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RELATÓRIO PRELIMINAR
ÍNDICE DE CONTEÚDOS
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SUMÁRIO EXECUTIVO 5
I PARTE – ENQUADRAMENTO E CONTEXTOS 10
1. ENQUADRAMENTO DO ESTUDO 10
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PAÍS 10
3. CONTEXTO DO EMPREGO E DAS QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS 11
3.1. As políticas de emprego e de formação profissional 11
3.1.1. Enquadramento geral 11
3.1.2. Orientações estratégicas 12
3.2. As qualificações profissionais 13
4. CONTEXTO DA CULTURA 13
4.1. A política cultural 13
4.1.1. Enquadramento 13
4.1.2. Princípios 14
4.1.3. Objetivos e estratégia 14
4.1.4. Domínios de intervenção 14
4.1.5. Mecanismos de financiamento 15
5. O CONTEXTO DA ECONOMIA E DO TURISMO 15
II PARTE – AS INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS 17
6. CONCEITOS, MODELOS E CLASSIFICAÇÕES 17
6.1. Origens, conceito, âmbito e delimitação 17
6.2. Modelos e características estruturais 18
6.3. Tutela e peso das atividades económicas 20
6.4. Comparação entre países 21
7. BOAS PRÁTICAS INTERNACIONAIS 21
8. PANORAMA GLOBAL DAS INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS NO PAÍS 22
III PARTE – ANÁLISE AO SETOR EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 26
9. IDENTIFICAÇÃO E MAPEAMENTO DAS INDÚSTRIAS NO PAÍS 26
9.1. Identificação e mapeamento 26
9.1.1. Artes cénicas 26
9.1.2. Artes visuais 27
9.1.3. Audiovisuais 28
9.1.4. Editoras e médias impressas 28
9.1.5. Design 29
9.1.6. Património cultural 29
9.1.7. Multimédia e serviços criativos 31
10. FATORES IMPACTANTES NAS INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS 32
10.1. Fatores políticos 32
10.2. Fatores económicos 32
10.3. Fatores sociais 32
10.4. Fatores tecnológicos 33
10.5. Fatores legais 33
10.6. Fatores ambientais 33
1
11. EMPREGO E EMPREENDEDORISMO 33
11.1. Oportunidades de criação de emprego 33
11.2. Formação profissional e ensino técnico profissional 34
11.3. Papel do empreendedorismo no setor 34
11.4. Instituições de microcrédito 35
12. AMBIENTE DE NEGÓCIOS 35
13. OPORTUNIDADES, AMEAÇAS, POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES 36
13.1. Oportunidades 36
13.2. Ameaças 37
13.3. Potencialidades 37
13.4. Limitações 38
IV PARTE – CENÁRIOS, ÁREAS PRIORITÁRIAS E AÇÕES RELEVANTES 39
14. PERPETIVAS DE EVOLUÇÃO DO SETOR, ÁREAS PRIORITÁRIAS, POLÍTICAS E 39
EIXOS RELEVANTES A EMPREENDER
14.1. Evolução 39
14.2. Formulação estratégica 41
14.2.1. Visão e Missão 41
14.2.2. Estratégias alternativas e complementares 42
14.3. Áreas prioritárias 43
14.4. Políticas e eixos relevantes 43
14.4.1. Opções de políticas 43
14.4.2. Eixos estratégicos 44
14.4.3. Opções de políticas a níveis micro, meso, macro e meta 45
14.5. Programa de formação e ensino técnico-profissional 46
V PARTE – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 48
15. PRINCIPAIS CONCLUSÕES 48
16. PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES 49
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ÍNDICE DE QUADROS
Pag.
Quadro nº 1: Entradas de passageiros 16
Quadro nº 2: Comparação de conceitos entre países 21
Quadro nº 3: Atratividade da indústria 36
ÍNDICE DE FIGURAS
Pag.
Figura nº 1: Sistemas de classificação para as indústrias criativas 18
Figura nº 2: Classificação da UNCTAD para as indústrias criativas 19
Figura nº 3: Cenários estratégicos 40
Figura nº 4: Planeamento de políticas 44
Figura nº 5: Eixos estratégicos 44
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SIGLAS E ACRÓNIMOS
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SUMÁRIO EXECUTIVO
O panorama global das indústrias culturais e criativas no país evidencia que se estão a dar
os primeiros passos no sentido de estruturação do setor. Efetivamente, o levantamento e a
preservação do património cultural material e imaterial encontra-se ainda em estado
embrionário devido a dificuldades de financiamento para prosseguir as ações. Aguarda-se,
também, que seja aceite a candidatura à Convenção de Genebra para a Salvaguarda do
Património Cultural Imaterial.
No que respeita aos direitos autorais e direitos conexos, a lei encontra-se em revisão,
prevendo-se que em 2017 seja revista a lei em vigor (de 1966) e carecida atualização.
Outras legislações e estratégias existem, mas a sua eficácia está diminuída por várias
razões: Plano Nacional de Emprego (2015, em curso aprovação do projeto), Documento
de Política Cultural (2012, várias políticas por concretizar), Plano Diretor de Turismo
(2008, várias políticas por concretizar), Carta de Política Educativa (2012, havendo
apenas o curso de Arte e Design no âmbito das ICC, mas que atualmente não funciona); a
Marca STP, que integrará um Plano Estratégico Multissetorial, está em fase embrionária.
O esforço de produção estratégica e legislativa existe, mas as limitações são muitas.
Fatores políticos: as medidas governamentais associadas aos subsetores das ICC podem
considerar-se incipientes, porque ainda não foramoficializadas ações sobre a matéria.
Quanto aos fatores económicos o PIB representa menos de 275 milhões de dólares em
2013. As exportações atingem apenas 3,5% do PIB e as importações cerca de 40%. O
investimento direto estrangeiro é baixo e a banca ainda se encontra pouco desenvolvida
para apoiar as empresas e o empreendedorismo. O défice do equilíbrio orçamental é
crónico e a base tributária é muito reduzida, enquanto o desemprego: muito elevado.
No que concerne aos fatores tecnológicos verifica-se um impacto ainda muito aquém do
desejado com dificuldades de incorporação de conteúdos digitais.
No que respeita a fatores legais a legislação está aquém das necessidades. Têm sido
realizados esforços para a consagração de legislação diversa tendente a apoiar o
desenvolvimento das indústrias culturais e criativas, mas os resultados ainda são pouco
visíveis devido à maioria dos documentos se encontrar em preparação.
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Finalmente, importa realçar que relativamente aos fatores ambientais o país possui uma
biodiversidade única (florestas e mar), mas necessita, no futuro próximo de uma
estratégia ambiental sustentável na medida em que urge resolver o problema dos
resíduos sólidos nos rios e prevenir efeitos de aumento da temperatura e do nível do mar.
EMPREGO E EMPREENDEDORISMO
Por outro lado, o empreendedorismo no setor tem sido muito pouco apoiado pelas
instituições e, por isso, nasceram recentemente novas associações de natureza
empresarial: Associação dos Empresários de São Tomé e Príncipe, Associação de Jovens
Empresários e Fórum de Empreendedores Santomenses, entre outras.
No que respeita ao microcrédito, ainda não existem políticas oficiais para apoio ao
empreendedorismo – embora o governo faça referência ao assunto no seu Programa e se
preveja ainda medidas de apoio em 2016 – e os estabelecimentos bancários não parecem
muito inclinados para apoiar tais políticas.
Numa escala de 1 a 5, a força competitiva das ICC encontra-se abaixo da média: ameaça
de entrada de novos competidores (2.94), rivalidade entre as empresas da indústria
(2.79), ameaça de produtos substitutos (2.25), poder negocial dos fornecedores (2.83) e
poder negocial dos clientes (2.82). Prevê-se que a atratividade da indústria,
notoriamente baixa, evolua para o ponto médio no futuro próximo, designadamente em
relação à entrada de novos competidores, rivalidade entre empresas das ICC e poder
negocial dos clientes. Relativamente à análise SWOT destacam-se os seguintes aspetos:
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Ameaças: património material em degradação, em especial as roças, que constituem o
maior património colonial e potencialmente turístico; património imaterial sujeito a
avultadas perdas com impacto na identidade cultural do país (tradições e grupos culturais
em extinção); degradação do ambiente (corte abusivo de árvores, resíduos sólidos nos
rios, aumento da temperatura e nível do mar…); globalização descaracteriza a cultura
tradicional com a entrada de produtos apelativos e desligados das tradições; economia
pouco ativa e muito dependente; isolamento logístico de alguns distritos); insuficiência de
financiamentos, de estruturas de microcrédito e de apoio ao empreendedorismo;
obstáculos institucionais e mentais na cooperação entre os setores da cultura e da
economia para o desenvolvimento ‘socioeconómicocultural’; alheamento da parte de
muitos jovens relativamente à cultura e às línguas nacionais; cidade de São Tomé em
constante estado de quebra de corrente elétrica; falta de saneamento de meio; notória
falta de dinâmica de ligação das ICC ao crescimento do turismo nos últimos anos.
CENÁRIO 2: além da regulação, o Estado tende a centrar a sua participação no setor das
ICC privilegiando as áreas do património e promoção do livro e da leitura, em desfavor
da criação artística, dando algum apoio financeiro às actividades de iniciativa não pública.
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Em termos de formulação estratégica perspetiva-se uma visão segundo a qual a
República Democrática de São Tomé e Príncipe constitua uma região de referência
cultural e criativa da África Ocidental no espaço de uma década. A missão orienta-se no
sentido de contribuir para a concepção e implementação de modelos e estratégias de
desenvolvimento nas ICC, associados a recursos raros e valiosos.
Áreas prioritárias
O reforço da massa crítica do capital criativo do país necessita de: (a) capacidade e
empreendedorismo criativos; (b) crescimento dos negócios criativos; e (c) o
consequente aumento da atractividade dos lugares criativos.
As principais opções de políticas a níveis micro, meso, macro e meta são as seguintes:
Nível micro: Analisar e mapear o impacto económico, social e ambiental das ICC
(competitividade, coesão social, preservação ambiental); Analisar a situação do capital
criativo e do conhecimento; Apoiar o auto-emprego e o empreendedorismo criativo.
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Programa de formação e ensino técnico-profissional
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
As ICC assumem uma dinâmica relevante e não conhecem recessão em nenhuma parte
do mundo e, nessa linha, São Tomé e Príncipe pretende desenvolver as suas ICC, criando
uma dinâmica interna baseada nos recursos patrimoniais materiais, imateriais e
naturais e internacionalização, mas ainda defronta graves desequilíbrios nas políticas
de financiamento e na expressão empreendedora de artistas e empresários do setor. Por
outro lado, a cadeia de valor criativa apresenta fragilidade: ao longo do processo: a
montante; na transformação; a jusante; na preservação e conservação dos recursos.
PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES
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I PARTE – ENQUADRAMENTO E CONTEXTOS
1. ENQUADRAMENTO DO ESTUDO
No âmbito do 11º FED, a vigorar até 2020, foi aprovado o Programa Indicativo Plurianual
(MIP) para o período 2014-2020 centrado (a) na criação de emprego, nomeadamente nas
actividades geradoras de rendimentos no setor cultural, e (b) no desenvolvimento das
capacidades de governação. Em consequência, mostra-se pertinente “realizar análises de
sector e diagnósticos de necessidades, desenvolver subsequentemente estratégias de
emprego, apoiar a sua aplicação […] e a execução de actividades orientadas para a
formação profissional e o emprego e/ou a criação de redes no âmbito do ensino e da
formação técnico-profissionais”, bem como “apoiar os jovens desempregados e os grupos
desfavorecidos nos domínios do trabalho por conta própria e da criação de
microempresas no sector cultural.” (PALOP-TL – União Europeia, 2014: 8)
As ilhas foram descobertas e colonizadas por Portugal nos finais do século XV e em 1975
foi proclamada a independência e instituído um sistema democrático multipartidário de
natureza semi-presidencial. O país é membro da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), Organização Internacional da Francofonia (OIF) e Comunidade
Económica dos Estados da África Central (CEEAC). O Índice de Mo Ibrahim coloca o país
em 12º lugar de boa governação dentre os 53 países do continente (2014).
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O PIB do país foi avaliado em pouco menos de 275 milhões de dólares em 2013 e o sector
dos serviços representava quase 60% numa economia acentuadamente informal. As
receitas do Orçamento do Estado dependem em cerca de 80% dos doadores
internacionais, o défice do equilíbrio orçamental é crónico e a base tributária é reduzida
em virtude da fragilidade estrutural da economia. O país apresenta baixo nível das
exportações (3,5% do PIB) e alto nível de importações (40% do PIB). O Investimento
direto estrangeiro é baixo e o setor bancário permanece em grande parte incipiente.
Património científico: Padrão do Equador no Ilhéu das Rolas, por onde passa a
linha equatorial (Carta de 1919); Roça Sundy na Ilha do Príncipe, local onde Arthur
Eddington comprovou a Teoria da Relatividade de Einstein durante um eclipse em
1919.
Arquitetura religiosa: Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Príncipe); Sé Catedral
(São Tomé); Igreja de Madre Deus (São Tomé).
Arquitetura militar: Forte de Santo António (Ponta da Mina); Fortaleza de São
Sebastião (que hoje alberga o Museu Nacional de São Tomé e Príncipe) (São
Tomé); Forte de São Jerónimo; Forte de São José.
Outras edificações: Cineteatro Marcelo da Veiga; Escola Técnica Silva Cunha
(Liceu Nacional); Escola Preparatória Patrice Lumumba (antigo Liceu D. João II);
Arquivo Histórico; Mercado Municipal; Edifício da Companhia Santomense de
Telecomunicações; Antigo Bairro Salazar, hoje 3 de Fevereiro (todas em São
Tomé); Casas das antigas explorações agrícolas (150 roças pelo país).
Monumentos / esculturas: Esculturas de Pêro Escobar, João de Santarém e João
de Paiva reunidas em frente à Fortaleza de São Sebastião; Monumentos a Vasco da
Gama e o das Comemorações Henriquinas de 1960 situados na marginal da capital.
Património cultural: mitos, superstições, rituais, práticas sociais; Medicina
antiga; Jogos tradicionais (Bligá, em extinção, pode vir a fundir-se com a Capoeira e
originar um novo estilo de jogo/luta); Literatura oral e tradicional (Aguêdê, Véssu,
Cantági, Sóia); Música (compositores populares, grupos e instrumentos musicais);
Dança de São Tomé (Lundum, Ússua, Socopé, Irmandade, Bolilo) e do Príncipe
(Toloja, Majurca, Mbêrêrê, Lipetá, Ngôlô, Mucumbá); Teatro (Danço Congo, Txiloli,
Stleva, Tlundu); Pintura, Arquitetura, Artesanato, Escultura, Cestaria, Olaria;
Línguas locais.
