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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 NEUROANATOMIA .................................................................................... 5

2.1 ORIGEM DA NEUROANATOMIA ........................................................ 7

3 SISTEMA NERVOSO ................................................................................. 9

3.1 Neurônios ........................................................................................... 10

3.2 Divisão dos Neurônios........................................................................ 12

4 SISTEMA NERVOSO CENTRAl (SNC) .................................................... 14

4.1 Encéfalo ............................................................................................. 15

4.2 Núcleos da base ................................................................................. 16

4.3 Sistema Límbico ................................................................................. 17

4.4 Córtex cerebral ................................................................................... 18

4.5 Diencéfalo .......................................................................................... 19

4.6 Tálamo ............................................................................................... 19

4.7 Hipotálamo ......................................................................................... 21

4.8 Epitálamo ........................................................................................... 23

4.9 Subtálamo .......................................................................................... 24

4.10 Cerebelo.......................................................................................... 25

4.11 Tronco encefálico ............................................................................ 27

4.12 Medula Espinal................................................................................ 29

5 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) .............................................. 32

5.1 Componentes do Sistema Nervoso Periférico .................................... 34

5.2 Gânglios nervosos .............................................................................. 34

5.3 Nervos espinhais ................................................................................ 35

5.4 Nervos cranianos ............................................................................... 36


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6 SISTEMA NERVOSO VOLUNTARIO SOMÁTICO ................................... 38

7 O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO...................................................... 40

7.1 A organização do Sistema Nervoso Autônomo .................................. 42

7.2 As fibras aferentes viscerais ............................................................... 43

7.3 Ações do Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático ................... 44

8 VASCULARIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO ....................................... 47

8.1 Vascularização Arterial do Encéfalo ................................................... 48

8.2 Vascularização Venosa do Encéfalo .................................................. 49

9 CONCLUSÃO ........................................................................................... 50

10 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 51

11 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 56

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 NEUROANATOMIA

O encéfalo humano é uma rede de mais de 100 bilhões de neurônios


interconectados em sistemas que constroem nossa percepção sobre o mundo
externo, fixam nossa atenção e controlam o mecanismo de nossas ações. A primeira
etapa para se compreender a mente consiste, portanto, em aprender como os
neurônios estão localizados em vias de sinalização e como eles se comunicam
através da transmissão sináptica.
A especificidade das conexões sinápticas estabelecida durante o
desenvolvimento é a base da percepção, ação, emoção e aprendizagem.
O comportamento não é herdado, o que é herdado é o DNA. Os genes
codificam as proteínas que são importantes para o desenvolvimento e para a
regulação dos circuitos neurais, que são a base do comportamento.
A lesão de uma única área pode não resultar na perda total de uma faculdade.
Mesmo que um comportamento desapareça no início, ele pode retornar parcialmente
assim que as partes ilesas do cérebro reorganizem as suas conexões. Esta função é
denominada neuroplasticidade.
Assim não é conveniente representar processos mentais como uma série de
ligações em cadeia, porque em tais arranjos o processo entra em colapso quando
uma única ligação é quebrada. A comparação melhor e mais realista é pensar nos
processos mentais como várias linhas de trem que desembocam num mesmo
terminal. Se houver um bloqueio em sua comunicação, a mesma ficará interrompida,
mas seria então possível criar uma nova linha que as unisse diretamente. Deste modo,
um problema em uma única ligação na via afeta as informações levadas por ela, mas
não necessariamente interfere de forma permanente no sistema. As partes restantes
do sistema podem sofrer modificações para acomodar o tráfego extra depois do
colapso de uma linha.
Todas as funções mentais são divididas em subfunções. Mesmo a tarefa mais
simples, como piscar voluntariamente requer a ativação de áreas distintas
denominada conectividade. Hoje é possível relacionar a dinâmica molecular de células
nervosas individuais às representações de atos motores e perceptuais no encéfalo e

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então, relacionar tais mecanismos internos a um comportamento observável. As
novas técnicas de imagem permitem-nos ver o cérebro humano em ação- identificar
regiões específicas do encéfalo associadas a modos particulares de pensamentos e
sentimentos.

A neuropsicologia, por exemplo, é uma disciplina da neurociência que está


ligada a psicologia pelo fato do interesse em comum que as duas mantêm:
investigar relações entre o funcionamento do cérebro e o comportamento
humano. Conceitua-se de forma geral como o estudo das relações entre o
cérebro e o comportamento e, no sentido mais específico, é o campo de
atuação profissional que investiga as alterações cognitivas e
comportamentais associadas às lesões cerebrais (ALMEIDA, 2011, apud,
LIMA, 2018).

Divisão do sistema nervoso com base em critérios anatômicos e


funcionais:

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2.1 ORIGEM DA NEUROANATOMIA

Historicamente os estudos neuroanatômicos não eram bem delimitados quanto


a especificidade de cada pesquisador, portanto, os estudos eram feitos por
pesquisadores de diversas áreas sendo muito comum estes cientistas estudarem
órgãos diferentes de forma praticamente simultânea. Com o desenvolvimento da
ciência e a especialização de diversas áreas da medicina, os estudos passaram a ser
delimitados por regiões, passando a neuroanatomia ser uma área de estudo
independente da biologia anatômica ou de qualquer outra área
A Neuroanatomia é a variação da anatomia que se presta ao estudo do SN.
Neste campo do saber não existe uma preocupação grande entre organização e
classificação de todos os órgãos do corpo, bem como a comparação entre humanos
e animais infra-humanos não é o assunto principal. O foco central na Neuroanatomia
é o estudo do SN, principalmente o SNC, e sua relação com o comportamento
manifesto.
Podemos afirmar que é o ramo da ciência responsável pelo estudo de
estruturas anatômicas complexas do sistema nervoso central e periférico. Esta grande
área está responsável pelas delineações das regiões cerebrais bem como a
diferenciação destas estruturas relacionando todo o conhecimento estrutural ao seu
funcionamento.
Seu conhecimento fundamenta bases de diferenciação entre os animais,
caracterização funcional de diferentes vias. Os diversos especialistas em
neuroanatomia desenvolveram através desta área conceitos importantes por meio de
análise de traumas localizados em distintas regiões cerebrais, levando ao
entendimento de funções específicas.
É finalidade de um tratado de Neuroanatomia descrever e operacionalizar as
funções e estruturas que compreendem a Medula Espinhal, o Tronco Encefálico, a
Ponte, o Bulbo, os nervos cranianos, a Formação Reticular, outros. Porém, em vez de
uma simples descrição dessas estruturas, o funcionamento destas também é alvo dos
cientistas.

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Logo, não adianta apenas mencionar que o córtex é uma fina camada de
substância cinzenta que se dispõe sobre o cérebro e o cerebelo, mas também clarificar
qual sua utilidade e função e como este foi se aprimorando ao passar dos anos.

Em suma, a neuroanatomia nasceu das disciplinas das ciências


interdisciplinares biológicas e humanas indo além do diagnóstico e dando
espaço a intervenções terapêuticas que são comuns no campo da psicologia.
Sua importância para esta área e profissão perpassam seus domínios
enquanto ciência e vai além, indo a caráter transdisciplinar, mostrando que
sem o conhecimento da neuroanatomia os discentes não conseguiriam
compreender as demais disciplinas relacionadas (TONI, 2005, apud LIMA,
2018).

A Neuroanatomia é estudada de duas maneiras, na microscopia e


macroscopia. A microscopia é toda estrutura ao nível de substância branca ou
cinzenta, sendo visualizada com auxílios tecnológicos e químicos.
A macroscopia, é toda estrutura neurológica que visualizamos sem o auxílio
tecnológico ou químico, ou seja, podemos identificar a estrutura sem maiores
dificuldades. No passar do tempo, a Neuroanatomia foi se especializando como área
autônoma.
Não mais exclusiva à Neurologia ou à Biologia Anatômica, hoje serve como
um dos pilares de união entre as mais diversas especialidades médicas e não-
médicas. Com a exaustiva preocupação de rastrear, descrever funções
morfológicas, as categorizar sob linguagem universal e traçar a funcionalidade de
suas estruturas, esta área fornece às Neurociências a lógica básica para sua
existência.

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3 SISTEMA NERVOSO

Fonte: www.quizur.com/trivia.com.br

O sistema nervoso representa uma rede de comunicações do organismo,


desenvolvidas por um conjunto de órgãos do corpo humano que possuem a função
de captar as mensagens, estímulos do ambiente, interpretá-los e arquivá-los.
Consequentemente, ele elabora respostas, as quais podem ser dadas na forma de
movimentos, sensações ou constatações.

Os primeiros seres vivos foram organismos unicelulares, sendo que o seu


fóssil mais antigo até hoje conhecido foi denominado Eobactéria e data de
aproximadamente 3,4 bilhões de anos. O nível de organização a seguir
atingido pelas chamadas células eucarióticas as tornou capazes de se dividir
e se reproduzir; a ocorrência de mecanismos de simbiose fez surgir os
primeiros organismos multicelulares há cerca de 700 milhões de anos. Esses
organismos logo invadiram o meio marinho, onde encontraram condições
mais estáveis para a sua evolução, vindo a dar origem a peixes primitivos
com esqueletos mineralizados há aproximadamente 570 milhões de anos.
(GOLD, 2001, apud RIBAS, 2006).

