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6.

0 Revisão Bibliográfica

De acordo com o Gaspar (2010, p.210) “o quiabo (Abelmoschus esculentus) Fam: Malvaceae é
muito tolerante ao calor e dá-se muito bem no verão. É geralmente cultivado QUIABO em
consociação com milho, mapira, mexoeira e feijão nhemba”.

Plantação

Conforme Gaspar (2010, p.210) “a sementeira é directa com 3-4 sementes por covacho. É
aconselhável pôr as sementes em água horas antes da sementeira. A quantidade de sementes
por 100 m2 é de 300gr. A distância entre linhas é de 70cm e dentro das linhas 30 cm. Quando
as plantas têm altura de 8-10cm desbaste deixando uma planta por covacho. A profundidade
de sementeira é de 2 cm.”

Adubação

De acordo com Gaspar (2010, p.210) “por cada covacho pode ser espalhado 0,5 kg de estrume,
de preferência 2 semanas antes da sementeira. Aplicar 200 kg/ha de 12-24-12 na altura da
sementeira e 150 kg/ha de ureia dividido em duas doses iguais como cobertura aos 30 e 45
dias depois da sementeira.”

Colheita

Conforme Gaspar (2010, p.210) “os frutos estão prontos a serem colhidas de 40 - 45 depois da
germinação e durante 25 a 30 dias, a cada segundo ou terceiro dia. Devem ser colhidas quando
tem um cumprimento não maior de 10 cm porque podem endurecer e perderem valor
mercantil. A melhor altura da colheita é 6-7 dias depois da abertura das flores Para produção
de semente, deixam-se secar na planta. Conservam-se bem secos.”

6.2 Controlo sanitário da doença de Newcastle


De acordo com Gaspar (2010,p.265) fazem parte do controlo sanitário:

 A limpeza é a chave para a saúde das galinhas. Somente galinhas saudáveis


podem produzir muitos ovos e crescer bem.
 Remove as galinhas doentes do resto do bando. Todas as aves mortas, devem ser
removidas imediatamente, queimadas e/ou enterradas. Não devem ser
consumidas porque podem transmitir doenças.
 A Newcastle é uma doença frequente nas aves e estas devem ser protegidas
através de vacinação.
 A doença de Newcastle pode subitamente matar todas as galinhas, por isso é
muito importante vacinar as galinhas contra esta doença para protegê-las. Os
principais sinais são: falta de apetite, vestido de casaco, diarreia esverdeada e

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líquida, penas suja em redor do ânus. Algumas apresentam dificuldades de se
locomover.
 Vacina as galinhas contra a doença de Newcastle de 4 em 4 meses (Março, Julho
e Novembro) usando a vacina termo estável I-2. Caso estejas a usar a vacina
injectável ITA-New, vacina as tuas galinhas uma vez ao ano (Fevereiro/Março)
podendo fazer a revacinação em Novembro em galinhas e áreas não cobertas na
campanha anterior.
 Se estas precauções não forem tomadas pode-se perder muitas galinhas.

6.3 Sinais da doença de Newcastle


Conforme Chame (2012, p.5) o tipo de sinais clínicos que se observam na doença de
Newcastle varia de acordo com a gravidade do tipo de vírus envolvido. Assim, podem
observar-se:
 Com as estirpes mais fortes da doença de Newcastle, a morte é rápida;
 Com outras estirpes menos fortes, todos os seguintes sinais de doença, ou apenas
alguns deles, podem ocorrer:
 A galinha está “vestida de casaco” porque tem as penas levantadas e as asas
inclinadas para baixo;
A galinha sofrendo da Doença de Newcastle está “vestida de casaco, como podemos
ver na figura 1 em anexo.”
 A galinha fica sem energia e não come;

 A galinha pode ter o pescoço torto;

 A galinha pode respirar mal;


A cabeça e o pescoço ficam torcidos, figura 2 em anexo.
 Inchaço da cabeça e dos barbilhões;

 Diarreia líquida e verde (saem fezes líquidas de cor verde);

 Baixa a produção de ovos, e por vezes postura de ovos deformados; e

 Morrem muitas galinhas.

Para Chame (2012, p.5) uma elevada mortalidade de aves não vacinadas, é quase
sempre devida à doença de Newcastle, ver figura 3 em anexo.

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Atenção: Normalmente é a doença de Newcastle que provoca alta mortalidade nas
galinhas, mas também deve lembrar-se que a Gripe das Aves tem sinais semelhantes.

