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mediações da pesquisa
no processo de
formação jurídica
Maria Gessi-Leila Medeiros
Maria do Carmo Alves do Bomfim
Adriana de Almeida Paula da Graça
Organização
O DIREITO EM ANÁLISE:
mediações da pesquisa
no processo de
formação jurídica
2019
Reitor
Prof. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes
Vice-Reitora
Profª. Drª. Nadir do Nascimento Nogueira
Superintendente de Comunicação
Profª. Drª. Jacqueline Lima Dourado
O DIREITO EM ANÁLISE:
mediações da pesquisa no processo de formação jurídica
1ª edição: 2019
Revisão
Francisco Antonio Machado Araujo
Editoração
Francisco Antonio Machado Araujo
Diagramação
Wellington Silva
Capa
Mediação Acadêmica
Editor
Ricardo Alaggio Ribeiro
E-Book.
ISBN: 978-85-509-0496-2
CDD: 340.07
Bibliotecária Responsável:
Nayla Kedma de Carvalho Santos CRB 3ª Região/1188
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 7
A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES E A ATUAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE 17
PROTEÇÃO NO PIAUÍ
Pamella Christine Rodrigues Araujo
Suênya Marley Mourão Batista
A
formação jurídica necessita da inter-relação e da
indissociabilidade entre ensino e pesquisa para que
seja possível despertar nos discentes atitudes críticas
e reflexivas e realizar, sobretudo, a conexão entre teoria e prática.
Nesse sentido, coadunamos com Philippe Meirieu (1998), quando
ele afirma, em sua obra “Aprender... sim, mas como?”, que a função do
professor é estimular em seus alunos o desejo de aprender, ou seja, o
seu papel é “criar o enigma” ou, mais especificamente, “[...] fazer do
saber um enigma: comentá-lo ou mostrá-lo suficientemente para que
se entreveja seu interesse e sua riqueza, mas calar-se a tempo para
suscitar a vontade de desvendá-lo” (MEIRIEU, 1998, p. 91-92).
É nesse contexto que emerge a pesquisa jurídica como um
sistema multifário e complexo, demandando procedimentos e
técnicas para o seu desenvolvimento, abrangendo métodos de
investigação científicos e práticos para a formação de indivíduos
reflexivos, autônomos e criativos, a partir de saberes que ensejem
a compreensão do fenômeno investigado. Desse modo, a pesquisa
equivale a um questionamento sistemático crítico e criativo, associado
a processos de intervenção e de diálogo permanente com a realidade
em sentido teórico e prático, como assegura Demo (2008), em seu
livro “Metodologia para quem quer aprender”.
Corroborando essa mesma perspectiva, Paulo Freire (2007),
em sua obra “Educação e mudança”, afirma que “[...] se o meu
APRESENTAÇÃO 7
compromisso é realmente com o homem concreto, com a causa de
sua humanização, de sua libertação, não posso, por isso mesmo,
prescindir da ciência, nem da tecnologia, com as quais me vou
instrumentando para melhor lutar por esta causa” (FREIRE, 2007,
p. 22). Essa compreensão ratifica a concepção de professor de
Direito como mediador na construção do conhecimento jurídico
na atualidade, visto que ele deve estimular o desejo de aprender em
seus alunos, aguçando a curiosidade destes, oportunizando, em sua
prática docente, a dinâmica da aprendizagem significativa, que se
efetiva de forma plena por meio da pesquisa.
Com base nesses pressupostos, esta obra se destaca,
evidenciando estudos realizados com muita seriedade por
pesquisadores em formação, sob a orientação de professores
comprometidos com a qualidade da formação jurídica e com o
pleno desenvolvimento de todas as potencialidades de seus alunos,
sejam elas intelectuais, afetivas, sociais, criativas ou éticas, com base
na adoção dos novos paradigmas do ensino jurídico, utilizando
e aplicando novas tecnologias de aprendizagem, permeadas por
metodologias ativas e por procedimentos que favorecem a inter e a
transdisciplinaridade.