O sistema nervoso é um aparelho único do ponto de vista funcional: o sistema


nervoso e o sistema endócrino controlam as funções do corpo praticamente sozinhos.
Além das funções comportamentais e motoras, o sistema nervoso recebe milhões de
estímulos a partir dos diferentes órgãos sensoriais e, então, integra todos eles, para

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determinar respostas a serem dadas pelo corpo, permitindo ao indivíduo a percepção
e interação com o mundo externo e com o próprio organismo.
De fato, o sistema nervoso é basicamente composto por células especializadas,
cuja função é receber os estímulos sensoriais e transmiti-los para os órgãos efetores,
tanto musculares como glandulares. Os estímulos sensoriais que se originam no
exterior ou no interior do corpo são correlacionados dentro do sistema nervoso, e os
impulsos eferentes são coordenados, de modo que os órgãos efetores atuam
harmoniosamente, em conjunto, para o bem-estar do indivíduo.
Em resumo, dentre as principais funções do sistema nervoso, podemos
destacar: Receber informações do meio interno e externo (função sensorial); Associar
e interpretar informações diversas (função cognitiva); Ordenar ações e respostas
(função motora); Controle do meio interno (devido a sua relação com o sistema
endócrino); Memória e aprendizado (função cognitiva avançada.

Na teoria de Vygotsky, as relações entre desenvolvimento e aprendizagem


são pontos importantes, em que o mesmo valoriza a ação pedagógica e a
intervenção, além de considerar que é a aprendizagem que promove o
desenvolvimento. (BORRASCA, 2008, apud SOUSA, 2017).

3.1 Neurônios

Fonte:www.portalumami.com.br

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Neurônio é uma célula nervosa, estrutura básica do sistema nervoso, comum à
maioria dos vertebrados. São células altamente estimuláveis, que processam e
transmitem informação através de sinais eletroquímicos. Uma de suas caraterísticas
é a capacidade das suas membranas plasmáticas gerarem impulsos nervosos.

Os neurotransmissores atuam na ontogênese individual (embriologia) inter-


relacionado com o processo de aumento do encéfalo e criação de circuitos
funcionais complexos (encefalização), fator que ocasiona o aumento do
córtex cerebral e garante o surgimento de outras funções (CAGNIN, 2013,
apud, CORRÊA, 2019).

A maioria dos neurónios, tipicamente, possui o corpo celular e dois tipos de


prolongamentos citoplasmáticos, os dendritos e os axônios. Anatomicamente o
neurônio é formado por: dendrito, corpo celular e axônio. A transmissão ocorre
apenas no sentido do dendrito ao axônio.
Corpo celular: contém o núcleo e a maior parte das organelas. É nesta parte
onde ocorre a síntese proteica.
Dendritos: são prolongamentos finos, geralmente ramificados, que recebem e
conduzem os estímulos provenientes de outros neurônios ou de células sensoriais.
Axônio: é o prolongamento, geralmente, mais longo que transmite os impulsos
nervosos provenientes do corpo celular. O comprimento do axônio varia muito entre
os diferentes tipos de neurônios. Nos vertebrados e em alguns invertebrados os
axônios são cobertos por uma bainha isolante de mielina, tomando a designação de
fibra nervosa.
Terminações do axônio: contêm sinapses, estruturas especializadas onde são
libertadas substâncias químicas, neurotransmissores, que estabelecem a
comunicação com os dendritos ou corpo celular de outros neurônios.
Sabemos que o neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso. Eles se
comunicam-se através de sinapses, por eles propagam-se os impulsos nervosos.

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Fonte: www.infoescola.com

Outro tipo de regulador da relação bidirecional entre os sistemas


neuroendócrino e imune é constituído por mensageiros secretados pelas
células ativadas do sistema imunológico denominados citocinas.
(MOLDEVEANU, 2001, apud REIS, 2019).

3.2 Divisão dos Neurônios

Os neurônios podem ser divididos em rês tipos:


Neurônios receptores: São os neurônios encarregados de captarem
informações diretamente das células sensoriais, como aquelas que compõem
a retina (olho), o ouvido, tato, a língua, e outros. Essa captação é feita utilizando os
dendritos.
Neurônios de conexão ou mistos: Fazem a conexão entre dois neurônios.
Recebe informação pelo dendrito, e a repassa à célula nervosa seguinte usando o
axônio. Esse tipo é o mais encontrado nos sistemas nervosos animais.
Neurônios efetores: São os neurônios que recebem as informações do
cérebro (as respostas aos estímulos captados pelos neurônios receptores) e as
repassam para os músculos, glândulas e outros.
Exemplo: Ao encostar com a ponta do dedo em uma agulha, as células
sensoriais presentes na pele do dedo captarão essa espetada, e transmitirá essa
informação para o cérebro, utilizando-se dos neurônios receptores e de conexão. O

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cérebro irá processar a informação e irá dar uma ordem para que o músculo
responsável pelo dedo se contraia, a fim de eliminar o perigo de ser perfurado. Essa
última parte é feita pelos neurônios efetores.

Fonte: www.embriologiasistemanervoso

Neurônios segundo a polaridade e segundo o tamanho.


Os neurônios de Golgi tipo I: Têm um axônio longo que pode chegar a um
metro ou mais de longitude, por exemplo longos trajetos de fibras do encéfalo e
medula espinal e as fibras nervosas dos nervos periféricas. As células piramidais da
cortiça cerebral, as células de Purkinje da cortiça cerebelosa e as células motoras da
célula espinal são exemplos.
Os neurônios de Golgi tipo II: Têm um axônio curto que termina na vizinhança
do corpo celular ou que falta por completo. Superam em número largamente às de
tipo I. Os dendritos curtos que nascem destes neurônios lhes dão aspeto estrelado.
Exemplos deste tipo de neurônios acham-se na cortiça cerebral e cerebelosa.
Segundo função:
Neurônios sensoriais: São aqueles que conduzem o impulso nervoso desde
os receptores até os centros nervosos. Captam a informação do meio do ser humano,
isto é, recolhem informação do meio para ser processada no cérebro.

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Neurônios associativos ou interneuronas: Permitem comunicar os
neurônios sensitivos com os motores. Este tipo de neurônios encontra-se
exclusivamente no sistema nervoso central.
Neurônios motores ou eferentes: Os neurônios eferentes são os que levam
o impulso nervoso desde o Sistema Nervoso Central até os órgãos efetores e os
neurônios motores são as que levam os impulsos aos botões terminais.

4 SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)

O SNC é responsável por receber e processar informações. Ele é formado


pelo encéfalo e medula espinal, que estão protegidos pelo crânio e coluna vertebral,
respectivamente.
Ambas as estruturas são reforçadas por três lâminas conjuntivas, denominadas
de meninges. São elas: dura-máter, aracnoide e pia-máter.

Fonte:www.anatomiahumana.com.br

Há entre as duas últimas a presença de um líquido, o Líquor, que é responsável


pela nutrição do SNC e pela minimização dos possíveis traumas causados por
choques mecânicos.

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A incidência de tumores cerebrais tem crescido nos últimos anos.
Representam a segunda causa de morte mais frequente atribuível a causa
neurológica, sendo a primeira os acidentes vasculares cerebrais. (PRICE,
2008, apud MADEIRA, 2018)

4.1 Encéfalo

Fonte: www.anatomiadocorpo.com

Denomina-se encéfalo a parte do SNC contida no interior da caixa craniana, e


medula espinhal a parte que continua a partir do encéfalo no interior do canal vertebral.
É formado pelo conjunto de cérebro, tronco encefálico e cerebelo (ou seja, todas as
estruturas do SN localizadas dentro da caixa craniana).
Cérebro: (telencéfalo e diencéfalo)
Telencéfalo: O telencéfalo é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante
desenvolvidos e constituídos por giros e sulcos que abrigam os centros motores,
sensitivos e cognitivos.
Estruturalmente, o telencéfalo é formado pelo córtex cerebral, sistema límbico
e núcleos de base.

Um momento importante no estudo do encéfalo foi nomeado como frenologia,


neste, acreditava-se que cada região do encéfalo era responsável por uma
função específica; hoje, a compreensão recorrente indica o neurônio como
unidade funcional básica que pertence a uma rede nervosa (BRANDÃO,
2004, apud, CORRÊA, 2019).

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4.2 Núcleos da base

Fonte: www.afh.bio.br

Conjuntos de corpos de neurônios localizados na base do telencéfalo


responsáveis por mensurar sinais estimuladores oriundos do córtex e que para ele se
dirige de volta, principalmente do ponto de vista motor.
A maioria dos pesquisadores, atualmente, considera, conceitualmente, como
Núcleos da base (ou gânglios da base), os seguintes grupos nucleares principais,
localizados no Sistema Nervoso Central:
Núcleo Caudado, Núcleo Putame (ou Putamen), Núcleo Acumbens, Globo
pálido lateral e globo pálido medial, Complexo amigdaloide, Claustro.
Os núcleos putame e globos pálidos, também recebem em seu conjunto, a
denominação de núcleo lenticular (ou lentiforme). Os núcleos: caudado, putame e
acumbens, também, recebem a denominação de neostriado, enquanto, os globos
pálidos, recebem a denominação de paleostriado. Por outro lado, o complexo
amigdaloide, a despeito de ser formado, a partir dos mesmos neuroblastos
neoencefálicos e, portanto, filogeneticamente, neoestriatal é também conhecido como
arquiestriado (ou arquistriado).

Os gânglios ou núcleos da base compreendem o corpo estriado (núcleo


caudado e putame), globo pálido, núcleo subtalâmico e substância nigra
(BEAR, 2008, apud PAWLOWSKII, 2013).

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Funções: Núcleo caudado e putame: São responsáveis pelo processamento de
informações sensório-motoras;
Núcleo caudado: Responsável pelo processamento de informações
associativas, envolvendo a cognição, os pensamentos a inteligência o raciocínio,
estando associados, às áreas corticais. A área é a área ocular frontal (A.O.F.)
associada ao Campo Ocular Frontal (C.O.F.). Coordenando os movimentos oculares
de acompanhamento visual, de grande qualidade e perfeição.