6.4 Transmissão da doença de Newcastle


Conforme Borges (2013) a doença de Newcastle passa de uma galinha para outra
galinha muito facilmente. Esta doença transmite-se através de:
 Respiração de ar contaminado;
 Consumo de água contaminada;
 Consumo de comida contaminada;
 Contacto com aves doentes;
 Contacto com produtos contaminados (como carne, intestinos, ovos, penas de
aves infectadas);
 Através de pessoas (sapatos, roupa contaminada); e
 Através de instrumentos contaminados (carros, enxadas, gaiolas, cestos,
bicicleta, etc.).

6.5 O Controlo da doença de Newcastle


Segundo ADAPEC (s/d) nenhum tratamento pode curar a galinha uma vez contraída a
doença de Newcastle. A única solução para combater esta doença é evitar que as
galinhas apanhem a doença através de vacinação de aves saudáveis. Quando as galinhas
são atacadas por esta doença, elas não podem ser tratadas nem vacinadas.

6.6 Os benefícios aos vacinadores comunitários e a comunidade


Segundo Chame (2012, p.7) o maior benefício de ser vacinador comunitário contra a
doença de Newcastle é na protecção das suas próprias galinhas. Se o vacinador tem 10
galinhas e consegue proteger todas contra a doença de Newcastle, o vacinador tem o
valor de 10 galinhas e também o valor de ovos e pintos que elas podem produzir.
Além disso, vai ganhar 1.00 Mt por cada galinha que consegue vacinar em casas de seus
vizinhos. E o mais importante de tudo é que o vacinador passa a ter mais prestígio na
comunidade por estar a ajudar outros camponeses e especialmente as senhoras e as
crianças!!!

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6.7 Conservação e duração da vacina
De acordo com Chame (2012, p.10)
 Esta vacina é termoestável (ou seja, tolera temperaturas altas durante alguns
dias) mas apesar disso deve tratá-la com muito cuidado.

 NUNCA CONGELAR.

 Na geleira (4 ºC a 8 ºC) a vacina dura até ao prazo de validade que aparece no


rótulo.

 Fora da geleira se for conservada num local fresco, fora do alcance dos raios
solares, a vacina pode durar 2 semanas. A temperatura acima de 30 ºC a vacina
em forma líquida dura somente 2 dias.

 No campo, transportar a vacina usando uma caixa isotérmica (‘Coolman’) e


gelo. Se não tem uma caixa isotérmica e gelo, esta deve ser transportada
embrulhada num pano de algodão molhado, e num cesto de palha com
tecelagem aberta, para proteger dos raios solares e facilitar a ventilação.
Atenção: um cesto de palha e pano húmido conserva melhor a vacina do que um
‘Coolman’ sem gelo.

6.8 Como usar a vacina


Conforme Chame (2012, p.10):
 NÃO PRECISA DILUIR.

 Agitar suavemente a vacina dentro do conta-gotas fornecido pelo SPP.

 Depois de abrir o conta-gotas que contém a vacina, esta só pode ser usada por
um período de 3 dias, da seguinte forma:
Primeiro dia - uma gota por galinha
Segundo dia - uma gota por galinha
Terceiro dia - uma gota por galinha
Quarto dia - deitar fora a vacina
NOTA: NÃO USAR A VACINA SE PASSAREM 3 DIAS APÓS ABERTURA DO
CONTA-GOTAS

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6.9 Vacinação
Segundo DNSV (2012, P.10):
 A vacina protege apenas contra a doença de Newcastle.

 Não vacinar galinhas doentes.

 As galinhas podem ser consumidas imediatamente após a vacinação.

 A vacina não causa problemas na saúde das pessoas.

 A galinha desenvolve uma protecção adequada contra a doença de Newcastle 7 a


14 dias depois da vacinação.

 As galinhas devem ser revacinadas de 4 em 4 meses porque o nível de protecção


começa a baixar 4 meses depois da última vacinação.

 As aves de todas as idades (desde pinto até a galinha adulta) devem receber a
mesma dose (uma gota no olho no dia em que abre o frasco da vacina).

6.10 Como organizar os criadores antes do dia da vacinação


Conforme Para DNSV (2012, p.15).
 Programando um encontro com os líderes da comunidade quatro semanas antes
da data prevista para vacinação a fim de discutir o dia e a hora da vacinação
aceitável pela comunidade.