Desse modo, este livro constitui análises em torno das quais os
autores e as autoras desenvolvem suas reflexões, como dispositivo vivo
da pesquisa como artesanato intelectual, com base em procedimentos
metodológicos possibilitados pelos vieses da pesquisa bibliográfica,
documental e da pesquisa de campo, fundamentadas na abordagem
qualitativa, considerando suas interfaces, conexões e identidades.
Assim, os seus doze artigos trabalham temáticas contemporâneas
do Direito a partir do novo paradigma da complexidade em sua
perspectiva epistemológica, enquanto metodologia operativa,
mostrando pistas sobre novas referências de produção e de saberes
sensíveis, sob o manto da crença da construção de caminhos possíveis
para o Direito experienciado.
Nessa perspectiva, o texto inicial A violência sexual contra
crianças e adolescentes e a atuação dos órgãos de proteção no Piauí,
de Pamella Christine Rodrigues Araujo e Suênya Marley Mourão
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Batista, aborda a violência sexual contra crianças e adolescentes no
Estado do Piauí e tem por objetivo geral analisar o papel dos órgãos
de proteção à criança e ao adolescente no combate à violência sexual
em Teresina-PI nos anos de 2014 a 2016, com base no Estatuto da
Criança e Adolescente. A pesquisa pauta-se no método dialético
e desenvolveu-se por meio de abordagem qualitativa. Quanto os
objetivos, esta pesquisa é básica. Quanto aos procedimentos é
bibliográfica e de campo. A pesquisa bibliográfica fundamentou-se
principalmente nas contribuições teóricas de Shelb (2015), Sanderson
(2005), Maciel (2010), dentre outros. A pesquisa de campo utilizou
como instrumento de coleta de dados o questionário com perguntas
abertas aplicado com cinco sujeitos. Como resultado, ficou
constatado que a violência sexual contra crianças e adolescentes tem
crescido na cidade de Teresina, e que os maiores abusadores são do
seio familiar, ou amigos próximos dos familiares das vítimas.
O capítulo intitulado Internação compulsória de crianças
e adolescentes dependentes do crack: proteção do direito à vida
ou violação do direito à liberdade à luz do Estatuto da Criança
e Adolescente e leis correlatas, de Ilda Maria Nunes Lustosa e
Marcelo Leandro Pereira Lopes, apresenta a internação compulsória
de crianças e adolescentes dependentes do crack, tendo como
objetivo analisar se, no Estado do Piauí, as crianças e adolescentes
dependentes do crack têm proteção do direito à vida ou violação
do direito à liberdade, com base na Lei 10.216/2001 e no ECA,
no município de Teresina-PI. Quanto à metodologia, constitui-se
a partir de uma pesquisa de campo, utilizando como instrumento
de dados o questionário com perguntas abertas, usando o método
dialético e a abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada com o
coordenador e a psicóloga da Coordenadoria de Enfrentamento às
Drogas (CENDROGAS) e o psicólogo da Casa do Oleiro em Teresina-
PI. Como resultados, conclui-se que a internação compulsória, como
medida de tratamento de crianças e adolescentes usuários de crack,
faz-se eficaz e efetiva à necessidade do tratamento, mesmo sem a
vontade do usuário que neste momento vive uma patologia química
que afeta seu psíquico. Por não ser responsável por seus atos, cabe à
APRESENTAÇÃO 9
família buscar, junto ao poder público e judiciário, autorização para
o tratamento que servirá para a recuperação da dignidade humana.