Património natural: ecossistemas de selva em diversas alturas (Cão Grande, Cão
Pequeno, Sete Pedras…); praias e recursos hídricos; flora densa e pluviosidade;
aves terrestres e marinhas; cetáceos; tartarugas marinhas; paisagens não
intervenientes de costa; paisagens vulcânicas.
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atingidos pelo desemprego: quase um desempregado em cada três (32,7%) com menos de
24 anos e mais de metade dos desempregados (59,6%) tinham menos de 34 anos.
Com base nestes princípios, a PNE define três objectivos estratégicos fundamentais:
Para atingir estes objetivos a PNE pretende implementar cinco eixos estratégicos:
Para o efeito foram definidos três programas prioritários para implementação da PNE:
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(a) Orçamento Geral do Estado e do INSS, a nível nacional; (b) Cooperação
internacional, bilateral e multilateral, a nível internacional.
A PNE alerta, ainda, para três riscos importantes que podem condicionar o seu sucesso:
4. CONTEXTO DA CULTURA
4.1.1. Enquadramento
13
valores e do modo de vida dos santomenses. Em consequência, as disposições do
Documento de Política Cultural contêm uma visão prospetiva do desenvolvimento assente
no reconhecimento e valorização do património material e imaterial e na criação de
condições que travem o reconhecido processo de degradação de bens e valores culturais.
4.1.2. Princípios
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Promoção da dinamização cultural: formação de agentes locais, funcionários da
Cultura e das Câmaras; apoio na organização de manifestações culturais;
acompanhamento das atividades, entre outros.
Campanha alargada de informação e sensibilização: mobilizar órgãos de
informação; divulgar trabalhos académicos e profissionais; publicar teses de
mestrado e doutoramento; divulgar experiências bem-sucedidas; proporcionar
programas de leitura; contribuir para aumentar as manifestações culturais;
incentivar as iniciativas comunitárias na rádio e televisão; promover a educação
para a preservação do património cultural e o intercâmbio de promoção cultural.
Após a independência de São Tomé e Príncipe o país converteu-se numa economia mista
com setores privados combinados com propriedade e meios de produção estatal. Nas
décadas de 1980 e 1990, a economia estancou e as exportações do cacau – o maior
produto do país – caíram tanto no valor como no volume, criando grandes défices devido à
redistribuição das terras para a plantação e queda dos preços internacionais do cacau.
O turismo e as indústrias culturais e criativas são duas faces de uma mesma moeda para o
desenvolvimento de ambas as atividades. Tais indústrias somente se desenvolvem se o
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turismo aumentar em quantidade e qualidade e este depende da oferta diversificada que
as indústrias culturais e criativas sejam capazes de criar.
No entanto, uma breve observação à evolução da entrada turística mostra que o número
de turistas tem oscilado significativamente, especialmente até 2010. Nos últimos anos
verifica-se um crescimento constante e aparentemente consistente (2007 a 2014).
Segundo os escassos dados disponíveis cerca de 77,5% das entradas em 2011 referem-se a
férias e 22,5% repartem-se entre negócios, estudos, desporto, visitas a parentes e amigos.
A nacionalidade portuguesa tem liderado sempre as entradas no país: em 2011 cifrou-se
em 42,5% e em 2014 em 55% (cerca de 10 000 entradas). Neste mesmo ano a
nacionalidade angolana secundou a portuguesa com 22% (cerca de 4 000 entradas).
Os dados evidenciam que 77% das entradas totais corresponderam aos dois países que
integram a CPLP e que o país tem dificuldades de penetração em outros países, apesar de a
equipa da CNN Travel considerar, em 2014, que o país se situava entre os dez destinos de
sonho a nível mundial. Em 2015 houve novamente nomeação da CNN Travel, desta vez
entre os 15 destinos de sonho. Desde aí, o texto que circula relativo ao país é o seguinte:
É o país das mil frutas e sete variedades de banana, do cacau e das roças, da gente
sorridente e das galinhas à solta diante do palácio presidencial. É um dos países mais
pobres do mundo, mas sobra-lhe felicidade no leve-leve que é o seu ritmo oficial. São
Tomé e Príncipe é um paraíso, diz quem lá vai — e quem lá vive, no fundo, não obstante
todas as dificuldades, não foge muito dessa ideia.
O cenário é luxuriante: duas ilhas e alguns ilhéus que ancoraram na costa ocidental
africana, sobre a linha do equador — tropical é a sua natureza, literal e metafórica. Não
se esperem grandes cidades — nem a capital, São Tomé, chega perto — ou
acessibilidades fáceis ou mesmo grandes resorts — o turismo ainda é incipiente e
percebe-se alguma aposta no crescimento sustentável com projectos de vertente
ecológica mais ou menos marcada.
Esperem-se, sim, florestas virgens e praias desertas com colares de palmeiras, vales
escondidos e montanhas abruptas, rios e riachos à solta, avifauna única e flora endémica
às centenas — tudo sobre um verde de mil matizes (e carros calejados para enfrentar os
acidentes geográficos destas paragens ou pernas bem treinadas em caminhadas
húmidas).
No ilhéu das Rolas pisa-se o equador, no Príncipe perdemo-nos em floresta virgem nesta
reserva da biodiversidade mundial, em São Tomé descobrimos nas roças a herança lusa
e, mais uma vez, somos brindados com a generosidade são-tomense. E já falamos da
alegria? A natureza é pródiga em São Tomé e Príncipe mas as pessoas também –
esbanjam alegria.
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II PARTE – AS INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS
A ‘economia criativa’ é um setor formado pelo conjunto das atividades económicas nas
quais a criatividade e o capital intelectual são a matéria-prima para a criação, produção e
distribuição de bens e serviços (HOWKINS, 2001), que conjuga imperativos económicos
com património de uma nação e que em virtude de nada escapar ao estatuto de
’mercadoria’ configura a necessidade de se qualificar e mensurar aqueles bens intangíveis.
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Assim, as ICC apresentam duas características essenciais na sua forma de produção:
Uma variedade de modelos diferentes tem sido criada nos últimos anos, como uma forma
de oferecer uma compreensão sistemática das características estruturais nas indústrias
criativas. Eis alguns desses modelos:
Fonte: UNCTAD
No entanto, à falta de consenso acerca das áreas que devem ser englobadas pela economia
criativa e cultural, a UNCTAD propôs quatro agrupamentos:
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— Expressões culturais tradicionais: artesanato, festivais e celebrações;
— Locais culturais: locais arqueológicos e culturais (museus, bibliotecas,
exposições e outros eventos).
Média: grupo que produz conteúdo criativo visando estabelecer comunicação com
grandes públicos. Engloba:
— Editoras e médias impressas: livros, imprensa e outras publicações;
— Audiovisuais: cinema, televisão, rádio e outras transmissões.
O processo de criação é tão importante quanto o produto final, porque se trata de uma
cadeia produtiva baseada no conhecimento e produtora de riqueza, gera emprego e
distribui renda.
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Ativos invisíveis e voláteis: talento, reputação e marca e grande parte da infra-
estrutura crítica a estes negócios é exterior às empresas.
Atribui carácter a certos lugares e contribui para a identidade territorial.
Modelos de negócio flexíveis e inovadores que influenciam outros setores.
Compromisso com o design e com a criação de ambientes exclusivos.
Fortes laços com uma variedade de instituições.
Espaços de trabalho inclusivos e agradáveis que atraem e retêm talentos.
Tais fatores distintivos são contrariados por uma perceção externa desfavorável:
Em qualquer caso são setores onde a recessão é desconhecida, apresentando-se como dos
mais dinâmicos e promissores das economias nacionais crescendo a taxas superiores às do
PIB, reconhecendo-se o seu peso crescente.
Em 2012 a União Europeia terá contribuído com 860 mil milhões de euros, equivalente a
6,8% do PIB europeu (Forum D’Avignon).
No Brasil (SEBRAE, 2015), o setor gera R$ 110 bilhões, equivalente a 2,7% do PIB total
produzido, chegando a cifra a R$ 735 bilhões se for considerada a produção de toda a
cadeia, equivalendo a 18% do PIB.
Em Portugal estima-se que o setor cultural e criativo movimentou 5,1 mil milhões de euros
e empregou 78,6 mil pessoas através de mais de 50 mil empresas (2012).
A taxa de crescimento médio anual das exportações culturais e criativas excedeu os 10%
na primeira década do século XXI.
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6.4. Comparação entre países
A comparação entre quatro países (Alemanha, Espanha, França e Reino Unido) com ICC
bem desenvolvidas apresenta as seguintes características:
Arquitetura
Artes_/_Artes visuais
Artes Cénicas
Livrarias
Design
Publicações
Moda
Software_/_Multimédia
Museus_/_Património_Cultural
Música
Artesanato
Publicidade
Fonte: HÖLZL (2006)
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8. PANORAMA GLOBAL DAS INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS NO PAÍS
No presente estudo, o desenvolvimento das ICC centra-se nas áreas indicativas da criação
de emprego / empreendedorismo e na elevação das qualificações profissionais associados
aos diversos subsetores da cultura.
As indústrias culturais e criativas não são referenciadas nem em legislação nem em outros
documentos de natureza oficial em São Tomé e Príncipe. Não se encontram referências ao
setor nem no Documento de Política Cultural (2012), nem no Plano Nacional de Emprego
(2015), nem no Plano Diretor de Turismo (2008). A Carta de Política Educativa (2012), no
que se refere ao ensino técnico-profissional, também não menciona o setor, mas as
orientações de política permitem ajustar os cursos a ministrar para o futuro.
Os são-tomenses estão preocupados com a sua cultura, pois reconhecem que só ela os distingue
dos outros povos. Estão conscientes de que só através dela o povo são-tomense poderá afirmar-se
num mundo globalizado em que as culturas hegemónicas tendem a ameaçar a sobrevivência das
culturas periféricas. [Há] a necessidade de se definir uma política cultural nacional para o país (…)
no sentido de disciplinar as actividades no sector da cultura, das artes e do entretenimento e capaz
de orientar e ajudar os agentes culturais a autonomamente resolverem os problemas com que se
confrontam no seu dia-a-dia. Nesse âmbito, achou-se imprescindível a inserção de um pacote
cultural nos curricula escolar. (…) Ainda como reforço (…) propõe-se a criação de casas de cultura
em todos os distritos do país, formação de quadros ligados à área de museologia, criação de uma
Escola das Artes Crioulas de São Tomé e Príncipe e (…) sugere-se que textos de autores nacionais
sejam introduzidos nos manuais escolares. Com respeito às línguas nacionais, a não adoção de
uma política linguística capaz de delimitar fronteiras entre a Língua Portuguesa e as línguas
crioulas, identificar as marcas evidentes do português falado em São Tomé e Príncipe e divulgar o
alfabeto unificado dos crioulos existentes nas duas ilhas, poderá comprometer em grande medida
a sobrevivência das línguas maternas nacionais. (…) A falta de uma política nacional, com vista a
promover a medicina tradicional pela criação de códigos de conduta para a prática desta atividade
no país, o fraco incentivo à sua aprendizagem por parte das camadas juvenis, bem como a não
criação de programas de formação e qualificação para os seus praticantes tem desfavorecido (…) a
preservação, promoção e difusão desta prática secular.
São Tomé e Príncipe vive uma situação de pobreza e de desemprego. Em 2010, a incidência da
pobreza era de cerca de 66,2%. A taxa de desemprego situava-se no geral, em 2012, em cerca de
13,6%, mas a das mulheres chegava a atingir os 19,7% enquanto que a dos homens não era mais
do que 9,3%. O mais jovens eram os que mais são atingidos pelo desemprego do que os menos
jovens: quase um desempregado em cada três (32,7%) com menos de 24 anos e mais de metade
dos desempregados (59,6%) têm menos de 34 anos. Esta situação justifica-se por um conjunto de
factores, principalmente os que se relacionam com (i) a dinâmica demográfica; (II) a falta de
oportunidades de emprego por uma economia nacional pouco produtiva por ser subfinanciada e
dominada pelo sector informal ; (III) um sistema de educação e de formação profissional pouco
performante; (IV) uma sensível governação em matéria de emprego; (v) a falta de uma abordagem
dinâmica de inserção profissional, baseada numa verdadeira parceria público-privada que
pudesse ligar a administração pública, as organizações dos trabalhadores e o sector privado,
incluindo as instituições privadas de formação profissional.
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Carta de Política Educativa (2012: 29)
É voz geral que o Ministério que tutela a cultura sente-se manietado por falta de
organização, pessoal e financiamento e incapacitado para promover as ações necessárias,
tais como: identificação, preservação e valorização do património cultural; promoção das
línguas nacionais; recuperar artistas ligados ao artesanato, escultura e pintura e melhorar
a qualidade da produção; preservar tradições perdidas no folclore, na dança, na música, no
teatro, entre outras; selecionar artistas com saberes antigos e torná-los monitores nas
escolas; formar agentes e promotores culturais; efetuar a reciclagem de artistas e
descobrir novos talentos; promover conferências e seminários; incentivar a pesquisa
cultural, identificando, descrevendo e preservando as tradições; recuperar património
material encontra-se em degradação; atualizar a lei de direitos autorais e direitos conexos;
dotar de mobilidade os artistas e os bens e serviços culturais; promover eventos artísticos
e culturais; elaborar políticas de incentivo e de investimento no setor; quiçá criar, pela
primeira vez no país, um Ministério da Cultura separado do Ministério da Educação.
Na prática, a política cultural não revela eficácia na medida em que não dispõe dos meios
essenciais para desenvolver o setor. É necessário reestruturar serviços e recrutar pessoal
para se levar à prática a política cultural. O quadro de pessoal da Direção-Geral é limitado
a 17 pessoas: Arquivo Histórico Nacional (10); Museu Nacional (5); Direitos de Autor (1);
Artes e Espetáculos (1); Património Material e Imaterial (0).
O Ministério do Emprego e dos Assuntos Sociais também não parece ter condições para
concretizar todas as medidas do PNE sobre empregabilidade, empreendedorismo e
formação profissional, não havendo quaisquer referências ao setor das ICC.