 Colocando cartazes nos lugares proeminentes uma semana antes para informar
as pessoas sobre o dia, a hora e o local da vacinação.

 Os vacinadores e líderes da comunidade devem lembrar a população com


antecedência, um dia antes da vacinação.

6.11 Transporte de vacinas de casa em casa durante as vacinações


Conforme ADAPEC (s/d) a melhor maneira de transportar é em caixas isotérmicas
(‘Coolman’) com gelo. Mas em muitos casos, estas não estão disponíveis. Nesse caso a
vacina deve ser transportada embrulhada num pano de algodão molhado, e dentro de um
cesto de palha tapado com tecelagem aberta, para proteger dos raios solares e facilitar a
ventilação.
Atenção: Um cesto de palha com pano húmido conserva vacina melhor do que um
‘Coolman’ sem gelo.

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6.12 Conservação da vacina
De acordo com Chame (2012, p.14) a vacina não pode ser congelada, quer dizer não se
pode guardar no congelador, só na geleira. Se não tiver uma geleira em casa, pode
conservar a vacina durante alguns dias num lugar fresco e fora dos raios solares, por
exemplo ao lado dum pote de barro.
Conforme Chame (2012, p.17) vacina liofilizada (em pó) e a vacina líquida podem ficar
na geleira até a data de validade que está escrita no rótulo. Mas a temperatura da geleira
deve manter-se entre 2 – 8 ºC durante este tempo todo (sem cortes da energia). Se a
temperatura da geleira subir para cima de 8 ºC então a data de validade escrita no rótulo
já não é aplicável e deve usar os tempos de validade descritos na pergunta 3 em baixo,
mesmo que a vacina retorne para temperaturas mais baixas.

DEPOIS DA CAMPANHA

6.13 Monitoria e avaliação do seu trabalho


Conforme Chame (2012, p.18): após a campanha terminar faz se a monitoria e avaliação
do seu trabalho, onde se segue os seguintes procedimentos:
 Verificar se o pagamento recebido pela vacinação é suficiente para comprar
vacina para a campanha seguinte e se cobre o transporte e outros custos.
 Para monitorar a vacinação visite os criadores uma semana ou um mês depois da
vacinação para verificar se as galinhas estão com boa saúde.
 Visite também os criadores 2 ou 3 meses depois da vacinação para ver se eles
estão satisfeitos com o seu trabalho e contar o número de galinhas existentes. Se
o seu trabalho está a correr bem, poderá observar um aumento do número de
galinhas por família. Se há diminuição, perguntar se vendeu ou matou algumas
galinhas. Estes encontros servem também para preparar a próxima campanha de
vacinação.
 Se as campanhas correrem bem, poderá observar que os antigos criadores
continuam a vacinar as suas galinhas, que novos criadores vão aderindo as
campanhas de vacinação e que o número de galinhas vacinadas está aumentar.

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7. Actividades desenvolvidas no estágio:
Tabela 1. Cronograma das actividades

DATAS ACTIVIDADES LOCAL


16/08/2021 Apresentação na instituição. SDAE-Machanga

17 a 19/08/2021 Realizar um inquérito com vista a identificar a Bairro Chipanga, Madjerete,


percentagem de famílias afectadas pela Newcastle na Chigogoro e Inhadongo.
comunidade.
19 a 23/08/2021 Preparar a campanha de vacinação de aves contra a doença Bairro Chipanga, Madjerete,
de Newcastle na comunidade. Chigogoro e Inhadongo.
24/08/2021 Realizar a vacinação de aves contra Newcastle. Bairro de Chipanga e
Chigogoro.
25 a 31 Realizar a vacinação de aves contra Newcastle e orientar o Bairro de Chipanga e
/08/2021 transplante de couve e alface. Chigogoro.
01 a 07/09/2021 Realizar a vacinação de aves contra Newcastle. Bairro de Madjerete e
Inhadongo.
08 a 14 Orientar o estabelecimento canteiros e o transplante de Bairro de Chigogoro e
/09/2021 couve e alface. Chipanga
15 a 17 Monitorar e avaliar o trabalho e avaliar as aves vacinas Bairro de Chigogoro e
/09/2021 contra a Newcastle. Chipanga
20 a 21 Monitorar e avaliar o trabalho e avaliar as aves vacinas Bairro de Madjerete e
/09/2021 contra a Newcastle. Inhadongo.
22 a 30 Orientar estabelecimento de canteiros e transplante de Bairro Madjerete
/09/2021 couve.
01 a 10 Realizar um inquérito inerente a percentagem de famílias Bairro Chipanga, Madjerete,
/10/2021 que perderam aves/ motivos de perda após a vacinação. Chigogoro e Inhadongo
13 a 17/09/2021 Orientar canteiro e o estabelecimento de alfobre Bairro de Chipanga
20 a 24/09/2021 Estabelecer canteiros para o transplante de couve Bairro de Chipanga
27/ 09 a Orientar o transplante de couve Bairro de Chipanga
01/10/2021