4.3 Sistema Límbico

Fonte: neuroinformacao.com.br

O conhecimento das bases neurais dos processos emotivos teve grande


avanço no final do século XX, a partir da neuroimagem e da neurofisiologia, quando
foram descobertas novas conexões do Sistema Límbico (SL), como órgão subcortical,
com áreas corticais cerebrais.

A palavra emoção deriva do latim movere, mover, por em movimento. É


essencial compreender que a emoção é um movimento de dentro para fora,
um modo de comunicar os nossos mais importantes estados e necessidades
internas. (RATEY, 2002, apud BARRETO, 2010)

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O sistema límbico tem como estruturas principais os giros corticais, os núcleos
de substância cinzenta e tratos de substância branca dispostos nas superfícies
mediais de ambos os hemisférios e em torno de III ventrículo, que, funcionalmente, se
relacionam com os instintos, emoções e memória, e através do hipotálamo, com a
manutenção da homeostase.

Reconhece-se que as áreas cerebrais envolvidas no controle motivacional,


na cognição e na memória fazem conexões com diversos circuitos neurais,
os quais, através de seus neurotransmissores, promovem respostas
fisiológicas que relacionam o organismo ao meio externo e interno,
importantes à homeostasia. (LANOTTE, 2005 apud BARRETO, 2010)

4.4 Córtex cerebral

Consiste no manto de corpos de neurônios que reveste todo o telencéfalo


perifericamente, distribuindo-se ao longo dos dois hemisférios: direito (não verbal) e
esquerdo (verbal). Tais neurônios corticais estão dispostos em camadas e,
dependendo de sua localização no telencéfalo, são responsáveis pela motricidade,
sensibilidade, linguagem (parte motora e compreensão), memória, entre outras
funções.
Cada hemisfério é constituído de cinco lobos: Frontal, Parietal, Temporal,
Occipital e Lobo da ínsula (divisão anatômica, sendo atribuída de acordo com a
relação da respectiva região do telencéfalo com os ossos do crânio).

Na década de 80, para não precisar remontar a história destas técnicas,


estudos post-mortem deram início aos estudos básicos de neuroanatomia em
pessoas autistas. Foram descritas alterações no lobo frontal medial, temporal
medial, gânglios da base e tálamo (MOURA et al, 2005, apud GARCIA, 2011).

O corpo caloso é formado por um conjunto de fibras (comissura) que estabelece


a comunicação entre os hemisférios, conectando estruturas comparáveis de cada
lado, permitindo que estímulos recebidos em um lado sejam processados em ambos
os hemisférios ou exclusivamente no hemisfério oposto. Além disso, auxilia na
coordenação e harmonia entre os comandos motores oriundos dos dois hemisférios.
A informação sensorial é enviada para hemisférios opostos. O princípio básico
é a organização contralateral, de modo que a maioria dos estímulos sensoriais

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chegam ao córtex contralateral cruzando ao longo das vias ascendentes que os
conduziu. Como na visão, ocorre o crossover visual: o campo de visão esquerdo é
projetado no lobo occipital direito e o campo visual direito é projetado para o lobo
esquerdo. Outros sentidos funcionam de forma semelhante.
Este estímulo também ocorre nas áreas motoras, ou seja, o hemisfério direito
controla o lado esquerdo do corpo e o hemisfério esquerdo controla o direito, uma vez
que as fibras motoras oriundas do córtex motor de um lado cruzam para o lado oposto
ao nível do bulbo na chamada decussação das pirâmides.

Lesões parietais associam-se habitualmente a alterações perceptivas e


motoras, como astereognosia e agrafestesia, apraxias, anosognosia,
acalculia e disgrafia. (WALCH, 1998 apud MADEIRA, 2018).

4.5 Diencéfalo

Área localizada na transição entre o tronco encefálico e o telencéfalo, sendo


subdividido em hipotálamo, tálamo, epitálamo e subtálamo todas relacionadas com o
III ventrículo. O diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro, que corresponde ao
prosencéfalo. O cérebro é a parte mais desenvolvida do encéfalo e ocupa cerca de
80% da cavidade craniana. O diencéfalo é uma estrutura ímpar que só é vista na
porção mais inferior do cérebro.
Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos
receptores do olfato, passam pelo tálamo (e metatálamo) antes de atingir o córtex
cerebral.

Os tumores diencefálicos comprometem frequentemente estruturas


contíguas ao sistema límbico, sendo também usual a afeção de circuitos
cortico-subcorticais, com subsequentes manifestações psiquiátricas. Foram
descritos sintomas esquizofreniformes, afetivos, do tipo obsessivo-
compulsivo e alterações da personalidade. (GAMAZO, 2012, apud
MADEIRA, 2018).

4.6 Tálamo

É uma massa ovoide predominantemente composta por substância cinzenta


localizada no diencéfalo e que corresponde a maior parte das paredes laterais do III

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ventrículo encefálico. O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos
nervosos para o córtex cerebral. Em geral, uma conexão de substância cinzenta,
chamada massa intermédia (aderência intertalâmica), une as partes direita e esquerda
do tálamo. A extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma eminência, o
tubérculo anterior do tálamo, que participa da delimitação do forame interventricular.
A extremidade posterior, consideravelmente maior que a anterior, apresenta
uma grande eminência, o pulvinar, que se projeta sobre os corpos geniculados lateral
e medial.

Do ponto de vista fisiológico a ansiedade é um estado de funcionamento


cerebral em que ocorre ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA),
acarretando sintomas neurovegetativos, tais como insônia, taquicardia,
palidez, aumento da perspiração, tensão muscular, tremor, tontura,
desordens intestinais, entre outros (BRAGA, 2010, apud, MELO, 2017).

A porção lateral da face superior do tálamo faz parte do assoalho do ventrículo


lateral, sendo revestido por epitélio ependimário (epitélio que reveste esta parte do
tálamo e é denominada lâmina fixa). A porção medial do tálamo forma a parede lateral
do III ventrículo, cujo teto é constituído pelo fórnix e pelo corpo caloso, formações
telencefálicas. A fissura transversa é ocupada por um fundo-de-saco da pia-máter
que, a seguir, entra na constituição da tela corioide. A face lateral do tálamo é
separada do telencéfalo pela cápsula interna, compacto feixe de fibras que ligam o
córtex cerebral a centros nervosos subcorticais. A face inferior do tálamo continua com
o hipotálamo e o subtálamo.
O Corpo (núcleo) Geniculado Lateral, transmite impulsos visuais; Corpo
(núcleo) Ventral Posterior: transmite impulsos para o paladar e para as sensações
somáticas, como as de tato, pressão, vibração, calor, frio e dor; Os núcleos talâmicos
podem ser divididos em cinco grupos: Grupo Anterior; Grupo Posterior; Grupo Lateral;
Grupo Mediano e Grupo Medial.
O tálamo serve como uma estação intermediária para a maioria das fibras que
vão da porção inferior do encéfalo e medula espinhal para as áreas sensitivas do
cérebro.

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Funções do Tálamo: Sensibilidade; Motricidade; Comportamento Emocional;
Ativação do Córtex; desempenha algum papel no mecanismo de vigília, ou estado de
alerta.

4.7 Hipotálamo

Fonte: www.locomotiva.com.br

Também é conhecida por sua importância para o aprendizado e memória


emocional e esse papel afeta uma variedade de comportamentos emocionais
relacionados ao aprendizado implícito, a memória explícita, a respostas
sociais e vigilância (RODRIGUES, 2011 apud MELO, 2017).

O hipotálamo é parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do III ventrículo,


abaixo do sulco hipotalâmico, que separa o tálamo. Apresenta algumas formações
anatômicas visíveis na face inferior do cérebro: o quiasma óptico, o túber cinéreo, o
infundíbulo e os corpos mamilares. Trata-se de uma área muito pequena (4 g) mas,
apesar disso, o hipotálamo, por suas inúmeras e variadas funções, é uma das áreas
mais importantes do sistema nervoso.
Quiasma Óptico: localiza-se na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe
fibras mielínicas do nervo óptico, que aí cruzam em parte e continuam nos tratos óptico
que se dirigem aos corpos geniculados laterais, depois de contornar os pedúnculos
cerebrais.

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Túber cinéreo: é uma área ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrás do
quiasma e do trato óptico, entre os corpos mamilares. No túber cinéreo prende-se a
hipófise por meio do infundíbulo.
Infundíbulo: é uma formação nervosa em forma de um funil que se prende ao
túber cinéreo, contendo pequenos prolongamentos da cavidade ventricular, o recesso
do infundíbulo. A extremidade superior do infundíbulo dilata-se para constituir a
eminência mediana do túber cinéreo, enquanto a extremidade inferior continua com
um processo infundibular, ou lobo nervoso da hipófise. A hipófise está contida na sela
túrcica do osso esfenoide.
Corpos Mamilares: são duas eminências arredondadas de substância
cinzenta evidentes na parte anterior da fossa interpeduncular.

No hipotálamo situa-se o sistema de controle central, que regula a


temperatura do corpo ao integrar os impulsos térmicos provenientes de quase
todos os tecidos do organismo, e não apenas em relação à temperatura
central do organismo, o que tem sido considerado como temperatura corporal
média. Quando o impulso integrado excede ou fica abaixo da faixa limiar de
temperatura, ocorrem respostas termorreguladoras autonômicas, que
mantêm a temperatura do corpo em valor adequado. (BRAZ, 2005, GYTON,
2002).

