MARATONA VIOLA BRASILEIRA

AS 6 PRISÕES INVISÍVEIS QUE TE IMPEDEM DE TOCAR VIOLA BEM

E COMO ELIMINÁ-LAS

“Ninguém tropeça em montanhas, as pessoas tropeçam em pedrinhas.”

Caio Carneiro

Essa frase faz total sentido se você pensar no seu processo de

aprendizagem e aprimoramento técnico com a viola, porque
certamente você está acreditando que o que te falta para tocar bem
viola são os grandes movimentos ou as grandes mudanças de
comportamento.

Quando, muitas vezes, o que está te impedindo de conquistar o que

quer com a viola são as pedrinhas no seu caminho, disfarçadas no seu
dia a dia, que de tão pequeninas acabam por passar despercebidas, te
causando deslizes atrás de deslizes, tropeços atrás de tropeços e
desistências sem fim.

E, é por isso, que antes de pensar em teoria, método e prática com a

viola você precisa conhecer as 6 prisões invisíveis que te impedem de
tocar bem, de evoluir e dominar o instrumento.

“E esse conteúdo é só a primeira parte do treinamento, a Maratona

Viola Brasileira.”

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 1ª PRISÃO: FALTA DE CLAREZA

Todo dia no Instagram, as pessoas me chamam para conversar e, com

frequência, me dizem:

Arnaldo, quero evoluir na viola. Aprimorar minha

técnica. Eu toco, mas ainda não tenho os resultados
que gostaria.

Então, eu pergunto:

O que você está fazendo?

E elas respondem:

Nada, não sei o que fazer.

Não sei por onde começar.

Tô sem direcionamento.

A falta de clareza é seu principal inimigo. Seu maior impeditivo. Você

precisa saber o que quer tocar. Se é pagode ou choro. Onde quer
chegar com a viola, em quanto tempo quer isso e quais são as suas
limitações. Você consegue sozinho? Quem vai te direcionar neste
caminho?

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Você precisa de clareza, de objetivos específicos, pois se você não sabe
onde quer chegar, qualquer caminho serve.

Arnaldo, mesmo se eu não quiser tocar

profissionalmente?

Sim, meu amigo! Mesmo se você é amador. Mesmo que você queira
tocar só para você dentro do seu quarto. Mesmo que você só queira
tocar com os amigos no fim de semana, ou tocar na igreja.

Sabe por que? Porque você quer tocar bem. Se tocar mais ou menos,
um som sujo, sem fluência dos ritmos e repertório te satisfizesse, você
não estaria aqui.

Entenda que o caminho para ser amador ou profissional na viola é o

mesmo, com alguns ajustes finos. O que significa isso na prática,
pensando em clareza?

No fim do ano passado, eu fui para Uberlândia/MG fazer a segunda

edição do Evento Viola Brasileira, numa tarde após o almoço a minha
sócia, a Polyana, que está fazendo academia há quase 2 anos, me
apresentou a passada.

Você já fez passada? Pensa num exercício difícil e pesado. A Polyana

me contou que fazer passada seria ótimo para mim que estava

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correndo, para o fortalecimento das pernas e, ela me contou também,
que ela estava fazendo passada 2 vezes por semana, 40 passos, 20 indo
e 20 voltando.

Dias atrás, estávamos falando sobre este treinamento e sobre a

importância de se ter clareza e a Polyana me falou uma coisa
maravilhosa:

Arnaldo, lembra da passada? Tem uma fisioculturista

que treina na mesma academia que eu e ela faz
passada todos os dias por 15 minutos.

Ter clareza é isso! Ou seja, a Polyana sabe da importância de fazer

passada para fortalecer o quadríceps, que é um dos objetivos dela ao
treinar, ainda que ela não seja uma fisioculturista, uma profissional que
trabalha com o corpo, ela tem clareza do que precisa ser feito.

E você precisa disso, de clareza. Você quer tocar bem, mas o que isso
significa realmente? Pode ser, sei lá, aprender uma técnica nova pra
executar uma música que você ainda não consegue ou estudar acorde
diminuto e quinta aumentada pra ter mais expressão e linguagem com
a viola...