Outra área que está praticamente parada corresponde à Comissão do Património Cultural
Imaterial que desenvolve trabalhos de identificação, documentação, investigação,
preservação, proteção, promoção, valorização, transmissão e revitalização do património
23
cultural, mas cuja ação se vê limitada por falta de verbas para prosseguir um trabalho
essencial. A Comissão está bem preparada tecnicamente, mas não financeiramente, nem
do ponto de vista da legislação. Importa rever a Lei do Mecenato para encontrar melhores
formas de empregar o dinheiro e, rever a legislação de gestão das ‘coisas culturais’.
Paralelamente, também existe uma Comissão Ad-hoc do Património Material que pretende
formular candidaturas para a cidade de São Tomé e da Roça Agostinho Neto, já que a
preservação dos edifícios é incipiente e não se recorre à Lei do Património (2003).
Grande parte dos trabalhos criativos protegidos pelos direitos autorais requer distribuição
em massa, comunicação e investimento financeiro para a sua divulgação. Deste modo, os
criadores vendem ou licenciam os direitos de autor das suas obras. A legislação sobre
direitos conexos estabelece que as produções que resultam das atividades dessas pessoas
ou entidades também merecem proteção legal. Alguns ordenamentos jurídicos define-se
que a tutela dos direitos conexos não afeta a proteção dos autores sobre a obra utilizada.
24
A participação em eventos culturais internacionais – que é dos objetivos centrais de
visibilidade – é arbitrária porque os convites internacionais são muitas vezes endereçados
a ex-titulares de cargos oficiais, estabelecendo-se relações informais, e o Ministério não
dispõe de pessoal para concentrar, selecionar e controlar tais participações.
Política de Investimento
Com fundamento nos vários documentos consultados, o país parece nunca ter registado, até
ao momento, a existência de qualquer política pública de incentivo fiscal aos investimentos
no setor das ICC. Com efeito, o Código de Investimentos de 2008 (em vigor), aprovado pela
Lei n.º 7/2008, de 27 de Agosto, não regista em nenhuma das suas disposições qualquer
incentivo fiscal com vista ao fomento do investimento na área das indústrias culturais e
criativas no país, sendo ainda de realçar que os anteriores Códigos de Investimentos
(Código de Investimentos de 1992 e Código de Investimentos de 1986) também não
continham qualquer disposição que concedesse incentivo fiscal aos investimentos nas ICC.
No que respeita aos domínios de análise neste estudo, existem os seguintes documentos
estratégicos principais:
25
III PARTE – ANÁLISE AO SETOR EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
Não existe indústria discográfica para reprodução musical. A CACAU possui um estúdio e
desenvolve uma escola de música tendo por base um projeto da musical tradicional com
apoios internacionais, que permite a capacitação dos produtores de música e da gestão de
projetos culturais. O estúdio do Kalu Mendes (KM Produções) possui um estúdio avançado
com a régie separada. A maioria de músicos é autodidata, beneficiando nos últimos anos
de cursos deformação intensiva em parceria com a embaixada do Brasil. A nível escolar foi
finalmente implementada a iniciação musical ao nível básico.
No que respeita à DANÇA existem no país inúmeros grupos de dança (ver Anexo nº 11),
mas não são profissionais e as suas vestimentas e materiais utilizados estão em grande
parte muito usados. Os dançarinos são chamados a atuar pontualmente em festas e outras
manifestações culturais e artísticas e bastante mal pagos.
26
Ademais, além de não serem profissionais e atuarem mais por gosto, são geralmente
autodidatas sem formação profissional adequada, o que coloca em causa muitas vezes a
qualidade das suas representações.
Associado a esta arte encontra-se o TEATRO DE MARIONETAS que já teve muita tradição
no país e constitui um repositório de criações que importa preservar. Atualmente o teatro
de marionetas tem sido pouco visto e necessita de ser alavancado para recuperar público.
No domínio das artes cénicas, como em outras, é necessário ministrar formação aos
fazedores de música, dança e teatro no que respeita a elaboração de projetos que busquem
financiamentos e parcerias nacionais e internacionais.
As artes visuais também possuem uma forte tradição no país, em especial no que respeita
a pintura e escultura, e em menor escala a fotografia. No entanto, as atividades económicas
ligadas a essas artes são consideradas incipientes, não por falta de criatividade mas por
falta de financiamento público e privado. As ideias existem, mas é necessário investir e os
patrocinadores são escassos e o dinheiro a crédito é caro
Não obstante, há alguns artistas de nova geração que se reúnem para abrir novos
caminhos, como é o caso de artistas plásticos que fundaram a Cafuka, uma organização não
governamental, que pretende agir não apenas no domínio das artes plásticas mas também
articular com artesanato, música, dança, teatro e cinema, gerando novos ambientes
criativos e novas artes clássicas mediante novos usos e funções. Em suma, há ideias, o
potencial existe, falta estímulos e financiamentos.
27
queixa-se da falta de incentivos do Estado, de dificuldade de patrocínios privados e de
crédito bancário e da inexistência de formação profissional. A visibilidade deste subsetor
no exterior do país é fraca.
9.1.3. Audiovisuais
Existe, ainda, uma Delegação da RTP África. Admite-se que, devido a isolamento
geográfico, devesse haver delegações de Rádio e TV nacionais em outros distritos.
Atualmente a formação dos jornalistas é um dos maiores problemas, não apenas ao nível
de conhecimentos técnicos e humanos, mas também no que respeita à transição do
sistema analógico para o digital, recorrendo-se à Internet para superar certas carências. E,
por outro lado, há uma clara lacuna no domínio do jornalismo especializado. A ausência de
formação de quadros e o baixo salário diminuem as possibilidades de progressão
profissional, verificando-se uma elevada rotatividade dos profissionais em direção a
outras profissões. Em geral, os jornalistas possuem um segundo emprego.
Em relação ao CINEMA, é uma área que caiu consideravelmente ao nível de projeção, mas
que no domínio da realização apresenta grandes possibilidades na medida em que o país
tem imensos motivos de interesse para a produção de documentários de diversa natureza.
O Festival pretende dinamizar projetos nas áreas do cinema, televisão, vídeo e multimédia,
através de oferta de atividades educativas como a realização de workshops e conferências
nas áreas mencionadas, bem como despertar nos jovens o interesse pela livre criação
valorizando as origens históricas e culturais do país.
A edição impressa é um dos grandes problemas que o país atravessa, não se conseguindo
obter todo o processo de produção e distribuição. Atualmente não existe nenhum jornal no
28
país porque a população não adquiria os que existiam e os patrocínios não eram
suficientes para assegurar as edições.
A União Nacional dos Escritores e Artistas Santomenses, que reúne cada vez mais artistas
de diversas áreas, debate-se com problemas organizativos e financeiros e suspeita que
muito da cultura tradicional possa continuar a perder-se se o Estado não tomar em mãos a
tarefa urgente de valorizar a Cultura e, concomitantemente, potenciar o desenvolvimento
de políticas de promoção turística de modo a angariar clientela para as indústrias culturais
e criativas e para o desenvolvimento socioeconómico do país.
9.1.5. Design
Neste grupo destaca-se o design de MODA, que se pode considerar ainda pouco
desenvolvido no país face à existência de uma grande variedade de trajes tradicionais que
poderiam ser inspiradores para novas criações usando a cultura local.
Tem havido diversos desfiles de moda anualmente no país e alguns no estrangeiro, mas as
dificuldades são muitas devido a um mercado bastante fechado e no qual, em muitos casos,
as importações de produtos relegam para segundo plano a moda nacional. Uma vez mais
os financiamentos bancários são difíceis de se obter e falta conexão económica entre os
empresários em áreas complementares. Esta situação isola as empresas e a qualidade é
prejudicada por uma concorrência que produz ‘à pressa’.
Não existe indústria têxtil e o fornecimento de tecidos, linhas, fechos, botões, etc. é
importado. A formação profissional é inexistente em diversas áreas necessitadas. Uma
nova empresa, a Grife Moda, possui um equipamento semi-industrial, faz formação e
pretende dinamizar novos recursos humanos envolvendo potenciais manequins vindas
dos distritos para a cidade de São Tomé, para criar um grupo de profissionais com
formação em línguas, passarela, corte, costura, design, etc.
A empresa realizou diversos desfiles, conjugando, por exemplo, designs de trajes e tranças,
e admite a possibilidade de se inspirar em linhas tradicionais de vestimentas tradicionais
adaptadas à modernidade e criar uma marca nacional de tecidos. A estratégia de
internacionalização através de parcerias, por exemplo, com operadores privados da CPLP,
abriria novas perspetivas criativas.
29
A maior parte dos interlocutores considera que o artesanato se encontra em decadência na
sua vertente mais artística, porquanto é vulgar a existência de galerias de artesanato cuja
qualidade não corresponde nem à tradição nem ao potencial artístico existente, bem como
parte já não é representativa da arte nacional e faz cópia de outras paragens.
30
internacional em Amsterdam; efetuar investigação científica tropical, investigação de
plantas e roças com institutos politécnicos e criar pólos de desenvolvimento turístico;
transformar pequenas roças em ‘vilas médias’; empreendedorismo com incubadora;
integração na Marca Drog internacional (especiarias extraídas de ervas aromáticas,
plantas medicinais, cacau, etc.
No domínio CULTURAL E RECREATIVO a cidade de São Tomé tem falta de atividades que
atraiam turistas ao país e apenas existem duas empresas mais importantes promotoras de
eventos, as quais têm dificuldades no exercício das suas atividades devido a falta de
financiamento e patrocínios, de articulação de empresas fornecedoras, de encarecimento
de materiais devido à insularidade e de ciclos de alternância de turistas.
31
maiores eventos são os seguintes: STP Music Awards, o maior evento internacional do
país; Beach Party (festa de praia); Festival de jovens – turismo da diáspora; Festival
Gravana – festa de Verão; Festa de fim de ano; Festival Bares e Pubs ‘Juntos e Misturados’.
Os Planos Estratégicos ficam muitas vezes por cumprir, como é o caso das Políticas de
Emprego e Formação Profissional, da Política Cultural, do Plano Diretor de Turismo, etc.
O PIB do país foi avaliado em pouco menos de 275 milhões de dólares em 2013. O nível de
exportações é baixo (3,5% do PIB) e o de importações é alto (40% do PIB). O Investimento
direto estrangeiro também é baixo e o setor bancário é caro para aqueles que pretendem
criar o seu próprio emprego e microempresas.
O desemprego é muito elevado e existe uma acentuada informalização, com pouca criação
de emprego produtivo e, consequentemente, o nível de procura é baixo.
32
As tradições em São Tomé e Príncipe são muitas a nível das artes e da cultura popular, mas
as dificuldades quotidianas, a falta de apoios e o processo de globalização, entre outros
fatores, têm levado gradualmente à perda de tradições e de identidade cultural.
A legislação está aquém das necessidades, mas têm sido realizados esforços de melhoria
nos últimos anos, apesar de a feitura de leis se arrastar por tempo demasiado e na prática
não surtir o efeito desejado por via de obstáculos económicos, financeiros, tecnológicos.
Atualmente estão em curso, entre outros projetos, a legislação dos Direitos Autorais e
Conexos, o Código de Investimentos e dos Benefícios Fiscais, a preparação de duas leis
para aplicação da Convenção de Salvaguarda do Património Cultural e para a criação da
Marca STP. Em suma, procura-se adequar o enquadramento jurídico às necessidades reais.
O país possui uma biodiversidade única, formada por uma cobertura florestal terrestre,
com florestas de neblina ‘enrolar’, mata seca, cerrado e manguezais, e que cobre a maior
parte do país (mais de 90%) rodeado por mar. As florestas santomenses fazem parte do
grande Pulmão de África (bacia do Congo) e justifica-se a elaboração de uma estratégia
ambiental sustentável para fazer face às principais ameaças de aumento da temperatura e
do nível do mar causados pelo aquecimento global.
Entretanto, existe um Plano de Ação para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos
(2012-2016). A falta de meios é quase sempre o principal constrangimento apontado na
gestão de resíduos, mas na maior parte das vezes é apenas da recolha que se fala.
Problema maior parece ser a grande presença de sólidos e efluentes nos rios que nascem
nas montanhas e escoam no Oceano. A situação é agravada por falta de adequada
estruturação do saneamento básico.
33
Atualmente desenvolve-se uma estratégia complementar de integração de desempregados
em estágios profissionais nas empresas visando a criação de emprego, muito semelhante à
política já existente. A esta realidade junta-se a debilitada situação económica do país,
fazendo escassear as oportunidades de criação de emprego. A oferta do mercado de
emprego é muitíssimo inferior à procura do mercado de trabalho.
No que respeita às indústrias culturais e criativas a situação ainda é mais grave devido à
cultura se encontrar relegada para segundo plano e não se lhe atribuir o potencial de
desenvolvimento que efetivamente possui. Nessas circunstâncias as ICC não têm
beneficiado de nenhum tratamento especial quanto à criação de emprego.
Todavia, no que às ICC diz respeito, nem o Budo-Budo, nem os outros centros de formação
privados, nem o ensino técnico-profissional do Ministério da Educação, Cultura e Ciência
possuem quaisquer cursos a decorrer. Apenas Budo-Budo tem feito formação em
artesanato, tendo a última ação sido encerrada em Dezembro de 2015. O ensino técnico-
profissional tem aprovado um Curso Secundário Profissionalmente Qualificante de Arte e
Design correspondente ao 2º ciclo do ensino secundário, mas também não o realiza.
Em suma, não existe formação profissional nem ensino técnico a cobrir qualquer área que
seja das ICC, o que remete para uma séria e urgente aposta nesta área.
Face a tais dificuldades nos domínios do emprego e da formação profissional, bem como
devido a um período em que a Câmara do Comércio e Indústria atravessou diversas
dificuldades, surgiram associações empresariais com vontade de resolver uma parte dos
problemas no domínio do empresariado e do empreendedorismo.
34
Tais associações procuram transformar a riqueza potencial do ‘empreendedorismo
cultural’ em riqueza económica e social, mas continuam se defrontando com um grande
desconhecimento das capacidades das indústrias culturais e criativas e até um certo
preconceito que existe entre o mundo da cultura e o mundo dos negócios, impedindo a
conjugação de sinergias económico-culturais que beneficiariam ambos as partes.
Os estabelecimentos bancários não parecem muito inclinados para tais políticas e evitam
quaisquer riscos.
Por outro lado, a política de microcrédito tem que ser associada à preparação dos
empreendedores em diversos domínios de formação: noções de gestão, de parcerias, de
comercialização. É um processo de apoio que vai desde a criação do emprego /
microempresa e acompanhamento até chegar a uma situação de maturidade que obste ao
seu desaparecimento precoce.