O capítulo Juventude e cidadania: uma análise das políticas
públicas municipais dirigidas aos jovens na cidade de Altos – PI, de
José Edson Dias das Neves e Maria Gessi-Leila Medeiros, analisa a
participação dos jovens nos diferentes projetos apresentados pelo
município de Altos – PI, com base na percepção de que os jovens,
como atores sociais, devem participar ativamente da elaboração e
da implementação das ações voltadas para eles. Tem como objetivo
refletir sobre o processo de constituição da política pública para a
juventude no Brasil, e especialmente em Altos – PI, identificando
aspectos que contribuíram para a formação da política pública para
o referido segmento na atualidade. Como opção metodológica,
optou-se por uma pesquisa de abordagem qualitativa de caráter
documental-bibliográfico, com base nas contribuições de Abad
(2008), Bango (2003), Carvalho (2015), Sposito (2003). Os
resultados demonstraram que há avanços em relação à constituição de
políticas públicas para a juventude brasileira a partir da implantação
da análise de dados da cidade de Altos-PI. No entanto, ainda existem
muitas necessidades que precisam ser sanadas, tendo em vista que,
na maioria das vezes em que houve intervenções por parte do Estado,
ficou evidenciado que se constituíam por meio de medidas paliativas
e pontuais, de modo que os jovens não eram tratados como sujeitos
de direito e, sim, como problema social.
O texto O uso da legítima defesa e estado de necessidade em
favor da vítima de violência doméstica e familiar, de Stéfane Maria
Távora Barbosa e Eduardo Faustino Lima Sá, demonstra como a
permissividade desses institutos pode ser uma forma das vítimas
desse crime reagirem contra seu agressor. Nesse sentido, o objetivo
geral buscou analisar como as excludentes de ilicitude da legítima
defesa e do estado de necessidade podem ser utilizadas por mulheres
que sofrem agressões no âmbito familiar e doméstico. A pesquisa
é de cunho exploratório e de campo, com base nas contribuições
de Almeida (2004), Deuteronômio (1975), Del Piore (1994), Nucci
(2014), Zaffaroni (2013). Os dados foram coletados por meio de
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questionário com perguntas abertas, a partir do método dialético e
da abordagem qualitativa, realizado com jurista e psicóloga. Ficou
constatado como resultado que os institutos de legítima defesa e
estado de necessidade podem ser usados de forma benéfica tanto
para o resguardo da vida das vítimas, como também para um controle
social dos números de violências cometidas no ambiente familiar e
doméstico.
O capítulo O depoimento do policial usado como meio de prova
para a condenação em Campo Maior-PI, de José de Ribamar Veras
Júnior e Francisca Marta Magalhães de Brito, tem como objeto uma
análise constitucional capaz de ensejar a condenação do acusado,
à luz da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
Código de Processo Penal, doutrinas e jurisprudências. Foi utilizada a
pesquisa exploratória, permitindo uma aproximação com o objeto do
estudo, proporcionando a escolha adequada das técnicas utilizadas
na pesquisa. Quanto ao procedimento técnico, é bibliográfica e de
campo, utilizando como instrumentos de informação um questionário
com perguntas abertas, a partir do método dialético e da abordagem
qualitativa. A pesquisa foi realizada com dois operadores do direito,
sendo um assessor ministerial e um defensor público, todos atuantes
na área criminal, possibilitando chegar ao resultado de que não
há, processualmente falando, maiores irregularidades quanto ao
depoimento do policial. Há, apenas, um engodo, de ordem não
processual, quanto à consideração desse depoimento.
As autoras Bruna Rezende dos Santos, Maria Gessi-Leila Medeiros
e Rosíria Mary Gonçalves Coelho, com o capítulo A judicialização
do fornecimento de remédios excepcionais, trabalham o fenômeno
da Judicialização da Saúde cujo tema tem sido foco de debate nos
tribunais pátrios na atualidade. Por conta disso, tem-se observado
o aumento considerável do número de ações judiciais que buscam
garantir a efetivação de tais direitos. Nesse sentido, a pesquisa tem
como objetivo geral analisar que implicações levam à judicialização
do fornecimento de medicamentos excepcionais e qual a atuação do
Judiciário nesse processo, com base na Constituição Federal de 1988,
bem como nas legislações pertinentes e nos julgados no âmbito
APRESENTAÇÃO 11
das varas da comarca de Teresina, capital do Piauí, entre os anos
de 2017 a 2018. Trata-se de uma pesquisa exploratória e de campo,
com fundamento na Constituição Federal de 1988, nas legislações
infraconstitucionais e em doutrinadores como Sarlet (2006), Martins
(2010), Moura (2013), entre outros. Os dados foram coletados por
meio de questionário com perguntas abertas, a partir do método
dialético e da abordagem qualitativa, realizado com um defensor
público do estado, com atuação na capital Teresina – PI; um auxiliar
administrativo da farmácia dos remédios excepcionais; e um Juiz dos
Feitos da Fazenda Pública. Ficou constatado como resultados que a
atuação do poder judiciário nas ações que envolvem judicialização
do fornecimento de excepcional tem sido uma alternativa eficaz para
combater as omissões do poder público, para aqueles que estão
desamparados pelo SUS, em razão da falta de regulamentações nas
listagens do RENAME e da ANVISA, de modo que a ausência de
previsão desses tipos de medicações não é justificativa plausível para
a negativa ao acesso ao fármaco. Entretanto, a saúde, por ser uma
garantia constitucional indissociável do direito à vida, caracteriza-se
como direito de todos e dever do Estado em efetivá-la.