E você só consegue dar o próximo passo e o seguinte e o seguinte e

assim por diante, tendo clareza do que quer. Você precisa de clareza.
Quem tem clareza se diferencia e se destaca em qualquer área.

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 2ª PRISÃO: FALTA DE CURADORIA DOS HÁBITOS

Vamos começar pelo o que é hábito?

Hábito é uma conduta que repetida por inúmeras vezes se torna algo
involuntário.

Outra coisa que sempre me dizem no Instagram:

Arnaldo, agora chega, vou estudar viola todos os

dias.

Eu digo:

Bacana, hoje você estuda quantos dias na semana?

O que eu mais ouço é:

Não tô estudando ainda.

Ou:

Essa semana eu toquei 1 vez, mas semana que vem

eu pego o ritmo.

Você realmente acha que do nada você vai conseguir inserir tempo
diário de estudo com a viola, quando você não faz isso. É óbvio que
não. Isso é um tiro no pé.

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E o resultado é frustração atrás de frustração, porque você nunca
conseguirá alcançar as benditas horas de estudo e, consequentemente,
não vai evoluir ou dominar a viola.

E nem adianta me dizer que essa foi sua promessa pro ano de 2022. O
primeiro trimestre do ano já acabou, como estão seus estudos com a
viola?

Uma nota importante sobre os “bons hábitos”: adote um de cada vez.

Foque em inserir um hábito de cada vez, seja ele qual for (estudar viola,
correr, ler, meditar) e repita até que ele se torne parte da sua rotina!

E, a parte fundamental que que ninguém te contou sobre os hábitos, é

que para criar bons hábitos, você precisa revisar os hábitos que você já
tem e que te atrapalham, você precisa fazer uma curadoria dos seus
hábitos.

Você deve estar se perguntando:

Como assim, Arnaldo?

Se você quer estudar viola diariamente por 2 horas, 1 hora ou 30

minutos, você precisa liberar tempo na sua agenda pra isso.

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Sabe aquela 1 hora que passou sem você perceber, porque estava no
Instagram vendo seus violeiros favoritos, ou aqueles 90 minutos que se
passaram no YouTube, porque você estava procurando um vídeo para
estudar viola, mas aí se perdeu no meio do caminho com outro
conteúdo, ou aquele episódio extra da sua série preferida que você
assistiu, apesar de ter dito que ia ver um só, pois é, você precisa eliminar
isso.

O tempo é um recurso escasso, se você somar esses “minutinhos

perdidos”, concorda que seu novo hábito de estudar 1 hora por dia
nunca vai acontecer?

Ainda que você esteja certo de que para estudar 1 hora por dia você só
precise tomar essa decisão, há vários hábitos conflitantes no seu dia a
dia há muito mais tempo e, com certeza, seu cérebro vai preferir
priorizar o que ele já conhece e está acostumado.

Lei natural do mínimo esforço, lembra?

Anota esse conceito pra nunca mais esquecer:

Hábito é uma conduta que repetida muitas vezes se torna involuntária.

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 3ª PRISÃO: FALTA DE ROTINA

Tenha uma coisa em mente: Rotina é liberdade!

Há quem insista em dizer que ter rotina é monótono, chato e cansativo.

Você já parou pra pensar que isso é uma ilusão? Você gosta do meu
trabalho, das minhas músicas, do modo como eu toco? Você gosta do
trabalho de outros violeiros, das músicas deles e do modo como eles
tocam?

Então, nenhum de nós consegue a sua admiração, sem ter rotina, sem
praticar, através de um método e direcionamento.

E se algum violeiro que toca realmente bem te disser que não tem rotina
com instrumento, duvide. Não se iluda, não dá pra para tocar bem, sem
ter rotina com o instrumento.

Tenho amigos violeiros, profissionais tá, que fazem shows em todo país,
que já me disseram que não estudam, que não tem rotina com o
instrumento, mas, na visão deles, passar o dia todo ouvindo música e
tocando viola não é estudar.

Antes de continuar, você precisa ter em mente 2 coisas: os conceitos

de rotina e protocolo.

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Eu defini como meta, lançar 2 álbuns este ano.