O Hipotálamo é constituído fundamentalmente de substância cinzenta que se


agrupa em núcleos. Percorrendo o hipotálamo existem, ainda, sistemas variados de
fibras, como o fórnix. Este percorre de cima para baixo cada metade do hipotálamo,
terminando no respectivo corpo mamilar. Impulsos de neurônios cujos dendritos e
corpos celulares situam-se no hipotálamo são conduzidos por seus axônios até
neurônios localizados na medula espinhal, e em seguida muitos desses impulsos são
então transferidos para músculos e glândulas por todo o corpo. Faz ligação entre o
sistema nervoso/límbico e o sistema endócrino/visceral, atuando na ativação de
diversas glândulas endócrinas.
Funções do Hipotálamo: Controle do sistema nervoso autônomo; Regulação
da temperatura corporal; Regulação do comportamento emocional; Regulação do
sono e da vigília; Regulação da ingestão de alimentos; Regulação da ingestão de
água; Regulação da diurese; Regulação do sistema endócrino; Geração e regulação
de ritmos circadianos.

22
4.8 Epitálamo

Fonte: www.slideplayer.com.br

Constitui a parede posterior do III ventrículo e nele, está localizada a glândula


pineal. Limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na
transição com o mesencéfalo.
A glândula pineal é uma glândula endócrina de forma piriforme, ímpar e
mediana, que repousa sobre o teto mesencefálico. A base do corpo pineal se prende
anteriormente a dois feixes transversais de fibras que cruzam um plano mediano, a
comissura posterior e a comissura das habênulas, entre as quais penetra na glândula
pineal um pequeno prolongamento da cavidade ventricular, o recesso pineal.
A comissura posterior situa-se no prolongamento em que o aqueduto cerebral
se liga ao III ventrículo e é considerada como limite entre o mesencéfalo e o
diencéfalo. A comissura das habênulas interpõe-se entre duas pequenas eminências
triangulares, os trígonos da habênula. Esses estão situados entre a glândula pineal e
o tálamo e continuam anteriormente, de cada lado, com as estrias medulares do
tálamo. A tela corioide do III ventrículo insere-se, lateralmente, nas estrias medulares
do tálamo e, posteriormente, na comissura das habênulas, fechando assim o III
ventrículo.
O epitálamo é formado: Trígono da Habênula: área triangular na extremidade
posterior da tênia do tálamo junto ao corpo pineal.
23
Corpo Pineal: estrutura semelhante a uma glândula, de aproximadamente oito
mm de comprimento, que se situa entre os colículos superiores. Embora seu papel
fisiológico ainda não esteja completamente esclarecido, a glândula pineal secreta o
hormônio melatonina, sendo assim, uma glândula endócrina. A melatonina é
considerada a promotora do sono e alguns estudos afirmam que ela contribui para o
ajuste do relógio biológico do corpo.

O epitálamo contém núcleos que respondem à estimulação olfativa e contém


a epífise, importante no controlo do aparecimento da puberdade e no ciclo
sono-vigília. (VANPUTTE, 2016, apud FERREIRA 2018).

Comissura Posterior: feixe de fibras arredondado que cruza a linha mediana


na junção do aqueduto com o III ventrículo anterior e superiormente ao colículo
superior. Marca o limite entre o mesencéfalo e diencéfalo. Com exceção da comissura
posterior, todas as formações não endócrinas do epitálamo pertencem ao sistema
límbico, estando assim relacionados com a regulação do comportamento emocional.

4.9 Subtálamo

Compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o tegumento do


mesencéfalo. Sua visualização é melhor em cortes frontais do cérebro. Verifica-se que
ele se localiza abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e
medialmente pelo hipotálamo. O subtálamo apresenta formações de substância
branca e cinzenta, sendo a mais importante o núcleo subtalâmico. Lesões no núcleo
subtalâmico provocam uma síndrome conhecida como hemibalismo, caracterizada
por movimentos anormais das extremidades.

24
4.10 Cerebelo

Fonte: www.slideplayer.com.br

Situado posteriormente ao tronco encefálico e inferiormente ao lobo occipital, o


cerebelo é, primariamente, um centro responsável pelo controle e aprimoramento
(coordenação) dos movimentos planejados e iniciados pelo córtex motor (o cerebelo
estabelece inúmeras conexões com o córtex motor e com a medula espinhal).
Assim, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio,
postura, tônus muscular e, sobretudo, coordenação motora. O cerebelo, apresenta as
seguintes estruturas fundamentais: núcleos cerebelares profundos e córtex cerebelar.
O cerebelo, órgão do sistema nervoso supra segmentar, deriva da parte dorsal
do metencéfalo e fica situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a
formação do teto do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital
e está separado do lobo occipital por uma prega da dura-máter denominada tenda do
cerebelo.

No Autismo, há suspeitas de ausência de hiperplasia glial, possivelmente


adquirida no início do desenvolvimento e anormalidades no fastigial, nos
globosos e no núcleo emboliforme do telhado cerebelar que se altera no
decorrer da idade. (KEMPER, 2004, apud GARCIA, 2011).

Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior, a ponte e


mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior, respectivamente. Do

25
ponto de vista fisiológico, o cerebelo difere do cérebro porque funciona sempre em
nível involuntário e inconsciente, sendo sua função exclusivamente motora (equilíbrio
e coordenação).
Anatomicamente, distingue-se no cerebelo, uma porção ímpar e mediana, o
vérmis, ligado a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. O vérmis
é pouco separado dos hemisférios na face superior do cerebelo, o que não ocorre na
face inferior, onde dois sulcos são bem evidentes o separam das partes laterais
A superfície apresenta sulcos de direção predominantemente transversal, que
delimitam laminas finas denominadas folhas do cerebelo. Existem também sulcos
mais pronunciados, as fissuras do cerebelo, que delimitam lóbulos, cada um deles
podendo conter várias folhas. Esta disposição, visível na superfície do cerebelo, é
especialmente evidente em secções deste órgão, que dão também uma ideia de sua
organização interna. Vê-se assim que o cerebelo é constituído de um centro de
substância branca, o corpo medular do cerebelo, de onde irradia a lâmina branca do
cerebelo, revestida externamente por uma fina camada de substância cinzenta, o
córtex cerebelar. No interior do campo medular existem quatro pares de núcleos de
substância cinzenta, que são os núcleos centrais do cerebelo: denteado, emboliforme,
globoso e fastigial.

Fonte: www.slideplayer.com.br

26
Lóbulos do Cerebelo: a divisão do cerebelo em lóbulos não tem nenhum
significado funcional e sua importância é apenas topográfica. Os lóbulos recebem
denominações diferentes no vérmix e nos hemisférios. A cada lóbulo do vérmix
correspondem a dois hemisférios.
A língula está quase sempre aderida ao véu medular superior. O folium consiste
em apenas uma folha do vérmix. Um lóbulo importante é o flóculo, situado logo abaixo
do ponto em que o pedúnculo cerebelar médio penetra no cerebelo, próximo ao nervo
vestíbulo-coclear. Liga-se ao nódulo, lóbulo do vérmix, pelo pedúnculo do flóculo. As
tonsilas são bem evidentes na parte inferior do cerebelo, projetando-se medialmente
sobre a face dorsal do bulbo.

4.11 Tronco encefálico

Fonte:www.sistemanervosocentral.com

Alterações anatômicas na Malformação de Arnold Chiari encontradas nas


imagens de ressonância magnética nas ponderações T1 e T2 podem
demonstrar o bulbo e o verme cerebelar deslocados inferiormente. Em cortes
sagitais observa- se o deslocamento inferior do verme, bulbo e plexo coroide
“em cascata” que se projeta inferiormente através do forame magno, situado
atrás da medula espinhal. (OSBORN, 2014, apud, MAGALHÃES, 2019).

27
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se
ventralmente ao cerebelo. O tronco encefálico é subdividido em bulbo, ponte e
mesencéfalo.
Mesencéfalo: Interpõe-se entre a ponte e o cérebro, do qual é representado
por um plano que liga os dois corpos mamilares, pertencentes ao diencéfalo, à
comissura posterior. É atravessado por um estreito canal, o aqueduto cerebral. A parte
do mesencéfalo situada dorsalmente ao aqueduto é o teto do mesencéfalo. Ventral
mente, temos os dois pedúnculos cerebrais, que por sua vez, se dividem em uma
parte dorsal, o tegmento e outra ventral, a base do pedúnculo.
Em uma secção transversal do mesencéfalo, vê-se que o tegmento é separado
da base por uma área escura, a substância negra (nigra). Junto à sustância negra
existem dois sulcos longitudinais: um lateral, sulco lateral do mesencéfalo, e outro
medial, sulco medial do pedúnculo cerebral. Estes sulcos marcam o limite entre a base
e o tegmento do pedúnculo cerebral. Do sulco medial emerge o nervo oculomotor, III
par craniano.
Ponte: É uma grande massa com formato ovoide, que se localiza entre o bulbo
e o mesencéfalo. A ponte irá atuar no controle da respiração. É o centro de
transmissão de impulsos para o cerebelo e a passagem para as fibras nervosas que
ligam o cérebro até a medula.
Bulbo: É chamado também de bulbo raquídeo ou medula oblonga. Seu formato
parece um cone e se localiza na parte mais caudal do tronco encefálico. Ele recebe
as informações de diversos órgãos e controla funções como os batimentos cardíacos,
respiração, pressão do sangue, entre outros.
O troco encefálico possui três funções gerais: Recebe informações sensitivas
de estruturas cranianas e controla a maioria das funções motoras e viscerais
referentes a estruturas da cabeça; Contém circuitos nervosos que transmitem
informações da medula espinhal até outras regiões encefálicas e, em direção
contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os
movimentos do lado direito do corpo e vice-versa); Regula a atenção, função esta que
é mediada pela formação reticular (agregação mais ou menos difusa de neurônios de
tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a

28
parte central do tronco encefálico). Além destas três funções gerais, as várias divisões
do tronco encefálico desempenham funções motoras e sensitivas específicas.