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Poder dos clientes: Coexistem empresas e consumidores finais ao nível dos
clientes, tendo aquelas maior poder de compra, e o poder dos clientes possui pouca
força em termos médios. Trata-se de uma aferição normal em mercados ainda em
estádio de desenvolvimento incipiente como é o caso das ICC.
ATRATIVIDADE DA INDÚSTRIA
FORÇA COMPETITIVA PRESENTE FUTURO
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Ameaça de entrada de novos competidores 2.94
Rivalidade entre as empresas da indústria 2.79
Ameaça de produtos substitutos 2.25
Poder negocial dos fornecedores 2.83
Poder negocial dos clientes 2.82
AVALIAÇÃO GLOBAL 2.80
Legenda: 1 – muito baixa; 2 – baixa; 3 – média; 4 – alta; 5 muito alta.
À medida que este mercado for mais apoiado, crescer e organizar-se do ponto de vista
institucional e operacional, quer pela captação de mais investimento e maior
desenvolvimento do empreendedorismo, quer por efeito de crescimento de outros setores
vizinhos como o turismo, aumentará gradualmente a sua atratividade que, apesar do
grande potencial existente, ainda não despertou o interesse maior de agentes económicos.
13.1. Oportunidades
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Realização, para breve, do Plano Nacional de Ordenamento Territorial, com
financiamento garantido do BAD.
Transformação de pequenas roças em ‘vilas médias’ associando ecoturismo /
turismo cultural e ICC.
Regeneração física tem-se orientado para funções culturais e criativas.
Criação da Marca STP.
Identificação geográfica em curso e hortas temáticas – certificação de dez produtos
nacionais.
Dinâmica demográfica positiva.
Aumento gradual dos níveis de escolaridade.
13.2. Ameaças
13.3. Potencialidades
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Negócios criativos, organizações e processos estão a estabelecer-se em áreas
centrais e a organizar-se em redes, embora lentamente.
Casa da Cultura tem cozinha e pode desenvolver gastronomia com um programa
de promoção, orientação e divulgação.
Existência de ‘mestres’ antigos cujos saberes constituem uma mais-valia e podem
se associar a escolas e centros de formação para transmissão de conhecimentos.
Envolvimento das Câmaras Distritais com as entidades culturais oficiais.
Parte da juventude participa nas ações culturais, sobretudo artesanato, artes
plásticas, teatro, música.
13.4. Limitações
38
IV PARTE – CENÁRIOS, ÁREAS PRIORITÁRIAS E AÇÕES RELEVANTES
14.1. Evolução
O valor de mercado dos produtos e serviços não reflete o respetivo valor económico,
sugerindo a necessidade de um funcionamento assistido das estruturas de criação /
produção e de difusão /comunicação devido à dimensão pública ou semi-pública de
natureza cultural, social e educativa.
39
A evolução para o futuro pode desenhar-se mediante três cenários estratégicos com pesos
diferentes do setor público e do setor privado:
CENÁRIO 1
CENÁRIO 2
Além das medidas de regulação, o Estado tende a centrar a sua participação no setor das
atividades artísticas, culturais e de espectáculo na promoção de determinados segmentos,
privilegiando as áreas do património e promoção do livro e da leitura, em desfavor da
criação artística, dando algum apoio financeiro às actividades de iniciativa não pública.
CENÁRIO 3
40
Tal retraimento favorece opções de padronização de produtos e projetos, mais compatível
com a massificação de consumos e o empobrecimento de linguagens e de formas de
expressão artística e criativa. O reforço e a qualificação da rede nacional de infra-
estruturas culturais e artísticas e de promoção de itinerâncias perde força, diminuindo o
potencial de projetos vanguardistas apoiados pelas TIC. Embora sejam privilegiadas
estratégias de inserção em redes, a predominância será para modelos de gestão de
empresarial e de flexibilização em matéria organizacional e de recursos humanos.
A visão para o país é tornar a República Democrática de São Tomé e Príncipe uma região
de referência cultural e criativa da África Ocidental no espaço de uma década.
41
A missão é contribuir para a concepção e implementação de modelos e estratégias de
desenvolvimento nas indústrias culturais e criativas, associadas aos seus recursos raros e
valiosos que transformem o país em destino cultural e criativo inimitável e insubstituível,
baseado numa governação que suporte o aumento do empreendedorismo criativo, o
crescimento dos negócios criativos e a atratividade de lugares criativos mediante o reforço
da massa crítica do capital criativo
42
Deste modo, e tomando em consideração as projeções dos setores prioritários e os
investimentos a ser realizados de forma transversal e especificamente para cada um
desses setores, deverá ser avaliado o investimento necessário para as ICC de modo a
acompanhar a evolução dos setores prioritários.
A análise estratégica efetuada leva a crer, apesar de haver necessidade de uma análise
mais aprofundada, que a via defendida para este segundo cenário será menos dispendiosa
para o erário público e seguramente mais eficaz em termos de resultados.
Para que esta cenarização tenha êxito, será fundamental haver uma intervenção
harmoniosa a nível governamental: a criação do Ministério da Cultura e Indústrias
Criativas (situação que em breve será realidade em Cabo Verde com a tomada de posse do
novo governo) ou de uma comissão interministerial diretamente dependente do Primeiro-
Ministro, com autoridade para implicar os ministérios responsáveis pela educação e
cultura, emprego e formação profissional, economia, finanças, turismo, comércio e
indústria.
43
Figura nº 4: Planeamento de políticas
Capital
Criativo
PLANEAMENTO Financiame
Visibilidade
DE POLÍTICAS nto
Liderança
LUGARES CRIATIVOS
44
14.4.3. Opções de políticas a níveis micro, meso, macro e meta
Os objetivos e as opções de políticas a níveis micro, meso, macro e meta, devem obedecer
ao seguinte esquema:
NÍVEL MICRO
Objetivo 1 Analisar e mapear o impacto económico, social e ambiental das ICC (competitividade,
coesão social, preservação ambiental – desenvolvimento sustentável).
Opções políticas Análise aprofundada dos ciclos da cadeia de valor, revisão das políticas setoriais
existentes, avaliação de cada indústria criativa, análise das condições específicas locais,
mapeamento de grupos culturais e de artistas nos diversos subsetores.
Opções políticas Avaliação do perfil de formação profissional e ensino técnico a implementar para elevar
o conhecimento e as capacidades de empregabilidade da população, envolvendo
universidades, institutos politécnicos e centro de formação profissional.
NÍVEL MESO
Opções políticas Criação de grupos criativos e infra-estruturas para indústrias criativas visando
melhorar as práticas, compartilhar o conhecimento e absorver o setor informal.
NÍVEL MACRO
Opções políticas Definição de um sistema de monitoria e coletar informações necessárias para identificar
modelos mais apropriados.
Opções políticas Criação do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, autonomizando o setor
como estratégico, ou, no mínimo, criação de um centro multidisciplinar ou um grupo de
trabalho interministerial, diretamente dependente do Primeiro-Ministro, para facilitar a
coordenação entre os interesses das valências culturais, educacionais, laborais,
tecnológicas, financeiras, turísticas, comerciais e migratórias.
45
Objetivo 3 Concretizar o desenvolvimento socioeconómico.
Opções políticas Concretização da Marca das indústrias criativas como uma estratégia nacional para
promover a imagem.
META
Opções políticas Análise das mudanças na estética, estilo de vida, mercantilização durante um longo
período e seu impacto nas estratégias nacionais.
Artes Visuais
Pintura: Qualificação Inicial 6 a 9 meses.
Escultura: Qualificação Inicial 6 a 9 meses.
Fotografia: Qualificação Inicial 6 a 9 meses.
Artes Cénicas
Música: Ensino Técnico-Profissional de 3 anos (2 anos tronco comum; 1 ano
especialização)
Teatro, Marioneta e Dança: Ensino Técnico-Profissional de 3 anos (2 anos tronco
comum; 1 ano especialização)
46
Editoras e Médias Impressas
Edição e Artes Gráficas: Ensino Técnico-Profissional de 3 anos (2 anos tronco
comum; 1 ano especialização)
Audiovisuais
Cinema, Rádio e Televisão: Ensino Técnico-Profissional de 3 anos (2 anos tronco
comum; 1 ano especialização)
Design
Design de Interiores: Qualificação Inicial 6 a 9 meses.
Design Moda: Qualificação Inicial 6 a 9 meses.
Arte e Design (design de equipamento, design gráfico, técnicas de pintura e
escultura): Ensino Técnico-Profissional de 3 anos (2 anos tronco comum; 1 ano
especialização)
Multimédia
Conteúdos Criativos Digitais (software, jogos e conteúdos digitais): Ensino
Técnico-Profissional de 3 anos (2 anos tronco comum; 1 ano especialização)
Serviços Criativos
Arquitetura / Restauro e Conservação: Pós-Graduação na Universidade de São
Tomé e Príncipe de 1 ano.
Restauro e conservação: Ensino Técnico-Profissional de 3 anos (2 anos tronco
comum; 1 ano especialização)
Publicidade & Marketing: Ensino Técnico-Profissional de 3 anos (2 anos tronco
comum; 1 ano especialização)
Ensino Técnico-Profissional
Manutenção de Equipamentos: Ensino Técnico-Profissional de 3 anos (2 anos
tronco comum; 1 ano especialização)
Palco, Som e Luz: Ensino Técnico-Profissional de 3 anos (2 anos tronco comum; 1
ano especialização)
Promoção de Eventos: Ensino Técnico-Profissional de 3 anos (2 anos tronco
comum; 1 ano especialização)
47
V PARTE – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
São Tomé e Príncipe pretende desenvolver as suas industriais culturais e criativas, criando
uma dinâmica interna baseada nos seus amplos recursos patrimoniais materiais,
imateriais e naturais e internacionalizando o setor através, numa primeira fase, de uma
maior mobilidade de artistas e obras de arte na CPLP e aumento da exportação cultural e
artística. Porém, internacionalizar a economia santomense é mais do que aumentar as
exportações: é preciso abandonar as antigas formas de fazer as coisas e incluir cada vez
mais a inovação e a diferenciação nas atividades culturais e criativas.
48
Os fundamentos desta abordagem decorrem da inovação como prioridade nacional e
regional de transformação económica na criação de produtos e serviços distintivos, que
atraiam e retenham talento e capital para um desenvolvimento económico sustentável,
constituindo fator estratégico de competitividade, geração de emprego e riqueza, meio de
reforço da cidadania, alavanca de coesão social e territorial; veículo de afirmação
internacional da cultura santomense.
Criar o Ministério da Cultura e das Indústrias Culturais ou, no mínimo, criar uma
Comissão Interministerial ligada diretamente ao Primeiro-Ministro, que elabore
um Plano Nacional para as Economias Culturais e Criativas e monitorize a sua
implementação, desenvolvimento e impacto.
49
Recomendações de articulação com setores económicos prioritários
Elaborar políticas públicas de dinamização das ICC num horizonte de curto prazo,
que se situem na imbricação com outros setores de atividade capazes de servir de
reboque ao desenvolvimento do setor – designadamente o turismo (incluindo o
turismo cultural e o ecoturismo) e o agronegócio (incluindo a recuperação
patrimonial de antigas explorações agrícolas).
50
Recomendações de coesão social e territorial
51
Catalogar e apoiar a pluralidade de grupos culturais e musicais e de conceituados
cantores, compositores, escultores, fotógrafos, etc., bem como a atração de antigos
‘mestres’ cujos saberes constituem uma mais-valia e podem se associar a escolas e
centros de formação para transmissão de conhecimentos culturais e artísticos.
52
ANEXO Nº 01: TERMOS DE REFERÊNCIA
1. INFORMAÇÃO GERAL
Entretanto, no quadro do 11º FED a vigorar até 2020, foi aprovado o Programa
Indicativo Plurianual (MIP) para o período 2014-2020 que se centrará em dois
domínios prioritários, designadamente:
Este estudo deverá apoiar a formulação de um estudo regional (2ª etapa do processo
de identificação) integrado no quadro do Programa de Cooperação PALOP-TL/UE,
conforme com as disposições aplicáveis do MIP 2014-2020 sobre a criação de
emprego, incluindo no sector da cultura.
MIP 2014-2020;
Registo da videoconferência PALOP-TL de 16-Julho-2015
Relato da XI RON do PALOP-TL/UE
Síntese das lições apreendidas
UNESCO Convention “Protection and Promotion of Intangible Heritage” (2003)
UNESCO Convention on “Protection and Promotion of the Diversity of Cultural
Expressions” (2005)
Charter for African Cultural Rennaissance (for the the PALOP)
2009 Framework for Cultural Statistics.
2.4. Resultados
(ii) Acções relevantes identificadas para o curto e médio prazo, mercê de:
Tipificação de projectos /acções geradoras de emprego a promover,
Beneficiários principais (população alvo),
Potencial para articular com outros sectores e/ou áreas de actividade
Contributo expectável para a criação de emprego e geração de receita.
3. PRESSUPOSTOS E RISCOS
4. PERFIL DO PERITO
I. EQUIPA
Coordenação Geral
Equipa Técnica
Suporte
BLYTHE, M. (2001). “The work of art in the age of digital reproduction: the
significance of the creative industries”. JADE, v. 20, n. 2, p. 144-150.
BOLIN, G. (2005). “Notes from inside the factory: the production and consumption
of signs and sign value in media industries”. Social Semiotics, v. 15, n. 3, p. 289-306.
CORNFORD, J. & CHARLES, D. (2001). Culture Cluster Mapping and Analysis: A Draft
Report for ONE North East. Centre for Urban and Regional Development Studies,
University of Newcastle upon Tyne, UK,.Disponível
em:http://www.campus.ncl.ac.uk/unbs/bylife2/lib/files/4731report.pdf
Heads of State and Government of the African Union (2006). Charter for African
Cultural Rennaissance. Khartoum.
HIGGS, Peter, CUNNIGHAM, Stuart & BAKSHI, Hasan (2008). Beyond the Creative
Industries: Mapping the Creative Economy in the United Kingdom. London.
HÖLZL, Kerstin (2006). Criative Industries in Europe and Austria: definition and
potencial.
