo que falamos. Também nos revelamos naquilo que
ocultamos.
“Muitos de nós escondemos algum aspecto de nossa identidade e morremos de medo que os
outros descubram esse nosso lado ‘oculto’” (p. 60).
3 ASPECTOS:
1. REPRESENTACIONAL (PRODUTO): ponto de partida, considerando-o também
como processo de produção, identidade como processo de identificação.
2. CONSTITUTIVO: a individualidade já pressupõe um processo anterior de
representação que faz parte da constituição do indivíduo representado. Antes de
nascer, o nascituro já é representado como filho de alguém e essa representação prévia
o constitui efetivamente, objetivamente como “filho”, membro de uma determinada
família. Posteriormente, essa representação é assimilada pelo indivíduo de tal forma
que seu processo interno de representação é incorporado na sua objetividade social
como filho daquela família.
3. DE PRODUÇÃO: Não basta, entretanto, a representação prévia. O nascituro, uma
vez nascido, constituir-se-á como filho na medida em que as relações nas quais esteja
envolvido concretamente confirmem essa representação através de comportamentos
que reforcem sua conduta como filho e assim por diante.
Essa identidade que surge como representação de meu estar-sendo se converte num
pressuposto de meu ser (como totalidade), o que, formalmente, transforma minha
identidade concreta (entendida como um dar-se numa sucessão temporal) em identidade
abstrata, num dado atemporal – sempre presente (entendida como identidade
pressuposta re-posta).
PARA REFLEXÃO:
https://www.youtube.com/watch?v=gdgj1kYqiFI
LANE, Silvia Tatiana Maurer. O Processo Grupal. IN: LANE, Silvia T. M.; CODO, Wanderley.
Psicologia Social: O homem em movimento. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.