O capítulo Arbitragem no Brasil, aplicações e inovações: a
reforma legislativa da Lei 13.129/2015 e suas melhorias na resolução
de conflitos extrajudiciais, de Sade Natan Amorim Linhares e Arianne
Soares de Souza, trata do uso da arbitragem, como meio alternativo
à solução de conflitos extrajudiciais e principalmente, apresentando
como esse instituto se tornou mais eficiente com a chegada da nova lei,
que introduz dispositivos novos, melhorando a lei base que disciplina
a matéria. O trabalho delineia-se tomando forma com o auxílio de
estudo bibliográfico sobre o tema e da pesquisa de campo, realizada
com profissionais da área. O cerne desta produção é analisar este
meio alternativo, como uma maneira de solucionar a superlotação de
processos do Poder Judiciário brasileiro, e assim refletir acerca deste
método e das suas vantagens. Por fim, entende-se que o presente
estudo abrange um tema muito importante socialmente, mostrando
possibilidades de soluções de litígios, a partir da autonomia das
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partes, atingindo, com isso, a pacificação social, dentro dos conflitos
gerados.
O texto O sistema de repressão penal para o apenado portador
de transtorno mental, de Danielle de Sousa Cunha e Carlos Márcio
Gomes Avelino, tem como foco o sistema de repressão penal para
portadores de transtorno mental. Nesse sentido, o objetivo geral
buscou analisar quais as medidas adotadas para a recuperação
e reinserção na sociedade do apenado portador de transtorno
mental no município de Teresina – Piauí. Quanto aos aspectos
metodológicos, trata-se de uma pesquisa exploratória e de campo,
com base nas contribuições de Amarante (1995), Barros (2003),
Costa (2017), Greco (2011). Os dados foram coletados por meio
de questionário com perguntas abertas, a partir da abordagem
qualitativa e do método dialético realizado com um psiquiatra, um
psicólogo, uma assistente social e um advogado. Ficou constatado,
como resultado, que, no município de Teresina – PI, existem ações
que visam à recuperação e a reintegração dos apenados portadores
de transtorno mental, tendo como viés destas ações a participação
das Equipes de Avaliação e Acompanhamento da Medida Terapêutica
da Pessoa com Transtorno Mental em Conflito com a Lei (EAPs),
possibilitando tratamento adequado e a garantia de seus direitos.
As autoras Nubia Queiroz e Silva e Rosíria Mary Gonçalves
Coelho, com o texto As implicações jurídicas aos criminosos
psicopatas no âmbito do crime passional, buscaram analisar as
implicações jurídicas aos criminosos psicopatas no âmbito do
crime passional. Os procedimentos metodológicos envolvem as
pesquisas exploratória, descritiva, documental, bibliográfica e de
campo. Para o levantamento bibliográfico, utilizou-se a técnica de
análise de publicações que servirão como subsídios para a realização
desta pesquisa, com base em autores como Capez (2016), Caixeta
(2014), Eluf (2015), Silva (2014), entre outros. Como instrumentos
de coleta de dados, utilizou-se a entrevista com uma psicóloga e
dois advogados. Para tratamento dos dados, utilizou-se a técnica
de análise de conteúdo. Através deste estudo, constatou-se que o
psicopata não possui a consciência emocional, ou seja, trata-se de
APRESENTAÇÃO 13
uma pessoa que demonstra racionalidade e não mede esforços no
alcance dos seus objetivos, mesmo tendo que cometer atos ilícitos
penais. Dessa forma, a aplicação da medida protetiva é necessária
juntamente com a internação em hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico.