OBJETIVOS
Objetivos específicos:
ÁREAS INDICATIVAS
PRODUTOS DO ESTUDO
ABORDAGEM METODOLÓGICA
Projetos estruturantes
Visão prospetiva
Visão prospetiva
ANEXO Nº 07: NOTA DE BRIEFING
21 de março de 2016
22 de março de 2016
24 de março de 2016
Plano de Trabalho
Agenda de Pesquisa
1
ANEXO Nº 08: NOTA DE DEBRIEFING
1. PRINCIPAIS CONCLUSÕES
2. PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES
3. COMENTÁRIOS
4. AGENDA REALIZADA SUBSEQUENTE À ENTREGA DA MINUTA DE BRIEFING
5. CONTACTOS DE PERSONALIDADES PRESENTES EM REUNIÕES/ENTREVISTAS
1. PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Fatores distintivos
Perceção externa
1
ANEXO Nº 09: BOAS PRÁTICAS INTERNACIONAIS
Ars Longa: Os produtos criativos têm aspectos de durabilidade que invocam a proteção
dos direitos autorais, permitindo que um criador ou um artista cobre pela utilização.
DIREITOS DE AUTOR
d) Obras coreográficas e pantominas, cuja expressão se fixa por escrito ou por qualquer
outra forma;
m) Paródias e outras composições literárias ou musicais, ainda que inspiradas num tema
ou motivo de outra obra.
ANEXO Nº 11: ARTISTAS E ENTIDADES CULTURAIS POPULARES
Nº DESIGNAÇÃO LOCALIDADE
GRUPOS CULTURAIS
01 Bulawê som da Ilha Piedade - Mé Zochi
02 Bulawê Ilha Verde Melhorada - Mé Zochi
03 Bulawê Bomboense Cova Barro – Mé Zochi
04 Bulawê Carambola Changra – Lobata
05 Bulawê Lemos Cima Obolongo – Mé Zochi
06 Bulawê Unisson dos Deficientes Almas – Mé Zochi
07 Bulawê Diamante Negro Lemos Cima – Mé Zochi
08 Bulawê Jovens Unidos de Montalvão Montalvão – Mé Zochi
09 Bulawê Simoda Lemos Centro – Mé Zochi
10 Bulawê Asa Branca Maianço – Lobata
11 Bulawê Betepense Batepa – Mé Zochi
12 Bulawê Piadosa Cola Grande – Mé Zochi
13 Bulawê Só Mexer Ponte Graça – Água Grande
14 Bulawê Codex Pema-Pema – Água Grande
15 Bulawê Africano Desejada Desaejada – Lobata
16 Bulawê Batelo Batelo – Lobata
17 Bulawê Pastelim Uba-Cabra
18 Bulawê Zequentxi Ponte Graça
19 Bulawê Estrela do Mar Neves – Lembá
20 Bulawê Amador Neves – Lembá
21 Bulawê Tindom Santana – Cantagalo
22 Bulawê Belezinha Uba Flor – Mé Zochi
23 Bulawê Marina Pantufo
24 Bulawê Mariot Almas
25 Bulawê Nhé Côçô Bobô Fôrro
26 Bulawê Ribeira Peixe
27 Bulawê Liberdade Cantagalo
28 Bulawê 12 de Julho Cantagalo
29 Bulawê África Libertada Lobata
30 Bulawê Plancas II
31 Bulawê 1º de Maio Santa Catarina
32 Bulawê Lixívia Claudino Faro
33 Bulawê Danger Cachoeira
34 Bulawê Flor de Amizade Galo Canta
35 Bulawê SAM Paulo Santo Amaro
36 Bulawê Vunvú Malanza
37 Bulawê Samaguana Praia Esquerda
38 Bulawê Espera Marido Angolar
39 Bulawê Ilhéu das Rolas Ilhéu das Rolas
40 Bulawê Chora Vida Angratoldo
41 Bulawê Caço Tema Monte Mário
42 Bulawê 19 de Setembro Ribeira Afonso
43 Bulawê Claudino Farro Claudino Farro
44 Bulawê Xiawa Mestre António
45 Bulawê Anda com Bebé Praia Melcia Alves
46 Bulawê 26 de Novembro Neves
47 Bulawê Gingumbwé Neves
48 Bulawê Kassave dos Cinco Conde
49 Bulawê Morro Peixe Morre Peixe
50 Mina Piquina Maianço
51 Fôlô Blagi Na. Marginal 12 Julho
TRAGÉDIA (TXILOLI)
01 Tragédia Pioneril Boa Ventura Boa-Morte – Água Grande
02 Tragédia Mine Riboquino Riboque Capital – Água Grande
03 Tragédia Mina Malé Neves – Lembá
04 Tragédia Florentina de Caixão Grande Caixão Grande – Mé Zochi
05 Tragédia Benfica Margarida Manuel – Mé Zochi
06 Tragédia Bom Sucesso Oque-del-Rei – Água Grande
07 Tragédia Esperança Nova Jingubê – Boa Morte – Á. Grande
08 Tragédia Forminginha Boa Morte – Água Grande
09 Tragédia Madredense Madre Deus – Água Grande
10 Tragédia Marquês de Natua Caxoeira – Mexochi
11 Tragédia Africano de Cova Barro Cova Barro – Mexochi
12 Txiloli de S. Amaro – Batelo Santo Amaro
COROS
01 Coral da Conceição “Coro Claret” Conceição – Água Grande
02 Coral Santa Cicilia Paróquia da Sé – Água Grande
03 Coral Voz da Esperança Paróquia Bombom – Mé Zochi
04 Coral Escolar
05 Coral da Fátima
06 Coral de Santo Amaro Paróquia de St. Amaro – Lobata
07 Coral de Guadalupe Paróquia de Guadalupe – Lobata
TEATRO
01 Flor da amizade Galo Canta – Mé Zochi
02 Prato limpo Maianço – Lobata
03 Os Parodiantes da ilha S.Tomé – Água Grande
04 Igreja Matinal Oque-Del-Rei – Água Grande
05 Os Habilidosos de S. Marçal S. Marçal – Água Grande
06 Santomenses da Desejada Desejada – Lobata
07 Doutor Chane Santana – Cantagalo
08 Teatro Famoso de Belem Belém – Mé Zochi
09 Fonó-Pele Ribeira Afonso – Cantagalo
10 Kaba Kuêle S. João da Vargem – A. Grande
11 Sombra de Vento Água Grande
12 Grupo Caravana Africana Água Grande
13 Os Devertidos Água Grande
14 Os Brincalhões
15 Benguela Palha
16 Surpresa de Mucambû Praia Melão
17 Penicete Praia Melão
18 12 Julinhos de S. Marçal S. Marçal
19 STP- Animações S. Marçal
PUITA
01 Kassav dos Cincos S. João da Vargem – A. Grande
02 Puita Atlântico Pantufo – Mé Zochi
03 Puita Sanangungu Cabeça Água – Mé Zochi
04 Puita Bairro Liberdade Bairro Liberdade – Água Grande
05 Puita Água Casada Água Casada
06 Puita Santana Riboque Santana – Cantagalo
07 Puita Bobô Forro Bobô Forro – Água Grande
08 Puita Sal S. Marçal – Água Grande
09 Tafúa de Monte Café Monte Café
10 Puita de Água Izé Água Izé
11 Puita de Conde Conde
12 Puita de Uba Budo Trindade Trindade
13 Puita Suasua de Bairro Popular Santana
14 Puita 15/15 Zandrino Santana
15 Puita Água Tomá Neves
16 Puita Gaspar Neves
17 Puita Tontobô Guadalupe
18 Puita Cobra Preta Água Izé
DANÇO CONGO
01 Danço Congo 30 Setembro Angolares – Caué
02 Danço Congo Mini Neviense Neves – Lembá
03 Danço Congo Esperança Praia Cruz
04 Danço Congo Estrelinha Nova Margarida Manuel
05 Danço Congo Santa Maria Uba Flor
06 Danço Congo Micoló Micoló
07 Danço Congo Pantufo Pantufo
08 Danço Congo Aliança Nova Neves
09 Danço Congo Otótó Ototó
10 Danço Congo Nini Carrossel Almeirim
11 Danço Congo Pioneril Ponte Graça
12 Danço Congo Pioneril Angolares
13 Danço Congo Bobô Cativo Bobô Cativo
14 Danço Congo Maracujá com Sol
15 Danço Chilinhêe Boa Morte
16 Danço Congo Pequinó Angolares
17 Danço Congo Fala Sa Noda Guadalupe
SOCOPÉ
01 Socopé Ubaga Tela Bombom
02 Socopé Herança Nova Margarida Manuel
03 Socopé Linda Estrela Santana
04 Socopé Minigra Otótó
05 Socopé Harmonia Nova Pau Sabão
06 SocopéVera Cruz Neves
07 Socopé Guadalupe Guadalupe
08 Leonino de Guadalupe Guadalupe
09 Ússua do Cruzeiro Cruzeiro
10 Socopé Mariense Neves
CARNAVAL
01 Carnaval Esperança Boa Morte
02 Carnaval Malá Pê Tema Almas
03 Carnaval Laranjina
CARNAVAL MODERNO
01 Os Dredas
02 Jovens do Liceu Nacional
03 K10
04 Power
JOGOS DE BISCA 61 EQUIPAS
01 Micoló
02 Conde
03 Praia Gambôa
04 Obô Longo
05 Cruzeiro
06 Lemos Cima
07 Margarida Manuel
08 Riboque Capital
09 Xapu xapu verde Água Porca
10 Jogo de Cassete (Sr. Varela)
SOIA
01 Grupo de Soia e Ladainha Bombom
CONJUNTO MUSICAIS
01 Sangazuza Água Grande
02 África Negra Água Grande
03 Ekipson Master Água Grande
04 Amigos da Cultura Água Grande
05 Grupo Tempo Água Grande
06 Os Regressados
07 Leonenses
08 Multi-estilo
09 Tuna de Cruzeiro Cruzeiro – Mé Zochi
10 Serenata de Pinheira
11 CTT
12 Batuque de Agostinho Neto Agostinho Neto – Lobata
13 Ferro Gaita Caldeira – Lobata
14 Banda da Ilha
15 Banda FAMA
16 Banda Relíquia
CANTORES INDIVIDUAIS
01 Carlos M. M. d’Almeida “Kálu Mendes
02 Pedro d’Apresentação P. L. “Pêpê Lima
03 Eduardo Lima de Pina “Dua Pina”
04 Carlos Alberto da Rocha Castro “Juka”
05 Gabriel João “João Seria”
06 Domingos Ramos das Neves “Vizinho”
07 António Lima Garrido “Garido”
08 Elsa Maria dos Santos Faustino “Xinha”
09 Sebastiana Fernandes da Silva
10 José Augusto Pereira Vieira “Augusto”
11 Adelino F. P. Santos “Adelino Santos”
12 Luciano d’Almeida “Alcino das Estrelas”
13 José Manuel Mendes d’Almeida “Zezito”
13 Dico Mendes
14 Daniel Lima de Pina “Dany Pina”
15 Vava Pina
16 Eliseu M. R. Trindade “Ely Trindade”
17 Carson L. de Sousa e Luís P. Fernandes
18 António Dias Pereira “Haylton Dias”
19 Celisa M. M. d’Almeida “Cely Mendes”
20 Manuel Conceição Lima “Roque Neto”
21 Adriano Martins Miranda
22 Gilene Catarina da Conceição
23 Bladiler Q. Vera Cruz “Sandrinho”
24 Nelito Borges - Fraguito Monteiro Lima
25 Cerila Caquenha Aguiar
26 Adriano Joaquim da Costa “Alex Dinho”
27 Inácio Nazaré “DomAugusto”
28 Bill Lima Viegas
29 Timóteo Vaz de A. Lima “Timy Jone”
30 Hélder Mendes Rita Cristo Dende
31 Hélder Camblé
CAPOEIRA
01 Grupo Capoeira de S. da Vargem S. João da Vargem
QUINÁ
01 Quiná Ribeira Afonso Ribeira Afonso
DANÇA
01 Dança de Bambu Salvador
02 Mini Pagué
03 Dança Bambú Boa Entrada
04 Plómom Deçu Ototó
Nº DESIGNAÇÃO LOCALIDADE
GRUPOS CULTURAIS
01 Bulawê SAM Paulo Santo Amaro
02 Bulawê Vunvú Malanza
03 Bulawê Samaguana Praia Esquerda
04 Bulawê Espera Marido Angolar
05 Bulawê Ilhéu das Rolas Ilhéu das Rolas
06 Bulawê Chora Vida Angratoldo
07 Bulawê Caço Tema Monte Mário
08 Bulawê 19 de Setembro Ribeira Afonso
09 Bulawê Bulawê Claudino Farro Claudino Farro
10 Bulawê Xiawa Mestre António
11 Bulawê Anda com Bebé Praia Melcia Alves
12 Bulawê 26 de Novembro Neves
13 Bulawê Gingumbwé Neves
14 Bulawê Kassave dos cinco Conde
15 Bulawê Morro Peixe Morre Peixe
16 Danço Congo Pequinó Angolares
17 Danço Congo Fala Sa Noda Guadalupe
18 Puita 15/15 Zandrino Santana
19 Puita Água Tomá Neves
20 Puita Gaspar Neves
21 Puita Tontobô Guadalupe
22 Puita Cobra Preta Água Izé
23 Socopé Mariense Neves
24 Dança Bambú Boa Entrada
25 Txabeta Generosa
A protecção da propriedade intelectual, não só garante ao autor poder de decisão sobre o
que fazer com a sua obra, e a exclusividade desse poder, como também afecta a forma em
como esta criação pode ser convertida em proveito económico, pela sua reprodução e
publicação.
DIREITOS CONEXOS
Grande parte dos trabalhos criativos protegidos pelos direitos autorais requer distribuição
em massa, comunicação e investimento financeiro para a sua divulgação (publicações,
gravações sonoras e filmes). Deste modo, os criadores muitas vezes, vendem ou licenciam
os direitos de autor das suas obras, a particulares ou empresas melhor posicionadas no
mercado, em troca de pagamento.
Estes direitos conexos evoluíram conjuntamente com as obras protegidas pelos direitos de
autor e fornecem direitos similares apesar de serem mais limitados e de duração mais
curta. O propósito dos direitos conexos é o da protecção legal dos interesses de
determinadas pessoas e entidades legais que contribuem para tornar as obras públicas ou
que produzem material que, apesar de não ser qualificado como obra sob a protecção do
sistema de direitos de autor, contém criatividade suficiente ou competências técnicas e
organizacionais que justifiquem o reconhecimento de um direito de propriedade
semelhante ao direito de autor.
A legislação sobre direitos conexos estabelece que as produções que resultam das
actividades dessas pessoas ou entidades merecem igualmente protecção legal, dado que se
conectam com a protecção de obras de autoria sujeitas à protecção dos direitos de autor.