O mesencéfalo contém grupos de neurónios que se projetam para os


hemisférios cerebrais e usam neurotransmissores específicos. Pensa-se que
estes grupos podem modular a atividade de neurónios em centros superiores
do cérebro, regulando funções como o sono, a atenção ou o prazer. (HALL,
2017, apud FERREIRA, 2018).

4.12 Medula Espinal

Fonte: www.msdmanuals.com

Medula significa miolo e indica o que está dentro. Assim temos a medula
espinhal dentro dos ossos, mais precisamente dentro do canal vertebral.
A medula espinhal corresponde à porção alongada do SNC, estabelecendo as
maiores ligações entre o SNC e o SNP. Está alojada no interior da coluna vertebral,
ao longo do canal vertebral, dispondo-se no eixo craniocaudal. Cranialmente a medula
limita-se com o bulbo. Inicia- se ao nível do forame magno e termina na altura entre a
primeira e segunda vértebra lombar no adulto, atingindo entre 44 e 46 cm de
comprimento, possuindo duas intumescências, uma cervical e outra lombar (que
marcam a localização dos grandes plexos nervosos: braquial e lombossacral.

29
As causas das lesões não traumáticas na medula espinhal podem estar
relacionadas a tumores, infecções, alterações vasculares, malformações e
processos degenerativos ou compressivos. (CASALIS, 2003, apud
CEREZETTI, 2012).

A medula termina afinando-se para formar um cone, o cone medular, que


continua com um delgado filamento meníngeo, denominado filamento terminal.
As intumescências medulares correspondem às áreas em que fazem conexão
com as grossas raízes nervosas que formam o plexo braquial e lombossacral,
destinados à inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente. A
formação destas intumescências se deve pela maior quantidade de neurônios e,
portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas áreas. A intumescência
cervical estende-se dos segmentos C4 até T1 da medula espinhal e a intumescência
lombar (lombossacral) estende-se dos segmentos de T11 até L1 da medula espinhal.
A superfície da medula apresenta os sulcos longitudinais, que percorrem em
toda a sua extensão: o sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral
anterior e o sulco lateral posterior. Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio
posterior que se situa entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior e que
se continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior. Nos
sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente as raízes
ventrais e dorsais dos nervos espinhais.
A substância cinzenta na medula, localiza-se por dentro da branca e apresenta
a forma de uma borboleta, ou de um H. Nela distinguimos de cada lado, três colunas
que aparecem nos cortes como cornos e que são as colunas anterior, posterior e
lateral. A coluna lateral só aparece na medula torácica e parte da medula lombar. No
centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula. A substância
branca é formada por fibras, a maioria delas mielínicas, que sobem e descem na
medula e que podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões:
Funículo Anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral
anterior; Funículo Lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e o lateral posterior;
Funículo Posterior: situado entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano
posterior. Este último ligado a substância cinzenta pelo septo mediano posterior. Na

30
parte cervical da medula o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior
em fascículo grácil e fascículo cuneiforme.

O coeficiente de incidência de lesão medular traumática no Brasil é


desconhecido e não existem dados precisos a respeito da sua incidência e
prevalência, uma vez que esta condição não é sujeita à notificação.
(CAMPOS, 2008, apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013)

Conexões com os Nervos Espinhais: Nos sulcos lateral anterior e lateral


posterior fazem conexão com pequenos filamentos nervosos denominados de
filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventrais
e dorsais dos nervos espinhais. As duas raízes se unem para formação dos nervos
espinhais, ocorrendo à união em um ponto situado distalmente ao gânglio espinhal
que existe na raiz dorsal.
Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos
medulares assim distribuídos: 8 cervicais; 12 torácicos; 5 lombares; 5 sacrais; 1
coccígeo.
Envoltório da Medula: A medula é envolvida por membranas fibrosas
denominadas meninges: Dura-máter, Aracnoide e Pia-máter.
A Dura-máter e a mais espessa e envolve toda a medula, como se fosse uma
luva, o saco dural. Cranialmente ela se continua na dura-máter craniana e termina
caudalmente em um fundo de saco ao nível da vértebra S2. Prolongamentos laterais
da dura-máter embainham as raízes dos nervos espinhais, constituído um tecido
conjuntivo (epineuro), que envolve os nervos.
A Aracnoide espinhal se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende
um folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas aracnoideas, que
unem este folheto à pia-máter.
A Pia-máter é a membrana mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente
o tecido superficial da medula e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula
termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento
esbranquiçado denominado filamento terminal. Este filamento perfura o fundo do saco
dural e continua até o hiato sacral. Ao atravessar o saco dural, o filamento terminal
recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser chamado de
filamento da dura-máter. Este, ao se inserir no periósteo da superfície dorsal do cóccix,
31
constitui o ligamento coccígeo. A pia-máter forma, de cada lado da medula, uma prega
longitudinal denominada ligamento denticulado, que se dispõem em um plano frontal
ao longo de toda a extensão da medula.
A margem medial de cada ligamento continua com a pia-máter da face lateral
da medula ao longo de uma linha continua que se dispõe entre as raízes dorsais e
ventrais. A margem lateral apresenta cerca de 21 processos triangulares que se
inserem firmemente na aracnoide e na dura-máter em um ponto que se alteram com
a emergência dos nervos espinhais. Os dois ligamentos denticulados são elementos
de fixação da medula e importantes pontos de referência em cirurgias deste órgão.
Entre as meninges existem espaços que são importantes para a parte clínica
médica devido às patologias que podem estar envolvidas com essas estruturas, tais
como: hematoma extradural, meningites entre outros. O espaço epidural, ou
extradural, situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral. Contém tecido
adiposo e um grande número de veias que constituem o plexo venoso vertebral
interno. O espaço subdural, situado entre a dura-máter e a aracnoide, é uma fenda
estreita contendo uma pequena quantidade de líquido. O espaço subaracnóideo
contém uma quantidade razoavelmente grande de líquido cérebro-espinhal ou líquor.

5 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP)

Fonte: www.brasilescola.uol.com.br

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O SNP, é formado por nervos e gânglios e possui como função levar
informações ao SNC e respostas aos órgãos efetores.
É constituído por estruturas localizadas fora do neuroeixo, sendo representado
pelos nervos (e plexos formados por eles) e gânglios nervosos (consiste no conjunto
de corpos de neurônios fora do SNC). No SNP, os nervos cranianos e espinhais, que
consistem em feixes de fibras nervosas ou axônios, conduzem informações para e do
SNC.
Embora estejam revestidos por capas fibrosas à medida que cursam para
diferentes partes do corpo, eles são relativamente desprotegidos e são comumente
lesados por traumatismos, trazendo déficits motores, sensitivos para grupos
musculares e porções de pele específicos.
Os nervos têm forma de cordões cilíndricos mais ou menos espessos, de
comprimento variável, de coloração branco rosada. São formados essencialmente por
prolongamentos (axónios) das células nervosas. Asseguram a ligação entre os
centros nervosos e as várias partes do corpo.
As células nervosas, ou neurónios, representam a unidade estrutural do
sistema nervoso. A sua característica mais relevante é a presença de uma ou mais
expansões protoplasmáticas (prolongamentos) de tamanhos diferentes, que emergem
do corpo celular propriamente dito, os dendritos e o axónio, importantes para as
funções específicas das células nervosas: a transmissão e recepção de impulsos.

A epigenética e a metilação são discutidas no mecanismo da epileptogênese,


sendo que a metilação caracteriza várias alterações através da inativação de
determinada região, como ocorre na regulação gênica ou em alterações
patológicas, como o câncer, e na hiperatividade neuronal na epileptogênese.
(KOBOW, 2012, apud MACEDO, 2015)

Os dendritos, expansões pequenas, muitas vezes ramificadas, recebem o


impulso da periferia e transmitem-no para o corpo celular (soma); o axônio tem a
função de transmitir o impulso do corpo celular a que pertence para outras células
nervosas ou para órgãos efetores (músculos, glândulas, por exemplo).

33
5.1 Componentes do Sistema Nervoso Periférico

O SNP é composto por nervos e gânglios. Os nervos são feixes de fibras


nervosas dispostas paralelamente e envoltas por tecido conjuntivo. Cada uma dessas
fibras é formada por um axônio e pelas bainhas que o envolvem.
Os gânglios, por sua vez, são acúmulos de neurônios, que geralmente formam
estruturas esféricas, e estão localizados fora do sistema nervoso central.
Os nervos podem ser espinhais ou cranianos: Os nervos espinhais são aqueles
que se conectam com a medula espinhal, saindo aos pares dessa estrutura em cada
região do espaço intervertebral. Esses nervos, que são encontrados no número de 31
pares, são os responsáveis por inervar o tronco, membros e uma porção da cabeça.
Os nervos cranianos, por sua vez, são aqueles que se conectam ao encéfalo.
No total, há 12 pares de nervos cranianos, os quais realizam funções sensoriais,
motoras e autônomas, principalmente na região da cabeça. Os nervos cranianos são:
nervo olfatório, nervo óptico, nervo oculomotor, nervo troclear, nervo abducente, nervo
trigêmeo, nervo facial, nervo vestíbulo-coclear, nervo glossofaríngeo, nervo vago,
nervo acessório e nervo hipoglosso.
Os nervos podem apresentar fibras aferentes e eferentes. As fibras aferentes
levam as informações obtidas no meio ambiente e no interior do nosso organismo para
os locais onde essas informações serão analisadas no SNC. Já as fibras eferentes
levam os impulsos produzidos nos centros nervosos (SNC) para os órgãos onde a
ação será realizada (órgãos efetores). Denominam-se de nervos sensitivos aqueles
que possuem fibras aferentes e de motores aqueles que possuem fibras eferentes.
Existem ainda nervos mistos, que possuem fibras de dois tipos.