O capítulo União homoafetiva: o reconhecimento como
entidade familiar no ordenamento jurídico brasileiro, de Carla
Rosânia da Cruz Lima e Suênya Marley Mourão Batista, buscou
compreender os efeitos advindos do reconhecimento da união
homoafetiva como entidade familiar no ordenamento jurídico. A
metodologia da investigação adotou, inicialmente, levantamento
bibliográfico, destacando-se as contribuições teóricas de Dias
(2014, 2015), Ferraz et al (2013), Gonçalves (2014), dentre outros.
Posteriormente, adotou-se pesquisa de campo, utilizando como
instrumento de coleta de dados, entrevistas com perguntas abertas
aplicadas a três pares homoafetivos e três advogados, a fim de verificar
como a temática em estudo vem sendo representada socialmente.
Os resultados da pesquisa assentam que a sociedade ainda não
compreende a união homoafetiva como entidade familiar e que a
discriminação em relação aos pares iguais é o ápice do preconceito
social. Constatou-se que o trabalho de educação social é o ponto
chave para que aconteça uma mudança na realidade da formação
familiar dos casais homoafetivos, contribuindo para dirimir a
discriminação e valorizar o respeito à dignidade da pessoa humana
no âmbito social.
Para finalizar, o texto Direito sucessório nas uniões
homoafetivas, de Amanda de Fátima Silva Abreu e Igor Rodrigues
Leal de Carvalho, apresentou os direitos sucessórios nas entidades
familiares formadas por pessoas do mesmo sexo, à luz do Código
Civil de 2002 e da Constituição Federal de 1988. O estudo tem como
objetivo analisar os direitos e garantias assegurados às entidades
familiares homoafetivas, ao ingresso do cônjuge sobrevivente ao
direito de sucessão com base na legislação vigente. Quanto aos
procedimentos metodológicos, adotou-se a pesquisa bibliográfica e
a pesquisa de campo. A primeira realizou-se a partir da busca por
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fontes cientificas, tendo como base legal a Constituição Federal de
1988, o Código Civil de 2002. A base teórica da pesquisa tem como
principais autores: Dias, (2015), Venosa, (2016), Vargas, (2017),
Gonçalves (2014), dentre outros. A pesquisa de campo foi realizada
com dois advogados e uma coordenadora geral do Grupo Matizes.
Por meio da análise dos dados, constatou-se que a formação familiar
de pessoas do mesmo sexo, no que se refere ao Direito Sucessório, ou
seja, de acordo com as decisões apresentadas, fazem jus às mesmas
garantias das uniões heteroafetivas.
Esta publicação é, portanto, resultado de um árduo trabalho
de pesquisadores que se debruçaram sobre investigações científicas
instigantes, consolidando, com isso, um arcabouço sistematizado de
textos que se destacam no cenário jurídico. Por fim, convido o leitor
a trilhar esse universo temático com o entusiasmo da descoberta,
produzindo, em suas páginas, sua própria compreensão do Direito,
visto que há várias possibilidades de itinerários a serem percorridos.
APRESENTAÇÃO 15
A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES E A ATUAÇÃO
DOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO NO PIAUÍ
Introdução
A
violência, de maneira geral, tem se manifestado cada
vez mais rápido e tem se apresentado de diversas
formas. A prática da violência sexual contra crianças
e adolescentes constitui um dos fenômenos mais frequentes, que
atinge todas as classes sociais, gêneros e raças.