Porém, nalguns ordenamentos jurídicos e, particularmente em Portugal, a legislação
estabelece que a “tutela dos direitos conexos em nada afecta a protecção dos autores sobre
a obra utilizada”.
UM EMPREENDEDOR CRIATIVO:
TRANSFORMANDO IDEIAS EM NEGÓCIOS DE SUCESSO
No final dos anos 20, a propriedade intelectual havia se tornado cada vez mais importante
para os negócios, e os computadores pessoais começavam a aparecer sobre todas as
mesas; funcionários se transformaram em profissionais do conhecimento; as empresas
começaram a focar na gestão do conhecimento e as informações cruciais eram
armazenadas em bases de conhecimento conectadas – teoricamente – por meio de redes
de conhecimento. O resultado foi a economia do conhecimento, um fenómeno que
transformou o negócio do negócio e ajudou economias emergentes inteiras a assumirem
uma posição de concorrente global.
O surgimento dos computadores de baixo custo originou uma rede poderosa que vem
transformando as oportunidades de aprendizagem e comunicação. O aspeto mágico dessa
rede não é apenas que ela acaba com a distância e faz com que todos sejam vizinhos. Ela
também aumenta drasticamente o número de mentes brilhantes que podem trabalhar em
conjunto – e isso eleva a taxa de inovações a um nível espantoso.
Como um país que conta com uma longa história e um rico património cultural, a China
sempre experimentou uma forte procura por produtos culturais. Atualmente, as indústrias
estão fabricando produtos para marcas internacionais, tornando a China um dos maiores
países exportadores do mundo, mas estes produtos s~o “made in China” e n~o “criados na
China”. Como resultado, a nova geraç~o chinesa est| jogando jogos coreanos e assistindo
desenhos animados japoneses e filmes de Hollywood. O povo chinês está cada vez mais
cercado de produtos originários da criatividade e da cultura de outros países.
Uma pesquisa de 2006 sobre o consumo de produtos criativos em Xangai demonstrou que
o grupo na faixa de 20 a 35 anos de idade tem uma grande preferência para as marcas
internacionais comparadas às marcas locais, e essa tendência é ainda mais forte nos
grupos mais jovens. Essa tendência é causada pela ideia dominante de que a cultura e a
economia são entidades separadas; no entanto, as indústrias criativas podem ajudar a
inverter essa tendência. O foco das indústrias criativas é a cultura e a criatividade, e essas
se estendem a outras indústrias relacionadas, na forma de uma cadeia de valor,
proporcionando formas mais amplas de geração de produtos de valor agregado e serviços.
Na China, Xangai era uma cidade pioneira na promoção das indústrias criativas, com o
governo municipal desempenhando um papel fundamental. No 11º Plano Quinquenal da
prefeitura de Xangai, o estímulo das indústrias criativas foi citado como uma questão
fundamental no desenvolvimento das indústrias de serviços modernos. No passado, a
indústria era muito forte em Xangai, mas as atividades estão hoje se deslocando para as
indústrias de serviços e financeira.
Xangai dividiu o seu desenvolvimento de das indústrias criativas em três etapas: parques
para a indústria criativa, grupos da indústria criativa, e projetos para a indústria criativa.
Fase 2: Grupos da indústria criativa – grupos formados de acordo com a arte local e
recursos culturais.
Como resultado, uma gama completa de empresas e negócios da cadeia de valor está
concentrada nesses grupos de forma a promover o desenvolvimento dessa indústria em
particular. As principais indústrias incluem: o grupo de teatro e artes cénicas, o grupo de
cinema e televisão, o grupo de desenhos animados e jogos, o grupo da galeria e o grupo da
propriedade intelectual. Por exemplo, o Grupo Zhangjiang da Cultura e da Tecnologia
Criativa tem atraído empresas envolvidas com quadrinhos e desenhos animados, jogos,
televisão e filmes, e serviços de pós-produção. No momento, esse grupo concentra 70% do
valor total de produção de software de jogos na China, incluindo algumas das principais
empresas de jogos.
Xangai também está tentando promover esses projetos nas indústrias criativas. Para a
World Expo 2010, um projeto criativo está sendo realizado, que vai colocar todos os
elementos atraentes para um participante da Expo Mundial sistema de serviços, incluindo
vestuário, alimentação, alojamento, viagens e entretenimento. Um projeto desse tamanho
possui grande potencial para promover as empresas criativas de Xangai. Todos esses
acontecimentos, de forma tão rápida, requerem um forte apoio do governo. Uma política
de longo prazo e as estratégias relacionadas são necessárias para promover estabilidade
nas indústrias criativas. Além disso, planos de cinco anos são um meio eficaz de informar
as pessoas da direção do desenvolvimento.
Organizada pelo curador, escritor e crítico Simon Njami, nascido em Camarões e residente
em Paris, a exposição foi lançada em 2004 no museu Kunst Palast em Dusseldorf,
Alemanha, onde foi considerada a maior exposição de arte visual africana contemporânea
realizada na Europa. Depois, ela viajou para a Hayward Gallery em Londres, ao Pompidou
Centre em Paris, ao Mori Art Museum em Tóquio e ao Moderna Museet em Estocolmo e,
mais recentemente, à Johannesburg Art Gallery de Gauteng, África do Sul.
1 Jonathan Jones, “Africa Calling”, The Guardian, quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005. Disponível em:
http://remixtheory.net/?p=116
Por vários anos, a África tem proposto uma série de eventos para promover diversas
formas de expressão artística. A Bienal de Arte Contemporânea Africana de Dakar
contribui, sem dúvida, de forma fundamental para garantir a divulgação de artistas e a
difusão de obras criativas contemporâneas, dentro e além do continente.
Vários eventos importantes estão previstos para 2008. O primeiro é o África Now, um
programa importante sob iniciativa do Banco Mundial e em homenagem à África. O
segundo é o primeiro Foire d'Art Contemporain Africain de Tenerife, na Espanha. Além
disso, a Bienal está associada ao secretariado da UNCTAD para o lançamento da iniciativa
“Creative África” durante a Conferência Ministerial da UNCTAD XII a ser realizada em abril,
em Accra, Gana. Para a ocasião, uma exposição de arte contemporânea africana irá revelar
a amplitude de talentos africanos no campo das artes visuais, mostrando novas
abordagens na arte e em design e sensibilizando a opinião pública sobre as criações
contemporâneas na África. Creative Africa apresentará o trabalho de artistas de 10 países
africanos através de quadros, esculturas e colagens.
Com mais de 45% de seu território em reservas florestais, a Colômbia detém 10% da
biodiversidade mundial e possui um grande potencial de crescimento nos negócios
baseados na biodiversidade.
Em 2007, a World Conservation Society e a Edun, uma empresa de roupas fundada por Ali
Hewson e seu parceiro Bono, vocalista da banda de rock U2, estabeleceram a Iniciativa
Conservation Cotton para melhorar o sustento das comunidades da África, investindo em
algodão sustentavelmente cultivado.
A marca ética de camisetas da Edun, Edun Live, produz camisetas de algodão orgânico que
não são populares apenas nas outlets, mas também nos shows internacionais do U2, nos
quais elas são vendidas em parceria com a Hard Rock International, criando
consciencialização do público e apoio financeiro para os produtores de algodão orgânico
da África.
Em parceria com a MADE-BY, uma organização sem fins lucrativos cuja missão é melhorar
os padrões sociais e ambientais da indústria da moda, a Edun, por meio de sua marca
registada Edun Live, produz camisetas do “cultivo { produç~o” na África subsaariana. A
MADE-BY auxiliou a Edun a realizar a conformidade com os padrões internacionais de
produção legal, ética e humana, bem como com a instalação de uma instalação de
tratamento de águas residuais em sua estação no Uganda.
Seidnaly Sidhamed, também conhecido com Alphadi, nasceu em 1 de junho de 1957, filho
de pais comerciantes, em Timbuktu, Mali. Um entre nove filhos cresceu no Níger na
companhia dos seus irmãos e gostava de maquiar a sua mãe e as suas irmãs. Estudou
também a maquiagem das atrizes de filmes hindus.
Enquanto jovem, esse futuro designer já se sentia intrigado com tudo o que poderia
aprimorar e melhorar a beleza feminina. No Níger, no entanto, a moda era um tabu para os
meninos.
Embora seu pai esperasse que Alphadi seguisse uma carreira médica ou trabalhasse na
empresa da família, ao finalizar o ensino médio foi para Paris para estudar turismo. Nesse
centro de moda, conseguiu assistir desfiles e também fez cursos noturnos no atelier
Savard Chardon. Após concluir os seus estudos, aceitou um cargo de diretor do Ministério
do Turismo, no Níger, mas ainda mantinha a sua paixão pela moda. Enquanto trabalhava
no Ministério, continuou a aperfeiçoar as suas habilidades de moda, recebendo
professores do Chardon Savard no Níger.
Em 1985, dois anos depois de ter decidido dedicar a sua vida à moda, apresentou a linha
de alta-costura que havia criado no seu primeiro desfile, realizado na Cidade da Luz
durante a Feira Internacional de Turismo. A partir desse momento, Alphadi obteve vários
êxitos, incluindo o prémio de Melhor Designer Africano da Fédération Française de la
Couture et du Prêt-à-porter, em 1987. Os seus desfiles são conhecidos em todo o mundo:
Abidjan, Bruxelas, Nova York, Niamey, Paris, Quebec, Tóquio, Washington. Em 1999
expandiu a sua marca com a criação de uma linha de roupas desportivas chamada Alphadi
Bis. Com a Wrangler criou o Jeans Alphadi, e o ano 2000 presenciou o lançamento do l'Air
d'Alphadi, o primeiro perfume com a assinatura de um costureiro africano.
Após 20 anos de carreira na moda, com desfiles organizados em todo o mundo, boutiques
na África, Europa e Estados Unidos e, o mais importante, uma marca respeitada
internacionalmente, Alphadi é um dos mais conhecidos designers africanos do continente.
Entusiasmado, muito afável e experiente, esse artista está sempre pronto para falar sobre
a sua |rea. Inspirado pelas ricas tradições e cores da África, Alphadi acredita “firmemente
que moda e cultura são as indústrias que podem elevar a África às posições das nações
prósperas".
Localizado próximo ao maior pico da África do Norte, Monte Toubkal, o spa-hotel Kasbah
du Toubkal em Imlil, Marrocos, recebeu diversos prémios da comunidade ambiental,
incluindo um prémio de turismo responsável do governo do Marrocos.
A cultura e o ambiente de Marrocos permanecem sendo uma atração e um valor real. Por
exemplo, o spa Toubkal, cercado por plantações de maçãs, cerejas e nozes, é administrado
com a ajuda da comunidade local e ecologicamente viável Berber.
Fonte: Madhu Puri, Word’s Best ecospas: 10 remote spas that combine nature and nurture.
DESIGN COMO UM INGREDIENTE FUNDAMENTAL PARA O CRESCIMENTO
Na sua juventude, Ingvar Kamprad começou a comprar e a vender uma variedade de itens
e reinvestir os seus lucros. Enquanto ainda era adolescente, ele fundou o que viria a
tornar-se uma empresa multibilionária de design de interiores, a IKEA, que emprega
104.000 funcionários mundialmente. Em 1947, o lançamento de mobiliário na linha de
produtos da empresa obteve tal sucesso que, em 1951, ele retirou todas as outras linhas
de produtos e decidiu focar em móveis.
O processo de design começa sempre com o preço. A vis~o que Kamprad teve de “criar um
quotidiano melhor para muitas pessoas” tem guiado a sua empresa, estimulando a
criatividade e pressionando-a sempre para buscar novas soluções revolucionárias no
design. O objetivo é produzir produtos funcionais de design diferenciado, e ainda assim
torná-los acessíveis ao maior número possível de pessoas e, ao mesmo tempo, incentivar a
inovação.
Com um conceito forte, que se caracteriza pelos valores suecos – o design escandinavo –,
um ambiente saudável, consciência de baixo custo e uma cultura corporativa informal, a
IKEA não só ajudou a colocar a Suécia no mapa, como Ingvar também usa a sua origem
como mecanismo para atingir os seus próprios objetivos, uma vez que não é um programa
personalizado de políticas que explica o sucesso da empresa, mas sim as condições gerais
que ajudaram a empresa a crescer. O professor Richard Florida, autor de The Rise of the
Creative Class, coloca a Suécia em primeiro lugar na sua lista de índice de criatividade
global.
Um fantoche é um objeto feito pelo homem que, geralmente – mas não necessariamente –
representa um personagem, é operado diretamente por um manipulador ou indiretamente
com a utilização de fios, outro meio mecânico ou controlo remoto. No teatro de fantoches
contemporâneo, os fantoches são frequentemente chamados de "objeto criativo", de
acordo com as artes cénicas. O teatro de fantoches envolve a manipulação desses objetos e
pode ser encontrado em quase todas as sociedades humanas, tanto como entretenimento
quanto cerimonial em rituais e celebrações, como o carnaval brasileiro.
A Roménia figura entre os países europeus que possuem teatros de fantoches ativos. É um
dos oito países co-fundadores (juntamente com a Áustria, Bulgária, Checoslováquia,
França, Alemanha, Iugoslávia e União Soviética) que criaram a União Internacional da
Marionete (UNIMA), uma decisão tomada em Praga, em maio de 1929. Deve-se ressaltar
que, do ponto de vista da história cultural, a UNIMA foi, de forma geral, o primeiro
organismo internacional no mundo do teatro.
A UNIMA, uma ONG afiliada à UNESCO, reúne pessoas de todo o mundo que contribuem
para o desenvolvimento da arte do teatro de fantoches com o objetivo de utilizá-la na
busca de valores humanos, como a paz e a compreensão mútua entre os povos,
independentemente de raça, convicções políticas ou religiosas e diferenças culturais, em
conformidade com o respeito aos direitos humanos fundamentais, conforme definido na
Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, de dezembro de 1948. O
Centro Nacional da UNIMA da Roménia implementou inúmeras iniciativas sob a liderança
de Margareta Niculescu, que foi eleita como membro do Comité Executivo Internacional da
UNIMA e, posteriormente, como presidente de tal organização, em 2000.
Fonte: Liviu Berehoi, mestre manipulador de fantoches que trabalhou por mais de 25 anos
para o Teatro Tandarica e é um colaborador regular do Teatro de Fantoches de Genebra.