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05 a 08/10/2021 Vacinação de aves contra o Newcastle Bairro de Chigogoro
11/10/2021 Orientar a pulverização da cultura de couve. Bairro de Chigogoro
12 a 15/09/2021 Orientar covacho e transplante de couve. Bairro de Chipanga
18 a Vacinação de Cães e Gatos contra raiva Bairro de Chigogoro
22/10/2021
25 a 29/10/2021 Orientar covacho e transplante de cebola Bairro de Chigogoro
01e 10/10/2021 Orientar estabelecimento de canteiro Bairro Chipanga
01 a 05/11/2021 Orientar a adubação de cobertura de viveiro de cebola Bairro de Chipanga

08 a 16/11/2021 Orientar o transplante de cebola, alface e couve Bairro de Madjerete

8.0 Metodologia
8.1 Localização da área de estudo

O distrito de Machanga está situado a sul da Província de Sofala, tendo como limites:

 Sul: o rio save que o separa da Província de Inhambane;


 Este: o oceano Indico;
 Norte: os distritos de Chibabava e Buzi;
 Oeste: o distrito de Machaze na Província de Manica.

8.2 Métodos

Para a realização da pesquisa foi imperioso a realização de um inquérito na


comunidade com vista a identificar os possíveis motivos de perda aves no sector
familiar.

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Realizou se entrevistas em 4 bairros, sendo que a cada bairro uma entrevista a um
grupo composta por 50 pessoas com vista a aferir a situação das infirmidades em
aves.

Motivos da perda Possibilidade de


compra das vacinas
Nome do Outros Morte Newcastle Não Existente Inexisten
bairro sinais por (Dificuldade tiveram te
clínicos / anima de respirar, perdas
outras is Vestida de
doenças selvag casaco,
ens cabeça e o
pescoço
torcidos)
Número de Famílias / motivos de perda N de pessoas
/capacidade de
compra.
Chigogor 3 7 37 3 0 50
o
Chipanga 7 10 30 3 0 50
Mandjeret 4 8 38 0 0 50
e
Inhadong 8 3 37 2 0 50
o
Total 22 28 142 8 0 100
Total % 11% 14% 71% 4% 0% 100%
Tabela 1. Resultados obtidos na entrevista da comunidade, inerente a percentagem
de famílias que perderam aves por um determinado motivos de perda no ano de
2020.

Com a entrevista foi possível aferir que a maior percentagem de famílias, cerca de 71%
das famílias foram afectadas pela doença de Newcastle e apenas 14% por morte por
animais selvagens, 11% por outros sinais clínicos / outras doenças e 4% não tiveram
perdas.

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Além disso notou-se que cerca de 100% da comunidade não possuía a possibilidade de
compra, não porque o medicamento ser caro, mas sim pela falta do local de compra na
comunidade.

Os Criadores envolvidos na pesquisa apresentavam o nível de escolaridade baixo, a


maioria não concluíram a 7a classe ou o nível primário do 2 grau. Em relação a idade os
membros dos grupos estão na faixa dos 17 a 65 anos, com a média de 41 anos.

8.2.1 Preparação da campanha de vacinação de aves contra a doença de Newcastle


na comunidade
A preparação da campanha de vacinação de aves contra a doença de Newcastle na
comunidade incluiu duas fases: determinar o tipo de vacina a ser usado, determinar
o período da realização das vacinações, encontro com os líderes da comunidade e
encontros com a comunidade (palestras).

8.2.3 Determinar o tipo de vacina a ser usado


A Vacina usada foi Vacina estipe I-2 em forma líquida contra a doença de Newcastle
distribuída em ampolas. Uma vacina termo-estável (ou seja, tolera temperaturas altas
durante alguns dias) mas apesar disso deve tratá-la com muito cuidado.
A Vacina estipe I-2 em forma líquida é uma vacina de reacção sistémico cuja aplicação
de apenas uma gota por via ocular seria suficiente para imunizar toda a ave.

