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Ainda enquanto crianças neurotípicas nas salas, não muito diferente do que o
filme do início do século retrata, ainda hoje observamos em algumas instituições de
ensino o isolamento proposital de crianças que tenham necessidades educacionais
específicas do convívio com as demais crianças, bem como o distanciamento nos
processos de ensino e aprendizagem. Instituições escolares capacitistas e não inclusivas
procuram não estimular a capacitação dos profissionais escolares para trabalhar com
crianças neurotípicas e crianças com deficiências. Dessa forma, a segregação desse
público, inclusive dentro da sala de aula, as transformam em "bibelôs esquecidos no
canto” enquanto os professores continuam a mediar as atividades desenvolvidas com
outras crianças.
O olhar atento dos professores e demais profissionais das escolas possibilitam que
todas as crianças desenvolvam suas potencialidades e construam desafios cognitivos a
fim de trabalhar suas dificuldades. No filme podemos perceber a facilidade de
aprendizado que os irmãos desenvolvem por algumas áreas do conhecimento, como as
artes plásticas, música e esporte. Entretanto, somente puderam ser trabalhadas a partir do
momento que tiveram contato com professores que viam suas potências acima do
diagnóstico. E, a partir do que as crianças já tinham aprendido, puderam aperfeiçoar
outras habilidades sem obrigá-las a ignorar seus pontos de interesse.
Por fim, cabe o questionamento que o filme deixa a desejar: Cura para o autismo?
Como curar algo que não é uma doença? Interessante possibilitar que levantemos essa
discussão em todos os espaços educacionais que estejamos, visto que em um cenário
político de negação do conhecimento, da ciência, da inclusão e dos direitos de todos, cada
vez mais esse discurso se alimenta e consegue entrar na sala de aula.