BRAND JAMAICA COMO O LAR DA REGGAE
A criatividade representa um dos ativos mais distintos da Jamaica e uma das suas
vantagens competitivas como país. Através da sua música, moda, dança e culinária, a
cultura jamaicana continua a influenciar e a causar impactos sobre a cultura popular
global, como tem feito desde a introdução do Garveyismo, do Rastafari e da música reggae.
A exploração desse setor pela Jamaica é fundamental para realizar ganhos de
desenvolvimento a partir do comércio internacional, conforme foi destacado no Consenso
de São Paulo da UNCTAD.
As Nações Unidas estimam que as indústrias criativas estejam crescendo a uma taxa mais
rápida que a economia mundial em geral. Mesmo assim, ainda há uma escassez crítica de
estatísticas empíricas sobre a contribuição da música jamaicana ou das indústrias criativas
para o PIB nacional. Isso resultou numa repetida desvalorização desse setor numa
variedade de estudos, com estimativas que variam de $1,5 a $1,7 biliões em receitas.
A Brand Jamaica é uma campanha de criação de marca de negócios para expandir o perfil
do país com um destino principalmente de lazer, celebrado pelos seus ícones culturais e
atletas, a um país no qual os negócios desempenham uma função ainda maior. A Brand
Jamaica, na sua maior parte, é uma evolução orgânica acionada pelos empreendedores
criativos do país e seus produtos culturais. Há uma década, o Governo despertou para o
potencial da cultura e das indústrias criativas como uma importante estratégia económica
para o crescimento nacional, sinalizada pela inclusão da música e do entretenimento como
um grupo estratégico da Política Industrial Nacional de 2006. A responsabilidade pela
promoção do setor coube à agência de promoção do comércio e investimento do país, a
Jamaica Promotions Corporation (JAMPRO). A agência, em parceria com a indústria
musical, promoveu o desenvolvimento da campanha da marca nacional Sounds of
Jamaica™, lançada na Marché International de l’édition musicale (MIDEM), a maior feira de
negócios da indústria musical do mundo, em 1997 na França. A iniciativa estimulou a
indústria musical jamaicana numa demonstração inédita de cooperação estratégica. No
entanto, após um período vibrante de ativa gestão e ativação de marca e de participação
em apresentações de comércio entre 1997 e 2000, a iniciativa perdeu espaço. A
fragmentação dos diversos aspetos das indústrias criativas da Jamaica entre os cinco
ministérios e, no mínimo, seis agências sem o benefício de um plano principal acionado
por setores resultou numa duplicação escalonada, em inércia e em perda contínua de
oportunidades de geração de riqueza. Além disso, a Jamaica possui uma reputação
internacional de “oportunista” que afeta negativamente a confiança do mercado na sua
consistência da oferta, proteção legal e práticas de negócios.
É notável ver que o setor criativo afetou os grupos tradicionalmente vulneráveis à medida
que a riqueza cultural da Jamaica, na sua maior parte, foi produzida pela classe mais
carente e marginalizada. A expressão criativa e o património popular da população
carente evoluíram para um fenómeno global, com muitos exemplos de jovens saindo da
pobreza por meio de seus talentos, e apesar da sua falta de experiência profissional. Desde
o momento inicial da história musical da Jamaica, foram os jovens que alimentaram o
crescimento dessa indústria como artistas, produtores, promotores e agentes. Os
primeiros pioneiros e lendas incluíram marcas como Studio One e Treasure Isle e artistas
como Skatallites, Jimmy Cliff, Toots & the Maytals, Prince Buster, Alton Ellis e Bob Marley
& The Wailers. Atualmente, os jovens continuam a alimentar o legado da riqueza criativa e
a desenvolverem-se por meio do seu capital criativo, realizando o crescimento individual e
comunitário. Tradicionalmente, a música jamaicana tem sido uma indústria bastante
orientada pelo sexo masculino, com poucas artistas mulheres, como Millie Small ou Márcia
Griffiths, e um número menor ainda de mulheres gestoras, promotoras e produtoras, como
Sónia Pottinger.
Nos últimos cinco a dez anos, no entanto, as mulheres tornaram-se visíveis na cena de
entretenimento da Jamaica, com um número inédito de artistas solo, gestoras e
promotoras do sexo feminino, bem como nas áreas de serviços jurídicos e financeiros,
engenharia e produção de vídeo.
De modo geral, a criatividade da Jamaica conseguiu um lugar na arena global apesar do seu
pequeno tamanho e da gestão inexperiente das suas indústrias criativas. Para que a
Jamaica e o Caribe sobrevivessem num mundo globalizado, os criadores de políticas e as
partes interessadas que buscam o crescimento económico e a criação de empregos devem
posicionar as indústrias criativas como o elemento fundamental de qualquer estratégia
séria de desenvolvimento.
Licitação cega, por meio da qual um distribuidor exige que uma operadora solicite
um filme sem tê-lo visto.
A média parece dividida entre a média orientada aos lucros e de propriedade comercial, a
média de propriedade do governo e a média de propriedade comunitária.
A televisão comercial aceita essas cotas de conteúdo local (e o custo maior do conteúdo)
como o preço que ela deve pagar pela licença operacional. Ela atrai a criatividade dos
escritores, diretores e produtores, que criam programas de sucesso local que, apesar de
seu alto custo, ainda lucram, atraem grandes públicos e desenvolvem a fidelidade ao canal.
Por outro lado, a transmissora pública (SABC) possui as suas próprias contradições. Ela
possui uma rígida obrigação de serviço público, uma quota de conteúdo local de 80% e
uma ordem de pagar a sua operação por meio de programas comerciais. Naturalmente, ela
também deseja lucrar de modo a possibilitar dispêndios de capital adicionais; assim, ela se
esforça para comprar os programas de sucesso importados mais baratos e também os
formatos esterilizados que geram mais renda por menos riscos. No entanto, ela também
tenta aumentar a atração popular e a renda resultante dos programas populares locais.
Porém, o conteúdo local lucrativo nem sempre é possível para uma transmissora pública
obrigada a produzir uma programação educacional e de informação ao público
(provavelmente, um programa sobre Leis e direitos dificilmente atrairá a mesma renda
que uma novela). O conteúdo dos programas da televisão pública é amplamente orientado
em direção às provisões das prioridades governamentais e obrigações constitucionais.
Assim, os temas dos programas são intimamente relacionados { “formaç~o da naç~o”,
desde a prevenção contra o VIH/SIDA à igualdade entre os sexos e a não discriminação.
Até mesmo as novelas públicas locais têm intenções sociais e os modelos globais de um
drama socialmente responsável são seguidos à risca.
O setor televisivo cresceu de maneira apreciável. O aumento nas rendas de anúncios nos
anos de 2000-2006 indica um crescimento excessivo em relação aos outros índices
nacionais, já que as rendas de anúncios de televisão cresceram mais de 259% e as de
cinema, 564% no mesmo período (AC Nielsen).
Esse crescimento de renda teve que pagar pelo produto local. De 2000 até à atualidade o
conteúdo local cresceu em três vezes, substituindo o produto importado bem mais
lucrativo. Infelizmente, isso não causou um impacto significativo sobre a criação de
empregos. Os equipamentos menos caros também geraram maior eficiência, já que menos
pessoas são necessárias para realizar mais trabalho. Existem percepções que as pessoas
ocupadas estão trabalhando mais e não têm tempo para treinar os novatos, que acabam
demorando para adquirir experiência. Apesar do enfoque do país no treino baseado em
resultados, há um lento crescimento no número de formadores baseados nos resultados.
O conteúdo sul-africano causou pouco impacto global. Existe um fluxo regular de novelas
nos outros países da África, mas eles pagam muito pouco por esse conteúdo, embora as
vendas recebam estímulo da média quando são realizadas, como na Jamaica. Sempre
houve um fluxo estável de programação sobre a vida selvagem, mas eles são obrigações
dos canais globais. As vendas são feitas no Caribe e, enquanto a África do Sul compra
filmes de Hollywood e Bollywood, não existe um fluxo recíproco. Dessa maneira, o resto do
mundo é um sério concorrente e os primeiros sinais da promoção cultural da África do Sul
podem ser aparentes na Copa do Mundo de Futebol de 2010.
Ainda assim, a África do Sul possui uma grande lição para oferecer ao mundo: se você vai
promover sua indústria televisiva, faça isso de modo ativo e vigoroso.
As lições de muitos outros países mostram que uma ação honesta e deliberada ao longo de
um período causa um impacto. A crença do governo de que as indústrias criativas devem
pagar-se a si próprias é o grande motivo pelo qual o crescimento tem sido pequeno e o
comércio global insignificante.
Também não têm existido qualificações, empregos, volumes de negócios ou auditorias da
contribuição fiscal formais ou estatisticamente aceitáveis. Não existe um padrão nacional
para a educação e o treino para filmes e televisão.
Em conclusão, a promoção agressiva das cotas de conteúdo local aumentou a indústria sul-
africana e comprova o fenómeno mundial de que as pessoas gostam da programação local,
mas ela também mostra que isso não é suficiente. Deve haver também uma abordagem
agressiva e abrangente que cobre toda a extensão da cadeia de valor, desde o
desenvolvimento de ideias, treino e produção até o marketing e a distribuição.
O setor privado nigeriano tem sido muito ativo na indústria cinematográfica ao fornecer
conteúdo e produção, bem como instalações para exposição no país.
No entanto, ele também pode aproveitar as enormes oportunidades para investir no setor.
Entre as áreas de investimento estão formação e capacitação, desenvolvimento da
comunidade cinematográfica, distribuição e marketing, locação / vendas de equipamentos,
e fabricação / montagem de cenários, equipamentos e bens de consumo cinematográficos.
Os filmes domésticos são únicos e especiais na Nigéria quanto ao seu formato de produção
e distribuição. Vários fatores podem ter sido responsáveis por isso: o elevado custo de
produção e pós-produção em filmes de celulóide, a infraestrutura decadente dos cinemas,
a falta de profissionais capacitados em tradição cinematográfica, etc. Os produtores
nigerianos encontraram, portanto, um formato de vídeo alternativo para proporcionar
entretenimento às pessoas. Eles também aperfeiçoaram o sistema de distribuição,
utilizando os canais de comércio informais existentes e as lojas de outros produtos
complementares, por exemplo, as lojas de eletrónicos, supermercados e ambulantes.
A indústria de cinema e vídeo, se desenvolvida adequadamente, pode ser uma fonte muito
importante de riqueza para todo o país, principalmente devido à sua contribuição para o
PIB. Tal indústria consiste, também, numa ferramenta muito poderosa para a
comunicação, educação, integração cultural e projeção da imagem.
É uma arte e uma indústria cujo desenvolvimento deve ser de grande interesse nacional
tanto por causa de sua função social quanto pelo seu valor económico.
O turismo cultural é uma forma de reduzir a pobreza, mas também um risco para a
preservação dos valores tradicionais dos povos. O Peru é um país com uma natureza rica e
variada, um lugar de contrastes. O seu povo possui uma cultura de mil anos de idade na
construção de canais de irrigação, o que lhes permite cultivar áreas que anteriormente
eram desertos. O seu património, incluindo o antigo império Inca, Cuzco e a cidade perdida
de Machu Picchu, é espetacular.
As tradições peruanas são inconfundíveis e o turismo cultural parece ser uma boa
alternativa para aumentar a qualidade de vida e a autoestima das pessoas, com a criação
de novos empregos, resultando em crescimento económico e desenvolvimento social.
Pode-se pensar que é uma tarefa fácil. O Peru possui florestas, praias, montanhas, sítios
arqueológicos, povos indígenas com uma rica tradição de artesanato; é um país que
oferece aventura. Consequentemente, parece que é só uma questão de fazer propaganda
que, certamente, os turistas responderão. E eles têm respondido. O turismo é a terceira
atividade económica mais importante no Peru, empregando 500 mil pessoas para atender
os 1,6 milhões de visitantes que gastaram US$ 1,5 milhões no país, em 2006.
Certamente, o turismo ajuda-os a viver com mais conforto e, com isso, os índices de
qualidade de vida dos peruanos melhoram.
Cuzco é uma bela cidade colonial, que ocupa o sétimo lugar no Peru em número de
habitantes, com população de 304.152 pessoas. A capital histórica do Peru, Cuzco, foi
declarada Património da Humanidade pela UNESCO, em 1983. Ela costumava ser uma
região predominantemente de agricultura e mineração, mas, nos últimos anos, o turismo
passou a ser sua principal atividade económica. A praça central de Cuzco parece um centro
comercial, com festas animadas à noite. A cidade está experimentando um crescimento
económico acentuado. De 2005 a 2006, o nível de emprego aumentou 6% e as receitas
fiscais aumentaram 168,9%. Devido a essa perspetiva, a expansão do turismo histórico e
cultural é uma notícia muito boa.
Machu Picchu é a fortaleza escondida do antigo Império Inca. Descoberta pelo mundo
ocidental em 1911, visitar os seus palácios, templos e os mais de 150 edifícios, a maioria
deles com seis séculos de idade, é uma experiência de tirar o fôlego. Lá, é possível apreciar
plenamente a complexidade da cultura híbrida nascida da fusão entre os espanhóis e os
incas. Não é nenhuma surpresa que o número de visitantes das ruínas de Machu Picchu
aumente 5% ao ano.
As pessoas que vivem na pequena cidade de Ocongate, que também está localizada no topo
das montanhas andinas, esperam ter um destino semelhante. Isso porque há uma imagem
do Senhor de Qoyllur Rit'i (que em quíchua significa algo como Neve das Estrelas)
esculpida na rocha no topo do monte Ausangate, de 6.362 metros de altura. E há uma
tradicional festa em homenagem ao Senhor de Qoyllur Rit'i que atrai mais de 10 mil
pessoas de vários países todos os anos. Investimentos foram feitos, a estrada está
melhorando, as pessoas estão realizando novas construções e restaurando as antigas para
atrair mais turistas – e eles já estão chegando. No entanto, tais resultados devem ser
alcançados sem que as pessoas percam algo que é fundamental para o sucesso: a
autenticidade.
O SEE Turtles é um projeto de ecoturismo sem fins lucrativos que opera atualmente no
México, Costa Rica e Trinidad e Tobago. Indo além do ditado do ecoturismo que diz "deixe
apenas pegadas", o SEE Turtles sugere que os turistas devem criar um impacto positivo
através do turismo de conservação – definido como uma viagem que apoia as iniciativas
para proteger espécies ameaçadas de extinção por meio de doações e benefícios às
comunidades locais.
As comunidades beneficiam-se dos gastos diretos e indiretos dos negócios locais próximos
aos pontos de tartarugas marinhas. Essa renda ajuda os moradores a valorizarem essas
criaturas como um importante recurso a ser protegido e inspira o apoio local.