8.2.4 Determinar o período da realização das vacinações


Após se detectar pelo mini inquérito que a principal causar de perda de aves em famílias
do distrito de Machanga era a contaminação pela doença de Newcastle, o governo do
distrito de Machanga, preparou se para lançar a campanha de vacinação contra a doença
de Newcastle, principal causa de mortalidade das aves, em particular das galinhas no
distrito e no país. De acordo com as informações colhidas, a vacinação de aves contra a
doença de Newcastle ocorre de 4 em 4 meses (Março, Julho e Novembro) usando a
vacina termo estável I-2. Para o tal caso, de acordo com o período da realização da
vacinação de aves contra a doença de Newcastle, ocorreu no mês de Novembro,
coincidindo assim como período da decorrência do estágio laboral.

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8.2.5Encontro com os líderes da comunidade
 Na preparação da campanha de vacinação de aves contra Newcastle,
primeiramente fez se a programação por meio de um encontro com os líderes
da comunidade quatro semanas antes da data prevista para vacinação a fim de
discutir o dia e a hora da vacinação aceitável pela comunidade.
 Deixa se a orientação para que os vacinadores e líderes da comunidade devem
lembrar a população com antecedência, um dia antes da vacinação.

8.2.6 Encontros com a comunidade (palestras)


Realizou se 4 palestras em 4 bairros a fim de:

 Ensinar aos criadores sobre a doença de Newcastle e os seus sintomas.


 Pedir aos criadores para listar e descrever as doenças que eles já notaram nas
suas galinhas. Fazer pequenas discussões sobre as diferentes doenças que os
homens e os animais podem apanhar, com vista a fazer-lhes entender que as aves
também podem apanhar varias doenças.
 Explicar as pessoas da importância de vacinar / imunizar as suas aves e dando-os
a conhecer sobre o funcionamento das vacinas de modo que eles entendam que
as vacinas são preventivas e não curativas.
 Dar a conhecer os criadores da facilidade de aplicação desta vacina, visto que
qualquer pessoa pode aplicar a vacina I-2. A vacina é aplicada pela gota no olho
e não precisa de ser injectada. Podendo assim os criadores comprarem e aplicar a
vacina nas suas galinhas depois de receberem uma pequena formação.
 Dar a conhecer a comunidade a equipe de vacinadores, que são as pessoas da
comunidade previamente treinados no uso da vacina I-2 e que para tal ficaria
melhor que a vacina fosse aplicada pelas pessoas que receberam treinamento. As
tais pessoas possuem conhecimentos de como cuidar, transportar e aplicar a
vacina da melhor maneira, garantindo assim mais segurança de que as vacinas
terão maior eficácia.

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8.2.7 Realização da vacinação de aves contra a doença de Newcastle na
comunidade

Materiais usados
Para a realização da vacinação teve que se reunir os seguintes materiais (ver figura 3
em apêndices):

 Ampolas - contendo a vacina estipe I-2 em forma líquida contra a doença de


Newcastle (250 doses por ampola);
 Seringas e agulhas para a extracção do conteúdo vacina das ampolas para os
conta-gotas;
 Conta-gotas – recipiente usado para aplicação das gotas da vacina em olhos das
aves.

As aves seleccionadas para a imunização pela vacina de Newcastle foram as seguintes:

Galinhas – consideradas de mais susceptíveis, partindo de pelo menos 6 semanas de


idade;

Patos, peru, galinhas do mato e gansos – partindo de 6 semanas de idade;

A vacinação de aves contra a doença de Newcastle consistiu na aplicação de gotas no


olho da ave (ver figura 1 e 2 em apêndices), com as seguindo a regra de depois de abrir
o ampola que contém a vacina e coloca-las no conta-gotas, esta só poderia ser usada por
um período de 3 dias, da seguinte maneira:
 Primeiro dia - uma gota por ave;
 Segundo dia - uma gota por ave;
 Terceiro dia - uma gota por ave;
 Quarto dia - deitar fora a vacina.
A vacinação ocorria no período de manhã, casa em casa, antes das aves saírem da
capoeira e se dispersarem, podendo se retirar as aves uma por uma, de modo a evitar
que alguma ave possa ser isenta de receber a vacina.