Diante deste cenário, o estudo partiu do seguinte problema:
Qual o papel dos órgãos de proteção à criança e ao adolescente
no combate à violência sexual em Teresina-PI? O objetivo geral da
investigação é analisar o papel dos órgãos de proteção à criança
e ao adolescente no combate à violência sexual em Teresina-PI
nos anos de 2014 a 2016, com base no Estatuto da Criança e
Adolescente. E como objetivos específicos: identificar o papel do
Estado na concretização da doutrina da proteção integral à criança
e ao adolescente preconizada pela Constituição Federal de 1988
Considerações Finais
Referências
Introdução
O
presente artigo analisa algumas reflexões acerca da
internação compulsória de crianças e adolescentes
dependentes do crack. Propõe-se realizar um estudo
sobre a importância dos direitos das crianças e adolescentes e a
responsabilidade do Estado com a implantação de políticas públicas
que garantam informação, segurança e medidas que visem coibir o
crescimento desenfreado do consumo de drogas, especificamente o
crack.
A internação compulsória surge como uma tentativa de arma
legal de combate às drogas, além de ser um tratamento que possibilita
Considerações finais
Referências
Introdução
N
o esforço de discutir acerca das políticas públicas
relacionadas à juventude, o presente artigo
desenvolve, primeiramente, uma conceituação sobre
a qualificação do jovem, buscando apresentar alguns elementos
referentes à participação juvenil em projetos sociais voltados
para a inclusão social e educacional, por meio da análise das
iniciativas governamentais alusivas à formação para o trabalho, e
de concepções e objetivos que fundamentam as ações e programas
sociais direcionados aos jovens na cidade de Altos – PI.
Nesse sentido, a ideia da inserção desses jovens, ou sua devida
preparação, no mundo do trabalho e para o mundo do trabalho,
passa a compreender essa formação como um instrumento educativo
que se propõe à construção da cidadania. Inserindo-se nos estudos
Considerações finais
REFERÊNCIAS
Introdução
D
esde os primórdios na tentativa de instituir a diferença
de participação na sociedade entre homens e mulheres
e, ao longo da história, foram realizadas evoluções
significativas ao mundo feminino, mas ainda existem sequelas
oriundas do patriarcado que trata as mulheres de forma submissa
e com papel secundário na sociedade. E, analisando o contexto
histórico é possível verificar o fundamento da função feminina na
sociedade.
Nesse contexto, no Brasil vigora a Lei Maria da Penha nº 11.
340/2006, que tem o intuito de proteger à mulher que se encontre em
estado de vulnerabilidade, criando mecanismos para coibir a violência
doméstica e familiar, a lei expõe em sua redação inúmeras medidas
protetivas a fim de resguardar a vítima da agressão, no entanto, essas
medidas mesmo apresentando medidas potencialmente eficazes
Nesta hipótese legal, aquele que sofre o mal menor não cometeu
qualquer ato contrário ao direito, e, não obstante, deve suportar
o mal, porque quem o infere encontra-se em uma situação de
necessidade, em que o conflito fático lhe impõe uma escolha.
Daí que aqui, diversamente do que ocorre com a legítima defesa,
em que só tem valor corretivo para os extremos em que excede a
moderação, a ponderação dos males (o que se evita e o que se
causa) tem importância capital. (ZAFFARONI, 2014, p.514).
Sim, ela pode vir a reagir contra seu agressor, mas é difícil fazer
Considerações finais
Referências
Introdução
O
presente artigo discorre acerca da licitude do
depoimento do policial usado como meio de prova
hábil a condenar possíveis autores de um fato tido
por criminoso, pois, há controvérsias dentro da doutrina, embora se
siga uma posição majoritária, acerca da utilização do depoimento
do policial como meio de prova usado, corriqueiramente, pelo
Ministério Público.
A fundamentação da pesquisa realizada alicerçou-se na
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88),
bem como nas principais legislações infraconstitucionais que se
relacionam com o tema em discussão, como por exemplo, o Código
de Processo Penal (CPP), doutrinas, jurisprudências e opiniões de
especialistas no assunto.
Meios de Prova
Ônus da prova
Prova em espécie
Características
Valor probante
Fragilidades
Estado emocional
Intervalo de tempo
Falsas memórias
Considerações finais
Referências
LOPES JR., Aury. Direito processual penal / Aury Lopes Jr. – 13. ed. –
São Paulo : Saraiva, 2016.