5.2 Gânglios nervosos

Dá-se o nome de gânglio nervoso para qualquer aglomerado de corpos


celulares de neurônios encontrado fora do sistema nervoso central (quando um
aglomerado está dentro do sistema nervoso central, é conhecido como núcleo).

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Os gânglios podem ser divididos em sensoriais dos nervos espinhais e dos
nervos cranianos (V, VII, VIII, IX e X) e em gânglios autonômicos (situados ao longo
do curso das fibras nervosas eferentes do SN autônomo).

5.3 Nervos espinhais

Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior, existem as conexões de pequenos


filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventral
e dorsal dos nervos espinhais.
As duas, por sua vez, se unem para formar os nervos espinhais propriamente
ditos.
É a partir dessa conexão com os nervos espinhais que a medula pode ser
dividida em segmentos.
Estes nervos são importantes por conectar o SNC à periferia do corpo.
Os nervos espinhais são assim chamados por se relacionarem com a medula
espinhal, estabelecendo uma ponte de conexão SNC-SNP.
Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos
medulares assim distribuídos: 8 cervicais (existe oito nervos cervicais, mas apenas
sete vértebras pois o primeiro par cervical se origina entre a 1ª vértebra cervical e o
osso occipital), 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo.

Os processos transversos fundidos das vértebras S1 a S5 formam a chamada


crista sacral lateral; entre esta crista e a intermédia situam-se os forames
sacrais posteriores, que dão passagem aos respectivos ramos posteriores
dos nervos espinhais sacrais. Ainda na crista sacral lateral percebe-se no
estudo de Weisl. (LEE., 2001, apud FREGNI, 2011).

35
5.4 Nervos cranianos

Fonte: www.medicina.ufmg.br

Os doze nervos cranianos, também constituintes importantes do SNP,


apresentam funções neurológicas diversificadas.
I Nervo Olfatório: Se origina no teto da cavidade nasal e traz estímulos
olfatórios para o bulbo olfatório e trato olfatório.
II Nervo Óptico: Seus axônios se originam de prolongamentos das células
ganglionares da camada mais interna da retina e partem para a parte posterior do
globo ocular, levando impulsos relacionados com a visão até o corpo geniculado
lateral e, daí, até o lobo occipital.
III Nervo Oculomotor: Inerva a maioria dos músculos extrínsecos do olho
(Mm. Oblíquo inferior, reto medial, reto superior, reto inferior e levantador da pálpebra)
e intrínsecos do olho (M. ciliar e esfíncter da pupila).
Indivíduos com paralisia no III par não movem a pálpebra, que cai sobre o olho,
além de apresentar outros sintomas relacionados com a motricidade do olho, como
estrabismo divergente (olho voltado lateralmente).
IV.Nervo Troclear: Inerva o músculo oblíquo superior, que põe os olhos para
baixo e para dentro (ao mesmo tempo), como no olhar feito ao se descer uma escada.
Suas fibras, ao se originarem no seu núcleo (ao nível do colículo inferior do mesmo),
cruzam o plano mediano (ainda no mesencéfalo) e partem para inervar os músculos
36
oblíquos superiores do olho, sendo do lado oposto em relação à sua origem. Além
disso, é o único par de nervos cranianos que se origina na parte dorsal do tronco
encefálico (logo abaixo dos colículos inferiores).
V.Nervo Trigêmeo: Apresenta uma grande função sensitiva (por meio de seus
componentes oftálmico, maxilar e mandibular) e função motora (inervação dos
músculos da mastigação por ação do nervo mandibular). É responsável ainda pela
inervação exteroceptiva da língua (térmica e dolorosa) e proprioceptiva.

O nervo trigêmeo (NC V) é classificado como um nervo misto, com fibras


aferentes e eferentes, sendo as primeiras de interesse ao quadro nevrálgico,
responsáveis pela sensibilidade proprioceptiva (pressão profunda e
cinestesia) além de exteroceptiva (tato, dor e temperatura) da face e parte do
crânio, inervando, ainda, os músculos responsáveis pela mastigação. No
gânglio trigeminal (Gânglio de Gasser) possui o primeiro neurônio da via
sensitiva, o qual recebe fibras aferentes provenientes da face por meio dos
ramos oftálmico, maxilar e mandibular, os quais possuem áreas especificas
de inervação em cada região da face. (FRIZZO, 2004, apud, OLIVEIRA,
2018).

VI.Nervo Abducente: Inerva o músculo reto lateral do olho, capaz de abduzir


o olho (olhar para o lado), como o próprio nome do nervo sugere. Lesões do nervo
abducente podem gerar estrabismo convergente (olho voltado medialmente).
VII.Nervo Facial: Toda inervação dos músculos da mímica da face. Paralisia
de um nervo facial tratar paralisia dos músculos da face do mesmo lado (inclusive,
incapacidade de fechar o olho), predominando a ação dos músculos com inervação
normal, puxando-os anormalmente. O nervo intermédio, componente do próprio nervo
facial, é responsável por inervar as glândulas submandibular, sublingual e lacrimal,
inerva a sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua.
VII.Nervo Vestíbulo-coclear: Sua porção coclear traz impulsos gerados na
cóclea (relacionados com a audição) e sua porção vestibular traz impulsos gerados
nos canais semicirculares do órgão vestibular (relacionados com o equilíbrio).
IX. Nervo Glossofaríngeo: Responsável por inervar a glândula parótida de
fornecer sensibilidade gustativa para o 1/3 posterior da língua. Realiza, também, a
motricidade dos músculos da deglutição.
X. Nervo Vago: Maior nervo do corpo, que se origina no sulco lateral posterior
do bulbo e se estende até o abdome. Está relacionado com a inervação o de quase

37
todos os órgãos torácicos e abdominais. Traz fibras aferentes do pavilhão e do canal
auditivo externo.
XI. Nervo Acessório: Inerva os músculos esternocleidomastoideo e trapézio,
sendo importante também devido as suas conexões com núcleos dos nervos
oculomotor e vestíbulo-coclear, por meio do fascículo longitudinal medial, o que
garante um equilíbrio do movimento dos olhos com relação a cabeça. Na verdade, a
parte do nervo acessório que inerva esses músculos são apenas o seu componente
espinhal (cinco primeiros segmentos medulares). O componente bulbar do acessório
pega apenas uma carona para se unir com o vago, formando em seguida o nervo
laríngeo recorrente.
XII Nervo Hipoglosso: Inerva os músculos da língua.

6 SISTEMA NERVOSO VOLUNTARIO SOMÁTICO

Fonte:www.bioensina.com

O sistema nervoso autônomo (também chamado sistema neurovegetativo ou


sistema nervoso visceral) está relacionado ao controle e comunicação interna do
organismo, a vida vegetativa, baseado no controle de vasos sanguíneos, vísceras,
glândulas, respiração, regulação de temperatura e digestão.

38
É também o principal responsável pelo controle automático do corpo frente às
modificações do ambiente. Por exemplo, quando o indivíduo entra em uma sala com
um ar-condicionado (sensação de frio), o sistema nervoso autônomo (SNA) começa a
agir, tentando impedir uma queda de temperatura corporal. Dessa maneira, seus pelos
se arrepiam (devido a contração do músculo pilo-eretor) e ele começa a tremer para
gerar calor. Ao mesmo tempo ocorre vasoconstrição nas extremidades para impedir a
dissipação do calor para o meio.
Essas medidas, aliadas à sensação desagradável de frio, foram as principais
responsáveis pela sobrevivência de espécies em condições que deveriam impedir o
funcionamento de um organismo. Desse modo, pode-se perceber que o organismo
possui um mecanismo que permite ajustes corporais, mantendo assim o equilíbrio do
corpo: a homeostasia.
O SNA ajuda muito nesse controle porque é o responsável, entre outras
funções, pelas respostas reflexas (de natureza automática), controla a musculatura
lisa, a musculatura cardíaca e as glândulas exócrinas e permite o aumento da pressão
arterial, o aumento da frequência respiratória, os movimentos peristálticos, a excreção
de determinadas substâncias.

A modulação do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) inclui atividade do


Sistema Nervoso Simpático (SNS) aumentada (ou diminuída) e atividade do
Sistema Nervoso Parassimpático (SNP) diminuída (ou aumentada), e é uma
parte importante da resposta do organismo ao estresse. (TILLISCH, 2005,
apud, ARAGÃO, 2008).

Apesar de se chamar sistema nervoso autônomo, ele não é independente do


restante do sistema nervoso. Na verdade, ele é interligado com o hipotálamo, que
coordena a resposta comportamental para garantir a homeostasia.
Sabe-se que o SNA é constituído por um conjunto de neurônios que se
encontram na medula e no tronco encefálico. No sistema nervoso, um receptor, capaz
de identificar ou perceber uma perturbação inicial e normalmente, estes receptores
são um tanto quanto específicos. Os receptores se configuram como órgãos, que tem
como função, conduzir um processo denominado transdução. A transdução é a
transformação de estímulos físicos em potenciais de ação. Essa é a linguagem com a

39
qual nosso organismo percebe a maioria dos sinais, a forma com a qual o sistema
nervoso funciona.