Após a vacinação registava-se o nome do bairro, o nome do proprietário das aves /


criador, o tipo de ave vacinado e o número de aves vacinados por espécie. O registo
ajudava-nos a identificar o número de famílias beneficiárias da vacina de aves, assim
como de identificar as outras causas de morte de aves em casas vacinadas e não

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vacinadas (facilidade no controlo) e a determinar o número de doses usadas, visto que
cada ampola estava para 250 doses, equivalentes a 250 aves.

Antes da abertura da ampola a vacina era conservado em geleira do Serviço Distrital de


Actividades Económicas. Após a abertura das ampolas e colocadas em conta-gotas,
cada vacinador deveria andar com um plástico contendo estabilizador de temperatura
para poder transportar a vacina e conserva-lo durante o uso.

8.2.8 Monitoria e avaliação do trabalho

A monitoria da vacinação consistiu na visita dos criadores uma semana depois da


vacinação para verificar se as aves gozavam de boa saúde. De acordo com os técnicos
extensionistas do distrito, deveria se visitar os criadores novamente entre duas ou três
meses depois da vacinação para ver se eles estariam satisfeitos com o seu trabalho e
contar o número de aves existentes, com vista a saber se o número de aves aumentou ou
diminuiu. Se o trabalho tiver corrido com sucesso possivelmente poder se ia notar o
aumento do número de aves por família, caso contrário deveria se perguntar se vendeu
ou matou algumas galinhas.

De acordo com a monitoria realizada uma semana após a vacinação, foi possível notar
que algumas aves estavam na fase da postura e as que já haviam colocado ovos,
chocaram. Contudo teve um aumento, mas não tão considerável, visto que era a
primeira monitoria.

Quanto a saúde das aves, de acordo com a observação e a testemunha dos criados, as
aves estavam com uma aparecia sadia até o momento.

Como forma de garantir a fiabilidade dos dados, achou-se melhor fazer o outro inquérito
na terceira semana após a vacinação com vista avaliar a eficácia da vacinação.

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Realizou se entrevistas em 4 bairros, sendo que a cada bairro uma entrevista a um
grupo composta por 50 pessoas com vista a avaliar a eficácia da vacinação.

Motivos da perda Possibilidade de


compra das vacinas
Nome do Outros Morte Newcastle Não Existente Inexisten
bairro sinais por (Dificuldade perderam te
clínicos / anima de respirar, aves
outras is Vestida de
doenças selvag casaco,
ens cabeça e o
pescoço
torcidos)
Número de Famílias / motivos de perda N de pessoas
/capacidade de
compra.
Chigogor 2 1 0 47 0 50
o
Chipanga 3 3 2 42 0 50
Mandjeret 1 0 1 48 0 50
e
Inhadong 0 9 2 39 0 50
o
Total 6 13 5 176 0 100
Total % 3% 6,5% 2,5% 88% 0% 100%
Tabela 3. Resultados obtidos na entrevista da comunidade, inerente a percentagem
de famílias que perderam aves por um determinado motivos de perda na segunda
semana após a vacinação.

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9.0 Resultados e discussão
De acordo com a tabela 1 referente aos resultados obtidos na entrevista da
comunidade, inerente a percentagem de famílias que perderam aves por um
determinado motivos de perda no ano de 2020 comparando com a tabela 2
referente aos resultados obtidos na entrevista da comunidade, inerente a
percentagem de famílias que perderam aves por um determinado motivos de perda
na segunda semana após a vacinação, foi possível aferir que a ouve maior
percentagem de famílias, cerca de 71% afectadas pela doença de Newcastle
comparativamente com os 2,5% do ano de 2021 duas semanas após a vacinação de aves
contra a doença de Newcastle. Quanto ao caso de morte por animais selvagens, no ano
de 2020 teve se 14% comparativamente aos 6,5% das duas semanas após a vacinação de
aves. O tal facto deve se a motivação que comunidade teve após a vacinação, fazendo
com que eles pudessem melhorar as condições de segurança das suas capoeiras. Para o
caso de não perda, a percentagem de pessoas que não tiveram perda de aves foi de 4%
em 2021, tão baixos comparados com os para 88% das famílias que não perderam as
suas aves na segunda semana após a vacinação, mostrando assim uma grande eficácia
da vacina e o grande impacto que está tem no processo de criação avícola.