Introdução
A
Judicialização da Saúde é um tema que tem sido foco
de debate nos tribunais pátrios na atualidade, pois o
Sistema Único de Saúde, associado ao Estado, não está
sendo capaz de garantir a efetivação o direito à vida, intrinsecamente
ligada ao direito à saúde, previsto na Constituição Federal de 1988.
Por conta disso, tem-se observado o aumento considerável do número
de ações judiciais que buscam garantir a efetivação de tais direitos.
Diante da ineficácia e descumprimento das normas relacionadas
ao tema os cidadãos recorrem ao poder Judiciário, vez que a saúde
pública, por si, tem se mostrado insuficiente.
Com enfoque na judicialização do fornecimento de fármacos
excepcionais não disponíveis através do requerimento, o trabalho
se desenvolve a partir de um estudo que visa analisar o fenômeno
da judicialização e quais medidas são cabíveis para o portador de
Considerações finais
Referências
Introdução
O
presente estudo tem como tema A Arbitragem no
Brasil, Aplicações e Inovações: A reforma legislativa
da Lei 13.129/2015 e suas melhorias na resolução de
conflitos extrajudiciais, onde foi tomada por base a atual condição
estrutural do judiciário brasileiro, que desagua, na popularmente
dita, morosidade dos processos. Em outros termos, sabe-se,
notoriamente, inclusive, que o poder judicante no país carece de
estrutura e de efetivo para estancar a demora demasiada que os
feitos têm, e a consequente longa espera, que as partes são obrigadas
a enfrentar para ter a solução de seus processos.
Atuação jurisdicional está comprometida, pelo que é crescente
o incentivo ao uso de meios extrajudiciais na solução de conflitos.
ADVOGADO 03: Sim, pois admite uma atuação mais direta das
partes interessadas na solução do conflito, em razão do caráter
informal atinente ao procedimento de arbitragem.
Considerações finais
Referências
Introdução
D
urante muitos anos, as pessoas portadoras de
transtorno metal viveram excluídas, afastadas e
estigmatizadas, eram tratadas como animais não
tendo direitos e oportunidades em virtude de não fazerem parte do
padrão imposto pela sociedade, a maioria da população, de certa
forma, negligencia a existência destas pessoas e prefere colocar uma
venda nos olhos acreditando que essa é a melhor forma de encarar o
problema.
Com o surgimento da Lei nº 10.216/2001, que trata da Reforma
Psiquiátrica pôde-se observar um redirecionamento da assistência em
saúde mental, oferecendo-se, assim, melhor tratamento nos serviços
de base comunitária e proteção aos direitos das pessoas portadoras
de transtorno mental.
Referências
Introdução
O
crime passional, tão discutido na sociedade como
um crime levado pela emoção, ganhou notoriedade
ao longo dos anos através da literatura, dos filmes
e dos casos reais. Este tipo de crime é um delito ocasionado pelo
sentimento ou pela emoção levados a um alto grau de intensidade,
sobrepondo-se à lucidez e à razão, permeia o consciente popular.
Sendo assim, é um homicídio que envolve sentimentos, bem como
suas peculiaridades diante de causas e circunstâncias.
Com base nessas considerações, este estudo partiu da
necessidade de compreender a mente do ser humano impulsionado
a cometer crimes passionais e avaliar, no âmbito do Direito Penal
Brasileiro, o seguinte problema: quais as implicações jurídicas aos
criminosos psicopatas no âmbito do crime passional?
Os Criminosos Psicopatas
Considerações finais
Referências
BRASIL. Código penal. Vade Mecum Saraiva. 13. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
DAMÁSIO, Jesus de. Direito penal, volume 1: parte geral. 32. ed.
São Paulo: Saraiva, 2011.
Introdução
A
união homoafetiva é um marco na sociedade, uma
conquista que ampliou o conceito de família e
outras definições dadas à união de duas pessoas.
