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Filosofia
Filosofia Medieval
A filosofia medieval é a filosofia que se desenvolveu durante o que hoje é conhecido
como Idade Média, estendendo-se aproximadamente desde a queda do Império Romano no
século V até a Renascença no século XV.[1] A filosofia medieval daria grande ênfase
à teologia por causa do impacto que a religião teve sobre a filosofia ocidental.[2]
A filosofia medieval pode ser dividida em dois períodos: o período antes da redescoberta
de Aristóteles e o período durante e depois de sua redescoberta. O primeiro período foi
marcadamente platônico, com um estilo geralmente agradável e assistemático, sem uma clara
distinção entre teologia e filosofia.
Alguns dos autores mais importantes foram Boécio, João Escoto Erígena, Santo
[1]
Agostinho de Hipona
O aparecimento de Agostinho de Hipona (354 - 430) seria crucial para a filosofia cristã. Agostinho de
Hipona reconciliou a filosofia grega com a fé cristã,[9] retomando de Plotino o tema das três naturezas e
identificando-as com as três pessoas da Trindade cristã, mas concebendo sua relação processional não
mais em um sentido degradante, mas em uma perspectiva de igualdade-consubstancialidade. Para
Agostinho, fé e razão não estavam em oposição, mas em uma relação complementar.
A fé precede a razão, mas esta é importante para confirmar a fé e, portanto, eram dois campos que
precisavam ser equilibrados e complementados. Agostinho anteciparia Descartes sustentando que a
mente, enquanto em dúvida, está ciente de si mesma: se estou iludido, existo (Si enim fallor, sum).
Como a percepção do mundo externo pode levar ao erro, o caminho da certeza é a interioridade que,
por um processo de iluminação, se encontra com as verdades eternas e com o mesmo Deus que,
segundo ele, está no mais íntimo de cada um.[12] Ele foi um dos primeiros autores cristãos com uma visão
clara sobre a antropologia teológica.
Ele via o ser humano como uma unidade perfeita de alma e corpo, e também estabeleceu que existe
uma Igreja com duas realidades: o aspecto visível (a hierarquia institucional, os sacramentos e os leigos)
e o aspecto invisível (as almas).[14] Ele ensinou que Deus ordena todas as coisas enquanto preserva a
liberdade humana[15] e afirmou que os cristãos devem ser pacifistas como uma postura filosófica pessoal,
[16]
embora em caso de lesão grave a defesa de si mesmo ou de outros possa ser uma necessidade,
especialmente quando autorizada por uma autoridade legítima.
Agostinho rompe com o tempo cíclico defendido por filósofos como Platão e levanta reflexões sobre a
história e o tempo onde há um começo e um fim.[18]
Os Padres da Igreja
O Papa Gelásio I, cujo papado ocorreu entre 492 e 496, elaborou uma primeira lista oficial dos Padres da
Igreja.[19] Dele surgiram dois tipos de estudos relacionados entre si:
Principais períodos
Patrística (I–VII)
É um período que se caracteriza pelo resultado dos esforços dos apóstolos (João e Paulo) e dos
primeiros Padres da Igreja para conciliar a nova religião com o pensamento filosófico mais corrente da
época entre os gregos e os romanos. Atribuindo também, ideias como a criação do mundo, pecado
original, encarnação e morte de Deus e juízo final. Não obstante, tomou como tarefa a defesa da fé
cristã, frente as diversas críticas advindas de valores teóricos e morais dos “antigos”.
Os nomes mais salientes desse período são os de Justino Mártir, Tertuliano, Clemente de
Alexandria, Orígenes, Gregório de Nazianzo, Basílio de Cesareia, Gregório de Níssa. Eles representam a
primeira tentativa de harmonizar determinados princípios da Filosofia grega (particularmente do
Epicurismo, do Estoicismo e do pensamento de Platão) com a doutrina cristã. (...). Eles não só estavam
envolvidos com a tradição cultural helênica como também conviviam com filósofos estoicos, epicuristas,
peripatéticos (sofistas), pitagóricos e neoplatônicos. E não só conviviam, como também foram educados
nesse ambiente multiforme da Filosofia grega ainda antes de suas conversões"
Escolástica (IX-XVI)
A Filosofia Escolástica ou simplesmente Escolástica, é uma das vertentes da filosofia medieval. Surgiu na
Europa no século IX e permaneceu até o início do Renascimento, no século XVI. O maior representante
da Escolástica foi o teólogo e filósofo italiano São Tomás de Aquino conhecido como “Príncipe da
Escolástica”.Além de ser uma corrente filosófica, a Escolástica pode ser considerada um método de
pensamento crítico que influenciou as áreas do conhecimento das Universidades Medievais. Nesse
método de aprendizagem diversas disciplinas estavam inseridas no currículo, as quais estavam divididas
em:
Renascença (XIV–XVI)
É marcada pela descoberta de obras de Platão desconhecidas na Idade Média e novas obras de
Aristóteles, ainda temos a recuperação de trabalhos de grandes autores e artistas gregos e romanos.
São quatro as linhas de pensamento: Neoplatonismo e Hermetismo; Pensamentos florentinos e por fim
o Antropocentrismo iniciático (homem dono do seu destino).
Foi um período marcado por uma efervescência teórica prática, alimentada principalmente por
descobertas marítimas e crises político-culturais que culminaram em profundas críticas à Igreja Católica,
que logo evoluíram para Reforma Protestante (a Igreja Católica responde com a Contra-Reforma e com
a Inquisição).
Escola de Chartres
Foi uma escola fundada no início do século XI por Fulberto de Chartres,[22] bispo de Chartres e aluno de
Gerbert de Aurillac (Papa Silvestre II), atingindo seu apogeu no século XII. Seus membros eram
conhecidos como "Chartrains".[23] Entre seus membros proeminentes podem ser encontrados: