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FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SÓCIAS

CADEIRA DE PROBLEMÁTICAS TEÓRICOS, EPISTEMOLÓGICOS DE


ANTROPOLOGIA

RESUMO SOBRE O SABER DOS ANTROPÓLOGOS

Nome: Carmen Milton

O presente resumo apresenta o texto que fala sobre a etnografia interpretativa e a


antropologia teórica. Para o autor a boa até mesmo a única maneira de descrever os
factos culturais consiste precisamente em interpreta-los porque a interpretação é uma
forma particular de descrição, aquela que convém a tais factos de significação, a
antropologia é portanto, exactamente uma ciência, mas dum tipo particular, uma ciência
interpretativa. Isso quer dizer que a cultura antes de ser descrita precisa ser interpretada
pois, a cultura (fenómenos) são sinais, mensagens e símbolos e a antropologia é uma
ciência interpretativa.

A etnografia é que torna a antropologia uma ciência viva, a etnografia da resposta a um


desejo legitimo de compreender o que implica a o facto de pertencer a m grupo cultural
diferente e a um desejo de conhecer factos do que de compreender como esses factos
são vividos, uma procura de interpretação mais do que uma simples descrição. A
antropologia teórica tem por tarefa explicar a variabilidade das culturas humanas, em
outras palavras ela consiste em explicar que a humanidade possui diversas culturas.

Na interpretação e descrição, as interpretações e as descrições são representações. Entre


as representações, as descrições ocupam um lugar à parte, uma descrição é verdadeira.

Esta representação pode ser traduzida, reproduzida e explicada pela mente humana e
uma descrição deve ser verdadeira consoante a visão da sociedade que o investigador ou
etnógrafo obteve no terreno.

As interpretações foram definidas como representações fies à significação e não aos


aspectos directamente observáveis nos objectos representados, o desejo de fazer ver as
coisas por um certo principio, um compromisso entre a adequação as coisas
representadas e a eficácia na formação de ideias. Em etnografia, interpretam-se todos os
aspectos do pensamento e do comportamento humano.
Nas interpretações em etnografia usam-se bastante as interpretações, descrições e
citações, as interpretações ajudam ao etnógrafo a divulgar a sua compreensão de uma
cultura e as interpretações etnográficas são acompanhadas de comentários descritivos
adequados. Significa que a visão do etnógrafo deve ser anotada com o intuito de fazer
perceber aos outros.

Existe um argumento que parece impedir que se leve a interpretação dos factos culturais
a um emprego característico dos estilos indirectos e indirecto livre. Os estilos indirectos
servem para relatar representações conceptuais, as representações conceptuais
apresentam-se sob duas formas, uma privada e mental, os relatos em estilo indirecto não
conduzem apenas a significações mas também a representações de toda a espécie, sejam
ou não significados por uma mensagem. Isso quer dizer que os etnógrafos podem
argumentar o discurso indirecto dos factos culturais através de ideias e conceitos e
tornando públicos através de comportamentos que ira representar através de mensagens,
discursos que vão conduzir a significados aprofundados.

O objecto das interpretações etnográficas, as interpretações cujo objecto declarado não é


uma conversa ou um discurso mas sim um comportamento ou uma instituição. As
interpretações têm como objecto real uma representação conceptual e as representações
interpretadas podem ter apenas uma coisa em comum que é o seu objecto neste caso o
conceito verdadeiro. A etnografia cultural em por objecto essencialmente,
representações (conceitos), o etnógrafo não se contenta em observar, repensa no que via
e ouviu, o trabalho do etnógrafos consiste em acumular, produzir ele próprio
representações, interpretar estas representações, quer dizer relata-las de forma indirecta.

Nos termos interpretativos, quando um termo é utilizado em traduções e em passagens


no estilo indirecto, quando serve ao mesmo tempo para estabelecer uma categoria
indíssima e para sugerir como esta categoria deve ser compreendida, está-se perante um
termo utilizado interpretativamente. Significa que nas traduções das representações faz-
se perceber que existe um significado que vem de um grupo, que pode ser
compreendido de varias formas independentemente de como vai ser traduzido pelos
outros que serão conduzidos as informações, os etnógrafos estudam posições e
instituições sócias e que, bem entendidos variam de uma cultura para a outra.

As generalizações interpretativas não são para falar com propriedade ou teorias


confirmáveis ou anuláveis, são instrumentos utilizados ou não, não precisam em nada o
que é empiricamente possível ou impossível. Isso quer dizer que os pensamentos
íntimos que trazemos podem ser confirmados ou não, verdadeiros ou falsos, tornando
mutáveis a partir do momento em que interpretamos através da lógica.

Aplicar e interpretar as representações culturais, cada individuo constrói todos os dias


milhares de representações mentais algumas representações são expressas e
transformadas em representações publicas e transmitidas a outrem. Uma rede social
mais ou menos extensa no espaço e no tempo, é percorrida por uma representação que
consiste numa multiplicidade de versões, mentais e publicas ligadas entre si,
simultaneamente pela semelhança do conteúdo. Em outras palavras o individuo cria
representações mentais a todo momento no que consiste a uma ligação de conjunto de
traduções que podem ser representadas e transformadas publicamente.

