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b) Acento diferencial: marca a diferença entre homógrafos ou homófonos exclusivamente nos seguintes casos:
– têm (eles) para distingui-lo de tem (ele), e vêm (eles), distinto de vem (ele); (vale nos derivados: eles detêm,
provêm, distinto de detém, provém (ele);
– pôde (pretérito perfeito) distinto de pode (presente);
– fôrma (substantivo) distinto de forma (verbo formar);
– vocábulos tônicos (abertos ´/fechados ^) que têm homógrafos átonos:
tônicos átonos
côa, côas (v. coar) coa, coas (com a, com as)
pára (v. parar) para (preposição)
péla, pélas (v. pelar e s.f.) pela, pelas (por a(s)
pélo (v. pelar), pêlo, pêlos pelo, pelos (por o(s)
péra, péras (pedra), pêra pera (forma arcaica de para)
pêro, Pêro pero (forma arcaica de mas)
póra(s) (surra); pôla(s) (broto vegetal) pola(s) (forma arcaica de por a(s))
pólo(s) (eixo, jogo); pôlo(s) (filhote de gavião) polo(s) (forma arcaica de por o(s))
pôr (verbo) por (preposição)
As palavras acima listadas compõem a relação completa das que recebem acento diferencial. Várias são
arcaísmos em desuso.
c) Til: tem como função primeira a de indicar a nasalização das vogais a e o, mas eventualmente acumula também a
função de marcar a tonicidade (chã, manhã, cristã, cãibra).
Acrescente-se, por fim, que as regras para acentuação gráfica valem igualmente para nomes próprios (América,
Brasília, Suécia, Pará, Chuí, Maceió, etc.) e para abreviaturas de palavras acentuadas (página – pág., páginas – págs.,
século – séc.).
A acentuação de palavras estrangeiras ainda não aportuguesadas segue as regras da língua a que pertencem:
détente, habitué, vis-à-vis (francês).
9.1.3. USO DE SINAIS
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9.1.3.1. Hífen
O hífen ou traço-de-união é um sinal usado para ligar os elementos de palavras compostas: couve-flor, vice-
ministro; para unir pronomes átonos a verbos: agradeceu-lhe, dar-se-ia; e para, no final de uma linha, indicar a
separação das sílabas de uma palavra em duas partes (a chamada translineação): com-/parar, gover-/no.
Analisamos, a seguir, o uso do hífen em alguns casos principais.
9.1.3.1.1. Hífen entre Vocábulos
a) na composição de palavras em que os elementos constitutivos mantêm sua acentuação própria, compondo,
porém, novo sentido:
abaixo-assinado (abaixo assinado, sem hífen, com o sentido de ‘(aquele) que assina o documento em seu
final’: “João Alves, abaixo assinado, requer...”)
decreto-lei oficial-de-gabinete testa-de-ferro (testa de ferro, sem
licença-prêmio papel-moeda hífen, significa ‘testa dura como
mão-de-obra processo-crime ferro’)
matéria-prima salário-família
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No desenvolvimento deste item, as seguintes obras forneceram subsídios valiosos: KASPARY, Adalberto José. O português das
comunicações administrativas. 9. ed. Porto Alegre: Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos, 1985; LUFT, Celso
Pedro . Grande manual de ortografia Globo. 3. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1989.
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c) nos adjetivos gentílicos (que indicam nacionalidade, pátria, país, lugar ou região de procedência) quando
derivados de nomes de lugar (topônimos) compostos:
belo-horizontino porto-riquenho
norte-americano rio-grandense-do-norte
d) nas palavras compostas em que o adjetivo geral é acoplado a substantivo que indica função, lugar de
trabalho ou órgão:
diretor-geral procurador-geral
inspetoria-geral secretaria-geral
e) a preposição sem liga-se com hífen a alguns substantivos para indicar unidade semântica (adquire, assim,
valor de prefixo):
sem-fim sem-terra sem-vergonha
sem-número sem-sal sem-par
f) o advérbio de negação não liga-se com hífen a alguns substantivos ou adjetivos para indicar unidade
semântica (adquire, assim, valor de prefixo):
não-agressão não-ferroso não-alinhado
não-eu, não-metal não-participante
não-ser não-linear
d) os prefixos pós, pré, pró – assim, tônicos e de timbre aberto – requerem hífen sempre:
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