Contudo a percentagem de pessoas com a possibilidade de compra Inexistente, ainda


permaneceu 100%, devendo a falta de postos de venda das vacinas no distrito até então.

O número aves mortas por outros sinais também reduziu de 11% para 3%, na segunda
semana após a vacinação. O tal facto justifica se por algumas destas aves terem morrido
pela doença de Newcastle é os sinais o passarem de forma despercebida aos criadores.

Para DNSV (2012, p.15) deveriam ser vacinadas as aves de todas as idades (desde pinto
até a galinha adulta) devem receber a mesma dose (uma gota no olho no dia em que
abre o frasco da vacina). Mas para o nosso caso, apenas vacinou se aves com pelo
menos duas semanas de idade, de conforme orientações dos técnicos do ramo pecuário
do distrito, facto este que estaria relacionado com a prescrição na rotulagem das
vacinas.
Quanto a conservação das vacinas de acordo com Chame (2012, p.14) a vacina não
pode ser congelada, quer dizer não se pode guardar no congelador, só na geleira. Se não

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tiver uma geleira em casa, pode conservar a vacina durante alguns dias num lugar fresco
e fora dos raios solares, por exemplo ao lado dum pote de barro.
O mecanismo de conservação das vacinas em local da pesquisa era em uma geleira.
Após aberta a vacina, colocava se em um plástico contendo estabilizador de
temperatura.
Quanto a monitoria e avaliação do seu trabalho, conforme Chame (2012, p.18): após a
campanha terminar faz se a monitoria e avaliação do seu trabalho, com o procedimento
de verificar se o pagamento recebido pela vacinação é suficiente para comprar vacina
para a campanha seguinte e se cobre o transporte e outros custos. Para o distrito de
Machanga as vacinações ocorriam de forma gratuita, podendo justificar pelo facto de
nem todos aderirem ao processo de vacinação de aves, as pessoas deste distrito ainda
têm muita credibilidade das vacinas.

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10.0 Conclusão
Com o presente relatório concluiu-se que a vacina não pode ser congelada, quer dizer
não se pode guardar no congelador, só na geleira, visto que contem alguns anticorpos na
vacina que podem morrer a temperaturas demasiados altos e ou demasiados baixas. Se
não tiver uma geleira em casa, pode conservar a vacina durante alguns dias num lugar
fresco e fora dos raios solares, por exemplo ao lado dum pote de barro. Concluiu se
também que a vacinação de aves contra a doença de Newcastle ocorre de 4 em 4 meses
(Março, Julho e Novembro) usando a vacina termo estável I-2. Este período coincide
com o período de muita propagação da doença.

Concluiu se também que a vacina logo que aberta, esta só poderia ser usada por um
período de 3 dias, da seguinte maneira: Primeiro dia - uma gota por ave; segundo dia -
uma gota por ave; terceiro dia - uma gota por ave; quarto dia - deitar fora a vacina
porque a vacina perde efeito a cada dia que passa.
De acordo com os dados obtidos pelo inquérito realizado, foi possível concluir que 71%
das famílias do distrito perdiam as suas aves pela doença de Newcastle, mas com a
vacinação usando a vacina estipe I e 2 de alta eficiência e fácil de usar, poderá se
reduzir drasticamente o numero de perda de aves e consequentemente ter um aumento
de significativo de número de aves por família e futuramente melhorar a renda familiar
assim como nutrição das famílias.

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11.0 Recomendações
Aos Técnicos Extensionistas do Distrito de Machanga, recomenda se a estarem atentos
ao calendário de vacinação de aves contra a Newcastle, assim como de sensibilizar as
comunidades a aderirem a vacinação, visto que a maioria deles não possuem
conhecimento e nem experiencia no uso dessas vacinas. Recomenda se também a não
aplicar a vacina em aves já contaminadas para evitar falacias na comunidade e reduzir a
adopção das vacinas, alegando-se que as vacinas poderiam ser maléficas as aves, sendo
que a Newcastle é uma doença vírica e não tem cura.

Aos criadores aconselha se nos meses da campanha de vacinação de aves contra a


Newcastle a aderirem massivamente e aos que tiverem fundos / condições de compra
procurar as vacinas em farmácias veterinárias nas capitas provinciais de modo a realizar
a imunização o mais rápido possível.

Recomenda se também a todos que tiverem as vacinas em sua posse a conservar sempre
em locais frescos e não expor a radiação solar, só assim poderemos garantir a eficiência
da vacina.

