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O início da Guerra de Canudos

A Guerra de Canudos começou efetivamente depois que Antônio Conselheiro


encomendou um carregamento de madeira de um vendedor em Joazeiro. O
vendedor não entregou a madeira, deixando Conselheiro revoltado, pois já havia
pagado pela encomenda. Com este clima de tensão, surgiu um boato de que os
moradores de Canudos viriam buscar a madeira a força.

Com o boato de que os Conselheiristas viriam buscar a força essa encomenda


em Joazeiro, o prefeito da cidade pediu ajuda ao Governo Central para
combater os “fanáticos”, como eram conhecidos. O Governo enviou 150
homens comandados pelo Tenente Pires Ferreira para ajudar nesse possível
ataque.

O Tenente e seus homens ficaram por vários dias na cidade, e sem sinal dos
moradores de Canudos, Pires Ferreira decidiu ir até a cidade com seus
soldados para atacá-los. No meio do caminho foram surpreendidos e atacados
pelos Conselheiristas, que mataram 10 soldados e deixaram outros 16 feridos.

Como conta Mário Vargas Llosa, os soldados atacados diziam que


os Conselheiristas vieram como que em uma procissão, cantando canções
evangélicas e rezando, e subitamente atacaram no meio da madrugada.

Quando o boato desse ataque chegou na Capital, na época o Rio de Janeiro,


isso foi entendido como uma verdadeira afronta a República, já que Conselheiro
e seus seguidores eram assumidamente contra a República. Assim, uma
expedição seria novamente comandada à Canudos. Quer saber como foi? Leia
a seguir!

Leia também: o que foi a República Velha?

A Segunda Expedição para Canudos

Após o ataque as tropas do Tenente Pires Ferreira, o Governo decidiu


responder à afronta que os moradores de Canudos fizeram a República, como
foi entendido na época. Para isso, foi convocado o Major Febrônio de Brito.

Em Novembro de 1896, o Major Febrônio partiu para Canudos com cerca


de 600 homens e dois canhões Krupp, de fabricação alemã. As tropas
chegaram nos arredores de Canudos em janeiro de 1897 com bastante
dificuldade para carregar os pesados canhões, com fome e com sede.

Mário Vargas Llosa conta em  A Guerra do Fim do Mundo  que quando
Conselheiro soube que as tropas do Major Febrônio tinham dificuldades, ele
teria dito que Deus estava o defendendo, pois já estava matando seus inimigos
antes que eles chegassem.

Na noite do dia 17 de Janeiro, os Conselheiristas atacaram as tropas de


Febrônio de Brito matando mais de 100 homens e deixando outros diversos
feridos. O Major ordenou a retirada das tropas e fugiu, ainda sob ataque dos
moradores de Canudos.

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