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ABR 2003 NBR 14941


Tintas para construção civil -
Determinação da resistência de tintas,
ABNT - Associação
vernizes e complementos ao
Brasileira de crescimento de fungos em placas de
Normas Técnicas
Petri
Sede:
Rio de Janeiro
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Rio de Janeiro - RJ Origem: Projeto 02:115.29-010:2002
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www.abnt.org.br
NBR 14941 - Paints for buildings - Method for performance evaluation of paints
for non industrial buildings - Determination of resistance of coatings to the mold
growth
Copyright © 2003, Descriptors: Paints for buildings. Fungus resistance. Degradation
ABNT–Associação Brasileira de
Normas Técnicas
Válida a partir de 30.05.2003
Printed in Brazil/ Palavras-chave: Tinta para construção civil. Resistência a 6 páginas
Impresso no Brasil
Todos os direitos reservados fungos. Degradação

Sumário
Prefácio
1 Objetivo
2 Referências normativas
3 Definições
4 Aparelhagens, materiais e reagentes
5 Preparação dos materiais, amostra, reagentes e corpos-de-prova
6 Procedimento
7 Expressão dos resultados
8 Relatório de ensaio

Prefácio

A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo
conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial
(ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas
fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta Pública entre
os associados da ABNT e demais interessados.

1 Objetivo

Esta Norma prescreve o método para determinação da resistência ao crescimento de fungos em uma película de tinta,
verniz e complemento, visando avaliar o desempenho de tintas, vernizes e complementos para construção civil,
classificados conforme NBR 11702.

NOTAS

1 Este método não descreve os possíveis problemas de segurança, saúde e higiene do trabalho associados à sua execução.
É responsabilidade do usuário estabelecer as condições adequadas de trabalho para a execução do ensaio respectivo sem qualquer tipo
de risco. Recomenda-se que o executor deste ensaio tenha treinamento básico adequado.

2 A confiabilidade dos resultados obtidos na execução deste ensaio depende das boas práticas experimentais principalmente no que se
refere ao treinamento do usuário, ao bom estado dos equipamentos e à calibração dos padrões utilizados.
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2 Referências normativas
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para esta
Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está sujeita a revisão,
recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usarem as edições
mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.

NBR 11257:1990 - Lavagem, preparo e esterilização de materiais em laboratório de microbiologia - Procedimento

NBR 11702:1992 - Tintas para edificações não industriais - Classificação

NBR 12554:1992 - Tintas para edificações não industriais - Terminologia

3 Definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições da NBR 12554 e as seguintes:

3.1 cupom-de-prova: Substrato inerte no qual será aplicada a amostra e posteriormente será submetido ao procedimento
de ensaio descrito. Após a aplicação da amostra, o cupom-de-prova será denominado de corpo-de-prova.

3.2 repicar: Ação de transferir uma determinada cultura/cepa/microrganismo para um meio de cultura adequado,
permitindo seu crescimento.

3.3 resistência a fungos: Capacidade de um material impedir ou limitar o crescimento fúngico.

3.4 lixiviação: Processo no qual o corpo-de-prova é submetido a uma corrente de água em tanque com vazão
preestabelecida por um determinado período de tempo.

3.5 hifa: Filamento ou parte de um micélio.

3.6 micélio: Massa de filamentos encadeados, ramificados ou enovelados, que constitui a estrutura vegetativa de um
fungo.

3.7 esporos: Células especiais, provenientes do micélio reprodutivo, que desempenham função de disseminação e
reprodução da espécie. Os esporos dos fungos adotados nesta Norma formam uma massa pulverulenta e são facilmente
liberados da porção micelial por raspagem.

4 Aparelhagem, materiais e reagentes

4.1 Aparelhagem

4.1.1 Estufa bacteriológica com controle de temperatura de ± 2°C.

4.1.2 Estufa para esterilização sem circulação de ar com temperatura até 200°C.

4.1.3 Capela de fluxo laminar.

4.1.4 Bico de Bunsen.

4.1.5 Autoclave.

4.1.6 Destilador de água.

4.1.7 Tanque de lixiviação.

4.1.8 Agitador magnético.

4.1.9 Balança semi-analítica com precisão de 0,1 g.

4.1.10 Medidor de pH.

4.1.11 Refrigerador.

4.1.12 Câmara de Neubauer.

4.2 Materiais

4.2.1 Placas de Petri esterilizáveis com diâmetro de 90 a 100mm ,ou descartáveis esterilizadas.

4.2.2 Papel para aquarela de gramatura 140 g/mm2 ou papel cromatográfico Whatman (2 CHR ou similar) de dimensão
mínina de (200 x 150) mm.
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4.2.3 Trincha de 1 ½ polegada.