7 O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

www.bioinfo.ufc.br

A organização estrutural do ramo eferente do SNA consiste num fluxo


constituído de dois neurônios, em que os axônios pré-ganglionares que surgem dos
corpos celulares no eixo cérebro espinhal fazem sinapses com fibras pós-
ganglionares que se originam nos gânglios autônomos, fora do SNC. O SNA é dividido
em duas partes:
Sistema nervoso simpático (tóracolombar) e o Sistema nervoso parassimpático
(craniossacral). Trata-se de uma divisão baseada nas características anatômicas de
cada divisão e nas funções que cada uma delas desempenha.
Alguns órgãos são duplamente inervados pelos sistemas nervosos simpáticos
e parassimpáticos, a exemplo das glândulas salivares, do coração, dos pulmões
(músculo brônquico), das vísceras abdominais e pélvicas, enquanto outros órgãos só
recebem inervação de um sistema.
As glândulas sudoríparas, a medula suprarrenal, os músculos piloeretores e a
maioria dos vasos sanguíneos são inervados apenas pelo sistema nervoso simpático.

40
Por outro lado, o parênquima das glândulas paróditas, lacrimais e nasofaringes são
inervados apenas por fibras parassimpáticas.
Quando estímulos internos sinalizam a necessidade de uma determinada
regulação, o SNC ativa o sistema autônomo, que realiza as ações compensatórias.
Como exemplo, quando há um súbito aumento da pressão arterial, o conjunto de
barorreceptores (receptores de pressão cardíaca) acionam o sistema nervoso
autônomo, para que este possa restabelecer a pressão aos níveis de antes da
perturbação.
O sistema nervoso autônomo não responde apenas a estímulos internos. Ele
está apto também a participar de respostas apropriadas e coordenadas a estímulos
externos. Como exemplo, o sistema nervoso autônomo atua na regulação do tamanho
de pupila, em resposta a diferentes níveis de exposição à luz. Outro exemplo extremo
de interação do sistema nervoso autônomo e o meio externo, está caracterizado na
resposta de luta ou fuga, quando uma ameaça ativa intensamente o sistema nervoso
simpático.

A integração anatômica dos níveis segmentares e dos neurônios de


associação intersegmentares passou a constituir a medula espinhal e, no seu
topo, desenvolveram-se centros nervosos que controlam o funcionamento do
corpo e as suas reações ao meio externo. (GOLD, 2001, apud RIBAS, 2006).

Como consequência desta ativação, podem ser percebidas as seguintes


respostas: hormônios da suprarrenal são liberados; pressão arterial e a frequência
cardíaca aumentam; brônquios se dilatam; motilidade e as secreções intestinais são
inibidas; metabolismo da glicose aumenta; pupilas dilatam-se; pelos ficam eretos, em
função dos músculos piloeretores; vasos esplênicos sofrem constrição; vasos da
musculatura esquelética dilatam-se.
Acompanhando as fibras motoras autonômicas, nos nervos periféricos, estão
as aferentes viscerais, que se originam de receptores sensoriais nas vísceras. Muitos
destes receptores provocam reflexos, porém eles estão habilitados a provocar
experiências sensoriais tais como dor, fome, sede, náuseas e uma sensação de
distensão visceral.

41
7.1 A organização do sistema nervoso autônomo

A unidade funcional primária dos sistemas nervoso simpático e parassimpático


consiste de uma via motora formada por dois neurônios, um pré-ganglionar e um
neurônio pós-ganglionar. O neurônio pré-ganglionar tem o corpo celular localizado no
SNC, e o neurônio pós-ganglionar tem o seu corpo celular num gânglio autonômico.
No sistema nervoso simpático, os neurônios pré-ganglionares estão localizados
nos segmentos torácicos e lombares altos da medula espinhal, fazendo com que ele
seja também denominado de divisão tóracolombar do sistema nervoso autônomo.
Em contrapartida, os neurônios pré-ganglionares do sistema parassimpático
são encontrados no tronco encefálico e na medula espinhal sacral, fazendo com que
ele seja também denominado de divisão craniossacral do sistema nervoso autônomo.
Os neurônios pré-ganglionares do sistema simpático encontram-se localizados,
preferencialmente, na coluna intermédio-lateral da medula espinhal em seus
segmentos torácicos e lombares altos. Os axônios pré-ganglionares saem da medula
espinhal pela raiz ventral entrando num gânglio paravertebral através de um ramo
comunicante branco. De uma maneira geral, as fibras pré-ganglionares são fibras
mielinizadas, enquanto as pós-ganglionares são geralmente não-mielinizadas.
Em geral, os neurônios pré-ganglionares simpáticos distribuem-se para
gânglios simpáticos ipsilaterais. Desta forma, eles controlam a função autonômica do
mesmo lado do corpo. A exceção a esta regra é observada no intestino e nas vísceras
pélvicas, onde a inervação simpática é bilateral.
Os neurônios pré-ganglionares do sistema parassimpático, estão localizados
em vários núcleos de nervos cranianos no tronco encefálico, bem como na região
intermediária dos segmentos S3 e S4 da medula espinhal sacral; os neurônios pós-
ganglionares encontram-se localizados próximo ou mesmo nas paredes das vísceras
torácicas, abdominais e pélvicas.
As fibras aferentes viscerais são aquelas que trazem os estímulos que, em sua
maioria, se originam dos receptores sensoriais das vísceras.
A atividade destes receptores jamais chega ao nível da consciência, pois elas
formam alças aferentes de arcos reflexos, fundamentais para a manutenção da
homeostasia.
42
7.2 As fibras aferentes viscerais

As fibras nervosas do sistema nervoso autônomo fazem sinapse num gânglio


antes de atingirem o órgão alvo, sendo assim chamadas de fibras pré-ganglionares e
fibras pós-ganglionares.
As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo (simpáticas e
parassimpáticas) liberam o neurotransmissor acetilcolina no gânglio autonômico e são
chamadas de fibras colinérgicas.
As fibras pós-ganglionares parassimpáticas são também colinérgicas, mas as
fibras pós-ganglionares simpáticas podem ser tanto colinérgicas como adrenérgicas
(liberam noradrenalina ou adrenalina). A maioria da fibras pós-ganglionares
simpáticas, sem dúvidas, são do tipo adrenérgicas.

Durante o exercício físico, é observado um acrescimento na concentração de


dopamina e noradrenalina a nível encefálico (DUARTE, 2010, apud, REIS,
2019).

Uma importante característica anatômica do sistema simpático é ter as fibras


pré-ganglionares bastante curtas em comparação com as fibras pós-ganglionares. As
fibras pré-ganglionares do sistema nervoso parassimpático vão até o órgão-alvo e lá,
encontram gânglios bastante próximos da parede do órgão, e ali fazem sinapse com
a fibra pós-ganglionar. As fibras pós-ganglionares inervam a própria estrutura
(musculatura lisa) do órgão. Este plexo é composto por uma enorme rede de gânglios
e fibras, que são encontradas entre as camadas musculares do tubo gastrintestinal.

43
7.3 Ações do Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático

Fonte: www.neuropsicopedagogianasaladeaula.com.br

Olhos: O sistema simpático dilata as pupilas, permitindo a entrada de maiores


quantidades de luz no globo ocular, enquanto o sistema parassimpático faz com que
contraia o que diminui a quantidade de luz que penetra em seu interior. Assim, em
ambientes mal iluminados, por ação do sistema nervoso simpático, o diâmetro da
pupila aumenta. Em locais muito claros, a ação do sistema nervoso parassimpático
acarreta diminuição do diâmetro da pupila. Esse mecanismo evita o ofuscamento e
impede que a luz em excesso lese as delicadas células fotossensíveis da retina.
As fibras parassimpáticas controlam o músculo ciliar que focaliza o cristalino
para a visão de perto.
Sistema respiratório: Os brônquios são dilatados pela estimulação simpática,
porém o sistema simpático provoca uma vasoconstrição muito moderada sobre os
vasos sanguíneos do pulmão. Além disso a estimulação simpática permite o
alargamento das vias respiratórias. Enquanto que o parassimpático faz a constrição
dos brônquios, com isso o estreitamento das vias respiratórias. Não possui ação sobre
os vasos sanguíneos do pulmão.
Sistema digestório: A secreção dos sucos digestivos por algumas das
glândulas do tubo gastrintestinal é controlada, em sua maior parte, pelas fibras
parassimpáticas, enquanto as fibras simpáticas têm efeito muito diminuto sobre a
44
maioria dessas glândulas. As glândulas gástricas do estômago são normalmente
quase que controladas de modo total pelas fibras parassimpáticas. Por outro lado, as
glândulas do intestino são controladas apenas parcialmente pelo parassimpático, e,
em sua maior parte, por fatores locais, produzidos no próprio intestino.
A estimulação parassimpática estimula o peristaltismo, ao mesmo tempo, que
diminui o tônus dos esfíncteres gastrintestinais. O peristaltismo propele o alimento
para diante, enquanto que os esfíncteres abertos permitem a fácil passagem desse
alimento. A estimulação simpática inibe o peristaltismo ao mesmo tempo que provoca
a contração dos esfíncteres.
Fígado: A estimulação simpática provoca a rápida degradação do glicogênio,
com a formação de glicose no fígado, acompanhada pela liberação dessa glicose para
o sangue. Essa glicose sanguínea aumentada representa suprimento de nutrientes
disponíveis a curto prazo, para as células dos tecidos, o que é muito útil, durante o
exercício.

As disfunções autonômicas podem ter muitas causas e possuem dois


aspectos clínicos: o da neuropatia autonômica ou hiper-reflexia do SNA e o
das alterações locais que causam problemas neurológicos, tróficos e dor.
(STRAUB, 2005, apud PEREIRA, 2014).

