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ILÍADA

● Localização de Tróia → Ásia Menor, ambiente turco, colina Hissarlik


● Heinrich Schliemann → comerciante alemão rico e entusiasta → promoveu
escavações para encontrar Tróia
○ Em 14 de julho de 1873, na véspera do encerramento das escavações,
descobriu vários artefatos de ouro, aos quais chamou de "Tesouro de Príamo".
○ Em 1876, descobre em Micenas, a nordeste de Peloponeso, um conjunto de
tumbas reais. Em uma das tumbas tinha um esqueleto com uma máscara de
ouro, a quem Schliemann atribuiu ser Agamêmnon.
● As Tróias
○ Tróia II → Tróia do Tesouro de Príamo → prosperou nos Dardanelos entre
2500 e 2200 a.C, um milênio antes da Guerra de Tróia, segundo a datação dos
antigos.
○ Tróia VII A → seria a Tróia que existiu no século XIII ou XII a.C e que foi
tomada pelos aqueus. No entanto, segundo os arqueólogos, é uma cidade de
importância medíocre e cujas muralhas não resistiriam por 10 anos.
○ Tróia VI → seria a Tróia com muralhas ideais, mas fora arruinada por um
terremoto por volta de 1275 a.C, não sendo destruída, portanto, ao fim de um
cerco — a não ser que se considere que Poseidon lançou um terremoto sobre a
cidade.
● Segundo Vidal-Naquet (p. 25), não há correlação entre o texto de Homero e as
escavações. Por isso, seria melhor ler a Ilíada do que se decepcionar com as ruínas do
que um dia supostamente foi Tróia.
● A maioria dos lugares que Homero descreve geralmente correspondem a locais onde
foram encontrados sítios arqueológicos micênicos, o que não significa que escreveu
fielmente sobre a população micênica. → Homero escreveu sobre o que achava que
era os micênicos e não o que de fato eram.
● Linha do tempo da Civilização Micênica:
○ Entre 2200 e 2000 a.C → uma nova população invade a Grécia, falando uma
língua que posteriormente irá se transformar no grego.
○ 1600 a.C → Influenciada pela civilização minóica, os vestígios materiais da
cultura micênica remontam a esta época → São construídas fortalezas, as
tumbas reais que Heinrich Schliemann encontrou, há uma variedade de objetos
de arte: afrescos, cerâmica, objetos de bronze e de ouro. → É uma civilização
militar, diferentemente da civilização cretense, nas quais as cidades e os
palácios não são fortificados.
○ 1300 a.C → Aparecem as tumbas reais monumentais em forma de colméia →
atribuem essas tumbas à dinastia dos átridas, linhagem a qual pertencia
Agamêmnon.
○ 1200 a.C → Desaparecem todas as estruturas econômicas e sociais → grande
crise do Mediterrâneo Oriental.
● Estruturas da Civilização Micênica:
○ No centro havia um palácio governado por um soberano, que em grego era
chamado de ánax.
○ O ánax exercia uma autoridade absoluta, inclusive no domínio religioso. Era
responsável por controlar os recursos agricolas e o conjunto do rebanho de
uma região e tinha, a sua disposição, armas e carros de guerra.
● Homero cantava sobre uma época antiga sem tê-la vivido e por isso sua descrição não
é efetiva. → Homero não fala, por exemplo, sobre a escrita dos escribas e sobre a
sociedade dominada pelo palácio do rei. → Agamêmnon e Odisseu são reis, mas não
são absolutos.
● Homero não descreve uma sociedade grega na Ilíada, tem-se apenas um quadro de um
exército em campanha: as mulheres e as crianças estão longe, assim como os velhos,
exceto Nestor. O exército coberto de bronze é imaginário tanto quanto o muro
construído pelos aqueus para proteger os seus barcos, que convenientemente foi
destruído por inteiro. Os camponeses apenas aparecem na Ilíada através de
comparações.
● “Mais uma vez, são as comparações e não o relato épico que abrem uma janela para o
mundo "real'” (p. 30).
● Segundo os arqueólogos, alguns objetos descritos por Homero já haviam desaparecido
completamente na época em que a Ilíada e a Odisseia foram compostas, como é o caso
do capacete que Meríones põe na cabeça de Odisseu no canto X da Ilíada. Como
Homero os conhecia, então? Uma hipótese seria a tradição oral.
● Outros objetos, como o escudo de Aquiles, jamais poderiam ter existido.

ODISSEIA
● Desde a antiguidade tenta-se traçar e identificar os locais por onde Odisseu passou em
sua aventura na Odisseia.
○ Desde a antiguidade, a Ilha dos Feaces é equivalente à Córcira, hoje em dia
conhecida como Corfu, nas ilhas jônias, a oeste da Grécia.
○ Thiaki, também uma das ilhas jônias, é identificada como Ítaca, que inclusive é
o seu nome oficial. Porém, uma ilha vizinha chamada Cefalônia também
reinvindica ser Ítaca com o argumento de que apenas o seu tamanho, suas
paisagens e suas belezas são dignos de ser a terra natal Odisseu.
○ Victor Bérard, um político e erudito francês, traduziu a Odisseia e tentou
demonstrar que o épico era na verdade um documento fenício e, portanto, cada
etapa da viagem teria seu local correspondente no mapa. No entanto, nada
além de fotos de áreas do Mediterrâneo incapazes de provar que Homero ou
Odisseu realmente estiveram ali.
○ Outra dificuldade é a imprecisão dos relatos na Odisseia, que ora são diretos,
ditos pelo próprio Odisseu, ora são indiretos e algumas vezes são mentiras
também, como quando está disfarçado de cretense.
● Assim como Homero não era historiador, ele também não era geógrafo. São poucas as
indicações topográficas na Odisseia (p. 32).
● Na Odisseia, o real e o fantástico coexistem:
○ Apesar de o mundo da Odisseia ser fantástico, é também um mundo real, que
pode ser observado através do fato de que os homens cultivam a terra e
produzem trigo para fazer o pão → A vinha e a oliveira podem ser encontradas
no mundo selvagem, mas o trigo necessita do cultivo humano.
○ Odisseu encontra ora personagens superiores à humanidade viva e mortal, ora
próximos da humanidade, ora além dela (p. 34).
○ O Egito, por exemplo, ao mesmo tempo que é um lugar real, é também mágico
→ Nele os homens cultivam o trigo, mas também há feiticeiros e phármakon.
● Odisseu sempre opta pela humanidade:
○ Recusou a divindade oferecida por Calipso;
○ Recusou a comer lótos, um fruto que faz perder a memória e o desejo de voltar
para casa.
● O momento em que Odisseu está mais afastado de sua humanidade é quando fala com
os mortos através do sacrifício de uma ovelha preta.
● Odisseu é uma figura ambígua: em Homero, navegava e explorava forçadamente. Mas
para aqueles que transmitiram a Odisseia, Odisseu é um personagem intermediário,
entre a humanidade e além dela.

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