4.2.4 Pinça de ponta fina.

4.2.5 Algodão estéril.

4.2.6 Pipetas graduadas com volumes de 2 mL, 5 mL e 10 mL.

4.2.7 Frascos de Erlenmeyer com volumes de 50 mL, 250 mL e 1 000 mL.

4.2.8 Béquer de 100 mL.

4.2.9 Tubos de ensaio com tampão de algodão ou tubos de vidro com tampa de rosca (10 x 200) mm.

4.2.10 Haste flexível (“Swab”).

4.2.11 Alça de inoculação.

4.2.12 Frascos autoclaváveis de borossilicato de 100 mL.

4.2.13 Papel-alumínio de uso doméstico.

4.2.14 Papel-alumínio resistente ou placa de politetrafluoretileno (PTFE).

4.2.15 Tesoura.

4.3 Reagentes

4.3.1 Álcool etílico 70GL.

4.3.2 Cloreto de sódio pa.

4.3.3 Água destilada.

4.3.4 Monoleato de Sorbitan Etoxilado 20 EO(Polisorbato 80).

4.4 Meio de cultura

4.4.1 Ágar Sabouraud 4% glicose.

4.5 Cepas de fungos

4.5.1 Aspergillus niger (ATCC 6275).

4.5.2 Cladosporium cladosporioides (ATCC 16022).

4.5.3 Alternaria alternata (ATCC20084 ou ATCC 45651).

NOTAS
1. As cepas acima indicadas devem ser utilizadas isoladamente no ensaio, em cultura pura.

2. Também podem ser testados de outros microorganismos de interesse (contaminantes, deteriogênicos, de referência, etc). em
suspensão mista e/ou isoladamente.

5 Preparação dos materiais, amostra, reagentes e corpos-de-prova

5.1 Preparação dos materiais

A lavagem, preparação e esterilização de materiais devem ser realizadas conforme NBR 11257.

5.2 Preparação da amostra

5.2.1 A amostra a ser avaliada deve ter no mínimo 900 mL.

5.2.2 Homogeneizar antes da aplicação.

NOTA - As amostras podem ser mantidas por 30 dias em estufa a (52 + 2)°C, antes do início dos ensaios, caso acordado entre o
laboratório e o interessado. Manter a amostra em frasco hermeticamente fechado, preferencialmente na embalagem original.
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5.3 Preparação do meio de cultura Ágar Sabouraud 4% glicose

Preparar e esterilizar o meio de cultura conforme instruções do fabricante.

5.4 Obtenção do meio de cultura em tubo para repique


5.4.1 Transferir, assepticamente, 10 mL do meio esterilizado e liquefeito para um tubo de ensaio esterilizado.

5.4.2 Manter o tubo fechado e inclinado a 30o até completa solidificação do meio. Pode-se esterilizar o meio de cultura já
o
acondicionado no tubo de ensaio limpo e seco, deixando-se solidificar, após esterilização, na posição inclinada (30 ).
NOTA - Preferencialmente, utilizar meio de Malte Ágar (MA) 2% para a manutenção das cepas-teste.

5.5 Preparação da solução esterilizada de enxágüe

5.5.1 Pesar 0,9 g de NaCl pa e 0,1 g de Polisorbato 80.

5.5.2 Adicionar água destilada até completar 100 mL.

5.5.3 Acondicionar em frascos autoclaváveis de borossilicato.

5.5.4 Esterilizar durante 15 min a 121°C em autoclave.


5.6 Preparação da solução salina esterilizada (para preparação do inóculo)

5.6.1 Pesar 0,9 g de NaCl pa.

5.6.2 Adicionar água destilada até completar 100 mL.

5.6.3 Acondicionar em frascos autoclaváveis de borossilicato.

5.6.4 Esterilizar durante 15 min a 121°C em autoclave.

5.7 Preparação dos corpos-de-prova

5.7.1 Aplicação da amostra


5.7.1.1 Aplicar duas demãos da amostra, com trincha, sobre um dos lados do cupom-de-prova, tomando-se o cuidado de
formar uma película uniforme.

5.7.1.2 Após a aplicação, pendurá-lo para secagem. O intervalo entre demãos é de 24 h.

5.7.1.3 Após a segunda demão, secar por 7dias à temperatura ambiente.

NOTA - Para amostras de massas e texturas, preparar um filme, com auxílio de extensor de 1 500 µm, sobre papel-alumínio resistente
ou placa de politetrafluoretileno (PTFE). Deixar secar durante 7 dias à temperatura ambiente. Desprender o filme.

5.7.2 Corpos-de-prova sem lixiviação

5.7.2.1 Fracionar o cupom-de-prova em quadrados de (30 x 30) mm, denominados de corpos-de-prova.

5.7.3 Corpos-de-prova com lixiviação


5.7.3.1 Colocar os corpos-de-prova pintados no tanque de lixiviação. Estes devem estar pelo menos 20 mm distantes
entre si.

5.7.3.2 Alimentar o tanque com fluxo contínuo de água, durante 24 h, a uma taxa de uma troca a cada 4 h. Inverter o após
12 h (ou outras condições, conforme acordado entre as partes envolvidas no ensaio).

5.7.3.3 Após a lixiviação, secá-los por dois dias à temperatura ambiente.

5.7.3.4 Após este período, fracionar o cupom-de-prova em quadrados de 30 x 30 mm (denominados de corpos-de-prova).


NOTA - Após a lixiviação, se ocorrerem danos visíveis na película, o ensaio com esse corpo-de-prova deve ser interrompido. O fato deve
ser avaliado e registrado em relatório como “película não resistente à lixiviação”.