Pâncreas: A estimulação simpática realiza a inibição da secreção de enzimas


digestivas e insulina. Estimulando a produção de glucagon. A estimulação
parassimpática age na secreção de enzimas digestivas e insulina, inibindo o glucagon.
Glândulas salivares: As glândulas salivares da boca, assim como as
glândulas gástricas do estomago, são normalmente controladas, quase de modo total,
pelas fibras parassimpáticas.
Glândulas sudoríparas: As glândulas sudoríparas são estimuladas por fibras
do sistema nervoso simpático. Entretanto, essas fibras são diferentes das fibras
simpáticas em geral, por serem predominantemente colinérgicas. Também, são
estimuladas por centros encefálicos que, normalmente controlam o sistema
parassimpático e não pelos centros que controlam o simpático.
Apesar do fato de que as fibras que inervam as glândulas sudoríparas serem
anatomicamente simpáticas, elas podem ser consideradas, em termo funcional,
parassimpáticas.
45
Coração: A estimulação do sistema nervoso simpático aumenta a atividade
cardíaca, algumas vezes chegando a aumentar a frequência cardíaca de até três
vezes e a força de sua contração de duas vezes. Por outro lado, a estimulação
parassimpática diminui a atividade cardíaca. A forte estimulação do nervo vago para
o coração pode fazer com que o mesmo chegue a parar por até alguns segundos.

Um leve espessamento das arteríolas, junto a um leve aumento de tecido


conjuntivo nas leptomeninges e o aumento de células no lobo frontal direito
foi descrito em um estudo com autistas, que anos depois foram sendo
examinados mais materiais. (KEMPER, 2004, apud GARCIA, 2011).

Circulação periférica: A mais importante função do sistema simpático a de


controlar os vasos sanguíneos de todo o corpo. A maior parte desses vasos
sanguíneos contrai-se pela estimulação simpática, embora alguns como os vasos
coronarianos se dilatem.
Pelo controle dos vasos sanguíneos periféricos, o sistema nervoso simpático é
capaz de regular por curtos períodos de tempo, o debito cardíaco e a pressão arterial,
a constrição das veias e dos reservatórios venosos aumenta o debito cardíaco, e a
constrição das arteríolas aumenta a resistência periférica, o que eleva a pressão
arterial. O parassimpático quando atua sobre os vasos, os faz dilatar na maioria dos
casos, mas seu efeito é tão minúsculo e ocorre em áreas tão restritas do corpo.
Órgãos sexuais: O SNA também controla os atos sexuais nos dois sexos. No
masculino, o parassimpático produz a ereção, e o simpático, a ejaculação. No sexo
feminino, o parassimpático produz a ereção de todos os tecidos eréteis em torno do
introito vaginal, o que faz com que fique estreito e secrete grande quantidade de muco,
o que facilita o ato sexual. O efeito do simpático sobre a função sexual feminina não
é bem conhecido, mas acredita-se que esses nervos possam produzir o peristaltismo
uterino invertido, durante o orgasmo feminino. Quanto ao útero, a estimulação
simpática inibe a contração em mulheres não grávidas, e estimula em mulheres
grávidas. E o parassimpático não possui efeito sobre esse órgão.
Músculos: No músculo estriado cardíaco, a estimulação simpática aumenta
sua atividade, enquanto que o parassimpático diminui; No músculo circular da Iris, o
parassimpático faz a contração, miose, e favorece a drenagem do humor aquoso.

46
No músculo ciliar, o parassimpático faz a contração, diminui a tensão dos
ligamentos, adapta a visão para perto; Músculo liso dos brônquios, o parassimpático
faz a contração; Nos músculos esqueléticos, a atuação cabe ao sistema nervoso
simpático.
Durante uma atividade física, o metabolismo muscular aumentado exerce o
efeito local de dilatar os vasos sanguíneos dos músculos, porém ao mesmo tempo, o
sistema simpático fica ativado, produzindo a contração dos vasos sanguíneos na
maior parte do corpo. Essa vasodilatação local nos músculos permite o fluxo
sanguíneo sem impedimento, enquanto a vasoconstrição diminui quase todos os
outros fluxos sanguíneos regionais, com exceção do coração e cérebro.
Assim, o sistema simpático favorece o desvio do fluxo de sangue pelos vasos
dos músculos em atividade.

8 VASCULARIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO

Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana (artérias carótida interna e vertebral)

O fluxo sanguíneo cerebral é elevado, sendo superado apenas pelo fluxo


sanguíneo do rim e do coração. Calcula-se que em um minuto circula pelo encéfalo
uma quantidade de sangue aproximadamente igual ao seu próprio peso.

47
8.1 Vascularização Arterial do Encéfalo

Polígono de Willis: O encéfalo é vascularizado através de dois


sistemas: Vertebro-basilar (artérias vertebrais) e carotídeo (artérias carótidas
internas).
As artérias vertebrais se anastomosam originado a artéria basilar, alojada na
goteira basilar. Ela se divide em duas artérias cerebrais posteriores que irrigam a parte
posterior da face inferior de cada um dos hemisférios cerebrais.
As artérias carótidas internas originam, em cada lado, uma artéria cerebral
média e uma artéria cerebral anterior. As artérias cerebrais anteriores se comunicam
através de um ramo entre elas (artéria comunicante anterior). As artérias cerebrais
posteriores se comunicam com as arteriais carótidas internas através das artérias
comunicantes posteriores e a Artéria Carótida Interna (Sistema Carotídeo).
Ramo de bifurcação da carótida comum, a carótida interna, após um trajeto
mais ou menos longo pelo pescoço, penetra na cavidade craniana pelo canal
carotídeo do osso temporal. A seguir, perfura a dura-máter e a aracnoide e, no início
do sulco lateral, divide-se em dois ramos terminais: as artérias cerebrais média e
anterior. A artéria carótida interna, quando bloqueada pode levar à morte cerebral
irreversível. Um entupimento da artéria carótida é uma ocorrência séria, e,
infelizmente, comum. Clinicamente, as artérias carótidas internas e seus ramos são
frequentemente referidos como a circulação anterior do encéfalo.

De forma análoga em lesões do lobo frontal, ocorrem sintomas psiquiátricos,


como apatia, irritabilidade e labilidade emocional. A ansiedade existe também
em mais de 30% dos casos. (PRICE, 2008, apud, MADEIRA, 2018).

As artérias vertebrais seguem em sentido superior, em direção ao encéfalo, a


partir das artérias subclávias próximas à parte posterior do pescoço. Passam através
dos forames transversos das primeiras seis vértebras cervicais, perfuram a membrana
atlanto-occipital, a dura-máter e a aracnoide, penetrando no crânio pelo forame
magno. Percorrem a seguir a face ventral do bulbo e, aproximadamente ao nível do
sulco bulbo-pontino, fundem-se para constituir um tronco único, a artéria basilar. As

48
artérias vertebrais originam ainda as artérias espinhais e cerebelares inferiores
posteriores.
A artéria basilar percorre o sulco basilar da ponte e termina anteriormente,
bifurcando-se para formar as artérias cerebrais posteriores direita e esquerda. A
artéria basilar dá origem, além das cerebrais posteriores, às seguintes artérias:
cerebelar superior, cerebelar inferior anterior e artéria do labirinto, suprindo assim
áreas do encéfalo ao redor do tronco encefálico e cerebelo. O sistema vertebro-basilar
e seus ramos são frequentemente referidos clinicamente como a circulação posterior
do encéfalo.

8.2 Vascularização Venosa do Encéfalo

Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana

As veias do encéfalo, de um modo geral, não acompanham as artérias, sendo


maiores e mais calibrosas do que elas. Drenam para os seios da dura-máter, de onde
o sangue converge para as veias jugulares internas, que recebem praticamente todo
o sangue venoso encefálico.
As veias jugulares externa e interna são as duas principais veias que drenam o
sangue da cabeça e do pescoço. As veias jugulares externas são mais superficiais e
drenam, para as veias subclávias, o sangue da região posterior do pescoço e da
49
cabeça. As veias jugulares internas profundas drenam a porção anterior da cabeça,
face e pescoço. Elas são responsáveis pela drenagem de maior parte do sangue dos
vários seios venosos do crânio. As veias jugulares internas de cada lado do pescoço
juntam-se com as veias subclávias para formar as veias braquiocefálicas, que
transportam o sangue para a veia cava superior.
As veias do cérebro dispõem-se em dois sistemas: sistema venoso superficial
e sistema venoso profundo. Embora anatomicamente distintos, os dois sistemas são
unidos por numerosas anastomoses.
Sistema Venoso Superficial: Drenam o córtex e a substância branca
subjacente. Formado por veias cerebrais superficiais (superiores e inferiores) que
desembocam nos seios da dura-máter.
Sistema Venoso Profundo: Drenam o sangue de regiões situadas mais
profundamente no cérebro, tais como: corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e
grande parte do centro branco medular do cérebro. A veia mais importante deste
sistema é a veia cerebral magna ou veia de Galeno, para a qual converge todo o
sangue do sistema venoso profundo do cérebro.

9 CONCLUSÃO

A formação do sistema nervoso consiste em um espessamento do ectoderma,


situado acima do notocorda, formando a chamada placa neural.
A Neuroanatomia é estudada de duas maneiras, na microscopia e
macroscopia. Na microscopia é estudada toda estrutura ao nível de substância
branca ou cinzenta, sendo visualizada com auxílios tecnológicos e químicos. E na
macroscopia, é toda estrutura neurológica que visualizamos sem o auxílio tecnológico
ou químico, ou seja, podemos identificar a estrutura sem maiores dificuldades.

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