Principais políticas
Principais problemas
Principais políticas
Principais problemas
Principais instrumentos
2
Principais problemas
2. PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES
Promoção de incubadores.
Programas de formação, apoio e acompanhamento ao empreendedorismo e
criação do auto-emprego.
Desenvolvimento institucional.
Preservação do património cultural.
Promoção de atividades de estudos e pesquisas.
Promoção da dinamização cultural.
Campanha alargada de informação e sensibilização.
Legislação sobre direitos autorais e conexos.
3
Candidatura a património Mundial (UNESCO)
3. COMENTÁRIOS
É o país das mil frutas e sete variedades de banana, do cacau e das roças, da
gente sorridente e das galinhas à solta diante do palácio presidencial. É um dos
países mais pobres do mundo, mas sobra-lhe felicidade no leve-leve que é o seu
ritmo oficial. São Tomé e Príncipe é um paraíso, diz quem lá vai — e quem lá
vive, no fundo, não obstante todas as dificuldades, não foge muito dessa ideia.
O cenário é luxuriante: duas ilhas e alguns ilhéus que ancoraram na costa
ocidental africana, sobre a linha do equador — tropical é a sua natureza, literal
e metafórica. Não se esperem grandes cidades — nem a capital, São Tomé, chega
perto — ou acessibilidades fáceis ou mesmo grandes resorts — o turismo ainda
é incipiente e percebe-se alguma aposta no crescimento sustentável com
projectos de vertente ecológica mais ou menos marcada.
Esperem-se, sim, florestas virgens e praias desertas com colares de palmeiras,
vales escondidos e montanhas abruptas, rios e riachos à solta, avifauna única e
flora endémica às centenas — tudo sobre um verde de mil matizes (e carros
calejados para enfrentar os acidentes geográficos destas paragens ou pernas
bem treinadas em caminhadas húmidas).
No ilhéu das Rolas pisa-se o equador, no Príncipe perdemo-nos em floresta
virgem nesta reserva da biodiversidade mundial, em São Tomé descobrimos nas
roças a herança lusa e, mais uma vez, somos brindados com a generosidade são-
tomense. E já falamos da alegria? A natureza é pródiga em São Tomé e Príncipe
mas as pessoas também – esbanjam alegria.
4
O desenvolvimento das indústrias culturais e criativas, em associação à promoção
turística e ao incremento dos visitantes no país, constituiria um notável progresso
para o desenvolvimento socioeconómico do país por via da criação de emprego, de
qualificação dos profissionais da cultura e de aumento do PIB, além de acrescentar
um enorme contributo à identidade territorial dos santomenses.
3.2. Face à falta de consenso sobre a classificação das ICC, adotou-se a classificação
da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento UNCTAD).
Património cultural
— Expressões culturais tradicionais: artesanato, festivais e celebrações.
— Locais culturais: locais arqueológicos e culturais.
Artes
— Artes visuais: pintura, escultura, fotografia e antiguidades.
— Artes cénicas: música, teatro, dança, ópera, circo, marionetas.
Média
— Editoras e médias impressas: livros, imprensa e outras publicações.
— Audiovisuais: cinema, televisão, rádio e outras transmissões.
Criação funcional
— Design: interiores, gráfico, moda, joalharia, brinquedos.
— Multimédia: arquitetónico, publicidade, cultural e recreativo, I&D
criativo, outros serviços digitais.
— Serviços criativos: arquitetónico, publicidade, cultural e recreativo, I&D
criativo, outros serviços digitais.
3.4. Todos os interlocutores falaram das diversas formas de cultura, mas pouco se
faz por ela, já que não existem quaisquer referências às indústrias criativas e
culturais; a cultura tem sido relegada para plano secundário; as atividades
relacionadas com os subsetores culturais e criativos estão presentes, mas sem
pujança e, em muitos casos, carecidas de significado artístico e cultural nacional.
3.5. A mudança a efetuar terá que ser profunda porque as ICC necessitam de novos
conteúdos ao nível da criação, de ferramentas e materiais produtivos adequados,
de distribuição e disseminação por canais internacionais e de novas parcerias para
receção e exibição dos produtos culturais santomenses. Efetivamente há muitos
problemas na logística a montante (receção, armazenamento e distribuição de
5
fatores produtivos), nas operações de transformação com criatividade e
complementaridades com outras organizações, na logística a jusante
(armazenamento, transporte, distribuição) e no marketing e venda (publicidade,
exportação…).
6
17:30
Amílcar Baía ‘Nino’ (Grife Moda)
Sábado
Domingo
04.04 15:00
Armindo Fernandes e Vasco Bonfim (GON FED)
05.04 14:30
Nelson Campos (Dir. da Cultura do MECC), Domingas Aguiar (Dir.
Trabalho e Emprego do MEAS) e Emanuel Montóia (Dir. Ensino
Técnico Profissional do MECC)
7
Dário Paraíso CACAU 9958788
8
Liussakara Almeida Instituto Nacional de Estatística 9811357
Equipa da MundiServiços
Cidade de São Tomé, 5 de março de 2016
9
Revisão da Metodologia do Estudo
Estrutura provisória do Relatório Preliminar
2
Complementaridade do programa proposto com outras acções
implementadas e ou financiadas pela UE e por outros parceiros (p.e.,
Programa Intra-ACP, Programas temáticos DCI-HUM, DCI-NSA, etc.).
Dados estatísticos sobre o património, actividades e operadores culturais
existentes (produção cultural, orçamento e políticas, etc.).
3
No final da reunião, aproveitou-se para marcar reuniões com os representantes
dos serviços que estiveram presentes.
2. PLANO DE TRABALHO
3. AGENDA DE PESQUISA
4
DATAS INTERLOCUTORES
21/Março Reunião de arranque no Gabinete Ordenador Nacional (GON-FED)
com Coordenador do GON-FED, dr. Armindo Fernandes, e
Interlocutor do estudo, dr. Vasco Bonfim
22/Março Reunião de arranque no Gabinete Ordenador Nacional (GON-FED)
com Coordenador do GON-FED, Interlocutor do estudo, Diretora
Geral do Trabalho e do Emprego do Ministério do Emprego e dos
Assuntos Sociais (MEAS) e Diretor Geral do Ministério da Educação,
Ciência e Cultura (MECC)
23/Março Reunião com Sua Excelência, o Ministro do Emprego, Trabalho e
Assuntos Sociais
Entrevista com Diretora Geral do Trabalho e do Emprego
Entrevista com Associação de Música
Entrevista com Representante do Teatro
24/Março Entrevista com Diretor Geral da Cultura do MECC
Reunião GON-FED, MEAS, MECC, SNAPI, Direção Geral de Turismo e
Instituto Nacional de Estatística
Entrevista com Diretor Geral da Cultura do MECC
Entrevista com Departamento Direitos Autor (MECC)
Entrevista com Associação Pica Pau
Reunião com Sua Excelência, o Ministro da Educação, Cultura e
Ciência
Comissão do Património Imaterial (MECC)
25/Março Direção da Indústria e SNAPI (Ministério da Economia e da
Cooperação Internacional – MECI)
CAFUCA
Atelier Rastafá
26/Março CACAU
Domingo
28/Março Direção do Ensino Técnico Profissional e da Educação dos Jovens e
Adultos (MECC)
Direção do Ensino Básico (MECC)
Carlos ‘Bené’ Espírito Santo – amigo das artes
29/Março Reunião com Sua Excelência, o Ministro da Economia
30/Março Entrevistas com as Direções da Indústria, Comércio e Turismo
Reuniões de trabalho com os Diretores Gerais do Trabalho e Emprego
31/Março (MEAS) e e Direção da Cultura (MECC)
01/Abril Outras associações e empresas culturais a definir
Início de elaboração de Relatório Preliminar
Sábado
Domingo
04/Abril Elaboração de Relatório Preliminar
05/Abril Elaboração de Relatório Preliminar
06/Abril Elaboração de Relatório Preliminar
07/Abril Elaboração de Relatório Preliminar
08/Abril Entrega de Relatório Preliminar
5
Prevê-se que os contributos dos interlocutores para o Relatório Final, após
avaliação do Relatório Preliminar, sejam enviados na 4ª semana, até dia 13 de
abril, sendo previsível que se possa entregar o Relatório Final até dia 15 de abril.
4. REVISÃO METODOLÓGICA
6
Realização de entrevistas / foco-grupos (auscultação dos parceiros)
conducentes a diagnóstico, priorizações e opções a realizar em função dos
objectivos do estudo.
Análise PESTLE
Usa-se para listar os factores genéricos que podem causar impactos e forças
sobre um determinado setor ou instituição.
Análise SWOT
Usa-se para identificar as Oportunidades e Ameaças, Potencialidades e
Limitações de uma instituição ou de um setor de atividade.
7
5. ESTRUTURA PROVISÓRIA DO RELATÓRIO PRELIMINAR
1. ENQUADRAMENTO DO ESTUDO
2. CONTEXTO NACIONAL
2.1. Contexto geográfico
2.2. Contexto político-administrativo
2.3. Contexto económico
2.4. Contexto social
8
7.1.7. Música
7.1.8. Património Cultural
7.1.9. Programação
7.1.10. Publicidade
7.1.11. Rádio e TV
7.1.12. Software / Multimédia
7.1.13. ….
7.2. Configuração do setor e ligação a setores complementares
8. QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS
8.1. Sistema de ensino
8.2. Sistema de formação profissional
14. CONCLUSÕES
15. RECOMENDAÇÕES
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
Equipa da MundiServiços
Cidade de São Tomé, 27 de março de 2016
9
3. CULTURA, PRODUÇÃO ARTÍSTICA E DIFUSÃO DAS ARTES
Projetos estruturantes
Visão prospetiva
5. INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA
Património
Emprego e mobilidade
Formação técnico-profissional
correlações favoráveis que Russo & Fouts (1997) e Orlitzky, Schmidt & Rynes (2003)
encontraram em seus estudos entre o desempenho social e ambiental e o económico.
Trata-se de criar produtos e serviços distintivos, que atraiam e retenham talento e capital
para um desenvolvimento económico sustentável, constituindo fator estratégico de
competitividade, geração de emprego e riqueza, meio de reforço da cidadania, alavanca de
coesão social e territorial; veículo de afirmação internacional das comunidades.
TÉCNICAS UTILIZADAS
5 Forças de Porter.
Emanuel Montóia Direção do Ensino Técnico Profissional e 9966686
da Educação dos Jovens e Adultos
Emílio do Nascimento Direção Geral de Turismo 9903508
UNIDO (2009). Developing a Value Chain Diagnostics Tool for Common Practice at
UNIDO. Viena.
Koan Consulting (2008). Plano Diretor de Turismo para São Tomé e Príncipe.
Tradução em 2012.
Lei n.º 4/2003, de 2 de Junho de 2003, publicado no DR. n.º 7. Lei do Património
Histórico-Cultural Nacional.
WOILLET, J. C. & ESPÍRITO SANTO, J. P. (1991). Por uma promoção das micro
pequenas empresas artesanais em São Tomé e Príncipe. Serviço do
Desenvolvimento e da Gestão das Empresas. Genebra.
II. PLANO DE TRABALHO IMPLEMENTADO
DATAS INTERLOCUTORES
21/Março Reunião de arranque no Gabinete Ordenador Nacional (GON-FED)
com Coordenador do GON-FED, dr. Armindo Fernandes, e
Interlocutor do estudo, dr. Vasco Bonfim
22/Março Reunião de arranque no Gabinete Ordenador Nacional (GON-FED)
com Coordenador do GON-FED, Interlocutor do estudo, Diretora
Geral do Trabalho e do Emprego do Ministério do Emprego e dos
Assuntos Sociais (MEAS) e Diretor Geral do Ministério da Educação,
Ciência e Cultura (MECC)
23/Março Reunião com Sua Excelência, o Ministro do Emprego, Trabalho e
Assuntos Sociais
Entrevista com Diretora Geral do Trabalho e do Emprego
Entrevista com Associação de Música
Entrevista com Representante do Teatro
24/Março Entrevista com Diretor Geral da Cultura do MECC
Reunião GON-FED, MEAS, MECC, SNAPI, Direção Geral de Turismo e
Instituto Nacional de Estatística
Entrevista com Diretor Geral da Cultura do MECC
Entrevista com Departamento Direitos Autor (MECC)
Entrevista com Associação Pica Pau
Reunião com Sua Excelência, o Ministro da Educação, Cultura e
Ciência
Comissão do Património Imaterial (MECC)
25/Março Entrevista com Direção da Indústria e SNAPI (Ministério da Economia
e da Cooperação Internacional – MECI)
Entrevista com CAFUCA
Entrevista com Atelier Rastafá
26/Março Entrevista com CACAU
Domingo
28/Março Entrevista com Manuel Montóia (Direção do Ensino Técnico
Profissional)
Entrevista com Ismael do Nascimento (Direção do Ensino Básico -
MECC)
Entrevista com Carlos ‘Bené’ do Espírito Santo, escritor
29/Março Entrevista com Mirian Daio e Dilson Carvalho (Direção Geral do
Turismo)
Entrevista com Nelson Campos de Oliveira (Diretor Geral da Cultura)
Entrevista com Carlos Fernandes, Lagrimino Gomes, Amilton Lima e
Elisande Pontes (Centro de Formação Profissional de Budo-Budo)
30/Março Entrevista com Emílio Pereira (Associação de Jovens Empresários e
de Iniciativas Empresariais)
31/Março Entrevista com Frederico Gustavo dos Anjos, Juvenal Rodrigues e
Clisney Rompão (União Nacional de Escritores Santomenses)
Entrevista com Vladimir Vera Cruz (São Férias – Agência de Booking)
Entrevista com Lourenço da Silva (Fotógrafo)
Entrevista com José Manuel Mendonça ‘Zemé’ (Artista Plástico)
Entrevista com Jorge Dias Correia e Cosme Rita (Câmara do
Comércio)
Entrevista com Intermamata (Fotógrafo)
01/Abril Entrevista com Wando Castro (Organizer – Promoção de eventos)
Entrevista com Carlos Boa Morte (Fórum de Empreendedores
Santomenses e Publicidade & Marketing)
Entrevista com José Bouças de Oliveira (Jornalista Rádio e TV)
Entrevista com Amílcar Baía ‘Nino’ (Grife Moda)
Sábado
Domingo
04/Abril Reunião com Armindo Fernandes e Vasco Bonfim (GON FED)