O julgamento do Superior Tribunal Federal com a Ação Direta
de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4277 e da Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 132 deixa
explícita essa conquista, demonstrando a importância da união
homoafetiva como entidade familiar no convívio social.
Com a decisão do Supremo Tribunal Federal por meio da Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4277 e da Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 132, muitos
avanços já ocorreram no que tange a direitos e possibilidades de
formação da entidade familiar por casais homoafetivos.
Considerações finais
Referências
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 10. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
Introdução
O
presente trabalho tem por fito estudar os direitos
sucessórios as entidades familiares formadas por
pessoas do mesmo sexo, à luz do Código Civil de 2002
e da Constituição Federal de 1988. Conquanto o relacionamento
homoafetivo, de fato, tenha permeado toda a história civilizatória,
ainda hoje, em pleno século XXI, observam-se visões preconceituosas
e casos de discriminação quanto ao tema. O reconhecimento do
casamento homoafetivo é constitucional sendo possível, não havendo
o que ser questionado nesse sentido. Sua negativa, no entanto, deu-
se devido ao preconceito e à pressão de entidades da sociedade civil
que nunca deveriam determinar quais indivíduos podem ou não ter
suas necessidades amparadas pelo Estado Democrático de Direito.
O estudo do tema parte do seguinte problema: como a
formação familiar de pessoas do mesmo sexo, no que refere ao
Considerações finais
Referências
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 10. ed. rev.,
atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
244
Unificado de Teresina (2006). Graduado em Ciências Sociais pela
Universidade Federal do Piauí (2006). Atualmente, é professor do
Centro de Ensino Superior do Vale do Parnaíba e da Faculdade
Maurício de Nassau (FAP - Teresina), onde ministra as disciplinas de
Direito Penal, Processo Penal e Criminologia. Conselheiro Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (Gestão 2016 -
2019) e Advogado Criminalista, com atuação concentrada no âmbito
dos Crimes Dolosos Contra a Vida. E-mail: eduardofaustinolimasa@
hotmail.com
246
José de Ribamar Veras Júnior
Graduado em Direito pelo Centro Universitário Maurício de Nassau.
Graduando do curso de Administração pela Universidade Federal
do Estado do Piauí. Estagiou em escritório de advocacia privada
Hartonio Bandeira (2016). Aprovado no XVI Teste Seletivo para
Estágio da Defensoria Pública do Estado do Piauí (2016). Estagiou
no Ministério Público do Estado do Piauí (2017-2019). Aprovado no
XXV Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil. E-mail:
rbjunior02@gmail.com
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Rosíria Mary Gonçalves Coelho
Bacharelado em Ciências Contábeis pelo Centro de Ensino Superior
do Vale do Parnaíba - CESVALE (2001). Bacharelado em Direito
pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI (2006). Pós-graduada,
com título de especialista, em Direito do Trabalho e Processo de
Trabalho, realizado na forma telepresencial pela Universidade
Anhanguera-Uniderp, com carga horária de 390h. Pós-graduada,
com título de especialista, em Auditoria contábil e Financeira, com
o título de Especialista, promovido pelo Centro de Ensino Superior
do Vale do Parnaíba (CESVALE), com carga horária de 405h.
Pós-graduada, com título de especialista, em Educação Global
Inteligências Humanas e Construção da Cidadania, promovido pela
Faculdade de Ensino Superior do Nordeste, com carga horária de
360h. Advogada regularmente inscrita na Ordem dos Advogados
do Brasil, Seção do Piauí, sob o nº 6.181. Professora do Curso de
Direito da Faculdade Maurício de Nassau, campus Teresina (PI).
Mestranda do Mestrado em Educação pela Universidade do Futuro,
Ciências Educativas e da Construção da Cidadania - UNIFUTURO,
João Pessoa/PB. Atualmente, faz parte da diretoria da Comissão da
Mulher Advogada, na OAB, como secretária adjunta. Atualmente,
faz parte da Comissão do ENADE da Faculdade Mauricio de Nassau,
de acordo com a Portaria n. 31-050118-01, de 05 de janeiro de 2018.
E-mail: rosiriamary@hotmail.com
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