Rotina é o que eu vou precisar fazer todo santo dia para alcançar esse
objetivo. A gente precisa da rotina, ela é que nos orienta, nos coloca no
prumo.

Agora, eu não preciso executar minha rotina exatamente igual, isso nem
sempre é possível. Eu preciso estudar todo dia para compor, lapidar a
minha técnica e ensaiar os repertórios para os álbuns novos que quero
lançar, para isso eu geralmente estudo pela manhã, por 4 horas.

Nem sempre isso acontece assim, por uma série de fatores, então eu
mudo o horário de estudo para noite ou até de madrugada, depende do
dia, e isso é o protocolo.

A gente altera os protocolos para melhor executar a rotina.

Se tocar viola bem é seu objetivo, mesmo que seja seu objetivo como
hobby, você vai precisar de uma rotina de estudos com ela. Não se
engane, objetivo não é só trabalhar e estudar. Ter tempo de qualidade
com sua família, ler 1 livro, correr 10 km, meditar por 10 minutos todo
dia, tudo isso é objetivo.

Ao invés de gastar energia “matando um leão por dia”, sentindo que fez,
fez e no fim não fez nada, a partir de agora você vai perceber que a

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liberdade de verdade está em acordar todo dia sabendo o máximo
possível do que tem para fazer, sem dar espaço para autossabotagem,
para os prazeres momentâneos e para mente que quer te ter sob o
controle.

E é aí que entra a tal da disciplina! Bem, é a disciplina que te leva a

rotina. Por que?

Porque rotina não nasce de você decidir o horário das coisas. Ela nasce
da naturalização desses atos no seu dia a dia, lembra dos hábitos?

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 4ª PRISÃO: FALTA DE COMPROMISSO CONSIGO MESMO

O caminho mais fácil para você duvidar de si mesmo toda vez que
define um novo objetivo, é dar motivos para o seu cérebro duvidar da
sua capacidade, por meio da falha e do não compromisso consigo
mesmo.

Que, Arnaldo? Agora eu não entendi nada.

Vamos lá, se todo ano você escreve na sua lista de objetivos que vai
estudar viola 1 hora por dia e no fim do ano isso não acontece, por mais
que você continue querendo e insistindo nisso na sua lista, o seu
cérebro trabalha com as probabilidades de isso acontecer ou não.

E adivinha… você começa o ano sabendo como ele vai acabar: da

mesma forma dos anos anteriores!

E é por isso que você precisa de clareza, de comprometimento e de

disciplina e perceba que eu não disse MOTIVAÇÃO. Acorda, que quase
nunca a gente tá motivado.

Motivação, como o próprio nome já diz é um motivo para ação, sem

clareza absoluta de onde quer chegar, como é que você vai agir?

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Com clareza de que você quer tocar bem um repertório de choro, por
exemplo, você inicia o processo. E não é a motivação que te faz
continuar, são os resultados. Os pequenos resultados diários, é acorde
novo que você aprende, é a música que você consegue limpar e tocar
bem a partir da técnica nova que aprendeu.

Entenda, o compromisso consigo mesmo vai te fazer provar para si que

é capaz de fazer diferente do que vem fazendo desde sempre, para que
isso se torne o novo normal para o seu cérebro.

Por isso eu digo pra você criar um hábito por vez! Para que você evite
a chance de descumprir o que você mesmo disse que faria.

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 5ª PRISÃO: FALTA DE AUTORRESPONSABILIDADE

Eu já perdi as contas de quantas vezes eu ouvi:

Arnaldo eu queria estudar, mas a minha mulher não

entende.

Ou:

Arnaldo eu queria estudar, mas preciso cuidar dos

meus filhos.

Entenda que se envolve a ação, a iniciativa ou a atenção de outra

pessoa, seu objetivo vai falhar.

E antes que você cogite, pode parar o mimimi. Só falta você sair daqui
e dizer para sua esposa que eu disse para você ignorar a opinião dela e
não fazer o que precisa ser feito em casa, por exemplo, para poder
estudar viola, ou deixar de cuidar dos seus filhos, pelo mesmo motivo.