As crenças aparentemente irracionais

1. Argumentos antropológicos

- Limites do intelectualismo e do simbolismo.

Segundo a concepção intelectualista, as crenças aparentemente irracionais não são


irracionais, mas erradas. Procedem de tentativas de explicação do mundo, conduzidas de
maneira racional, mas a partir de dados insuficientes, de modelos de argumentação
inadequados, dum maior conhecimento das outras explicações possíveis. Deste
pensamento parte a ideia de que para a existência do irracional, antes precisamos do
irracional, isto que quer dizer que há existência do verdadeiro e falso ou vice-versa.

Segundo a concepção simbolista, os mitos e os ritos parecem irracionais apenas porque


as aprendemos a um nível superficial e literal.

Do ponto de vista relativista o facto de certas crenças expressas numa outra cultura, nos
provem irracionais, sugere não que elas o sejam verdadeiramente, mas antes a nossa
compreensão dessa cultura e muito deficiente. Quer dizer que uma crença de uma
determinada cultura ao ser transferida torna-se irracional devido a sua ma compreensão
e condução interpretativo desta mesma crença.

O relativismo confere aos dados etnográficos uma pertinência antropológica geral, cada
crença, correctamente interpretada ajuda a compreender quanto é culturalmente
determinado.
2. Argumento psicológicos

- Os custos do relativismo

A psicologia do desenvolvimento tem por tarefa descrever e explicar a passagem dum


estado para o outro e, globalmente, a passagem do estado inicial ao estado inicial e
adulto. O relativismo implica que a distância entre o estado inicial e adulto seja muito
maior do que se pensa geralmente, isto é, a construção dos pensamentos determinam e
identificam o particular do geral, no que consiste a tarefa do desenvolvimento
psicológico eis ai a explicação do conhecimento cognitivo lógico.

3. Uma concepção racionalista

Representações proposicionais e representações semiproposicionais

O objecto da crença relativista não é uma representação conceptual cujo conteúdo


proposicional não fica completamente estabelecido, tentem a mostrar que os objectos
das nossas atitudes proposicionais, não são sempre duma natureza estritamente
proposicional. Quer dizer que a crença é relativista e é uma representação de conceitos,
no entanto a sua explicação não fica completamente estabelecida porque há uma
variedade de demostração de ideias e atitudes que difere a sua maneira de
correspondência.

Uma representação semiproposicional permite guardar e tratar informações na medida


exacta em que as compreendemos, deleções proposicionais possíveis. Aqui, as
informações ou representações são limitadas.

Crenças factuais e crenças representacionais, do ponto de vista subjectiva as crenças


factuais são simplesmente, coisas que se sabem, enquanto as crenças representacionais
correspondem a uma crença, opiniões ou convicções. Uma crença factual o sujeito
apenas tem consciência de um facto enquanto que a crença representacional o sujeito
tem consciência de aceitar uma certa representação.

Claude Levi – Strauss, Hoje

O pensamento “selvagem”

Lévi-Strauss recusa a opinião segundo o que os “primitivos” são incapazes de


pensamento abstracto.
Isto significa que para ele, os ditos “primitivos” embora tenham um pensamento
selvagem e diferente dos civilizados não quer dizer que o pensamento deles seja errado.
O pensamento “selvagem” não é o pensamento dos selvagens, é o pensamento humano
na medida em que não esteja submetido a regras expressas nem apoiado em técnicas,
tais como a escrita, todo o pensamento humano é civilizado.

Lévi-Strauss observa que a relação entre grupos humanos e espécies animais pode ser
compreendida de maneira sistemática, isso significa que cada um tem uma aparência
específica, vivem diferentemente, oferecem até uma escolha infinita de características
opostas que podem servir para distinguir os grupos humanos entre si. Ele ainda supõe
que para além disso o espírito humano tem tendência a impor uma forma de organização
particular a representação que faz do mundo.

Mito

Os mitos e, as narrativas transmitidas oralmente tendem a obedecer apenas a


determinações através da linguagem verbal que os mitos são transmitidos na actualidade
e representam um avanço no que diz respeito ao seu posicionamento hoje.

A contribuição de Lévi-Strauss terá sido as semelhanças e não são o único tipo de


ligações que existem entre os mitos, significa que a proveniência dos mitos não é única,
não tem uma ligação única.

Lévi-Strauss tornou-se conhecido, entre os antropólogos pelo seu trabalho sobre o


parentesco e do público intelectual em geral, pelas defesas do estruturalismo.

O parentesco, em todas as sociedades humanas, a escolha dum conjugue esta sujeita a


regras, algumas dessas regras englobam categorias de parentes. Podem ser proibidos aos
homens casarem-se com as suas irmãs e permitidos a casarem-se com as suas primas.
Uma estrutura de parentesco é elementar, as estruturas elementares e não as regras do
casamento em geral que são convertidas num sistema significante. Nas estruturas
elementares a regra de casamento positiva esta na base de varias instituições relações
entre os grupos de filiação, ordem simbólica da sociedade, atitudes culturais.

O estruturalismo - Para Lévi-Strauss, quando atribui ao estruturalismo, o seu próprio


talento criador, isso quer dizer que atribui as relações com o meio e com os outros.

As estruturas internas que manifestam a compreensão da linguagem funcional.

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