18
12.0 Referências Bibliográficas
1. Gaspar, J, A (2010). Manual do Extensionista, Maputo ˗ Moçambique.
Pág.256
2. Chame, R, (2012). Controlo da Doença de Newcastle no Sector Familiar,
Maputo- Moçambique, Pág.5 – 18.
3. DNSV, (2012). DIRECÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS DE
VETERINÁRIA- Manual do Extensionista, Maputo ˗ Moçambique. Pág.10-
15.
4. Borges, A, C, J, (2013). Doença de Newcastle, disponível em
https://www.infoescola.com/medicina-veterinaria/doenca-de-newcastle/ visitado
aos 29 de Novembro de 2021
5. ADAPEC (s/d). Agência de Defesa Agro-pecuária. Doença de Newcastle.
Palmas. Disponível em https://adapec.to.gov.br/animal/sanidade-animal/doenca-
de-newcastle/ visitado aos 02 de Dezembro de 2021

19
13.0 Apêndices:

Apêndice 1: Vacinação de aves contra Newcastle

Figura 1: A vacinar Galinha Figura 2: A vacinar Pato

Apêndice 2:Preparação de materiais para a vacinação de aves contra a Newcastle

Figura 2: Ampola contendo a vacina, seringa, agulha e o conta-gotas.

20
13.1 Anexos:
Anexo 1: sinais clínicos de aves mortas pela Newcastle

Figura 1. A galinha sofrendo da Doença de Newcastle está “vestida de casaco.”

Figura 2. Uma das características da doença de Newcastle é que a cabeça e o pescoço


ficam torcidos.

Anexo 2: Elevada mortalidade em aves afectadas pela doença de Newcastle.

Figura 3. Uma elevada mortalidade de aves não vacinadas, é quase sempre devida à
doença de Newcastle.

21
Índice
Declaração de Honra..........................................................................................................I

Dedicatória........................................................................................................................II

Lista de Abreviaturas, siglas e símbolos.........................................................................III

Agradecimentos...............................................................................................................IV

Lista de tabelas e figuras..................................................................................................V

Lista de apêndices e anexos............................................................................................VI

Glossário (dicionário)....................................................................................................VII

Resumo.........................................................................................................................VIII

1. Introdução..................................................................................................................1

1. Problema do estudo....................................................................................................2

2. Justificação do problema............................................................................................2

3. Objectivos..................................................................................................................3

4. Hipóteses....................................................................................................................3

6.0 Revisão Bibliográfica..................................................................................................4

6.1 A importância do controlo da doença de Newcastle em galinhas locais em


Moçambique..................................................................................................................4

6.2 Controlo sanitário da doença de Newcastle.............................................................4

6.3 Sinais da doença de Newcastle................................................................................5

6.4 Transmissão da doença de Newcastle......................................................................6

6.5 O Controlo da doença de Newcastle........................................................................6

6.6 Os benefícios aos vacinadores comunitários e a comunidade.................................6

6.7 Conservação e duração da vacina............................................................................7

6.8 Como usar a vacina..................................................................................................7

6.9 Vacinação.................................................................................................................8

6.10 Como organizar os criadores antes do dia da vacinação.......................................8

6.11 Transporte de vacinas de casa em casa durante as vacinações..............................8


6.12 Conservação da vacina...........................................................................................9

6.13 Monitoria e avaliação do seu trabalho...................................................................9

7. Actividades desenvolvidas no estágio:.....................................................................10

8.0 Metodologia...............................................................................................................11

8.2.1 Preparação da campanha de vacinação de aves contra a doença de Newcastle na


comunidade..................................................................................................................13

8.2.3 Determinar o tipo de vacina a ser usado.............................................................13

8.2.4 Determinar o período da realização das vacinações...........................................13

8.2.5Encontro com os líderes da comunidade.............................................................14

8.2.6 Encontros com a comunidade (palestras)...........................................................14

8.2.7 Realização da vacinação de aves contra a doença de Newcastle na comunidade


.....................................................................................................................................15

Materiais usados.......................................................................................................15

8.2.8 Monitoria e avaliação do trabalho......................................................................16

9.0 Resultados e discussão.........................................................................................18

10.0 Conclusão................................................................................................................20

11.0 Recomendações.......................................................................................................21

12.0 Referências Bibliográficas.......................................................................................22

13.1 Anexos:....................................................................................................................24

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