6 Procedimento

6.1 Preparação do inóculo

6.1.1 Repicar as cepas dos fungos indicados para ensaio, separadamente, em tubo de ensaio com meio de cultura
inclinado.

6.1.2 Incubar os tubos de 7 a 14 dias a temperatura de (27 ± 2)°C.

6.1.3 Com auxílio de uma haste flexível esterilizada (“Swab”), suspender os esporos em 5mL de solução de enxágüe
esterilizada.
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6.1.4 Efetuar a coleta de esporos com cuidado, de modo a não arrastar porção do micélio ou meio de cultura.
6.1.5 Filtrar a suspensão através de um funil com gaze ou algodão esterilizado, recolhendo o filtrado (suspensão- mãe) em
um frasco esterilizado.
6.1.6 Repetir a lavagem com mais 5 mL da solução de enxágüe esterilizada.
6.1.7 Efetuar esta operação separadamente para cada cepa.
6.1.8 Determinar a concentração de esporos na suspensão-mãe, utilizando-se câmara de Neubauer, e ajustar para
5
10 esporos por mL, diluindo-se, caso necessário, com solução salina esterilizada. Se a concentração estiver abaixo deste
nível, utilizar mais tubos de repique para o preparo da suspensão, mantendo-se o volume final (50 mL).
NOTAS

1 Para o teste complementar utilizando suspensão mista, preparar o inóculo com as cepas a serem testadas (nota 2 do item 4.5),
6
transferindo, assepticamente, 5 mL de cada suspensão-mãe de concentração de 10 esporos, para um único frasco esterilizado.
Completar o volume para 50 mL com solução salina esterilizada, de forma que ao final se obtenha uma suspensão mista com uma
5
concentração de 10 esporos por mL.

2 A suspensão de inóculo pode ser mantida sob refrigeração e utilizada em até sete dias após o preparo. Caso seja observado o
desenvolvimento de hifas, a suspensão deve ser descartada.

3 A suspensão-mãe de esporos das cepas puras pode ser mantida congelada por dois meses em congelador doméstico. No momento de
uso, deixar liquefazer à temperatura ambiente e preparar o inóculo conforme método acima descrito. Podem ser utilizados outros métodos
de estocagem, além do congelamento da suspensão, desde que a morfologia dos microrganismos e as suas características de
crescimento sejam avaliadas previamente, checando o seu vigor e a ausência de contaminantes.

6.2 Inoculação e incubação


6.2.1 Fundir o meio de cultura. Esfriar a (45± 2)°C.
6.2.2 Adicionar, assepticamente, 1 mL do inóculo para cada 100 mL de meio de cultura.
6.2.3 Homogeneizar e distribuir 15 a 20 mL do meio de cultura em cada placa de Petri.
6.2.4 Deixar solidificar em superfície plana.
6.2.5 Com o auxílio de uma pinça de ponta fina flambada, colocar o corpo-de-prova, centralizando-o sobre o ágar, com a
face pintada para cima.
6.2.6 Incubar, sem inverter as placas, durante 14 dias à temperatura de (27 ± 2)°C, efetuando-se avaliações após 7 e
14 dias, de acordo com os critérios estabelecidos na seção 7.
NOTAS

1 Realizar o teste em triplicata.

2 Paralelamente, efetuar o ensaio de controle de viabilidade conforme descrito em 6.3.

6.3. Controle de viabilidade


6.3.1 Proceder de acordo com 6.2, porém sem os corpos-de-prova.
6.3.2 Ao final do período de incubação as placas devem apresentar toda a superfície do meio de cultura recoberta pelo
crescimento dos fungos.
7 Expressão dos resultados
A avaliação deve ser feita a olho nu, quanto ao crescimento de fungos sobre o corpo-de-prova, de acordo com a seguinte
pontuação:
0: Crescimento não detectado;

1: Crescimento em até 10% da superfície do corpo-de-prova;

2: Crescimento entre 10% e 25% da superfície do corpo-de-prova;

3: Crescimento entre 25% e 50% da superfície do corpo-de-prova;

4: Crescimento entre 50% e 75% da superfície do corpo-de-prova;

5: Crescimento superior a 75% da superfície do corpo-de-prova.

NOTAS

1 O desenvolvimento de microorganismos não inoculados deve ser registrado em relatório.

2 Caso ocorram discrepâncias significativas entre os resultados das triplicatas, o ensaio deve ser reavaliado.

3 Para eventuais comparações de resultados, levar em consideração: data de fabricação, validade e condições de estocagem das
amostras.
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8 Relatório de ensaio

O relatório deve conter as seguintes informações:

a) identificação dos produtos utilizados;

b) método utilizado, microrganismos testados e desvios de procedimento não prescritos nesta norma;

c) esclarecimentos necessários à completa identificação da amostra, como, por exemplo, tempo de lixiviação, se a
amostra foi submetida a envelhecimento acelerado, a data de fabricação da amostra e validade;

d) nome do técnico responsável pelo ensaio;

e) data de execução e avaliação;

f) referência a esta norma.

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