O que eu estou dizendo é: você estabeleceu a tocar viola como

objetivo? Então, você e as pessoas que mais te importam, seus pais, sua
esposa, seus filhos, ou seja lá quem for, precisam saber deste e dos
demais objetivos, mas QUEM VAI PRECISAR ASSUMIR AS
RESPONSABILIDADES SOBRE ELES É VOCÊ.

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A vida é sua, os resultados são seus, os méritos e os ganhos também.
Você assume o volante e arca com as consequências negativas e
positivas, como tudo na vida!

Se sentir feliz e realizado ou se sentir infeliz e incomodado com o que

está tocando são suas responsabilidades e ambos os sentimentos são
frutos do que você faz ou deixa de fazer.

Não é a sua esposa que atrapalha o seu desenvolvimento com a viola,

porque ela não te apoia, porque ela não acredita que vai dar certo,
porque ela acha que tocar viola não vai te levar a lugar nenhum.

Não são seus pais que te impedem de estudar música, porque eles
acham que você deve fazer algo que dê dinheiro.

Entenda uma coisa, tudo - absolutamente tudo - que você diz querer e
que ainda não tem, é responsabilidade sua.

Quer tocar viola bem? Foque no que está no seu alcance, se organize e
nunca mais deixe de realizar esse objetivo.

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 6ª PRISÃO: NÃO FILTRAR SUAS COMPANHIAS

Sabe aquela pessoa que ri quando você fala dos seus objetivos com a
viola?

Que nunca te pergunta como andam seus projetos?

Que ama debochar e expor suas fragilidades com o instrumento para

os outros e que, para piorar, ainda chama o seu foco e sua dedicação
com a viola de loucura?

Que diz que você está bitolado por preferir focar nos seus objetivos a
viver prazeres momentâneos?

Essa pessoa não fecha com você! Ela te suga, te drena e nada agrega.
Essa é a real.

E, se esse amigo for violeiro, sinto te informar, ele faz isso contigo
porque é difícil demais para ele reconhecer que vocês saíram do mesmo
lugar com a viola, das mesmas condições, mas você está evoluindo e
ele não. A sua evolução, seu crescimento, acabam - ainda que
indiretamente - evidenciando a preguiça, a acomodação e a
incapacidade dele e, para evitar que isso aconteça, ele joga com todas
as cartas para diminuir as suas conquistas e desencorajar o seu
movimento.

Apesar de, terem te ensinado que ser bom implica em deixar todo
mundo entrar e permanecer na sua vida; que as pessoas só gostam de

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quem não impõe limites; ou que ter muitos amigos é sinal de bondade,
evolução e amorosidade. Entenda que escolher quem caminha do seu
lado está longe de ser egoísmo.

Pelo contrário, essa é uma das principais maneiras de se respeitar e

garantir que seus processos sejam mais leves no sentido de alcançar
resultados que almeja com a viola.

Ao mesmo tempo em que você honra de verdade aqueles que estão

torcendo por ti e por sua evolução com o instrumento.

Pessoas que se respeitam, que estão na busca por crescimento e

desenvolvimento e que têm objetivos e prioridades claras, tendem a
compreender o valor do foco, da dedicação e da vontade de crescer e,
com isso, não terão nenhuma dificuldade em entender as suas escolhas
também.

São essas pessoas que te apoiarão, incentivarão e te provocarão a

sempre estar no caminho em direção àquilo que você escolheu viver.

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Para encerrar, eu te digo com toda franqueza: enquanto você acreditar
que dizer que quer tocar viola bem é suficiente para te tirar do lugar,
você permanecerá rodando em círculos e se frustrando com a falta de
resultados.

Quero chamar sua atenção para o fato de você certamente estar

ignorando a parte mais importante de tudo isso que é: o que realmente
está te impedindo de tocar viola como você gostaria? De ter domínio
sobre ela? De evoluir?

Pare de só definir objetivos e só idealizar o que quer. Objetivo sem ação

é sonho e sonho fica só no mundo das ideias.

Eu te convido a se questionar e entender o que existe entre o violeiro

que você é hoje e o violeiro que você vai se tornar quando seu objetivo
for conquistado.

Você vai perceber que mais do que saber o que e como agir para chegar
até seu objetivo, você precisa saber o que e como você está agindo
para não o alcançar.

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Aula 1

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